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ADAPTAÇÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
MONTEIRO, Ilsamara da silva
1065418
MEDEIROS, Kaciebe
RESUMO
O presente trabalho aborda a temática do processo de adaptação escolar e socialização das crianças na educação infantil. Traçamos um histórico sucinto da trajetória da finalidade inicial até os dias de hoje da escola de educação infantil. Destacando a história creche no Brasil, como conquista social, mostrando o cunho assistencialista inicial que das crianças de zero a seis ano até chegar como direito infantil, e dever do estado, integrando a escola ao ensino básico,segundo a constituição de 88 e sendo parte do processo educativo como é reconhecido pela LDB. A pesquisa busca ainda entender este momento como um processo que envolve uma rede de relações que implica a escola, seus professores e os pais das crianças, fazendo-se necessário que analisemos a importância de cada um e o papel que esses ocupam diante esse processo de adaptação. Pra tanto buscou-se na leitura científica e tomando como bases os resultados dos trabalhos de pesquisadores de renomado e notório saber, tais como SKAMER, DROUET, ARANHA, FREIRE, RIZZO E SOUZA, buscando ainda referencias na CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, na LDB e no RCNEI. Concluiu-se que é preciso existir uma parceria entre pais, professores e crianças no período de adaptação, com a finalidade de beneficiar a crianças, tranquilizar os pais e auxiliar o professor no seu cotidiano com o aluno.
Palavras- chaves: Escola. Professor. Família. Adaptação escolar
INTRODUÇÃO
Desde a Revolução Industrial, a mulher vem lutando por um espaço adequado para deixar seus filhos. A creche surgiu para cuidar das crianças pequenas na ausência dos responsáveis é um assunto de muita relevância pois estão envolvidos processos emocionais, sociais e educacionais da criança que ainda estão em formação. O ingresso da criança na escola nem sempre acontece tranquilamente, o período chamado adaptação escolar é pouco explorado na literatura da educação infantil e muitas vezes algumas instituições escolares, bem como alguns pais, não dão a devida importância a este período de transição na vida desta criança não a preparando para a nova rotina que lhe espera. 
Muitos autores falam sobre o processo de adaptação e como esse processo é doloroso para pais quanto para a criança e a professora. As estratégias de adaptações, de acordo com a leitura pesquisada, sofrem poucas variações, se estruturando mais ou menos da mesma maneira.
Geralmente esse momento acontece na entrada para a creche é de grande importância que ela seja inserida no novo mundo, a educação infantil é o início de todo o processo de ensino-aprendizagem, através de atividades simples e brincadeiras, proporcionando assim novos desafios para que possam adquirir novos conhecimentos para serem acrescentados em suas vidas. Na escola a criança amplia suas relações sociais, realiza atividades de estimulo para desenvolver coordenação motora, noção de espaço, linguagem, desenvolve autonomia, cooperação e habilidades que são exploradas nessa modalidade de ensino.
Esse período de adaptação é muito delicado para a criança, uma situação complicada e conflituosa para os pais que estão deixando seus filhos no ambiente escolar, estão confiando parte da educação que a criança receberá aos professores, que deverão recebê-las com toda atenção, disposição e comprometimento em realizar uma prática pedagógica enriquecedora, compreender o momento de transição que a crianças está passando e transformar suas angústias em aprendizagem significativas, disponibilizar um ambiente acolhedor, proporcionar situações lúdicas de interação e boas relações gerando um crescimento social para a criança. Dentro desse cenário de adaptação escolar qual é o papel que o professor deverá exercer e como a família poderá auxiliar tanto seus filhos quanto o professor nesta fase tão significativa, tormento agradável superando possíveis pontos negativos que venha ter ou até mesmo um trauma.
Esta pesquisa decorre de questões levantadas em sala de aula, sendo que muito colegas do curso de pedagogia atuam na área de educação infantil. A adaptação escolar é algo indissociável de nossa realidade laboral. Ainda buscamos entender o momento como um processo que envolve uma rede de relação que implica a escola, seus professores e os pais das crianças. Desta forma, a pesquisa bibliográfica vis demonstrar o importante elo que deve ter entre escola, família e criança a fim de que o período de adaptação decorra com tranquilidade seja um sucesso para todos os envolvidos.
2. ADAPTAÇÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 HISTÓRICO DA FINALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL
	Durante o século XVIII, coma revolução industrial, surgiu a necessidade das mulheres se ausentarem dos serviços domésticos para trabalharem nas fábricas e precisavam de um abrigo para deixar seus filhos, este lugar se denominava creches.
 No Brasil a necessidade surgiu por volta da década de 40, onde ocorreu um crescimento da indústria nacional. Este atendimento era de zero e se estendia até sete anos de idade, em creches e pré-escolas, ao longo da história perceberam-se diferentes concepções em relação às finalidades das mesmas.
 Em 1922 organizou-se o 1º congresso brasileiro de Proteção a infância, onde ficaram estabelecidas as seguintes finalidades: combater a pobreza e mortalidade infantil, atender os filhos das trabalhadoras; porém com uma pratica de reforçava que o lugar da mulher em casa com os filhos; promover a ideologia de família. Ao mesmo tempo pelas condições financeiras as mulheres eram obrigadas a deixas o lar para trabalharem fora e ajudar na manutenção da família, eram também culpadas pela sociedade pela degradação familiar e pela mortalidade infantil. 
Então podemos observar que primeiramente e por muitos anos as creches tinham características apenas assistencialista e de forma compensatória para sanar falhas e carências a população de baixa renda, com programas para combater a pobreza.Durante as décadas seguintes SOUZA nos afirma que:
 A finalidade das escolas maternais era de receber os filhos das operárias, num ambiente como o lar. Os jardins-de-infância seriam formados em caráter experimental, com conteúdos e programas voltados ao desenvolvimento individual e social ( 2004,p.30).
 Nas décadas de 60 e 70 começou-se a pensar em proporcionar as crianças atendimento para o desenvolvimento físico, motor, intelectual e moral através de atividades de recreação. Durante a década de 70 foi o período de elaboração de documentos referente à educação pré- escolar, como a lei 5692/71 e pareceres, nesta época a pré-escola tivera uma finalidade preparatória para a 1º série do primeiro grau, atualmente 1º ano do ensino fundamental I, a fim de prevenir reprovações e a evasão escolar.
 Durante a década dos anos 80 muitas instituições assistencialistas foram criadas com o objetivo de proteger a maternidade e a infância, essas instituições foram responsáveis pela influência que exerciam em mudaram a finalidade das creches de abrigo/proteção em creches e educação preparatória para a alfabetização em pré-escola em INTEGRAÇÂO, CUIDADO/ EDUCAÇÂO INFANTIL, o desenvolvimento integral das crianças passou a ser a grande preocupação desta época.
Baseando-se na linha piagetiana, surgiu um interesse sobre o desenvolvimento integral do educando, provocando muitas discussões sobre o assunto em pauta antes e depois da constituinte. Sendo assim a constituição de 88 (art. 208, inciso IV) nos esclarece que o “atendimento gratuito em creches e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade”. Assim a educação infantil passou a ser firmada como uma necessidade e um direito adquirido.
Pronto! A Educação Infantil teve seu reconhecimento na constituição brasileira, porém não bastava era preciso alicerça - lá ainda mais, como direito adquirido da criança brasileira à creche, como instituição escolar, restando definir, com clareza seu papel social, a direção educacional, metodológica de ação pedagógicae até mesmo como seria o processo de adaptação escolar das crianças na instituição.
	É um grande desafio enfrentado pelos profissionais que atuarem, tanto em termos de definição de objetivos e função social em relação às crianças pequenas, estratégias de trabalho, estratégias de trabalho, condições de trabalho, interação criança - professor, criança - criança, período de adaptações a crianças frente a nova realidade (creche) enfim toda uma nova gama de ressignificações necessárias e urgentes.
	E com isso criou-se a LBD 9394/96 que nos ampara e nos esclarece questões pertinentes sobe o assunto. Segundo a LDB (Art. 11, inciso V) fica estabelecido que “será de incumbência dos municípios a oferta de Educação Infantil em creches e pré-escola”.
	Sendo assim a educação infantil passou a integrar o campo da educação nacional como nos remete a composição dos níveis escolares na LDB:
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (Art. 29, 2013).
	Algumas subdivisões foram feitas dentro da educação infantil como nos mostra a LDB ( Art. 30, 2013) ficando assim definida que “ a Educação Infantil será oferecida em: creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e pré – escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade” .
	As instituições foram vistas como um espaço educacional, tendo um método de avaliação peculiar, a LDB (Art. 31, inciso I e V) nos esclarece que “a avaliação será mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de promoção, mesmo para o ensino fundamental; expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança”.
	Com isso a creche tem papel fundamental na aprendizagem do aluno, buscando sempre conhecimentos significativos para os mesmos. De acordo com que RIZZO nos diz a inclusão da creche como instituição irá refletir na qualidade de atendimento e atividades adequadas para a idade das crianças.
A vantagem da inclusão da creche dentro do sistema educacional foi a de, legalmente, tornar obrigatório às instituições que ofereçam atendimento a crianças de 0a 3 anos de idade. O objetivo educacional, que antes parecia facultativo, bastando a essas referidas instituições oferecer abrigo, comida e alguma distração. (2000, p 42).
Acredita-se na municipalização da Educação Infantil pelo fato de o município ter mais possibilidade de intervenção local e acompanhamento no cotidiano das instituições desenvolvendo, prevenindo e cuidando da saúde e educação das crianças. Segundo DROUET (1997, pág. 238) nos alerta que “ se cada município cuidar bem da educação e da saúde de suas crianças até a idade escola, já está prestando um grande serviço para o futuro educacional de seus cidadãos.
	 Atualmente as escolas desenvolvem dois papéis fundamentais o de Educar e Cuidar, baseado no RCNEI, que nos define cada qual o seu papel na educação infantil:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude de aceitação, respeito e confiança e o acesso , pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.[...] Contemplar o cuidado na esfera da instituição da educação infantil significa compreendê-lo como parte integrante da educação [...] Ou seja, cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda a integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas. (1998, p 23, p 24).
Agora as Instituições de Educação Infantil passam a ser respeitadas, como um espaço onde as funções de EDUCAR e CUIDAR se entrelaçam sendo uma indissociável da outra priorizando o desenvolvimento integral das crianças e socialização da mesma frente à sociedade.
2.2. PAPEL DO PROFESSOR NA ADAPTAÇÃO ESCOLAR
Podemos entender que o trabalho com crianças pequenas exige que o educador seja hábil para desenvolver conteúdos de naturezas diversas que abrange desde os cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. E a adaptação escolar é parte importante disto, ao longo da história o processo de adaptação foi muitas vezes encarado pelos profissionais sendo um período de tempo e espaço determinado pela própria escola.
Através de estudos anteriores, a adaptação é um processo continuo de mudanças, crescimento e amadurecimento. Marcado por encontros e desencontros é o momento em que a crianças e seus pais passam a criar relação efetivas com um novo grupo que encontra na sociedade: o início da vida escolar da criança. Sendo assim SKAMER (1992, p 129) nos pontua que as “creches e pré-escolas não são depósitos, onde se dá proteção, alimentação e assistência, são espaços de socialização e educação infantil”. 
	Os professores devem ter a consciência que primeiramente devemos adaptar os pais ao novo meio social, permeando confiança a eles, se comprometendo em cuidar bem do filho deles tendo responsabilidade no acordo assegurado nas entrelinhas da situação. A escola deverá preparar um ambiente acolhedor para transmitir confiança a família, como nos aconselha SOUZA:
É muito importante o educador inspirar confiança para que os responsáveis possam depositar confiança, estabelecendo um diálogo franco e aberto em caso de dúvida. Querendo entender como a família pode intervir na adaptação e socialização da criança( 2004 p 41).
A escola deverá ter um plano de adaptação, para auxiliar a família nesta fase de insegurança que é predominante neste período, ainda mais quando é a primeira vez que pais e filhos passam por essa realidade, pois iniciar a vida escolar significa separar-se, se a adaptação não for bem planejada pode acarretar muitos traumas à escola representa um mundo novo, desconhecido e diferente. SOUZA ( 2004, p 68) nos adverte que cada escola deverá construir um plano de adaptação, assim como outras instituições escolares de ensinos tem o plano integrado e nos alerta que “ este Plano de Adaptação não pode ser imposto por alguém de fora da escola, mas organizado pelos próprios educadores de cada estabelecimento, tendo como base às experiências prévias.
	No período de adaptação a atenção dos professores deverá estar voltada para a criança de modo especial, devendo ser muito bem planejado para que essas possam ser bem acolhidas. De preferência em pequenos grupos pra melhor atende-las de maneira individualizada. O professor é o principal mediador neste contexto. Cada criança vivência a adaptação de maneira única, sendo que algumas demoram mais tempo pra se sentirem acolhidas e seguras que outras.
É fundamental respeitar a individualidade de cada criança e ficar atenta aos sinais que a criança demonstra neste período para conseguir seguir desenvolvendo suas práticas pedagógicas incluindo as necessidades demonstradas pelas crianças. 
Nos primeiros anos de vida são muito significativos em relação a adquirir conhecimento como DROUET nos assegura que nesta idade o desenvolvimento integral é de grande importância:
Os seis primeiros anos de vida são extraordinariamente importantes e mesmo fundamentais para o bom desenvolvimento geral do indivíduo. Tanto no aspecto físico, como no mental, no social e no emocional, a criança sofre modificações muito grandes nesse curto espaço de tempo. (1995, p 92).
Para o Plano de Ação podemos contribuir com algumas sugestões para sua elaboração do mesmo, por exemplo: Os responsáveis, juntamente com a criança, irem visitar a escola antes das aulas começarem para irem se familiarizando com o ambiente escolar; a entrevista deverá ser uma conversa informal onde os pais possam colocar seus receios, expectativas e dúvidas para a vida escolar de seu filho, a professora deverá teresta conversa com o objetivo de explicar aos pais como é o a rotina ( regras) da escola, que são diferente dos costumes da criança no ambiente familiar, expor a sua metodologia e trabalho, enfim, este primeiro encontro é para o professor conheça um pouco mais da família antes do ingresso da criança na escola e estabelecer laços de confiança; e saber mais sobre a criança para que durante o período de adaptação consiga lhe transmitir segurança e proteção.
Para a adaptação escolar aconteça com maior naturalidade, sem traumas e sofrimentos, a professora deve se manter tranqüila para transmitir segurança para o aluno, deverá sabre nomes de familiares os quais tem convívio diário, animais de estimação, onde s pais trabalham se a criança é chamada pelo nome ou se tem apelido, brincadeiras que mais gosta, comidas tenham preferências, se possui alergia a alguma coisa, como insetos ou alimentos, etc.. Para que tenha argumentos que faça criança se sentir segura e não chorar.
 O professor deverá planejar a melhor maneira de organizar o ambiente escolar nestes primeiros dias, levando em consideração os gostos e preferências sondadas durante as entrevistas, de forma a repensar a sua rotina em função da chegada dos alunos e oferecer-lhes atividades atrativas. Salas de aulas organizadas com materiais para pinturas, desenhos e colagens, modelagens, livros de historinhas infantis, brinquedos diversos e muitas músicas (cantigas) são boas estratégias para conquistar os alunos. 
2.3 PAPEL DA FAMÍLIA NA ADAPTAÇÃO ESCOLAR
Para a criança é difícil o fato que deverá se separa de seus pais ainda que apenas por algumas horas, para passar a frequentar um ambiente novo, desconhecido com pessoas diferentes do seu convívio familiar onde se sentia confortável e segura.
Tudo isso acaba por provocar ansiedade porque a criança não sabe o que irá encontrar esse novo ambiente ou como o dia irá se desenrolar, ocasionando medos e inseguranças, isso porque muitas vezes pensará que seus pais irão deixá-la na escola e nunca mais voltaram para buscá-la. A forma pela quais muitas crianças expressam seus medos e angústias são pelo choro. Nesse momento a ajuda dos pais é fundamental para que a adaptação de desenvolva com tranquilidade, é importante que ao ver o choro do filho os pais não o levem para casa de volta, pois agindo assim dessa maneira irá prolongar ainda mais o processo de adaptação, outro aspecto a se considerar de estrema importância é vir buscá-lo no horário combinado. Existem muitos casos de pais que esqueceram o filho na escola e que este fato causou traumas irreparáveis na vida escolar da criança. Para ajudar esclarecer SOUZA (2004, p 55) nos afirma que “a criança precisa perceber que a pessoa que a leva para creche deseje que ela realmente fique e que ela estará bem”.
	Então fica claro que devemos evitar que familiares (avós, irmãos, tios, etc...) que não estejam preparados pra esse processo de separação acompanhe as crianças até a escola, até mesmo os bebês percebem a ansiedades dos pais quando se aproximam da creche, pois as batidas cardíacas ficam mais fortes, a respiração fica mais ofegante, seguram a mão da criança cada vez mais firme no intuito inconsciente de demonstrar sua ansiedade. Estes familiares inseguros precisam ser orientados quanto a sua demasiada proteção, de não permitir que a criança freqüente a escola irá prejudicar a identidade pessoal dela. SOUZA nos explica que é de grande importância que a família entenda isso:
Uma criança ansiosa tende a ser “resmungona” e implicante com os outros, hostil, ante-social ou busca uma atenção exagerada. Já uma criança segurança, feliz, é cooperativa, eficiente e menos exigente. Se a criança chegar ao ensino fundamental ansiosa, tende a manter-se afastada da professora e mostrar-se desatenta, apresentando dificuldades no processo ensino-aprendizagem, pois os traços de sua personalidade característicos vão acompanhá-lo até a fase adulta, onde poderá viver sem amor ou ajuda dos outros.(2004,p 54).
	É importante que a presença do responsável seja permanente, nos primeiros dias, para que a criança possa enfrentar o ambiente desconhecido junto de alguém que faça se sentir segura. Quando estive estabelecido um vínculo afetivo como professor e com os coleguinhas, estará segura para enfrentar bem a separação, sendo capaz de despedir-se sozinha transmitindo ao responsável segurança e desapego. Objetos de transição também são fundamentais nessa etapa para que a criança substitua a sensação angustiante pelo bem-estar psíquico, com o tempo e a confiança estabelecida entre professor e aluno espontaneamente, de forma gradual, a crianças irá de desprendendo do objeto.
3. METODOLOGIA
O presente relatório está organizado na seguinte forma, primeiramente um breve Histórico da Finalidade da Educação Infantil onde, pontos importantes da história sobre as creches e suas concepções são esclarecidos, a opção por este capítulo se deu por entendermos a necessidade de compreensão sobre a finalidade que as mesmas desenvolviam e compararmos a evolução que elas tiveram no decorrer do tempo descrito. Souza nos esclarece que:
O atendimento às crianças, antes dos sete anos, em creche e pré-escolas, tanto em nível nacional como mundial, ao longo da história, apresenta concepções diferentes em relação às finalidades. Por muitos anos teve características assistencialistas e de forma compensatória para sanar a falhas e carências a população de baixa renda, com programas para combater a pobreza (ligados à sobrevivência da criança) (2004, p.29).
O segundo capítulo tem como objetivo apontar o papel do educador frente à adaptação escolar na educação infantil, a função que o mesmo exerce e como poderá ajudar as famílias nesse período importantíssimo da vida escolar do aluno. Freire nos adverte como o professor deverá se posicionar frente às diversidades e curiosidades dos alunos: 
Saber que ensinar não transferir conhecimento, mas criar possibilidades, para sua própria produção ou a sua construção. Quando entro numa sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, às curiosidades, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor inquieto a face da tarefa que tenho - a de ensinar e não transferir conhecimento ( 1996 p.21).
A função da família nesse processo de adaptação e a influência que a mesma tem na vida escolar da criança, encontram-se no terceiro e último capítulo, como os responsáveis poderão auxiliar tanto escola quanto seus filhos nesse período de transição. Rizzo nos argumenta que para melhor se dar este processo a criança precisa ser encorajada através de estímulos:
 A conquista da independência da cada criança se dá através de estímulos e encorajamento materno frente às solicitações do meio, e é feito de forma assistemática, oral-afetiva, às situações do meio a vida natural ( 1992.p28).
O trabalho foi baseado em pesquisas bibliográfica de autores com: SOUZA, RIZZO, FREIRE, SKAMER, DROUET, ARANHA que buscam conhecer profundamente a educação infantil e sobre adaptação escolar que ainda nos dias atuais é pouco debatidas nas escolas. Procuramos orientações na LDB e RCNEI para alicerçar nossas colocações.
Compreendeu-se que a função da escola que primeiramente tem um papel acolhedor para que pais e crianças sintam-se seguros e amparados pelos profissionais que ali estão. Por sua vez a família tem um papel muito importante durante este processo de adaptação da criança na escola, pois ela deverá encorajar seu filho e transmitir segurança a ele. Para tal acolhida os professores deverão ter um planejamento prévio, especial para este período onde tudo é novo, todos da escola deverão estar na mesma sintonia a fim que esse processo se realize da melhor maneira possível.
Este relatório foi elaborado diretamente entre idéias e conceitos científicos, fundamentados por meio de consulta de livros e encontros com a Orientadora Educacional do curso.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Considerando que a creche tem se tornado uma necessidade significativapara a população desde a revolução industrial, quando as mulheres começaram a sair para trabalhar fora de casa. Desde então as mesmas lutam por espaços onde possam deixar seus filhos em seguranças e com atendimento adequado enquanto trabalham e nos últimos vinte anos vêm sendo finalmente reconhecido. A partir da constituição de 88, educação infantil passou ser reconhecida como direito da criança, dever do estado e opção da família, para crianças de zero 3 anos tornando-se obrigatório para crianças a partir de quatro anos de idade como orienta a LDB. Onde esta passou a ser a primeira etapa da educação básica.
	 Percebemos quer por ser algo recente em nosso país, o atendimento as crianças pequenas em escolas ainda gera muitas divergências e incertezas e o papel da instituição com relação ao cuidar, educar e o processo de adaptação ainda não estão bem definidos.
	A creche ainda está muito vinculada à imagem assistencialista que a acompanha desde seu surgimento tanto na Europa como no Brasil. Trabalhar com crianças pequenas ainda não é um trabalho valorizado no nosso país, pois é visto como uma tarefa fácil que não precisa de profissionalização, sem grandes estudos a respeito sobre cuidar , educar e principalmente sobre a adaptação escolar.
	O processo de adaptação é pouco analisado, porém o pouco estudo que tem sobre o assunto nos mostram que costumam serem períodos difíceis que demanda disponibilidade de tempo, conhecimento de causa, tendo consciência das dificuldades que poderão surgir. A adaptação é um processo complexo que não envolve somente a criança, mas todos, à família e a educadora que tem de se reorganizar num novo ambiente e nova relação que deverão ser estabelecidos entre os três eixos escola - família - criança.
	Para concluirmos é fundamental ter em mente que a adaptação dos alunos à Educação infantil é um processo complexo e único, pois varia de criança para criança, sendo que cada aluno possui suas particularidades e seu ritmo. É importante considerar a individualidade de cada um. Devido a isso o ingresso da criança na escola não consiste apenas em a criança adaptar-se ao novo ambiente, mas também depende da forma como a mesma é acolhida. A qualidade da atenção dispensada ao aluno garante a qualidade da adaptação, favorecendo assim a estabelecimento de vínculos e também a relação entre família, criança e escola.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Eliane Kiss de. Adaptação Escolar na Ed. Infantil. Santo Ângelo/RS, EdiURI, 2004.
RIZZO, Gilda. Creche: Organização, Currículo, Montagem e Funcionamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
SKAMER, Sônia. A Política do Pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 4º Ed. São Paulo: Cortez, 1992.
DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Fundamentos da Educação Pré-escolar. 2º Ed. São Paulo: Ática, 1995.
ARANHA, Maria Lucia A. R. Desenvolvimento Infantil na creche. São Paulo- SP, 1998.
BRASIL, MEC/SEF. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental- Brasília. Volume Introdução. 1998.
BRASIL, Lei n.9.394de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e bases da Educação Nacional. Lex.: Diário Oficial da União, Brasília, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa / Paulo Freire - São Paulo: Paz e Terra. 1996

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