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Breve História da Mineralogia Brasileira 
 
Introdução 
O uso dos minerais no Brasil começou já com os índios que aqui habitavam antes 
da chegada dos primeiros colonizadores. Eles empregavam minerais (como jaspe, cristal 
de rocha, calcedônia, hematita, serpentina, jade, amazonita, ágata, aventurino, citrino, 
nefrita etc.) inicialmente para confeccionar ferramentas (machados, pontas de flechas, 
mãos de pilão, facas, furadores, raspadores). Mas, aos poucos, passaram a empregá-los 
também em rituais religiosos (estatuetas, ídolos), objetos de adorno pessoal (muiraquitãs, 
pingentes, tembetás e pedras de mando) e oferendas não religiosas. 
 
Primeiras Descobertas 
Em 1550, 50 anos após a descoberta do Brasil, o espanhol Felipe de 
Guilhem (1487-1571) escreveu ao rei Dom João III falando das esmeraldas e de outras 
riquezas minerais do Brasil. Em 1576, o português Pero de Magalhães Gândavo (cerca de 
1540-1580) publicou o primeiro relato da existência de ouro e cristais. 
Em 1587, Gabriel Soares de Sousa (cerca de 1540-1591) registrou achados de 
ouro, cobre, ferro, pedras verdes usadas pelos índios como adorno, além de ametistas e 
granadas. Em 1589, Afonso Sardinha (?-1616) e seu filho de mesmo nome (?-1604) 
descobriram magnetita e dois anos depois construíram a primeira fundição de ferro do 
Brasil em Ipanema, atual Sorocaba (SP), que funcionou até 1628. Pedro Sardinha, neto 
de Afonso Sardinha (pai), e seu filho Gaspar mineraram ouro em Jaraguá por várias 
décadas. 
 
Texto adaptado de Pércio de Moraes Branco disponível em http://www.cprm.gov.br, 
acessaso em 08/12/2017 
 
 
Primeiros Mineralogistas 
O mineralogista mais ilustre do Brasil foi José Bonifácio de Andrade e 
Silva (1763-1838). Infelizmente, ele é mais conhecido por sua atuação política, visto que 
seu trabalho de mineralogista deu-se principalmente na Europa. Sua atuação como 
parlamentar e estadista lhe valeu o título de Patriarca da Independência. 
José Bonifácio nasceu em Santos (SP). Aos oito anos, sua família mudou-se para 
São Paulo. Em 1783, ingressou na Universidade de Coimbra, em Portugal. Em 1787, 
concluiu o curso de Filosofia Natural (Ciências Naturais) e no ano seguinte, o de Direito. 
Em 1789, ingressou na Academia Real de Ciências de Lisboa e no ano seguinte publicou 
seu primeiro artigo científico, sobre a pesca de baleias. 
Entre 1790 e 1791, estudou Mineralogia na França, tendo contato com René Haüy, 
fundador da cristalografia. Em 1791, ingressou na Sociedade de História Natural de Paris. 
Em 1792, estudou Mineralogia Prática e Geognosia em Freiberg, Saxônia (Alemanha), 
tendo sido aluno de Abraham Werner, o pai da geologia alemã. 
De 1794 a 1798, estudou e fez várias viagens científicas na Europa. Teve contato 
com cientistas de renome da época e descreveu quatro espécies minerais novas – 
escapolita, criolita, espodumênio e petalita –, além de oito variedades – entre elas a 
afrizita (atual schorlita), a wernerita e a indicolita. Em 1800, voltou a Portugal e fez uma 
expedição científica pelo país com seu irmão Martim Francisco, também formado em 
Filosofia Natural. Ocupou diversos cargos públicos relacionados com sua atividade de 
mineralogista e ampliou sua importante coleção de minerais. 
Quando a família real fugiu para o Brasil, em 1808, ante a invasão das tropas de 
Napoleão Bonaparte, permaneceu em Lisboa e integrou o 1º Batalhão Acadêmico de 
Coimbra, formado por 150 professores e 761 alunos, que lutou até rechaçarem a tropas 
de Gen. Junot. Continuou trabalhando com pesquisa mineral, mas em 1819 voltou ao 
Brasil por ordem de Dom João VI, fixando-se em Santos, sua cidade natal. Trabalhou 
com dois de seus irmãos até 1821, quando Dom João VI voltou a Portugal e José 
Bonifácio começou sua importante atuação de político e estadista, assumindo 
inicialmente a vice-presidência da Junta Governativa de São Paulo (no ano seguinte 
aconteceria a independência do Brasil). Após seu falecimento, em 1838, a família doou 
suas diversificadas coleções ao Museu Imperial. 
No período colonial, destacaram-se os naturalistas e mineralogistas 
brasileiros Alexandre Rodrigues Ferreira(1756-1815), que fez várias viagens 
philosophicas pelo interior do Brasil; José Vieira Couto (1752-1827), que pesquisou os 
recursos minerais de Minas Gerais; Manuel Ferreira da Câmara Bethencourt Aguiar e 
Sá (1762-1835), que pesquisou ouro e diamante, dedicando-se também à siderurgia; José 
de Sá Bethencourt Accioly(1754-1828), que pesquisou em Minas Gerais; Antônio 
Gonçalves Gomide (1770-1835), que tinha coleção com amostras de ouro, estalactites, 
crocoíta e minério de ferro; além de dois irmãos de José Bonifácio, Antônio Carlos 
Ribeiro de Andrada Machado e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada. 
No século XVIII, tendo se tornado o maior produtor de ouro e de diamantes do 
mundo, o Brasil atraiu diversos cientistas estrangeiros que viajaram pelo nosso país 
estudando seus recursos naturais. O geólogo e engenheiro de minas alemão Wilhelm 
Ludwig von Eschwege (1771-1855) integrou o exército português e lutou contra as tropas 
de Napoleão. Veio para ao Brasil e aqui assumiu a direção do Real Gabinete de 
Mineralogia. Construiu uma siderúrgica em Congonhas do Campo, montou vasta coleção 
de minerais (que foi para a Alemanha) e publicou a obra “Pluto Brasiliensis”. 
Georg Heinrich von Langsdorff (1774-1852), também alemão, pesquisou flora, fauna e 
minerais em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pará e Mato 
Grosso. Reuniu 29 caixas de minerais, que foram enviadas à Rússia. Parte desse acervo 
pertence hoje ao Museu Mineralógico Alexander Fersman, em Moscou. Outro 
alemão, Friedrich Sellow (1789-1831), percorreu Minas Gerais e Rio Grande do Sul, 
tendo enviado duas mil amostras de rocha e minerais ao Museu de História Natural de 
Berlim. 
O zoólogo e paleontólogo austríaco Johann Baptiste von Spix (1781-1826) e o 
botânico Karl Friedrich von Martius (1794-1868), também austríaco, coletaram 
igualmente grande quantidade de espécimes de flora, fauna e minerais. Publicaram uma 
obra em três volumes, “Viagem ao Brasil”, com observações geográficas, etnográficas, 
mineralógicas e biológicas. Estiveram em Minas Gerais, Bahia e Amazonas coletando 
diamantes e outras gemas, que enviaram a Munique. 
Rochus Schüch (1788-1844) foi um cientista austríaco que dirigiu o Gabinete de História 
Natural da Imperatriz Leopoldina, cujo acervo deu origem ao Museu Nacional. Johann 
Emmanuel Pohl (1782-1834), outro austríaco, levou para a Áustria vasta coleção 
mineralógica. Em Viena, dirigiu o Museu Brasileiro, onde eram expostas as coleções 
reunidas por ele e outros cientistas austríacos. Publicou cinco livros sobre flora, rochas, 
minerais e fósseis brasileiros. 
Também a França contribuiu para o conhecimento da mineralogia brasileira 
através de vários cientistas, dos quais devem ser destacados dois. O naturalista Alcide 
Charles d’Orbigny (1802-1857) percorreu o Estado do Rio de Janeiro e a Serra dos 
Parecis, no Mato Grosso, e levou para a França mais de 10 mil peças aqui coletadas, 
descritas na obra “La Relation du Voyage dans l’Amérique Meridionale”. 
Claude-Henri Gorceix (1842-1919) veio ao Brasil em 1874, a convite de Dom Pedro II, 
a fim de escolher o melhor local para instalar a Escola de Minas, que viria a ser inaugurada 
em Ouro Preto dois anos depois. Foi nela professor de geologia, mineralogia e química, 
publicando mais de 50 trabalhos sobre jazidas de ouro, diamante, topázio, ferro e terras 
raras. 
O petrólogo austríaco Eugen Hussak (1856-1911) foi contratado por Dom Pedro 
II para ser professor de mineralogia de seu neto Pedro Augusto. Foi pioneiro da 
microscopia petrográfica no Brasile participou da comissão que definiu o local onde 
deveria ser construída a nova capital do país, no Planalto Central. Publicou importantes 
trabalhos sobre a gênese de jazidas minerais, sobre os satélites do diamante, platina, 
paládio, zircônio e terras raras. Descreveu muitas espécies e variedades novas (zirkelita, 
derbylita, tripuíta, senaíta, lewisita, florencita, chalmersita, gorceixita e harttita). 
O canadense naturalizado norte-americano Charles Fredrick Hartt (1840-1878) esteve no 
Brasil várias vezes, realizando pesquisa no Amazonas e no Arquipélago de Abrolhos. 
Tornou-se diretor da Comissão Geológica do Império e publicou a obra “Geology and 
Physical Geography of Brazil”. Colecionou minerais e fósseis, estando parte desse acervo 
na Universidade de Cornell. 
Orville Adalbert Derby (1851-1915), norte-americano naturalizado brasileiro, 
veio ao Brasil para fazer estudos geológicos do Amazonas e foi convidado a integrar a 
Comissão Geológica do Império. Organizou as coleções de mineralogia e paleontologia 
do Museu Nacional. Escreveu mais de 170 trabalhos, sendo 48 sobre diamante, ouro e 
manganês. 
Seu discípulo John Casper Branner (1850-1922) esteve várias vezes no Brasil e 
publicou mais de 60 trabalhos, dentre eles alguns também sobre ouro, diamante e 
manganês. Dom Pedro Augusto (1866-1934), neto mais velho de Dom Pedro II, era 
engenheiro civil e publicou diversos trabalhos sobre minerais brasileiros escritos em 
diversos idiomas, reunidos por Clado Lessa na obra “Trabalhos de Mineralogia e 
Numismática: aspectos da vida de um príncipe brasileiro”. 
 
Texto adaptado de Pércio de Moraes Branco disponível em http://www.cprm.gov.br, 
acessaso em 08/12/2017 
Mineralogia Mais Moderna 
 
O engenheiro de minas Francisco de Paula Oliveira (1857-1935) publicou mais 
de 40 trabalhos sobre galena, ouro, amianto, cinábrio, diamante, cobre e molibdenita. Luis 
Felipe Gonzaga de Campos (1856-1925), também engenheiro, estudou ferro, diamante e 
ouro de Minas Gerais e ouro de São Paulo. Joaquim Cândido da Costa Sena (1852-1919) 
publicou mais de 20 estudos sobre bismuto e fosfato. Pertenceu a associações científicas 
de vários países. Dedicou-se à política, havendo sido presidente da Província de Minas 
Gerais. Organizou coleções de minerais brasileiros para diversas exposições na Europa e 
é homenageado no nome do mineral senaíta. 
O engenheiro João Pandiá Calógeras (1870-1934) publicou estudos sobre ouro, 
ferro, níquel e diamantes, foi deputado federal e ocupou três ministérios diferentes. É 
autor de “As Minas do Brasil e sua Legislação” e foi homenageado no nome do mineral 
calogerasita. Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa (1872-1932) estudou o ouro de Tocantins, 
o manganês de Conselheiro Lafaiete, o ferro e o manganês de Corumbá, além de areias 
monazíticas, diamante e ouro. Fez estudos também no Nordeste do Brasil. Em sua 
homenagem, há um mineral chamado arrojadita. 
Djalma Guimarães (1894-1973) estudou o diamante e seus satélites em Minas 
Gerais e Roraima e o niobo-tantalatos de Minas Gerais. Participou da descoberta das 
jazidas de apatita e pirocloro de Araxá, descreveu meteoritos, ajudou a criar o Instituto 
de Pesquisas Radioativas e descreveu quatro minerais novos – arrojadita, giannetita, 
eschwegeíta e pennaíta. Dois minerais foram denominados em sua homenagem: a 
djalmaíta e a guimaraesita. O engenheiro Othon Henry Leonardos (1899-1977) publicou 
diversos trabalhos sobre diamantes do Triângulo Mineiro e sobre minérios de ferro, 
chumbo, prata, tântalo, nióbio, urânio e ródio. 
Viktor Leinz (1904-1983), alemão com doutorado em Mineralogia e Petrologia, 
veio ao Brasil a convite do Departamento Nacional de Produção Mineral e foi enviado ao 
Rio Grande do Sul para dirigir trabalhos nas minas de cobre do Camaquã, em Caçapava 
do Sul. No Museu Nacional, reorganizou um valioso acervo mineralógico (Coleção 
Werner). Publicou, com João Ernesto de Souza Campos, o “Guia para Determinação de 
Minerais”, ainda hoje usado. Participou dos estudos do manganês da Serra do Navio e da 
criação do Curso de Geologia da Universidade de São Paulo. 
 
Octavio Barbosa (1907-1997) foi engenheiro de destaque, autor de dezenas de 
trabalhos de interesse mineralógico, dentre eles o excelente “Diamante no Brasil”. Mais 
recentemente, tivemos a valiosa atuação do mineralogista indiano Bhaskara Rao 
Adusumilli (1928-2003), que criou o Clube de Mineralogia em Recife e fundou o “Jornal 
de Mineralogia”. 
Após esses pioneiros, vários outros cientistas deram sua contribuição ao 
conhecimento dos minerais brasileiros. São citados pelo geólogo Daniel Atencio, 
professor da Universidade de São Paulo - USP: George Thurland Prior, Caio Pandiá 
Guimarães, W. T. Pecora, Joseph J. Fahey, Carlos P. Barbosa, William G. R. Camargo e 
Rui Ribeiro Franco.. Rui Ribeiro Franco, falecido em 20 de fevereiro de 2008, é 
considerado, com justiça, o pai da gemologia brasileira. Seu pequeno, mas precioso, livro 
“As Pedras Preciosas” deve ter sido o primeiro livro de gemologia publicado no Brasil. 
Rui Ribeiro Franco foi autor de quatro livros e tradutor de outros cinco. Sua valiosa 
contribuição à mineralogia foi reconhecida por Daniel Atencio, que deu a um dos 11 
minerais novos que descobriu o nome de ruifrancoíta. 
O geólogo Pércio de Moraes Branco sugeriu que fosse instituído o Dia do 
Gemólogo Brasileiro, a ser comemorado na data de seu nascimento (dia 9 de junho). A 
proposta foi encampada pelo então deputado João Almeida, que encaminhou projeto de 
lei nesse sentido, ainda não votado. 
 
 
Texto adaptado de Pércio de Moraes Branco disponível em http://www.cprm.gov.br, 
acessaso em 08/12/2017 
 
 
Mineralogistas de Hoje no Brasil 
 
Dentre os mineralogistas de destaque ainda ativos, Daniel Atencio relaciona: 
Jacques Pierre Cassedanne, Maria do Perpétuo Socorro Adusumilli, José Marques 
Correia-Neves, José Moacir Vianna Coutinho, Nilson F. Botelho, Luiz Alberto Dias 
Menezes Filho, Marie Louise Lindberg, Mário Luiz S. C. Chaves, Alexandre Raphael 
Cabral e Pércio de Moraes Branco. 
Por modéstia, Daniel Atencio deixou de incluir na relação seu próprio nome, mas 
é ele um dos expoentes da mineralogia em nosso país atualmente. É o representante do 
Brasil na Comission on New Minerals Nomenclature and Classification, da International 
Mineralogical Association, entidade que disciplina a nomenclatura das espécies minerais 
e dá parecer técnico sobre os trabalhos, descrevendo supostas novas espécies minerais. 
Além disso, ele próprio é autor de trabalhos que tornaram conhecidas 11 espécies 
minerais novas, todas descobertas no Brasil. Foi, por sua vez, homenageado com o nome 
atencioíta, dado a outra espécie mineral descoberta no Brasil. 
Luiz Alberto Dias Menezes Filho é engenheiro, colecionador de minerais, 
pesquisador e empresário, importando e exportando minerais muito raros e/ou de elevado 
valor estético. O geólogo Mário Luís Chaves é especialista em diamantes e autor, junto 
com Luís Chambel, de um livro sobre essa gema, “Diamante: a pedra, a gema, a lenda”. 
Pércio de Moraes Branco é autor dos livros “Dicionário de Mineralogia”, 
“Glossário Gemológico” e “Dicionário de Mineralogia e Gemologia”. É autor também 
dos mapas gemológicos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, bem como 
de mais de 100 artigos sobre mineralogia. 
Deve-se citar também o professor Darcy Pedro Svisero, especialista em diamante, 
autor de diversos trabalhos sobre geologia de gemas e orientador de muitos alunos de pós-
graduação dessa área. 
Texto adaptado de Pércio de Moraes Branco disponível em http://www.cprm.gov.br, 
acessaso em 08/12/2017 
 
 
Minerais Novos Descritos no Brasil 
Dezenasde novas espécies minerais são descritas todos os anos em todo o mundo. 
Alguns países destacam-se nessa área da pesquisa mineralógica, como Rússia e Estados 
Unidos. Do mesmo modo, algumas localidades destacam-se como fonte de material que 
leva à descrição dessas espécies novas. São exemplos: Península de Kola (Rússia); 
Vesúvio (Itália); Rouville, em Quebec (Canadá); San Bernardino, na Califórnia (EUA); 
Langbam, em Varmland (Suécia); Shinkolobwe, em Shaba (R. D. Congo); Tsumeb 
(Namíbia); Sussex, em Nova Jérsei (EUA) e Saxônia (Alemanha). 
Um pouco mais de 50 espécies minerais novas já foram descobertas no Brasil e 
mais algumas aguardam aprovação formal. Muitas outras foram descritas, mas são hoje 
consideradas apenas variedades; ou foram desacreditadas por se constatar, através de 
estudos posteriores, que se tratava de espécies já conhecidas, prevalecendo, nesse caso, o 
primeiro nome sugerido. 
Dessas espécies novas, nada menos que 11 foram descritas por um mesmo 
pesquisador, o já citado geólogo Daniel Atencio. As espécies novas encontradas no Brasil 
são: arrojadita, arrojadita-(PbFe), arsenopaladinita, arupita, atencioíta, ateneíta, bahianita, 
barbosalita, bariomicrolita, bendadaíta, brasilianita, brumadoíta, chernikovita, 
coutinhoíta, crisoberilo, derbylita, dukeíta, euclásio, faheyíta, florencita-(Ce), 
fluornatromicrolita, frondelita, goiasita, gorceixita, guimarãesita, isomertieíta, 
kalungaíta, joseíta-A, joseíta-B, lantanita-(La), lantanita-(Nd), lindbergita, lipscombita, 
manganoeudialita, matioliíta, menezesita, minasgeraisita-(Y). 
Era de se esperar que o Brasil, por sua extensão territorial, estivesse incluído, se 
não entre os países onde mais se descrevem espécies novas, pelo menos entre os que mais 
fornecem material para isso. Mas não tem sido assim, e as espécies novas descobertas no 
Brasil todo são menos numerosas, por exemplo, que as descobertas apenas em Vesúvio. 
Essa situação de pouca relevância começou, porém, a mudar nos últimos anos. 
Apenas entre 2003 e 2007, por exemplo, foram descobertas 11 espécies novas. Mais 
equipamentos e mais pesquisadores têm estado à disposição para esse tipo de pesquisa e 
os resultados começam, assim, a aparecer. 
 
 
Texto adaptado de Pércio de Moraes Branco disponível em http://www.cprm.gov.br, 
acessaso em 08/12/2017

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