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TECIDO CONJUNTIVO ESPECIALIZADO – CARTILAGEM Greg Kitten 1 Introdução tecido conjuntivo especializado de consistência rígida, mas que mantém certo grau de flexibilidade. Não possui vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos, sendo nutrido e inervado pelos vasos e nervos do tecido conjuntivo envolvente. 2 Funções suporte de tecidos moles; revestimento de superfícies articulares onde absorve choques e facilita o deslizamento; auxilia na formação e crescimento dos ossos longos; forma o molde inicial de muitos ossos no período embrionário. 3 Estrutura células: condrócitos; material intercelular: fibras (colágenas ou colágenas + elásticas), substância fundamental amorfa (glicosaminoglicanas, proteoglicanas e glicoproteínas) e fluido intersticial. 4 Outras características a consistência firme se deve às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas sulfatadas (GAGs) e o colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas às GAGs; as cartilagens (exceto as articulares e fibrosas) são envolvidas por uma bainha de tecido conjuntivo denominada de pericôndrio. 5 Pericôndrio bainha de tecido conjuntivo denso (em sua maior parte), que envolve todas as cartilagens (exceto as articulares e a fibrosa); duas camadas: externa fibrosa (fibroblastos, fibras de colágeno tipo I e vasos sanguíneos) e interna celular (células condrogênica); funções: (1) fonte de novos condrócitos para o crescimento da cartilagem e (2) nutrição da cartilagem. 6 Histogênese As cartilagens são inicialmente formadas no embrião, a partir do mesênquima: células mesenquimáticas retraem seus prolongamentos e tornam-se arredondadas; as células multiplicam-se e formam aglomerados de células com citoplasma basófilo (condroblastos); os condroblastos iniciam a síntese da matriz, afastando-se uns dos outros e ficando aprisionados em lacunas na matriz; as células aprisionadas (condrócitos) ainda se dividem, formando grupos de duas ou mais células (grupos isógenos). 7 Crescimento das cartilagens intersticial: à medida que os condrócitos de um grupo isógeno produzem matriz, elas são empurradas para longe uma da outra, ocupando lacunas separadas (crescimento a partir do interior da cartilagem); aposicional: as células condrogênicas sofrem divisão e se diferenciam em condroblastos, que começam a elaborar a matriz (crescimento por adição na periferia). Obs: o crescimento intersticial ocorre somente na fase inicial da formação da cartilagem; as cartilagens que não têm pericôndrio e do disco epifisário crescem dessa forma. 8 Tipos de cartilagens hialina: material extracelular com delicadas fibrilas de colágeno tipo II; elástica: material extracelular com poucas fibrilas de colágeno II e muitas fibras elásticas; fibrosa: material extracelular com muitas fibras colágenas tipo I. 9 Cartilagem hialina localização: nariz e laringe, extremidades ventrais das costelas (onde se articulam com o externo), nos anéis da traquéia e brônquios, nas superfícies articulares das articulações móveis, discos epifisários dos ossos em crescimento. Além de fibrilas de colágeno II (que não forma grandes feixes), existem outros colágenos secundários (IX, X, XI); o alto conteúdo de água de solvatação nas GAGs atua como sistema de absorção de choques mecânicos; o material extracelular em torno dos condrócitos é pobre em colágeno e rica em condroitino-sulfato, que contribui para sua basofilia, metacromasia e reação PAS (+) e chama-se MATRIZ TERRITORIAL. recentemente identificou-se que imediatamente ao redor das lacunas existe uma fina rede de fibras colágenas embebidas num material semelhante à lâmina basal, que talvez sirva para proteção contra pressão mecânica. o material extracelular é rico em agrecanas (grandes moléculas de proteoglicanas) que têm carga negativa e atraem cátions; estes por sua vez, atraem moléculas de água, tornando a matriz muito hidratada e resistente à pressão. Condrócitos: os periféricos são mais achatados e os centrais mais arredondados; in vivo ocupam toda a lacuna e nos preparados histológicos aparecem retraídos; tem núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado com muitas mitocôndrias, RER e C. Golgi bem desenvolvidos; vivem sob baixas tensões de oxigênio, degradando a glicose por mecanismo anaeróbico; os nutrientes do sangue chegam por difusão, através da água de solvatação das macromoléculas e pelo bombeamento promovido pelas forças de compressão; contorno irregular para aumentar a adesão e captação de nutrientes da matriz extracelular. 10 Cartilagem elástica localização: pavilhão da orelha, tubas auditivas, epiglote e cartilagem cuneiforme da laringe. pode aparecer sozinha ou associada à cartilagem hialina; além das fibrilas colágenas, apresenta uma rede de fibras elásticas finas, contínuas com as do pericôndrio; os condrócitos são mais numerosos e maiores e a matriz é menos abundante que da hialina; os feixes de fibras elásticas da matriz territorial são mais abundantes e espessos que do resto da matriz. 11 Fibrocartilagem localização: discos intervertebrais, sínfise pubiana, discos articulares e nos pontos de inserção óssea de ligamentos e tendões; intermediária entre cartilagem hialina e tecido conjuntivo denso; não possui pericôndrio; quantidade reduzida de SFA e abundantes feixes de colágeno I; condrócitos organizados em fileiras paralelas, alternados com feixes grossos de fibras colágenas; discos intervertebrais: núcleo pulposo (centro gelatinoso com muito ácido hialurônico e células que desaparecem aos 20 anos; resiste à compressão) e anel fibroso (circunda o núcleo pulposo e é constituído de fibrocartilagem; resiste à tração). A ruptura do anel fibroso, mais freqüente na região posterior resulta na expulsão do núcleo pulposo e achatamento do disco; quando isto ocorre em direção à medula espinhal, pode comprimir nervos, produzindo dores e distúrbios neurológicos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Junqueira, Carneiro, Cap. 7.
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