Buscar

Compreensão e Interpretação de Textos em Concursos Públicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LÍNGUA PORTUGUESA 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. 
Copyright © 2017 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo 
desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual 
comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e 
depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando 
expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, 
distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, 
texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em 
qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado 
com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso 
por escrito da Loja do Concurseiro. 
 Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão 
de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da 
Loja do Concurseiro. 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
3 
 
PROGRAMA DO CONCURSO: 
 
1. Compreensão e Interpretação de textos. 
2. Conhecimentos morfológicos, sintáticos e 
semânticos voltados para o entendimento textual. 
3. Atividades de reescritura. 
4. Linguagem própria e figurada. 
5. Níveis de linguagem. 
6. Tipos de modos textuais. 
7. Pontuação e Ortografia. 
 
 
 
 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
 
É muito comum, entre os candidatos a um cargo 
público, a preocupação com a interpretação de textos. 
Isso acontece porque lhes faltam informações 
específicas a respeito dessa tarefa constante em provas 
relacionadas a concursos públicos. 
 
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar 
no momento de responder às questões relacionadas a 
textos. 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e 
relacionadas entre si, formando um todo significativo 
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA 
(capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). 
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. 
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz 
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando 
condições para a estruturação do conteúdo a ser 
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de 
CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as 
frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de 
seu contexto original e analisada separadamente, 
poderá ter um significado diferente daquele inicial. 
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam 
referências diretas ou indiretas a outros autores através 
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se 
INTERTEXTO. 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de 
uma interpretação de um texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias 
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou 
explicações, que levem ao esclarecimento das questões 
apresentadas na prova. 
 
Nesse processo, buscam-se: 
a) a ideia principal (ou básica); 
b) as ideias secundárias; 
c) o reconhecimento de palavras ou expressões que 
possam dar validade ao entendimento das ideias 
expressas no texto. 
 
ORIENTAÇÃO: 
Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve 
responder a questões de compreensão de textos, 
observe o seguinte: 
1) Atenha-se exclusivamente ao texto. 
2) Proceda através de eliminação de hipóteses. 
3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma 
palavra decide a melhor alternativa. 
4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que 
melhor sintetiza o texto 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
4 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 
1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos 
fundamentais de uma argumentação, de um processo, 
de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os 
advérbios, os quais definem o tempo). 
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança 
ou de diferenças entre as situações do texto. 
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado 
com uma realidade, opinando a respeito. 
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou 
secundárias em um só parágrafo. 
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras 
palavras. 
EXEMPLO 
TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES 
"O HOMEM UNIDO" 
A INTEGRAÇÃO DO MUNDO 
A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE 
A UNIÃO DO HOMEM 
HOMEM + HOMEM = MUNDO 
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) 
 
 
Atentem para esta distinção: 
INTERPRETAR x COMPREENDER 
INTERPRETAR SIGNIFICA 
COMPREENDER 
SIGNIFICA 
-EXPLICAR, COMENTAR, 
JULGAR, TIRAR 
CONCLUSÕES, DEDUZIR. 
-TIPOS DE ENUNCIADOS 
•Através do texto, 
INFERE-SE que... 
•É possível DEDUZIR que... 
•O autor permite 
CONCLUIR que... 
•Qual é a INTENÇÃO do 
autor ao afirmar que... 
-INTELECÇÃO, 
ENTENDIMENTO, 
ATENÇÃO AO QUE 
REALMENTE ESTÁ 
ESCRITO. 
-TIPOS DE ENUNCIADOS: 
•O texto DIZ que... 
•É SUGERIDO pelo autor 
que... 
•De acordo com o texto, é 
CORRETA ou ERRADA a 
afirmação... 
•O narrador AFIRMA... 
 
ERROS DE INTERPRETAÇÃO 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência 
de erros de interpretação. Os mais frequentes são: 
 
a) Extrapolação (viagem) 
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias 
que não estão no texto, quer por conhecimento prévio 
do tema quer pela imaginação. 
 
b) Redução 
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um 
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de 
ideias, o que pode ser insuficiente para o total do 
entendimento do tema desenvolvido. 
 
c) Contradição 
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do 
candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, 
consequentemente, errando a questão. 
 
 
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do 
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas, 
numa prova de concurso qualquer, o que deve ser 
levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada 
mais. 
 
 
 
COESÃO- é o emprego de mecanismo de sintaxe que 
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos 
entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, 
através de um pronome relativo, uma 
conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há 
uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já 
foi dito. 
 
 
www.lojadoconcurseiro.com.br 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
5 
Para interpretar bem 
1) Aumente o seu vocabulário: Os dicionários são 
amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de 
sinônimos e antônimos. 
2) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há 
textos que metem medo. Abra sua mente e seu 
coração para o que o texto lhe transmite, na 
qualidade de um amigo silencioso. 
3) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou 
três vezes, atentamente, antes de tentar responder 
a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua 
mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não 
pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa 
forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas 
ideias serão assimiladas. Tenha a paciência 
necessária para agir assim. Só depois tente resolver 
as questões propostas.4) As questões de interpretação podem ser localizadas 
(por exemplo, voltadas só para um determinado 
trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do 
texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às 
vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em 
que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, 
mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de 
costume, e você vai acostumar-se a agir dessa 
forma. 
5) Há questões que pedem conhecimento fora do 
texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma 
determinada personalidade da história ou da 
atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o 
nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por 
isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, 
como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo 
jornais e revistas especializadas. 
 
 
 
 
 
www.lojadoconcurseiro.com.br 
 
É preciso estar atento para a ideia principal de 
cada parágrafo, só assim se assegura um caminho que 
levará à compreensão do texto. Pode-se, 
tranquilamente, ser bem-sucedido numa interpretação 
de texto. Para isso, deve-se observar o seguinte: 
 Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do 
assunto; 
 Se encontrar palavras desconhecidas, não 
interrompa a leitura, vá até o fim, 
ininterruptamente; 
 Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas 
entrelinhas; 
 Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 
 Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as 
do autor; 
 Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para 
melhor compreensão; 
 Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, 
parte) do texto correspondente; 
 Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de 
cada questão; 
 Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de 
...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, 
verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem 
nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender 
o que se perguntou e o que se pediu; 
 Quando duas alternativas lhe parecem corretas, 
procurar a mais exata ou a mais completa, às vezes 
a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia 
a resposta; 
 Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um 
fundamento de lógica objetiva; 
 Não se deve procurar a verdade exata dentro 
daquela resposta, mas a opção que melhor se 
enquadre no sentido do texto; 
 Procure estabelecer quais foram as opiniões 
expostas pelo autor, definindo o tema e a 
mensagem; 
 O autor defende ideias e você deve percebê-las; 
 As orações coordenadas não têm oração principal, 
apenas as ideias estão coordenadas entre si; 
 Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele 
maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou 
determinando-lhe o significado. 
A interpretação não depende de cada um, mas, sim, 
do que está escrito. "O que está escrito, escrito está." 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
6 
DICA DE INTERPRETAÇÃO: comece pelas questões mais 
curtas; diante das opções, elimine as improváveis; 
muitas vezes há alternativas tão absurdas que 
dispensam a leitura integral do texto. Às vezes, citam 
dados, informações que sequer são mencionados no 
texto. 
 
PASSOS PARA LEITURA E ENTENDIMENTO DO TEXTO 
O candidato deve fazer dois tipos de leitura: 
 
1ª leitura informativa: para buscar as palavras mais 
importantes de cada parágrafo, que constituem as 
palavras-chave do texto em torno das quais as outras se 
organizam para dar significação e produzirem sentidos. 
 
2ª leitura interpretativa: para compreender, analisar e 
sintetizar as informações do texto. 
 
A leitura interpretativa requer: 
 
* compreensão: entender a mensagem literal contida 
no texto. As questões versam sobre a postura 
ideológica do autor, a ideia central, a tese defendida. 
 
* análise: depreender do texto a informação essencial. 
Para isso é importante buscar as palavras mais 
importantes de cada parágrafo, elas constituirão as 
palavras-chave do texto. Atentar para os modos de 
articulação das ideias. 
 
* síntese: organizar as ideias principais do autor para 
chegar à expressão que constitui a tese defendida pelo 
autor durante todo o texto. 
 
Nas questões de compreensão / interpretação de texto, 
o candidato deve, além da compreensão, análise e 
síntese, destacar, em cada parágrafo, a informação 
básica, para facilitar a compreensão do texto. 
 
Há diferença no objetivo das questões de 
compreensão e de interpretação de textos 
 
1. Compreensão ou Intelecção de Texto – consiste em 
analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar 
dados do texto. 
 
2. Interpretação de Texto – consiste em saber o que se 
infere (conclui) do que está escrito. 
 
 
 
 
 
Dicas importantes para a análise de textos: 
1. Não extrapole ao que está escrito no texto. Muitas 
vezes, por se tratar de fatos reais, o candidato 
interpreta o que não está escrito. Deve-se ater somente 
às informações que estão relatadas. 
2. Não valorize apenas uma parte do contexto. O texto 
deve ser considerado como um todo, não se atenha à 
parte dele. 
3. Sublinhe as palavras-chave do enunciado, para evitar 
entender justamente o contrário do que está escrito. 
Leia duas vezes o comando da questão, para saber 
realmente o que se pede. Tome cuidado com algumas 
palavras, como: pode, deve, não, sempre, é necessário, 
é obrigatório, correta, incorreta, exceto, erro etc. 
4. Se o comando pede a ideia principal ou tema, 
normalmente deve situar-se no primeiro ou no último 
parágrafo - introdução e conclusão. 
5. Se o comando busca argumentação, deve localizar-se 
nos parágrafos intermediários - desenvolvimento. 
6. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, 
mas sim o que ele disse; escreveu. 
7. Tomar cuidado com os vocábulos relatores, os que 
remetem a outros vocábulos do texto: pronomes 
relativos, pronomes pessoais, pronomes 
demonstrativos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
www.lojadoconcurseiro.com.br 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
7 
TIPOS DE MODOS TEXTUAIS 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
A Tipologia Textual define, em linhas gerais, os 
seguintes tipos (básicos) de texto em prosa: 
1. Descritivo 
2. Narrativo 
3. Dissertativo 
 
1. Descritivo: é o texto do objeto - da impressão física, 
da imagem, da cor, do aroma, da beleza, da feiura, do 
relevo, da paisagem, da precisão quanto aos aspectos 
físicos. 
 
 Predomina o tempo pretérito imperfeito ou 
mesmo o presente ( indicativo e subjuntivo). 
 
Exemplos: os aspectos físicos e tipos humanos de uma 
favela carioca, a obra de um sociólogo que descreve o 
biótipo de um determinado povo, o texto de um “folder” 
turístico etc. 
 
2. Narrativo: texto utilizado para contar um caso, narrar 
fato(s), historiar acontecimentos, não importando se 
fictícios ou verídicos. 
 
 Predominam neste texto os tempos pretéritos: 
perfeito ou imperfeito. 
 A ação é um dos principais ingredientes da 
narração. 
 O tempo é outro dos ingredientes. 
 O autor, muitas vezes, utiliza personagens que 
dialogam. 
 
Exemplos: uma crônica, um caso, um conto, uma notícia 
de jornal, uma partida de futebol, um romance, uma 
parábola, uma historinha infantil etc. 
 
3. Dissertativo: é o texto da ideia - da opinião, do ponto 
de vista. 
 
 Privilegia o discurso indireto ( 3ª pessoa ), 
embora possa redigido na 1ª pessoa. 
 Aborda, quase sempre, um tema palpitante do 
comportamento humano: justiça social, ética 
(práticas aéticas), ecologia (crimes ambientais), 
paz (violência urbana), democracia, liberdade, 
futuro do homem ( seus medos e anseios) etc. 
 
Exemplos: um editorial de jornal, um artigo do Diogo 
Mainardi (Veja), um texto de pensamentos filosóficos 
etc. 
 
Há ainda outros tipos de textos: 
 
 Texto Injuntivo: qualquer texto quetenha a 
finalidade de instruir o leitor (interlocutor). Por 
esse motivo, sua estrutura se caracteriza por 
verbos no imperativo: ordenando ou sugerindo. 
 
a) Injuntivo-instrucional: quando a orientação não é 
coercitiva, não estabelece claramente uma ordem, mas 
uma sugestão, um conselho. Exemplos: 
a) o texto que predomina num livro de autoajuda; 
b) o manual de instruções de um eletroeletrônico; 
c) o manual de instruções ( programação ) sobre metas, 
funções etc.; 
d) uma ingênua receita de bolo escrita pela avó... 
 
b) Injuntivo-prescritivo: a orientação é uma imposição, 
uma ordem baseada em condições sine qua non. 
Exemplos: 
a) a receita de um médico (a um paciente) transmitida à 
enfermeira responsável; 
b) os artigos da Constituição ou do Código de Processo 
Penal; 
c) a norma culta da Língua Portuguesa; 
d) as cláusulas de um contrato; 
e) o edital de um concurso público... 
 
 Texto expositivo: apresenta informações sobre 
um objeto ou fato específico, sua descrição, a 
enumeração de suas características. Esse deve 
permitir que o leitor identifique, claramente, o 
tema central do texto. 
 
Um fato importante é a apresentação de bastante 
informação, caso se trate de algo novo esse se faz 
imprescindível. 
Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de 
argumentos se faz necessário para que o autor informe 
aos leitores sobre as possibilidades de análise do 
assunto. 
O texto expositivo deve ser abrangente, deve permitir 
que seja compreendido por diferentes tipos de pessoas. 
 
 A fábula é uma narrativa figurada, na qual as 
personagens são geralmente animais que 
possuem características humanas. Pode ser 
escrita em prosa ou em verso e é sustentada 
sempre por uma lição de moral, constatada na 
conclusão da história. 
A fábula está presente em nosso meio há muito 
tempo e, desde então, é utilizada com fins 
educacionais. Muitos provérbios populares vieram da 
moral contida nesta narrativa alegórica, como por 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
8 
exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em “A lebre 
e a tartaruga” e “Um amigo na hora da necessidade é 
um amigo de verdade” em “A cigarra e as formigas”. 
Portanto, sempre que redigir uma fábula 
lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além 
disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que trata-
se de uma narrativa. 
Por ser exposta também oralmente, a fábula 
apresenta diversas versões de uma mesma história e, 
por este motivo, dá-se ênfase em um princípio ou outro, 
dependendo da intenção do escritor ou interlocutor. 
É um gênero textual muito versátil, pois permite 
diversas situações e maneiras de se explorar um 
assunto. É interessante, principalmente para as 
crianças, pois permite que elas sejam instruídas dentro 
de preceitos morais sem que percebam. 
E outra motivação que o escritor pode ter ao 
escolher a fábula na aula, no vestibular ou em um 
concurso que tenha essa modalidade de escrita como 
opção é que é divertida de se escrever. Pode-se utilizar 
da ironia, da sátira, da emoção, etc. Lembrando-se 
sempre de escolher personagens inanimados e/ou 
animais e uma moral que norteará todo o enredo. 
 
 A Crônica é uma reflexão sobre o acontecido. 
A crônica é um gênero que tem relação com a 
ideia de tempo e consiste no registro de fatos do 
cotidiano em linguagem literária, conotativa. 
A origem da palavra crônica é grega, vem de 
chronos (tempo), é por isso que uma das características 
desse tipo de texto é o caráter contemporâneo. 
A crônica difere da notícia, e da reportagem 
porque, embora utilizando o jornal ou a revista como 
meio de comunicação, não tem por finalidade principal 
informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. 
Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, 
podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o 
universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se 
invariavelmente na 1ª pessoa. 
Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao 
cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se 
move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o 
literário, entre a narração impessoal dos 
acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e 
monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o 
sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o 
discurso. 
A crônica não morre depressa, como acontece 
com a notícia, mas morre, e aqui se afasta 
irremediavelmente do texto literário, embora se vista, 
por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a 
ambiguidade, a antítese, a conotação, etc. 
A sua estrutura assemelha-se à de um conto, 
apresentando uma introdução, um desenvolvimento e 
uma conclusão. 
 
Discurso 
Os personagens que participam da história 
evidentemente falam. É o que se conhece como 
discurso, que pode ser: 
 
1) Direto: O narrador apresenta a fala do personagem, 
integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois 
pontos e travessão. 
Ex.: o funcionário disse ao patrão: 
- Espero voltar no final do expediente. 
 
Rui perguntou ao amigo: 
- Posso chegar mais tarde? 
 
2) Indireto: O narrador incorpora à sua fala a fala do 
personagem. O sentido é o mesmo do discurso direto, 
porém é utilizada uma conjunção integrante (que ou 
se) para fazer a ligação. 
Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava voltar 
no final do expediente. 
 Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais 
tarde. 
 
Obs.: O conhecimento desse assunto é muito 
importante para as questões que envolvem as 
paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido. Procure ver 
se está sendo respeitada a correlação entre os tempos 
verbais e entre determinados pronomes. Abaixo, outro 
exemplo, bem elucidativo. 
Minha colega me afirmou: 
- Estarei aqui, se você precisar de mim. 
Minha colega me afirmou que estaria lá se eu 
precisasse dela. 
 
O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi necessário 
fazer inúmeras adaptações. 
3) Indireto livre 
É praticamente uma fusão dos dois anteriores. 
Percebe-se a fala do personagem, porém sem os 
recursos do discurso direto (dois pontos e travessão) 
nem do discurso indireto (conjunções que ou se). 
Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. 
Será que vai chover, logo hoje, com todos esses 
compromissos!? 
 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
9 
Exemplo prático de tipos textuais (fragmentos de Cora 
Coralina): 
 
“Fui criada ( e até hoje moro ) numa casa simples, mas 
de cômodos bem amplos e confortáveis. Um jardim 
colorido e aromático. Beija-flores por aqui não faltam. 
Tenho duas filhas. Ana, uma menina alta, meio 
desengonçada, mas de um brilho especial nos olhos 
muito pretos. Virgínia, uma menina muito magra, 
gestos e rosto delicados, tem uma cabeleira tão ruiva 
que poderia ser confundida com uma dessas atrizes do 
cinema americano....” 
Texto descritivo. 
 
“Certo dia, minhas duas filhas e eu fomos passear pelo 
sítio. Na margem do rio havia uma pequena canoa. O 
espírito de aventura falou mais alto. Entramos na canoa 
e, no meio do leito, notamos a água infiltrando-se. 
Percebi o desespero das meninas, mas 
tive de aparentar toda a calma e...” 
Texto narrativo. 
 
“A vida de uma mulher não é fácil em parte alguma 
deste mundo. A sociedade machista impõe-lhe regras e 
destinos que ela jamais pode escolher. A mulher será 
sempre uma escrava totalmente submissa ao marido, às 
tradições, aos costumes e à hipocrisia chauvinista dos...” 
Texto dissertativo. 
 
“Minhas receitas preferidas. Bolo de Banana. 
Caramelize uma forma com açúcar, corte 10 bananas no 
sentido do comprimento, coloque-as na forma, bata 4 
ovos com uma xícara de leite, duas de farinha de trigo e 
uma colher de fermento. Despeje a massa na forma, 
polvilhe (a gosto) com canela e açúcar e leve ao fornopré-aquecido em 180ºC. Deixe...” 
Texto injuntivo (instrucional). 
 
“Como fazer um parto de emergência ( recado para 
minhas filhas e netas). Mantenha a calma. Prepare uma 
superfície limpa para ela se deitar. Pegue uma tesoura e 
três pedaços de linha de 25cm. Ferva tudo por 10 
minutos. Dobre um cobertor e coloque-o sobre a futura 
mamãe. Lave bem as mãos e as unhas com água e 
sabão. Quando as contrações aumentarem...” 
Texto injuntivo-prescritivo. 
 
 
 
 
 
 
 
Paráfrase: é a reescritura de um texto sem alteração de 
sentido. Questões de interpretação com frequência se 
baseiam nessa técnica. Vários recursos podem ser 
utilizados para parafrasear um texto. 
 
1) Emprego de sinônimos 
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais 
preocupados. 
Conquanto retomasse cedo, deixava os genitores 
preocupados. 
 
2) Emprego de antônimos, com palavra negativa. 
Ex.: Ele era fraco. = Ele não era forte. 
 
3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que 
remetem a outros já citados no texto. 
Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; 
Antônio, ao cinema. 
 Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; 
este, ao cinema. 
Aquele = Paulo este = Antônio 
 
4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa. 
Ex.: É necessário que todos colaborem. 
 É necessária a colaboração de todos. 
 
5) Omissão de termos facilmente subentendidos. 
Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais 
importante. 
 Desejávamos missão mais delicada e importante. 
 
6) Mudança de ordem dos termos no período. 
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo 
aquilo seria esquecido após três ou quatro meses de 
investigação. 
 Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo 
aquilo, após três ou quatro meses de pesquisa, seria 
esquecido. 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
10 
7) Mudança de voz verbal 
Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz 
ativa) 
Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. 
(voz passiva) 
 
Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3a 
pessoa do plural), haverá duas mudanças possíveis. 
Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) 
 Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica) 
 Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética) 
 
8) Troca de discurso 
Ex.: Pedro disse: - Cortarei a grama sozinho. (discurso 
direto) 
 Pedro disse que cortaria a grama sozinho. (discurso 
indireto) 
 
9) Troca de palavras por expressões perifrásticas e 
vice-versa 
Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. 
 O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele 
ano. 
 
10) Troca de locuções por palavras e vice-versa: 
Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do 
céu. 
 O homem urbano não conhece a linguagem celeste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos então fazer um exercício. Leia o trecho abaixo e 
anote a alternativa em que não ocorre uma paráfrase. 
O homem caminha pela vida muitas vezes 
desnorteado, por não reconhecer no seu íntimo a 
importância de todos os instantes, de todas as coisas, 
simples ou grandiosas. 
a) Frequentemente sem rumo, segue o homem pela 
vida, por não reconhecer no seu íntimo o valor de 
todos os instantes, de todas as coisas, sejam 
simples ou grandiosas. 
b) Não reconhecendo em seu âmago a importância de 
todos os momentos, de todas as coisas, simples ou 
grandiosas, o homem caminha pela vida muitas 
vezes desnorteado. 
c) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos 
os momentos, de todas as coisas, sejam elas 
simples ou não, o homem vai pela vida 
frequentemente desnorteado. 
d) O ser humano segue, com frequência, vida afora, 
sem rumo, porquanto não reconhece, em seu 
interior, a importância de todos os instantes, de 
todas as coisas, simples ou grandiosas. 
e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, 
por não reconhecer, em seu mundo íntimo, o valor 
de cada momento, de cada coisa, seja ela simples 
ou grandiosa. 
 
 
 
www.lojadoconcurseiro.com.br 
 
 
 
 
 
Gabarito: Alternativa e) 
O advérbio “sempre” não significa “muitas vezes”. 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
11 
EXERCÍCIO DE TIPOLOGIA TEXTUAL 
1. Identifique o tipo de redação apresentando: 
(1) descrição 
(2) narração 
(3) dissertação 
( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto 
de toda a nação brasileira conseguirá vencer os 
gravíssimos problemas econômicos, por todos há 
muitos conhecidos. Quaisquer medidas econômicas, por 
si sós, não são capazes de alterar a realidade, se as 
autoridades que elaboram não contarem com o apoio 
da opinião pública, em meio a uma comunidade de 
cidadãos conscientes. 
( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe 
uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se 
um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos a 
dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta deste 
lago pairam, imponentes, árvores seculares que 
parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se 
sucedem pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, 
estende-se por todo aquele local, imprimindo à 
paisagem um clima de tranquilidade e aconchego. 
 ( ) As crianças sabiam que a presença daquele 
cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da 
mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer 
cabimento; um apartamento tão pequeno que mal 
acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda 
tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos 
esconderam o animal em um armário próximo ao 
corredor e ficaram sentados na sala à espera dos 
acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do 
trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a 
expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos. 
( ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 
12º andar de um edifício da Avenida Paulista. De lá 
avistava todos os dias a movimentação incessante dos 
transeuntes, os frequentes congestionamentos dos 
automóveis e a beleza das arrojadas construções que 
sucedem do outro lado da avenida. Estes prédios 
moderníssimos alternavam-se com majestosas mansões 
antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, 
contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto, 
imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem 
desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do 
progresso. 
 
( ) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia 
que são incalculáveis os danos que o homem vem 
causando ao meio ambiente. O desmatamento de 
grandes extensões de terra, transformando-as em 
verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da 
poluição e a matança indiscriminada de muitas espécies 
são apenas alguns aspectos a serem mencionados. Os 
que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar 
das futuras gerações temem que a ambição desmedida 
do homem acabe por tornar esta terra inabitável. 
( ) O candidato à vaga de administrador entrou 
no escritório onde iria ser entrevistado. Ele se sentia 
inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre 
se sentia assim quando estava por ser testado. O dono 
da firma sentou-se com ar de extrema seriedade e 
começou a lhe fazer as perguntas mais variadas. Aquele 
interrogatório parecia interminável. Porém, toda aquela 
sensação desagradável dissipou-se quando ele foi 
informado de que o lugar era seu. 
 
Gabarito: (3), (1), (2), (1), (3), (2) 
 
(2017 – CESPE/UnB – Delegado/GO) 
A diferença básica entre as polícias civil e militar 
é a essência de suas atividades, pois assim desenhou o 
constituinte original: a Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 (CF), em seu art. 144, 
atribui à políciafederal e às polícias civis dos estados as 
funções de polícia judiciária — de natureza 
essencialmente investigatória, com vistas à colheita de 
provas e, assim, à viabilização do transcorrer da ação 
penal — e a apuração de infrações penais. 
Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe 
provas de crimes, propiciando a existência do processo 
criminal e a eventual condenação do delinquente, a 
polícia militar, fardada, faz o patrulhamento ostensivo, 
isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de 
modo preventivo-repressivo, mas não é seu mister a 
investigação de crimes. Da mesma forma, não cabe ao 
delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair 
pelas ruas ostensivamente em patrulhamento. A 
própria comunidade identifica na farda a polícia 
repressiva; quando ocorre um crime, em regra, esta é a 
primeira a ser chamada. Depois, havendo prisão em 
flagrante, por exemplo, atinge-se a fase de persecução 
penal, e ocorre o ingresso da polícia civil, cuja 
identificação não se dá necessariamente pelos trajes 
usados. 
Guilherme de Souza Nucci. Direitos humanos versus segurança 
pública. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 43 (com adaptações). 
O texto é predominantemente 
A) injuntivo. D) exortativo. 
B) narrativo. E) descritivo. 
C) dissertativo. 
 
Gabarito: C 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
12 
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
Texto I 
Detector de mentira por e-mail. 
 
Cientistas norte-americanos garantem que 
criaram método para identificar uma mentira contada 
em mensagens eletrônicas (Revista Língua, nº 18, 2007 
– Texto adaptado) 
 
Cientistas da Universidade de Cornell, nos 
Estados Unidos, anunciaram no fim de fevereiro, início 
de março, ser capazes de identificar uma mentira 
contada por e-mail. Analisando cinco características de 
textos falaciosos, identificaram “pistas” que mentirosos 
deixam em textos escritos. 
Segundo os cientistas, a margem de acerto nos 
testes é de 70%. Os conhecimentos podem ser 
condensados em um programa de computador 
disponível já a partir do próximo ano. 
Textos falsos têm, por exemplo, 28% mais 
palavras que textos verdadeiros, descobriram os 
cientistas. Mas a ocorrência de frases casuais, que 
possam despertar ambiguidade, é bem menor nos 
verdadeiros que nos mentirosos. Mais detalhadas que 
as verdades, mentiras são contadas por meio daquilo 
que os pesquisadores chamam de “expressão de 
sentido”, como “sentir”, “ver”, e “tocar” – usadas para 
criar um cenário que nunca existiu. 
Mentirosos desconfortáveis com a própria 
lorota tenderiam ainda a usar palavras com sentido 
negativo, como “triste”, “estressado”, “irritado”. [...] 
O professor Jeff Hancock, coordenador do 
estudo, disse que, mais que ajudar as pessoas a 
identificar mentirinhas privadas contadas por seus 
parceiros amorosos, a pesquisa pode ter diversos usos 
públicos. 
 
01. A leitura global do texto nos permite inferir que o 
autor quer: 
A) chamar a atenção para uma descoberta 
revolucionária: a mentira por e-mail pode estar com 
os seus dias contados. 
B) mostrar que a mentira é comum nos e-mails: todos 
mentem porque não serão descobertos. 
C) enfatizar que há recursos modernos para o homem 
se esconder atrás de uma cortina, a da mentira 
eletrônica. 
D) lembrar de que a mentira faz parte da vida dos 
homens: tanto faz mentir como dizer a verdade, não 
há problemas. 
 
 
02. No texto: “Detector de mentira por e-mail” 
predominam as marcas de um texto: 
A) narrativo. C) descritivo. 
B) dissertativo. D) narrativo-argumentativo. 
 
TEXTO II 
 
Não existe essa coisa de um ano sem Senna, 
dois anos sem Senna ... Não há calendário para a 
saudade. 
(Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil) 
 
03. Segundo o texto, a saudade: 
a) aumenta a cada ano. 
b) é maior no primeiro ano. 
c) é maior na data do falecimento. 
d) é constante. 
e) incomoda muito. 
 
04. A segunda oração do texto tem um claro valor: 
a) concessivo d) condicional 
b) temporal e) proporcional 
c) causal 
 
05. A repetição da palavra não exprime: 
a) dúvida c) tristeza 
b) convicção d) confiança e) esperança 
 
 
TEXTO III 
Passei a vida atrás de eleitores e agora busco os 
leitores. (José Sarney, na Veja) 
 
06.Deduz-se pelo texto uma mudança na vida: 
a) esportiva c) profissional 
b) intelectual d) sentimental e) religiosa 
 
07.O autor do texto sugere estar passando de: 
a) escritor a político d) senador a escritor 
b) político a jornalista e) político a escritor 
c) político a romancista 
 
08.Infere-se do texto que a atividade inicial do autor 
foi: 
a) agradável c) simples 
b) duradoura d) honesta e) coerente 
 
09.O trecho que justifica a resposta ao item anterior 
é: 
a) e agora c) passei a vida 
b) os leitores d) atrás de eleitores e) busco 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
13 
10.A expressão que não pode substituir o termo agora 
é: 
a) no momento c) presentemente 
b) ora d) neste instante e) 
recentemente 
 
TEXTO IV 
Os animais que eu treino não são obrigados a 
fazer o que vai contra a natureza deles. 
(Gilberto Miranda, na Folha de São Paulo, 23/2/96) 
 
11.O sentimento que melhor define a posição do autor 
perante os animais é: 
a) fé c) solidariedade 
b) respeito d) amor e) tolerância 
 
12.O autor do texto é: 
a) um treinador atento d) um adestrador 
consciente 
b) um adestrador frio e) um adestrador filantropo 
c) um treinador qualificado 
 
13.Segundo o texto, os animais: 
a) são obrigados a todo tipo de treinamento. 
b) fazem o que não lhes permite a natureza. 
c) não fazem o que lhes permite a natureza. 
d) não são objeto de qualquer preocupação para o 
autor. 
e) são treinados dentro de determinados limites. 
 
Texto V 
 
14. O humor provocado pela tirinha se estabelece pela 
leitura: 
(A) do primeiro quadrinho, somente. 
(B) do segundo quadrinho, somente. 
(C) do terceiro quadrinho, somente. 
(D) do primeiro e do terceiro quadrinhos. 
(E) do segundo e do terceiro quadrinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO VI 
Segunda maior produtora mundial de embalagem longa 
vida, a SIG Combibloc, principal divisão do grupo suíço 
SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A 
empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de 
dólares de faturamento do grupo, chegou ao país há 
dois anos disposta a brigar com a líder global, Tetrapak, 
que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. 
Os estudos para a implantação da fábrica foram 
recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, 
pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito 
atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, 
com a marca de atomatado Malloa, no Chile, e a 
italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99) 
 
15) Segundo o texto, a SIG Combibloc: 
a) produz menos embalagem que a Tetrapak. 
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul. 
c) possui oito clientes no Brasil. 
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil. 
e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não 
esteja instalada no país. 
 
16) Segundo o texto: 
a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma 
fábrica no Sul. 
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de 
atomatado. 
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2º lugar mundial na 
produção de embalagem longa vida. 
d) a Unilever é empresa chilena. 
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do 
grupo. 
 
17) Os estudos apontam para o Sul porque: 
a) o clima favorece a produção de embalagens longa 
vida. 
b) está próximo aos demais países que compõem o 
Mercosul. 
c) A Cirio já se encontra estabelecida ali.d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc. 
e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora. 
 
18) " ... e apontam para o Sul do país ... " O trecho 
destacado só não pode ser entendido, no texto, 
como: 
a) e indicam o Sul do pai 
b) e recomendam o Sul do país 
c) e incluem o Sul do país 
d) e aconselham o Sul do país 
e) e sugerem o Sul do país 
Gabarito: 1. A, 2. A, 3. D, 4. C, 5. B, 6. C, 7. E, 8. B, 9. C, 10. E, 
11. B, 12. D, 13. E, 14. E, 15. E, 16.E, 17.B, 18.C. 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
14 
(2010 – CESPE/UnB – TRE/BA – Técnico) 
 
1 Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os 
documentos usados de forma indevida por outra pessoa, depois de 
tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um 
4 sistema que começou a ser implantado na Bahia pode resolver 
o problema em todo o país. 
A tecnologia usada atualmente para a emissão de 
7 carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de 
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta 
adulterações. 
10 A principal novidade do sistema é o envio imediato das 
impressões digitais, por computador, para o banco de dados da 
Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas 
13 podem ser comparadas com as de outros brasileiros e 
estrangeiros cadastrados. 
Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em 
16 cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas 
novamente. “Você pode até ter a certidão de nascimento de outra 
19 pessoa, mas, quando tentar tirar a carteira por ela, a 
comparação das impressões digitais vai revelar quem é você”, diz 
a diretora do Instituto de Identificação da Bahia. 
22 Na Bahia, a troca pelo modelo novo será feita aos 
poucos. As atuais carteiras de identidade vão continuar valendo e 
serão substituídas quando houver necessidade de emitir-se a 
25 segunda via. Por enquanto, só a Bahia está enviando os dados 
para a Polícia Federal. 
Segundo o Ministério da Justiça, a partir de 2011, 
28 outros estados devem integrar-se gradativamente ao sistema. 
A previsão é que, em nove anos, todos os brasileiros estejam 
cadastrados em uma base de dados unificada na Polícia 
31 Federal. 
Internet: (com adaptações). 
 
 
Com relação ao texto acima apresentado, julgue os itens 
de 1 a 12. 
1. A nova tecnologia de emissão de carteira de 
identidade, criada na Bahia, reduz o risco de fraudes e 
adulterações. 
2. No texto, tanto o termo “todo” (l.1) quanto “todo o” 
(l.5) expressam totalidade. 
3. O texto, que é, predominantemente, descritivo, 
apresenta detalhes do funcionamento do sistema de 
identificação que deve ser implantado em todo o 
Brasil. 
4. Os vocábulos “impressa” (l.8) e “entregue” (l.15) são 
particípios irregulares dos verbos imprimir e entregar, 
respectivamente; tais verbos admitem, também, as 
formas participiais regulares: imprimido e entregado. 
5. A palavra “mas” (l.19), no texto, tem sentido 
semelhante ao expresso pelo conectivo e no seguinte 
período: Assinou o documento, e se esqueceu de levá-
lo. 
6. Depreende-se do texto que a implantação da nova 
carteira de identidade proporcionará mais agilidade 
aos serviços prestados pelos institutos de 
identificação do Brasil. 
7. A supressão da vírgula que sucede a palavra “ordem” 
(l.15) não acarreta prejuízo à correção gramatical do 
período em questão. 
8. Infere-se do texto que o processo de emissão da nova 
carteira de identidade será menos dispendioso para o 
cidadão, visto que as fotos necessárias para o 
documento serão feitas pelo próprio instituto de 
identificação. 
9. O emprego das expressões “vão continuar valendo” 
(l.23) e “está enviando” (l.25), as quais indicam haver 
uma ação em curso, usualmente, deve ser 
considerado vício de linguagem. 
10. Do trecho “Por enquanto, só a Bahia está enviando os 
dados para a Polícia Federal” (l.25-26) infere-se que, 
pelo menos, um outro estado brasileiro também 
adotou o novo sistema de identificação, mas não 
enviou, ainda, as impressões digitais para atualização 
do banco de dados da Polícia Federal. 
11. Na linha 28, o emprego da preposição a na 
combinação “ao” é exigência sintática do verbo 
“integrar”. 
12. Infere-se do texto que o novo sistema de identificação 
representa um avanço para o trabalho da polícia 
brasileira. 
Gabarito: 1.E, 2.C, 3.E, 4.C, 5.C, 6.E, 7.E, 8.E, 9.E, 10.E, 
11.C, 12.C. 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
15 
(2010 – CESPE/UnB – TRE/BA – Analista) 
Texto para os itens de 1 a 12 
1 A pluralidade étnica dos brasileiros impressionava 
vivamente os estrangeiros que, desde 1808, se avolumavam 
como viajantes, naturalistas ou comerciantes no país. Apesar 
4 disso, para além do espanto dos viajantes, são raros os 
registros dessa convivência interétnica do século passado fora da 
clássica relação senhor-escravo. 
7 Em um processo-crime de 1850, ocorrido no 
município fluminense de Rio Claro, encontramos um raro 
flagrante de tal convivência e das tensões do dia a dia dos 
10 brasileiros oitocentistas. 
Antônio Ramos foi processado pelo assassinato do 
negociante Feliciano Lisboa e de sua “caseira” (amásia), Isabel 
13 Leme. Todas as testemunhas que depuseram contra ele no 
processo acreditavam que o motivo do crime fora uma 
vingança pelo fato de Isabel tê-lo chamado de negro após um 
16 jantar na casa das vítimas. 
O que verdadeiramente interessa no caso é que, no 
processo, a indignação de Ramos, apesar de ele ter sido 
19 considerado um homem violento, pareceu compreensível aos 
depoentes. Ainda que ele não tivesse justificado seu ato 
extremo, nenhuma das testemunhas negou-lhe razão por ter 
22 raiva de Isabel, que, afinal, o recebera em casa. É rara, na 
documentação, referência tão explícita à convivência 
interétnica no nível privado bem como às normas de 
25 comportamento e tensões que implicava, consubstanciadas no 
sentido pejorativo que a qualificação negro, dada por Isabel ao 
seu convidado, tinha para os que conviviam com eles, ou seja, 
28 não foi o convite de Lisboa e Isabel para que Ramos jantasse 
em sua casa — um homem livre, ao que tudo indica, 
descendente de africanos — que causou estranheza às 
31 testemunhas, mas o fato de que, nessa situação, a anfitriã o 
tivesse chamado de negro, desqualificando-o, desse modo, 
como hóspede à mesa do casal. 
34 Como regra geral, o que se depreende da leitura desse 
processo bem como da de outros documentos similares é que 
a palavra negro foi utilizada na linguagem coloquial, por quase 
37 todo o século XIX, como uma espécie de sinônimo de escravo 
ou ex-escravo, com variantes que definiam os diversos tipos de 
cativos, como o africano — comumente chamado de preto até 
40 meados do século — ou o cativo nascido no Brasil — 
conhecido como crioulo —, entre outras variações locais ou 
regionais. Apesar disso, 41% da população livre do Império, 
43 recenseada em 1872, era formada por descendentes de 
africanos. 
Hebe M. Mattos de Castro. Laços de família e direitos no final da escravidão. In: 
História da vida privada no Brasil: Império. Coordenador-geral Fernando A. Novais; 
organizador do volume Luiz Felipe de Alencastro. vol. 2. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1997, p. 341-3 (com adaptações). 
Com referência às ideias do texto, julgue os itens de 1 a 5. 
1. Do texto pode-sedepreender que, apesar de quase 
metade da população recenseada, por volta da década 
de 70 do século XIX, ser descendente de africanos, a 
convivência interétnica não restou registrada além das 
relações de poder. 
2. Para exemplificar o pouco numeroso registro de 
convivência interétnica fora da clássica relação entre 
senhor e escravo em meados do século XIX, a autora 
do texto lança mão de um processo-crime ocorrido na 
época, relatando-o, resumidamente, em três 
parágrafos. 
3. No processo-crime de que trata o texto, as 
testemunhas, pelo fato de Antônio ter sido 
desqualificado durante o jantar para o qual foi 
convidado, deram-lhe razão no que diz respeito à 
raiva que ele sentia por Feliciano Lisboa e sua amásia 
Isabel, ambos assassinados por ele. 
4. Do texto, pode-se inferir que as testemunhas não 
estranharam o fato de que a anfitriã tivesse chamado 
Antônio Ramos de “negro”. 
5. Na convivência diária no decorrer do século XIX, a 
linguagem coloquial admitia variantes da palavra 
“negro” para designar os diversos tipos de cativos que 
viviam no Brasil, conforme atestam documentos como 
o processo-crime citado no texto. 
Julgue os itens que se seguem, relativos a aspectos 
gramaticais do texto. 
6. A expressão “Apesar disso” (l.3-4) introduz uma ideia 
que se opõe à expectativa sugerida no período 
anterior. 
7. O segmento “apesar de ele ter sido considerado um 
homem violento” (l.18-19) pode ser corretamente 
substituído pelo seguinte: apesar dele haver sido 
considerado um homem violento. 
8. Nas palavras “referência” e “espécie”, o emprego do 
acento atende à mesma regra de acentuação gráfica. 
9. No trecho “bem como às normas de comportamento 
e tensões” (l.24-25), o emprego do acento indicativo 
de crase justifica-se pela regência da forma verbal 
“implicava” (l.25) e pela presença do artigo definido. 
10. Em “consubstanciadas no sentido pejorativo” (l.25-
26), a palavra “pejorativo” pode ser substituída por 
favorável, sem prejuízo para o sentido do trecho em 
questão. 
11. Por ser explicativa, a expressão “ou seja” (l.27) está 
entre vírgulas. 
12. No trecho “a anfitriã o tivesse chamado de negro, 
desqualificando-o” (l.31-32), a forma pronominal “o” 
tem o mesmo referente nas duas ocorrências. 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
16 
1 Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1904. 
 
 Meu caro Paz, 
 Obrigado pelas tuas palavras e pelo teu abraço. Ainda que de 
4 longe, senti-lhes o afeto antigo, tão necessário nesta minha 
desgraça. Não sei se resistirei muito. Fomos casados durante 
35 anos, uma existência inteira; por isso, se a solidão me abate, 
7 não é a solidão em si mesma, é a falta da minha velha e querida 
mulher. Obrigado. Até breve, segundo me anuncias, e oxalá 
concluas a viagem sem as contrariedades a que aludes. Abraça- 
10 te o velho amigo Machado de Assis. 
Machado de Assis. 
Obra completa. vol. 3. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 1994, p. 1.072 (com adaptações). 
Considerando o texto acima, que apresenta uma 
comunicação particular, julgue os itens de 13 a 18. 
13. A palavra “Obrigado” (l.3 e 8) está flexionada no 
masculino e no singular para concordar, em gênero 
e número, com o signatário da correspondência. 
14. As expressões “Meu caro Paz” (l.2) e “o velho 
amigo” (l.10) correspondem, respectivamente, ao 
vocativo e à epígrafe da comunicação particular em 
questão. 
15. Em “senti-lhes o afeto antigo” (l.4), a forma 
pronominal “lhes” refere-se às expressões “tuas 
palavras” e a “teu abraço” ambas na linha 3. 
16. Na oração “se a solidão me abate” (l.6), a 
substituição do conector “se” por acaso não 
prejudicaria o sentido expresso nessa oração e a 
correção gramatical. 
17. As formas verbais “anuncias” (l.8), “concluas” (l.9) e 
“aludes” (l.9) estão conjugadas na segunda pessoa 
do singular do mesmo tempo e do mesmo modo 
verbal. 
18. Em “oxalá concluas a viagem” (l.8-9), o vocábulo 
“oxalá” pode ser substituído por tomara que, 
mantendo-se, assim, o sentido do trecho em que se 
insere. 
Acerca da redação de correspondências oficiais, julgue o 
item abaixo. 
19. Como vocativo das comunicações oficiais destinadas 
a senadores, juízes, ministros e governadores, 
recomenda-se evitar o título acadêmico de Doutor e 
usar o pronome de tratamento Senhor. Com rela 
 
 
 
Gabarito: 1.E, 2.C, 3.E, 4.E, 5.C, 6.C, 7.E, 8.C, 9.E, 10.E, 
11.C, 12.C, 13.C, 14.E, 15.C, 16.E, 17.E, 18C, 19.C. 
NÍVEIS DE LINGUAGEM - VARIEDADE LINGUÍSTICA 
 
 Mensagem é o que uma pessoa transmite à outra 
na forma de linguagem. 
 A comunicação ocorre quando, ao emitirmos uma 
mensagem, nos fazemos compreender por uma 
pessoa e modificamos seu comportamento. 
 Linguagem é a representação do pensamento por 
meio de sinais que permitem a comunicação e a 
interação entre as pessoas. 
 Código é o conjunto de sinais convencionados 
socialmente para a transmissão de mensagens. 
 Língua é um tipo de código formado por palavras e 
leis combinatórias por meio do qual as pessoas se 
comunicam e interagem entre si. 
 Variedades linguísticas são as variações que uma 
língua apresenta, de acordo com as condições 
sociais, culturais, regionais e históricas em que é 
utilizada. 
 Norma Culta é a língua padrão, a variedade 
linguística de maior prestígio social. 
 Norma Popular são todas as variedades linguísticas 
diferentes da língua padrão. 
 Gíria é quase sempre criada por um grupo social, 
como o dos fãs de rap, de heavy metal, o dos que 
praticam certas lutas, como capoeira, jiu-jítsu, etc. 
Quando ligada a profissões, a gíria é chamada de 
jargão. É o caso do jargão dos jornalistas, dos 
médicos, dos dentistas e de outras profissões. 
 
Graus de formalismo 
São muitos os tipos de registro quanto ao 
formalismo. Conheça alguns deles: 
 Formal: linguagem cuidada, na variedade culta e 
padrão. É o caso da escrita dos bons jornais e 
revistas. 
 Coloquial: aparece no diálogo entre duas pessoas. 
Sem planejamento prévio, caracteriza-se por 
construções gramaticais soltas, repetições 
frequentes, frases curtas, conectivos simples, etc. 
 Informal: é o caso de correspondência entre 
membros de uma família ou amigos íntimos e 
caracteriza-se pelo uso de abreviações, ortografia 
simplificada, construções simples. 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
17 
Existem basicamente duas modalidades de língua: 
1) a língua de modalidade culta, língua culta ou 
língua-padrão, que compreende a língua literária, tem 
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo 
segmento mais culto e influente de uma sociedade. 
Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de 
comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, 
jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a 
de serem aliados da escola, prestando serviço à 
sociedade, colaborando na educação, e não o contrário; 
 
2) a língua de modalidade popular; língua popular 
ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais 
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão. 
Ex.: Estou preocupado. (norma culta) 
 Tô preocupado. (língua popular) 
 Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) 
 
EXERCÍCIOS
 
1. Considerando as diferenças entre língua oral e 
língua escrita, assinale a opção que representa uma 
inadequação da linguagem usada ao contexto: 
a) "o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê 
direito" - um pedestre que assistiu ao acidente 
comenta com o outro que vai passando. 
b) "E ai, ô meu! Como vai essa força?" - um jovem que 
fala para um amigo. 
c) "Só um instante, por favor. Eu gostariade fazer uma 
observação" - alguém comenta em uma reunião de 
trabalho. 
d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-
me ao cargo de Secretária Executiva desta 
conceituada empresa" - alguém que escreve uma 
carta candidatando-se a um emprego. 
e) "Porque se a gente não resolve as coisas como têm 
que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro 
próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros"- 
um professor universitário em um congresso 
internacional. 
 
2. Relacione as colunas, após a leitura dos textos: 
( a ) língua culta 
( b ) língua coloquial 
( c ) regionalismo 
( d ) língua inculta 
( e ) gíria 
( f ) língua técnica 
 
( ) 1. Descobri um mocó para enrustir a grana. 
 
( ) 2. “A âncora cambial, complicada por natureza, 
hospeda uma bomba-relógio: o regime de conversão 
voluntária de preços e salários pela correção diária do 
câmbio, vulgo Unidade de Conta (UC). Que também 
poderia ser Unidade de Câmbio (UC)” . 
(Joelmir Beting. O Estado de S. Paulo 27/11/93) 
 
( ) 3. “- Aquele cabeludo ali, professora, também 
ajuda? 
 - Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. 
Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pelo 
se fazem perucas bacaninhas. E a carne, dizem que é 
gostosa. 
- Mas se serve de montaria, como é que a 
gente vai comer ele?” (Carlos Drummond de Andrade) 
 
( ) 4. “Os casais vão se juntando, nas arribadas. 
Braçada de pau roliço de dedo-de-deus e palma de 
coqueiro, isso chega demais para o rancho da vereda. 
E toca a nascer mais cabocladinha gazeta neste mundão 
abençoado. 
 E tudo tal e qual: carinha chupada, barbinha 
vasqueira, faquinha na cintura. E pitando, e cuspindo 
de esguicho. E guardando dia santo.” (Mário Palmério) 
 
( ) 5. “Concluamos, pois. O estrangeirismo é um 
fenômeno natural, que revela a existência de uma certa 
mentalidade comum. Os povos que dependem 
economicamente e intelectualmente de outros não 
podem deixar de adotar, com os produtos e idéias 
vindas de fora, certas formas de linguagem que lhes 
não são próprias.” (M. Rodrigues Lapa) 
 
( ) 6. Como vamu pará desse tipo? Os cabra anda 
atrás da gente e num acha nada. As usina derruba as 
casa e a gente tomamu a estrada. 
 
( ) 7. “Várias são as fontes de coerência de um 
texto. Uma das principais é a adequação do texto à sua 
macroestrutura.” (Antônio Suarez Abreu) 
 
( ) 8. “Quando um hôme do sertão, 
passando vê uma frô, 
não apanha a fulô com a mão!... 
Apára e, despois, siguindo, 
Leva a frô no pensamento 
E o arôma no coração!” 
(Catulo da Paixão Cearense) 
Gabarito: 1. E, 2. 1(e), 2(f), 3(b), 4(c), 5(a), 6(d), 7(f), 8(c) 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
18 
ORTOGRAFIA OFICIAL (NOVA ORTOGRAFIA) 
 
Ortografia é o sistema correto de representar na escrita 
os fonemas e as formas da língua. Ela trata da 
representação escrita dos sons que formam os 
vocábulos, por meio dos símbolos denominados letras. 
 
Uso do S 
 
1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já 
existe S: 
 pesquisa  pesquisador, pesquisado 
 casa  casinha, casebre, casarão 
 camisa  camisinha, camisola, camisolão 
 análise  analisar, analista, analisando 
 
2. Nos sufixos: 
 -ês, -esa (na indicação de título de nobreza, 
origem, nacionalidade) 
marquês  marquesa; burguês  burguesa; 
camponês  camponesa; milanês  milanesa 
 -ense (indicador de procedência, origem) 
santanense, manuaense, paranaense 
 -isa (indicador feminino de profissão, 
ocupação) 
diaconisa, sacerdotisa, papisa, profetisa 
 -oso, -osa (indicadores de adjetivos, 
formadores de estado pleno, abundância) 
manhoso, carinhoso, horrorosa, suntuosa 
 
3. Após ditongos: 
 Cleusa, causa, náusea, maisena 
 
4. Na conjugação dos verbos pôr (e derivados) e querer: 
 repus, repusera, repusesse, pus, pusera, 
pusesse, quis, quisera, quisesse, quiséssemos 
 
 
 
Uso do Z 
 
1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já 
existe Z : 
 raiz  enraizar 
 baliza  abalizado, balizador, balizado 
 rapaz  rapazola, rapazinho, rapazote 
 
2. Nas terminações –ez, -eza, formadores de 
substantivos abstratos derivados de adjetivos: 
 real  realeza 
 grande  grandeza 
 cru  crueza 
 certo  certeza 
 
3. Nas terminações –izar (formador de verbos) e –
ização (formador de substantivos) 
 canal  canalizar  canalização 
 humano  humanizar  humanização 
 atual  atualizar  atualização 
 global  globalizar  globalização 
 
Uso do X 
 
1. Depois de ditongo: 
 ameixa, baixo, caixa, feixe, paixão 
 
2. Depois da sílaba inicial en-: 
 enxaqueca, enxadrista, enxame, enxuto 
 
Fazem exceção: encher e derivados; enchova; e 
palavras iniciadas com ch que ganharam prefixo em-, 
como enchouriçar (em + chouriço + ar). 
 
3. Depois da sílaba inicial me -: 
 mexerica, mexicano, mexilhão, mexer 
 Exceção: mecha (substantivo) e derivados 
escrevem-se com ch. 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
19 
4. Em palavras de origem africana e indígena: 
 abacaxi, capixaba, macaxeira, morubixaba, 
pixaim, xará, xinxim, xique-xique 
 
5. Palavras aportuguesadas do inglês trocam o sh 
original por x: 
 xampu (de shampoo), xerife (de sheriff) 
Escrevem-se com x: 
almoxarife, bexiga, bruxa, capixaba, caxemira, caxumba, 
coaxar, coxo, elixir, enxada, engraxate, enxurrada, 
esdrúxulo, faxina, lagartixa, laxante, lixa, luxo, maxixe, 
mexer, mexerico, morubixaba, muxoxo, orixá, Oxalá, 
praxe, pixaim, puxar, relaxar, rixa, taxa (impostos, 
tributo), vexame, xale, xampu, xarope, xavante, xaxim, 
xereta, xerife, xícara, xingar. 
 
Escrevem-se com ch : 
apetrecho, archote, bochecha, boliche, crochê, cachaça, 
cachimbo, chá, chamariz, chamego, chafariz, 
cartucheira, charco, cheque, chimarrão, chimpanzé, 
chuchu, chucrute, chumaço, chutar, cacho, cochicho, 
cocho, colcha, colchão, comichão, coqueluche, fachada, 
ficha, flecha, galocha, inchar, macho, machado, 
machucar, mancha, nicho, pachorra, pichar, pechincha, 
piche, rachar, recheio, salsicha, sanduíche, tacha 
(prego), tacheiro, tacho, tocha. 
 
Uso do E e do I 
1. Todos os verbos terminados em –uir, -air, -oer 
escrevem-se com a letra i na segunda e terceira pessoas 
do singular do presente do indicativo. 
 contribuir  contribuis, contribui 
 cair  cais, cai 
 doer  dói 
 influir  influis, influi 
 sair  sais, sai 
 roer  róis, rói 
 
2. Todos os verbos terminados em –ir escrevem-se com 
a letra e na segunda e terceira pessoas do presente do 
indicativo. 
 acudir  acodes, acode 
 fugir  foges, foge 
 decidir  decides, decide 
3. Todos os verbos terminados em –uar ou em –oar 
escrevem-se com a letra e na primeira, segunda e 
terceira pessoas do presente do subjuntivo. 
 perdoar  perdoe, perdoes, perdoe 
 atuar  atue, atues, atue 
 caçoar  caçoe, caçoes, caçoe 
 jejuar  jejue, jejues, jejue 
 
4. Prefixos ante- e anti- 
 ante – (prefixo) significa “antes” (indica 
posição anterior) 
antecâmara, antemão, antepasto, 
anteontem, antebraço 
antediluviano, antever 
 
 anti - (prefixo) significa “contra” (indica 
posição contrária) 
antiacadêmico, antialcoólico, 
anticoncepcional, anticlerical 
antídoto, antiaéreo, anticonjugal, 
antifascista 
 
5. Prefixos em /en e im/in: 
 emporcalhar 
 engraxar 
 empossar 
 entorpecer 
 imputar 
 incomodar 
 impugnar 
 infalível6. Prefixos des e dis: 
 desgarrar discernir 
 desinfetar dispensar 
 desmedido dislexia 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
20 
Escrevem-se com e: 
Abaeté, acareação, acreano, aldeola, alheado, 
antecipar, antedatar, anteprojeto, área (medida de uma 
superfície), barbárie, cadeado, candeeiro, caranguejo, 
cardeal, cereal, cumeada, cumeeira, decreto, deferido, 
deferir, descortino, descrição (exposição), descriminar 
(absolver de crime), despensa (lugar para guardar 
mantimentos), destilação, emergir, emigrar, eminência, 
eminente, empecilho, encabular, enteado, engolir, 
enxada, estropear, falsear, geada, grandessíssimo, 
himeneu, inquerição, lêndea, lenimento, meada, 
memoridade, mestiço, mexerica, murmúreo, níveo, 
óleo, parêntese, passeata, peão, petróleo, quase, 
quepe, recheado, reencanar, revalidar, róseo, senão, 
sequer, seringa, subentender, terráqueo, vadear, 
violáceo, vítreo. 
 
Escrevem-se com i: 
aborígine, adiantar, adiante, adivinho, amiúde, 
anticristo, ária (cantiga), azuis, camoniano, casimira, 
corrimão, crânio, crioulo, dentifrício, diante, diferido, 
discente (que aprende), discrição (que é discreto), 
disparate, dispêndio, dispensa (licença), imbuia, 
imigração, iminente, invés (contrário), miúdo, pardieiro, 
pátio, pião, privilegiado, privilegiar, recriação, (ato de 
recriar), réstia, siar, vadiar, vadiação 
 
Uso do O e do U 
 
 Às vezes se confundem usos do u e do o na 
grafia de algumas palavras. Compare as listas abaixo: 
com O com U 
Abolir acudir 
Boteco bueiro 
botequim burburinho 
comprido cumprido (de cumprir) 
comprimento (extensão) cumprimento (saudação) 
Cortiça cúpula 
Cobrir curtume 
Engolir embutir 
explodir entupir 
Focinho escapulir 
Goela jabuti 
lombriga jabuticaba 
mágoa lóbulo 
mochila mucama 
moleque pirulito 
Névoa rebuliço 
Nódoa suar (transpirar) 
Poleiro supetão 
Polenta tábua 
sortir (abastecer) tabuleiro 
Sotaque tabuleta 
Zoeira trégua 
 
 
Uso de C, Ç, S, SS, SC, XC 
1. Nos vocábulos de origem árabe, tupi e africana, 
usam-se c e ç : 
 açaí, araçá, araçoia, caiçara, caçula, cacimba, 
canguçu, criciúma, Ceci. 
 Iguaçu, Juçara, miçanga, Moçoró, muçum, 
muçurana, paçoca, Paraguaçu, Turiaçu 
2. Depois de ditongos, grafam-se c e ç : 
 beiço, caução, coice, feição, foice, louça, 
refeição, traição 
 
3. Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos 
terminados em –nder e –ndir usa-se s: 
 pretender  pretensão 
 pender  pensão, pênsil 
 tender  tensão, tenso 
 ascender  ascensão, ascensor 
 expandir  expansão, expansivo 
 fundir  fusão 
 difundir  difusão 
 confundir  confusão, confuso 
 suspender  suspensão, suspensório 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
21 
4. Nos substantivos derivados de verbos terminados em 
–der, -dir, -tir e –mir usa-se s (depois de n ou r) ou ss : 
 aceder  acesso 
 regredir  regressão, regresso 
 repercutir  repercussão 
 descomprimir  descompressão 
 ascender  ascensão 
 interceder  intercessão 
 agredir  agressão 
 admitir  admissão 
 reprimir  repressão 
 compreender  compreensão 
 
5. Por razões etimológicas usa-se entre vogais sc e xc: 
 apascentar, ascender (subir), convalescer, 
crescer, descente (que desce), discernir, efervescente, 
enrubescer, fascínio, florescer, incandescer, intumescer, 
lascivo, miscelânea, nascer, néscio, obsceno, oscilar, 
piscina, prescindir, recrudescer, rescindir, suscitar, 
tumescer, vísceras, excelência, excêntrico, exceto, 
excesso, exceder 
 
OBSERVE AS SEGUINTES GRAFIAS 
Escrevem-se com s : 
aliás, alisar, análise, após, asa, atrás, atraso, através, 
aviso, bisar, brasa, casulo, catalisar, cisão, colisão, cós, 
crase, crise, despesa, detrás, deusa, diálise, empresa, 
fase, fusão, gás, gasolina, gasômetro, groselha, 
hesitante, hidrólise, ileso, inclusive, infusão, invés, jus, 
lapiseira, lisonjeiro, lisura, mariposa, marselhês, mês, 
mosaico, nasal, obséquio, obus, paisagem, pêsames, 
rasura, revés, síntese, sinusite, surpresa, tosar, três, uso, 
usina, visar. 
 
Escrevem-se com z : 
abalizar, aduzir, ajuizar, alcaçuz, alcoolizar, algoz, 
amizade, anarquizar, apaziguar, aprazível, aprendiz, 
arborizar, arroz, assaz, atriz, atroz, audaz, azar, azia, 
baliza, bazar, bizarro, buzina, cafuzo, capaz, capuz, 
capuz, carbonizar, cartaz, chafariz, coriza, cruz, cuscuz, 
delicadeza, deslize, desprezo, eficaz, enfezado, esvaziar, 
falaz, feroz, fertilizar, fugaz, gaze, giz, gentileza, 
horizonte, impureza, jaez, jazigo, lambuzar, lazer, 
lhaneza, luz, magazine, meretriz, morbidez, nariz, 
nudez, obstetriz, ozônio, palidez, perspicaz, petiz, 
pobreza, prazer, prazo, profetizar, rapaz, rezar, rodízio, 
sagaz, sazonal, talvez, tenaz, tez, trapézio, trezentos, 
vazio, veloz, verniz, voraz, xadrez 
 
Uso do G 
1. Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, 
-úgio. 
 adágio, colégio, litígio, relógio, refúgio 
 
2. Nas palavras terminadas em –gem. 
 ferrugem, selvagem, massagem, mixagem 
 
3. Nas palavras derivadas de outras, já grafadas com g. 
 tingir  tingido  tingimento 
 fingir  fingido  fingimento 
 
Escrevem-se com g : 
abordagem, algibeira, algemar, angélico, aterragem, 
auge, cingir, constrangir, doge, estrangeiro, falange, 
ferrugem, gengibre, gengiva, gergelim, geringonça, giba, 
gibi, gíria, herege, impingem, logístico, margear, 
megera, monge, mugido, ogiva, pungente, rabugento, 
regurgitar, tangerina, tigela, vagem, vertigem, viagem 
(subst.) 
 
Uso do J 
1. Nas palavras de origem tupi (indígena) e africana: 
 biju (variante de beiju), canjarana, canjica, 
jabuticaba, jacaré, jenipapo, jerimum, jiboia, jirau, pajé. 
(Exceção: Sergipe.) 
 
2. Nos verbos terminados em –jar ou –jear: 
 arranjar, despejar, sujar, viajar, ultrajar, 
granjear, gorjear, lisonjear 
 
3. Nas palavras derivadas de outras já grafadas com j: 
 granja  granjeiro 
 lisonja  lisonjeiro 
 laje  lajeado 
 majestade  majestoso 
Escrevem-se com j : 
ajeitar, alforje, berinjela, cafajeste, canjerê, canjica, 
cerejeira, desajeitar, enjeitar, gorjear, gorjeta, granjear, 
hoje, intrujice, jeca, jeito, jejum, jenipapo, jérsei, jiboia, 
jiló, jiu-jítsu, laje, laranjeira, lisonjeiro, majestade, 
majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pajé, 
pajem, pegajoso, sarjeta, sabujice, traje, trejeito, 
ultraje, varejo, varejista, viaje, viagem (do verbo viajar) 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
22 
RESUMO DOS PRINCIPAIS CASOS ORTOGRÁFICOS 
 
 
Escreve-se com S 
 
01) as palavras derivadas de verbos terminados em -
nder e –ndir: pretender = pretensão, ascender = 
ascensão. 
 
02) as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção 
de gozo: gostosa, glamorosa, raivoso. 
 
03) as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, 
com exceção de gaze e deslize: fase, crase, tese, 
osmose. 
 
04) palavras femininas terminadas em –isa: poetisa, 
Marisa. 
 
05) As formas dos verbos pôr, querer e usar:• pus, quis, 
usei. 
 
Escreve-se com Ç ou S? 
Após ditongo, escreve-se com -ç-, quando houver som 
de /cê/, e escreve-se com -s-, quando houver som de 
/zê/. 
• eleição • traição 
 • Neusa • coisa 
 
Escreve-se com S ou Z? 
01 a) com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que 
indicarem nacionalidades, títulos ou feminino. 
• português • norueguesa 
• marquês • duquesa 
 
b) com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, 
substantivos abstratos que provêm de adjetivos. 
• embriaguez • limpeza • lucidez • nobreza 
 
02) a) Escreve-se com -s- os verbos terminadosem -isar, 
quando a palavra primitiva já possuir o –IS + 
VOGAL-. 
• análise = analisar 
• pesquisa = pesquisar 
• paralisia = paralisar 
 
b) Escreve-se com -z- os verbos terminados em -izar, 
quando a palavra primitiva não possuir -s- nem –IS + 
VOGAL-. 
• economia = economizar • terror = aterrorizar 
• catequese = catequizar • síntese = sintetizar 
 
03) a) Escreve-se com -s- os diminutivos terminados em 
-sinho e -sito, se a palavra primitiva já possuir -s- no 
final. 
• casinha 
• asinha 
• portuguesinho 
• camponesinha 
 
b) Escreve-se com -z- os diminutivos terminados em -
zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- 
no final. 
• mulherzinha 
• arvorezinha 
• alemãozinho 
• aviãozinho 
 
Verbos terminados em UIR e OER 
Terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do 
Indicativo escritas com -i-: 
tu possuis, ele possui, tu constróis, ele constrói 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Assinale a alternativa em que todas as palavras 
estão grafadas corretamente. 
a) palidez - francezes - pretencioso 
b) fuzível - beleza - rigoroso 
c) holandezes - fuzarca - pesquisa 
d) quisesse - rapides - talentoso 
e) catequizar - burguês – análise 
 
2. (ES ou EZ – ESA ou EZA) 
acid___, marqu_____, arid___, campon___, cort___, 
estupid___, lucid___, mesquinh___, montanh___, 
milan___, nud___, palid___, pequen___ (pequeno), 
pequin___ (cão). 
 
3. (S ou Z) 
agili___ar, ali___ar, ameni___ar, bati___ar, canali___ar, 
carboni___ar, catali___ar, catequi___ar, capitali___ar, 
coti___ar, desli___ar, fiscali___ar, fri___ar, 
humani___ar, parali___ar. 
 
 
Gabarito 
Ortografia: 1.e, 2. acidEZ, marquÊS, aridEZ, camponÊS, 
cortÊS, estupidEZ,lucidEZ, mesquinhEZ, montanhÊS, 
milanÊS, nudEZ, palidEZ, pequenEZ(pequeno), 
pequinÊS(cão). 
3. agiliZar, aliSar, ameniZar, batiZar, canaliZar, 
carboniZar, cataliSar, catequiZar, capitaliZar, cotiZar, 
desliZar, fiscaliZar, friSar, humaniZar, paraliSar. 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
23 
ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS 
 
PORQUE /PORQUÊ/POR QUE/POR QUÊ 
 
PORQUE 
 É usado introduzindo: 
 - Explicação. 
 Ex.: Não reclames, porque é pior. 
 - Causa. 
 Ex.: Faltou à aula porque estava doente. 
 
PORQUÊ: É usado como substantivo; é sinônimo 
de motivo, razão. 
 Ex.: Não sei o porquê disso. 
 
POR QUE (separado e sem acento) 
 É usado: 
 
 Como um equivalente a pelo qual / pela qual / 
pelos quais / pelas quais. 
Ignoro o motivo por que ele se demitiu. 
(pelo qual). 
Eis as causas por que não venceremos. 
(pelas quais). 
Estranhei a forma por que o estudante reagiu. 
(pela qual). 
 
 em interrogações diretas, onde o que equivale a 
qual motivo. 
Por que regressamos? 
(Por qual motivo regressamos ?) 
Por que não vieram os computadores ? 
(Por qual motivo não vieram ?) 
 
 em interrogações indiretas, onde o que equivale a 
qual razão ou qual motivo. 
Perguntei-lhe por que faltara à aula. 
(por qual motivo). 
Não sabemos por que ele faleceu. (por qual razão). 
 Como um equivalente a motivo pelo qual ou razão 
pela qual. 
Não há por que chorar. (motivo pelo qual). 
 
Viajamos sem roteiro: eis por que nos atrasamos. 
(a razão pela qual). 
 
 
 
POR QUÊ: É usado ao final da frase interrogativa 
ou quando estiver sozinho. 
 Ex.: Você fez isso, por quê? 
 Por quê? 
 
 
ONDE E AONDE 
 A tendência no português atual é considerar a 
seguinte distinção: aonde indica a ideia de 
movimento ou aproximação (com verbos que 
exigem a preposição “A”), opondo-se a donde que 
exprime afastamento (com verbos eu exigem a 
preposição “DE”). Costuma referir-se a verbos de 
movimento. 
 Aonde você vai? 
 Aonde querem chegar com essas atitudes? 
 Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos? 
 Não sei aonde ir. 
 Donde você veio? 
 
 Onde indica o lugar em que se está ou em que se 
passa algum fato. Normalmente refere-se a verbos 
que exprimem estado ou permanência, ou seja, 
verbos que exigem a preposição “EM”. 
 Onde você está? 
 Onde você vai ficar nas próximas férias? 
 Não sei onde começar a procurar. 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
24 
 
MAIS e MAS 
 Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo a 
porém, contudo, entretanto. 
 Não conseguiu, mas tentou. 
 
 Mais é pronome ou advérbio de intensidade, 
opondo-se normalmente a menos. 
 Ele foi quem mais tentou, ainda assim não 
conseguiu. 
 É um dos países mais miseráveis do planeta. 
 
 
NA MEDIDA EM QUE E À MEDIDA QUE 
 
Na medida em que exprime relação de causa e equivale 
a “porque”, “já que”, “uma vez que”. 
Na medida em que os projetos foram abandonados, 
a população carente ficou entregue à própria sorte. 
 
 
À medida que indica proporção, desenvolvimento 
simultâneo e gradual. Equivale a “à proporção que”. 
 A ansiedade aumentava à medida que o prazo ia 
chegando ao fim. 
 
MAL E MAU 
 
Mal pode ser advérbio ou substantivo. Como advérbio 
significa “irregularmente”, “erradamente”, “de 
forma inconveniente ou desagradável”. Opõe-se a 
bem. 
 Era previsível que ele se comportaria mal. Era 
evidente que ele estava mal-intencionado porque 
suas opiniões haviam repercutido mal na reunião 
anterior. 
 Como substantivo, mal pode significar “doença”, 
“moléstia”, em alguns casos significa “aquilo que é 
prejudicial ou nocivo”. 
 A febre amarela é um mal que atormenta as 
populações pobres. 
 O mal é que não se toma nenhuma atitude 
definitiva. 
 O substantivo mal também pode designar um 
conceito moral, ligado à ideia de maldade, nesse 
sentido a palavra também opõe-se a bem. 
 Há uma frase de que a visão da realidade nos faz 
muitas vezes duvidar: “O mal não compensa” 
 
Mau é adjetivo. Significa “ruim”, “de má índole”, “de 
má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a forma 
feminina má. 
 Não é mau sujeito. 
 Trata-se de um mau administrador. 
 Tem um coração mau. 
 
 
A PAR e AO PAR 
 A par tem o sentido de “bem-informado”, “ciente”. 
 Mantenha-me a par de tudo o que acontecer. 
 É importante manter-se a par das decisões 
parlamentares. 
 
 Ao par é uma expressão usada para indicar relação 
de equivalência ou igualdade entre valores 
financeiros (geralmente em operações cambiais): 
 As moedas fortes mantém o câmbio praticamente 
ao par. 
 
 
AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A 
 Ao encontro de indica “ser favorável a”, aproximar-
se de”. 
 Ainda bem que sua posição vai ao encontro da 
minha. 
 Quando a viu foi ao seu encontro e abraçou-a. 
 
De encontro a indica oposição, choque, colisão. 
Veja. 
 Suas opiniões sempre vieram de encontro às 
minhas, pertencemos a mundos diferentes. 
 O caminhão foi de encontro ao muro, derrubando-
o. 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MARANHÃO - PM-MA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
25 
 
A E HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO 
 O verbo haver é usado em expressões que indicam 
tempo já transcorrido: 
 Tais fatos aconteceram há dez anos. 
 
 Nesse sentido, equivale ao verbo fazer: 
 Tudo aconteceu faz dez anos. 
 
 A preposição a surge em expressões em que a 
substituição pelo verbo fazer é impossível: 
 O lançamento do satélite ocorrerá daqui a duas 
semanas. 
 Eles partirão daqui a duas horas. 
 
 
ACERCA DE E HÁ CERCA DE 
 Acerca de significa “sobre”, “a respeito de”: 
 Haverá uma palestra acerca das consequências 
das queimadas. 
 
 Há cerca de indica um período aproximado de 
tempo já transcorrido ou equivale ao verbo existir + 
aproximadamente: 
 Os primeiros colonizadores surgiram há cerca 
de quinhentos anos.

Outros materiais