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TECIDOS CONJUNTIVOS – M ATRIZ EXTRACELULAR GREG KITTEN 1Considerações gerais sobre tecidos conjuntivos: possui diversos tipos de células, separadas por abundante material extracelular produzido por elas. grupo diversificado de tecidos, os quais podem ser categorizados em: tecidos conjuntivos propriamente ditos e tecidos conjuntivos especializados. 2 Histogênese a maioria dos tecidos conjuntivos é de origem mesodérmica (tecidos conjuntivos do tronco e membros). os tecidos conjuntivos da cabeça são, de modo geral, derivados das células das cristas neurais (neuroectoderma). 3 Funções: preenchimento e sustentação: o tecido conjuntivo sustenta outros tecidos (ex.: epitélio), além de preencher os espaços entre células (ex.: tecido muscular). A função de sustentação é exercida principalmente pelas fibras: fibras colágenas formam tendões, aponeuroses, cápsulas, ligamentos, traves e paredes dentro dos órgãos, consistindo no elemento mais resistente do estroma. armazenamento e transporte: o tecido adiposo armazena lipídeos; o tecido conjuntivo frouxo, rico em proteoglicanas, armazena eletrólitos e água. Como os capilares estão envoltos por tecido conjuntivo, este é responsável pelo transporte de oxigênio, gás carbônico, nutrientes e catabólitos entre o sangue e outros tecidos. defesa e reparo: o conjuntivo contém várias células de defesa, como macrófago (fagocitário), plasmócito (produtor de anticorpo) e linfócitos (mediadores de respostas imunológicas). A matriz extracelular é constituída de um gel viscoso que dificulta penetração de microorganismos. O conjuntivo também é responsável pela cicatrização de lesões, inclusive dentro de outros tecidos, como o muscular. 4 Estrutura básica do tecido conjuntivo: células matriz extracelular fibras colágenas, reticulares e elásticas. substância fundamental amorfa (SFA): proteoglicanas, glicosaminoglicanas e glicoproteínas de adesão. fluido intersticial 5 Fibras colágenas: constituídas pela proteína colágeno, cuja molécula chama-se tropocolágeno; a molécula de tropocolágeno é composta de três cadeias ( enroladas em hélice; várias moléculas de tropocolágeno podem formar fibrilas, e estas, fibras colágenas. Obs: nem todo colágeno forma fibras: colágenos que formam fibrilas e/ou fibras: I, II, III, V, XI; colágenos que apenas se associam a fibrilas já formadas: IX, XII; colágenos que formam rede: IV (obs: fibrilas de colágeno III também formam redes); colágeno de ancoragem: VII. as fibras de colágeno tipo I são as mais grossas, abundantes e resistentes, encontradas na derme, tendões, ligamentos, ossos, fibrocartilagem e dentina (dentes). No estado fresco têm cor branca. Formam feixes em vários tecidos. Coram-se de róseo (HE) ou verde (verde-luz de Masson, Tricrômico de Gomori); produzidas por várias células, especialmente fibroblastos, condroblastos (cartilagem) e osteoblastos (osso); várias patologias estão relacionadas à perturbações na síntese do colágeno: escorbuto, síndrome de Ehlers-Danlos, osteogênese imperfeita etc. 6 Fibras reticulares: constituídas de colágeno tipo III, são muito delicadas e formam redes extensas em certos órgãos, apoiando as células; não formam grandes feixes e podem ficar dispersas na SFA; contêm muitos açúcares (PAS+) e têm afinidade pela prata (argirófilas); no tecido conjuntivo frouxo, situam-se no limite próximo ao epitélio e em torno de células de gordura, pequenos vasos sanguíneos e nervos. Também formam o estroma de sustentação de órgãos hematopoiéticos e linfáticos, fígado, glândulas endócrinas, intestino, útero, músculo etc. 7 Fibras elásticas: delgadas, longas, ocasionalmente ramificadas, podendo formar feixes grosseiros (neste caso, em ligamentos da coluna vertebral e nas membranas elásticas fenestradas da parede de grandes vasos sanguíneos); produzidas por fibroblastos e células musculares lisas; constituídas pela proteína elastina (no centro) e microfibrilas (na periferia); estas últimas contendo uma glicoproteína chamada fibrilina; síndrome de Marfan: defeito no gene da fibrilina, que resulta em fragilidade de grandes artérias (ruptura de aorta), dentre outras malformações. 8 Substância fundamental amorfa (SFA): gel incolor, muito hidratado, que preenche o espaço entre as células e as fibras do tecido conjuntivo, constituindo veículo para passagem de células, moléculas hidrossolúveis e íons, além de servir como barreira à penetração de microorganismos; constituída de proteoglicanas, glicosaminoglicanas e glicoproteínas de adesão; glicosaminoglicanas (GAGs): polissacarídeos longos, não-ramificados, constituídos de unidades dissacarídicas que se repetem; são carregadas negativamente, atraindo cátions e água, o torna a SFA hidratada e resistente à compressão; proteoglicanas: compostas por um núcleo protéico no qual se ligam várias GAGs covalentemente; são macromoléculas que podem ligar-se umas às outras e às fibras colágenas, sendo responsáveis pelo estado em gel da matriz extracelular; resistem à compressão, retardam movimento de microorganismos e células cancerosas, regulam função de moléculas sinalizadoras, ajudam no papel de filtração da lâmina basal em certos órgãos e também podem servir como receptores na superfície de algumas células; glicoproteínas: unem as células conjuntivas aos componentes da matriz extracelular, participam da estrutura da lâmina basal e marcam o caminho de células migratórias; as mais importantes são fibronectina, laminina, entactina, tenascina, condronectina e osteonectina. 9 Fluido intersticial: composto de água, íons, pequenas moléculas e proteínas de baixo peso molecular; extravasa da porção arterial dos capilares e cai no tecido conjuntivo, sendo novamente recolhido ao sangue pela porção venosa dos capilares ou pelos vasos linfáticos; quando se acumula no tecido conjuntivo anormalmente forma um edema, que pode ter várias causas: obstrução de vasos linfáticos, obstrução de veias, dificuldade do retorno venoso (insuficiência cardíaca), desnutrição etc. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Junqueira, Carneiro (1999) 9. ed., cap. 5
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