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Telefonia Básica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA 
SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TELEFONIA BÁSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1. Histórico da Telefonia, 7 
1.1 - Histórico da Telefonia no Brasil, 9. 
1.2 - Evolução da Telefonia Fixa em Natal RN (Telern-Telemar), 12. 
2 - As normas das concessões e a qualidade do serviço, 15. 
2.1 Alcance das redes de telecomunicações, 17. 
3. Fundamentos de Acústica, 20. 
3.1 Voz X Audição, 20. 
3.2 – Inteligibilidade, 21. 
3.3 – Transformação de Energia Acústica em Energia Elétrica, 22. 
3.4 – Transformação de Energia Elétrica em Energia Acústica, 23. 
4 - Unidades de Medidas em Telecomunicações, 24. 
4.1 – Relação de Potências e quadripolos, 25. 
4.2 – Decibel, 26. 
4.3 – dBm, 28. 
4.4 – dBu, 30. 
4.5 – dBr, 33. 
4.6 – Outras unidades logarítmicas, 34. 
5 - Conceitos Elementares de Comutação, 34. 
5.1 - Nós e Arcos, 34. 
5.2 - Modelo elementar de comunicação, 35. 
5.3 - Introdução às centrais telefônicas, 37. 
5.4 - Centrais Telefônicas Manuais, 38. 
5.5 - Automatização das Comutações, 39. 
5.5.1 - Centrais Eletro-mecânicas, 39. 
5.5.2 - Centrais Eletrônicas, 41. 
5.5.3 – Centrais Digitais, 41. 
6 - Sistemas Telefônicos Públicos, 43. 
6.1 - Centrais Locais, 43. 
6.2 - Centrais Tandem, 44. 
6.3 - Centrais Mistas, 46. 
6.4 - Centrais de Trânsito, 47 
6.5 – Hierarquias Entre Centrais, 48 
6.6 - Diferentes Entroncamentos de Circuitos – Rotas, 49 
6.7 - Sistema de Telefonia no Rio Grande do Norte, 50 
6.8 – ELR (Estágios de Linha Remotos) ou URAs (Unidades Remotas de Assinantes), 
51 
6.9 - Estação Telefônica Local e Interurbana, 53. 
7 - Características da Rede Telefônica, 55. 
7.1 – Rede de Assinantes (Rede de Acesso), 55. 
7.1.1 – Tipos de Redes de Acesso, 57. 
7.1.1.1 – Redes Rígidas, 57. 
7.1.1.2 – Redes Flexíveis, 58. 
7.1.1.3 – Redes Múltiplas, 59. 
7.1.1.4 – Linha Privada, 60. 
7.2 – Elementos das Redes de Acesso, 61 
7.2.1 Blocos de Terminação, 61. 
7.2.2 - Fio Jumper ou FDG, 61. 
7.2.3 - Distribuidor Geral (DG), 61. 
7.2.4 - Caixa de DG, 65. 
7.2.5 - Caixa de distribuição, 65. 
7.2.6 - Caixa Subterrânea, 65. 
7.2.7 - Armário de Distribuição, 65. 
7.2.8 - Cabo Primário, 66. 
7.2.9 - Cabo Secundário, 66. 
7.3 – Cabos e Fios Telefônicos, 67. 
7.4 – Degenerações do Sinal de Áudio, 68. 
7.4.1 – Atenuação, 68. 
7.4.2 – Linha Condicionada (pupinização), 70. 
 5
7.4.3 – Ruído Branco, 72. 
7.5 – O Aparelho Telefônico, 73. 
7.5.1 - Circuito de áudio, 74. 
7.5.2 - Processador de chamadas - Pulse Dialer ou DTMF Generator, 74 
7.5.3 - Circuito de Campainha ou Ring (Tone Ring), 76. 
7.5.4 – Principais parâmetros para avaliação dos cabos com pares metálicos 
trançados, 77. 
8 – Sinalização, 78. 
8.1 - Sinalização de Assinante, 78. 
8.1.1 - Tom de Discar (TD), 78. 
8.1.2 - Tom de Chamada (TC) ou Tom de controle de Chamada, 79. 
8.1.3 - Tom de Ocupado (TO ou LO), 79. 
8.1.4 - Tom de Número Inacessível (TNI), 80. 
8.1.5 - Corrente de Toque (CT), 80. 
8.1.6 – Outros tipos, 81. 
8.2 - Sinalização de Linha, 81. 
8.2.1 - Tipos de Sinalização de Linha, 81. 
8.2.2 - Descrição dos Sinais, 82. 
8.3 - Sinalização de loop, 83. 
8.4 - Sinalização E & M Pulsada, 83. 
8.5 - Sinalização E & M Contínua, 84. 
8.6 - Sinalização de Registro, 85. 
8.6.1 - Sinalização Decádica, 85. 
8.6.2 - Sinalização Multifreqüencial Compelida ou MFC, 85. 
8.6.3 - Sinalização DTMF e MFP, 90. 
9 - Centrais privadas de Comutação telefônica (CPCT), 90. 
10 - Sistemas Multiplex, 92. 
10.1 – Modos de operação de um meio de transmissão, 92. 
10.2 – Conceito de Canal e Circuito, 92. 
10.3 – Circuitos a 2 Fios e a 4 Fios, 93. 
10.4 – Dispositivos Híbridos, 94. 
10.5 – Conceito de Multiplexação, 95. 
10.6 – Tipos de Multiplexação, 97. 
10.6.1 - Técnica digital, 97. 
10.6.2 – Técnina analógica, 97. 
11 – Multiplexação FDM – Frequency Division Multiplex, 97. 
11.1 – Canal Multiplex, 97. 
11.1.1 – Representação Convencional, 97. 
11.1.2 – Tipos de Canais Multiplex, 98. 
11.2 – Translação ou conversão de freqüências, 99. 
11.3 – Modulação e Demodulação, 99. 
11.3.1 – Tipos de Modulação, 100. 
11.4 – Modulação em amplitude, 100. 
11.4.1 – Representação matemática do sinal modulado, 101. 
11.4.2 – Percentagem de Modulação, 102. 
11.4.3 – Faixas Laterais, 104. 
11.4.4 – Distribuição de Potência na Modulação em Amplitude, 105. 
11.4.5 – Principais Processos de Modulação em Amplitude Utilizados pelo 
FDM, 107. 
11.5 – Demodulação em Amplitude, 109. 
11.6 – Princípio Básico do Multiplex por Divisão de Freqüência (FDM), 110. 
11.7 – Banda Básica, 112. 
11.7.1 – Conceito, 112, 
11.7.2 – Estágios de Translação, 112. 
11.7.3 – Procedimento, 113. 
11.8 – Representação das Bandas Básicas no Domínio do Tempo e da Freqüência, 
116. 
11.9 – Sistemas de Transmissão Multiplex via Rádio, 118. 
11.10 – Representação de transmissão Multiplex e etapas de uma ligação telefônica 
interurbana, 124. 
 6
1. Histórico da Telefonia 
 
Em todas as épocas, cada vez mais o homem tem procurado aprimorar 
a comunicação, fator primordial para escrever a sua própria história. Nos 
tempos mais remotos, a linguagem na forma de sons guturais foi único meio 
existente de exprimir idéias e pensamentos de uma pessoa para outra. Essa 
forma de comunicação foi desenvolvendo-se com o tempo, algumas em uso 
até hoje, sendo a mais importante forma de comunicação existente. 
A comunicação elétrica começou com a invenção do telégrafo, por 
Wheatstone e Morse em 1837, o qual se expandiu por todo o mundo. A 
Telegrafia é uma comunicação codificada (digital) direcional e que no Brasil 
teve na figura do marechal indianista e pacifista Cândido Mariano Rondon o 
seu grande implantador, especialmente na região norte do país. 
Naquela época, a única maneira de ampliar a voz era colocando as 
mãos ao redor da boca, em forma de cone, a fim de concentrar as ondas 
sonoras em direção ao ouvinte. Foi daí que surgiu a idéia de construção do 
Megafone, em forma de um grande cone, muito usado na comunicação de 
curta distância. Um outro aparelho inventado, baseado nos mesmos princípios, 
foi a trombeta de ouvido. Esse aparelho captava as ondas sonoras de uma 
área relativamente extensa e as concentrava no ouvido. 
Os esforços do homem para vencer a dissipação das ondas sonoras 
levaram-no à construção de túneis sonoros entre prédios medievais. Um 
moderno avanço dessa idéia é o tubo falante, usado em muitas casas e prédios 
antigos. 
Com a evolução, foi necessário que a voz fosse transmitida entre 
cidades; o meio científico percebeu que a resposta ao problema não estava na 
utilização da força bruta, num esforço para ampliar o campo de ação da 
comunicação da voz. 
Muitos estudiosos, cientistas e inventores tiveram uma idéia do que seria 
necessário para providenciar a resposta à procura de um melhor meio de 
transmitir a comunicação da voz. A invenção do telefone é atribuída a 
Alexander Graham Bell (1847-1922), que em 1876 requereu a patente de sua 
invenção, denominada na época de “melhoramento da telegrafia”. 20 anos 
antes, o francês Charles Bourseul (1829 – 1912), já havia mostrado o princípio 
da telefonia elétrica: uma placa móvel, interposta num circuito cortado por suas 
vibrações acústicas, poderia gerar uma corrente que, agindo à distância sobre 
outra placa móvel, poderia reproduzir a voz que fizesse vibrar a primeira placa. 
Em 1861, o fisco alemão Philip Reis (1834-1874) construiu uma 
engenhoca baseada no princípio anunciado anteriormente, mas que só 
transmitia tons musicais e não era capaz de reproduzir a intensidade ou timbre 
da voz humana. O transmissor consistia em um diafragma que vibrava com a 
pressão sonora, como mostra a Figura 1.1.7
 
Figura 1.1 - Fenômeno batizado de “Page Effect 
 
No centro desse diafragma havia um contato de platina que fechava ou 
abria de acordo com as vibrações. Em série com esse contato era colocada 
uma bateria e uma espécie de bobina enrolada num material previamente 
magnetizado, que com a variação da corrente elétrica produzia um fenômeno 
chamado de Page Effect. Nesse fenômeno, as linhas de forças do campo 
magnético do material são alongadas quando o sentido da corrente na bobina é 
um, quando o sentindo é outro, o campo magnético é comprimido. Com o 
alongamento e a compressão, produzia-se sons fracos no material 
magnetizado, na verdade a invenção serviu apenas para produzir tons 
musicais. 
Porém, só Bell conseguiu transmitir a primeira mensagem telefônica e 
em 14 de fevereiro de 1876, na cidade de Washington, um procurador seu deu 
entrada no pedido da patente, cujo diagrama é mostrado na Figura 1.2. 
 
 
 
Figura 1.2 – Diagrama da invenção de Bell apresentado no escritório de patentes 
 
Poucas horas antes, no United States Patent Office, Elisha Gray (1835 – 
1901), também requereu patente de outro invento contendo a mesma 
finalidade. Outros inventores e Gray entraram na Justiça contra Bell e depois 
de longa batalha judicial, Bell acabou por ganhar a causa e entrara para 
história como inventor do telefone. 
O invento de Bell foi o primeiro a utilizar uma corrente contínua cuja 
intensidade variava de acordo de acordo com as vibrações de uma membrana. 
Seu aparato, Figura 3, era transmissor e receptor ao mesmo tempo, sendo 
constituído por um ímã permanente sobre o qual se enrolava uma bobina e 
cuja armadura era formada por uma membrana de ferro. Ligando-se por meio 
de um fio as bobinas dos eletroímãs dos dois aparelhos, tinha-se um Telefone. 
 
 8
 
 
Figura 3 – Primeiro telefone 
As vibrações da voz humana faziam deslocar-se a membrana conjugada 
com o ferro onde uma variação do fluxo magnético produzia uma corrente no 
circuito (Lei de Faraday). Essa corrente provocava o deslocamento da 
armadura do aparelho receptor, reproduzindo com as vibrações, transmitindo 
assim a voz humana. O deslocamento da membrana era de pequena amplitude 
e Bell só conseguia o alcance de mais ou menos uns 200 metros. 
Bell tentou vender sua patente para a Western Telegraph Company por 
100.000 dólares e não conseguiu; a empresa recusou sua oferta, porém um 
ano depois, reconsideraram e ofereceram ao inventor a quantia de 25 milhões 
de dólares à vista, prontamente recusada por Bell, que conseguiu empréstimos 
bancários e criou uma das maiores empresas do mundo, a BELL TELEPHONE 
CO. 
 
1.1 - Histórico da Telefonia no Brasil 
 
D. Pedro II, quando em visita a uma exposição na Philadélfia, em 1876, 
teve o prazer de ser o primeiro Chefe de Estado a falar num telefone e em 
1877, ao voltar de uma viagem aos Estados Unidos e Europa, mandou instalar 
um telefone no Palácio de São Cristóvão. Era uma linha telefônica entre as 
Forças Armadas e o Quartel dos Bombeiros. Em 15 de Novembro de 1879, D. 
Pedro II criou a Companhia Telephonica do Brasil, cujas ações eram 
controladas pela Western Telegraph Company, a primeira concessionária da 
telefonia no Brasil. 
 
Linha do Tempo da telefonia no Brasil: 
 
1877 - D. Pedro II manda trazer dos Estados Unidos o primeiro telefone 
para ser instalado no Palácio Imperial de São Cristóvão. 
1889 – É dada a primeira concessão de uma linha telefônica no Brasil, 
sendo instaladas também linhas telefônicas de aviso de incêndio com a central 
de bombeiros. 
1893 – Já existiam no Rio de Janeiro 5 centrais telefônicas com 1000 
assinantes cada uma, e viabilizaram a primeira linha telefônica interurbana 
interligando o Rio com Petrópolis. 
1922 – O Rio já dispunha de 30.000 linhas instaladas, para uma 
população de 1.200.000 habitantes.Natal,com população de 45.000 habitantes, 
tem apenas 40 telefones 
1923 – É constituída a primeira companhia telefônica, a CTB 
(Companhia Telefônica Brasileira) 
1939 – È inaugurada a primeira estação telefônica automática, tendo 
sido instaladas até então um total de 100.000 linhas de assinantes. 
 9
1945 – Já havia cerca de 1.000.000 de terminais no Brasil, operados por 
800 empresas particulares, onde 75% dos serviços eram prestados pela CTB 
nos estados do Rio, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. 
Até 1962 – O Brasil sofreu uma estagnação no crescimento da 
Telefonia, com pouca oferta de linhas para a população. Eram muito freqüentes 
os congestionamentos dos serviços telefônicos. 
As comunicações internacionais estavam nas mãos das operadoras 
estrangeiras Western Telegraph, Radional, Italcable e Radiobrás. As únicas 
operações de telecomunicações em mãos do Estado eram a telegrafia, 
operada pelos Correios, e algumas emissoras de radiodifusão de alcance 
nacional. A situação geral sob o domínio de seis empresas estrangeiras 
revelou-se um desastre de ineficácia 
1962 – Cria-se o CONTEL (Conselho Nacional de Telecomunicações), 
órgão subordinado diretamente à Presidência da República, destinado a 
coordenar, supervisionar e regulamentar as telecomunicações no país. 
1963- É inaugurada a TELERN Companhia Telefônica do RGN, 
empresa estadual cujos objetivos principais são: ampliar a telefonia na capital e 
implantar a comunicação interurbana envolvendo as principais cidades do 
interior do estado. Governo de Aluísio Alves. 
1965 -Cria-se a EMBRATEL (Empresa Brasileira de Telecomunicações) 
com a finalidade de implantar e implementar os sistemas de longa distância no 
Brasil, para interligar as capitais e grandes cidades entre si. É criado também o 
DENTEL (Departamento Nacional de Telecomunicações), tendo como função a 
execução e fiscalização das normas e diretrizes editadas pelo CONTEL. 
Estabeleceu-se uma sobretaxa de 30% nas tarifas normais, com o propósito de 
se financiar a EMBRATEL através do Fundo Nacional de Telecomunicações. 
1967 – O governo cria o Ministério das comunicações para fixar a 
política nacional das telecomunicações, assumindo a coordenação central do 
crescimento de toda a Rede Nacional de Telefona, dos Correios e da 
Radiodifusão. 
1972 – O Ministério das Comunicações cria a TELEBRÁS, emprese de 
capital misto, reduzindo o número de empresas prestadoras de serviços para 
28, praticamente uma para cada estado e território do país. Com sua criação, a 
TELEBRÁS começou a contribuir de forma expressiva para o crescimento do 
plano de expansão nacional. AS Operadoras estaduais foram quase todas 
absorvidas pela Telebrás, a TELERN passou a denominar-se 
Telecomunicações do Rio Grande do Norte S.A. empresa de economia mista 
onde o principal acionista era a Telebrás, Ministério das Comunicações. 
1985 – O setor das telecomunicações tem uma taxa de crescimento 
econômico da ordem de 7,5% sendo considerada por especialistas como a 
maior do mundo, atingindo um índice de 96% na nacionalização dos 
equipamentos industrializados pr empresas do setor. 
1988 – Adotado o padrão AMPS pela TELEBRÁS para a telefonia 
celular 
1990 – Tem início o primeiro serviço móvel celular do Brasil, no Rio de 
Janeiro. 
1992 – O Brasil chega a instalar 14 milhões de linhas telefônicas, 
atingindo a proporção de 10 telefones para cada 100 habitantes e a 
TELEBRÁS é afiliada como membro internacional da CTIA. 
 10
1994 – A TELEBRÁS consegue cobrir com a telefonia celular todas as 
capitais dos Estados e cerca de 250 cidades do país, Natal foi a segunda 
capital nordestina a ter telefonia móvel celular. 
1997 – O Brasil fecha o ano com cerca de 4,3 milhões de terminais 
celulares em operação 
1998 – A TELEBRÁS é privatizada. 
Empresa Consórcio Comprador Valor (US$ bilhões) 
Embratel MCI 2,29 
Telesp (S.Paulo) 
Telefónica, Iberdrola, Banco 
Bilbao Vizcaya, RBS (Brasil), 
Portugal Telecom5,00 
Tele Centro Sul (Paraná, 
Santa Catarina, Mato 
Grosso do Sul, Mato 
Grosso, Goiás, Distrito 
Federal, Tocantins, 
Rondônia e Acre) 
Telecom Italia, Banco 
Opportunity (Brasil) 1,80 
Telemar (Rio de Janeiro, 
Minas Gerais, Espírito 
Santo, Bahia,RN e outros 
estados do Nordeste, 
Amazonas, Pará, Roraima e 
Amapá) 
Andrade Gutierrez, La 
Fonte, Inepar, Brasil 
Veiculos, Macal (todas 
brasileiras) 
3,00 
Telesp Celular (São Paulo) Portugal Telecom 3,10 
Tele Sudeste Celular (Rio de 
Janeiro, Espírito Santo) 
Telefónica, Iberdrola, NTT 
Mobile, Itochu 1,20 
Telemig Celular (Minas 
Gerais) 
Telesystems International, 
Banco Opportunity 0,66 
Tele Celular Sul (Paraná, 
Santa Catarina, Rio Grande 
do Sul) 
Organizações Globo (Brasil), 
Banco Bradesco (Brasil), 
Telecom Itália 
0,61 
Tele Norte Celular 
(Amazonas, Pará, Roraima, 
Pará, Maranhão) 
Telesystems International, 
Banco Opportunity 0,16 
Tele Centro Oeste Celular 
(Acre, Distrito Federal, 
Goiás, Mato Grosso, Mato 
Grosso do Sul, Rondônia, 
Tocantins) 
Splice do Brasil 0,38 
Tele Leste Celular (Bahia, 
Sergipe) Telefónica, Iberdrola 0,37 
Tele Nordeste Celular (seis 
estados do Nordeste: 
Alagoas, Ceará, 
Pernambuco, Paraíba, Piauí, 
Rio Grande do Norte) 
Organizações Globo, Banco 
Bradesco, Telecom Itália 0,58 
 Total 19,15 
 11
O processo de privatização criou ainda 10 empresas-espelho de 
telefonia celular para operar na banda B, competindo com as oito originalmente 
existentes. Atualmente operam também duas empresas nas bandas D e E 
(ambas com padrão GSM). Três empresas-espelho de telefonia fixa e uma 
operadora-espelho de longa distância (a Intelig, espelho da Embratel) foram 
também autorizadas a operar. 
A Telebrás detinha 77% do capital das empresas do sistema, e o 
governo federal era dono de 19,26% dessa porção - ou seja, o leilão de julho 
de 1998 vendeu 14,8% do valor total das empresas do sistema Telebrás - esta 
porcentagem correspondia a 51,79% do total de ações com direito a voto do 
sistema, ou 64,4 bilhões de ações. 
O total da venda dos 14,8% mencionados acima foi de US$19,15 
bilhões. A tabela anterior resume as aquisições. A preparação para o processo 
de privatização envolveu o desmembramento do sistema Telebrás em doze 
empresas, sendo três de telefonia fixa, oito de telefonia celular e uma de 
comunicação de longa distância. Assim, as operadoras de celular foram 
separadas das empresas de telefonia fixa, formando-se oito empresas 
regionais que operam telefonia celular na banda A, todas privatizadas em 1998. 
 
1.2 - Evolução da Telefonia Fixa em Natal RN (Telern-Telemar) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12
 
 
 
 13
 
 
 
 
 
Existem cerca de 85 URAs (Unidades Remotas de Assinantes) vinculadas às 
Centrais-Mães acima apresentados espalhadas em Natal, garantindo para mais de 
70% dos assinantes uma distância em par metálico máxima de 1 Km . 
Nos entroncamentos ópticos predominam os sistemas SDH, STM-1 ou STM-4 com 
taxas de 155,2 e 622 Mbps. 
 
Evolução dos Serviços de Telecomunicações 
1870 1970 1990 2006 
 Internet banda 
larga 
 Home Shopping 
 Reconhecimento 
de Voz 
 Telecomandos 
 Disqueamizade Telealarmes 
 Serviços 
Suplementares 
Telemetria 
 Ligação à 
cobrar 
Serviços 0800 Serviços 0800 
 Radiofone Home Banking Home Banking 
 Telex Telefone com 
fichas 
Internet Celular 
 Telefonia Facsimilie Telex Dados Dados 
Telegrafia Telegrafia Telefonia Facsimilie Telefone a 
cartão 
Telefone a 
cartão 
 Telegrafia Telefonia Paging Comunicações 
 14
Móveis 
 Telegrafia Satélite Voice Banking 
 Satélite Telex Vídeo 
conferência 
 Serviços 
Suplementares
Facsimilie Satélite 
 Telefonia Paging 
 Telegrafia TV a Cabo 
 TV a Cabo Facsimilie 
 Telefonia 
 Telegrafia 
 Disqueamizade 
 Fax colorido 
 Telemedicina 
Evolução dos serviços de telecomunicações. Fonte: Telecommunications 
Switching Traffic and Networks, J.E. Flood, Prentice Hal 
International,2005. 
 
A Tabela anterior ilustra sinteticamente a evolução dos serviços de 
telecomunicações (só são citados os principais, mas existem outros). 
 
2 - As normas das concessões e a qualidade do 
serviço 
Até a privatização, o poder do setor estava centrado no Ministério das 
Comunicações, organismo controlador da Telebrás e da empresa estatal de 
correios (EBCT). 
Desde a criação da Telebrás não se via uma mudança tão significativa 
na estrutura de poder do setor no Brasil quanto a aprovação da emenda 
constitucional de agosto de 1995, que aboliu a perpetuidade do monopólio 
federal das telecomunicações. A preparação legal para o processo de 
privatização culminou com a Lei Geral das Telecomunicações, de 1997. 
Uma das mudanças significativas na estrutura de regulação e controle foi a 
criação da Agência Nacional de Telecomunicações, Anatel (outubro de 1997), 
órgão regulador federal das telecomunicações concebido nos moldes da 
Federal Communications Commission (FCC) dos EUA. De fato, entre as 
obrigações da Anatel estão: 
• aprovar, suspender e cancelar concessões; 
• regulamentar os procedimentos de licenciamento e prestação de 
serviços; 
• fiscalizar o funcionamento das concessionárias; 
• gerenciar os espectros de telecomunicações, incluindo equipamento em 
órbita; 
• certificação de produtos e equipamentos. 
Nos últimos anos do monopólio Telebrás, a “holding” passaria a ser 
conhecida não por sua missão formal (estender os serviços públicos de 
 15
telecomunicações a todos os brasileiros), mas por sua ação na prática: 
restringir ou mesmo reprimir a demanda. 
A deterioração dos serviços, particularmente de telefonia, combinada com a 
impossibilidade na prática de obter melhora de serviços através de ações 
legais dos consumidores - havia uma única empresa provedora de serviços, 
que também era a reguladora da concessão - favoreceu os argumentos pró-
privatização em um contexto de uma imensa demanda frustrada em que só era 
possível obter linhas fixas ou ativação celular a curto prazo no mercado 
paralelo de linhas telefônicas. 
De certo modo reproduzia-se a mesma situação de quando a telefonia 
estava em mãos de operadoras estrangeiras ou de pequenas empresas 
privadas - só que num cenário de escala muito maior e de grandes mudanças 
tecnológicas no setor a nível mundial. Alguns dos argumentos que serviram 
para a estatização de 1962 em diante, serviam agora para a reprivatização dos 
serviços. 
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi instalada com a 
missão de viabilizar um novo modelo para as telecomunicações brasileiras, 
principiando com a definição e a execução do processo de privatização do 
Sistema Telebrás. Com a privatização, o papel fundamental da Anatel passou a 
ser o de regulamentação, outorga e fiscalização de serviços de 
telecomunicações no país. 
As concessionárias passaram então a responder perante a Anatel pela 
qualidade dos serviços e pelas metas estabelecidas nos contratos de 
concessão. Estão entre as determinações nos contratos: prazo de 18 meses a 
partir da aquisição para cumprir as novas regras; qualidade de serviço 
consistente com padrões internacionais até o ano 2000 (incluindo a instalação 
de linhas fixas residenciais em até 72 horas da solicitação do cliente); metas de 
instalação de terminais telefônicos compatíveis com a missão de serviço 
universal quantitativamente definidas ano a ano; redução progressiva de 
tarifas, com queda expressiva prevista até 2005. 
Não é surpresa saber que uma das tarefas da Anatel tem sido multar as 
concessionárias por não cumprimento das metas de qualidade e extensão dos 
serviços. Note-se que algumasdas empresas transnacionais controladoras 
de serviços no Brasil são também multadas em seus países-sedes. De acordo 
com El País (22 de julho de 2000) a Telefónica acumulava na época, na 
Espanha, por exemplo, um total de aproximadamente US$20 milhões em 
multas entre fevereiro de 1995 e julho de 2000, por falhas como atraso na 
entrega de linhas, cobrança indevida, obstáculos ilegais à entrada de 
competidoras, quebras de contrato e outras. 
No Brasil, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) de São Paulo já 
recebeu desde a privatização mais de 100 mil reclamações sobre serviços de 
telefonia - a maioria contra a Telefónica. O Idec estima que há pelo menos uma 
nova reclamação chegando aos órgãos de defesa do consumidor do país 
contra concessionárias de telefonia a cada 15 minutos. 
Neste contexto, é possível que as metas da Anatel (ver abaixo) não 
cheguem a ser alcançadas nos prazos estipulados. E há um agravante: além 
da duvidosa qualidade do serviço, as curvas de crescimento de demanda estão 
se achatando em um país de extrema concentração de renda e, somente pelas 
leis do mercado, é muito provável que não haverá consumidores suficientes 
para pagar por 116 milhões de linhas (entre linhas fixas e móveis) em 2006. 
 16
 
 
 
2.1 Alcance das redes de telecomunicações 
Telefonia fixa 
 
A tabela abaixo mostra a escala da telefonia brasileira em números 
absolutos e relativos, incluindo projeções a partir de dados da ANATEL até o 
ano de 2005. 
É importante destacar a importância da participação do governo através 
da ANATEL como órgão regulador. As Operadoras têm que atender diversas 
metas de universalização e de qualidade de serviço para poder prestar novos 
tipos de atendimentos. Dessa maneira, a Telemar, por exemplo, que presta 
serviços no norte-nordeste e leste do país, teve que antecipar o atendimento 
telefônico a todas as localidades com mais de 300 habitantes até dezembro de 
2001 para que em 2002 pudesse iniciar a prestação do serviço SMP (celular) 
através da OI. Também na área de telefones públicos a Telemar foi obrigada a 
instalar milhares de orelhões garantindo um espaçamento máximo de 300 
metros entre Telefones Públicos para qualquer cidade co mais de 700 
habitantes, isso tudo sem falar obrigatoriedade de instalação de orelhões na 
vizinhança de todas escolas e hospitais e no tempo máximo de 24 horas para 
conserto das linhas defeituosas. 
Alcance da telefonia fixa no Brasil 
Ano Linhas 
(milhões) 
Linhas por 100 
hab. 
Habitantes 
(milhões) 
1999 27 17 160 
2000 33 20 162 
2001 37 22 165 
2002 40 24 167 
2003 43 25 169 
2004 47 27 172 
2005 51 29 174 
Fonte: estimativas baseadas em dados da Anatel. 
 
A Anatel previa ainda que os telefones públicos passassem de 713 mil 
em 1999 a 981 mil no final de 2001. Todas essas projeções são baseadas nos 
contratos de concessão, que determinam metas a serem cumpridas pelas 
concessionárias de telefonia. As projeções podem ser afetadas pela extensão e 
intensidade de uso de telefones celulares e similares que, dependendo de 
custo, avanço da tecnologia e eficácia, podem funcionar como substitutos de 
circuitos fixos. Hoje mesmo empresas-espelhos de telefonia fixa, sem a infra-
 17
estrutura de cabeamento disponível, instalam telefones “fixos” que na verdade 
são telefones sem fio usando a mesma tecnologia de spread spectrum dos 
celulares. 
Telefonia celular 
É mais difícil prever o alcance da telefonia celular no país nos próximos 
anos devido à rápida mudança de tecnologia, que envolve, entre outros 
elementos, a mudança rápida de padrões tecnológicos para fazer convergir as 
comunicações de dados e de voz, tornando o telefone celular em um sistema 
de comunicação pessoal (PCS) e possivelmente indo além, tornando-se uma 
estação de comunicações digitais portátil abrangendo dados, áudio e vídeo 
interativos. 
Um cenário possível, dada a concentração de renda extrema no país, é 
a coexistência por muitos anos do telefone celular digital básico (basicamente 
usado para voz e limitado a troca de dados em baixa velocidade) e de PCSs 
sofisticados permitindo uso interativo de multimeios com grande largura de 
banda. 
Ano Terminais 
móveis 
(milhões) 
Terminais 
móveis por 100 
hab. 
Habitantes 
(milhões) 
2000 23,19 14,31 162 
2001 28,75 17,42 165 
2002 34,88 20,89 167 
2003 46,37 27,44 169 
2004 (*) 49,14 28,57 172 
(*) Até março. Fonte: Anatel. 
Em 2003, o total de terminais móveis (celulares e serviços móveis 
similares) em uso no país ultrapassou os 46 milhões (quase três para cada 10 
habitantes), número próximo da meta prevista pela Anatel. A taxa de 
crescimento diminuiu bastante, já que a demanda extremamente reprimida de 
vários anos já foi satisfeita (não há mais fila de espera para conseguir um 
celular), e já ultrapassou o número de telefones fixos. Um processo de 
concentração empresarial resultou em apenas quatro grandes operadoras de 
telefonia celular (três baseadas na tecnologia européia GSM e uma baseada na 
tecnologia mais tradicional dos EUA, conhecida como CDMA): Claro/GSM, 
Oi/GSM, Tim/GSM e Vivo/CDMA, todas com cobertura nacional autorizada pela 
Anatel. 
Projeções com base nos dados da Anatel apontam para cerca de 58 
milhões de terminais móveis de todos os tipos em 2005 (mais de 30 celulares 
para cada 100 pessoas), praticamente igualando as projeções de telefones 
fixos para o mesmo ano. Como já mencionado, é preciso contrastar essa 
previsão de oferta com a realidade do mercado em um país de extrema 
concentração econômica. 
Fibra óptica 
A infra-estrutura de fibra óptica brasileira começou a ser implantada em 
1993, com a ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo. Só a rede da Embratel 
ultrapassava os 20 mil km de circuitos interurbanos de fibra no final de 1998. 
 18
Hoje há redes metropolitanas de fibra óptica nas principais cidades, operadas 
por várias empresas privadas, e as principais capitais estão também 
interligadas por fibra, com redundância entre as principais cidades (Rio de 
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília). Todas as empresas de telefonia, 
além da Embratel, implantaram redes próprias de fibra, e as novas regras 
permitem que empresas de outros setores implantem redes de fibra 
aproveitando suas próprias infra-estruturas (como as empresas distribuidoras 
de eletricidade e outras -- um exemplo é a rede de fibra da Eletronet, sobre as 
linhas de transmissão de energia elétrica de alta voltagem). 
Além disso, grandes projetos multinacionais de fibra foram instalados em 
escala regional, interconectando vários países da região entre si e aos EUA. 
Entre os cinco maiores projetos que incluem o Brasil, destacam-se os sistemas 
Telefónica-Tyco (23 mil km de extensão) e Global Crossing (18 mil km) 
circundando a América Latina - ambos já em operação, com capacidade bruta 
regional de mais de um Tb/s (terabits por segundo) cada. 
. A redução de tarifas e expansão da telefonia móvel celular, além da 
saturação no mercado, conduziu à diminuição do crescimento de telefones 
fixos, no RN, por exemplo, a Telemar tem tido redução na quantidade total de 
telefones em serviço desde o ano de 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19
 
 
 
 
3 - Fundamentos de Acústica 
 
 3.1 - Voz X Audição 
 
O som é sensação causada no sistema nervoso pela vibração de 
delicadas membranas no ouvido, como resultado da vibração de corpos rígidos 
ou semi-rígidos, tais como diapasão, alto-falante ou uma campainha. O som é 
uma energia mecânica, necessitando de um meio material para propagar, 
diferentemente da energia eletromagnética que se propaga no vácuo. 
O ar constitui um meio do qual o som pode ser transmitido. Entretanto, 
outros meios quer sólidosou líquidos podem servir para sua propagação. 
Constata-se que um meio com maior densidade, isto é, um sólido propaga o 
som melhor do que o ar. A Figura 3.1 ilustra as principais partes do ouvido 
humano. 
 
 
 
Figura 3.1 – Aspecto do ouvido humano 
 
As freqüências audíveis vão desde 20 Hz a 20kHz, sendo que o limite 
superior varia de pessoa para pessoa e decresce com a idade. Para que o som 
possa ser percebido pelos órgãos auditivos tem que haver uma intensidade 
mínima, que corresponde ao limite inferior de audibilidade, chamado umbral de 
audibilidade. Este limite varia com a freqüência. O ouvido humano tem uma 
sensibilidade maior para as freqüências de aproximadamente 3kHz. 
As principais características do ouvido humano são: 
* recepção: vibração do tímpano; 
* faixa de freqüência: 16 Hz a 20 kHz; 
* resposta: não-linear 
 20
 
A Figura 3.2 mostra a curva de resposta em freqüência do ouvido 
humano 
 
 
Figura 3.2 – Resposta em freqüência do ouvido humano 
A voz humana produz vibração sonora dentro de uma faixa de 
freqüências de 100 Hz a 10 kHz. Cada som emitido é composto, 
simultaneamente, de diversas freqüências. As freqüências dos sons vocais são 
harmônicos de uma certa freqüência fundamental das cordas vocais, razão 
principal da diferença entre a voz masculina (125 Hz) e a voz feminina (250 
Hz). 
A potência média da voz de diversas pessoas pode variar dentro de 
amplos limites, sendo, no entanto de um valor muito baixo; uma pessoa falando 
baixo produz 0,001 microwatt, falando normalmente 10 microwatts, e gritando 1 
a 2 miliwatts. Outra característica importante da voz que deve ser levada em 
conta, é que a maior parte da energia está concentrada nas baixas freqüências. 
As principais características da voz humana são: 
* emissão: vibração das cordas vocais; 
* faixa de freqüência: 20 Hz a 10 kHz; 
* faixa de maior energia: 100 Hz a 1500 Hz 
* faixa de maior inteligibilidade: 1500 Hz a 8000 Hz. 
 
 
Figura 3.2 - Curva característica da voz humana no domínio da freqüência. 
 
 
3.2 – Inteligibilidade 
 
Diversos estudos foram realizados para determinar qual a faixa de 
freqüências mais apropriada, sob o ponto de vista econômico e de qualidade, 
para as comunicações 
 Para fonia (transmissão de voz), foram basicamente levados em conta 
os seguintes fatores, resultantes das características da voz e do ouvido 
humano: inteligibilidade e energia da voz. 
 A inteligibilidade é definida como o percentual de palavras perfeitamente 
reconhecidas numa conversação. Verificou-se que na faixa de 100 a 1,5 KHz 
 21
estava concentrada 90% da energia da voz humana, enquanto que na faixa 
acima de 1,5 KHz estava concentrada 70% da inteligibilidade das palavras. 
 Baseado num compromisso entre estes dois valores, foi escolhida a 
faixa de voz entre 300 e 3,4 KHz para comunicações telefônicas, o que 
garante 85% de inteligibilidade e 68% de energia da voz recebida pelo ouvinte. 
Para transmissão de música, no entanto, é necessário uma faixa bem maior, de 
50 Hz a 10 Khz. 
 
Considerando esse fato, os sistemas telefônicos em geral foram 
projetados e construídos no mundo todo para atender bem ao espectro definido 
para telefonia simples, assim os aparelhos telefônicos têm boa resposta nas 
cápsulas transmissora e receptora para a parcela de energia da voz humana 
que se situa entre as freqüências de 300 e 3,4 Khz, garantindo 85% de 
inteligibilidade. 
A rede telefônica funciona bem em sistemas de cabos com pares 
metálicos (sem amplificadores de linha) trançados onde a distância entre a 
central telefônica e o aparelho telefônico do assinante situa-se até cerca de 7,5 
km (correspondendo ao limite de 2 KOhm de resistência Ôhmica), a partir daí a 
condição de sinalização e de conversação passa a ser restrita. Esse limite 
pode ser ampliado um pouco com utilização de fios mais grossos ou 
implantação de amplificação eletrônica. 
A chamada eletronização da rede telefônica com utilização de 
extensores de enlace e amplificadores de voz expostos a altas temperaturas, 
entretanto, se revelou como uma opção de custos elevados em termos de 
manutenção e só tem sido implementada em casos extremos. A implantação 
de linhas longas, como nos casos de atendimentos a granjas situadas na 
periferia das grandes cidades também é sujeita a constantes roubos em função 
do aproveitamento financeiro do cobre. 
A evolução da utilização da rede telefônica para outros serviços, 
especialmente a comunicação digital de dados em alta velocidade conduziu 
naturalmente à necessidade de utilização de bandas passantes superiores a 
3,4 KHz. Na seqüência da Apostila iremos explicar melhor como essa 
adaptação a bandas mais largas foi efetuada na rede telefônica especialmente 
com a redução da extensão da rede de acesso metálica pela utilização de 
URAs e adoção de dispositivos XDSL.. 
 
 
 
 
3.3 – Transformação de Energia Acústica em Energia Elétrica 
 
 A energia acústica produzida pela voz é transformada em energia 
elétrica por intermédio de um microfone, também conhecido como transdutor. 
Nos aparelhos telefônicos, o microfone é, geralmente, uma cápsula de carvão, 
constituída basicamente de grânulos de carvão, limitados por uma membrana 
(Figura 3.3), onde é aplicada uma diferença de potencial que faz circular uma 
corrente DC. 
 
 
 22
 
Figura 3.3 – Transformação de energia acústica em elétrica 
 
 
 Quando as vibrações sonoras incidem sobre a membrana, fazendo-a 
vibrar, este movimento comprime mais ou menos os grânulos, diminuindo ou 
aumentando a resistência, com uma correspondente vibração na corrente no 
mesmo ritmo das vibrações sonoras. Esta variação da corrente produz uma 
potência elétrica, que às vezes é maior que a potência acústica aplicada na 
vibração da membrana, fazendo com que a cápsula se comporte como um 
amplificador. 
 A cápsula de carvão é o microfone mais barato, porém apresenta 
algumas restrições: 
- Produz uma distorção maior que a dos outros microfones. 
- Tem uma sensibilidade que varia com a freqüência, atenuando muito 
as baixas freqüências. 
 
 
3.4 – Transformação de Energia Elétrica em Energia Acústica 
 
 Para transformação da energia elétrica em energia acústica, nos 
aparelhos telefônicos utilizam-se cápsulas magnéticas e dinâmicas. A cápsula 
magnética é constituída, basicamente, de um ímã permanente com duas peças 
polares, providas de bobinas, através das quais circula corrente DC; uma 
membrana metálica fecha o circuito magnético, e a força que atua sobre a 
mesma é proporcional ao quadrado da indução resultante (Figura 3.4). 
 
 
Figura 3.4 – Transformação de energia elétrica em acústica (cápsula magnética) 
 
 23
 Nas cápsulas receptoras dinâmicas, a bobina pela qual circula a corrente 
DC está unida à membrana, movendo-se num campo magnético cilíndrico 
(Figura 3.5); a força que atua sobre a bobina e a membrana é proporcional à 
força do campo magnético permanentemente e à energia que passa pela 
bobina. 
 Ns dois tipos de cápsulas receptoras conseguem-se características 
lineares para a faixa de freqüências de voz, bem como baixa distorção. 
 
Figura 3.4 – Transformação de energia elétrica em acústica (cápsula dinâmica) 
 
É interessante observar que a faixa de freqüência audível ao ser 
humano é cerca do dobro da faixa de freqüência gerada pelo mesmo, além 
disso a natureza nos proporcionou dois receptores (dois ouvidos) e só um 
transmissor (uma boca) ainda assim muitos escutam pouco e falam muito... 
 
4 - Unidades de Medidas em Telecomunicações 
 
 Medir uma grandeza é compará-la com outra de mesma espécie, 
preestabelecida e chamada unidade. A unidade de medida deve ser escolhida 
de maneira que os resultados de diversas medidas sejam números fáceis de 
serem manuseados. Por exemplo: para a grandezacomprimento, as estradas 
são medidas em quilômetros, enquanto o alfaiate usa uma ita graduada em 
centímetros; seria matematicamente exato, mas pouco prático, dizer-se que 
uma estrada tem 40 000 000 centímetros, ou um pedaço de tecido tem 0,00002 
quilômetros. 
 Considerando a potência de um sinal elétrico. Essa grandeza era 
normalmente medida em Watt (W), ou em seus múltiplos e submúltiplos, sendo 
o miliwatt (mW) a unidade que mais se adapta às medidas de potência elétrica 
realizadas em sistemas de Telecomunicações pois, como no item 3.1, a 
potência sonora máxima de uma pessoa pode chegar a ser dez mil vezes 
maior que a potência sonora mínima dessa mesma pessoa, numa conversação 
normal. 
 Isto significa que, na entrada de um equipamento de comunicação, a 
potência elétrica instantânea pode variar na razão de 10 000 para 1 e que, em 
casos extremos (uma pessoa gritando), pode atingir variações maiores ainda, 
da ordem de 10 000 000 para 1. Esta extensa variação torna pouco prática a 
medida da potência em questão, através de medidores com escalas decimais, 
pois teríamos uma escala de 1 até 10 milhões. 
 Este problema é resolvido comprimindo-se as escalas com o uso de 
logaritmos pois, como sabemos da matemática, uma variação de 1 para 10 000 
 24
000 significa em logaritmos decimais uma variação de somente 0 para 7, 
resultando com que, praticamente, todas as medidas de nível de potência em 
Telecomunicações sejam logarítmicas. 
 
 4.1 – Relação de Potências e quadripolos 
 
 Quando uma informação é enviada de um ponto a outro, os sinais 
elétricos passam através de diversos elementos que compõe o sistema de 
transmissão, tal como telefone, linha física, central telefônica, multiplex, etc. 
Cada um desses elementos, ou mesmo parte deles, pode ser representado por 
um quadripolo que tem a possibilidade de atenuar o sinal (significa que a 
potência do sinal de entrada do mesmo é maior que a de saída), ou amplificar 
o mesmo (significa que a potência do sinal de entrada é menor que a de saída). 
 Se considerarmos como relação de potência M de um quadripolo a 
razão entre a potência de saída e de entrada do mesmo, ao ligarmos em série 
N elementos do sistema de transmissão, conforme a Figura 4.1, poderemos 
calcular a relação de potência total do sistema. 
 
 
Figura 4.1 – Quadripolos em série. 
 
Como sabemos: 
 
 
 
 
 
 
então: 
 
 
 
ou ainda: 
 
 
 
 
Onde se conclui que: para N quadripolos em série, a relação de potência total é 
igual ao produto das relações de potências individuais dos N quadripolos. 
 
 
 
 
 25
4.2 - Decibel 
 
 Como vimos, poderemos então ter a relação entre as potências de 
entrada e saída de um quadripolo apresentando atenuação ou amplificação. Se 
tomarmos o logaritmo decimal dessa relação, estaremos definindo o BELL (B) 
 
 
 
 
 Na prática, devido a esta unidade ser muito grande, adota-se uma 
subunidade, o decibel (dB) 
 
 
Onde 
 
Gq = amplificação do quadripolo em dB; 
Pq = potência de saída do quadripolo; 
Pq - 1 = potência de entrada do quadriplo 
 
IMPORTANTE: 
Se Pq > Pq - 1 – Gq é maior que 0 (dB), e teremos amplificação 
Se Pq < Pq - 1 – Gq é menor que 0 (dB), e teremos atenuação 
Se Pq = Pq - 1 – Gq é igual a 0 (dB) e dizemos que o quadripolo é 
transparente 
 
 As vantagens de se expressar ganho em dB são as seguintes: 
- O cálculo da amplificação total de quadripolos em série passa a ser uma 
soma em dB, ao invés de uma multiplicação de relações de potência, pois 
como sabemos do Item 4.1 
 
 
 
Se tomarmos 10*log de ambos os termos teremos: 
 
 
(Transformamos produto de escalas lineares em somas de escalas 
logarítmicas) 
 
- relações de potências muito grandes passam a ser pequenos valores em dB, 
assim por exemplo: 
 
 
 
 26
 
 
Exemplo 1: 
 
- Numa linha é enviado um sinal com 400 mW de potência, obtendo-se no 
extremo distante 10 mW. Como a potência de saída é menor que a de entrada, 
calcule a atenuação da linha. 
 
 
Solução: 
 
 
Exemplo 2: 
 
- Um amplificador entrega 2W na saída quando um sinal de 10mW é aplicado 
na sua entrada. 
Calcule o ganho. 
 
 
 
Solução: 
 
 
 
 Como já vimos, ganho e a atenuação são expressos em dB, porém com 
sinais opostos. 
 A fim de evitar erros nos cálculos de amplificação de quadripolos em 
série, costuma-se expressar a atenuação com valor negativo e o ganho com 
valor positivo. 
 
 
 
Exemplo 3: 
- Ao ligarmos em série os quadripolos dos Exemplos 1 e 2, teremos ganho ou 
atenuação? 
 
Solução: 
 
 
Isto significa que teremos um ganho de 7 dB 
 
 
 27
 
Figura 4.2 – Ábacos para conversão de relação de potências em dB e vice-versa 
 
 
- Exemplo 4: 
Qual o ganho do amplificador abaixo? 
 
 
Solução: 
 
 
Da Figura 4.2 temos: 
 
 
G = 47 dB 
 
 
4.3 – dBm 
 
 Uma potência qualquer P pode ser expressa em 
termos da razão entre esta potência P e um valor de 
referência fixo. O valor da potência de referência é o 
mais variado possível, de acordo com o propósito a que 
se destina, como por exemplo: pura transmissão de 
energia elétrica adota-se 1 kW, enquanto que para 
acústica é usado 10-16 W; em Telecomunicações a 
potência de referência é 1mW. 
 
Se considerarmos na expressão 
 
 
 Figura 4.3 – Relação Watt dBm 28
 
esta relação passa a ser um valor absoluto de potência, indicando o número de 
decibéis abaixo ou acima de 1mW. Esta unidade é chamada de dBm e a 
equação passa a ter a forma: 
 
 
 
onde Pq é expresso em mW 
 
 A Figura 4.3 apresenta o ábaco da relação entre potências em Watt e 
dBm. Este ábaco, em conjunto com os da Figura 4.2, servem para os cálculos 
de conversão de unidades. 
 
 
Exemplo 5: 
- Calcule 3500 pW em dBm 
 
Solução: 
 
 
Exemplo 6: 
- Calcule –18 dBm em Watt 
 
Solução: 
 
 
 
 * É importante se observar que níveis absolutos em dBm nunca podem 
ser somados ou subtraídos. O valor de potência em dBm só pode ser 
somado ou subtraído à dB 
 
Exemplo 7: 
- Calcule as seguintes adições de potências 
a) 20 dBm com 20dBm 
b) 20 dBm com 20 dB 
 
Solução: 
 
 
 29
 
Deve-se ter sempre em mente que dBm é potência e dB é relação de 
potências. 
 
Exercícios 
 
1-Um amplificador com ganho nominal de 12 dB tem aplicado um sinal de -12 
dBm, qual a potência do sinal de saída em dBm e em miliwatt ? 
 
2-Um sinal de potência 2 miliwatts é aplicado em um atenuador e a potência de 
saída do mesmo é de 1 miliwatts, qual a atenuação em dB ? 
 
3- Três amplificadores são instalados em cascata (série), os ganhos 
respectivos dos mesmos são: 12 dB, 3 dB e 8 dB, qual a potência de saída em 
miliwatts de um sinal cuja potência na entrada é de 1 miliwatts ? 
 
 
 4.4 – dBu 
 
 Se na equação de definição de dB, substituirmos a potência por seu 
valor em função da tensão U e da impedância Z, obteremos: 
 
 (1) 
 
 Como já vimos anteriormente, uma potência qualquer pode ser 
expressa em termos da razão entre esta potência e um valor de referência fixo. 
Ao invés de tomarmos uma potência como referência, poderemos fixar a 
tensão e a impedância como valores de referência. Assim, a impedância de 
referência é fixada 600 Ω ( valor padronizado para a impedância característica 
dos circuitos de voz) e a tensão é obtida, por conveniência, aplicando-se 1mW 
sobre esta impedância: 
 
 
 
 Substituindo estes valores na Equação (1), obteremos uma potência (dBm) 
relativa à uma tensão de 0,775, aplicada sobre uma impedância de 600 Ω: 
 
 30
(2) 
 
 
 A expressão de U é por definição a unidade dBu, que indica quantos dB 
uma determinada tesão está acima ou abaixo de 0,775 V. 
 
 
 
 
 
 A Figura 4.4 apresenta os ábacos para conversão de tensão em dBu e 
vice-versa.Figura 4.4 – Ábacos para conversão de tensão em dBu e vice-versa 
 
 
 
 
 31
 Verifica-se agora a utilidade desta 
unidade dBu. Em Telecomunicações, o nível de 
potência em dBm, num determinado ponto de 
um circuito, é geralmente medido de maneira 
indireta da seguinte forma: termina-se o ponto 
em questão por uma resistência, cujo valor é 
igual à impedância nominal do ponto, medindo-
se a tensão desenvolvida através da mesma 
por intermédio de um voltímetro, cuja escala é 
calibrada conforme a Figura 4.5. Figura 4.5 – Escala de voltímetro 
calibrada para medir dBu 
 Quando a impedância característica no ponto de teste for 600 Ω, a 
potência em dBm será a leitura em dBu [vide Equação (20]. 
 
 Se a impedância não for 600 Ω, a potência em dBm será a leitura em 
dBu mais um fator de correção, dado por: 
 
 
 
onde Zq é a impedância característica no ponto de teste. Para a impedâncias 
mais usuais, os valores de K estão apresentados na tabela abaixo: 
 
 
 
Exemplo 8: 
 
- Um nível de –35 dBu é medido num ponto de 150 Ω de impedância. Qual é o 
nível em dBm? 
 
Solução: 
 
-35 dBm + 6 dB = -29 dBm 
 
Exemplo 9: 
 
- Num ponto de um circuito, cuja impedância é 75 Ω, tem-se uma potência de 
+5 dBm. Qual é o nível medido em dBu neste ponto? 
 
Solução: 
 
+5dBm – 9 dB = -4 dBu 
 
 
 
 
 
 32
 4.5 – dBr 
 
 Esta unidade é usada para referir o nível de sinal, em qualquer ponto de 
um sistema de transmissão, com relação a um ponto arbitrário do sistema, 
chamado ponto de nível relativo zero. O dBr difere da unidade dB pois, 
enquanto esta última é usada somente para indicar a amplificação ou 
atenuação de um quadripolo, dBr é utilizado para expressar a amplificação ou 
atenuação total que existe entre pontos arbitrários e um ponto de referência 
fixo, num sistema de transmissão. Deve-se notar que a unidade dBr não 
fornece nenhuma informação sobre o nível de potência absoluta no ponto, pois 
esta é função da potência absoluta no ponto de referência. 
 A Figura 4.6 apresenta o diagrama de nível relativo de uma linha de 
transmissão imaginária, na qual B é o ponto de referência de nível relativo zero. 
 
 
Figura 4.6 – Diagrama de nível relativo de uma linha de transmissão 
 
 É importante se notar que o ponto de nível relativo zero não indica 
obrigatoriamente um ponto físico no sistema de transmissão, podendo ser um 
ponto hipotético, como o da Figura 4.7, onde o ponto de nível relativo zero não 
está fisicamente indicado, pois está no meio do amplificador de 4 dB. 
 O dBr é menos utilizado que o dBm. 
 
Figura 4.7 – Diagrama de nível relativo de uma linha de transmissão 
 33
 4.6 – Outras unidades logarítmicas 
 
- O VU : unidade de medida de tensão, usada em estúdios de radio : 0 (zero) 
VU = +4 dBm = 1,228 V em 600 ohms. 
 
- O dBµ : unidade de medida de tensão onde 0 (zero) dbµ = 1 microvolt, usada 
para medir tensões muito pequenas como por ex. sensibilidade de receptores. 
Zero dbµ em 50 ohms equivale a uma potência de -107 dBm. 
 
- O dBmp e dBp: correspondem ao dBm (potência absoluta) e dB (ganho ou 
atenuação) respectivamente ponderados psofometricamente (psofos= ruído), 
ou seja, que levam em conta o somatório das respostas em freqüência do 
ouvido e da cápsula receptora telefônica, é usado para medir ruído e relações 
sinal/ruído em telefonia. Em síntese trata-se de uma unidade de medida com 
ponderação assemelhada à resposta de freqüência (sensibilidade) do ouvido 
humano. O dBmp, por exemplo, corresponde ao dBm medido após passar por 
um filtro com filtro psofométrico normalmente utilizada para medição de ruído. 
Convém destacar que no caso de medição da potência de ruído deve-se 
buscar uma avaliação da potência de “sinais indesejados” que ocupam uma 
determinada faixa de freqüência, distinto portanto da medição usual de um 
sinal de teste do qual já se tem uma idéia da sua freqüência específica. 
 
- O dBi : usado para expressar o ganho de uma antena em relação a antena 
ISOTRÓPICA. A antena isotrópica tem um diagrama de irradiação esférico, ou 
seja , irradia igualmente em todas as direções. O dBi é muito usado em 
cálculos de enlaces de telecomunicações. A antena isotrópica é uma referencia 
teórica, sendo de difícil construção prática. 
 
- O dBd : usado para expressar o ganho de uma antena em relação ao 
DIPOLO de meia onda. O dipolo de meia onda é a antena ressonante mais 
simples e fácil de ser construída e por isso é muito usada como referencia. Em 
espaço livre, o ganho do dipolo de meia onda é de 0 dBd = 2,15dBi 
 
5 - Conceitos Elementares de Comutação 
 
5.1 - Nós e Arcos 
 
Uma comutação é um processo que pode ser realizado por um evento 
mecânico, eletro-mecânico ou eletrônico, seja ele manual ou automático. Diz 
respeito a troca de caminho que um determinado sinal sofrerá, um circuito 
poderá definir a rota (caminho) que um determinado sinal tomará, comutando 
para tal direção. 
Veremos agora duas definições básicas para telecomunicação: Nós e 
Arcos. Nós são pontos de uma comunicação onde acontece uma comutação 
de sinais. Arcos são todos os pontos intermediários de interligação entre os 
Nós que normalmente são construídos com meios de transmissão físicos ou 
pelo espaço livre, tais como: pares de fios, cabos coaxiais, fibras ópticas, ou 
mesmo transmissão de ondas de rádio pelo espaço livre. O conjunto desses 
elementos formará uma rede de telecomunicações. 
 
 34
 
 
 
Figura 5.1 – Nós e Arcos 
 
 
5.2 - Modelo elementar de comunicação 
 
Uma comunicação, qualquer que seja, poderá ser representada por um modelo 
básico, não importando se for uma conversação telefônica, via Internet, sinais 
de fumaça ou a antiga brincadeira de criança com duas latinhas presas por um 
barbante. Vê-se, portanto, claramente que poderá ser uma comunicação 
eletrônica, verbal, por símbolos ou qualquer outro tipo de sinal. 
 
Os elementos básicos de qualquer comunicação são: 
 
Mensagem: conjunto de informações coerentes, previamente 
conhecidas e organizadas de tal forma que possam originar uma mensagem 
que poderá ser entendida por um destinatário; 
Fonte: elemento responsável pela geração da mensagem; 
Destinatário: elemento na comunicação para quem a informação é 
destinada. Será o usuário da informação recebida; 
Codificador: elemento nem sempre presente em uma comunicação. 
Tem como função, a partir do sinal recebido da fonte, produzir um 
embaralhamento da mensagem usando um código específico, para que 
durante o trânsito da informação haja maior dificuldade de interpretação da 
mensagem original por um elemento não autorizado. Portanto, proporciona 
sigilo na mensagem, haverá tanto maior sigilo quanto melhor for o grau de 
complexidade da codificação. Entregará a mensagem ao emissor; 
Emissor: também chamado de transmissor é dispositivo responsável 
pela adequação e inserção do sinal original produzido pela fonte ao meio de 
transmissão do sinal com potência e formato apropriado. É o elemento em que 
se inicia um processo de distorção do sinal, dependendo diretamente da 
qualidade do emissor; 
Meio: como o próprio nome indica é o elemento que se encontra no 
meio do processo de comunicação. Pode-se afirmar com certeza que é um dos 
elos mais importantes em uma comunicação porque ele tem a função de 
propagar a mensagem da fonte ao destinatário, via o conjunto 
emissor/receptor. O meio de transmissão é responsável pelo transporte e 
propagação da mensagem até o seu destino, e é onde ocorrem as maiores 
distorções na mensagem, dependendo diretamente da qualidade do meio e das 
distâncias envolvidas; 
Receptor: dispositivo que efetua a função inversa do emissor, isto é, 
retira a mensagem do meio de transmissão, tentando recuperar o sinal original 
da maneira mais precisa quanto possível. Se o sinal enviado tiversido 
 35
codificado entregará o sinal ao decodificador, caso contrário diretamente ao 
destinatário; 
Decodificador: responsável diretamente pelo processo inverso ao 
codificador, assim, ele fará a remontagem do sinal, de forma a obter o sinal 
original produzido pela fonte, posteriormente repassará o sinal para o 
destinatário; 
Distorção: processo praticamente inevitável em qualquer comunicação, 
onde ocorrerá uma alteração no formato original da mensagem produzida na 
fonte, acarretando erros na comunicação. É diretamente proporcional à 
qualidade dos elementos da comunicação, ao meio de transmissão e aos 
fatores externos à comunicação; 
Fatores externos: são interferências ocorridas no processo de 
comunicação, que não fazem parte do conjunto de dispositivos que 
disponibilizam o tráfego da mensagem, isto é, são de origem externa ao 
sistema, normalmente são introduzidas no processo de propagação pelo meio 
de transmissão, mas também podem ocorrer 
em qualquer ponto entre o emissor/receptor em proporções menores. Citemos 
um exemplo de fator externo a uma comunicação: imagine que você está 
conversando com um amigo e enquanto ele está lhe falando, uma ambulância 
passa bem próximo de vocês, tornando impossível o entendimento da 
mensagem dita por seu amigo enquanto ela estiver passando, pois bem, ai 
está um exemplo de fator externo, já que ela originalmente ela, a ambulância, 
não faz parte da comunicação; 
Canal: todo o conjunto de elementos que se encontra entre a fonte e o 
destinatário. Para o caso de um sistema de telecomunicações será todo o 
software, hardware, fiações e quaisquer equipamentos que se encontrem entre 
a fonte e o destinatário. Na prática chama-se, por exemplo, de canal telefônico 
ao meio físico que interliga dois pontos com disponibilidade de transmissão e 
recepção para a faixa de 0,3 a 3,4 KHz. Já canal de RF é a banda disponível 
na faixa de rádio freqüência podendo transmitir um ( caso de um rádio 
monocanal) ou mais canais (rádio multicanal) telefônicos. O canal telefônico 
muitas vezes é chamado “canal de voz”. 
Fatores Internos: são os fatores interferentes, que proporcionam 
distorções no sinal original, inerentes a um sistema de comunicação. Por 
exemplo, pense em um par de fios, ali estarão presentes características que 
não poderão ser eliminadas, como por exemplo, a resistência por unidade de 
comprimento (resistência por metro de fio) do condutor, além da capacitância 
por unidade de comprimento (capacitância por metro), só para citar dois. 
Quanto maior forem as distâncias envolvidas maiores serão esses parâmetros, 
sendo impossível eliminá-los, portanto sendo inerentes ao sistema. 
Poderá ocorrer que, conforme a complexidade do sistema de 
comunicação, hajam mais conjuntos de codificadores, emissores, meios, 
receptores e decodificadores. 
A Figura 5.2 ilustra o modelo básico de comunicação. 
 
 36
 
Figura 5.2 – Modelo elementar de comunicação 
 
 
5.3 - Introdução às centrais telefônicas 
 
Posteriormente a invenção do telefone, ele chegou a ser considerado um 
dispositivo totalmente inútil, mas gradualmente passou a ser utilizado por 
estabelecimentos comerciais e a partir de 1890 o número de usuários era 
crescente. As ligações ponto a ponto foram sendo superadas e surgiu a 
necessidade de um sistema de comutação para reduzir a complexidade e 
quantidade de conexões. Ao invés de ligações permanentes entre os aparelhos 
de assinantes, descobriu-se a conveniência de ligações que pudessem ser 
comutadas e comandadas por um dispositivo principal que se passou a chamar 
de Central Telefônica. A Figura 5.3 ilustra a inserção da central telefônica. 
 
 
 
 
 
Figura 5.3 – Ligação entre assinantes direta e via central 
 
No desenho indicado na figura anterior, os pontos A, B, C, D e E são 
todos interligados entre si diretamente por cabos ponto a ponto, veja que cada 
conexão origina 4 pontos de interligação, acarretando o inconveniente de 
várias fiações serem necessárias para interligação entre os usuários. Além 
desse fato há o problema de que dois ou mais usuários possam tentar acessar 
(falar) ao mesmo tempo com outro usuário comum, impossibilitando a 
comunicação. A existência de um dispositivo central torna o sistema muito mais 
simplificado. 
Veja que no primeiro exemplo serão necessárias 10 linhas (20 fios) e 4 
delas estarão ligadas em um 
mesmo usuário. No segundo exemplo as linhas e a complexidade será 
extremamente reduzida. 
 37
O número de linhas para conexão de assinantes quando temos ligação 
ponto-a-ponto é dado pela expressão abaixo, onde N é o número de assinantes 
(nós) de uma rede: 
 
LinhasNNL
2
)1( −= 
 
 
 
 
 
 
 
5.4 - Centrais Telefônicas Manuais 
 
 As primeiras centrais de comutação que entraram em serviço eram do 
tipo manual, nas quais o estabelecimento e a interrupção das ligações entre as 
linhas de assinantes eram feitos pela intervenção de pessoas denominadas 
“operadoras”, por meio da utilização de equipamentos chamados “cordões”. 
Inicialmente os operadores eram apenas homens, mas devido ao fato de se 
verificar que as mulheres tinham mais paciência no trato com o público e ao 
fato dos usuários se sentirem mais confortáveis em aguardar o atendimento 
sem reclamar exageradamente, se no outro lado da linha fossem atendidos por 
mulheres. 
 
 
 
Figura 5.4 – Telefonista em uma central de comutação manual 
 
Essas centrais eram totalmente manuais e comandadas por telefonistas, 
que normalmente eram mulheres. Nessa mesma época a ligação permanente 
entre um aparelho telefônico e o equipamento de comutação (central) passou-
se a chamar-se “Linha de Assinante”. 
 
 38
 
 
Figura 5.5 - Representação dos cordões e linhas de assinante 
 
 
 
 
 
5.5 - Automatização das Comutações 
 
O desenvolvimento crescente dos serviços de telefonia e os problemas 
surgidos com a comutação manual mostraram que a comutação automática era 
uma necessidade. Dentre os problemas ocorridos com a comutação manual 
pode-se citar: baixo nível de sigilo na comunicação, devido ao fato das 
telefonistas terem total acesso à conversa entre os usuários, porque de tempos 
em tempos teriam que escutar a conversação para saberem se a ligação entre 
os usuários ainda estava em curso para desfazerem a ligação do cordão que 
os interligava. Outros problemas diziam respeito às ligações erradas 
ocasionadas por distração das atendentes, gerando constantes 
aborrecimentos. Ainda havia o fato de que, uma conversação sempre 
obrigatoriamente deveria ser estabelecida por uma pessoa, tornando as 
conexões lentas devido ao crescente número de usuários, e que também 
dificultavam a memorização das centenas de nomes pelas telefonistas. Outro 
problema era a dificuldade de efetuar tarifação do uso do sistema, ficando 
apenas o assinante responsável pelo pagamento de um valor mensal. 
 
 5.5.1 - Centrais Eletro-mecânicas 
 
 
Uma funerária entra para a história – Em 1889 a rede telefônica de 
Kansas City era servida por uma única central manual. O Sr, Almon B. 
Strowger, estava exasperado, pois sendo um agente funerário, via seus 
negócios declinarem porque a esposa do seu concorrente, que era telefonista 
da central, ao atender às famílias enlutadas e solicitada a ligar para uma 
agência funerária, naturalmente conectava as ligações para a agência do seu 
marido. 
O Sr. Strowger, então, que não era nenhum técnico, mas desafiado pela 
sobrevivência do seu negócio, desenvolveu e patenteou um comutador 
telefônico automático no ano de 1891, que por movimentação de escovas na 
direção vertical e associado a rotação fazia a comutação para 100 posições em 
 39
um banco de contatos em uma superfície cilíndrica. Diz-se que ele se inspirou 
no movimento dos braços das telefonistas na mesa telefônica, ao plugarem oscordões nas linhas de assinante. Seu sistema, com o mesmo nome (Strowger), 
foi utilizado durante muitos anos. 
As primeiras interligações automáticas entre os usuários passaram a ser 
efetuadas em curtas distâncias (ligações locais), ficando ainda as ligações de 
longas distâncias (interurbanas) estabelecidas por telefonistas. Para tornar o 
processo automatizado, cada usuário passou a receber um número próprio e 
único, e que por meio de um disco com 9 dígitos cada usuário poderia fazer a 
conexão automática com o usuário desejado, bastando para isso 
discar a seqüência de números do assinante do sistema. 
 As primeiras centrais de comutação automática foram projetadas com 
sistemas de comutação que empregavam dispositivos eletro-mecânicos, 
utilizavam sistemas similares a relés com mecanismos que comutavam linhas e 
colunas para selecionar o número a ser conectado. 
 
 
 
 
 
Figura 5.6 - Representação das comutações vertical e horizontal 
 
Um pouco antes de 1890, em 1883, “Lars Magnus Ericsson” e o 
engenheiro “H.T. Cedergren” elaboraram um pequeno quadro comutador 
automático que proporcionaria aos assinantes de Estocolmo, na Suécia, cotas 
mais econômicas para os aparelhos telefônicos conectados a uma linha 
comum barateando o sistema. 
 
 
Figura 5.7 - Visualização de um seletor Strowger 
 
 
Em 1915, baseada em idéias e experimentos do engenheiro 
superintendente da rede telefônica de Estocolmo, Axel Hultman, a Lars Magnus 
 40
Ericsson executou uma instalação utilizando um seletor de 500 linhas, com 
capacidade total para atendimento de até 1000 terminais. 
O seletor de 500 linhas estava totalmente desenvolvido em 1919 e, em 
1923, as primeiras centrais automáticas foram colocadas em funcionamento 
com a utilização do seletor eletromecânico de 500 linhas, base de um sistema 
denominado de AGF. 
Dentre os principais problemas que as centrais eletro-mecânicas 
passaram a apresentar, um dos que passou a chamar muito a atenção foram 
as dimensões exageradas que esse tipo de central tinha. Portanto, passou-se a 
ambicionar um modelo de central que apresentasse dimensões reduzidas, 
principalmente devido a crescente quantidade de assinantes do sistema. 
Esse tipo de preocupação somente poderia ser solucionado com o 
advento das centrais eletrônicas. 
 
5.5.2 - Centrais Eletrônicas 
 
Posteriormente a invenção das centrais eletro-mecânicas, alguns 
problemas foram solucionados e novos problemas surgiram. Dentre eles o 
principal é que os sistemas de comutação eletro-mecânicos começaram a 
apresentar constantes mal-contatos devido a depreciação rápida dos contatos 
que comutavam constantemente, com isso começaram a surgir ruídos 
excessivos nas conversações e queda das ligações. 
Em 1947 com a invenção do transistor novos rumos puderam ser 
traçados e, a tão esperada comutação em estado sólido estava próxima de 
acontecer. Assim foram desenvolvidas as centrais eletrônicas, em que os 
dispositivos eletro-mecânicos passaram gradualmente a serem substituídos por 
versões semicondutoras elaboradas com transistores, tornando as 
conversações mais limpas de ruídos e com menos problemas de quedas de 
linha. Mais tarde viriam as centrais eletrônicas digitais que possibilitariam novos 
recursos, facilidades e qualidade na comunicação. 
 
5.5.3 – Centrais Digitais 
 
Como vimos, a central telefônica é o elemento de rede responsável pela 
interligação e comutação de sinais entre os usuários. As centrais mais antigas 
são interligadas entre si por cabos de pares, as centrais modernas são 
interligadas por fibras ópticas. Constatamos a evolução do sistema manual 
para parcialmente manual, combinado com eletromecânico, posteriormente 
para eletromecânico, eletrônico e finalmente digital. 
A primeira central pública de programa armazenado (digital), a central 
IESS (n.º 1 Electronic Switching System), desenvolvida pela AT&T, foi instalada 
em New Jersey, EUA, em maio de 1965. Esse evento deu início ao interesse 
mundial pela idéia de controle por programa armazenado. O controle por 
programa armazenado (Stored Program Control - SPC), utilizado nas centrais 
atuais, apresenta uma série de vantagens sobre os sistemas anteriores: 
 
Flexibilidade - como a central é controlada por um programa residente 
que permite alterações é 
possível, por exemplo, reconfigurar a central sem que ela tenha 
necessariamente tenha que ser desligada. Isso, 
 41
inclusive, pode ser feito remotamente pelo fabricante; 
Facilidade para os assinantes - centrais de programa armazenado 
(CPA) permitem um conjunto amplo de facilidades para os assinantes, 
incluindo: 
- Discagem abreviada; 
- Transferência de chamadas; 
- Restrição às chamadas recebidas; 
- Conta telefônica detalhada; 
- Identificação de chamadas maliciosas; 
Facilidade administrativas - são facilidades operacionais, do tipo: 
- Controle das facilidades dos assinantes; 
- Mudança no roteamento, para evitar congestionamento de curto prazo; 
- Produção de estatísticas detalhadas do funcionamento da central; 
Velocidade de estabelecimento da ligação - as conexões podem ser 
estabelecidas por meio de 
circuitos digitais muito mais rapidamente, em tempos da ordem de 250�s. Além 
disso, a repetição automática das 
chamadas na própria central pode ser programada, para evitar 
congestionamentos de rede; 
Economia de espaço - isso ocorre em vista das dimensões reduzidas 
das centrais de programa armazenado; 
Facilidade de manutenção - os equipamentos da CPA têm uma menor 
taxa de falhas, em relação aos usados em centrais convencionais, em função 
de não haverem partes móveis; 
Qualidade de conexão - visto que a perda total numa rede é 
independente do número de conexões efetuadas para a ligação, e porque o 
sinal é digital havendo muito menos problemas de conexão; 
Potencial para outros serviços - inclui a transmissão de dados e 
serviços tipo videofone; 
Custo - as centrais de programa armazenado são mais econômicas 
para manter em funcionamento e têm um custo menor final de fabricação; 
Tempo de instalação - com o constante aumento de assinantes torna-
se necessário cada vez mais velocidade na implementação de novas centris. E 
esse tempo é menor que o necessário para a instalação de centrais analógicas 
em virtude da modularização dos equipamentos digitais. 
 
Principais parâmetros de avaliação do desempenho telefônico 
decorrentes especialmente das centrais telefônicas: 
 
1- Tempo médio para obtenção do Tom de Discar (até 3 segundos em 
98 % dos casos é um bom resultado). 
2- Índice de Congestionamento por Rota de Acesso e em conexões 
internas.(até 2% de perdas em conexões interurbanas no horário de pico é 
aceitável) 
3- Taxa de Completamento de Chamadas (%) (ou Taxa de OK), 
corresponde á relação entre as chamadas completadas com sucesso e o total 
de tentativas, no caso de ligações interurbanas no horário de pico a relação de 
64% é um valor aceitável. As chamadas não completadas decorrem 
principalmente de linhas ocupadas, usuário que não atende (não responde), 
congestionamento e encaminhamento incorreto. 
 42
 
6 - Sistemas Telefônicos Públicos 
 
Uma central e o conjunto de linhas de assinantes que a ela estão ligadas 
constituem o sistema local que serve a uma área local, ou “área de 
comutação”. 
Quando os assinantes de uma região não podem ser atendidos por uma 
única central de comutação é necessário fazer uma divisão na região em 
diversas áreas de comutação. Nesse caso, torna-se necessária a interconexão 
dos diversos sistemas locais isolados geograficamente entre si e, estendendo-
se ainda mais esse raciocínio, para possibilitar a ligação entre dois assinantes 
quaisquer de uma país inteiro, torna-se necessário a previsão de um complexo 
sistema de meios de transmissão e comutação chamado de sistema nacional 
de telefoniaou sistema público telefônico. 
Percebe-se que a probabilidade de troca de comunicações entre dois 
assinantes é tanto menor quanto maior é a distância que os separa. Assim, 
verifica-se que as comunicações mais numerosas são aquelas efetuadas entre 
assinantes de uma mesma área de comutação próxima entre si, ou mesma 
cidade, por essa razão são denominadas “comunicações locais”. 
Para as outras comunicações, que não são locais, verifica-se que uma 
conexão permanente entre dois centros de áreas de comutação diferentes, 
nem sempre seria economicamente viável. Para esses casos não justificáveis 
economicamente são utilizadas as “centrais de trânsito” ou “centros de 
trânsito”. 
 
 6.1 - Centrais Locais 
 
 Uma central local, como o próprio nome revela, está situada em uma 
região de pequeno alcance, denominada de local. Nessa central, são 
interligados os assinantes, cada qual com uma numeração própria. São 
utilizados dispositivos para comutação totalmente automática. O comprimento 
médio da linha de assinante é de 5Km, isto é, é a distância aproximada dos 
condutores entre o assinante e a central. 
 
Figura 6.1 - Representação de uma Central Local 
 43
Uma central local tem como principais características: 
* possui alcance limitado à distâncias locais; 
* tem capacidade de funcionamento com até 10.000 assinantes; 
* possui a função de interligar os assinantes entre si na mesma central; 
* possui a função de possibilitar a interligação dos assinantes ao resto do 
sistema telefônico; 
* a quantidade de centrais locais em uma região será proporcional a densidade 
demográfica da área; 
* possui a função de gerar e repassar sinais de áudio e de sinalização aos 
assinantes e demais centrais; 
* cada central local terá um número que será denominado de prefixo; 
* possui a função de gerar o número de assinante. 
 
6.2 - Centrais Tandem 
 
Eventualmente, após a conveniência da utilização de centrais de 
comutação para gerenciar as comunicações telefônicas, elas começaram a 
“pipocar” em diferentes localidades de uma mesma região, ou ainda, em países 
diferentes. Uma vez que centrais locais estejam estabelecidas em localidades 
diferentes surgirá a necessidade de estabelecer a conexão entre elas, para que 
pessoas de pontos remotamente afastados possam conversar entre si. As 
primeiras centrais locais foram interligadas diretamente entre si de forma 
aleatória, conforme a necessidade de conversação foi surgindo. 
Com o constante aumento do número de assinantes, tornou-se 
insuficiente somente o uso das centrais locais diretamente interligadas entre si, 
porque isso estava acarretando o aumento indiscriminado de cabos de 
interligação, agora entre as centrais, ocorrendo o mesmo problema inicial que 
havia havido com os telefones, gerando altos custos financeiros para efetuar 
essas interligações e problemas técnicos. 
 
 
Figura 6.2 - Representação de ligações diretas entre Centrais Locais 
 
Para contornar os problemas de interligação vistos, foram criadas as 
centrais Tandem, ou seja, são centrais que têm a função de interligar diversas 
centrais locais entre si. As interligações entre as centrais são conhecidas pelo 
nome de “Cabos Tronco”. Nos grandes centros são utilizadas várias centrais 
Tandem ligadas entre si por cabos troncos. 
 
 44
 
 
Figura 6.3 - Representação de ligações entre Centrais Locais via Tandem 
 
Quando houver a necessidade impreterível de interligar duas ou mais 
centrais locais diretamente entre si, por razões de otimização econômica, como 
é o caso em bairros de uma cidade que tenham centrais locais onde o volume 
de tráfego de ligações entre elas seja muito intenso, poderá ser efetuada uma 
conexão especial que será denominada de “Linha de Junção”. 
Dessa maneira, poderá também haver uma ligação direta entre centrais 
locais para casos específicos onde seja justificável economicamente essa 
ligação, devido ao excesso de tráfego de dados entre elas. 
 
 
 
Figura 6.4 - Representação de Linhas de Junção 
 
 
As centrais Tandem se subdividem em centrais Tandem Locais, que 
interligam Centrais Locais entre si e s centrais Tandem Interurbanas, que 
interligam centrais do tipo Interurbana, que estudaremos a seguir. 
As interconexões entre centrais, sejam elas por linhas de junção ou por 
centrais Tandem são denominadas “Rotas”. As linhas de junção que possuem 
interligação direta entre centrais específicas são chamadas de Rotas Diretas”, 
são necessárias por terem alto tráfego de interesse entre elas, como é o caso 
que acontece entre a Central Local 1 e a Central Local 2. Veja a Figura 6.5 
 45
Por sua vez, por exemplo: as rotas 1-T e T-2 (Central Local 1 � Tandem 
� Central Local 2) são consideradas “Rotas Alternativas”, via Central Tandem, 
entre a central número 1 e 2. 
 
 
 
Figura 6.5 - Rotas diretas e tráfego de transbordo 
 
O tráfego de conversação é encaminhado para a rota alternativa, 
quando houver um aumento no tráfego, com ocupação de todos os 
denominados “juntores de rota direta”, que são os pontos extremos de 
interconexão entre as centrais (ponto de partida e chegada dos troncos). Esse 
tráfego resultante é denominado de “Tráfego de Transbordo”. Pode haver mais 
de um
ue gerencia as 
centra
estudos de 
tráfego e outros recursos que caracteriz m mais economia. Cada caso envolve 
grande volume de cálculos estatísticos e simulações para obtenção da melhor 
configuração do sistema e melhor aproveitamento custo-benefício. 
 
estiver preparada para essa possibilidade. A esse tipo de central, que interliga 
nto linhas de assinantes quanto linhas de junção, denominamos de “Central 
Mista”. No RN praticamente todas as centrais com função Tandem são Mistas. 
 
 
a rota alternativa entre as centrais e, nesse caso, deve-se definir uma 
ordem de prioridade entre elas, programada no sistema q
is. 
Quando não há uma rota alternativa entre duas centrais, como é o caso 
da rota 3-4, por exemplo, dizemos que a rota é “Full Tandem”. 
Qualquer configuração de centrais é obtida por meio de 
a
 
6.3 - Centrais Mistas 
 
Tipo especial de central que possui as características das Centrais 
Tandem em que podem também ser interconectados assinantes, é claro se ela
ta
 46
 
 
Figura 6.6 - Representação de ligações diretas entre Centrais Locais 
 
 
6.4 - Centrais de Trânsito 
 
Seguindo o mesmo raciocínio, podemos dizer que as Centrais de 
Trânsito são aquelas destinadas à interligação de centrais de áreas locais 
diferentes. Por elas circulam o tráfego interurbano, delimitado por uma área de 
atendimento regional, agregando uma certa quantidade de centrais locais. 
Essa hierarquia de interligação entre centrais pode crescer mais, 
interligando as centrais de trânsito, diferentes diretamente entre si, por meio de 
outras centrais de trânsito com classes diferenciadas (superiores), 
responsáveis pelo encaminhamento das chamadas no âmbito regional, 
estadual, nacional ou internacional respectivamente. 
Quando o volume de trânsito entre centrais de uma mesma região for 
muito grande, também poderá haver uma central de trânsito que as interligue, 
sendo denominada de “Central de Trânsito Local”. 
Basicamente as centrais de trânsito visam atender, de forma econômica, 
o fluxo de tráfego entre as áreas de comutação. Os Centros de Trânsito são 
para os centros locais o que esse últimos são para os assinantes e, se dividem 
em: 
 
* Centrais de Trânsito Interurbano: interligam dois ou mais sistemas locais 
completos da rede nacional. Essas centrais se interligam diretamente ou por 
meio de outra central de trânsito. Visam interconectar o volume de tráfego dos 
assinantes de uma região de atuação previamente estabelecida (exemplo: 
código 84, referente ao Rio Grande do Norte) com outra região de atuação 
(exemplo: código 83, referente

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