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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA CENTRO DE CIENCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL Fundamentos de Transferência de Calor e Massa Carlos Antônio Pereira de Lima Agosto/2016 2 Considere uma parede plana que separa dois fluidos mantidos a temperaturas diferentes. A transferência de calor ocorre por convecção do fluido quente a temperatura T∞,1 para a superfície a Ts,1, por condução através da parede e por convecção da outra superfície da parede a Ts,2 para o fluido a T∞,2. Inicialmente vamos analisar o que ocorre na parede. CAPITULO 3 – CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME ESTACIONÁRIO 3.1 – A PAREDE PLANA 3 Admitindo-se a inexistência de fontes internas de geração de calor, propriedades constantes e que o sistema encontra-se em regime permanente, a Equação Geral da Condução de Calor, assume a seguinte forma: 2 2 0 d T dx Para obter a distribuição de temperatura no interior da parede devemos resolver a equação, usando condições de contorno que descrevam o sistema físico. ,1 ,2 ( 0) ( ) S S T x T T x L T CONDIÇÕES DE CONTORNO P T T T T k k k q c x x y y z z t Aplicando a Equação Geral da Condução 3.1.1 – DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA PERFIL DE TEMPERATURA 4 ,2 ,1 ,1( ) S S S T T T x x T L ,1 ,2S S dT kA q kA T T dx L ,1 ,2S S q k q T T A L x (m) T (°C) Ts,1 L Ts,2 OBSERVAÇÃO: Tanto a taxa de transferência de calor (q) quanto o fluxo de calor (q’’) através de uma parede plana são constantes e independem de “x” TAXA E FLUXO DE CALOR 5 ,1 ,2S S kA q T T L ,1 ,2S S TERMICA CONDUTIVA q kA T T L R 3.1.2 – RESISTÊNCIA TÉRMICA Definindo resistência como a razão entre o potencial motriz e a taxa correspondente de transferência, temos que: A L I EE R SS e 2,1, Resistência elétrica ANALOGIA ELETRICA TERMICA V I T q R R Para o transporte condutivo escrever: 6 Para o transporte convectivo, podemos escrever: 1S TERMICA CONVECTIVA q hA T T R( )Sq hA T T 3.1.2 – RESISTÊNCIA TÉRMICA Para o transporte radiativo, podemos escrever: )( 44 vizs TTAq Ahq TT R r VIZS RADIATIVATÉRMICA . 1)( Onde: )( )( 44 vizs vizs r TT TT h Uma ferramenta muito útil na analise de problemas de transferência de calor, é o CIRCUITO TERMICO EQUIVALENTE, como o mostrado na Figura a seguir. 7 ,1 ,1 ,1 ,2 ,2 ,2 1 2 1 1 S S S ST T T T T T q L h A kA h A ,1 ,2 TOTAL T T q R 1 2 1 1 TOTAL L R h A kA h A EXERCICIOS 8 PROB. 3.2 – O vidro traseiro de um automóvel é desembaçado pela passagem de ar quente na superfície interna. Se o ar quente esta a 40 ºC e o coeficiente de transferência de convecção interno é de 30 W/m2ºC, quais as temperaturas das superfícies interna e externa do vidro (4 mm de espessura) se a temperatura do ar externo é de -10 ºC e o coeficiente de convecção é de 65 W/m2ºC? 9 Considere a parede composta mostrada na Figura ao lado. A taxa de transferência de calor unidimensional para este sistema pode ser expressa como ,1 ,4 TOTAL T T q R 1 4 1 1CA B TOTAL A B C LL L R h A k A k A k A h A 3.1.3 – A PAREDE COMPOSTA Em sistemas compostos é mais conveniente calcular a taxa de transferência de calor, usando-se o coeficiente global de transferência de calor (U) 10 q UA T 41 1 1 1 1 . TOTAL CA B A B C LL L h k k k h U R A ∆T é a diferença total de temperatura De forma geral podemos escrever 1TOTAL i TR R q UA PROB. 3.5 - As paredes de um refrigerador são tipicamente construídas de dois painéis de metal envolvendo uma camada de isolamento. Considere uma camada de isolamento feita de fibra de vidro ( k = 0,046 W/mºC) cuja espessura é de 50 mm, colocada entre duas folhas de metal (k = 60 W/mºC) cada uma com 3 mm de espessura. Se a parede separa o ar frio a 4 ºC do ar ambiente a 25 ºC, qual o calor recebido por unidade de área, considerando-se que os coeficientes convectivos interno e externo são iguais a 5 W/m2ºC. 11 12 PROB. 3.9 - A parede composta de um forno consiste em três materiais diferentes, dois dos quais com condutividade térmica conhecidas (ka = 20 W/mºC e kc = 50 W/mºC) e espessuras La = 0,30 m e Lc = 0,15 m. O terceiro material (B), fica entre A e C, sua espessura é de 0,15 m, mas condutividade térmica (kb) desconhecida. Em condições de operação em regime permanente, medições revelam uma temperatura de 20 ºC na superfície externa, 600 ºC na superfície interna e a temperatura do ambiente do forno igual a 800 ºC. O coeficiente convectivo interno é 25 W/m2ºC. Qual o valor de kb? Podemos estender o conceito de circuito térmico equivalente para paredes que apresentem camadas paralelas ao fluxo de calor ou então arranjos que combinam resistências em série e em paralelo. 13 Considere a parede composta mostrada na Figura ao lado, a qual consiste de duas camadas paralelas a transferência de calor. O circuito térmico equivalente será composto por duas resistências térmicas associadas em paralelo. Observe que o calor transferido é a soma do calor transferido em cada uma das camadas 1 12 2 1 12 2 1 12 2 1 1T T T T q q q T T R R R R Agora vamos analisar uma parede composta que apresenta camadas em serie e em paralelo, conforme mostra a figura abaixo. 14 1 ( ) TOTAL T T q R 1 2 12 3 3 1 2 TOTAL CONV CONV R R R R R R R R R R HIPOTESES: Qualquer plano normal ao eixo “x” é isotérmico (a temperatura varia apenas na direção “x”) Qualquer plano paralelo ao eixo “x” é adiabático (transferência de calor apenas na direção “x”) Na análise da transferência de calor em meios compostos, assumimos um “perfeito contato” na interface entre duas camadas e que não existe queda de temperatura nesta interface. Na realidade existe uma queda de temperatura através da interface entre os materiais.O valor desta resistência é determinada experimentalmente e sua definição é a seguinte: 15 INTERFACE CONTATO T R q 3.1.3 – RESISTÊNCIA DE CONTATO 16 Considere um cilindro longo construído de material isotrópico e de condutividade térmica constante, cujas superfícies interna e externa encontram-se expostas a fluidos a diferentes temperaturas. Para condições de regime permanente e sem geração interna de calor, a equação geral da condução em coordenadas cilíndricas, assume a seguinte forma: 1 0 d dT r r dr dr 2 1 1 P T T T T kr k k q c r r r r z z t Condições de Contorno 1 ,1 2 ,2 ( ) ( ) S S T R T T R T 3.3 – SISTEMAS RADIAIS 3.3.1 – O CILINDRO 17 PERFIL DE TEMPERATURA TAXA DE TRANSFERENCIA DE CALOR RESISTÊNCIA TERMICA (CILINDRO) ,1 ,2 ,2 1 2 2 ( ) ln ln S S S T T r T r T R R R ,1 ,2 2 1 2 ln( ) S S Lk T T q R R 2 1ln( ) 2CONDUTIVA CONDUTIVA R RT R R k L q r (m) T (°C) Ts,1 R2 Ts,2 R1 1S TERMICA CONVECTIVA q hA T T R rLh R CONVECTIVATERMICA 2 1 APLICAÇÃO PROB. 3.35 - Uma tubulação de vapor de 0,12 m de diâmetro externo é isolada com uma camada de silicato de cálcio, se a espessura do isolamento tem 20 mm e suas superfícies interna e externa são mantidas a 800 e 490 K, respectivamente, qual é a perda de calor por unidade de comprimento da tubulação? 18 CILINDRO COMPOSTO A Figura abaixo mostra um corte transversal ao eixo de um cilindro de comprimento “L”, constituído por três camadas de materiais diferentes em perfeito contato térmico e com transporte de calor por convecção nas superfícies interna e externa Usando o mesmo conceito de resistência térmica, usado na analise da parede plana, podemos escrever: ,1 ,2 TOTAL T T q R 41 3 2 321 1 1 1 42 3 ln lnln1 1 2 2 2 2 2TOTAL R R R RR R R h R L k L k L k L h R L ,1 ,2 1 1 ,1 ,2 ( ) TOTAL T T q U A T T R Coeficiente Global 44 1 3 4 3 1 2 3 2 1 1 2 1 1 1 1 1 lnlnln 1 1 hr r r r k r r r k r r r k r h U LrA 11 2 APLICAÇÃO: PROB. 3.39 - Um tubo de aço inoxidável (AISI 304) utilizado para transportar produtos farmacêuticos resfriados tem diâmetro interno de 36 mm e espessura de parede de 2 mm. As temperaturas dos produtos farmacêuticos e do ar ambiente são de 6 e 23 ºC, respectivamente, enquanto que os coeficientes de convecção nas superfícies interna e externa são 400 e 6 W/m2ºC, respectivamente. a) Qual é o ganho de calor por unidade de comprimento do tubo? b) Qual o ganho de calor por unidade de comprimento do tubo, se o mesmo for recoberto com uma camada de 10 mm de silicato de cálcio (k = 0,050 W/mºC) c) Qual a espessura necessária para reduzir o fluxo de calor em 75% com relação ao tubo sem isolamento? 20 21 Considere uma casca esférica construída de um material isotrópico e de condutividade térmica constante. Cujas superfícies interna e externa encontram-se expostas a fluidos a diferentes temperaturas . Para condições de regime permanente e sem geração interna de calor, a equação geral da condução em coordenadas esférica, assume a seguinte forma 2 2 1 0 d dT r r dr dr 1 1 2 2 ( ) ( ) T R T T R T Condições de Contorno 3.3.2 – A ESFERA 22 2 2 2 1 1 1 sen sen sen P T T T T kr k k q c r r r r r t 22 PERFIL DE TEMPERATURA TAXA DE TRANSFERENCIA DE CALOR RESISTÊNCIA TERMICA (ESFERA) 1 2 1 2 2 4 4 1 1 k T T q r R R dT k dr 2 1 1 24 CONDUTIVA CONDUTIVA R R R k RR T R q r (m) T (°C) Ts,1 R2 Ts,2 R1 1S TERMICA CONVECTIVA q hA T T R 1 1 12 21 )11.( 11 )( s ss T rr rr TT rT hr R CONVECTIVATERMICA 24 1 ESFERA COMPOSTA 23 A Figura mostra uma casca esférica, constituída por três camadas de materiais diferentes em perfeito contato térmico e com transporte de calor por convecção nas superfícies interna e externa. Usando o mesmo conceito de resistência térmica, usado na analise da parede plana, podemos escrever: ,1 ,2 TOTAL T T q R ,1 ,2 1 1 ,1 ,2 ( ) TOTAL T T q U A T T R T1 T2 T3 R2 R3 R1 Ambiente Externo T∞2 h2 Ambiente Interno T∞1 h1 2 32322 23 211 12 2 11 4 1 444 1 RhRRK RR RRK RR Rh RTOTAL APLICAÇÕES PROB 19: Um vaso esférico utilizado como um reator para a produção de fármacos tem uma parede de aço inoxidável (k = 17 W/m°C) com 10 mm de espessura e 1 m de diâmetro interno. A superfície externa do vaso esférico é exposta ao ar ambiente a 25 °C, para o qual pode-se considerar o coeficiente de convecção como 6 W/m2°C. (a) Durante a operação em regime estacionário, uma temperatura interna de 50 °C é mantida pela geração de energia no interior do reator. Qual a perda de calor do vaso?; (b) Se uma camada de isolamento de fibra de vidro de 20 mm de espessura (k = 0,040 W/m2°C ) é aplicada no exterior do vaso e a taxa de geração de energia não sofre variação, qual a temperatura da superfície interna do vaso. 24 Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental/CCT/UEPB e-mail: caplima@uepb.edu.br caplima2000@yahoo.com.br Web-site: http://caplima.googlepages.com CAMPINA GRANDE, PB 25
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