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Aula 06 Impostos Estaduais

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IMPOSTOS ESTADUAIS
(Art. 155 DA CF/88)
ITCMD – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS
(Arts. 35 a 42 do CTN; Art. 155, I da CF/88)
- Sujeito Ativo (Art. 155, I da CF): Estados e DF;
- Sujeito Passivo:
Herdeiro (em caso de sucessão legítima) ou o legatário (em caso de sucessão testamentária), nas transmissões causa mortis;
Qualquer das partes adstritas à doação (doador ou donatário) na forma da lei;
- Fato Gerador: é a transmissão de propriedade de quaisquer bens. Bens móveis, imóveis, valores financeiros e direito creditício. É fato gerador a transmissão (cessão) de direitos em decorrência de: (a) falecimento de seu titular; ou (b) transmissão e cessão gratuitas;
A transmissão é a passagem jurídica da propriedade ou de bens e direitos de uma pessoa para outra. Ocorre em caráter não oneroso, seja pela ocorrência da morte (transmissão causa mortis) ou doação (ato de liberalidade).
O parágrafo único do artigo 35 do CTN estabelece que: “nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários”.
- Morte Presumida (Súmula nº 331 do STF): é legítima a incidência do ITCMD na transmissão causa mortis no inventário por morte presumida.
- Elemento Espacial do Fato Gerador:
Bens imóveis e respectivos direitos (Art. 155, §1º, I, da CF/88): o imposto compete ao Estado da situação do bem ou ao DF;
Bens móveis, títulos e créditos (Art. 155, §1º, II, da CF/88): no caso de transmissão causa mortis, o imposto compete ao estado onde se processar o Inventário ou Arrolamento (Estado ou DF). Caso seja decorrente de doação, o imposto sobre bens móveis, títulos e créditos é de competência do local onde o doador tiver seu domicílio (Estado ou DF);
- OBS.: compete à lei complementar disciplinar as situações abaixo delineadas:
Se o doador tiver domicílio ou residência no exterior (Art. 155, §1º, III, a, da CF);
Se o de cujus possuía bens, era residente/domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior (Art. 155, §1º, III, b, da CF);
- Elemento Temporal do Fato Gerador (Art. 35 do CTN): será o momento da transmissão ou como estabelecer a lei ordinária estadual competente. Ressalta-se que o momento do fato gerador deve ser o do respectivo registro da escritura de transmissão, no caso de bens imóveis, perante o Registro Imobiliário (Arts. 1.245 do CC), uma vez que será este o momento em que a transmissão se opera perante terceiros.
Ao legislador estadual é facultado eleger o responsável tributário. Exemplo: o tabelião que não exigiu a prova da quitação do ITCMD ficará responsável pelo pagamento do tributo (artigo 134, VI, do CTN).
- Base de Cálculo: será o valor venal dos bens ou direitos transmitidos e da doação. Em princípio, representará o valor de mercado do bem objeto da transmissão, não devendo superá-lo. O cálculo é feito sobre o valor dos bens na data da avaliação (Súmula nº 113 do STF), observada a alíquota vigente na data da abertura da sucessão (Súmula nº 112 do STF – Princípio da Ultratividade). O imposto não é exigível antes da homologação do cálculo (Súmula nº 114 do STF).
- Alíquotas: as alíquotas do ITCMD são fixadas livremente pelos Estados, respeitado o máximo fixado pelo Senado Federal, por meio da Resolução nº 9/92, em 8%.
- Proporcionalidade: de acordo com o STF, apenas os impostos pessoais poderão ter alíquotas progressivas. O ITCMD é imposto real e, portanto, qualquer autorização oferecida pelo Senado Federal em aplicar ao ITCMD as alíquotas progressivas iria além da sua competência. Aplica-se a Súmula nº 656 do STF, por analogia.
- Legislação Aplicada: o ITCMD deve ser recolhido de acordo com a legislação em vigor na data da ocorrência do fato gerador. A legislação aplicável é aquela da data do óbito do indivíduo (artigo 150, III, a, da CF c.c artigo 144 do CTN), vide Súmula nº 112 do STF.
RESUMO DO SABBAG
a) O ITCMD é imposto estadual, de competência dos Estados (Art. 155, I da CF).
b) São sujeitos passivos do ITCMD o herdeiro ou legatário, na hipótese de transmissão causa mortis, e o doador ou donatário, caso se tratar de doação.
c) O fato gerador do imposto verifica-se com a transmissão gratuita de quaisquer bens (móveis ou imóveis). Referida transmissão pode se dar mediante contrato de doação ou, ainda em razão do falecimento de seu titular (causa mortis).
d) Caso se trate de transmissão de bens imóveis, o imposto será recolhido ao Estado da situação do bem ou ao DF, nos termos do artigo 155, § 1º, I,da CF. Por outro lado, se houver a transmissão de bem móvel, o ITCMD competirá ao Estado onde de processar o inventário ou tiver domicílio o doador, ou ao DF (artigo 155, § 1º, II, da CF).
e) Segundo dispõe o artigo 35 do CTN, a base de cálculo do ITCMD será o valor venal dos bens ou direitos transmitidos e da doação. A alíquota máxima do imposto será fixada pelo Senado Federal (Resolução nº 9/92 8%). É importante notar que a cobrança do ITCMD não se sujeita ao regime de alíquotas progressivas, por ausência de disposição constitucional, devendo ser aplicável, neste caso, a proporcionalidade, ou seja, variação do imposto, com imposição de alíquota única, graduando-se o gravame em função da base de cálculo.
IPVA – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES
(Art. 155, III, da CF/88)
- Conceito: o IPVA é imposto estadual, com disciplinamento na CF, no comando inserto no artigo 155, III. Por outro lado, não há menção a tal tributo no CTN, uma vez que seu nascimento data de 1985, com a promulgação da Emenda Constitucional nº 27/85.
- Sujeito Ativo (Art. 155, III, da CF): Estados e DF onde o veiculo estiver registrado/licenciado.
O posicionamento doutrinário é no sentido de que o imposto será devido no local em que o veículo deva ser registrado e licenciado, independente do local do domicílio do proprietário ou possuidor. O que vem prevalecendo pelas leis estaduais dos IPVAs é que ele será devido no local do domicilio ou da residência do proprietário.
Para instituição desse imposto, as normas gerais atinentes ao fato gerador, base de cálculo e contribuintes hão de ser definidas por Lei Complementar (art 146, III, a, da CF/ 88). Todavia, não existem normas gerais relativas ao IPVA, podendo os estados e o Distrito Federal exercer a competência legislativa plena (art. 24, § 3º da CF/88).
- Sujeito Passivo: é o proprietário do veículo, presumindo-se como tal aquele em cujo nome o veículo esteja licenciado.
- Fato Gerador: é a propriedade (e não o uso) de veículo automotor de qualquer espécie (automóvel, motocicleta, caminhão, dentre outros). Apenas a propriedade gera incidência de IPVA, e não a mera detenção do veículo, o próprio uso ou mesmo a posse.
- Embarcações e Aeronaves: segundo o STF, não é legítima a cobrança do IPVA sobre embarcações e aeronaves, mas apenas sobre os veículos de circulação terrestre (RE 134.509 – 8).
- Alienação dos Veículos: o fato gerador do IPVA ocorre em todo o dia 1º de janeiro de cada ano. Assim, o imposto só poderá ser exigido uma única vez para aquele exercício, de modo que, se a cobrança vier em duplicidade em razão da alienação do veículo, o estado estará incorrendo em bis in idem. Por outro lado, caso o imposto não venha a ser recolhido e, ainda assim, o veículo seja alienado, a responsabilidade pelo pagamento será transferida ao adquirente (artigo 131, I, do CTN).
- Elemento Temporal: é anual ou data estabelecida em lei estadual. 1º de janeiro de cada ano é a regra, e para carro novo é a data da nota fiscal.
- Base de Cálculo: valor venal do veículo ou preço comercial de tabela (valor de mercado).
É o valor venal do veículo, fixado de conformidade com o seu peso, potência, capacidade máxima de tração, ano de fabricação, cilindrada, número de eixos, tipo de combustível utilizado e dimensões. Valor de mercado para carro usado, e valor da nota fiscal para carro novo.
No Estado de São Paulo, os valores venais são anualmente reajustados no mês dedezembro de cada ano, através de decreto do Poder Executivo.
OBS: a EC 42/2003 dispôs na parte final do artigo 150 §1º da CF que a alteração na base de calculo do IPVA é exceção à anterioridade nonagesimal. Portanto, é possível que se proceda à fixação legal do valor venal de um veiculo automotor no fim do ano, e que tal modificação possa ser aplicada no primeiro dia do exercício financeiro seguinte.
- Alíquota: será estabelecida em lei ordinária estadual. Deverá ser proporcional, não existindo limite máximo a ser fixado. No entanto, a Emenda Constitucional nº 42/2003 incumbiu ao Senado Federal a estipulação de suas alíquotas mínimas. Ademais, poderá o IPVA ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo (artigo 155, § 6º, I e II da CF). Não podem por sua vez ter alíquotas diferenciadas em razão da procedência ou destino do bem (a exemplo de distinção entre veículos nacionais e importados), sob pena de violação do Princípio da Não Diferenciação Tributária.
- Isenção de IPVA no Estado de São Paulo (Art. 9º da Lei nº 6.608/89): são isentos de IPVA, no Estado de São Paulo:
Embarcação de propriedade de pescador profissional;
Veículos de embaixadas e consulados;
Máquinas agrícolas;
Veículos não registrados no Estado, de propriedade de turista estrangeiro, durante seu período de permanência no país;
Táxi;
Embarcações, aeronaves e locomotivas utilizados no serviço de transporte público de passageiros e cargas;
Veículos adaptados de deficientes físicos;
Veículo automotor terrestre com mais de 20 anos de fabricação;
- Fruto da arrecadação: 50% daquilo que for arrecadado do IPVA fica para o Estado e 50% para o Município onde for licenciado o veiculo.
RESUMO DO SABBAG
a) O IPVA é imposto estadual, de competência dos Estados (Art. 155, III da CF).
b) O fato gerador do IPVA é a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie.
c) O sujeito passivo do imposto é o proprietário do veículo automotor, pessoa física ou jurídica e a base de cálculo será o valor venal de referido veículo.
d) Nos termos do artigo 155, § 6º, da CF, IPVA terá suas alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal, podendo, ainda, possuir alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo.
e) Com a Emenda Constitucional nº 42/2003, a mudança na base de cálculo do IPVA não necessita obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal, prevista no artigo 150, III, “c”, da CF. Segundo o artigo 150, § 1º, da CF, a majoração da base de cálculo deste imposto somente observa a anterioridade do exercício seguinte.
ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIA E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO
(Art. 155, II da CF/88; LC nº 87/96)
- Art. 155, II, da CF/88: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (importação).
- Previsão Legal: o ICMS está disciplinado:
Na Constituição Federal, principalmente em seu artigo 155, inciso II e §2º (com seus 12 incisos);
Na Lei Complementar nº 87/96, que estabelece normas gerais sobre o ICMS, a serem observadas por todos os Estados e pelo Distrito Federal;
- Sujeito Ativo: Estados e DF;
- Sujeito Passivo: o sujeito passivo do ICMS poderá ser, consoante a dicção do artigo 4º da Lei Complementar nº 87/96 c/c artigo 155, §2º, XII, “a” da CF:
Pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;
Importadores de bens de qualquer natureza;
Prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;
Prestadores de serviços de comunicação;
Há a possibilidade de figurar no pólo passivo da relação jurídica o responsável tributário, quando escolhido por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador. Há dois tipos de sujeitos passivos:
Contribuinte: realiza o fato gerador;
Responsável: terceira pessoa escolhida pela lei para pagar o tributo sem que tenha praticado o fato gerador (Art. 121, parágrafo único, II do CTN). Vide artigo 150, §7º da CF, que admite o fenômeno da responsabilidade atinente ao ICMS, ou seja, a escolha de uma terceira pessoa para recolher o tributo antes da ocorrência do fato gerador.
Exemplo é a saída do veículo da indústria automobilística, em direção à concessionária. O fato gerador ocorrerá em momento posterior, com a venda do veículo na concessionária, porém, o ICMS é recolhido antes da ocorrência do fato gerador;
- Fato Gerador: o ICMS é um imposto estadual, cujo fato gerador pode consistir:
Na circulação de mercadoria: assim entendida a circulação capaz de realizar o trajeto da mercadoria da produção até o consumo. O bem sai da titularidade de um sujeito e passa à titularidade definitiva de outro. Saliente-se que mercadoria são bens móveis que podem ser comercializados, devendo haver intuito de obtenção de lucro com a movimentação jurídica do bem. Mercadoria, portanto, é a coisa que se constitui objeto de uma venda. Todavia, a Constituição Federal define, implicitamente, mercadoria em seu sentido estrito, e somente nesse aspecto deve ser ela considerada na formatação do fato gerador do ICMS. A mercadoria é bem ou coisa móvel. O que caracteriza uma coisa como mercadoria é a destinação, uma vez que é a coisa móvel com aptidão ao comércio. Assim, não são consideradas mercadorias as coisas que o empresário adquire para uso ou consumo próprio, mas somente aquelas adquiridas para venda ou revenda. Mercadorias são bens móveis que podem ser comercializados, devendo haver intuito de obtenção de lucro com a movimentação jurídica do bem. Além disso, essa atividade deve ser habitual, ou seja, praticada por comerciante (art. 4º da LC 87/96).
Circulação é a mudança da titularidade jurídica do bem (não é a mera movimentação física, mas a circulação jurídica do bem). Assim, o ICMS incidirá apenas quando houver a transferência da titularidade (Súmula nº 166 do STJ). Exemplo: na saída de bens para mostruário não se paga o ICMS, pois não ocorre a circulação jurídica do bem, senão apenas a movimentação física, não havendo mudança de titularidade. O mesmo fato ocorre na mera movimentação física de bens entre matriz e filial.
- ICMS e Software (aplicação analógica da Súmula nº 662 do STF): sobre a produção do software para atender a necessidade de uma empresa teremos a incidência do ISS. A partir do momento que esse software passa a ser comercializado como mercadoria, teremos a incidência do ICMS;
Na prestação de serviço de transporte (interestadual e intermunicipal): a prestação de serviços de transporte, de carga ou de passageiros, entre Municípios da mesma unidade federada (intermunicipal) ou entre Estados diferentes (interestadual) representa fato gerador do ICMS. Portanto, por exclusão, os serviços de transportes dentro do território do Município estão fora do campo de incidência do ICMS e dentro da incidência do ISS. Da mesma forma, serviço de transporte gratuito não sofre incidência do ICMS (as prestações deverão ser onerosas - é o que se nota no transporte de carga própria, em que o valor desse transporte está necessariamente incluído no valor das mercadorias transportadas, sendo alcançado pelo tributo conforme entendimento do STJ).
É importante esclarecer que quando ocorre o transporte de mercadoria em parcelas considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída do primeiro componente, peça ou parte.
Por fim, a regra geral prevalecente na determinação do local da prestação, para o qual deve haver o recolhimento do tributo em relação ao serviço de transporte é simples: vale o local onde tem início a prestação de serviços;
Na prestação de serviços de comunicação (telefonia, energia elétrica, correios, rádio, televisão, dentre outros): a CF não entra em detalhes, deixando-os para serem fixados por lei complementar.A LC nº 87/96 no seu artigo 2º, III estabeleceu que o ICMS incide sobre “prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza”.
O ICMS incide sobre qualquer serviço de comunicação, ainda que a comunicação seja de dados.
- ICMS e o Provedor de Internet (Súmula nº 334 do STJ): o provedor de acesso à internet é considerado como serviço de valor adicionado e como tal apenas traz qualidade ao serviço de comunicação, porém a ele não se equivale. Portanto, não incidirá o ICMS, pois o provedor é apenas beneficiário do serviço de comunicação. Atenção: usuário paga, quem não paga é o provedor.
- Habilitação de celular: habilitação de celular é apenas um serviço intermediário ao serviço de comunicação, mas que com este não se confunde e, portanto, não sofrerá a incidência do ICMS;
Importação de bem de qualquer natureza;
- Não incidência do ICMS: não incide o ICMS:
Sobre coisas corpóreas que não sejam mercadorias (bens particulares);
Na alienação de bens do ativo fixo ou imobilizado;
Na simples transferência de mercadoria de um para outro estabelecimento da mesma empresa (Súmula nº 166 do STJ);
Nas remessas de mercadorias para demonstração ou consignação;
Na integralização de bens (máquinas, equipamentos, veículos, dentre outros) pela pessoa jurídica, para a constituição ou ampliação de outra empresa (mero negócio societário);
Na mudança integral do estabelecimento da pessoa jurídica, com o deslocamento do seu patrimônio para outro local;
- ICMS e salvados de sinistro: as operações com salvados de sinistro ocorrem:
Na transferência desses bens para a seguradora;
Na saída destes pra o adquirente comum.
O inciso IX do art. 3º da LC 87/96 determina a não incidência do ICMS nas operações de qualquer natureza de que decorra transferência de bens móveis salvados de sinistros para as companhias seguradoras.
É usual que as seguradoras recebam, quando do pagamento das indenizações de seguro, em caso de perda total do bem, os respectivos salvados, por menor que seja o seu valor. Essa operação de aquisição não gera a incidência do ICMS.
Também é usual que as seguradoras revendam os salvados e aqui deveria haver a incidência do ICMS, pois nesse caso as seguradoras agem como comerciantes comuns, devendo recolher o imposto. Esse posicionamento encontra respaldo na doutrina e na Súmula 152 do STJ que afirma: “na venda pelo segurador, de bens salvados de sinistros, incide o ICMS”.
Cuidado: A Súmula Vinculante nº 32 do STF afirma que: “O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistros pelas seguradoras”.
- Base de Cálculo: a base de cálculo pode ser:
Valor da operação: tratando-se de operação de circulação de mercadoria;
Preço do serviço: tratando-se de transporte (interurbano e interestadual) e de comunicação;
Valor da mercadoria ou bem importado: constante em documento de importação;
- Alíquotas: atualmente temos alíquotas distintas para os produtos, admitindo-se, facultativamente ao ICMS, a própria SELETIVIDADE, em razão da essencialidade das mercadorias e dos serviços (art. 155, § 2º, III da CF/88). Por se tratar de imposto real, as alíquotas são proporcionais.
- Princípio da Seletividade: segundo o Princípio da Seletividade, quanto mais essencial o produto ou serviço, menor a alíquota (por outro lado, quanto menos essencial – mais supérfluo –, maior a alíquota). Trata-se de princípio orientador, não obrigatório, tendo em vista que a lei estabelece um “poderá” (e não um “deverá”).
Por exemplo, aqui no Estado de SP, a Lei nº 6.374/1889 fixa a alíquota de 25% nas operações com bebidas alcoólicas, fumo, perfumes, motocicletas, armas e munições, asa-delta, embarcações para o esporte, jogos eletrônicos, bolas e tacos para bilhar, cartas para jogo, tacos para golfe. A mesma lei estabelece alíquota de 12% nas operações com arroz, feijão, sal, pão e outros produtos da cesta básica.
Quanto às alíquotas, consoante a Resolução do Senado federal nº 22/89, há as internas – livremente estipuladas pelos Estados (usualmente 17% ou 18%) – e as interestaduais para as quais há o seguinte critério:
Alíquota de 7%: para operações interestaduais que destinarem mercadoria ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para o Espírito Santo;
Alíquota de 12%: para operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Sul e Sudeste;
Alíquotas de 17% ou 18%: para operações de importação;
No estabelecimento de alíquotas, os Estados devem observar o que dispõe o Senado Federal, que deverá fixar alíquotas mínimas ou máximas, por meio de resolução e nos termos da Constituição Federal. Enquanto ausente a fixação de tais alíquotas pelo Senado Federal, os estados poderão estabelecê-las no âmbito das respectivas competências.
- Princípio da Não-Cumulatividade: a não-cumulatividade do ICMS está prevista no artigo 155, § 2.º, incisos I e II, da Constituição Federal, de modo que em cada operação ou prestação é assegurada ao contribuinte, de modo definitivo, uma dedução (abatimento) correspondente aos montantes cobrados nas operações ou prestações anteriores.
Podemos ainda entender a regra constitucional da não-cumulatividade como o postulado em que o imposto só recai sobre o valor acrescentado em cada fase da circulação do produto, evitando-se assim a ocorrência do chamado efeito cascata (imposto sobre imposto).
A não-cumulatividade do imposto é exercida por meio de um sistema de crédito atribuído ao contribuinte, do imposto relativo a produtos entrados no seu estabelecimento para ser abatido do que for devido pelos produtos que dele saíram no mesmo período.
Lembremos que o ICMS é imposto indireto. Pelo princípio da não-cumulatividade, o Constituinte beneficiou o contribuinte (de direito) desse tributo e, ao mesmo tempo, o consumidor final (contribuinte de fato), a quem convém preços mais reduzidos ou menos gravemente onerados pela carga tributária.
- Imunidades: Não incide o ICMS (art. 155, §2º, X da CF):
Sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante cobrado nas operações e prestações anteriores;
Sobre operações que destinem a outros Estados, petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica;
Sobre o ouro (como ativo financeiro – Art. 153, §5º, da CF).
RESUMO DO SABBAG
a) O ICMS é imposto estadual, de competência dos Estados (Art. 155, II da CF);
b) São fatos geradores do ICMS: circulação de mercadorias, prestação de serviço de transporte interestadual, prestação de serviço de transporte intermunicipal e a prestação de serviço de comunicação.
c) Assim, poderão ser sujeitos passivos do ICMS pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias, importadores de bens de qualquer natureza, prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e, finalmente, prestadores de serviço de comunicação.
d) A base de cálculo do imposto varia de acordo com o fato tributável. Caso se trate de circulação de mercadorias, a base de cálculo será o valor da mercadoria objeto de comercialização. Considerando os outros fatos geradores, a base de cálculo poderá ainda ser o preço do serviço, em se tratando de transporte e comunicação.
e) É importante mencionar que o ICMS incide na importação de bens, independentemente de o importador ser pessoa física ou jurídica, contribuinte habitual ou não do imposto. Nesse caso, a base de cálculo será o valor do bem importado.
f) Em relação às alíquotas, o Senado Federal fixará as mínimas e as máximas, consoante expressa disposição constitucional (artigo 155,§ 2º, incisos IV e V, da CF). 
g) O ICMS é um imposto não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobradonas anteriores, sendo vedada a apropriação de créditos na hipótese de as operações anteriores serem isentas ou não tributadas (artigo 155, § 2º, incisos I e II, da CF).
h) O ICMS não incide e, portanto, são hipóteses de imunidade: (i) operações que destinem mercadorias ou serviços para o exterior, (ii) operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis, líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica, (iii) sobre o ouro quando definido em lei como ativo financeiro e (iv) nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.

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