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1) CONCEITOS BÁSICOS DE ARQUIVOLOGIA 1.1 Arquivo: As primeiras instituições arquivísticas tiveram origem na Grécia Antiga. Alguns autores afirmam que a etimologia do termo “arquivo” deriva da palavra grega “archeion”, que se refere ao local de guarda e depósito de documentos. O Dicionário de Terminologia Arquivística elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ (2005, p. 25) apresenta a seguinte definição para arquivo: O conceito de arquivo constante do artigo 2º do texto da Lei 8.159/1991 é mais completo e, também, o mais explorado pelas bancas examinadoras: Quem pode produzir documento arquivístico? Administração Pública direta e indireta e toda empresa ou pessoa física que possua vínculo com o poder público. Qual documento pode ser considerado público? Aquele produzido ou recebido pelos órgãos, instituições ou pessoas físicas e jurídicas no desempenho de atividades públicas. Qualquer informação pode ser considerada documento de arquivo? Não. Será considerado documento arquivístico aquele produzido em decorrência do exercício das atividades orgânicas das instituições. Do conceito apresentado deve-se observar que os arquivos são representados por um conjunto de documentos produzidos e recebidos por: Conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. ÓRGÃOS PÚBLICOS (...) produzidos no desempenho de suas atividades... INSTITUIÇÕES DE CARÁTER PÚBLICO ENTIDADES PRIVADAS PESSOAS FÍSICAS OU FAMÍLIAS Para que se possa compreender a estrutura conceitual do termo arquivo, a análise de três elementos básicos de sua formação é essencial: 1.1.1 Suporte: representa o material no qual são registradas as informações. Exemplos: PAPEL DISQUETE PELÍCULA FOTOGRÁFICA PAPIRO CD 1.1.2 Informação: é o elemento referencial, a noção, a ideia ou a mensagem contidos em um documento. 1.1.3 Documento: é a unidade de registro de informações, suscetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, em que se comprovam fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época ou lugar. É qualquer informação registrada fisicamente em determinado material (suporte) suscetível de estudo, prova e pesquisa. 1.1.4 Polissemia1 do termo “arquivo” O termo arquivo compreende um conjunto de significados, em que o contexto de uso do termo permite orientar-se pelas seguintes definições: Conjunto de documentos – qualquer que seja a sua data, a sua forma, o seu suporte material, elaborados ou recebidos por um organismo público ou privado, em função do desempenho de sua atividade. Local de guarda – destinado à conservação de documentos devidamente classificados e ordenados. Instituição ou serviço – que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e o acesso aos documentos. Móvel – destinado à guarda de documentos. Título de periódicos – geralmente no plural, devido à influência inglesa e francesa. 1 A polissemia ou polissemia lexical (do grego poli: "muitos"; sema:"significados") é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas. Informação Suporte Documento 2) IMPORTÂNCIA DO ARQUIVO Os documentos de arquivo, mesmo os mais antigos, são absolutamente indispensáveis ao desempenho das atividades governamentais, pois são capazes de refletir sua origem e constituem-se em importante elemento de prova da existência das instituições e das tarefas por elas desempenhadas. Eles contêm o registro das obrigações financeiras, legais e administrativas cumpridas. Formam o grande capital da experiência oficial de que o Estado necessita para dar continuidade e consistência às suas ações. Os documentos arquivísticos têm sido um dos importantes pilares para o desempenho eficaz das atividades das instituições. A importância do arquivo está cada dia mais evidente para as instituições e pessoas, sejam elas públicas ou privadas, por motivo do exponencial aumento na geração de informações por parte da sociedade moderna e da necessidade de definição de metodologias adequadas para os procedimentos de produção, conservação, guarda e destinação dos documentos. Note que a primeira e principal finalidade dos arquivos é servir de apoio à administração, ou seja, subsidiar as atividades do dia-a-dia e, em um segundo momento, servir de base para o conhecimento da história. Dois cenários estão em evidência: um representa a necessidade prática de incrementar a eficiência administrativa e outro evidencia o uso do arquivo como importante fonte de cultura para a sociedade. Quanto à função, o foco do arquivo centra-se em dar acesso e tornar disponíveis as informações contidas no acervo documental sob sua guarda. Finalidade: servir à administração, constituindo-se, com o decorrer do tempo, em base do conhecimento da história. Função: tornar disponível as informações contidas no acervo documental sob sua guarda. 3) DISTINÇÃO ENTRE ARQUIVO, BIBLIOTECA E MUSEU Arquivos, bibliotecas e museus são entidades que compartilham a responsabilidade no processo de recuperação da informação em benefício da divulgação científica, tecnológica, cultural e social, bem como o testemunho jurídico e histórico. Essas instituições cumprem seus objetivos por meio da aplicação de procedimentos técnicos distintos e metodologicamente aplicados. Os fins, em se tratando de biblioteca e museus, serão didáticos, culturais, técnicos ou científicos e os de arquivos serão administrativos e jurídicos. Documentos de arquivo: são produzidos ou recebidos por instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, guardando esses documentos relação orgânica entre si. São preservados para a consecução de objetivos funcionais, legais e administrativos, visando à utilidade que poderão ter no futuro. De acordo com Bellotto (2007, p. 38): Documentos de biblioteca: são resultantes de criações artísticas ou de pesquisas. São materiais, em sua maioria impressos, dispostos ordenadamente para estudo, pesquisa e consulta, com objetivo primordial de informar ou ensinar. Também são caracterizados pela multiplicidade, ou seja, determinada obra pode ser encontrada em mais de uma biblioteca. Arquivo: é órgão receptor (recolhe naturalmente o que produz a administração pública ou privada à qual serve) e em seu acervo os conjuntos documentais estão reunidos segundo sua origem e função. Os objetivos primários do arquivo são jurídicos, funcionais e administrativos e os fins secundários serão culturais e de pesquisa histórica. A fonte geradora é única, ou seja, é a administração ou é a pessoa à qual o arquivo é ligado. De acordo com Bellotto (2007, p. 38): Documentos de museu: são provenientes da criação artística ou da civilização material de uma comunidade. Representam o testemunho dedeterminada época ou atividade, sendo utilizado para informar, de forma visual, educar e entreter. Os documentos museológicos são caracterizados por serem objetos bi ou tridimensionais. Eles possuem os mais diversos tipos, naturezas, formas e dimensões. De acordo com Bellotto (2007, p. 39): Para facilitar a compreensão e ajudar na resolução das questões segue um quadro comparativo abrangendo as principais características entre arquivo, biblioteca e museu: Biblioteca: é órgão colecionador (reúne artificialmente o que vai surgindo e interessando à sua especialidade), em cujo acervo as unidades estão reunidas pelo conteúdo. Os objetivos dessa coleção são culturais, técnicos e científicos. Os fornecedores são múltiplos (diferentes livrarias, editoras, empresas gráficas, empresas jornalísticas, laboratórios de microfilmes, etc). Museu: é órgão colecionador, isto é, a coleção é artificial e classificada segundo a natureza do material e a finalidade específica do museu a que pertence e seus objetivos finais são educativos e culturais. ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU TIPO DE SUPORTE Documentos manuscritos, impressos, audiovisuais (exemplar único). Documentos impressos, manuscritos, audiovisuais (exemplar múltiplo). Objetos bi/tridimensionais (exemplar único). TIPO DE CONJUNTO Fundos: unidos pela proveniência (origem). Coleção: documentos unidos pelo conteúdo. Coleção: documentos unidos pelo conteúdo ou pela função. FINS DE PRODUÇÃO Administrativos, jurídicos, funcionais, legais. Culturais, científicos, técnicos, artísticos, educativos. Culturais, artísticos, funcionais. OBJETIVO Provar, testemunhar Instruir, informar. Informar, entreter. ENTRADA DOS DOCUMENTOS Acumulação natural: são produzidos em decorrência do desempenho das atividades. Compra, doação, permuta de fontes múltiplas. Compra, doação, permuta de fontes múltiplas. PÚBLICO Administrador e pesquisador. Grande público e pesquisador. Grande público e pesquisador. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE CADA TIPO DE ACERVO ARQUIVÍSTICO A organização espelha a instituição de que tratam os documentos. BIBLIOGRÁFICO A organização do acervo espelha a organização dada às áreas do conhecimento. MUSEOLÓGICO A organização espelha recortes de tempo, de assunto e da memória. Paralelo entre biblioteca e arquivo De acordo com Paes (2004, p. 17 – 18), as características principais entre arquivos e bibliotecas podem ser resumidas da seguinte forma: BIBLIOTECA ARQUIVO ORIGEM Os documentos são produzidos e conservados com objetivos culturais. Os documentos são produzidos e conservados com objetivos funcionais. AQUISIÇÃO OU CUSTÓDIA Os documentos são colecionados de fontes diversas, adquiridos por compra ou doação. Os documentos não são objetos de coleção; provêm tão-só das atividades públicas ou privadas, servidas pelo arquivo. Os documentos existem em numerosos exemplares. Os documentos são produzidos em um único exemplar ou em limitado número de cópias. A significação do acervo não depende da relação que os documentos tenham entre si. Há significação orgânica entre os documentos. MÉTODO DE AVALIAÇÃO Aplica-se a unidades isoladas. Preserva-se a documentação referente a uma atividade, como um conjunto e não como unidades isoladas. O julgamento não tem caráter irrevogável. Os julgamentos são finais e irrevogáveis. GÊNERO DOS DOCUMENTOS Documentos impressos. Documentos textuais. Audiovisual. Audiovisuais. Cartográfico. Cartográficos. O julgamento envolve questões de conveniência, e não de preservação ou perda total. A documentação não raro existe em via única. MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO Utiliza métodos predeterminados. Estabelece classificação específica para cada instituição, ditada pelas suas particularidades. Existe conhecimento do sistema, do conteúdo e da significação dos documentos a classificar. Exige conhecimento da relação entre as unidades, a organização e o funcionamento dos órgãos. MÉTODO DESCRITIVO Aplica-se a unidades discriminadas. Aplica-se a conjuntos de documentos. As séries (anuários, periódicos, etc.) são unidades isoladas para catalogação. As séries (órgãos e suas subdivisões, atividades funcionais ou grupos documentais da mesma espécie) são consideradas unidades fins da descrição. Concluindo, pode-se dizer que a biblioteconomia trata dos documentos individuais e a arquivística, de conjuntos de documentos. 4) CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS A compreensão dos arquivos, como conjunto e objeto de estudo e de trabalho, abrange classificá-los segundo: 1) As entidades mantenedoras; 2) Os estágios de evolução; 3) A extensão de atuação; e 4) A natureza dos documentos. Classificação quanto às entidades mantenedoras Esta classificação parte do entendimento acerca da origem dos documentos de arquivo, em face das características das organizações. De acordo com Paes (2007, p.21), quanto à entidade mantenedora, os arquivos podem ser classificados da seguinte forma: PÚBLICO Federal Central Regional Estadual / DF Municipal INSTITUCIONAIS Instituições Educacionais Igrejas Corporações não- lucrativas Sociedades, associações COMERCIAIS Firmas Companhias FAMILIAIS OU PESSOAIS A Lei 8.159/1991 classifica os arquivos em apenas duas categorias: públicos e privados. Veja a definição atribuída pela norma: Classificação quanto à natureza dos documentos Arquivo Especial: é constituído por documentos de diversos formatos que, devido às características físicas do suporte, merecem um TRATAMENTO ESPECIAL quanto ao seu armazenamento e tratamento técnico. Ou seja, exigem TRATAMENTO DIFERENCIADO no que se refere à sua guarda e conservação. EXEMPLOS DE SUPORTES ESPECIAIS CD FITAS DE VÍDEO FITAS DE ÁUDIO DISQUETES FOTOGRAFIAS MICROFILMES Públicos: são aqueles produzidos e mantidos por instituições públicas nas esferas federal, estadual e municipal, no desempenho de suas atribuições administrativas, legislativas e/ou judiciárias. Também são considerados públicos os arquivos acumulados por empresas privadas encarregadas da gestão de serviços públicos. Privados: consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. SLIDES Conceito de documentos especiais constante do Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 75). Arquivo Especializado: é o arquivo constituído por documentos resultantes do desenvolvimento de atividades de DETERMINADA ÁREA DO CONHECIMENTO HUMANO, independentemente do suporte onde a informação encontra-se registrada. Também são conhecidos como ARQUIVOS TÉCNICOS. EXEMPLOS DE ARQUIVOS ESPECIALIZADOS Arquivos de engenharia Arquivos médicos ou hospitalares Arquivos de imprensa Classificação quanto aos estágios de sua evolução Quanto ao estágio de evolução, os arquivos são divididos em: arquivo corrente, arquivo intermediário e arquivo permanente. Esses três elementos da divisão apresentada representam as três fases/idades constantes da teoria do Ciclo Vital dos Documentos de arquivo, que, devido a sua grande importância para a resolução de questões de provas,será minuciosamente explorada em capítulo próprio. À luz do artigo 8° da Lei 8159/1991: Documento especial: documento em linguagem não textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Classificação quanto à extensão de sua atuação Quanto à abrangência de sua atuação, os arquivos podem ser divididos em duas categorias: setorial ou central/geral. Arquivo setorial: são aqueles estabelecidos junto aos órgãos operacionais, cumprindo função de arquivo corrente. A instituição que opta por organizar sua estrutura de gestão documental por meio da criação de arquivos setoriais, passa a ter arquivos instalados nas unidades de trabalho do órgão, de forma descentralizada. Eles ficam responsáveis por apoiar as atividades do dia-a-dia. Por exemplo: Arquivo central ou geral: destina-se a receber os documentos correntes provenientes de diversos órgãos que integram a estrutura da instituição, centralizando as atividades de arquivo corrente. Presidência Arquivo Setorial Pessoal Arquivo Setorial Material Arquivo Setorial Patrimônio Arquivo Setorial Tecnologia Arquivo Setorial Arquivo Central / Geral Pessoal Material Patrimônio Tecnologia Corrente: são aqueles em curso, ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. Intermediário: são aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Permanente: conjunto de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. 5) PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS O desenvolvimento da disciplina arquivística se fez por meio de uma série de princípios essenciais que se mostraram imprescindíveis ao longo do tempo no processo de gestão eficiente dos conjuntos documentais. Essa base principiológica torna a Arquivologia um campo do conhecimento com características próprias quando comparada com as outras áreas da Ciência da Informação, como a Biblioteconomia e a Museologia. Princípio da Proveniência ou do respeito aos fundos É considerado o princípio basilar da organização dos fundos de arquivo. Todas as intervenções arquivísticas ocorrem sob a égide da proveniência, pois evita danos graves e irreparáveis à organização dos arquivos que há tempos atrás eram dispostos por tema ou outro fator qualquer. Consiste em deixar os documentos de determinada instituição ou pessoa agrupados sem misturá-los aos arquivos provenientes de outras administrações, instituições ou pessoas (físicas ou jurídicas). Por esse princípio, os gestores da documentação devem levar em conta a origem administrativa dos documentos, ou seja, sua proveniência, não misturando seus documentos com documentos de origem distinta. Este princípio fixa a identidade e origem do fundo, define-se como o princípio fundamental segundo o qual os arquivos de uma mesma proveniência não devem ser misturados com os de outra proveniência. É universalmente aceito como a base teórica e prática da Arquivística. PATRIMÔNIO DOCUMENTAL Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo De acordo com Bellotto (2007, p.88): De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 136): De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 97), fundo é o conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Pode receber duas classificações: Fundo aberto: fundo ao qual podem ser acrescentados novos documentos em função do fato de a entidade produtora continuar em atividade. Fundo fechado: fundo que não recebe acréscimos de documentos em função de a entidade produtora não se encontrar mais em atividade. Princípio da organicidade A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 127): Segundo esse princípio, a organicidade representa a inter-relação dos documentos de arquivo e o vínculo existente entre estes e as funções e atividades que lhes deram origem, de forma que um documento isolado do seu contexto de produção perde muito do seu significado. Princípio da cumulatividade ou naturalidade O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica. Os registros arquivísticos não são coletados artificialmente, mas acumulados naturalmente nas administrações, em função do cumprimento dos seus objetivos práticos. Eles se acumulam de maneira contínua e progressiva, Princípio da Proveniência: fixa a identidade do documento relativamente a seu produtor. Por esse princípio, [...] os arquivos originários de uma pessoa devem manter a individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados, no arquivo, a outros de origem distinta. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Organicidade: relação natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades da entidade produtora. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Princípio da Proveniência: princípio básico da Arquivologia segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também chamado de princípio de respeito aos fundos. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. como sedimentos de estratificações geológicas, e isto os dotam de um elemento de coesão espontânea. Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística Os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida, a fim de preservar seus valores de prova e informação. Este princípio é derivado do princípio da proveniência”. A observância ao princípio da integridade arquivística contribui para a manutenção dainter-relação entre os documentos de arquivo, tendo em vista que a mutilação de um fundo arquivístico compromete o nexo existente entre o conjunto, prejudicando a análise e compreensão das funções e atividades desenvolvidas pela instituição. Princípio da Unicidade A teoria arquivística defende que o princípio da unicidade se refere à característica do documento arquivístico de ser único no seu conjunto documental, independentemente do fato de haver uma cópia do referido documento no mesmo fundo de arquivo, pois o contexto de produção/recebimento dotaria cada um deles de um significado próprio. Bellotto (2007, p.88) define o princípio da unicidade da seguinte forma: Cumulatividade e naturalidade: ressalta-se que o arquivo não pode ser composto por meio da aquisição de documentos escolhidos aleatoriamente, mas forma-se naturalmente, pela acumulação de documentos recebidos ou produzidos em relação direta com as atividades da instituição produtora. Ou seja, a documentação arquivística acumula-se pela força do processo de criação dos documentos no desempenho das atividades, num processo natural de acumulação e não de forma artificial como acontece em outras áreas que fazem parte da Ciência da Informação (bibliotecas e museus). Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Não obstante sua forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função de seu contexto de produção. Princípio do respeito à ordem original, “santidade” da ordem original, ordem primitiva ou princípio de registro (registratur) Representa a ideia de que a ordem original, desde que metodicamente estabelecida, é imprescindível para a manutenção dos documentos dentro do contexto da sua criação. Sem que haja o devido respeito a esse princípio, as inter-relações dos documentos e o reflexo às atividades que os geraram seriam seriamente prejudicados. Para Bellotto (2007, p.131), obedecer a ordem original não está ligada ao respeito a ordem estrita que os documentos receberam na repartição de origem e, sim, o respeito à organicidade, isto é, a observância do fluxo natural e orgânico com que foram produzidos e não propriamente dos detalhes ordenatórios de seu primeiro arquivamento. O conceito não orienta, simplesmente, manter o acervo da forma como é recebido, afinal pode estar desorganizado, não ser integral ou, mesmo, não ser perceptível qualquer regra efetiva de organização. O ideal é buscar a organicidade e o contexto dos documentos de modo a permitir sua utilização como prova da execução das atividades. Princípio da ordem original é facilmente aplicável na organização do acervo quando o produtor do arquivo utilizou-se de metodologia adequada de gestão de documentos arquivísticos, elaborando, por exemplo, um plano de classificação que estruture suas funções e atividades executadas, e utilizando-o para indexação e organização física dos documentos. ARQUIVO Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Pertinência O princípio segundo o qual os documentos deveriam ser reclassificados por assunto sem ter em conta a proveniência e a classificação original, denomina-se de pertinência ou temático. Baseia-se na análise do conteúdo para definir a organização dos documentos, é oposto ao princípio de respeito aos fundos. É um princípio abandonado ou "praticamente não mais utilizado" Inalienabilidade e imprescritibilidade O princípio da inalienabilidade e o princípio da imprescritibilidade são complementares entre si e relacionam-se ao poder do Estado de manter sob sua custódia os arquivos acumulados pelas instituições públicas. Quando aplicado aos arquivos, proíbe sua venda ou sua cessão a terceiros (inalienabilidade) sem limite de tempo (imprescritibilidade). Territorialidade ou proveniência territorial Define o domicílio legal dos documentos, ou seja, a jurisdição a que pertence cada documento, de acordo com a área territorial, a esfera de poder e o âmbito administrativo onde foi produzido e recebido. Conceito derivado do princípio da proveniência e segundo o qual arquivos deveriam ser conservados em serviços de arquivo do território no qual foram produzidos, excetuando-se os documentos elaborados pelas representações diplomáticas ou resultantes de operações militares. Universalidade Princípio que exige que o arquivista apreenda, compreenda, estruture, classifique, arranje e descreva a informação orgânica e registrada (ou seja, a informação arquivística) de uma forma global antes de passar para uma outra etapa mais detalhada. É a abordagem do geral ao particular que fundamenta a organização dos documentos arquivístico. Inalienabilidade: é impedida a alienação de arquivos públicos a terceiros. Imprescritibilidade: é assegurado ao Estado o direito sobre os arquivos públicos, sem limitação de tempo, por serem estes considerados bens públicos inalienáveis. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. ORGANICIDADE... Não é a ordem física que os documentos tinham no setor de trabalho; É o respeito à organicidade; É a observância do fluxo natural e orgânico com que foram acumulados os documentos. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Reversibilidade Defende que o material de arquivo não pode ser submetido a qualquer procedimento ou tratamento que não possa ser revertido, caso necessário. Princípio atrelado à prática da função arquivística de restauração de documentos de arquivo. 6) CICLO DE VIDA DOS DOCUMENTOS OU TEORIA DAS 3 IDADES A teoria arquivística sistematiza o ciclo de vida dos documentos de arquivo em três fases distintas e complementares, caracterizadas por intervalo de tempo e pelo tipo de uso que é dado ao documento em cada idade. A metodologia a ser utilizada na organização dos documentos depende muito da fase em que ele se encontra no chamado ciclo vital, tendo em vista que a frequência de uso e o público alvo são distintos. Arquivo corrente ou arquivo de primeira idade Essa é a primeira fase do ciclo de vida dos documentos de arquivo. Ela é composta pelos conjuntos documentais em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. São arquivos que devem permanecer próximos aos produtores e serem de fácil acesso, pois existem em função do cumprimento de sua finalidade administrativa. Arquivo intermediário Corresponde à segunda fase do ciclo vital. São os conjuntos documentais que, não sendo mais de uso corrente nos órgãosprodutores, por razões de ordem administrativa, legal ou financeira, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Esses arquivos não precisam ficar próximos aos setores de trabalho, pois têm uso menos frequente que os arquivos correntes. Os arquivos intermediários são transitórios e, também, são conhecidos como “limbo” ou “purgatório”. • Primeira fase do ciclo de vida dos documentos; • Documentos consultados frequentemente; • Devem permanecer próximos aos produtores por razões administrativas e técnicas; • Devem ser de fácil acesso; • São absolutamente essenciais ao funcionamento de quem os acumula. ARQUIVO CORRENTE Teoria segundo a qual os arquivos são considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Arquivo permanente Essa representa a terceira e última fase do ciclo de vida dos documentos de arquivo. É composta pelos conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados pela instituição. Quando o documento chega à fase permanente, deve ser arquivado de forma definitiva e jamais poderá ser eliminado. Nesta fase do ciclo vital ele passa a interessar mais aos pesquisadores (fins científicos, sociais e culturais) do que aos produtores. Os arquivos dessa natureza situam-se em lugares acessíveis e dotados de salas de pesquisas para atender ao público. • Segunda fase do ciclo de vida dos documentos; • Documentos com baixa frequência de consulta; • Conservados por ordem administrativa, legal ou financeira; • Aguardam a eliminação ou guarda permanente; • Podem ser alocados em local afastado, de manutenção barata; • Permanência transitória, por isso, também, são conhecidos como "limbo" ou "purgatório"; • Consulta restrita ao órgão produtor. ARQUIVO INTERMEDIÁRIO • Teceira fase do ciclo de vida dos documentos; • Conjutos documentais de valor histórico, probatório e informativo; • O documento permanente perdeu todo o valor de natureza administrativa; • O documento permanente deve ser guardado definitivamente; • Possui fins científicos, sociais e culturais; • Os arquivos permanentes devem ficar localizados em lugares de fácil acesso; • Consulta liberada ao público. ARQUIVO PERMANENTE Nomenclatura para cada fase ou idade Não há consenso entra a literatura e a legislação arquivística quanto à forma como cada fase do ciclo de vida dos documentos arquivísticos deve ser nomeada. Isso acaba se refletindo nas questões sobre esse tema nas provas de concursos públicos. Para o candidato não ser surpreendido com uma nomenclatura desconhecida, seguem, de forma esquemática, as possibilidades mais cobradas nos certames: Para encerrar essa abordagem e para fins de fixação, segue a conceituação apresentada no Dicionário de Terminologia Arquivística para a Teoria das Três Idades (2007, p. 160): Valor dos Documentos A atribuição de valor aos documentos de arquivo leva em conta duas facetas distintas: valor primário/administrativo e valor secundário/histórico. Valor primário/administrativo/imediato Refere-se ao valor atribuído aos documentos em função do interesse que eles possam ter para apoiar as atividades rotineiras da instituição produtora, evidenciando, assim, a utilidade administrativa, legal ou fiscal dos documentos de arquivo. São documentos que dão suporte às atividades do dia a dia. O valor primário está diretamente relacionado ao motivo pelo qual o SINÔNIMOS MAIS COMUNS E QUE PODEM APARECER NA PROVA ARQUIVO CORRENTE Arquivo de 1ª idade 1ª fase do ciclo vital Arquivo ativo Arquivo de movimento Arquivo de gestão ARQUIVO INTERMEDIÁRIO Arquivo de 2ª idade 2ª fase do ciclo vital Arquivo semiativo Limbo / purgatório Temporário ARQUIVO PERMANENTE Arquivo de 3ª idade 3ª fase do ciclo vital Arquivo inativo Arquivo histórico Teoria segundo a qual os arquivos são considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. documento foi criado (utilidade administrativa imediata) e é absolutamente característico das fases CORRENTE e INTERMEDIÁRIA. O valor primário representa um valor transitório, que todo documento produzido possui e perde com o passar do tempo. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 171), valor primário representa: Valor secundário/histórico/mediato Refere-se ao valor atribuído aos documentos em função do interesse que eles possam ter para fins diferentes daqueles para os quais foram originariamente produzidos. Os documentos com valor secundário são considerados importantes fontes de informações para pesquisadores em geral e para a própria entidade produtora. O valor secundário é característico da fase PERMANENTE e os documentos que possuem esse atributo jamais poderão ser eliminados. Esse é um valor imprescritível. Ressalta-se que apenas uma pequena parcela do acervo produzido detém valor secundário ou histórico. De acordo com a definição do Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 172), valor secundário representa: VALOR PRIMÁRIO Administrativo Documentos necessários à consecução das atividades correntes do órgão: planos, programas, relatórios. Legal Documentos que envolvem direitos e deveres do cidadão para com o Estado e vice-versa, sendo os que produzem efeito perante os tribunais, regulamentam as questões externas e internas do órgão. Fiscal Documentos ligados a operações financeiras e à comprovação de receitas e despesas, geradas para atender a exigências governamentais: notas ficais, faturas, recibos. Valor atribuído ao documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais e fiscais. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. O valor secundário pode ser subdividido em probatório e informativo, assim como veremos no esquema seguinte: Cabe destacar que todos os documentos possuem valor primário, mas nem todos possuem ou adquirem um valor secundário. Quando os documentos perdem o seu valor primário e não possuem valor secundário, são eliminados. Por sua vez, aqueles que não são mais necessários àsatividades rotineiras do órgão ou entidade que os criou, mas apresentam valor secundário (valor probatório ou informativo), serão destinados à guarda permanente para que sejam disponibilizados para a sociedade. VALOR SECUNDÁRIO Probatório Valor que permite a um documento de arquivo servir de prova legal. Refere-se à história e à ação do órgão, pois são o registro da existência e do funcionamento do órgão. Informativo Valor que um documento possui pelas informações nele contidas, independentemente de seu valor probatório. Refere-se a documentos que elucidam aspectos econômicos, políticos, de pesquisa, sociais, estatísticos, etc. São informações que os documentos contêm sobre pessoas, entidades coisas, problemas, etc. com que o órgão haja tratado. Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi originalmente produzido. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. 7) AVALIAÇÃO A avaliação constitui atividade essencial do ciclo de vida dos documentos arquivísticos, tendo em vista que ela representa a análise dos documentos da instituição, com a finalidade precípua de estabelecer os prazos de guarda dos documentos nas fases corrente e intermediária bem como a destinação final dos documentos (eliminação ou guarda permanente) a partir do valor primário e do valor secundário. A avaliação dos documentos permite que a documentação considerada sem valor secundário seja eliminada dentro de determinados prazos e que a massa documental de determinada instituição ou pessoa seja reduzida sem que ocorra qualquer prejuízo ao conjunto informacional. A avaliação de documentos constitui-se em um trabalho complexo à medida que deve analisar um conjunto de direitos e obrigações e todo um contexto social, histórico e informativo antes de se definir pela eliminação ou pela guarda permanente um conjunto ou série documental. Em face disso, as instituições ou pessoas responsáveis pela gestão do acervo devem compor equipes técnicas multidisciplinares (também conhecidas como Comissão Permanente de Avaliação – CPAD) para a realização dessa atividade, que, ao seu término, dará origem ao instrumento de gestão documental conhecido como Tabela de Temporalidade. Ressalta-se que todos os prazos de guarda e as ações de destinação final apurados durante a fase de avaliação deverão estar presentes nesse instrumento. Composição recomendada pelo Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ – para instituição de uma CPAD: A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de vida documental arquivístico, na medida em que define quais documentos serão preservados para fins administrativos ou de pesquisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que apresentam para a administração que os gerou e para a sociedade. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Vantagens do processo de avaliação De acordo com o E-arq Brasil (2006, p.32), a aplicação dos critérios de avaliação é feita com base na Teoria das Três Idades e efetiva-se, primeiramente, nos arquivos correntes, a fim de se distinguirem os documentos de valor eventual (de eliminação sumária) daqueles de valor probatório e/ou informativo. Deve-se evitar a transferência para os arquivos intermediários de documentos que não tenham sido anteriormente avaliados, pois as atividades de avaliação e seleção nos arquivos de segunda idade são extremamente onerosas do ponto de vista técnico e gerencial. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS Redução da massa documental. Agilidade na recuperação de documentos e informações. A conservação dos documentos de guarda permanente. A racionalização da produção e do fluxo dos documentos de arquivo. A eliminação dos documentos desprovidos de valor, gerando ganho de espaço físico. COMPOSIÇÃO DA C P A D • arquivista ou responsável pela guarda da documentação. • servidores das unidades organizacionais, com profundo conhecimento das atividades desempenhadas. • historiador ligado à área de pesquisa de que trata o acervo. • profissional da área jurídica, responsável pela análise do valor legal dos documentos. • profissionais ligados ao campo de conhecimento de que trata o acervo objeto da avaliação (economista, sociólogo, engenheiro, médico e outros). • outros profissionais que possam colaborar com as atividades da comissão. A otimização dos gastos com recursos humanos, materiais e financeiros. Incremento à pesquisa. Garantia da constituição do patrimônio arquivístico. 8) TABELA DE TEMPORALIDADE E PLANO DE DESTINAÇÃO A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico resultante da avaliação dos documentos. Ela tem por objetivos definir os prazos de guarda (tempo necessário para o arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou) e a destinação de documentos (encaminhamento de documentos para guarda permanente, descarte ou eliminação), com vista a garantir o acesso à informação aos que dela necessitarem, seja a própria instituição ou o público externo. Sua estrutura básica deve contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação. Prazo de guarda dos documentos O prazo de guarda dos documentos constante na Tabela de Temporalidade refere-se ao tempo necessário para arquivamento dos documentos nas idades corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou (valor primário). Torna-se razoável observar que o referido prazo deve ser expresso, preferencialmente, em anos. Contudo, em alguns casos, ele poderá ser expresso a partir de uma ação concreta que deverá, necessariamente, ocorrer em relação a um determinado conjunto documental. Por exemplo: para conjuntos documentais que envolvam gastos de dinheiro público, é interessante mencionar que o acervo em questão só poderá ser transferido para o arquivo intermediário ou eliminado após a aprovação das contas do governo por parte do Poder Legislativo. Nesse caso, o prazo de guarda na idade corrente poderia ser expresso da seguinte maneira: “até aprovação das contas”. Determinantes na definição dos prazos de guarda: Frequência de uso; Normas; Outras fontes de informações; Prazos precaucionais. Destinação final dos documentos Na Tabela de Temporalidade o campo reservado à destinação final dos documentos pode conter as seguintes destinações: eliminação ou guarda permanente. Esses procedimentos podem ser sistematizados da seguinte forma: Transferência,recolhimento e eliminação dos documentos. São conceitos bastante cobrados em provas de concursos públicos e estão, diretamente, relacionados à destinação dada aos documentos de arquivo. Portanto, é preciso estar muito atento às suas definições: ELIMINAÇÃO: destinação dada aos documentos que perderam o valor primário e não apresentam valor secundário. GUARDA PERMANENTE: destinação dada aos documentos que possuem informações consideradas importantes para fins de prova, informação e pesquisa, ou seja, fins culturais, sociais e científicos. TRANSFERÊNCIA: representa a passagem de documentos do arquivo corrente para o arquivo intermediário. Ela é efetivada por meio da produção do termo de transferência, que é o instrumento legal que define e formaliza a transferência de documentos. RECOLHIMENTO: representa a operação pela qual um conjunto de documentos passa para o arquivo permanente. Ele é efetivado por meio da produção do termo de recolhimento, que é o instrumento legal que define e formaliza o recolhimento de documentos ao arquivo permanente. ELIMINAÇÃO: é a destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor permanente. Ela também é conhecida como expurgo de documentos. O procedimento de eliminação é formalizado após a publicação do edital de ciência de eliminação, que é um ato publicado em periódicos oficiais que tem por objetivo anunciar e tornar pública a eliminação. É importante observar que a inutilização dos documentos poderá ser efetuada por procedimentos diversos, dependendo da quantidade e da natureza do seu suporte. Contudo, há que se observar que é absolutamente desaconselhada (do ponto de vista ecológico) a incineração de papéis, que poderão ser mecanicamente transformados em aparas e doados ou vendidos para instituições que trabalham com reciclagem. Modelo de Tabela de Temporalidade Diante deste pequeno fragmento de Tabela de Temporalidade elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos e disponibilizado para a administração pública federal é possível fazer os seguintes apontamentos quanto às suas subdivisões: ASSUNTO Neste campo são apresentados os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com plano de classificação de documentos da instituição. PRAZOS DE GUARDA Conforme foi visto anteriormente, referem-se ao tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. DESTINAÇÃO FINAL Neste campo é registrada a destinação estabelecida que pode ser a eliminação, quando o documento não apresenta valor O ato de eliminar, propriamente dito, deve ser feito de forma racional. Os processos mais indicados são: a fragmentação, a maceração, a alienação por venda ou doação. A incineração – processo condenado -, quer pelo aumento do índice de poluição que provoca, quer pela impossibilidade de reciclagem do papel, não deve ser adotada. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. secundário ou a guarda permanente, quando as informações contidas no documento são consideradas importantes para fins de prova, informação e pesquisa. OBSERVAÇÕES Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela. Deve-se observar que a metodologia de criação de uma Tabela de Temporalidade está altamente entrelaçada à Teoria das Três Idades, que define os parâmetros gerais para o arquivamento e para a destinação dos documentos de arquivo. Os documentos sempre serão criados na fase corrente e, após, o cumprimento do prazo de guarda na referida fase, poderão ser eliminados, transferidos para o arquivo intermediário ou recolhidos diretamente ao arquivo permanente. A determinação do que será feito com cada documento constará da Tabela de Temporalidade. Ressalta-se que os documentos recolhidos ao arquivo permanente, independentemente da origem (arquivo corrente ou intermediário), serão tratados, organizados e arquivados para ficarem disponíveis ao público e jamais poderão ser eliminados. Prováveis caminhos para os documentos CORRENTES Após o cumprimento do prazo de guarda na fase corrente, poderão ser transferidos para o arquivo intermediário; Após o cumprimento do prazo de guarda na fase corrente, poderão ser eliminados; ou Após o cumprimento do prazo de guarda na fase corrente, poderão ser recolhidos ao arquivo permanente. Prováveis caminhos para os documentos INTERMEDIÁRIOS Após o cumprimento do prazo de guarda na fase intermediária, poderão ser eliminados; ou Após cumprimento do prazo de guarda na fase intermediária, poderão ser recolhidos ao arquivo permanente. Plano de Destinação de Documentos Os planos de destinação de documentos são instrumentos que servem para instruir o procedimento de quem vai tratar uma massa documental acumulada. Eles contêm informações sobre a tipologia documental existente, os prazos de guarda definidos e as séries em que se dividiu o acervo. Portanto, neles mesclam-se o plano de classificação de documentos e a tabela de temporalidade usados nos arquivos correntes. As massas documentais acumuladas existem porque dos documentos existentes nas áreas de trabalho não foram objeto de tratamento técnico-científico. Um arquivo corrente que seja organizado e que tenha seu ciclo vital determinado por uma tabela de temporalidade não gerará uma massa documental acumulada. 9) SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS O Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p.151) e o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos – e-ARQ Brasil – (2011, p. 30) apresentam a seguinte definição para o termo “seleção de documentos”: A correta aplicação do procedimento de seleção dos documentos é importante para que seja possível garantir o adequado tratamento ao acervo arquivístico permanente e a otimização do processo de busca e recuperação da informação no âmbito dos arquivos. A técnica de seleção dos documentos deve observar os critérios de valor histórico, científico, informacional, probatório e cultural. SELEÇÃO: Separação dos documentos de valor permanente daqueles passíveis de eliminação, mediante critérios e técnicas previamente estabelecidos em tabela de temporalidade. 10) CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS Conforme suas características e elementos essenciais, os documentos podem ser classificados de acordo com o gênero, a natureza do assunto, a forma, o formato, a espécie e a tipologia. Classificação quanto ao Gênero Gênero documental é a configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado na comunicação de seu conteúdo. CONCEITO EXEMPLOS TEXTUAL OU ESCRITO Gênero documental integrado por documentos manuscritos, datilografados ou impressos, como atas de reunião, cartas, decretos, livros de registro, panfletos e relatórios. ICONOGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos em suporte sintético, em papel emulsionado ou não, que contêm imagens fixas (estáticas), impressas, desenhadas ou fotografadas, como: fotografias, gravuras, diapositivos,desenhos. SONORO Gênero documental integrado por documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos. FILMOGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos que contêm imagens em movimento, com ou sem som, como filmes e fitas videomagnéticas. Também é conhecido como documento cinematográfico. INFORMÁTICOS OU DIGITAIS Gênero documental integrado por documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador (disquete, disco rígido, disco óptico). CARTOGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia, como: mapas, plantas, perfis e fotografias aéreas. MICROGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos resultantes da microrreprodução de imagens em microforma, mediante a utilização de técnicas específicas. Classificação quanto à natureza do assunto Quanto à natureza do assunto, os documentos de arquivo podem ser classificados de duas formas distintas: Ostensivo ou ordinário: documento sem qualquer restrição de acesso e cuja divulgação não é prejudicial à administração ou às partes. Sigiloso: documento que pela natureza de seu conteúdo sofre restrição de acesso. Ou seja, é aquele que fica temporariamente submetido à restrição de acesso público em razão de sua imprescritibilidade para a segurança da sociedade e do Estado. Esse tipo de documento requer medidas especiais de salvaguarda para sua custódia, divulgação e acesso. Pela grande importância dessa matéria para a sociedade em geral, o sigilo e o acesso à informação são tratados em legislação específica (Lei 12.527/2012 – Lei de Acesso à Informação), que estabelece que uma informação pública somente deva ser classificada como sigilosa quando, de forma inequívoca, for considerada imprescindível à segurança da sociedade (à vida, segurança ou saúde da população) ou do Estado (soberania nacional, relações internacionais, atividades de inteligência). Níveis de sigilo De acordo com a Lei 12.527/2012, as informações sigilosas podem ser classificadas nos seguintes níveis: Para facilitar a aplicação da Lei de Acesso à Informação, os legisladores especificaram as autoridades responsáveis por classificar as informações nos diferentes níveis de sigilo, observando que quanto mais restrito o grau de sigilo, maior deverá ser o nível hierárquico do agente público. ULTRASSECRETA Prazo de segredo máximo de 25 anos Renovável por uma única vez SECRETA Prazo de segredo máximo de 15 anos Renovação não prevista RESERVADA Prazo de segredo máximo de 05 anos Renovação não prevista Poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. Informações pessoais Informações pessoais são aquelas relacionadas à pessoa natural identificada ou identificável, cujo tratamento deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. As informações pessoais terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo, pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção. Elas poderão ser acessadas ou divulgadas pelos próprios indivíduos ou por terceiros, sendo que neste último caso deverá haver previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que as informações se referirem. O consentimento não será exigido quando as informações pessoais forem necessárias para... 1 À prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico. 2 À realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem. • Presidente da República; • Vice Presidente da República; • Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; • Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e • Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. ULTRASSECRETA • Autoridades mencionadas acima; e • Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista SECRETA • Autoridades supracitadas; e • As que exercem funções de direção, comando ou chefia, de hierarquia equivalente ou superior ao nível DAS 101.5; e • As que compõe o grupo - Direção e Assessoramento Superiores, conforme regulamentação específica RESERVADA 3 Ao cumprimento de ordem judicial. 4 À defesa de direitos humanos. 5 À proteção do interesse público e geral preponderante. Classificação quanto à forma ou tradição documental: Forma representa o estágio de preparação e transmissão dos documentos, podendo ser dividida em minuta, original e cópia. Minuta: forma sob a qual um documento, antes de sua feição definitiva, apresenta texto abreviado ou completo que, embora sem os sinais de validação, já foi devidamente revisado. Bellotto (2007, p.105) ressalta que há diferença entre minuta e rascunho, sendo este sujeito a correções e rasuras, supressões, acréscimos e substituições. A autora considera a minuta em dois sentidos: 1. Como a forma diminuta, diminuída e abreviada do original, seria um escrito preparatório e reduzido para que, a partir dele, se pudesse confeccionar o original, isto é, um conjunto de dados essenciais para a redação definitiva do documento. 2. Em outro sentido, a minuta é o original, portanto, o rascunho já passado a limpo, porém, sem os sinais de validação (assinaturas, carimbos, tintas, selos). Na verdade, sem validação, as minutas não podem ter “fé”, não sendo levadas em conta do ponto de vista jurídico. Original: representa a versão final de um documento, já na sua forma apropriada. Para Bellotto (2007, p.106), o original é o documento feito por direta vontade dos autores e conservado em matéria e formas genuínas sob as quais foi originalmente emitido. Deve-se considerar no original: 1. O seu caráter de primeiro, de matriz; 2. O seu caráter de acabado, perfeito, limpo. MINUTA • Documento com características de futuro original; • Redação preparatória de um documento textual; e • É o pré-original já concluído, não tendo apenas os sinais de validade que o tornaria o original. RACUNHO • Redação preparatória do original, podendo conter rasuras, correções e supressões; e • É anterior à minuta, que não apresenta imperfeições. Elementos que distinguem os originais das minutas e das cópias: as assinaturas ou subscrições, carimbos, selos, tintas, etc. inseridos no documento no momento justamente em que ele se torna original. Cópia: representa um documento formalmente idêntico a um original. Ela pode conviver com seus originais ainda existentes ou pode vir a substituí-los. Classificação quanto à espécie e tipologia documental Espécie documental é a configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas. É a espécie que identifica o modelo que servirá como base jurídica ou consensualmente válida para que o conteúdo do documento arquivístico, correto em sua estrutura semântica, se torne legítimo/fidedigno/credível. De acordo com a lista das espécies documentais elaborada por Bellotto (2002, p. 46 – 90), segue quadro resumo com alguns exemplos de espéciesdocumentais: CONCEITO DE CADA ESPÉCIE ABAIXO- ASSINADO Documento de solicitação coletiva dirigido a uma autoridade pública para manifestar apoio a alguém, para demonstrar queixa, protesto coletivo ou para pedir algo que diga respeito ao interesse comum. ATA Registro resumido das ocorrências de uma reunião, assembleia ou sessão, assim como das decisões tomadas por seus membros. ATESTADO Declaração, por autoridade governamental, civil, militar, eclesiástica ou notarial, a partir de uma realidade ou de um fato constatado. CERTIDÃO Documento emanado de funcionário de fé pública, mediante o qual se transcreve algo já registrado em documento de assentamento, elaborado segundo as normas notariais ou jurídico-administrativas. CIRCULAR Comunicação endereçada simultaneamente a vários destinatários, com conteúdo idêntico e redação semelhante à carta ou ao aviso. LAUDO Parecer de especialista no qual se expõem observações e estudos a respeito de um objeto sobre o qual se solicitou uma perícia. MEMORANDO Forma de correspondência interna, objetiva e simples, para assuntos rotineiros, entre chefias de unidades de um mesmo órgão. OFÍCIO Meio de comunicação do serviço público. Forma padronizada de comunicação escrita entre subalternos e autoridades, entre os órgãos públicos e entre estes e os particulares, em caráter oficial. ORDEM DE SERVIÇO Determinação técnica ou administrativa expedida por escrito por autoridade e dirigida aos responsáveis por serviços, tarefas ou obras, autorizando-os. PARECER Opinião técnica ou científica sobre um ato, servindo de base para a tomada de decisão. PETIÇÃO Instrumento pelo qual se solicita algo à autoridade pública sem se ter a certeza ou a segurança quanto ao amparo legal do pedido. PRONTUÁRIO Reunião cumulativa de documentos que acompanham o desempenho dos interessados na sua atuação profissional em cursos, estágios, tratamentos médicos e psicológicos, assim como em programas educativos e de lazer. RECIBO Reconhecimento escrito e assinado por pessoa(s) que tenha(m) recebido dinheiro ou objeto. RELATÓRIO Exposição de ocorrências, fatos, despesas, transações ou de atividades realizadas por autoridade com a finalidade de prestar conta de seus atos à autoridade superior. Tipo documental é a configuração que assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou. Ou seja, o tipo documental é formado quando agregamos à espécie documental as atividades, funções e competências da entidade produtora/acumuladora de documentos. Quadro elucidativo sobre espécie, função e tipologia documental: TIPO DOCUMENTAL Espécie Função Atividade ESPÉCIE DOCUMENTAL FUNÇÃO/ATIVIDADE TIPO DOCUMENTAL ABAIXO-ASSINADO Solicitar providências Abaixo-assinado de solicitação de providências ATA Reunião do conselho Ata de reunião do conselho ATESTADO Atestar óbito Atestado de óbito CERTIDÃO Certificar tempo de serviço Certidão de tempo de serviço CIRCULAR Convocar reunião Circular de convocação de reunião LAUDO Verificar a qualidade do solo Laudo de análise do solo MEMORANDO Solicitar material Memorando de solicitação de material OFÍCIO Requisitar servidor Ofício de requisição de servidor ORDEM DE SERVIÇO Realizar encadernação de livros Ordem de serviço de encadernação de livros. PARECER Verificar legalidade dos atos Parecer jurídico sobre legalidade os atos PETIÇÃO Interromper contagem de prazo Petição de interrupção de contagem de prazo PRONTUÁRIO Atender paciente em clínica médica Prontuário de atendimento médico RECIBO Receber material de expediente Recibo de material de expediente RELATÓRIO Acompanhar atividades Relatório de acompanhamento de atividades Classificação quanto ao formato Formato é a configuração física de um suporte, de acordo com a sua natureza e o modo como foi confeccionado. Exemplos: CÓDICE FICHA CADERNO LIVRO 11) CARACTERÍSTICAS DOS DOCUMENTOS DE ARQUIVO Há cinco qualidades do arquivo ou dos seus documentos. São elas: naturalidade, inter- relacionamento, imparcialidade, fidedignidade, autenticidade e unicidade. Naturalidade: Ao contrário da forma de acumulação de acervo característica das Bibliotecas e Museus (em que os seus objetos são coletados artificialmente), os documentos de arquivos são acumulados naturalmente em decorrência das atividades do organismo produtor. A acumulação ocorre de uma necessidade administrativa prática, em que os documentos são criados de forma contínua e progressiva (como sedimentos de estratificações geológicas), dotados de organicidade. Inter-relacionamento: os documentos estabelecem relações com outros documentos no decorrer do andamento das transações para as quais foram criados. Um documento de arquivo considerado de forma isolada ficará impossibilitado de comprovar fatos e ações de seu produtor. O documento arquivístico possui relação com seu produtor e com os outros documentos do arquivo de mesma natureza funcional. Esse inter-relacionamento, por ser uma característica primordial do documento, possibilita a consecução do objetivo de comprovar atividades e, principalmente, identificar o documento com seu criador. Imparcialidade: refere-se ao fato de que os documentos arquivísticos são inerentemente verdadeiros. Eles são imparciais em decorrência de dois aspectos importantes: 1°) são produtos de atividades; e 2°) respeitam as rotinas processuais estabelecidas. Logo, os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam. Deve-se ressaltar que o contexto de produção dos documentos deve ser levado em consideração para se extrair a verdade dos fatos contidos nos registros documentais Autenticidade: está ligada ao processo de criação, manutenção e custódia dos documentos. Os documentos arquivísticos são considerados autênticos quando são criados e conservados conforme procedimentos regulares que podem ser comprovados por meio de rotinas estabelecidas. A autenticidade relaciona-se com a capacidade de provar que um documento efetivamente é o que diz ser, livre de adulterações ou qualquer outro tipo de corrupção. Considera- se documento autêntico aquele que se preserva da mesma forma como foi produzido e dessa forma apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua criação, independentemente da veracidade do conteúdo. Unicidade: característica pela qual cada documento de arquivo assume lugar único no conjunto documental ao qual pertence. Cópias de um registro podem existir em um ou mais grupos de documentos, mas cada cópia é única em seu lugar, porque suas relações com os demais registros do grupo é sempre único. • Trata da forma de acumulação dos documentos no decorrer da execução das atividades (progressiva, natural e orgânica). NATURALIDADE • Um documento de arquivo estabelece relações com outros documentos e com o organismo produtor. INTER- RELACIONAMENTO • Os documentos arquivístico são inerentemente verdadeiros. IMPARCIALIDADE • Capacidade de se provar que um documento efetivamente é o que diz ser e que é livre de adulterações ou qualquer outro tipo de corrupção. AUTENTICIDADE • Cada documento assume um lugar único na estrutura documental do grupo ao qual pertence e no universo documental. UNICIDADE 12) ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS A organização e a administração de acervos arquivísticos demandam intenso esforço intelectual e físico por parte dos gestores e colaboradores que atuarão, diretamente,na execução das atividades. O plano ideal defende que haja forte trabalho de sensibilização e estimulação dos funcionários da instituição em todos os níveis da cadeia hierárquica, dessa forma todos poderão contribuir e se sentirão responsáveis pelo alcance das metas propostas. A organização e administração de arquivos são divididas nas seguintes fases: 1. Levantamento de dados; 2. Análise dos dados coletados; 3. Planejamento; e 4. Implantação e acompanhamento. Levantamento de dados O levantamento dos dados permite aos responsáveis pela gestão documental do órgão ter conhecimento mais detalhado sobre a instituição (estrutura e alterações, objetivos e funcionamento). Por meio desse conhecimento prévio é possível compreender e avaliar o real significado da documentação institucional produzida. A tabela seguinte apresenta as informações que precisarão ser levantadas na instituição: normas, documentação, pessoal, equipamentos, situação física do acervo e meios de comunicação. LEVANTAMENTO DE DADOS NO ÂMBITO DAS INSTITUIÇÕES NORMAS DOCUMENTAÇÃO PESSOAL EQUIPAMENTOS SITUAÇÃO FÍSICA DO ACERVO MEIOS DE COMUNICAÇÃO DO ACERVO Estatutos Gênero (escritos ou textuais, audiovisuais, cartográficos, iconográficos, informáticos, etc) Número de pessoas Quantidade Extensão da área ocupada Telefones Regimentos Espécies (cartas, faturas, relatórios, projetos, questionários, etc) Qualificação Modelos Condições de iluminação Fax Regulamentos Modelos Salários Estado de conservação Umidade Normas Formulários Escolaridade Estado de conservação das instalações Organogramas Arranjo Formação profissional Proteção contra incêndio Documentos constitutivos Classificação Existência de registros e protocolos Média de arquivamentos/dia Controle de empréstimo Processos adotados para conservação e restauração de documentos Existência de normas de arquivo Manuais Códigos de classificação Análise dos dados coletados Após a coleta dos dados apresentados na tabela de levantamento, os responsáveis pela gestão documental na instituição estarão plenamente habilitados a analisar a situação do arquivo e proceder à realização de um diagnóstico arquivístico detalhado. O resultado apresentado no diagnóstico possibilitará a formulação e proposição de medidas e ações a serem adotadas no sistema que está sendo planejado. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (1996, p. 24): DIAGNÓSTICO ANÁLISE DE: OBJETIVOS: 1. Quantidade Implantar sistemas Estabelecer transferências Estabelecer recolhimentos Realizar microfilmagem Efetivar programas de conservação e restauração, etc. 2. Localização 3. Estado físico 4. Condições de armazenamento 5. Grau de crescimento 6. Frequência de consulta, etc. Planejamento Fase posterior à coleta e análise dos dados. É absolutamente indispensável para que o arquivo tenha condições de cumprir sua finalidade e função institucionais. Alguns elementos são imprescindíveis no momento da elaboração de um plano arquivístico, a saber: Diagnóstico: é a análise de informações básicas (quantidade, localização, estado físico, condições de armazenamento, grau de crescimento, frequência de consulta e outras) sobre os arquivos, a fim de implantar sistemas e estabelecer programas de transferência, recolhimento, microfilmagem, conservação e demais atividades. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Posição do arquivo na estrutura da instituição O arquivo de uma instituição atende a setores e funcionários de diferentes níveis de autoridade, por isso, deve se situar na posição hierárquica mais elevada possível, de forma a subordinar-se a um órgão hierarquicamente superior. Essa decisão estratégica diminui a possibilidade de conflitos nas relações humanas e nas comunicações institucionais. Centralização ou descentralização dos serviços de arquivo Primeiramente, deve-se ressaltar que a opção por centralizar ou descentralizar os serviços de arquivo é sempre focada na idade corrente, tendo em vista que nas fases intermediária e permanente os arquivos serão sempre centralizados, não havendo possibilidade de descentralização nessas fases do ciclo vital. Sistema centralizado de arquivos correntes representa, além da reunião da documentação em um único local, a concentração de todas as atividades de controle – recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição – de documentos de uso corrente em um único órgão da estrutura organizacional. Frequentemente, designa-se como protocolo e arquivo, comunicações e arquivo, ou outra denominação similar. PLANEJAMENTO (é preciso definir) A posição do arquivo na estrutura da instituição A centralização ou descentralização dos serviços de arquivo A escolha dos métodos de arquivamento adequados O estabelecimento de normas de funcionamento Os recursos humanos As instalações e os equipamentos adequados A constituição de arquivos intermediário e permanente Os recursos financeiros necessários A descentralização representa a instalação de arquivos em cada departamento de determinada instituição, onde são reunidos todos os documentos do departamento, incluindo os produzidos pelas divisões e seções que o compõem. A descentralização dos arquivos correntes obedece basicamente a dois critérios: a) Centralização das atividades de controle (protocolo) e descentralização dos arquivos: Neste sistema, todo o controle da documentação é feito pelo órgão central de comunicações, e os arquivos são localizados junto aos órgãos responsáveis pela execução de programas especiais ou funções específicas, ou ainda junto às unidades administrativas localizadas em áreas fisicamente distantes dos órgãos a que estão subordinadas. Esses arquivos descentralizados são denominados núcleos de arquivo ou arquivos setoriais. ARQUIVO CENTRAL e PROTOCOLO Secretaria de Documentação Secretaria de Segurança Secretaria de Serviços Integrados de Saúde Secretaria de Gestão de Pessoas Secretaria de Adminsistração Financerira Secretaria de Tecnologia da Informação Secretaria de Comunicação Social Secrataria de Controle Interno b) Descentralização das atividades de controle (protocolo) e dos arquivos. Esse sistema consiste em descentralizar não somente os arquivos, como as demais atividades de controle já mencionadas anteriormente. Neste modelo os arquivos setoriais encarregar-se-ão, além do arquivamento propriamente dito, do registro, classificação, tramitação dos documentos etc. PROTOCOLO CENTRALIZADO Secretaria de Gestão de Pessoas ___________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Adminsistração Financerira _______________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Tecnologia da Informação _____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Comunicação Social ______________________ ARQUIVO SETORIAL Secrataria de Controle Interno ____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Documentação ____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Segurança ____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Serviços Integradosde Saúde _____________________ ARQUIVO SETORIAL PROTOCOLO Secretaria de Gestão de Pessoas ___________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secretaria de Adminsistração Financerira _______________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secretaria de Tecnologia da Informação _______________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secretaria de Comunicação Social ______________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secrataria de Controle Interno _______________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secretaria de Documentação _____________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secretaria de Segurança ____________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Secretaria de Serviços Integrados de Saúde _____________________ ARQUIVO SETORIAL e PROTOCOLO Os sistemas descentralizados requerem o apoio de uma coordenação central tecnicamente planejada, que exercerá funções de normatização, orientação e controle. Essa sistemática permitirá aos arquivos setoriais alcançarem seus objetivos com rapidez, segurança e eficiência. Escolha dos métodos de arquivamento adequados Surge a pergunta: qual é o melhor método de arquivamento para determinada instituição? Essa é uma pergunta que as etapas de levantamento e a de análise dos dados ajudarão a responder com propriedade. Contudo, pode-se afirmar que não há um método único e universal para a organização da documentação de todas as instituições. A definição do método (principal e auxiliar) a ser utilizado dependerá das necessidades de informações e das atividades desempenhadas em cada organização. Para que se consiga eficiência no processo de busca e recuperação dos documentos de arquivo, pode-se fazer a combinação de métodos diferentes. Por exemplo: ATRIBUIÇÕES DA COORDENAÇÃO CENTRAL Prestar assistência técnica aos arquivos setoriais. Estabelecer e fazer cumprir normas gerais de trabalho, de forma a manter a unidade de operação e eficiência do serviço dos arquivos setoriais. Treinar pessoal especializado para que seja encarregado dos arquivos. Promover reuniões com esse pessoal a fim de exame, debate e instruções sobre assunto de interesse do sistema de arquivos. Estabelecimento de normas de funcionamento Os arquivos e o serviço de protocolo (centralizados ou descentralizados) precisam funcionar de formar harmônica, contínua e eficiente. Para isso acontecer, é inevitável a elaboração de normas básicas de funcionamento. Tais normas farão parte do Manual de Arquivo da instituição, que tem por objetivo: 1) oferecer informações básicas e práticas sobre a organização de arquivos; e 2) facilitar o trabalho daqueles que atuam com questões relacionadas à organização e gestão de documentos arquivísticos. Esse importante instrumento contém um conjunto de conceitos e normas que auxiliam no estabelecimento de critérios técnicos dentro de padrões específicos, o que facilita o acesso e o uso da documentação e contribui para a preservação dos documentos produzidos e recebidos. Recursos humanos Para o cumprimento de suas atribuições institucionais, os responsáveis pela gestão de documentos arquivísticos devem contar com pessoal treinado e capacitado para a execução das atividades. Algumas características indispensáveis ao bom desempenho das funções por parte do profissional de arquivo precisam de destaque: ATRIBUTOS DOS PROFISSIONAIS DE ARQUIVO Habilidade em lidar com o público Espírito metódico Discernimento Paciência Imaginação Atenção Poder de análise e de crítica Poder de síntese Honestidade Espírito de equipe Entusiasmo pelo trabalho Escolha das instalações e equipamentos A escolha do local adequado para a instalação do arquivo é de extrema importância para a organização e manutenção do acervo. Alguns aspectos devem ser observados de forma bastante criteriosa: iluminação, limpeza, índice de umidade, temperatura, capacidade de ampliação futura. O Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, por meio da publicação “Recomendações para Construção de Arquivos” destaca um conjunto de informações a serem observadas quanto a esses aspectos: ILUMINAÇÃO Os níveis de luminosidade devem ser sempre controlados. Nas salas de leitura e de trabalho deve ser utilizada a luz natural e artificial. Em áreas muito ensolaradas são necessárias persianas ou outros recursos para reduzir a entrada da luz solar. Recomenda-se, especialmente, o uso de filtros contra a radiação ultravioleta invisível. O sistema de iluminação setorizada e controlada, que desliga a fonte de luz artificial após um período pré-determinado, reduz o tempo de exposição dos documentos às radiações. Não é permitido o uso de lâmpadas de mercúrio ou sódio, devido à sua intensa emissão de radiação ultravioleta. No caso da iluminação artificial podem ser instalados sistemas de iluminação incandescente ou fluorescente. A radiação UV emitida pelas lâmpadas fluorescentes pode ser diminuída por meio do uso de filtros ou absorventes de radiação. LIMPEZA DO ARQUIVO Feita com pano úmido ou aspirador de pó. É importante cuidar da limpeza dos depósitos, para se evitar a proliferação de micro-organismos e insetos. Os revestimentos internos devem ser de cores claras, por sua capacidade de facilitar a limpeza e conservação. UMIDADE E TEMPERATURA As condições adequadas de temperatura e de umidade relativa do ar são elementos vitais para prolongar a sobrevivência dos registros. Se os níveis de umidade relativa (UR) são muito baixos, aumenta-se o risco de quebra das fibras e esfarelamento dos materiais orgânicos fibrosos. Se os níveis de UR são altos crescem micro- organismos e ocorrem reações químicas danosas. A faixa segura de umidade relativa é entre 45% e 55%, com variação diária de +/- 5%. A temperatura ideal para documentos é 20º C, com variação diária de +/- 1º C. A estabilidade da temperatura e da UR é, especialmente, importante e as mudanças bruscas ou constantes são muito danosas. No caso de não existir a possibilidade de se instalar um sistema de climatização, a instalação de umidificadores, desumidificadores, exaustores e ventiladores pode surtir bons resultados. O sistema de climatização deve ser independente para as áreas de depósitos, pois devem atender às necessidades de preservação dos documentos ali armazenados e manter condições estáveis, exigindo que os equipamentos funcionem sem interrupção. Nas áreas de trabalho e nas destinadas ao público, onde os parâmetros devem respeitar as condições de conforto humano, os equipamentos podem ser desligados quando não há funcionamento das atividades rotineiras e de atendimento ao público. Isso significa uma considerável redução de custos. O sistema de ar condicionado ideal é aquele que controla a temperatura, a umidade e ainda filtra os agentes poluentes, antes de insuflar o ar no ambiente interno. Ele deve ficar em funcionamento durante as 24 horas do dia. Os depósitos para fotografias, filmes, discos, registros eletrônicos, fitas de áudio e videomagnéticas devem ter os equipamentos para climatização decididos caso a caso, com a orientação de especialistas. AMPLIAÇÃO DO ESPAÇO Cada depósito deve ter uma área máxima de 200 m². É, também, importante prever o crescimento do acervo e a necessidade futura, dentro de um prazo médio de cinquenta anos, de ampliação das áreas de depósito. Além dos elementos apontados, os gestores da documentação arquivística devem observar seo material de consumo possui qualidade arquivística, se possuem o efeito de reduzir o impacto danificador dos ambientes ou do manuseio inadequado. Quanto à aquisição do material permanente para o arquivo, além do tipo e do tamanho da documentação, os gestores devem levar em consideração alguns apontamentos essenciais: 1- Economia de espaço (aproveitamento máximo do móvel e mínimo da dependência); 2- Conveniência do serviço (arrumação racional); 3- Capacidade de expansão (previsão de atendimento a novas necessidades); 4- Distinção (condições estéticas); 5- Resistência (conservação). Recursos financeiros A etapa de planejamento deve levar em consideração os recursos financeiros que serão disponibilizados para a instalação e manutenção do arquivo. Organizar e disponibilizar acervos arquivísticos representa um gasto elevado. Sendo assim, cabe à equipe de gestão documental um intenso trabalho de conscientização da cúpula da organização. Elaboração do projeto Considerando todos os elementos já trabalhados no levantamento, análise e planejamento, os responsáveis pela gestão dos documentos arquivísticos estarão aptos a elaborar o projeto de constituição do arquivo. A elaboração do projeto possui três momentos distintos e complementares: PRIMEIRA PARTE: Síntese da situação real encontrada. SEGUNDA PARTE: Análise e diagnóstico da situação TERCEIRA PARTE: Plano arquivístico, propriamente dito, contendo as prescrições, recomendações e procedimentos a serem adotados, estabelecendo, inclusive, as prioridades para a implantação. Implantação e acompanhamento Todo projeto que ocasiona grande impacto nas rotinas de trabalho provoca uma natural resistência por parte dos colaboradores, que já estão acostumados com o desenvolvimento das suas atividades. Por isso, é aconselhável que antes da implantação de um projeto de arquivo, sejam realizadas campanhas de sensibilização, com o intuito de esclarecer a importância dos novos procedimentos para o desenvolvimento institucional e treinamento do pessoal nas novas rotinas. Após a implantação e testes dos novos procedimentos, os responsáveis pela gestão documental devem elaborar o MANUAL DO ARQUIVO. Esse instrumento é de extrema importância para o funcionamento eficiente, uniforme e contínuo do arquivo. Os manuais de arquivo devem conter, em linhas gerais, pelo menos os seguintes elementos: MANUAIS DEVEM CONTER: Apresentação, objetivos e abrangência do manual; Informações sobre os arquivos da instituição, suas finalidades e responsabilidades;,sua interação e subordinação; Organogramas e fluxogramas; Conceitos gerais de arquivo, definição das operações de arquivamento, terminologias; Detalhamento das rotinas, modelos de carimbos e formulários utilizados, plano de classificação de documentos com seus respectivos códigos e índices; e Tabela de temporalidade de documentos, que, pela sua amplitude, poderá ser apresentada em separado. Os arquivos possuem atividades dinâmicas, logo, o manual de arquivo deverá ser revisto e atualizado periodicamente, com o intuito de atender à evolução das instituições. 13) GESTÃO DE DOCUMENTOS O conceito de gestão de documentos arquivísticos passou a ser trabalhado após o advento da Segunda Guerra Mundial, quando ocorreu o fenômeno da explosão documental no âmbito das instituições públicas e a inevitável necessidade de racionalização e controle do crescimento dos conjuntos documentais que passaram a ser acumulados em depósitos de arquivos. O rápido desenvolvimento científico e tecnológico verificado na época ocasionou vertiginoso crescimento na produção de documentos arquivísticos, o que comprometeu fortemente a capacidade de controle e organização da documentação por parte das instituições, as quais se viram forçadas a buscar novas soluções para gerir a massa documental criada. Os EUA e o Canadá foram os precursores na busca de soluções viáveis para a melhoria dos padrões de eficácia no uso dos documentos por parte da administração pública. A palavra-chave das administrações daqueles países, principalmente dos EUA, passou a ser eficiência. Neste contexto, os responsáveis pela gestão dos documentos arquivísticos dos países citados passaram a aplicar os princípios da administração científica à gestão de documentos, tendo em vista a urgente necessidade de racionalizar e modernizar as administrações. As atividades inerentes à gestão de documentos são peculiares às idades corrente e intermediária e cobrem todo o ciclo de existência dos documentos desde sua produção até sua eliminação ou recolhimento para o arquivo permanente. Destaca-se que os procedimentos de gestão de documentos estão absolutamente atrelados à busca de economia e eficácia na produção, tramitação, uso, avaliação, arquivamento e destinação final dos documentos. A gestão de documentos aparece conceituada da seguinte forma no artigo 3° da Lei federal 8.159, de 08 de janeiro de 1991: Racionalização e eficiência dos arquivos são os objetivos a serem alcançados por todos os responsáveis pela implantação dos procedimentos de gestão documental nas instituições, sejam elas públicas ou privadas. Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes às atividades de PRODUÇÃO, TRAMITAÇÃO, USO, AVALIAÇÃO e ARQUIVAMENTO de documentos em fase CORRENTE E INTERMEDIÁRIA, visando a sua ELIMINAÇÃO ou RECOLHIMENTO para a guarda permanente. Tem por objetivo a racionalização e a eficiência dos arquivos. Segundo Jardim (1987, p.3), a gestão de documentos contribuiu para as funções arquivísticas sob diversos aspectos: Por meio da aplicação dos princípios básicos de gestão de documentos arquivísticos é possível reduzir o custo da informação governamental e possibilitar sua disponibilização no lugar certo, na hora certa, para as pessoas certas, de forma a permitir a tomada de decisão de forma mais célere. CONTRIBUIÇÕES DA GESTÃO DE DOCUMENTOS PARA AS FUNÇÕES ARQUIVÍSTICAS Garantir que as políticas e atividades dos governos sejam documentadas adequadamente. Garantir que menor número de documentos inúteis e transitórios sejam reunidos a documentos de valor permanente. Garantir a melhor organização desses documentos, caso cheguem a fase permanente. Inibir a eliminação de documentos de valor permanente. Garantir a definição de forma criteriosa da parcela de documentos que constituíssem o patrimônio arquivístico de um país Existem quatro níveis de aplicação de programas de gestão de documentos: Quadro resumo com os objetivos gerais da gestão documental EFICIÊNCIA Garantir que todos os procedimentos referentes à gestão de documentos arquivísticos (produção, tramitação, uso, avaliação, arquivamento e destinação) sejam realizados de forma eficiente e prezando pela economicidade. DISPONIBILIDADE DAS INFORMAÇÕES Garantir que as informações estejam disponíveis no lugar certo, na hora certa, para as pessoas certas. • Estabelece que o governo deve contar, ao menos, com programas de retenção e eliminação de documentos e procedimentos para recolhimento ao arquivo nacional daqueles de valor permanente. NÍVEL MÍNIMO • Complementa o mínimo, com a existência de um ou mais centros de arquivamento intermediário. NÍVEL MÍNIMO AMPLIADO • O nível intermediário compreende os dois primeiros (mínimo e mínimo ampliado), bem como a adoção de programas básicos que consistem, geralmente, em elaboração e gestão de formulários, elaboração de sistemas de arquivos corrente,gestão de correspondência e documentos vitais etc. NIVEL INTERMEDIÁRIO • O nível máximo inclui todos os níveis já descritos (mínimo, mínimo ampliado e intermediário), complementados por gestão de diretrizes administrativas, de correspondência e telecomunicações, de máquinas copiadoras, uso de recursos de automação etc. NÍVEL MÁXIMO ELIMINAÇÃO SEGURA DOS DOCUMENTOS Garantir a eliminação segura dos documentos destituídos de valor. Realizar a avaliação e a seleção dos conjuntos de documentos que devem ser preservados permanentemente e dos que podem ser eliminados sem prejuízo de perda de informações substanciais. USO ADEQUADO DE EQUIPAMENTOS Garantir a adequada utilização dos equipamentos disponíveis ao bom desempenho dos procedimentos de gestão documental. ACESSO E PRESERVAÇÃO Garantir o pleno acesso e a preservação às informações custodiadas. Fases da gestão documental Há três fases básicas em um programa de gestão documental: a produção, a utilização e a destinação e avaliação. FASES CARACTERIZAÇÃO ATIVIDADES DA FASE PRODUÇÃO Refere-se à elaboração dos documentos em decorrência das atividades de um órgão ou setor. Os responsáveis pela gestão documental devem atuar para que sejam criados apenas os documentos essenciais à administração da instituição e evitadas duplicação e emissão de vias desnecessárias. Administrar a criação de documentos. Gestão de modelos e formulários; otimização no uso dos recursos reprográficos e informáticos; difusão de normas e diretrizes necessárias ao bom desempenho institucional; escolha de equipamentos e do pessoal que irá desempenhar tarefas arquivísticas. UTILIZAÇÃO (conservação) Refere-se ao controle, uso e armazenamento dos documentos necessários ao cumprimento das atividades da instituição. Inclui as atividades de protocolo (recebimento, classificação, registro, distribuição, tramitação); de expedição; de organização e arquivamento dos documentos em fase corrente e intermediária; elaboração de normas de acesso; e recuperação de informações. DESTINAÇÃO e AVALIAÇÃO Refere-se à definição dos procedimentos necessários à implantação de propostas de destinação de documentos (eliminação ou recolhimento para a guarda permanente). Análise e avaliação das séries documentais acumuladas nos arquivos, com vistas a estabelecer prazos de guarda; eliminação periódica dos documentos sem valor de guarda permanente; transferências e recolhimentos. Principais características da gestão documental nas idades corrente e intermediária A gestão da documentação corrente permite uma série de vantagens para as instituições: 1. Possibilita a disponibilização de informações sensíveis e importantes para o processo de tomada de decisões nos mais diversos níveis (estratégico, tático e operacional); 2. Permite o melhor aproveitamento e otimização dos recursos humanos, orçamentários e materiais disponíveis; 3. Propicia maior nível de eficiência no desempenho das atividades administrativas, potencializando os resultados e as metas propostas; 4. Torna o processo de busca e recuperação das informações mais ágil e seguro; 5. Contribui para a guarda adequada da documentação e para o aperfeiçoamento da política de preservação dos documentos. Quanto aos aspectos voltados à adoção da metodologia de gestão da documentação no âmbito do arquivo intermediário, pode-se destacar que: A centralização e administração dos conjuntos documentais de guarda intermediária destituídos de valor corrente para a administração permite melhor controle das eliminações documentais e contribui para o aperfeiçoamento da política de conservação dos arquivos. Cabe evidenciar, ainda, a considerável economia de espaço e de recursos orçamentários, tendo em vista que essa documentação não precisa mais ocupar espaços caros nos setores de trabalho e que as despesas com a construção/manutenção de arquivos intermediários são consideradas baixas. Apesar de ser defendido um tipo de construção simples para os arquivos intermediários, o projeto não poderá deixar de tratar da adoção de meios modernos e eficientes de proteção contra incêndios, inundações, poluição atmosférica, explosão, controle de umidade, de temperatura e de luz solar. No caso de sinistros, esses meios poderão diminuir o impacto destrutivo sobre o acervo. Observações importantes quanto ao tratamento da documentação nos arquivos intermediários: Após a conferência da documentação transferida, os responsáveis deverão providenciar a LIMPEZA e, caso necessário, a DESINFESTAÇÃO dos documentos. Os documentos transferidos ao arquivo intermediário conservam a CLASSIFICAÇÃO ARQUIVÍSTICA que lhes foi dada nos arquivos correntes. CÓDIGO COR. INT. DEST. 020.4 5 ANOS 5 ANOS GP O arquivo intermediário deverá ser SUBORDINADO TÉCNICA E ADMINISTRATIVAMENTE AO ARQUIVO PERMANENTE, a fim de evitar a proliferação de depósitos e manter uniforme a política arquivística. Após a transferência de determinado documento para o arquivo intermediário, a unidade administrativa produtora do documento ainda detém seus direitos sobre ele. Caso outras unidades/pessoas necessitem acessar o documento custodiado no arquivo intermediário, precisará, antes, pedir autorização aos produtores (proprietários). A consulta sempre deverá prezar pelo princípio administrativo da eficiência e economicidade. Acesso aos documentos intermediários Unidade administrativa produtora Terceiros mediante AUTORIZAÇÃO da unidade administrativa produtora A economia é a razão principal da criação de arquivos intermediários. Por este motivo, os custos de sua construção e dos equipamentos não devem superar em gastos os dos arquivos tradicionais. Tem-se que considerar o valor do terreno (situado em local afastado do centro urbano), da construção e dos equipamentos, que devem ser simples e de baixo custo. Funções arquivísticas voltadas para a gestão documental De acordo com Santos (2008, P. 178), são sete as funções arquivísticas voltadas para a gestão de documentos: CRIAÇÃO / PRODUÇÃO Contempla os procedimentos relacionados à manutenção do maior rigor possível na produção dos documentos de arquivo, abrangendo definição de normas, conteúdo, modelos, formatos e trâmite. A execução adequada desta função demanda um conhecimento profundo da instituição, seus objetivos e missão, as tecnologias disponíveis e os tipos de documentos adequados ao exercício do negócio da instituição. AVALIAÇÃO Feita a partir de critérios preestabelecidos, definição dos prazos de guarda e destinação (eliminação ou preservação permanente) da documentação arquivística de uma dada instituição. A avaliação demanda conhecimento do funcionamento da instituição, sua estrutura administrativa, sua missão, objetivos e atividades geradoras de documentos; contempla a participação do arquivista nas ações da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, na elaboração e na aplicação da tabela de temporalidade, bem como os editais e listas de descarte e eliminação de documentos arquivísticos e a sujeição desses instrumentos à instituição arquivística na esfera de competência; também abrange a atividade de fiscalização visando evitar a eliminação não autorizada de documentos arquivísticos; no âmbito da destinação orientada pela avaliação, abrange a prática de microfilmagem e de digitalização de documentos; nesta função se inseremestudos para a definição de critérios de seleção de amostragem para séries documentais elimináveis. AQUISIÇÃO Contempla a entrada dos documentos nos arquivos corrente, intermediário e permanente; refere-se ao arquivamento corrente e aos procedimentos de transferência e recolhimento do acervo. Cabe ao arquivista estabelecer as regras e procedimentos para assegurar que o acervo recebido é completo, confiável e autêntico e, desta forma, lhe conferir o máximo de credibilidade como evidência. CONSERVAÇÃO / PRESERVAÇÃO Aspectos relacionados à manutenção da integridade física e/ou lógica dos documentos ao longo do tempo, bem como as tecnologias que permitem seu processamento e recuperação; ao arquivista cabe estudar os suportes diversos de registro da informação arquivística e suas fragilidades e definir políticas de preservação para cada um deles. Nesta função estão inseridos os planos de prevenção de desastres e os planos de contingência para minimizar a interrupção das atividades da instituição em caso de desastres e sinistros e, mais importante, salvar vidas. CLASSIFICAÇÃO Refere-se à criação e à utilização de planos de classificação que reflitam as funções, atividades e ações ou tarefas da instituição acumuladora dos documentos arquivísticos nas fases corrente e intermediária e a elaboração de quadros de arranjo da fase permanente. A classificação orienta a organização intelectual do acervo de forma a refletir a estrutura organizacional e decisória da instituição acumuladora e facilitar o acesso aos documentos produzidos. Também abrange fiscalização e controle da utilização correta do plano bem como contato com os setores produtores a fim de identificar possíveis necessidades de revisão deste instrumento. DESCRIÇÃO A descrição é uma ação que perpassa todo o ciclo de vida do documento, devendo ter seus elementos adequados a cada uma das suas fases, à unidade documental a qual se refere e às necessidades do usuário. A indexação, componente da descrição, é o processo de estabelecimento de pontos de acesso para facilitar a recuperação dos documentos ou informação. A descrição compreende a criação e utilização de índices e de vocabulários controlados. DIFUSÃO / ACESSO Esta função não se restringe ao acesso às informações e documentos armazenados, mas a difusão das práticas para que isso ocorra adequadamente, por isso, perpassa todas as outras funções: difusão dos manuais de gestão, plano de classificação e tabelas de temporalidade e promoção de treinamento para o seu uso; difusão da legislação e das normas internas que regulamentam o acesso ao acervo e o respeito a direitos autorais, uso de imagens e ao sigilo; utilização de sistemas informatizados; formas de atendimento; permissão de reprodução ou impressão; elaboração de guias de acervo, inventários e páginas web; planejamento e realização de exposições e concursos de pesquisas, etc. 14) ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS Primeiramente, convém destacar que este tópico sobre eliminação de documentos arquivísticos tem como paradigma o arcabouço normativo vigente no âmbito do Poder Executivo Federal. Convém destacar que a Administração Pública, em virtude do desempenho de suas atividades específicas, gera uma quantidade elevada de documentos e que, tendo em vista esse contexto de grande produção documental, não é viável a manutenção e a guarda de todo o conjunto documental produzido pelas diversas unidades organizacionais. Por isso, faz-se necessário que as instituições realizem procedimentos de periódicos de descarte dos documentos desprovidos de valor primário e de valor secundário. O Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 81) conceitua eliminação da seguinte forma: Passo-a-passo para a eliminação de documentos arquivísticos 1 Avaliar e selecionar os documentos. Esse procedimento será conduzido pelas respectivas Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos – CPAD. 2 Registrar os documentos a serem eliminados em Listagem de Eliminação de Documentos. 3 Solicitar aprovação da Listagem de Eliminação de Documentos pela Comissão Permanente de Avaliação de Documentos - CPAD e pelas autoridades dos órgãos e entidades a quem compete aprovar. 4 Submeter a Listagem de Eliminação de documentos aprovada à instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência, para autorização da eliminação. Devem ser encaminhadas duas vias rubricadas. 5 Solicitar que a eliminação seja autorizada pela instituição arquivística pública na específica esfera de competência. 6 Elaborar e publicar o Edital de Ciência de Eliminação de Documentos em periódico oficial, sendo que na ausência destes, os municípios poderão publicá-los em outro veículo de divulgação local, para dar publicidade ao fato de que serão eliminados os documentos relacionados na Listagem de Eliminação de Documentos. Destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor permanente. 7 Encaminhar para a instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência, uma cópia da página do periódico oficial ou do veículo de divulgação local no qual o Edital de Ciência de Eliminação de Documentos foi publicado. 8 Eliminar os documentos autorizados. A eliminação de documentos arquivísticos públicos e de caráter público será efetuada por meio de fragmentação manual ou mecânica, pulverização, desmagnetização ou reformatação, com garantia de que a descaracterização dos documentos não possa ser revertida. Todo o procedimento deverá ser supervisionado. A escolha do procedimento a ser adotado para a descaracterização dos documentos deverá observar as normas legais em vigor em relação à preservação do meio ambiente e da sustentabilidade. 9 Elaborar o Termo de Eliminação de Documentos, que tem por objetivo registrar as informações relativas ao ato de eliminação. 10 Encaminhar uma cópia do Termo de Eliminação de Documentos para a instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência, para ciência de que a eliminação foi efetivada. Modelo de listagem de eliminação de documentos LISTAGEM DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS ÓRGÃO/ENTIDADE: (indicar o nome do órgão/entidade, acompanhado das siglas respectivas) UNIDADE/SETOR: (indicar o nome da unidade/setor que eliminará os documentos relacionados na listagem, acompanhado das siglas respectivas) No caso de eliminação de documentos de órgãos/entidades extintos, indicar o nome do produtor(a)/acumulador(a) dos documentos. ÓRGÃO/SETOR: (indicar as siglas) Listagem nº: (indicar nº / ano da listagem) Folha nº: (indicar nº da folha / nº total de folhas) CÓDIGO REFERENTE À CLASSIFICAÇÃO DESCRITOR DO CÓDIGO DATAS- LIMITE UNIDADE DE ARQUIVAMENTO OBSERVAÇÕES E/OU JUSTIFICATIVAS QUANTIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO MENSURAÇÃO TOTAL: (indicar, em metros lineares, o total dos documentos que serão eliminados) DATAS-LIMITE GERAIS: (indicar, em anos, o período dos documentos que serão eliminados) (O quadro abaixo somente deverá ser preenchido quando for necessário, isto é, quando os documentos a serem eliminados necessitarem de comprovação de aprovação das contas pelos Tribunais de Contas.) Conta(s) do(s) exercício(s) de: Conta(s) aprovada(s) pelo Tribunal de Contas em: Publicação no Diário Oficial (data, seção, página) LOCAL/DATA RESPONSÁVEL PELA SELEÇÃO LOCAL/DATA PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS LOCAL/DATAAUTORIDADE DO ÓRGÃO/ENTIDADE A QUEM COMPETE APROVAR LOCAL/DATA AUTORIZO: ________________________________________________________________________________________ TITULAR da Instituição Arquivística Pública, NA ESPECÍFICA ESFERA DE COMPETÊNCIA Modelo de Edital de Ciência de Eliminação de Documentos EDITAL DE CIÊNCIA DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS Nº (indicar o nº / ano do Edital) O(A) Presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, designado(a) pela Portaria nº (indicar o nº / dia, mês e ano da portaria de designação), publicada no (indicar o nome do periódico oficial ou do boletim interno do órgão/entidade), de (indicar dia, mês e ano da publicação), de acordo com a Listagem de Eliminação de Documentos n° (indicar o nº / ano da listagem), autorizada pelo(a) titular do(a) (indicar o nome da instituição arquivística pública), por intermédio do (indicar o documento que autorizou a eliminação), faz saber a quem possa interessar que a partir do (indicar o prazo para a efetivação da eliminação, escrevendo por extenso, entre parênteses, o número ordinal correspondente – 30º a 45º) dia subsequente a data de publicação deste Edital no (indicar o nome do periódico oficial ou, na ausência dele, o do veículo de divulgação local), se não houver oposição, o(a) (indicar o responsável pela eliminação) eliminará (indicar a mensuração total) dos documentos relativos a (indicar as referências gerais dos descritores dos códigos de classificação dos documentos a serem eliminados), do período de (indicar as datas-limite gerais), do(a) (indicar o nome do(a) órgão/entidade produtor(a) ou acumulador(a) dos documentos a serem eliminados). Os interessados, no prazo citado, poderão requerer às suas expensas e mediante petição dirigida à Comissão Permanente de Avaliação de Documentos do(a) (indicar o nome do(a) órgão/entidade), a retirada ou cópias de documentos, avulsos ou processos, bem como o desentranhamento ou cópias de folhas de um processo. Local e data. Nome e assinatura do Presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos. Modelo de Termo de Eliminação de Documentos NOME DO ÓRGÃO/ENTIDADE TERMO DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS Aos ..... dias do mês de ................... do ano de .........., o(a) (indicar o nome do órgão/entidade responsável pela eliminação), de acordo com o que consta da Listagem de Eliminação de Documentos nº (indicar o nº / ano da listagem), aprovada pelo(a) titular do(a) (indicar o nome da instituição arquivística pública), por intermédio do (indicar o documento que autorizou a eliminação) e respectivo Edital de Ciência de Eliminação de Documentos nº (indicar o nº / ano do edital), publicado no (indicar o nome do periódico oficial ou, na ausência dele, o do veículo de divulgação local), de (indicar a data de publicação do edital), procedeu à eliminação de (indicar a mensuração total) dos documentos relativos a (indicar as referências gerais dos descritores dos códigos de classificação dos documentos a serem eliminados), do período de (indicar as datas-limite gerais), do(a) (indicar o nome do(a) órgão/entidade produtor(a) ou acumulador(a) dos documentos que foram eliminados). Local e data. Nome, assinatura e cargo do responsável designado para supervisionar e acompanhar a eliminação. Nome e assinatura do Presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos O ato de eliminar, propriamente dito, deve ser feito de forma racional. Os processos mais indicados são: a fragmentação, a maceração, a alienação por venda ou doação. A incineração – processo condenado -, quer pelo aumento do índice de poluição que provoca, quer pela impossibilidade de reciclagem do papel, não deve ser adotada. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. 15) PROCEDIMENTOS GERAIS PARA PROTOCOLOS Com o objetivo de padronizar os procedimentos referentes à utilização dos serviços de protocolo no âmbito da Administração Pública Federal (Poder Executivo), o Ministério do Planejamento e o Ministério da Justiça editaram a Portaria Interministerial N° 1.677, de 07 de outubro de 2015. O instrumento normativo em estudo é de observância obrigatória no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal e sua adoção tem por objetivo conferir eficiência e padronização às atividades das unidades de protocolo. Termos e conceitos importantes no âmbito do protocolo TERMO CONCEITO ANEXAÇÃO Documento, avulso ou processo, juntado em caráter definitivo a outro processo, para dar continuidade a uma ação administrativa. APENSAÇÃO Processo juntado em caráter temporário a outro processo, para subsidiar uma ação administrativa. ARQUIVAMENTO Guarda do documento, avulso ou processo, uma vez cessada a sua tramitação e findada a ação administrativa que determinou a produção do documento. AUTUAÇÃO DE DOCUMENTOS AVULSOS PARA FORMAÇÃO DE PROCESSO Ato de reunir e ordenar os documentos avulsos recebidos em unidade protocolizadora, visando à formação de processo. CLASSIFICAÇÃO Atribuição de um descritor e/ou um código a documentos, avulsos ou processos, resultantes de uma mesma função ou atividade, como forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso aos documentos. CÓPIA Resultado da reprodução de um documento. CORRESPONDÊNCIA É toda espécie de comunicação escrita, que circula nos órgãos ou entidades, à exceção dos processos. A correspondência interna é mantida entre as unidades do órgão ou entidade. A correspondência externa é mantida entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. A correspondência oficial é a espécie formal de comunicação mantida entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal ou destes para outros órgãos públicos ou empresas privadas. A correspondência particular é a espécie informal de comunicação utilizada entre autoridades ou servidores e instituições ou pessoas estranhas à Administração Pública Federal. A correspondência recebida é aquela de origem interna ou externa recebida pelo protocolo central ou setorial do órgão ou entidade. A correspondência expedida - a expedição é a remessa da correspondência interna ou externa no âmbito da Administração Pública Federal. DESAPENSAÇÃO Separação de processo(s) anteriormente juntado(s) a outro processo por apensação. DESARQUIVAMENTO Retorno de documento, avulso ou processo, à tramitação quando houver necessidade de continuidade da ação administrativa. DESENTRANHAMENTO Retirada de folhas/documentos de um processo de forma definitiva, mediante justificativa. DESMEMBRAMENTO Retirada de folhas/documentos de um processo de forma definitiva, mediante justificativa, com o objetivo de formar um novo processo. DESPACHO Forma por meio da qual a autoridade competente dá continuidade a uma ação administrativa ou firma decisões em documentos, avulsos ou processos. DILIGÊNCIA Ato investigatório ou de pesquisa, que visa esclarecer, averiguar ou complementar uma informação equivocada ou incompleta em um processo. DISTRIBUIÇÃO Primeira tramitação do documento, avulso ou processo, para o destinatário, que ocorre dentro do órgão ou entidade. DOCUMENTO Informação registrada, qualquer que seja o suporteou formato. Avulso: Informação registrada, qualquer que seja o suporte ou formato, que não está reunida e ordenada em processo. Digital: Informação registrada, codificada em dígitos binários, acessível e interpretável por meio de sistema computacional. Híbrido: Documento constituído de parte digital e parte não digital. Ostensivo: Documento, avulso ou processo, sem qualquer restrição de acesso. Sigiloso: Documento, avulso ou processo, que pela natureza de seu conteúdo sofre restrição de acesso, conforme legislação em vigor. e-ARQ BRASIL Modelo de requisitos a serem cumpridos pela organização produtora/recebedora de documentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos, a fim de garantir sua confiabilidade e autenticidade, assim como sua acessibilidade. EMPRÉSTIMO Cessão temporária de documentos, avulsos ou processos, para fins de referência, consulta, reprodução, pesquisa ou exposição. ESPÉCIE DOCUMENTAL Divisão do gênero documental que reúne tipos documentais por seu formato. As espécies documentais são definidas tanto em razão da natureza dos atos que lhes deram origem, quanto à forma do registro de fatos. São exemplos de espécies documentais: ata, carta, decreto, disco, filme, folheto, fotografia, memorando, ofício, planta, relatório. FOLHA DO PROCESSO Superfície laminar de papel com formato definido, composto de duas faces (frente e verso), cuja numeração, se efetuada, ocorre em ordem crescente. Esta definição aplica-se, exclusivamente, para documentos, avulsos ou processo, não digitais. FORMATO Conjunto de características físicas de apresentação, das técnicas de registro e da estrutura da informação e conteúdo de um documento. FORMATO DE ARQUIVO Especificação de regras e padrões descritos, formalmente, para interpretação dos bits constituintes de um arquivo digital. São exemplos: PDF, GIF, ODT, JPEG. JUNTADA União de processo(s) a processo ou de documento(s) avulso(s) a processo. Realiza-se por Anexação ou Apensação. JUNTADA POR ANEXAÇÃO União em caráter definitivo e irreversível de documento(s), avulso(s) ou processo(s), a outro processo, desde que referentes a um mesmo interessado ou assunto, visando à continuidade da ação administrativa. JUNTADA POR APENSAÇÃO União em caráter temporário de processo(s) a outro processo, destinada ao estudo, instrução e à uniformidade de tratamento em matérias semelhantes e servir de documento elucidativo para a instrução deste, pertencente a um mesmo interessado ou não. NUMERAÇÃO DE FOLHAS Numeração atribuída às folhas do processo não digital. PÁGINA DO PROCESSO É cada uma das faces de uma folha de papel do processo. PEÇA DO PROCESSO É o documento que, sob diversas formas, integra o processo. PROCEDÊNCIA A instituição que originou o documento. PROCESSO Conjunto de documentos avulsos, oficialmente reunidos e ordenados no decurso de uma ação administrativa, que constitui uma unidade de arquivamento. PROCESSO HÍBRIDO Processo constituído de documentos digitais e não digitais reunidos oficialmente no decurso de uma ação administrativa e que formam uma unidade conceitualmente indivisível. PROCESSO ACESSÓRIO Processo que, no procedimento de juntada, apresenta matéria indispensável à instrução de outro processo, denominado processo principal. PROCESSO PRINCIPAL Processo que, pela natureza de sua matéria, assume o caráter de principal, quando exigir a juntada de um ou mais processos como apoio à sua decisão. PROTOCOLO CENTRAL É a unidade junto ao órgão ou entidade, encarregada dos procedimentos com relação às rotinas de recebimento e expedição de documentos. PROTOCOLO SETORIAL É a unidade localizada junto aos setores específicos dos órgãos ou entidades, encarregada de dar suporte às atividades de recebimento e expedição de documentos no âmbito da área a qual se vincula; tem a finalidade de descentralizar as atividades do protocolo central. REGISTRO Cadastramento das informações com o objetivo de controlar a tramitação dos documentos, avulsos ou processos, produzidos e recebidos em um órgão ou entidade. SISTEMA INFORMATIZADO Ambiente digital que processa eletronicamente um conjunto de elementos/dados intelectualmente organizados. SUPORTE Base física sobre a qual a informação é registrada. TERMO DE ABERTURA DE VOLUME Conjunto de informações registradas no início de um volume do processo, com o objetivo de validar o novo volume do processo. TERMO DE DESENTRANHAMENTO Conjunto de informações registradas com o objetivo de validar a retirada de folha(s) de um processo que foram anexadas indevidamente ao mesmo. TERMO DE DESAPENSAÇÃO Conjunto de informações registradas com o objetivo de validar a separação de processo(s) apensado(s) a processo. TERMO DE DESMEMBRAMENTO Conjunto de informações registradas com o objetivo de validar a retirada de folha(s) do processo, para formar outro. TERMO DE ENCERRAMENTO DE VOLUME Conjunto de informações registradas no final de um volume do processo, registradas com o objetivo de validar o encerramento do volume do processo. TERMO DE JUNTADA POR ANEXAÇÃO Conjunto de informações registradas com o objetivo de validar a união definitiva de processo(s) a processo. TERMO DE JUNTADA POR APENSAÇÃO Conjunto de informações registradas com o objetivo de validar a junção provisória de processo(s) a processo. TERMO DE RETIRADA DE FOLHA OU PEÇA É uma nota utilizada para registrar a retirada de folha(s) ou peça(s) do processo; pode ser por intermédio de carimbo específico. TERMO DE RESSALVA É uma nota utilizada para informar que uma peça foi retirada do processo quando do ato da anexação, isto é, ao proceder a anexação foi constatada a ausência de uma peça; pode ser por intermédio de carimbo específico. TIPO DOCUMENTAL Divisão de espécie documental, que reúne documentos por suas características comuns no que diz respeito à formula diplomática, natureza de conteúdo ou técnica do registro. São exemplos de tipos documentais: planilha contábil, planta arquitetônica, termo de convênio, instrução normativa, portaria de designação, carta patente, decreto sem número, decreto-lei, decreto legislativos. TRAMITAÇÃO Curso do documento, avulso ou processo, desde a sua produção ou recepção, até o cumprimento de sua função administrativa. Também referido como MOVIMENTAÇÃO. UNIDADE ADMINISTRATIVA Unidade formal, integrante de um órgão ou entidade, criada por instrumento normativo. UNIDADE DE PROTOCOLO Unidade administrativa encarregada do recebimento, classificação, registro, distribuição, controle da tramitação e expedição de documentos, avulsos ou processos. UNIDADE PROTOCOLIZADORA Unidade administrativa encarregada do recebimento, classificação, registro, distribuição, controle da tramitação e expedição de documentos, avulsos ou processos, bem como responsável pela autuação de documentos avulsos para formação de processos e pela atribuição de Número Único de Protocolo - NUP aos documentos, avulsos ou processos. VOLUME Subdivisão de um processo. Atividades de protocolo Consideram-se atividades de protocolo o recebimento, a classificação, o registro, a distribuição, o controle da tramitação, a expedição e a autuação de documentos avulsos para formação de processos, e os respectivos procedimentos decorrentes, sendo estas atividades aplicáveis a todos os documentos, avulsos ou processos, independentemente do suporte. De acordo com a definição apresentada peloDicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005, p.140), o termo protocolo pode ser devidamente conceituado da seguinte forma: É uma unidade muito importante no âmbito das organizações, tendo em vista que responde pelo rigoroso controle de toda a documentação recebida ou expedida. Recebimento Atividade realizada no âmbito da unidade de protocolo. É acompanhada de uma série de procedimentos importantes que devem ser rigorosamente observados com o intuito de efetuar a formalização dos documentos para que eles cumpram suas funções institucionais, a saber: DOCUMENTOS FÍSICOS 1 Verificar se o documento, avulso ou processo, destina-se ao órgão ou entidade, independentemente de o destinatário ser ou não ocupante do cargo indicado. Havendo comprovante de recebimento, este deverá ser datado, assinado ou emitido por sistema informatizado e devolvido. Caso o mesmo não se destine ao órgão ou entidade, providenciar a sua devolução. 2 Verificar se o invólucro do documento, avulso ou processo, encontra-se íntegro. Havendo danos no invólucro, registrar o fato no ato do recebimento e comunicar imediatamente à autoridade competente. 3 Separar os documentos avulsos de caráter oficial daqueles de caráter particular. Os de caráter particular seguirão os procedimentos determinados pelo órgão ou entidade. 4 Separar os documentos, avulsos ou processos, de caráter oficial em ostensivos ou sigilosos. Os documentos, avulsos ou processos, de caráter oficial sigiloso receberão tratamento de Serviço encarregado do recebimento, registro, classificação, distribuição, controle da tramitação e expedição de documentos. Deve-se tomar muito cuidado com a polissemia do termo protocolo, pois ele também pode ser utilizado para designar o número de registro dado ao documento ou, ainda, o nome atribuído ao livro de registro de documentos recebidos e expedidos. acordo com o estabelecido pela legislação em vigor. 5 Identificar o documento, avulso ou processo, caracterizado como "Urgente", que precisa ser priorizado para fins de classificação, registro e distribuição. 6 Verificar se o documento, avulso ou processo, está acompanhado do(s) respectivo(s) anexo(s) e/ou se consta(m) o(s) volume(s) indicado(s) e, caso não conste(m), comunicar ao remetente para que seja providenciado o envio dos itens não enviados anteriormente. 7 Verificar se o documento avulso será objeto de autuação ou não, conforme regulamentação interna do órgão ou entidade. 8 Classificar o documento, avulso ou processo. 9 Registrar o documento, avulso ou processo, em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário, no qual constarão os seguintes dados identificadores: 1) a espécie/tipo do documento; 2) o número e a data de produção do documento; 3) a data de recebimento do documento; 4) o identificador de que o documento é avulso ou processo; 5) o Número Único de Protocolo - NUP; 6) o número de anexo(s); 7) o número de volume(s); 8) o código de classificação e o respectivo descritor, ou o assunto a que se refere o documento; 9) o remetente/interessado/representante legal; e 8) o destinatário. Classificação A classificação representa o ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo dos documentos arquivísticos e de selecionar a classe sob a qual serão recuperados. É realizada a partir de um plano de classificação elaborado pelo órgão ou entidade e pode incluir ou não a atribuição de código aos documentos. A classificação determina o agrupamento de documentos em unidades menores (processos e dossiês) e o agrupamento destas em unidades maiores, formando o arquivo do órgão ou entidade. Para isso, deve tomar por base o conteúdo do documento, que reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação também define a organização física dos documentos, constituindo-se em referencial básico para agilizar sua recuperação e facilitar tanto as tarefas de destinação (eliminação ou recolhimento dos documentos) como as de acesso. O Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p.49) apresenta mais de uma definição para o termo classificação, o que nos força a ter que prestar bastante atenção quanto ao aspecto polissêmico do termo: Plano de classificação e código de classificação Um plano de classificação é um esquema de distribuição de documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento específicos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e da análise do arquivo por ela produzido. A estruturação de um plano de classificação pode ser facilitada pela utilização de códigos (numéricos ou alfanuméricos) para designar as classes, constituindo um código de classificação. Seguem exemplos do Plano de Classificação de Documentos de Arquivo elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos para os órgãos e entidades que compõem a Administração Pública Federal. 1 - Análise e identificação do conteúdo de documentos, seleção da categoria de assunto sob a qual sejam recuperados, podendo-se lhes atribuir códigos. 2 - Atribuição a documentos, ou às informações neles contidas, de graus de sigilo, conforme legislação específica. Também chamada classificação de segurança. Dos dois conceitos apresentados acima, o segundo conceito de classificação (atribuição de graus de sigilo, conforme legislação específica) apresenta uma peculiaridade que é bastante cobrada em provas de concursos. Destaca-se a existência do seu oposto “desclassificação” (ato pelo qual a autoridade competente libera à consulta, no todo ou em parte, documento anteriormente sujeito a grau de sigilo). CLASSIFIÇÃO ARQUIVÍSTICA ASPECTOS IMPORTANTES OBJETIVOS Analisar e identificar o conteúdo dos documentos arquivísticos; 1) Estabelecer a relação orgânica dos documentos arquivísticos; 2) Assegurar que os documentos sejam identificados de forma consistente ao longo do tempo; 3) Auxiliar a recuperação de todos os documentos arquivísticos relacionados a determinada função ou atividade; 4) Possibilitar a avaliação de um grupo de documentos de forma que os documentos associados sejam transferidos, recolhidos ou eliminados em conjunto. Selecionar a classe sob a qual serão recuperados; É realizada a partir de um plano de classificação; Determina o agrupamento de documentos; Toma por base o conteúdo do documento; Define a organização física dos documentos. Procedimento para a classificação arquivística: Registro As rotinas das unidades de protocolo são compostas por uma série de operações que objetivam controlar os documentos produzidos e recebidos que estão em processo de tramitação na instituição, garantindo eficiência máxima na localização, recuperação e acesso. Após efetuar o recebimento do documento, a unidade de protocolo fará o registro de algumas informações básicas, a saber: PASSOS DA CLASSIFICAÇÃO ARQUIVÍSTICA 1 - Identificar a ação ou atividade registrada no/pelo documento. 2 - Localizar a ação ou atividade no plano de classificação. 3 - Comparar a atividade com a estrutura organizacional para verificar se é apropriada à unidade que gerou o documento. O REGISTRO DEVE CONTEMPLAR AS SEGUINTES INFORMAÇÕES 1 Identificação do documento por meio do Número Único de Protocolo. 2 Remetente/interessado/representante legal. 3 Destinatário. 4 Especificações do documento, avulsoou processo, encaminhado: espécie/tipo, número e data de produção; identificador de que o documento é avulso ou processo; número de anexos e número de volumes; código de classificação e o respectivo descritor ou o assunto a que se refere o documento. 5 Data do encaminhamento. 6 Identificação do responsável pelo encaminhamento. 7 Data do recebimento. 8 Identificação do responsável pelo recebimento 9 Providências a serem implementadas, quando couber. Controle da tramitação O controle da tramitação de documentos, avulso ou processo, realizado através de sistema próprio (informatizado ou manual), possibilita mapear o curso do documento desde a sua produção ou recebimento até o cumprimento de sua função administrativa. Para que essa atividade seja realizada de forma eficiente e possa produzir os resultados esperados, torna-se necessário que as etapas de recebimento e de registro tenham sido executadas corretamente. O controle da tramitação permitirá saber a exata localização do documento, bem como a data de entrada na instituição, as unidades pelas quais o documento já tramitou, a pessoa que O registro consiste em formalizar o recebimento de determinado documento arquivístico dentro de um sistema de gestão arquivística de documentos por meio da atribuição de um número identificador e de uma descrição informativa. Ele tem por objetivo precípuo demonstrar que o documento foi produzido ou recebido e bem como facilitar sua localização, recuperação e acesso. recebeu na respectiva unidade, horário do recebimento, etc., de forma a tornar sua recuperação ágil e precisa. É vedada a tramitação de documento, avulso ou processo, sem o respectivo registro no instrumento de encaminhamento e de controle da tramitação, disponíveis em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Distribuição É o procedimento de remessa dos documentos, avulsos ou processo, às unidades destinatárias. Na distribuição, os documentos são entregues às unidades internas. Expedição É o procedimento de remessa das correspondências para outras instituições. As correspondências serão encaminhadas por meio do protocolo central da instituição remetente. Poderão ser utilizados os serviços da Empresa de Correios e Telégrafos ou meios próprios para a entrega ao destinatário. PROCEDIMENTOS A SEREM EXECUTADOS NA EXPECIÇÃO DOS DOCUMENTOS 1 Classificar o documento, avulso ou processo. 2 Registrar o documento, avulso ou processo, em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. 3 Encaminhar o documento, avulso ou processo, para ser expedido pela unidade de protocolo/protocolizadora, que verificará se o mesmo foi registrado, bem como se está classificado e acompanhado do(s) respectivo(s) anexo(s) e/ou se consta(m) o(s) volume(s) Distribuição: primeira tramitação do documento, avulso ou processo, para o destinatário, que ocorre dentro do órgão ou entidade indicado(s). Caso seja verificada alguma inconsistência, o documento, avulso ou processo, deverá ser devolvido para a unidade administrativa para que a inconsistência seja resolvida. 4 Registrar a expedição do documento, avulso ou processo, em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. 5 Efetuar a expedição do documento, avulso ou processo, adotando medidas quanto à segurança, de modo que o mesmo não corra riscos de perda ou extravio. Todo documento, avulso ou processo, expedido será acondicionado em invólucro específico, apondo-se etiqueta com os dados identificadores. Autuação de documento avulso para formação de processo As atividades executadas no âmbito da Administração Pública, em determinados momentos, exigem que os documentos avulsos passem a constituir processos, os quais deverão ser autuados por uma unidade protocolizadora. A autuação de documentos avulsos para formação de processos é obrigatória quando o assunto, tema ou solicitação requerer análises, informações, despachos, pareceres ou decisões administrativas dos órgãos e entidades da Administração Pública. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (1996, p.11 e 62), processo pode ser definido da seguinte maneira: A autuação de processos não digitais somente poderá ser efetuada pela unidade protocolizadora. Nos processos digitais a autuação poderá ser realizada por usuário autorizado, diretamente no sistema informatizado, desde que o procedimento seja monitorado pela unidade protocolizadora. QUANTO AOS PROCESSOS NÃO DIGITAIS 1 Prender o(s) documento(s) avulso(s) na capa do processo, padronizada, com grampo trilho plástico para duzentas folhas, na margem esquerda, com distância de 3 cm, obedecendo a ordem cronológica do documento mais antigo para o mais recente 2 Apor, na capa do processo, etiqueta, em tamanho a ser definido pelo órgão ou entidade, Processo - conjunto de documentos oficialmente reunidos no decurso de uma ação administrativa ou judicial, que constitui uma unidade de arquivamento. contendo as seguintes informações: nome do ministério ou órgão equivalente; nome do órgão ou entidade, quando couber; nome da unidade protocolizadora; número do processo (NUP); data de autuação; nome do interessado; código de classificação e o respectivo descritor ou o assunto a que se refere o documento. 3 Apor, no canto superior direito, na frente da primeira folha do processo, etiqueta ou carimbo em tamanho a ser definido pelo órgão ou entidade, sem prejuízo da informação registrada. 4 Numerar as folhas, apondo o carimbo específico para numeração de folhas. 5 Apor, no canto superior direito, na frente da última folha autuada pela unidade protocolizadora, o carimbo ou etiqueta, em tamanho a ser definido pelo órgão ou entidade, sem prejuízo da informação registrada. QUANTO AOS PROCESSOS DIGITAIS 1 Criar e registrar um processo no sistema informatizado, constando as seguintes informações de identificação: nome do ministério ou órgão equivalente; nome do órgão ou entidade; nome da unidade administrativa; número do processo (NUP); data de autuação; nome do interessado; código de classificação e o respectivo descritor ou o assunto a que se refere o documento. 2 Associar os documentos digitais de forma que os documentos integrantes do processo sejam apresentados sempre na mesma sequência. 3 Registrar no sistema informatizado a unidade administrativa na qual o processo será instruído. Essa informação é obrigatória para cada distribuição/movimentação/tramitação do processo. As informações de trâmites deverão ser apresentadas sempre junto com as demais informações de identificação do processo digital. 4 Quando a autuação ocorrer na unidade protocolizadora, o processo deverá ser encaminhado para a unidade administrativa na qual será instruído, por meio de sistema informatizado. Procedimentos com relação à correspondência Tipos de correspondências: TIPOS DE CORRESPONDÊNCIAS CONCEITO DE CADA TIPO INTERNA É mantida entre as unidades do órgão ou entidade. EXTERNA É mantida entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. OFICIAL É a espécie formal de comunicação mantida entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal ou destes para outros órgãos públicos ou empresas privadas. PARTICULAR É a espécie informal de comunicação utilizada entre autoridades ou servidores e instituições ou pessoas estranhas à Administração Pública Federal. RECEBIDA É aquela de origem interna ou externa recebida pelo protocolo central ou setorialdo órgão ou entidade. EXPEDIDA A expedição é a remessa da correspondência interna ou externa no âmbito da Administração Pública Federal. Numeração de folhas e de peças QUANTO AOS PROCESSOS NÃO DIGITAIS 1 A numeração das folhas do processo será iniciada pela unidade protocolizadora. As folhas subsequentes serão numeradas, em ordem crescente, pelas unidades administrativas que as adicionarem, mediante carimbo específico, que deverá ser aposto no canto superior direito na frente da folha, em tamanho a ser definido pelo órgão ou entidade, sem prejuízo da informação registrada. 2 O carimbo específico para numeração de folhas deverá conter os seguintes dados: a sigla da unidade protocolizadora/unidade administrativa; o nome do órgão ou entidade, podendo ser adotada sigla ou nome abreviado, desde que garanta a inequívoca identificação do órgão ou entidade; espaço para apor o número da folha; e espaço para apor a rubrica do servidor que estiver numerando a folha. 3 A capa do processo não será numerada. 4 A primeira folha do processo não receberá o carimbo específico para numeração de folhas, devendo ser aposto o seguinte carimbo: 5 Apor na segunda folha do processo o carimbo específico para a numeração de folhas na unidade protocolizadora, devendo ser registrado no campo fl. o número 2. 6 O verso da folha não será numerado. Quando for necessária a sua citação, terá como referência a letra "v", da palavra verso, seguida da indicação do número da folha. 7 No caso do servidor que estiver numerando a folha cometer erro de numeração, será utilizado um "X" para inutilizar a numeração incorreta e será aposto o carimbo específico, sem prejuízo da informação registrada, com o número correto da folha. 8 É vedada a repetição de números para as folhas do processo, bem como a rasura, o uso de líquido corretivo e a diferenciação utilizando-se letras e números. 9 Nos processos originados em outro órgão ou entidade da Administração Pública Federal, deve-se, quando da anexação de folhas, prosseguir com a numeração existente, apondo o carimbo da unidade administrativa responsável pela operação. 10 No caso de se detectar erro na numeração cometido por terceiros, e se não houver registro do ocorrido, deve-se registrar o fato, por meio de despacho, e prosseguir normalmente com a numeração. Na impossibilidade de dar continuidade à matéria tratada, o processo deverá ser devolvido ao destinatário, por meio de despacho, informando a ocorrência. 11 Qualquer correção de numeração deverá ser registrada e justificada, por meio de despacho no referido processo. 12 No caso da existência de espaço em branco na frente e no verso da folha, o espaço deverá ser inutilizado com um traço diagonal para evitar a inclusão indevida de informações. 13 Apor o carimbo "Em Branco" no verso das folhas que não contenham informações registradas. QUANTO AOS PROCESSOS DIGITAIS 1 Nos processos digitais não há necessidade de numeração de folha/página. No entanto, tem- se que garantir que os documentos integrantes do processo digital recebam numeração sequencial sem falhas, não se admitindo que documentos diferentes recebam a mesma numeração. 2 A inserção de novos documentos deve ser feita sempre após o último, não sendo permitida alteração da numeração sequencial do documento no processo quando da anexação de documento avulso a processo. 3 Para os documentos que possuem paginação fixa, deve-se registrar o total de páginas deste documento. Considera-se paginação fixa quando um documento se apresenta com a mesma configuração de páginas sempre que é visualizado. ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE A NUMERAÇÃO DE FOLHAS E DE PEÇAS NUMERAÇÃO DAS FOLHAS Sempre em ordem crescente. Utilizar carimbo próprio. Sem rasuras. Aposto no canto superior direito da página. Iniciada no protocolo central ou setorial da unidade correspondente. A capa do processo não será numerada. Não se permite diferenciar numeração pelas letras "A" e "B", nem rasurar. A correção da numeração de qualquer folha dos autos será feita por meio da aposição de "X" sobre o carimbo a inutilizar. Despacho ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE OS DESPACHOS DESPACHO Será feito no próprio documento ou, caso seja possível, em folha de despacho, a ser incluída ao final do processo. Podem-se utilizar tantas folhas quanto necessário. Deve-se inutilizar o espaço em branco da última folha de despacho, apondo o carimbo "Em branco". Juntada Juntada é a união de processo(s) a processo ou de documento(s) avulso(s) a processo, realizando-se por anexação ou apensação. A juntada de processo(s) a processo somente poderá ser executada pela unidade protocolizadora, enquanto que a juntada de documento(s) avulso(s) a processo poderá ser executada pela unidade administrativa onde o processo estiver sendo instruído. Nos processos digitais, a juntada poderá ser registrada por usuário autorizado diretamente no sistema informatizado, desde que o procedimento seja monitorado pela unidade protocolizadora. Os procedimentos de juntada são efetivados automaticamente pelo sistema informatizado após o registro da operação. Juntada por anexação A juntada por anexação visa à continuidade da ação administrativa e ocorre em caráter definitivo. Após o procedimento de juntada por anexação, seja de documento(s) avulso(s) a processo, seja de processo(s) a processo, é vedada a retirada de documento(s) do processo, ressalvadas as hipóteses de desentranhamento e desmembramento. Juntada por anexação de documento(s) avulso(s) a processo Esta juntada se caracteriza pela inclusão de documento(s) avulso(s) a processo, desde que referentes a um mesmo interessado e assunto, sendo que o(s) documento(s) avulso(s) anexado(s) passa(m) a compor o processo. No caso de processo não digital, deve-se obedecer sequencialmente a numeração das folhas. Quanto ao processo digital, deve-se garantir o sequenciamento sem falhas dos documentos que o integram. Juntada por anexação de processo(s) a processo Esta juntada se caracteriza pela união de um ou mais processos (processos acessórios) a outro processo (processo principal), desde que referentes a um mesmo interessado e assunto, prevalecendo o número do processo mais antigo, ou seja, o processo principal. A anexação de processo(s) a processo(s) não digital(is) somente poderá ser executada pela unidade protocolizadora. Nos processos digitais, essa anexação poderá ser realizada diretamente no sistema informatizado por usuário autorizado, de maneira que se possa garantir o monitoramento desta operação pela unidade protocolizadora. Juntada por apensação A juntada por apensação de processo(s) a processo ocorre em caráter temporário e tem como objetivo o estudo, a instrução e a uniformidade de tratamento em matérias semelhantes, pertencentes a um mesmo interessado ou não. Cada processo conserva sua identidade e independência. Esta juntada se caracteriza pela junção de um ou mais processos (processos acessórios) a outro processo (processo principal). Neste procedimento, considera-se como processo principal o que contiver o pedido da juntada por apensação, observando-se que este não será, necessariamente, o processo mais antigo. Sempre que ocorre uma juntada por apensação, os processos passam a tramitar juntos e o acréscimo de novas folhas deverá ocorrer somente no processo principal. A apensação de processo(s) não digital(is) somente poderá ser executada pela unidade protocolizadora. Nos processos digitais, a apensação poderá ser realizada diretamente no sistemainformatizado por usuário autorizado, de maneira que se possa garantir o monitoramento desta operação pela unidade protocolizadora. Nos processos digitais, é possível associar ou vincular dois ou mais processos com matérias semelhantes de maneira que o trâmite de cada um siga independentemente e o acréscimo de novos documentos possa ser realizado em todos eles. No entanto, este procedimento não se caracteriza por juntada. Quando se optar pela realização de uma juntada por apensação, os processos necessariamente passarão a tramitar juntos. JUNTADA POR APENSAÇÃO DE PROCESSO NÃO DIGITAIS 1 Manter sobreposto um processo ao outro, presos por cadarço ou similar de algodão cru com no mínimo 30 mm de largura, ficando o processo principal, isto é, o que contiver o pedido da juntada por apensação, em primeiro lugar. 2 Manter a numeração original das folhas de cada processo. 3 Lavrar o "TERMO DE JUNTADA POR APENSAÇÃO", em folha a ser anexada após a última folha do processo principal. 4 Apor, na capa do processo principal, no campo "Observações", a seguinte informação: "Processo(s) apensado(s) número(s) __________". 5 Registrar a operação de apensação em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. 6 Providenciar a devolução do(s) processo(s) apensado(s) à unidade administrativa que solicitou a apensação para que sejam tomadas as providências informadas no despacho. 7 O acréscimo de novos documentos deverá ocorrer no processo principal. Desapensação Ocorre quando há a necessidade de separar processo(s), anteriormente, juntado(s) por apensação. A desapensação de processo(s) não digital (is) somente poderá ser executada pela unidade protocolizadora. Nos processos digitais, a desapensação poderá ser realizada diretamente no sistema informatizado por usuário autorizado, de maneira que se possa garantir o monitoramento desta operação pela unidade protocolizadora. A desapensação deverá ocorrer antes do arquivamento do(s) processo(s). Principais aspectos sobre desentranhamento e desmembramento Desentranhamento Consiste na retirada de folhas/documentos do processo de forma definitiva, mediante justificativa, que ocorrerá quando houver interesse do órgão ou entidade ou a pedido do interessado. O desentranhamento ocorre, também, quando se constata a anexação indevida ou duplicada de documentos, bem como quando há necessidade de utilizar o original de um documento junto a terceiros (pessoa física, pessoa jurídica, órgãos ou entidades públicos, entre outros) ou em outro processo já existente. O desentranhamento só poderá ser executado pela unidade protocolizadora, mediante solicitação, por despacho, da autoridade competente, justificando a operação. Nos processos digitais, o desentranhamento poderá ser realizado diretamente no sistema informatizado por usuário autorizado. O sistema informatizado tem que permitir o monitoramento da operação pela unidade protocolizadora. É vedada a retirada do documento avulso e, quando for o caso, de seu(s) anexo(s), que deu(ram) origem ao processo. DESENTRANHAMENTO EM PROCESSOS NÃO DIGITAIS Informar qual(is) folha(s) do processo será(ão) desentranhada(s), mediante despacho da autoridade competente. Separar fisicamente a(s) folha(s) do processo que será(ão) desentranhada(s), de acordo com o que consta no despacho da autoridade competente. Conservar a numeração original do processo que teve folha(s) desentranhada(s), não renumerando- as. Lavrar o "Termo de Desentranhamento", em folha a ser anexada no lugar das folhas desentranhadas, observando-se que esta folha não será numerada. Apor, na capa do processo principal, no campo "Observações", a seguinte informação: "Folha(s) desentranhada(s) número(s) __________". Registrar a operação em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Providenciar a devolução da(s) folhas(s) desentranhada(s) e do(s) processo(s) à unidade administrativa que solicitou o desentranhamento. Desmembramento Desmembramento consiste na retirada de folhas/documentos do processo de forma definitiva, mediante justificativa, que ocorrerá quando houver interesse do órgão ou entidade ou a pedido do interessado, para a formação de um novo processo. O desmembramento só poderá ser executado pela unidade protocolizadora, mediante solicitação, por despacho, da autoridade competente, justificando a operação. Nos processos digitais, o desmembramento poderá ser realizado diretamente no sistema informatizado por usuário autorizado. O sistema informatizado tem que permitir o monitoramento da operação pela unidade protocolizadora. É vedada a retirada do documento avulso e, quando for o caso, de seu(s) anexo(s), que deu(ram) origem ao processo. DESMEMBRAMENTO EM PROCESSOS NÃO DIGITAIS Informar qual(is) folha(s) do processo será(ão) desmembradas(s), mediante despacho da autoridade competente. Separar fisicamente a(s) folha(s) do processo que será(ao) desmembrada(s), de acordo com o que consta no despacho da autoridade competente. Conservar a numeração original do processo que teve folha(s) desmembrada(s), não renumerando- as. Lavrar o "Termo de Desmembramento", em folha a ser anexada no lugar das folhas desmembradas, observando-se que esta folha não será numerada. Apor, na capa do processo principal, no campo "Observações", a seguinte informação: "Folha(s) desmembrada(s) número(s) __________". Registrar a operação em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Providenciar a devolução dos processos à unidade administrativa que solicitou o desmembramento. Reconstituição de processo Os procedimentos para a reconstituição de processos digitais são os mesmos adotados para os processos não digitais. Ao ocorrer a perda ou extravio de processo, a autoridade competente do órgão ou entidade deverá ser comunicada, cabendo a ela promover a apuração dos fatos, por meio de sindicância ou processo administrativo, e designar, formalmente, um servidor ou uma comissão para proceder à reconstituição do processo, conforme descrito abaixo: PROCEDIMENTOS DE RECONSTITUIÇÃO DE PROCESSOS Resgatar as informações e os documentos que integravam o processo perdido ou extraviado, solicitando, quando necessário, às unidades administrativas por onde o processo tramitou, a disponibilização de informações e/ou de cópias dos documentos. Reunir os documentos obtidos durante a operação de reconstituição, encaminhando à unidade protocolizadora, para autuação, sendo atribuído ao processo formado um novo número (NUP), mantendo-se o número (NUP) anterior como referência. Lavrar o "Termo de Reconstituição de Processo", o qual será a primeira folha do processo reconstituído, devendo ser numerada. Registrar a operação de reconstituição de processo em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Encaminhar o processo à autoridade competente que determinou a reconstituição, para que siga seu trâmite. No caso de perda ou extravio de volume de um processo, deverão ser seguidos os mesmos procedimentos anteriormente descritos, mantendo-se a numeração original do processo, bem como lavrado o "Termo de Reconstituição de Volume" o qual será a primeira folha do volume reconstituído, devendo ser numerada. No caso da localização do processo ou volume(s), desaparecido(s) ou extraviado(s), este(s) deverá(ão) prosseguir sua tramitação, depois de anexado(s) a ele o processo ou volume(s) reconstituído(s), conforme os procedimentos adotados para a juntada por anexação. Para os processos digitais aplicam-se todos os procedimentos acima descritos. Exigência É o pedido de esclarecimentoacerca dos documentos, avulsos ou processos, e/ou informações, recebidas pelo órgão ou entidade, que estejam incompletas ou equivocadas ou apresentem inconsistências ou falhas. Deverão ser adotados os mesmos procedimentos para os documentos digitais e para os documentos não digitais, quando os documentos, avulsos ou processos, recebidos pelo órgão ou entidade, caírem em exigência. Os documentos, avulsos ou processos, que caírem em exigência deverão ser devolvidos à unidade administrativa responsável pelas informações incompletas ou equivocadas e/ou pelas inconsistências ou falhas para que essas sejam sanadas, seja no âmbito do próprio órgão ou entidade, seja em outro órgão ou entidade. No caso de processos, digitais e não digitais, relativos à pessoa física ou jurídica, não pertencentes à Administração Pública Federal, esta pessoa deverá ser convocada pela unidade administrativa interessada por meio de correspondência registrada, com aviso de recebimento (AR), ou por meio eletrônico que garanta o efetivo recebimento pela parte interessada para que seja(m) cumprida(s) a(s) exigência(s). A cópia da convocação expedida será anexada ao processo, juntamente com o respectivo aviso/confirmação de recebimento. Encerramento do processo e abertura de volumes Motivos determinantes para o encerramento dos processos: LISTA DE MOTIVOS PARA O ENCERRAMENTO DE PROCESSOS Por indeferimento do pleito. Pelo atendimento da solicitação e cumprimento dos compromissos arbitrados ou dela decorrentes. Pela expressa desistência do interessado. Quando seu desenvolvimento for interrompido por período superior a um ano, por omissão da parte interessada. Aspectos referentes ao quantitativo de folhas por volume do processo: QUANTITATIVO DE FOLHAS DOS VOLUMES Cada volume de um processo deverá conter, no máximo, duzentas folhas, incluindo o "Termo de Encerramento de Volume". Quando a peça processual contiver número de folhas excedente ao limite de 200 folhas por volume, a partir do próximo número, formar-se-ão outros volumes. Quando da inclusão de folhas em um processo for verificado que serão ultrapassadas as 200 folhas permitidas por volume, a autoridade competente do órgão ou entidade em que estiver tramitando o processo, deverá solicitar à unidade protocolizadora, por meio de despacho, a abertura de um novo volume. O volume anterior será encerrado com as folhas que contiver. Exemplo: Havendo um processo contendo 180 folhas, ao qual será incluído um documento avulso contendo 50 folhas, encerrar-se-á o volume com 180 folhas e abrir-se-á novo volume com o referido documento de 50 folhas. Lavrar o "Termo de Encerramento de Volume" em folha a ser anexada após a última folha do processo, numerando-a sequencialmente. Lavrar o "Termo de Abertura de Volume" o qual será a primeira folha do novo volume, numerando-a e observando que a numeração das folhas obedecerá à sequência do volume anterior. Apor, na capa do(s) volume(s) do processo, etiqueta em tamanho a ser definido pelo órgão ou entidade, sem prejuízo da informação registrada contendo as informações abaixo: Registrar as operações de encerramento e de abertura do novo volume em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Registrar a operação em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Os volumes do processo tramitarão juntos. A abertura de um novo volume será executada diretamente pelo protocolo central ou setorial das unidades correspondentes, que deverão providenciar o preenchimento da nova capa, certificando a sua abertura e atualizando o sistema de protocolo correspondente. Os volumes deverão ser numerados na capa do processo, com a seguinte inscrição: 1º volume, 2º volume etc. Despacho Despacho é a forma por meio da qual a autoridade competente dá continuidade a uma ação administrativa ou firma decisões em documentos, avulsos ou processos. Os despachos podem ser informativos ou decisórios. Os despachos informativos, ou despachos de mero expediente, objetivam dar prosseguimento ao documento, avulso ou processo, enquanto que os despachos decisórios envolvem uma decisão administrativa sobre matérias e assuntos submetidos à apreciação da autoridade competente. Disposições finais Por fim, a Portaria destaca que os órgãos e entidades da Administração Pública Federal deverão: 1 Respeitar princípios éticos para o tratamento dos documentos, mantendo absoluta discrição com relação às informações neles contidas e observar a legislação em vigor no que se refere ao tratamento técnico de documentos classificados como sigilosos. 2 Instituir, manter e organizar unidades administrativas destinadas à execução das atividades de protocolo. 3 Instalar no recinto de entrada, preferencialmente no pavimento térreo de sua(s) instalação(ões) física(s), a unidade administrativa destinada ao recebimento de documentos. 4 Definir sobre a centralização ou descentralização das atividades de protocolo e das unidades protocolizadoras. 5 Em atenção às questões relativas à sustentabilidade, recomenda-se que, sempre que possível, sejam utilizadas a frente e o verso das folhas até o seu total aproveitamento, não sendo aconselhável a inclusão de novas folhas antes disso. Recomenda-se, ainda, que os documentos sejam impressos utilizando-se a frente e o verso das folhas. 6 Nos casos de impressão em frente e verso de documentos, por meio de equipamento informatizado, a margem lateral esquerda da frente da folha e a margem lateral direita do verso da folha deverão ter 3 cm, visando preservar as informações contidas quando a folha for perfurada. 7 Para os documentos não digitais, cada anexo deverá manter sua própria numeração de folhas. 8 Para os documentos digitais não se aplicam os procedimentos de aposição de etiquetas e carimbos. As informações serão registradas em sistema informatizado. 9 Todas as informações necessárias à confecção dos termos, etiquetas e carimbos constam dos modelos previstos e poderão ser reproduzidas manualmente ou emitidas por meios informatizados, desde que contemplem todos os dados exigidos. 10 As medidas das etiquetas e dos carimbos servem como referência, podendo ser definidas pela conveniência de cada órgão ou entidade. No entanto, os órgãos e entidades, ao utilizarem as etiquetas e/ou os carimbos, deverão, necessariamente, aplicá-los sem prejuízo da informação registrada nos documentos, avulsos ou processos. 11 O carimbo "Confere com Original” será utilizado quando do fornecimento de cópias de documentos não digitais, aposto, preferencialmente na frente da folha, em tamanho a ser definido pelo órgão ou entidade, sem prejuízo da informação registrada. 16) ARQUIVAMENTO HORIZONTAL E VERTICAL Arquivamento horizontal Os documentos são dispostos em posição paralela à da prateleira. As principais características do arquivamento horizontal são: EXEMPLO DE MOBILIÁRIO PARA ARQUIVAMENTO HORIZONTAL Arquivamento vertical Os documentos são dispostos em posição perpendicular à da prateleira. As principais características do arquivamento vertical são: Os documentos ou fichas são colocados uns sobre os outros e arquivados em caixas, estantes ou escaninhos. Amplamente utilizado para plantas, mapas e desenhos, bem como nos arquivos permanentes. Seu uso é desaconselhável nos arquivos correntes, uma vez que para se consultar qualquer documento é necessário retirar os que se encontram sobre ele, o que dificulta a localização da informação. Os documentos ou fichas são colocados uns atrásdos outros. Seu uso é aconselhável nos arquivos correntes, pois permite consulta rápida aos documentos arquivados, sem necessidade de manipular ou mover outros documentos ou fichas. EXEMPLOS DE ARQUIVAMENTO VERTICAL 17) MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO O método de arquivamento a ser utilizado para a organização de determinada documentação vai depender da natureza dos documentos em tratamento e da estrutura orgânica da instituição. Paes (2007, p. 61) divide os métodos de arquivamento em duas grandes classes, básicos e padronizados, conforme esquema abaixo: Os métodos citados (básicos e padronizados) pertencem a dois grandes sistemas de arquivamento, a saber: Sistema direto: a busca do documento é feita diretamente no local onde se acha guardado. Sistema indireto: é aquele em que, para se localizar o documento, é necessária a consulta a um índice ou código. Característico dos métodos que organizam os documentos por número. Método Alfabético É considerado um método simples e utiliza como principal critério de arquivamento o nome existente no documento, baseado na rigorosa ordem alfabética. É um método direto, tendo em vista que a realização da pesquisa é feita no próprio conjunto documental, sem a necessidade de recorrer a um índice para localizar qualquer documento. VANTAGENS DESVANTAGEM RÁPIDO Grande possibilidade de erro quando o volume de documentos é muito grande, por conta do cansaço visual e da variedade de grafia dos nomes. DIRETO FÁCIL BARATO Regras de alfabetação - Treze regras simples 1) Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome. EXEMPLOS ARQUIVAM-SE João Barbosa Pedro Ricardo Abreu Bruno Mendonça Lopes Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfabética do prenome. A - Z 1° - Abreu, Pedro Ricardo 2° - Barbosa, João 3° - Lopes, Bruno Mendonça Método de ordenação que tem por eixo o alfabeto. EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Bruno Mendonça José Mendonça Carlos Mendonça 2) Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Camilo Castelo Branco Paulo Monte Verde Heitor Villa-Lobos 3) Os sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo ou São seguem a regra dos documentos compostos por um adjetivo e um substantivo: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Alberto São Pedro Carlos Santo Cristo Diogo Santa Rita A - Z 1° - Mendonça, Bruno 2° - Mendonça, Carlos 3° - Mendonça, José A - Z 1° - Castelo Branco, Camilo 2° - Monte Verde, Paulo 3° - Villa-Lobos, Heitor A - Z 1° - Santa Rita, Diogo 2° - Santo Cristo, Carlos 3° - São Pedro, Alberto 4) As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes iguais: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE José Rios João Rios J. Rios 5) Os artigos e preposições, tais como a, o, de d’, da, do, e, um, uma, não são considerados: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Ricardo de Azevedo Pedro d’Andrade Lúcia da Rocha 6) Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco como Filho, Júnior, Neto, Sobrinho são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordenação alfabética: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Paulo Ribeiro Júnior Raimundo Cruz Sobrinho Santino Almeida Filho Os graus de parentesco só serão considerados na alfabetação quando servirem de elemento de distinção: A - Z 1° - Rios, J. 2° - Rios, João 3° - Rios, José A - Z 1° - Andrade, Pedro d’ 2° - Azevedo, Ricardo de 3° - Rocha, Lúcia da A - Z 1° - Almeida Filho, Santino 2° - Cruz Sobrinho, Raimundo 3° - Ribeiro Júnior, Paulo EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Raphael de Abreu Neto Raphael de Abreu Filho 7) Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após o nome completo, entre parênteses: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Dr. Francisco Everardo Silva Ministro Menezes Direito Professora Carla Pires 8) Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Cornelius Vanderbilt John Davison Rockefeller Andrew Carnegie A - Z 1° - Abreu Filho, Raphael de 2° - Abreu Neto, Raphael de 1° - Direito, Menezes (Ministro) 2° - Pires, Carla (Professora) 3° - Silva, Francisco Everardo (Dr.) A - Z 1° - Carnegie, Andrew 2° - Rockfeller, John Davison 3° - Vanderbilt, Cornelius A - Z 9) As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser consideradas. O mais comum é considerá-las como parte integrante do nome quando escritas com letra maiúscula: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Michelle di Benedetto Alfredo Di Stefano Margaret O’Brien 10) Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobrenome, que corresponde ao sobrenome de família do pai: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Diego Armando Maradona Lionel Andrés Messi Juan Román Riquelme 11) Os nomes orientais – japoneses, chineses e árabes – são registrados como se apresentam: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE Nancy Ajram Nabil (árabe) Yuzo Sato (japonês) Lai Changxing (chinês) A - Z 1° - Benedetto, Michelle di 2° - Di Stefano, Alfredo 3° - O’Brien, Margaret A - Z 1° - Andrés Messi, Lionel 2° - Armando Maradona, Diego 3° - Román Riquelme, Juan A - Z 1° - Lai Changxing 2° - Nancy Ajram Nabil 3° - Yuzo Sato 12) Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos governamentais devem ser transcritos como se apresentam, não se considerando, porém, para fins de ordenação, os artigos e preposições que os constituem. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE The Washington Post Fundição Filomena A Casa do Colegial 13) Nos títulos de congressos, conferências, reuniões, assembleias e assemelhados os números arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre parênteses: EXEMPLOS ARQUIVAM-SE I Conferência Nacional de Museus Quinto Congressos de Física 3° Congresso de Arquivos Método Geográfico É um método de arquivamento pertencente ao sistema direto, ou seja, quando o usuário realizar uma busca, ela será feita diretamente no documento, sem a necessidade do auxílio de um índice ou código. É uma metodologia de arquivamento bastante utilizada quando o principal elemento a ser considerado em um documento é a procedência ou local. A - Z 1° - Casa do Colegial (A) 2° - Fundição Filomena 3° - Washington Post (The) A - Z 1° - Conferência Nacional de Museus (I) 2° - Congresso de Arquivos (3°) 3° - Congresso de Física (Quinto) VANTAGENS DESVANTAGEM DIRETO Exige duas classificações – uma para a procedência e outra para o correspondente. FÁCIL Quando da utilização do método geográfico,a ordenação poderá ser feita com base em três critérios: por estado, por cidade ou por país, conforme veremos: Organização por estado Na organização do arquivo por estado, a respectiva capital deve ser ordenada em primeiro lugar, independentemente da ordem alfabética em relação às demais cidades integrantes, que deverão estar dispostas alfabeticamente logo após a capital estadual. Caso seja necessário ordenar os correspondentes por estado, esta deverá ser feita de acordo com as regras de alfabetação presentes no método alfabético. Por exemplo: ESTADO CIDADE CORRESPONDENTE Distrito Federal Brasília Souza, Júlio Cesar Andrade de Ceilândia Costa, Maurício Matias da Taguatinga Andrade, Tatiane Moura d’ Minas Gerais Belo Horizonte Madureira, Fernando Radamés Catas Altas da Noruega Testoni, Celso Neiva Conselheiro Lafayete Fernandes, Denise Corrêia Observa-se que os estados estão ordenados alfabeticamente (Distrito Federal e Minas Gerais), seguidos das respectivas capitais, que nessa metodologia aparecem em primeiro lugar. Na sequência, aparecem as demais cidades, também ordenadas alfabeticamente. Organização por cidade Quando o principal elemento de identificação do documento é a cidade e não o estado, deve-se observar a rigorosa ordem alfabética levando em consideração o nome das cidades, não havendo destaque para as capitais. Método de ordenação que tem por eixo aspectos geográficos. CIDADE ESTADO CORRESPONDENTE Belo Horizonte Minas Gerais Madureira, Fernando Radamés Brasília Distrito Federal Souza, Júlio Cesar Andrade de Catas Altas da Noruega Minas Gerais Testoni, Celso Neiva Ceilândia Distrito Federal Costa, Maurício Matias da Conselheiro Lafayete Minas Gerais Fernandes, Denise Corrêia Taguatinga Distrito Federal Andrade, Tatiane Moura d’ Observa-se que as cidades obedecem à estrita ordenação alfabética, independentemente do estado de origem e da respectiva capital. É imprescindível que as cidades sejam acompanhadas dos respectivos nomes dos estados, tendo em vista a ocorrência de cidades com o mesmo nome em estados distintos. Por exemplo: Taguatinga – DF e Taguatinga – TO. Correspondência por país Quando o principal elemento a ser considerado na ordenação da documentação for o nome de países, alfabeta-se primeiramente este, seguido da respectiva capital, do nome das demais cidades e dos nomes dos correspondentes. Conforme a lógica de ordenação por estado, as demais cidades serão dispostas de acordo com a sequência alfabética após a capital. PAÍS CIDADE CORRESPONDENTE Canadá Ottawa Johnston, David Toronto Harper, Stephen Vancouver Cartier, Jacques Inglaterra Londres Cameron, David Bristol Brown, Gordon Liverpool Blair, Tony Observa-se que os países obedecem à estrita ordem alfabética (Canadá e Inglaterra). A capital de cada país tem prioridade na ordenação, sendo posicionada em primeiro lugar, e as demais cidades são ordenadas alfabeticamente logo após as capitais. Métodos Numéricos Método utilizado quando o principal elemento a ser considerado para arquivamento e busca de um documento for o seu número. É subdividido em três categorias: simples, cronológico e dígito-terminal. É considerado um método do sistema indireto, tendo em vista que para a recuperação dos documentos deve-se fazer uso de um índice alfabético. Numérico Simples É materializado por meio da atribuição de um número único a cada correspondente, de acordo com a ordem de ingresso na instituição ou de registro. Esse método dispensa o uso da ordenação alfabética, pois a seu uso será acompanhado da confecção de um índice alfabético remissivo. EXEMPLO DO MÉTODO SIMPLES EXEMPLO DE ÍNDICE ALFABÉTICO REMISSIVO O método numérico simples tem ampla aplicação nos arquivos especiais (discos, fotografias, filmes, fitas sonoras) e especializados (projetos de engenharia, projetos de financiamento, prontuários médicos, cadastros funcionais). Numérico-cronológico É uma metodologia em que o responsável pelo arquivamento deve observar a numeração e a data atribuídas aos documentos. A atribuição de número e data aos documentos é um método bastante difundido e utilizado pelas instituições públicas. O uso desse método recai sobre o próprio documento e não sobre sua pasta. Após cada documento receber seu identificador único, ele será ordenado em rigorosa ordem numérica. Método de ordenação que tem por eixo o número atribuído às unidades de arquivamento. Método de ordenação que tem por eixo o número e a data dos documentos. Assim como o numérico simples, o numérico-cronológico caracteriza-se por ser um método do sistema indireto, tendo em vista a necessidade de confecção de um índice auxiliar para ajudar na localização e recuperação dos documentos. Na autuação dos seus processos, o Poder Executivo Federal adota uma metodologia padronizada e estabelecida pela Portaria Nº 3, de 16 de maio de 2003 do Ministério do Planejamento. De acordo com a referida Portaria (aplicável aos órgãos do Poder Executivo Federal), o número único atribuído ao processo, quando da sua autuação, será constituído de quinze dígitos, devendo, ainda, ser acrescido de mais dois dígitos de verificação (DV) e, com o acréscimo dos dígitos verificadores, o número atribuído ao processo será composto por dezessete dígitos, separados em grupos (00000.000000/0000-00), conforme descrito abaixo: I - o primeiro grupo é constituído de cinco dígitos, referentes ao código numérico atribuído a cada unidade protocolizadora e este código identifica o órgão de origem do processo, mantendo-se inalterado; II - o segundo grupo é constituído de seis dígitos, separados do primeiro por um ponto e determina o registro sequencial dos processos autuados, devendo este número ser reiniciado a cada ano; III - o terceiro grupo, constituído de quatro dígitos, separado do segundo grupo por uma barra, indica o ano de formação do processo; e IV - o quarto grupo, constituído de dois dígitos, separado do terceiro grupo por hífen, indica os dígitos verificadores (DV), utilizados pelos órgãos que façam uso de rotinas automatizadas. Exemplo: 35041.000387/2000-19 Numérico dígito-terminal Método de organização utilizado em instituições com grandes quantidades de documentos e que adotaram o número como principal elemento de identificação. Os documentos devem receber numeração sequencial e sua leitura apresenta uma peculiaridade que caracteriza o método - os números, dispostos em três grupos de dois dígitos cada um, são lidos (SEMPRE) da direita para a esquerda formando pares. Por exemplo: NÚMERO SEQUENCIAL DÍGITO-TERMINAL 963.256 96.32.56 Convertendo-se o número 963.256 para o método dígito-terminal, o responsável pela ordenação terá o seguinte grupo: 96. 32. 56. A leitura é feita da direita para esquerda e é dividida em grupos: o número 56 pertence ao grupo primário, o número 32 pertente ao grupo secundário e o número 96 pertente ao grupo terciário. Quando do arquivamento, os documentos serão armazenados levando-se em consideração os grupos que compõem o número. Primeiramente será considerado o grupo primário (56), em seguida o grupo secundário (32) e, por fim, o grupo terciário (96). Para que o usuário possa localizar o documento 96-32-56, arquivado com base no método dígito-terminal, ele, primeiramente, deverá localizar onde se encontram as pastas terminadas em 56, em seguida, localizar as pastas cujo grupo secundário é 32 e, por fim, a pasta desejada, 96. Exemplo de ordenação baseadano método simples e no método dígito terminal: MÉTODO SIMPLES MÉTODO DÍGITO-TERMINAL (1°) 42.639 (1°) 36.95.21 (2°) 236.895 (2°) 04.26.39 (3°) 369.521 (3°) 99.01.56 (4°) 953.456 (4°) 95.34.56 (5°) 990.156 (5°) 23.68.95 O método dígito-terminal tem por eixo um código numérico dividido em grupos de dígitos, lidos da direita para a esquerda, que indicam a disposição física dos documentos. Percebe-se que no método dígito-terminal, quando o número for composto por menos de cinco dígitos, será colocado (0) zero à sua esquerda para sua complementação, a exemplo do que ocorreu com o número 42.639, que passou a ter a seguinte composição: 04.26.39. Observa-se, também, que a organização dos documentos é em ordem crescente, levando-se em consideração, primeiramente, o grupo primário. Os demais grupos (secundário e terciário) serão considerados para fins de ordenação quando mais de um documento tiver números idênticos ao do grupo primário. Método ideográfico – (assunto) Método de arquivamento de documentos que tem sua aplicação atrelada à interpretação do assunto do documento em análise. Paes (2007, p. 77) defende que o método em estudo é mais aconselhável nos casos de grandes massas documentais e variedade de assuntos, pois exige profundo conhecimento das atividades institucionais. O método ideográfico é subdividido da seguinte maneira: IDEOGRÁFICO OU POR ASSUNTO Alfabético Dicionário Enciclopédico Numérico Duplex Decimal Unitermo ou indexação coordenada Método de ordenação que tem por eixo os assuntos presentes, explicitamente ou não, nos documentos. Alfabético - dicionário Os assuntos tratados por determinada instituição ou pessoa são dispostos alfabeticamente, levando em consideração, somente, a sequência das letras. Vejamos um exemplo de sua aplicação: A instituição X realiza determinadas atividades que dão origem aos documentos que tratam dos assuntos presentes na coluna A. Com a aplicação do método ideográfico alfabético dicionário, todos os assuntos serão dispostos em ordem alfabética, seguindo a lógica de um dicionário comum. O resultado da organização por meio deste método é o que consta da coluna B. COLUNA – A (assuntos sem ordenação) COLUNA – B (assuntos ordenados) Nomeação de servidor Administração de imóvel Exoneração de servidor Administração de veículo Aquisição de bem permanente Aquisição de bem permanente Aquisição de material de consumo Aquisição de material de consumo Administração de imóvel Elaboração da proposta orçamentária Administração de veículo Elaboração do plano plurianual Elaboração da proposta orçamentária Exoneração de servidor Elaboração do plano plurianual Levantamento da produção documental Levantamento da produção documental Nomeação de servidor Transferência / recolhimento de documentos Transferência / recolhimento de documentos Após a aplicação do método, observa-se que todos os assuntos constantes da coluna A foram colocados na estrita ordem alfabética na coluna B. Esse é um exemplo de como aplicar o método alfabético dicionário em uma instituição. Disposição das entradas na sequência rigorosa das letras. Alfabético - enciclopédico No método alfabético enciclopédico, o responsável pela ordenação da documentação realiza o agrupamento de assuntos correlatos por títulos gerais, ordenados conforme a sequência rigorosa das letras, ou seja, a alfabetação. Por exemplo: Ideográfico - numérico A utilização dos métodos numéricos (duplex, decimal e unitermo) em conjunto com a classificação por assunto tem o intuito de facilitar o desenvolvimento da atividade de organização e arquivamento dos documentos, tendo em vista a simplicidade de se trabalhar com números. Numérico - duplex Centra-se na distribuição dos documentos em grandes classes por assunto. As classes gerais podem ser subdivididas em classes subordinadas mediante o uso de números justapostos com traços de união. DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Levantamento da produção documental Transferência / recolhimento de documentos GESTÃO DE PESSOAS Registro Funcional Exoneração de servidor Nomeação de servidor MATERIAL E SERVIÇO Aquisição de bem permanente Aquisição de material de consumo ORÇAMENTO E FINANÇAS Programação financeira e orçamentária Elaboração da proposta orçamentária Elaboração do plano plurianual PATRIMÔNIO Administração de imóvel Administração de veículo TÍTULO GERAL Assuntos correlatos ordenados alfabeticamente Outra importante característica deste método é a possibilidade de abertura de quantidade ilimitada de classes. Ou seja, não se torna necessária a previsibilidade de todas as atividades no momento da construção do plano de classificação, pois novas classes poderão ser abertas de acordo com a necessidade institucional. Para facilitar o entendimento, será utilizado o exemplo do esquema de classificação apresentado no método alfabético enciclopédico. Contudo, ele será incrementado com a metodologia de numeração duplex. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES NA IDENTIFICAÇÃO DO MÉTODO DUPLEX 1 - Existência do traço de união, por exemplo: (2-1-1). 2 - Método dividido em classes, conforme os assuntos, partindo-se sempre do geral para o particular, por exemplo: 5 PATRIMÔNIO (geral) 5-1 Administração de imóvel (particular). 3 - Possibilidade de abertura ilimitada de classes. O exemplo apresentado para o método duplex só 1 DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO 1-1 Levantamento da produção documental 1-2 Transferência / recolhimento de documentos 2 GESTÃO DE PESSOAS 2-1 Registro Funcional 2-1-1 Exoneração de servidor 2-1-2 Nomeação de servidor 3 MATERIAL E SERVIÇO 3-1 Aquisição de bem permanente 3-2 Aquisição de material de consumo 4 ORÇAMENTO E FINANÇAS 4-1 Programação financeira e orçamentária 4-1-1 Elaboração da proposta orçamentária 4-1-2 Elaboração do plano plurianual 5 PATRIMÔNIO 5-1 Administração de imóvel 5-2 Administração de veículo Numeração justaposta com traço de união apresenta cinco classes, mas nada impede o crescimento ilimitado das classes e subclasses. Numérico – decimal Baseia–se em um plano prévio de distribuição dos documentos limitado a dez grandes classes, cada uma podendo ser subdividida em dez subclasses e, assim, sucessivamente, partindo-se sempre do geral para o particular. Tendo em vista a quantidade limitada classes, Paes (2007, p.85) aponta que o mais complexo na utilização deste método é a necessidade de determinação, quando da elaboração do plano de classificação, das classes principais que compreendem em si toda e qualquer espécie de documentos produzidos ou recebidos, o que torna necessária a previsão do desenvolvimento das atividades da instituição. Como exemplo da aplicação método decimal, será apresentado um fragmento do Código de Classificação elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos e que serve como orientação para a classificação arquivística dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal. CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO DO CONARQ SUBDIVISÃO DA SUBCLASSE 020 - PESSOAL 000 ADMINISTRAÇÃO GERAL (CLASSE) 020 PESSOAL (SUBCLASSE) 010 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO021 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 020 PESSOAL 022 APERFEIÇOAMENTO E TREINAMENTO 030 MATERIAL 023 QUADROS, TABELAS E POLÍTICA DE PESSOAL 040 PATRIMÔNIO 024 DIREITOS, OBRIGAÇÕES E VANTAGENS 050 ORÇAMENTO E FINANÇAS 025 APURAÇÃO DE RESPONSABILIDADE E AÇÃO DISCIPLINAR 060 DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO 026 PREVIDÊNCIA, ASSISTÊNCIA E SEGURIDADE SOCIAL 070 COMUNICAÇÕES 027 (vaga) 080 (vaga) 028 (vaga) 090 OUTROS ASSUNTOS REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO GERAL 029 OUTROS ASSUNTOS REFERENTES A PESSOAL SUBDIVISÃO DO GRUPO 024 DIVISÃO DO SUBGRUPO 024.1 024 DIREITOS, OBRIGAÇÕES E VANTAGENS (GRUPO) 024.1 FOLHAS DE PAGAMENTO. FICHAS FINANCEIRAS (SUBGRUPO) 024.1 FOLHAS DE PAGAMENTO. FICHAS FINANCEIRAS 024.11 SALÁRIOS, VENCIMENTOS, PROVENTOS E REMUNERAÇÕES 024.2 FÉRIAS 024.12 GRATIFICAÇÕES (inclusive incorporações) 024.3 LICENÇAS 024.13 ADICIONAIS 024.4 AFASTAMENTOS 024.14 DESCONTOS 024.5 REEMBOLSO DE DESPESAS 024.15 ENCARGOS PATRONAIS. RECOLHIMENTOS 024.6 (vaga) 024.7 (vaga) 024.8 (vaga) 024.9 OUTROS DIREITOS, OBRIGAÇÕES E VANTAGENS A classificação apresentada no esquema acima poderia ser escrita da seguinte forma: CLASSE 000 ADMINISTRAÇÃO GERAL SUBCLASSE 020 PESSOAL GRUPO 024 DIREITOS, OBRIGAÇÕES E VANTAGENS. SUBGRUPOS 024.1 FOLHAS DE PAGAMENTO. FICHAS FINANCEIRAS. 024.11 SALÁRIOS, VENCIMENTOS, PROVENTOS E REMUNERAÇÕES. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES NA IDENTIFICAÇÃO DO MÉTODO DECIMAL 1 – Separa-se o número em classe de três algarismos por ponto, por exemplo: (024.11). 2 - O método é dividido em classes, subclasses, grupos, subgrupos, conforme os assuntos, partindo-se sempre do geral para o particular, por exemplo: 020 PESSOAL (geral) 024.11 Salários, vencimentos, proventos e remunerações (particular). 3 – Todos os assuntos referentes à determinada classe ficam juntos. Unitermo Método desenvolvido por Mortimer Tauber, nos EUA, em princípios de 1950. A utilização deste método consiste na atribuição, a cada documento ou grupo de documentos, de um número em ordem crescente, de acordo com seu ingresso na unidade de arquivo (assinalado em local visível e previamente determinado). Após a realização da numeração, cada documento passará pelo processo de análise e indexação por termos simples extraídos de seu conteúdo, de forma que as palavras indexadas servirão de base à pesquisa posterior. Tais elementos deverão ser transcritos em uma ficha-índice sob a forma de palavras chave. Na ficha índice deverão constar ainda outras informações complementares sobre a apresentação do documento e a quantidade. Para cada palavra-chave prepara-se uma ficha (ficha de palavra-chave), dividida em 10 colunas e numeradas de 0 a 9. O número de registro é transcrito na ficha ou fichas correspondentes às palavras chaves. A pesquisa é feita por intermédio das fichas de palavras-chaves, as quais devem ser consultadas superpostas, uma vez que o método aqui descrito funciona à base da comparação. O método unitermo é utilizado com êxito em arquivos especiais e especializados, não sendo recomendada sua aplicação em acervos convencionais. Variadex É o método de ordenação que tem por eixo as letras do alfabeto representadas por cores diferentes. Para facilitar o arquivamento e a localização dos documentos, decidiu-se atrelar cores ao método alfabético já estudado anteriormente. Haverá uma chave dividida em cinco cores: Letras Cores A, B, C, D e abreviações Ouro E, F, G, H e abreviações Rosa I, J, K, L, M, N e abreviações Verde O, P, Q e abreviações Azul R, S, T, U, V, W, X, Y, Z e abreviações Palha De acordo com o método, as cores da chave devem ser atribuídas às projeções das pastas em função da segunda letra do nome de entrada e não da letra inicial, a qual indicará a seção alfabética correspondente para sua ordenação. Exemplo: RELAÇÃO DE NOMES NOMES ORGANIZADOS EM ORDEM ALFABÉTICA ENTRADA CORES Júlio Cesar Andrade de Souza Maurício Matias da Costa Tatiane Moura d’ Andrade Fernando Radamés Madureira Celso Neiva Testoni Leonardo Travassos Andrade, Tatiane Moura d’ Andrade Verde Costa, Maurício Matias da Costa Azul Madureira, Fernando Radamés Madureira Ouro Souza, Júlio Cesar Andrade de Souza Azul Testoni, Celso Neiva Testoni Rosa Travassos, Leonardo Travassos Palha Os documentos devem ser arquivados nas letras A, C, M, S, T e T, conforme a ordenação alfabética apresentada na segunda coluna. As notações estariam inscritas em projeções (etiquetas nas cores, verde, azul, ouro, rosa e palha), conforme as associações entre a terceira e quarta coluna. Por meio do método variadex, é possível adotar todas as cinco cores para cada letra do alfabeto, minimizando a possibilidade de arquivamento errado e agilizando a pesquisa. Por exemplo: conforme o esquema de ordenação apresentado, os documentos organizados na letra “T” devem ser colocados em pastas com projeções nas cores rosa e palha. Automático, Soundex, Rôneo e Mnemônico AUTOMÁTICO Não possui aplicação prática nos arquivos brasileiros SOUNDEX Não possui aplicação prática nos arquivos brasileiros Método de ordenação que tem por eixo a fonética e não a grafia dos nomes. Reúne os nomes pela semelhança da pronuncia, apesar da grafia ser diferente. Busca sons próximos e semelhantes. RÔNEO Obsoleto É conhecido como método híbrido, pois faz o relacionamento de letras, números e cores para fins de arquivamento. MNEMÔNICO Obsoleto Usa-se, para a codificação dos assuntos, a combinação de letras. As letras são consideradas símbolos com o intuito de auxiliar a memória do arquivista, de forma a facilitar a recuperação da informação. Método alfanumérico É o método de ordenação de documentos arquivísticos que tem como característica principal a combinação de letras e números, visando facilitar a atividade de arquivamento. Exemplo: Projeções das pastas DIVISÕES DO ALFABETO PREVIAMENTE PLANEJADAS NÚMERO DA PASTA Aa – Af 1 Ag – Al 2 Am – As 3 At – Az 4 Ba – Bl 5 Bm – Bz 6 (...) (...) Za – Zz 100 Quando da utilização do método alfanumérico, o responsável pela gestão do acervo deve estudar previamente o número de divisões alfabéticas que comporão a tabela, tendo em vista a grande incidência de determinados nomes. Exemplo de utilização do método alfanumérico: Nomes Pastas Acrísio, Paulo 1 Almeida. João 2 Amaral, Roberto 3 O método de arquivamento alfanumérico (combinação de letras e números) não se insere nas classes de métodos básicos e padronizados. 18) OPERAÇÕES DE ARQUIVAMENTO Algumas atividades devem ser executadas no arquivamento dos documentos, visando preservar a memória da instituição no tempo e no espaço e fornecer ao usuário, de forma eficiente, as informações necessárias: ATIVIDADES DE ARQUIVAMENTO CONCEITO INSPEÇÃO É realizado o exame da documentação com a finalidade de se verificar se ela, de fato, está destinada ao arquivamento. Tal condição poderá ser verifica mediante a presença de despacho de arquivamento, por exemplo: Arquive-se. ESTUDO Leitura minuciosa do documento com o objetivo de se verificar a entrada que lhe deverá ser atribuída, a existência de antecedentes e a necessidade de referências cruzadas. CLASSIFICAÇÃO É realizado o procedimento de classificação ou ratificação/retificação da classificação recebida pelo documentocom base em um esquema de distribuição de documentos em classes, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e da análise do arquivo por ela produzido. Para isso é indispensável conhecer bem o funcionamento das atividades desempenhadas pelo órgão. A classificação para se realizar, para se materializar necessita de um instrumento (Plano de Classificação). Tem como fundamento o Princípio de Respeito aos Fundos (Proveniência), segundo o qual “os arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter sua individualidade, não sendo misturados aos de origem diversa”. É uma atividade intelectual de construção de instrumentos para organização dos documentos, independente da idade à qual eles pertençam. CODIFICAÇÃO Aposição, nos documentos, dos símbolos correspondentes ao método de arquivamento adotado: letras, números, letras e números e corres. É uma atividade intelectual. ORDENAÇÃO É a disposição metódica dos documentos dentro da unidade de classificação. A definição do método de ordenação depende do uso que é dado aos documentos, podendo ser: Ordenação alfabética – sequência das letras do alfabeto; Ordenação cronológica – sucessão temporal (data); Ordenação geográfica – unidades territoriais (países, estados, municípios, distritos, bairros etc.); e Ordenação numérica – sequência numérica atribuída aos documentos. ARQUIVAMENTO É a operação física de colocar os documentos em pastas ou caixas orientada pelo esquema de classificação e pela ordenação definida. A Portaria Interministerial N° 1.677, de 07 de outubro de 2015, conceitua arquivamento da seguinte forma: Arquivamento significa a guarda do documento, avulso ou processo, cuja tramitação cessou, e se caracteriza pelo fim da ação administrativa que determinou a produção do documento. O arquivamento de documento(s), avulso(s) ou processo(s), ocorrerá diante das seguintes condições: a) por deferimento ou indeferimento do pleito; b) pela expressa desistência ou renúncia do interessado; ou c) por decisão motivada de autoridade competente. O documento, avulso ou processo, será arquivado mediante despacho da autoridade competente. O despacho deverá ser feito na última folha do documento, avulso ou processo, ou mediante a utilização de folha de despacho, indicando "Arquive-se". A operação de arquivamento deverá ser registrada em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Quanto aos documentos digitais: O documento, avulso ou processo, será arquivado mediante despacho da autoridade competente, por meio de operação no sistema informatizado com o respectivo registro. 19) EMPRÉSTIMO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS É uma das principais atividades dos arquivos, tendo em vista que corresponde a sua própria essência de formação: servir à administração e à história. Todo trabalho arquivístico, do recebimento ao arquivamento, é desenvolvido visando à recuperação rápida e completa da informação. Para conferir mais segurança ao procedimento de empréstimo de documentos, é muito importante que seja feito o seu controle, com o intuito de garantir a segurança do acervo e a localização eficiente dos documentos emprestados. O empréstimo de documentos, avulsos ou processos, não se caracteriza como desarquivamento, pois ocorre para fins de referência, consulta, reprodução, pesquisa ou exposição, não significando a retomada e a consequente continuidade da ação do documento. O empréstimo de documentos, avulsos ou processos, deverá ser registrado em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Quando do empréstimo, se for constatada a necessidade de continuidade de análise da matéria e, consequentemente, de retomada da tramitação, a unidade administrativa que solicitou o empréstimo deverá solicitar o desarquivamento do documento, avulso ou processo. Este procedimento deverá ser registrado em sistema informatizado ou excepcionalmente em formulário. Nesta etapa deverá ser confeccionada e utilizada a guia-fora (ficha fantasma): Modelo de guia-fora (ficha fantasma): Empréstimo significa a transferência física e temporária de documentos, com fins de referência, consulta, reprodução, pesquisa ou exposição. Guia-fora: Indicador colocado no lugar de uma unidade de arquivamento ou item documental para assinalar a sua remoção temporária. Também chamado fantasma ou ficha-fantasma. 20) DIAGNÓSTICOS ARQUIVÍSTICOS O diagnóstico da situação arquivística da instituição é uma etapa anterior a qualquer função, contemplando os fluxos de informação; a identificação das suas funções, atividades e tarefas; os tipos documentais produzidos e recebidos; as formas de armazenamento e de acesso às informações existentes; as pessoas responsáveis pelas atividades, em todos os níveis; o histórico da existência da instituição, entre outros aspectos fundamentais. O diagnóstico contempla levantamentos quanto aos métodos existentes na instituição no que se refere à produção, avaliação, aquisição, conservação, classificação, descrição e difusão do acervo arquivístico. É a operação de construir a imagem de uma ou mais organizações. Diagnóstico: visão maximalista e minimalista O diagnóstico maximalista representa o levantamento da situação arquivística do conjunto de organismos que formam um governo federal, estadual ou municipal, ou até mesmo da situação arquivística de países. As pesquisas sobre as políticas arquivísticas desenvolvidas por países, a realidade de seus sistemas, os seus fracassos e sucessos. O diagnóstico minimalista consiste na observação dos problemas arquivísticos das organizações, no estudo de caso e na procura em construir objetos de pesquisa e propor soluções para os problemas detectados (estudo de problemas específicos, de casos particulares). Informações a serem coletadas em um diagnóstico: A análise deve ter dois focos: um institucional e outro documental. O institucional deve abranger os seguintes itens: FOCO INSTITUCIONAL EXPLICAÇÃO O TEMPO HISTÓRICO DE EXISTÊNCIA Inserindo aspectos de criação e sua evolução histórica quanto à estrutura, mudanças estatutárias, hierarquia com relação a outras instituições. O TAMANHO E A DIVERSIDADE DOS ACERVOS ACUMULADOS Informações genéricas sobre a totalidade dos acervos e formatos (livros, textos, fotografias, slides, vídeos, fitas cassetes e áudio, documentos digitais, mapas, etc.). VARIAÇÃO E ABRANGÊNCIA DAS ATIVIDADES PRESENTES E PASSADAS Identificação e descrição das atividades da instituição, mesmo as que já não são mais realizadas, hierarquizando-as. O NÚMERO DE PESSOAS VINCULADAS E AS CARACTERÍSTICAS Identificar as pessoas e cargos responsáveis pelas atividades na estrutura organizacional, de forma a criar representações gráficas da organização e da hierarquia decisória. ESTRUTURAIS O USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO VARIADAS: DE REDES DE COMPUTADORES, DIGITALIZAÇÃO, MICROFILMAGEM, ETC. A tecnologia da informação disponível e os usos que a instituição faz dela, de forma geral. Por sua vez, o foco documental contempla: FOCO DOCUMENTAL As quantidades dos documentos, expressas de acordo com regras aceitas universalmente (metragem linear, em unidades ou bits); Características diplomáticas – tipologias documentais – que os individualizam; Conteúdos informacionais genéricos, expressos de modo sintético e hierárquico; As unidades físicas de arquivamento, isto é, a movelaria e embalagens utilizadas; O modo original de arquivamento – classificação,avaliação e descrição – mesmo que empírico e baseado no senso comum; A existência e o modo de uso de tecnologias da informação; As características das instalações e a situação dos acervos no que se refere à preservação. As informações arroladas a partir dessas duas abordagens devem ser registradas em um diagnóstico que servirá de instrumento norteador da implantação da política arquivística institucional. O levantamento dos dados sobre as atividades, o fluxo informacional, estruturas, funções e das questões referentes aos acervos constrói a imagem do concreto. Dessa forma, o profissional terá a possibilidade de propor soluções científicas, por se basearem no exame criterioso do problema, realizado de acordo com metodologias e parâmetros aceitos pelas ciências sociais aplicadas. Um diagnóstico realizado corretamente permite a identificação do problema. As soluções serão decorrência e estarão ao alcance dos profissionais. 21) INSTRUMENTOS DE PESQUISA Utilizados na descrição e localização dos documentos no acervo: 1) Guia: obra destinada à orientação dos usuários no conhecimento e na utilização do acervo de um arquivo permanente. É o instrumento de pesquisa mais genérico (contém o endereço, telefone, horário de funcionamento, meio de transporte para o local, recursos técnicos oferecidos, etc.); 2) Inventário sumário: as unidades de arquivamento de um fundo ou de suas divisões são identificadas e descritas sucintamente. Descrever a composição de um fundo ou parte dele. O inventário sumário é fundamental e deve ser o primeiro instrumento de pesquisa a ser elaborado; 3) Inventário analítico: instrumento de pesquisa no qual as unidades de arquivamento de um fundo ou de uma de suas divisões são identificadas e descritas pormenorizadamente. Descrição minuciosa do seu conteúdo; 4) Catálogo: instrumento de pesquisa elaborado segundo um critério temático, cronológico, onomástico ou geográfico, incluindo todos os documentos pertencentes a um ou mais fundos, descritos de forma sumária e pormenorizada. Agrupar documentos que versem sobre um mesmo assunto existente num ou mais fundos; e 5) Repertório: instrumento de pesquisa que descreve pormenorizadamente documentos previamente selecionados, pertencentes a um ou mais fundos. Descrição minuciosa, cabendo mesmo à transcrição de documento na íntegra. 22) MICROFILMAGEM A microfilmagem é uma técnica fotográfica que surgiu em meados de 1870 durante a guerra prussiana. Esta técnica permite a substituição do original por representar uma cópia fiel à fonte primária. O microfilme é um material translúcido, flexível e estável, contendo microimagens para projeção ótica. É considerada uma tecnologia estabelecida, possui padrões e técnicas definidas e tem validade legal como prova, ou seja, é juridicamente amparado, tendo o mesmo valor legal do documento original (Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968 e Decreto n° 1.799, de 30 de janeiro de 1996). Os documentos são microfilmados em rolo de filme de sais de prata, podendo ser reduzidos, até cinquenta vezes o tamanho do original. É composto por uma sucessão de imagens/fotogramas, ou seja, microimagens, reproduções exatas e fiéis de um documento original, bastando a sua ampliação para se conseguir a leitura. Tendo em vista que a microfilmagem é um processo técnico comprovado laboratorialmente, alguns autores estimam uma garantia de vida de cerca de 500 anos, se a produção, manuseamento e armazenamento forem feitos em condições adequadas. É uma tecnologia que está estabilizada e normalizada, além disso, os documentos microfilmados possuem valor de documento original. Desta forma, a microfilmagem adquiriu um estatuto de grande credibilidade, sendo um processo fiável e reconhecido mundialmente. Os microfilmes são criados com poliéster e corantes de halogeneto de prata em uma gelatina dura. Esta mistura permite-lhes manter a sua função durante longos períodos de tempo. Os microfilmes de gelatina de prata com base de poliéster são os únicos apropriados para propósitos de preservação. Se processados apropriadamente, armazenados sob condições arquivísticas ideais e inspecionados regularmente possuirão expectativa de vida de aproximadamente 500 anos. VANTAGENS DA MICROFILMAGEM 1 Alta durabilidade do suporte, desde que confeccionado e preservado de forma correta. 2 Diminuição do espaço de armazenamento do acervo. 3 Possui valor legal. Lei 5.433 de 08/05/1968 e pelo Decreto 1.799 de 30/01/1996, que conferem ao microfilme o mesmo valor legal do documento original. 4 Confiável quanto a sua autenticidade, pois não permite alterações. 5 Os documentos microfilmados podem ser digitalizados. 6 Dificulta ação dos falsificadores. 7 Favorece o sigilo das informações. 8 Acesso rápido e fácil, quando bem catalogado e indexado, em comparação com o suporte em papel. 9 Devido ao volume reduzido, permite seu armazenamento em caixas-fortes (arquivos de segurança). 10 Integridade do arquivo. 11 Facilidade de reversão ao papel. A microfilmagem é um procedimento respaldado pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968 e pelo Decreto n° 1.799, de janeiro de 1996, que, resumidamente, trazem os seguintes e importantes apontamentos sobre o procedimento: A microfilmagem, em todo território nacional, autorizada pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, abrange a dos documentos oficiais ou públicos, bem como a dos documentos particulares ou privados, de pessoas físicas ou jurídicas. As cópias, traslados e certidões extraídas de microfilmes, bem assim a autenticação desses documentos, possuem efeitos legais. Os microfilmes resultam do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, CONDIÇÕES BÁSICAS DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO DOS MICROFILMES Afastado de locais onde existam canalizações de água, gás ou ar quente; Longe de depósitos de produtos químicos e inflamáveis; Não ser utilizado como local de trabalho; Temperatura e humidade relativa do ar constantes; e Local limpo. por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução. A microfilmagem será feita em equipamentos que garantam a fiel reprodução das informações, sendo permitida a utilização de qualquer microforma. Tanto o filme original como o filme cópia terá, na sua parte superior, área reservada à titulação, à identificação e à numeração sequencial legíveis com a vista desarmada, bem como fotogramas destinados à indexação. A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em filme original, com o mínimo de 180 linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e qualidade de imagem e de reprodução. Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de filme cópia, do filme original. Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis de qualquer tipo, tanto para a confecção do original como para a extração de cópias. O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia. Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau de redução, garantida a legibilidade e a qualidade de reprodução. Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, sendo obrigatória a repetição de uma parte da imagem anterior na imagem subsequente, de modo que se possa identificar, por superposição, a continuidade entre as seções adjacentes microfilmadas. Cada série microfilmada deverá possuir imagem de abertura, imagem de encerramento. Os documentos da mesma série ou sequência,eventualmente omitidos quando da microfilmagem, ou aqueles cujas imagens não apresentarem legibilidade, por falha de operação ou por problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, não sendo permitido corte ou inserção no filme original. A microfilmagem destes documentos será precedida de uma imagem de observação. É obrigatório fazer indexação remissiva para recuperar as informações e assegurar a localização dos documentos. Para o processamento dos filmes serão utilizados equipamentos e técnicas que assegurem ao filme alto poder de definição, densidade uniforme e durabilidade. Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final. A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme cópia. A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá ocorrer se a mesma estiver prevista na tabela de temporalidade do órgão. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda permanente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação ou preservados pelo próprio órgão detentor. Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos microfilmados, para produzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, terão que ser autenticados pela autoridade competente detentora do filme original. Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfilmes de documentos privados, deverá ser emitido termo próprio, no qual deverá constar que o filme que o acompanha é cópia fiel do filme original, cuja autenticação far-se-á nos cartórios. A autenticação far-se-á por meio de carimbo aposto, em cada folha, nos cartórios. A cópia em papel poderá ser extraída utilizando-se qualquer meio de reprodução, desde que seja assegurada a sua fidelidade e qualidade de leitura. A microfilmagem de documentos poderá ser feita por empresas e cartórios habilitados, que deverão requerer registro no Ministério da Justiça e sujeitar-se à fiscalização que por este será exercida. As empresas e os cartórios, que se dedicarem à microfilmagem de documentos de terceiros, fornecerão, obrigatoriamente, um documento de garantia, declarando: que a microfilmagem foi executada de acordo com o disposto com as normas vigentes, que se responsabilizam pelo padrão de qualidade do serviço executado e que o usuário passa a ser responsável pelo manuseio e conservação das microformas. Os microfilmes e filmes cópia, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando: autenticados por autoridade estrangeira competente, tiverem reconhecida pela autoridade consular brasileira a firma da autoridade estrangeira que os houver autenticado e forem acompanhados de tradução oficial. As infrações, às normas, por parte dos cartórios e empresas registrados no Ministério da Justiça sujeitarão o infrator, observada a gravidade do fato, às penalidades de advertência ou suspensão do registro, sem prejuízo das sanções penais e civis cabíveis. Sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos Tendo em vista a necessidade de que a microfilmagem dos documentos arquivísticos seja realizada dentro dos padrões e normas internacionais, resolveu-se adotar o uso de sinaléticas que transmitam informação o mais acessível possível aos futuros leitores e que, ao mesmo tempo, contribua na execução do trabalho por parte do técnico de microfilmagem. O uso de sinaléticas na execução de um microfilme tem que estar de acordo com todos os padrões de qualidade e integridade de imagem e o técnico de microfilmagem deve compreender bem onde as inserir. Símbolos obrigatórios a serem utilizados em todos os rolos: Símbolos obrigatórios a serem utilizados em todos os rolos, caso a documentação tenha continuidade: Início de rolo Sinalética que deve constar em todos os rolos para que não restem dúvidas quanto ao início do filme. Fim do rolo Sinalética que deve constar em todos os rolos para que não restem dúvidas quanto ao fim do filme. Continua em outro rolo Sinalética usada para informar que documentos do mesmo conjunto documental encontram-se microfilmados noutro rolo. Continuação de outro rolo Sinalética usada para informar que os documentos que precedem os que serão microfilmados encontram- se em outro rolo. Sinalética: recurso de comunicação utilizado em microfilmagem, contendo informações pertinentes ao conteúdo da microforma. Símbolos obrigatórios a serem microfilmados junto com os documentos, conforme a situação - Símbolos em formatos reduzidos – para serem utilizados num dos cantos do documento: Original ilegível Sinalética usada para indicar as omissões e problemas de legibilidade. Texto deteriorado Sinalética usada para indicar texto deteriorado problema na encadernação. Numeração incorreta Sinalética usada para indicar erro na numeração das páginas ou datas. Original colorido Sinalética usada para indicar que o documento original é colorido. Repetição de imagem Sinalética usada sempre que houver repetição de imagem. Páginas e/ou números em falta Sinalética usada para indicar a falta de página ou número do documento. O tratamento da documentação a ser microfilmada Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o procedimento de microfilmagem de documentos arquivísticos não elimina o tratamento prévio da documentação, em termos de classificação do acervo e da ordenação de suas séries. Microfilmar acervos arquivísticos sem o devido tratamento prévio, na desordem em que frequentemente se apresentam nos arquivos institucionais, em vez de agilizar e facilitar a recuperação das informações pode até mesmo dificultar o processo. Analisar e preparar a documentação objeto do projeto de microfilmagem é uma das atividades mais relevantes de todo o trabalho de microrreprodução das imagens. Todos os documentos devem ser classificados, ordenados e indexados, o que torna imprescindível o conhecimento das técnicas de organização de arquivos para o profissional que atua em projetos dessa natureza. Não basta adquirir modernos equipamentos e programas, nem aprender a operar o maquinário; é preciso que a preparação da documentação e o acompanhamento do processo contenha orientação e a participação de profissionais com conhecimentos arquivísticos. Quando da realização de um projeto de microfilmagem, também deve se levar em consideração os altos custos dos equipamentos, dos filmes, da manutenção de um sistema micrográfico e, sobretudo, dos recursos humanos necessários ao preparo da documentação. • Microfilme cujo conteúdo serve para complementar ou suplementar acervo. MICROFILMAGEM DE COMPLEMENTO • Microfilme que serve à preservação de documentos originais, protegendo-os do uso e manuseio constantes. MICROFILMAGEM DE PRESERVAÇÃO • Microfilme que serve de cópia de segurança, devendo ser armazenado em local distinto dos documentos originais, de preferência em câmara de segurança (caixa-forte). MICROFILMAGEM DE SEGURANÇA • Microfilme que serve à preservação das informações contidas em documentos que são eliminados, tendo em vista a racionalização e o aproveitamento de espaço. Ou seja, substituir, em situações específicas, grandes volumes de documentos deguarda transitória. MICROFILMAGEM DE SUBSTITUIÇÃO 23) DIGITALIZAÇÃO A digitalização de acervos tem se tornado um dos procedimentos essenciais ao acesso e à difusão dos documentos arquivísticos, além de contribuir para a sua preservação, uma vez que restringe o manuseio dos documentos originais. Por isso, o uso da tecnologia digital traz grandes perspectivas de trabalho para os arquivos e bibliotecas, instituições por excelência mantenedoras de fontes primárias de informação. Constitui-se como instrumento capaz de dar acesso simultâneo local ou remoto aos seus representantes digitais. Diversos dispositivos tecnológicos (hardware) e programas de computadores (software) poderão ser utilizados para converter o documento original para o formato digital. No entanto, o produto dessa conversão não permite a eliminação automática do documento original. A digitalização, portanto é dirigida ao acesso, difusão e preservação do acervo documental. POR QUE DIGITALIZAR? Contribui para o amplo acesso e disseminação dos documentos arquivísticos por meio da Tecnologia da Informação e Comunicação. O documento em suporte de papel limita o acesso e manuseio a apenas um usuário por vez, sendo que um documento digitalizado fica disponível, em ambiente virtual, podendo ser visualizado e acessado simultaneamente por diferentes usuários. Os registros públicos originais, ainda que digitalizados, deverão ser preservados de acordo com o disposto na legislação pertinente. Entende-se por digitalização a conversão da fiel imagem de um documento arquivístico para o formato digital. Este processo dinamiza extraordinariamente o acesso e a disseminação das informações, com a visualização instantânea das imagens dos documentos. O processo de digitalização deverá ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP – Brasil.” Permite o intercâmbio de acervos documentais e de seus instrumentos de pesquisa por meio de redes informatizadas. Promove a difusão e reprodução dos acervos arquivísticos não digitais, em formatos e apresentações diferenciados do formato original. Incrementa a preservação e segurança dos documentos arquivísticos originais, por restringir seu manuseio. O documento em suporte de papel, por sua fragilidade, possui tendência maior a desgastar-se com o manuseio, podendo ser, também, alterado, extraviado ou destruído. Redução do tempo das atividades que requerem análise de documentos. Redução no tempo de recuperação e duplicação dos documentos. Na microfilmagem, a leitura do documento é sequencial, sujeita a avanço físico. Os documentos digitalizados permitem a localização por “acesso direto”, propiciando maior rapidez e precisão na busca e recuperação da informação. A digitalização permite o incremento na segurança por meio da restrição de acesso a usuários autorizados. Os meios de armazenamento dos documentos digitais deverão protegê-los de acesso, uso, alteração, reprodução e destruição indevidas. O processo de digitalização deverá ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil. Redução do custo de reprodução e recuperação do documento. A digitalização não substitui a cópia original. O produto da digitalização, a imagem digital, não substitui legalmente a informação armazenada no suporte original. Antes de iniciar o projeto de digitalização de documentos arquivísticos, é importante que o acervo tenha sido avaliado, selecionado, higienizado, identificado e organizado. A captura digital da imagem deverá ser realizada com o objetivo de garantir o máximo de fidelidade entre o representante digital gerado e o documento original, possibilitando a identificação do menor caractere possível (linha, traço, ponto, mancha de impressão). Recomenda-se a digitalização das capas, contracapas e envoltórios, bem como de páginas sem impressão (frente e verso) especialmente quando contiverem sinalização gráfica de numeração e outras informações. A digitalização deve observar os parâmetros que possam significar riscos ao documento original, a saber: condições de manuseio, definição dos equipamentos de captura, tipo de iluminação, estado de conservação, valor intrínseco do documento original, etc. É necessário que os equipamentos utilizados possibilitem a captura digital de um documento arquivístico de forma a garantir a geração de um representante digital que reproduza, no mínimo, a mesma dimensão física e cores do original em escala 1:1, sem qualquer tipo de processamento posterior através de softwares de tratamento de imagem. Para a definição do tipo de equipamento de captura digital a ser utilizado, deve-se observar os tipos documentais existentes no acervo e sua quantificação, além das características físico-químicas de cada tipo de documento, pois isso reduzirá os riscos à integridade física do documento original. O processo de digitalização deverá ser realizado, preferencialmente, nas instalações das instituições detentoras do acervo documental, evitando seu transporte e manuseio inadequados, e a possibilidade de danos causados por questões ambientais, roubo ou extravio. Recomenda-se a digitalização de conjuntos documentais integrais, como fundos/coleções ou séries. No entanto, é possível digitalizar itens documentais isolados, devido frequência de uso, estado de conservação, ou alto valor intrínseco com necessidade de incremento de sua segurança, sem, entretanto, descontextualizá-los do conjunto a que pertencem. A definição do equipamento de captura digital a ser utilizado só poderá ser realizada após o minucioso exame do suporte original, considerando suas características físicas e estado de conservação, de forma a garantir aos representantes digitais a melhor fidelidade visual em relação aos documentos originais, sem comprometer o estado de conservação deste. Parâmetros para a obtenção de qualidade da imagem digital A qualidade da imagem digital é o resultado dos seguintes fatores: 1 Da resolução óptica adotada no escaneamento. 2 Da resolução óptica adotada no escaneamento. 3 Da profundidade de bit (é uma medida do número de bits utilizados para definir cada pixel). Quanto maior o número de bits para compor cada pixel, maior será a escala de tonalidades de cinza. Quando só se utiliza um bit por pixel denominamos de bitonal, ou seja, há apenas o preto e o branco. 4 Dos processos de interpolação (quando utilizados) e dos níveis de compressão. 5 Das características dos próprios equipamentos. 6 Das técnicas utilizadas nos procedimentos que resultam no objeto digital. A resolução linear é determinada pelo número de pixels. Quanto maior o número de pixels utilizados no processo de captura digital de imagem, mais elevada será a resolução linear e, portanto, a possibilidade de representar a imagem original com a riqueza de detalhes do documento original. A compressão de formato de imagem digital é um recurso amplamente utilizado, tanto para armazenamento quanto para a transmissão de dados, pois tornam as imagens menores em volume de bits. Existem formatos de compressão sem perda de qualidade aparente (lossless), ou de compressão com perdas (lossy). A compressão não deve afetar a qualidade da imagem digital em relaçãoa sua fidelidade com o original na recomendada escala 1:1. Outro fator a ser considerado são as condições de iluminação direta e indireta do local de trabalho. Deve-se obter um ambiente com controle das fontes de luminosidade, sejam os refletores utilizados para iluminar diretamente o documento seja as condições do local destinado a essa atividade (tipos e posicionamento), adequando-o aos requisitos técnicos necessários, como cor de paredes e piso, controle de aberturas (janelas e portas). O uso de roupas de cores fortes deve ser evitado no local onde é realizada a operação de captura digital. Tipos de equipamentos para a captura digital da image m Atualmente existem disponíveis no mercado diversos tipos de equipamentos de captura digital para imagens, que se aplicam aos diversos tipos de documentos arquivísticos. A definição do equipamento de captura digital a ser utilizado só poderá ser realizada após o minucioso exame do suporte original, considerando suas características físicas e estado de conservação, de forma a garantir aos representantes digitais a melhor fidelidade visual em relação aos documentos originais, e sem comprometer seu estado de conservação. ESCÂNERES DE MESA 1 São indicados para os documentos planos em folha simples e ampliações fotográficas contemporâneas em bom estado de conservação. Este tipo de equipamento não se aplica a documentos encadernados. ESCÂNERES PLANETÁRIOS 2 São usados para a digitalização de documentos planos em folha simples, de documentos encadernados que necessitem de compensação de lombada, de forma a garantir a integridade física dos mesmos, bem como para os documentos fisicamente frágeis, já que não ocorre nenhuma forma de tração ou pressão mecânica sobre os documentos. CÂMERAS DIGITAIS 3 O uso de câmeras digitais implica no uso de mesas de reprodução, para a garantia do paralelismo necessário à uma boa qualidade da imagem digital gerada, além de sistemas de iluminação artificial compatíveis, necessariamente com baixa intensidade de calor e o mínimo de tempo de exposição necessário para não comprometer o estado de conservação dos documentos arquivísticos originais, em especial os itens coloridos e as fotografias produzidas com processos fotográficos não contemporâneos, EQUIPAMENTO PARA DIGITALIZAÇÃO DE NEGATIVOS E DIAPOSITIVOS 4 Deve-se utilizar escâneres específicos para a captura deste tipo de documento. Neste tipo de equipamento só podem ser utilizados negativos e diapositivos de suporte flexível e em bom estado de conservação. Negativos e diapositivos de vidro, bem como negativos e diapositivos já em processo de deterioração não podem ser digitalizados neste tipo de equipamento devido ao risco causado pelo modo de operar seus dispositivos mecânicos e ópticos, devendo-se então utilizar um sistema de captura formado por câmeras digitais, mesas de reprodução e caixas de luz contínua ou com sistema de flash, como sistema de retro-iluminação EQUIPAMENTO PARA DIGITALIZAÇÃO DE MICROFORMAS Recomenda-se utilizar os escâneres específicos para a captura digital de diferentes microformas, garantindo a melhor fidelidade em relação ao original e integridade física daqueles tipos de documentos. A qualidade das imagens obtidas poderá variar em função do estado de conservação dos filmes. ESCÂNERES DE PRODUÇÃO E ALIMENTAÇÃO AUTOMÁTICA São equipamento de captura digital com mecanismos de alimentação automática e maior velocidade de operação. Algumas organizações arquivísticas ainda não aceitam a livre utilização desses equipamentos em documentos permanentes. A opção em empregar estes equipamentos para captura digital de documentos com sistemas de alimentação automática, também conhecidos como escâneres de produção, deve ser meticulosamente avaliada, devido a risco potencial de danos físicos e de redução da longevidade de documentos originais, em virtude do modo de operar de seus dispositivos mecânicos e ópticos, uma vez que é irreversível o modo de operação no momento quando estão em contato com o documento original, e a sua exposição a luminosidade artificial intensa e ao calor emanado pelo equipamento. Todos os documentos a serem digitalizados neste tipo de equipamento deverão obrigatoriamente passar por um processo de análise rigorosa de sua estrutura física, seu estado de conservação, bem como a retirada de sujidades e objetos como clips, grampos, fitas adesivas e assemelhados. Documentos fotográficos e material de arte, não podem ser digitalizados nestes tipos de equipamentos com alimentação automática, independente de seu tipo e estado de conservação. Formatos dos arquivos dos representantes digitais Para a geração de matrizes e derivadas em formatos de arquivo digitais, recomenda-se sempre a adoção dos formatos abertos (open sources) por permitirem melhores condições de acesso e preservação em longo prazo, e uma menor dependência de software e hardware.27 O formato mais utilizado para os representantes digitais matrizes é o formato TIFF (Tagged Image File Format), que apresenta elevada definição de cores sendo amplamente conhecido e utilizado para o intercâmbio de representantes digitais entre as diversas plataformas de tecnologia da informação existentes. Também pode ser apreciado o uso de outros dois formatos digitais: o formato Portable Network Graphics - PNG29 e o formato JPEG 200030. O processo de captura digital, a partir dos documentos originais, deverá, necessariamente, gerar representantes digitais de alta e baixa resoluções, denominados respectivamente, Matrizes e derivadas: Matriz Digital Os representantes digitais denominados como tal deverão ter alta qualidade de captura (resolução óptica em dpi e profundidade de bit) e ser armazenados e gerenciados por profissionais altamente qualificados em Tecnologia da Informação; o acesso deverá ser restrito e sob nenhuma hipótese autorizado a usuários não credenciados. O armazenamento desta matriz deverá ser feito em ambiente altamente protegido e fora dos sistemas e redes de dados para acesso remoto. Formatos de acesso São os representantes digitais de acesso para visualização em tela de navegação, de impressão e para download e que são gerados a partir das Matrizes Digitais para diferentes usos e, sempre que possível, de acordo com a demanda dos usuários finais. A partir da Matriz Digital, serão criados um ou mais representantes digitais, que denominamos nessa recomendação como Derivadas de Acesso, com compressão e menor resolução linear, facilitando o seu acesso, disseminação e uso. As derivadas de acesso podem receber tratamento de imagem a fim de permitir melhor visualização ou impressão. Sempre que possível, deverão ser utilizados preferencialmente formatos abertos para a geração dessas derivadas, e recomendamos os formatos JPEG e PNG. No entanto, pode ser necessária a utilização de outros formatos de arquivo digitais, até mesmo proprietários, em virtude de concepção de acesso por parte dos provedores e custodiadores dos representantes digitais. O formato de arquivo digital Portable Document Format - PDF ou PDF/A também é recomendado, embora possua uma taxa de compressão menor. Esse formato digital permite dar acesso ao usuário final uma representação fiel do documento original, em um único arquivo digital, especialmente quando esse é formado por múltiplas páginas e contiver também imagens fixas. Geração de matrizes digitais Recomendações para a captura digital, de acordo com o tipo de documento original, indicando o tipo de reprodução (modo de cor), formatode arquivo digital e resolução mínima em dpi. TIPO DE DOCUMENTO TIPO DE REPRODUÇÃO FORMATO DE ARQUIVO DIGITAL RESOLUÇÃO MÍNIMA, MODO DE COR E OBSERVAÇÕES Textos impressos, sem ilustração, preto e branco. (*) sem manchas Bitonal (**) TIFF38 sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2 cm ao redor do documento, 4 bits, modo bitonal (**) Textos impressos, com ilustração e preto e branco.(*) com manchas Tons de cinza (***) TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2 cm ao redor do documento, 8 bits, modo tons de cinza (***) Textos impressos, com ilustração e cor Cor TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi , escala 1:1, com margem preta de 0,2 cm ao redor do documento, 24 bits (8 bits por canal de cor), modo RGB (****) Manuscritos sem a presença de cor Tons de cinza TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2cm ao redor do documento, 8 bits, modo tons de cinza (***) Manuscritos com a presença de cor Cor TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2 cm ao redor do documento, 24 bits (8 bits por canal de cor), modo RGB (****) Fotografias (Preto e Branco e Cor) (**) Cor TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2 cm ao redor do documento, 24 bits (8 bits por canal de cor), modo RGB, com carta de cinza para ajuste de níveis (preferencialmente) Negativos fotográficos e diapositivos (a) Cor TIFF sem compressão Resolução mínima de 3000 dpi, 24 bits (8 bits por canal de cor), modo RGB (****) Documentos cartográficos Cor TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2cm ao redor do documento, 24 bits (8 bits por canal de cor), modo RGB, com carta de cinza para ajuste de níveis (preferencialmente) (****) Plantas Preto e branco TIFF Resolução mínima de 600 dpi, 8 bits, com possibilidade de modo tons de cinza (****) Microfilmes e microfichas Tons de cinza (***) TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, 8 bits, modo tons de cinza (***) Gravuras, cartazes e desenhos (Preto e Branco e Cor) Cor TIFF sem compressão Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1, com margem preta de 0,2cm ao redor do documento, 24 bits (8 bits por canal de cor), modo RGB, com carta de cinza ou cores para ajuste de níveis (preferencialmente) (****) (*) Sem manchas / com manchas. (**) Bi-tonal: Captura de imagem onde não há gradação entre o claro e o escuro. Recomenda-se o seu uso somente para textos impressos e/ou datilografados monocromáticos e muito homogêneos, sem presença de manchas ou escurecimento do suporte original. (***) Tons de Cinza / Escala de cinza: (Greyscale) - Recomenda-se o uso de escala de cinza para evitar que pequenas manchas interfiram na leitura final do representante digital. Da mesma forma para a digitalização de microformas, caso tenham as características assinaladas acima. (****) Modo de cor: RGB (Red-Green-Blue). Padrão de cores. RGB é a abreviatura do sistema de cores aditivas formado por Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue). Este sistema é constituído por projeções de luz como monitores de vídeo e projetores (data displays), em contraposição ao sistema substrativo, formado por impressões (CMYK). O padrão RGB é padrão para apresentação de cores na internet e seu uso é recomendado para documentos originalmente coloridos ou com informações relevantes em cor e fotografias de modo geral. Metadados técnicos Os metadados técnicos descrevem as características do representante digital no que diz respeito ao processo de captura digital, onde deve ser descrito e registrado o ambiente tecnológico (software e hardware), bem como algumas das características físicas do documento, tais como tipo e dimensão. Estes metadados devem, preferencialmente estarem inseridos ou encapsulados no representante digital e também descritos e registrados em planilhas em banco de dados. A maior parte dos metadados discriminados abaixo são produzidos e inseridos automaticamente seja no próprio representante digital ou em planilha de banco de dados. Controle de qualidade no processamento técnico de captura digital O controle de qualidade no processamento técnico de captura digital de imagem, deve ser realizado pelos responsáveis da captura digital da imagem, um conjunto de procedimentos técnicos com o propósito de efetuar a verificação da fidelidade do representante digital em relação ao documento original, e se foram obtidas as características técnicas requeridas como resolução, modo de cor e registro de metadados técnicos. Recomenda-se a amostragem quando forem grandes volumes (quantidade de itens individuais) e com características muito homogêneas. Recomenda-se o exame individual nos casos em que os documentos possuam grande valor intrínseco. Formas de obtenção e verificação da qualidade: NA TELA (MONITOR CALIBRADO) Os monitores devem ser calibrados e estarem bem posicionados no ambiente, levando-se em consideração eventuais reflexos na tela. Ver a imagem em escala 1:1 - 100 %. Uso de escala para avaliar escala de cinza ou modo de cor. Uso de escalas de resolução e histogramas para avaliar a resolução espacial e a reprodução tonal. POR IMPRESSÃO Exame pelo olho humano, de cópias impressas para avaliar a qualidade da captura digital comparando com o documento original. CONTROLE DE QUALIDADE DO ESCÂNER E/OU DA CÂMERA DIGITAL Seguir os manuais dos equipamentos. Utilizar as escalas de cinza e cores padrões para a calibração. Verificar em amostras em tela e por impressão, e por comparação com o original. Utilizar softwares específicos para calibração de escâneres. Observar o perfil de Cor pelo Padrão ICC. Especificações para sistemas de cores em formatos e plataformas abertas. Cada equipamento deve ser calibrado e gerado o seu ajuste individual denominado de ICC Profile. CALIBRAÇÃO DE MONITORES Recomenda-se o uso de espectrofotômetros para calibragem dos monitores e a criação de perfis de cor para que sejam equivalentes às visualizações no monitor e na impressão. VALIDAÇÃO E CONFORMIDADE Verificar se os formatos de arquivo digitais gerados (Matrizes e derivadas de acesso) estão de acordo com as especificações técnicas. ETAPAS DO PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS 1 Os documentos passam por um processo de preparação para que se tornem aptos à digitalização (higienização, retirada de grampos ou qualquer objeto que prejudique o acesso do documento ao scanner, desmontagem das pastas, desamassar documentos dobrados ou amassados, recuperação documentos rasgados, separação dos documentos manchados, etc). 2 Digitalização dos documentos. Deve ser feita a escolha da resolução, cor e formatos desejados. Recomenda-se que a escolha dos formatos leve em consideração a necessidade de preservação de longo prazo que recai sobre determinados tipos de documentos. 3 Indexação dos documentos. Contribuem para a precisa localização, agrupamento e gerenciamento das imagens geradas durante a digitalização, permitindo a posterior conferência da regularidade das etapas do processo adotado. 4 Controle de qualidade dos representantes virtuais. Análise minuciosa das imagens para verificar se estão de acordo com as especificações do projeto de digitalização. 5 Disponibilização dos representantes virtuais para acesso e pesquisa.O projeto de digitalização deverá permitir que as imagens capturadas possam ser visualizadas em microcomputadores convencionais, podendo ser ampliadas para melhor leitura de detalhes, reduzidas para oferecer uma visão total da imagem, rotacionadas, impressas por impressoras gráficas ou mesmo transmitidas via comunicação de dados. Acesso Os representantes digitais, que serão colocados em acesso à própria organização e aos usuários finais deverão estar à disposição por meio de algum sistema eletrônico de acesso: (intranet e internet), para pesquisa, busca e recuperação, acesso, visualização, e download (se couber). Recomenda-se que os formatos digitais destinados para uso de usuários finais (download ou cópia por demanda), sejam preferencialmente em formato digital aberto, e disponibilizados em variados tamanhos. Extração de conteúdos OCR (Optical Character Recognition) – Reconhecimento Óptico de Caracteres Tecnologia para reconhecimento óptico de caracteres a partir de um arquivo de imagem. Através do OCR é possível digitalizar uma folha de texto impresso e obter um arquivo de texto editável, de forma a permitir, por exemplo, alteração e pesquisa no conteúdo do texto. ICR (Intelligent Character Recognition) – Reconhecimento Inteligente de Caracteres Forma avançada de OCR que inclui capacidade de aprender fontes durante o processo ou usar o contexto para fortalecer probabilidades de reconhecimento correto ou reconhecer caracteres manuscritos. OMR (Optical Mark Recognition) – Reconhecimento Óptico de Marcas Detecta presença ou ausência de marcas em áreas definidas. Usado para processar questionários, testes padronizados, cédulas, gabaritos, etc. Os documentos a serem processados são semelhantes e preenchidos à mão. HCR (Handwritten Character Recognition) – Reconhecimento de Caracteres Manuscritos Tecnologia voltada ao reconhecimento de caracteres manuscritos para conversão em código ACSII, ou seja, conversão do manuscrito ou letras em caracteres de texto. Aspectos gerais para segurança, armazenamento e preservação das imagens digitais Armazenamento Para o armazenamento de representantes digitais de acervos de grandes dimensões e que envolvam grande quantidade de dados e portanto maiores dimensões de volume em bytes recomenda-se preferencialmente a utilização de memórias secundárias e terciárias. Para matrizes digitais: discos rígidos (HD) e fitas magnéticas do tipo LTO (permitem o armazenamento off-line de grandes volumes de documentos digitais com custo mais baixo que os Hds). Para as derivadas de acesso: Os representantes digitais para acesso pelo usuário final (internos ou externos), deverão estar disponíveis por meio de unidades de HD ou mesmo em juke-box de CDs/DVDs, concebidas especificamente para esse fim. Quando se pretender disponibilizar os representantes digitais em sistemas de acesso externo (sítios da internet), esses devem estar armazenados em dispositivos próprios, como os citados acima, mas não interligados (on-line) ao sistema de armazenamento e segurança das Matrizes Digitais. Cópias de segurança: Devem ser criadas ao menos duas matrizes digitais de segurança, e uma matriz com processamento de imagem (se for gerada). Essas cópias devem estar armazenadas fora de linha (off-line), ou seja sem conexão física na rede de dados e recomenda-se que uma cópia esteja em armazenamento off-site (armazenada em condições adequadas em instalação diversa e afastada da organização detentora do acervo). Recomenda-se a geração e manutenção também de cópias de segurança dos representantes digitais (derivadas) para acesso. Cada tipo de cópia, matriz ou derivada deve ser armazenada em dispositivo específico. 24) TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA AOS ARQUIVOS Sistema informatizado de gestão arquivística de documentos - SIGAD É um conjunto de procedimentos e operações técnicas que visam o controle do ciclo de vida dos documentos, desde a produção até a destinação final, seguindo os princípios da gestão arquivística de documentos e apoiado em um sistema informatizado. Um SIGAD tem que ser capaz de manter a relação orgânica entre os documentos e de garantir a confiabilidade, a autenticidade e o acesso, ao longo do tempo, aos documentos arquivísticos, ou seja, seu valor como fonte de prova das atividades do órgão produtor. Um SIGAD inclui operações como: captura de documentos, aplicação do plano de classificação, controle de versões, controle sobre os prazos de guarda e destinação, armazenamento seguro e procedimentos que garantam o acesso e a preservação a médio e longo prazo de documentos arquivísticos digitais e não digitais. Um SIGAD deve abranger todos os tipos de documentos arquivísticos digitais do órgão ou entidade, ou seja, textos, imagens fixas e em movimento, gravações sonoras, mensagens de correio eletrônico, páginas web, bases de dados. É um sistema informatizado de gestão arquivística de documentos e, como tal, sua concepção tem que se dar a partir da implementação de uma política arquivística no órgão ou entidade. REQUISITOS ARQUIVÍSTICOS QUE CARACTERIZAM UM SIGAD Captura, armazenamento, indexação e recuperação de todos os tipos de documentos arquivísticos. Gestão dos documentos a partir do plano de classificação para manter a relação orgânica entre os documentos. Implementação de metadados associados aos documentos para descrever os contextos desses mesmos documentos. Integração entre documentos digitais e convencionais. Manutenção da autenticidade dos documentos Avaliação e seleção dos documentos para recolhimento e preservação daqueles considerados de valor permanente. Aplicação de tabela de temporalidade e destinação de documentos. Transferência e recolhimento dos documentos por meio de uma função de exportação. Gestão de preservação dos documentos O sucesso do SIGAD dependerá, fundamentalmente, da implementação prévia de um programa de gestão arquivística de documentos. O SIGAD deve ser capaz de gerenciar, simultaneamente, os documentos digitais e os convencionais. No caso dos documentos convencionais, o sistema registra apenas as referências sobre os documentos e, para os documentos digitais, a captura, o armazenamento e o acesso são feitos por meio do SIGAD. Um SIGAD inclui um sistema de protocolo informatizado, entre outras funções da gestão arquivística de documentos. Captura Captura é a incorporação de um documento ao sistema de gestão arquivística, quando ele passa a seguir as rotinas de tramitação e arquivamento. Uma vez capturado, o documento pode ser incluído num fluxo de trabalho e, posteriormente, arquivado. Em um SIGAD, o documento pode ser produzido tanto diretamente dentro do sistema e então capturado, como fora do sistema e capturado e registrado posteriormente. Além do código de classificação, descritores, número de protocolo e número de registro, a captura pode prever a introdução de outros metadados, tais como data e hora da produção, da transmissão e do recebimento do documento; nome do autor, do originador, do redator e do destinatário, entre outros. Esses metadados podem ser registrados em vários níveis de detalhamento, dependendo das necessidades geradas pelos procedimentos do órgão ou entidade e do seu contexto jurídico-administrativo. Os metadados são essenciais para identificar o documento arquivístico de maneira inequívoca e mostrar sua relação com os outros documentos. Registro O registro consiste em formalizar a captura do documento dentro do sistema de gestão arquivística por meio da atribuição de um número identificador e deuma descrição informativa. Em um SIGAD, essa descrição informativa corresponde à atribuição de metadados. O registro tem por objetivo demonstrar que o documento foi produzido ou recebido e capturado pelo sistema de gestão arquivística de documentos, assim como facilitar sua recuperação. Após o recebimento dos documentos, o serviço de protocolo faz o registro, atribuindo- lhes número e data de entrada, anotando o código de classificação e o assunto, e procedendo à distribuição dos documentos nas unidades destinatárias. Classificação Classificação é o ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo dos documentos arquivísticos e de selecionar a classe sob a qual serão recuperados. Essa classificação é feita a partir de um plano de classificação elaborado pelo órgão ou entidade e que pode incluir ou não a atribuição de código aos documentos. A classificação deve tomar por base o conteúdo do documento, que reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação também define a organização física dos documentos, constituindo-se em referencial básico para sua recuperação. OBJETIVOS DA CLASSIFICAÇÃO Estabelecer a relação orgânica dos documentos arquivísticos. Assegurar que os documentos sejam identificados de forma consistente ao longo do tempo. Auxiliar a recuperação de todos os documentos arquivísticos relacionados a determinada função ou atividade. Possibilitar a avaliação de um grupo de documentos de forma que os documentos associados sejam transferidos, recolhidos ou eliminados em conjunto. Indexação Indexação é a atribuição de termos à descrição do documento, utilizando vocabulário controlado e/ou lista de descritores, tesauro e o próprio plano de classificação. Ela tem como objetivo ampliar as possibilidades de busca e facilitar a recuperação dos documentos, e pode ser feita de forma manual ou automática. Atribuição de restrição de acesso Os documentos também devem ser analisados com relação às precauções de segurança, ou seja, se são considerados ostensivos ou sigilosos. No caso dos sigilosos, a legislação estabelece graus de sigilo a serem atribuídos a cada documento. Arquivamento A operação de arquivamento dos documentos digitais se diferencia do arquivamento dos documentos convencionais porque nestes o arquivamento é ao mesmo tempo uma operação lógica e física, como, por exemplo, arquivar um relatório na pasta Relatórios. No documento digital, como suporte e conteúdo são entidades separadas e o documento é constituído por um objeto físico (suporte), lógico (software e formato) e conceitual (apresentação), a operação de arquivar significa armazenar o objeto digital, mantendo sua identificação única e os ponteiros para outros objetos digitais. Avaliação, temporalidade e destinação É o processo de análise dos documentos arquivísticos, visando estabelecer os prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores primário e secundário que lhes são atribuídos. Os prazos de guarda e as ações de destinação deverão estar formalizados na tabela de temporalidade e destinação do órgão ou entidade. A avaliação é uma atividade vital em um programa de gestão arquivística de documentos, pois permite racionalizar o acúmulo de documentos nas fases corrente e intermediária, facilitando a constituição dos arquivos permanentes. O sistema de gestão arquivística de documentos, particularmente no caso de um SIGAD, deve identificar a temporalidade e a destinação previstas para o documento no momento da captura e do registro, de acordo com os prazos e ações estabelecidos na tabela de temporalidade e destinação do órgão ou entidade. Essa informação deve ser registrada em um metadado associado ao documento. O sistema de gestão arquivística de documentos também deve identificar os documentos que já cumpriram sua temporalidade, para implementar a destinação prevista. Se for um SIGAD, esse sistema deve ser capaz de listar os documentos que tenham cumprido o prazo previsto na tabela de temporalidade e destinação. Pesquisa, localização e apresentação dos documentos O sistema de gestão arquivística deve permitir a pesquisa, a localização e a apresentação dos documentos e informações neles contidas, de forma a facilitar a condução das atividades e satisfazer os requisitos relativos à transparência do órgão ou entidade. Em um SIGAD, a pesquisa se faz por meio de parâmetros predefinidos, selecionados entre as informações coletadas no momento do registro do documento e entre os metadados a ele associados. Segurança: controle de acesso, trilhas de auditoria e cópias de segurança O sistema de gestão arquivística deve prever controles de acesso e procedimentos de segurança que garantam a integridade dos documentos. Entre esses procedimentos, podem-se destacar o uso de controles técnicos e programáticos, diferenciando tipos de documentos, perfis de usuários e características de acesso aos dados, e a manutenção de trilhas de auditoria e de rotinas de cópias de segurança. Controle de acesso O sistema de gestão arquivística precisa limitar ou autorizar o acesso a documentos por usuário e/ou grupos de usuários. O controle de acesso deve garantir, no mínimo, as seguintes funções: • restrição de acesso aos documentos; • exibição dos documentos, criptografados ou não, e dos metadados somente aos usuários autorizados; • uso e intervenção nos documentos somente pelos usuários autorizados. Os documentos também devem ser analisados com relação às precauções de segurança, ou seja, se são considerados ostensivos ou sigilosos. O sistema deve impedir que usuários não autorizados tenham acesso aos documentos classificados como sigilosos, isto é, submetidos às categorias de sigilo previstas em lei, bem como àqueles tidos como originalmente sigilosos. Uso e rastreamento O uso dos documentos pelos usuários deve ser registrado pelo sistema nos seus respectivos metadados. A gestão desse uso inclui: • identificação da permissão de acesso dos usuários, isto é, do que cada um pode acessar; • identificação da precaução de segurança e da categoria de sigilo dos documentos; • garantia de que somente os indivíduos autorizados tenham acesso aos documentos sigilosos; • registro de todos os acessos, tentativas de acesso e uso dos documentos (visualização, impressão, transmissão e cópia para a área de transferência), com identificação de usuário, data, hora e, se possível, estação de trabalho; • revisão periódica das classificações de acesso a fim de garantir sua atualização. O rastreamento dos documentos em trilhas de auditoria é uma medida de segurança que tem por objetivo verificar a ocorrência de acesso e uso indevidos aos documentos. O grau de controle de acesso e o detalhamento do registro na trilha de auditoria dependem da natureza do órgão ou entidade e dos documentos produzidos. Trilha de auditoria A trilha de auditoria é o conjunto de informações registradas que permite o rastreamento de intervenções ou tentativas de intervenção no documento arquivístico digital ou no sistema. A trilha de auditoria deve registrar o movimento e o uso dos documentos arquivísticos dentro de um SIGAD (captura, registro, classificação, indexação, arquivamento, armazenamento, recuperação da informação, acesso e uso, preservação e destinação), informando quem operou, a data e a hora, e as ações realizadas. A trilha de auditoria tem o objetivo de fornecer informações sobre o cumprimento das políticas e regras da gestão arquivística de documentos do órgão ou entidade. OBJETIVOS DA TRILHA DE AUDITORIA Identificar os autores de cada operação realizada nos documentos.Prevenir a perda de documentos. Monitorar todas as operações realizadas no SIGAD. Garantir a segurança e a integridade do SIGAD. Cópias de segurança O SIGAD deve prever controles para proporcionar a salvaguarda regular dos documentos arquivísticos e dos seus metadados. Deve também poder recuperá-los rapidamente em caso de perda devido a sinistro, falha no sistema, contingência, quebra de segurança ou degradação do suporte. Esses mecanismos devem seguir a política de segurança da informação do órgão ou entidade. O SIGAD deve prover meios de realização de cópias de segurança (backup). Esse processo consiste na realização de cópias periódicas das informações com o propósito de restauração posterior, em caso de perda devido a falhas de software, hardware ou mesmo acidentes. O processo reverso ao backup é a restauração (restore), que consiste em recuperar as informações para o ambiente de produção do SIGAD em um estado consistente. Segurança da infraestrutura A natureza das medidas de segurança da infraestrutura de instalações do acervo digital diz respeito a requisitos operacionais e não é muito diferente daquela do acervo convencional. Essas medidas devem considerar os seguintes aspectos: MEDIDAS DE SEGURANÇA DA INFRAESTRUTURA DE INSTALAÇÕES As salas reservadas a computadores servidores, equipamentos de rede e ao armazenamento dos documentos digitais devem ter temperatura ambiente e umidade relativa do ar controladas e fornecimento estável de energia elétrica. Deve haver controle contínuo para verificar se essas condições estão sendo atendidas. Equipamentos contra incêndio devem estar presentes em toda a área de instalação e de acordo com as normas de segurança estabelecidas. Os equipamentos contra incêndio devem ser verificados periodicamente e substituídos antes do término da vida útil prevista. O órgão ou entidade tem que prever instalações adequadas de para-raios, com procedimentos de manutenção periódica, seguindo a legislação e as normas técnicas estabelecidas. A área reservada à instalação do SIGAD deve ser compartimentada, com o objetivo de controlar o acesso às informações. As salas de computadores servidores são de uso exclusivo de pessoal autorizado e devem ter controle eletrônico de acesso. Para acesso a áreas de segurança, identificações e credenciais de segurança têm de estar de acordo com as atribuições individuais e as regras de segurança do órgão ou entidade. Armazenamento As considerações e ações relativas ao armazenamento dos documentos arquivísticos convencionais e digitais permeiam todo o seu ciclo de vida. Esse armazenamento deve garantir a autenticidade e o acesso aos documentos pelo tempo estipulado na tabela de temporalidade e destinação. Documentos de valor permanente, independentemente do formato, requerem um armazenamento criterioso desde o momento da sua produção, para garantir sua preservação no longo prazo. No caso dos documentos arquivísticos digitais, os órgãos e entidades devem dispor de políticas e diretrizes para conversão ou migração desses documentos de maneira a garantir sua autenticidade, acessibilidade e utilização. Os procedimentos de conversão e migração devem detalhar as mudanças ocorridas nos sistemas e nos formatos dos documentos. Os fatores mais importantes para a seleção das opções de armazenamento para documentos digitais são: • a capacidade dos dispositivos de armazenamento; • segurança dos documentos: as instalações de armazenamento (depósitos, arquivos, computadores) deverão prever a limitação de acesso aos documentos, como, por exemplo, o controle das áreas de armazenamento e sistemas de detecção de entrada não autorizada. O depósito deve estar localizado em área que não seja de risco. No caso de documentos digitais, devem ser previstos procedimentos que previnam a perda de documentos por falha do SIGAD (cópias de segurança e segurança da infraestrutura); • características físicas do suporte e do ambiente: fatores como tipo de suporte, peso, grau de contaminação do documento e do ambiente, temperatura e umidade influenciam a adequação das condições de armazenamento. Nesse sentido, devem ser adotados procedimentos – como controle e verificação do tempo de vida útil e da estabilidade dos suportes – para prevenir danos aos documentos. É importante que os meios de acondicionamento sejam robustos e adequados ao formato e à quantidade de documentos. As áreas de depósito devem ter amplitude adequada, estabilidade de temperatura e de níveis de umidade, proteção contra sinistro, contaminação (isótopos radioativos, toxinas, mofo) e infestação de insetos ou micro-organismos. Os documentos digitais devem passar, periodicamente, pela troca de suporte, isto é, as informações contidas num suporte devem ser transferidas para outro. Essa técnica é denominada atualização (refreshing). Workflow Workflow é uma tecnologia vocacionada para a automação de processos de trabalho. Este sistema permite que vários utilizadores interajam entre si através em um fluxo de trabalho computorizado e pré-definido, melhorando os processos da instituição por meio da realização de tarefas de forma coordenada e sequencial. Os colaboradores terão a possibilidade de acompanhar a tramitação dos documentos e o desenvolvimento das ações entre os vários participantes do fluxo, o que contribuirá para a melhoria na realização das atividades, a identificação dos gargalos, o controle dos prazos e o ganho de qualidade ao produto final. O workflow permite a execução de processos de forma estruturada e isso aumenta a confiança na realização das tarefas e elimina incertezas na tramitação dos documentos. Destaca-se uma série de vantagens na automação dos fluxos de trabalho: O Workflow permite a gestão dos processos de negócio em uma instituição, levando os dados corretos, às pessoas adequadas e no momento oportuno. Os documentos, informações e atividades são passadas de um participante para outro para que estes desenvolvam ações respeitando um conjunto de regras procedimentais e fluxos previamente estabelecidos. V A N T A G E N S D O W O R K F L O W Possibilidade de acesso remoto por parte dos participantes do grupo. Rapidez na pesquisa de informações armazenadas. Informações dos responsáveis por cada atividade do processo sempre atualizadas. Conhecimento do status do processo a cada instante, possibilitando saber quais os participantes estão atuando, quais são os próximos a atuar, e quando, etc. Coordenação e execução das atividades automaticamente com o uso de agendas e trocas de mensagens eletrônicas com os participantes. Armazenamento das regras e procedimentos. Diminuição da necessidade circulação de documentos em papel e tramitação automática dos documentos. Redução do espaço de armazenamento de informações Divisão coordenada do trabalho. Padronização e melhoria dos processos. Realização das tarefas de acordo com regras pré-estabelecidas. Redução dos erros, custos e tempo de cada atividade. Eficiência melhorada. A automação de processos de negócios resulta na eliminação de muitos passos desnecessários e na obtenção de processos mais eficientes e simples. Controle das atividades do processo – monitoramento constante com emissão de alertas automáticos. Suporte à tomada de decisões. Qualidade no produto final e a consequente melhoria no atendimento ao cliente. Preservação Digital No final do século XX, a necessidade da implantação de programas de gestão arquivística de documentos foi reforçada pela produçãocrescente de documentos arquivísticos exclusivamente em formato digital – textos, mensagens de correio eletrônico, bases de dados, planilhas, imagens, gravações sonoras, material gráfico, páginas da web, etc. Diante da crescente utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação na produção de documentos arquivísticos, tona-se fundamental a preocupação com a preservação dos documentos digitais gerados, uma vez que eles são bastante ameaçados pela fragilidade do suporte e pela obsolescência tecnológica. As instituições precisam definir e implementar uma política de preservação digital, pois é esta que vai possibilitar a preservação dos documentos digitais produzidos. Por outro lado, sua inexistência terá como consequência a perda do acervo ao longo do tempo, tendo em vista que a ausência de normas, padrões, modelos, ambientes e procedimentos deixará os profissionais sem uma diretriz institucional a ser seguida nos momentos críticos. Os documentos arquivísticos têm de se manter acessíveis e utilizáveis pelo tempo que for necessário, garantindo-se sua longevidade, funcionalidade e acesso contínuo. Devem ser asseguradas as características dos documentos, tais como autenticidade e acessibilidade, pela adoção de estratégias institucionais e técnicas proativas de produção e preservação que garantam sua perenidade. O documento digital apresenta especificidades que podem comprometer sua autenticidade, uma vez que é suscetível à degradação física dos seus suportes, à obsolescência tecnológica de hardware, software e de formatos, e a intervenções não autorizadas, que podem ocasionar adulteração e destruição. Para os documentos digitais, o foco da preservação é a manutenção do acesso, que pode implicar mudança de suporte e formato, bem como atualização do ambiente tecnológico. A fragilidade do suporte digital e a obsolescência tecnológica de hardware, software e formato exigem intervenções periódicas. ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS Prevenção da obsolescência tecnológica e de danos físicos ao suporte, por meio de procedimentos de migração, como atualização (refreshing) e conversão. Emulação Encapsulamento Preservação da tecnologia Adoção de formatos digitais abertos configura-se, adicionalmente, como medida de preservação recomendável e necessária. Documentar os procedimentos e as estruturas de metadados Hardware O hardware é um dos elementos básicos do documento digital sem o qual o documento não poderá ser visualizado. Tendo em vista seu nível de importância neste contexto, o hardware utilizado para a produção, gestão e preservação deve ser escolhido de forma absolutamente criteriosa (evitando dependência a equipamentos específicos), pois a partir do momento em que escolhemos um tipo muito específico e raro, a instituição poderá ficar “refém” de determinada tecnologia ou fabricante. A obsolescência tecnológica do hardware é outro grande problema que deve ser levando em consideração quando se pensa em preservação digital de longo prazo, pois há o risco de perda da documentação digital simplesmente por não haver mais peças ou mão-de-obra para a manutenção do equipamento. Desta forma, em algum momento será imprescindível a migração da tecnologia dos documentos digitais. Quando da aquisição dos hardwares, os responsáveis pela compra devem observar se a tecnologia que está sendo adquirida é compatível com a de diversos fornecedores, com padrões internacionais e com arquitetura aberta. Isso garantirá o acesso à informação sem interferência direta do fabricante. É recomendado o uso de tecnologias consolidadas, confiáveis e compatibilizadas pelo mercado. Software Assim como acontece com o hardware, as instituições devem evitar dependência a softwares específicos e de padrão fechado, tendo em vista que a dependência tecnológica e de fabricante é absolutamente desaconselhável. A utilização de softwares com padrões abertos tem sido uma das alternativas para a conquista da independência em relação à fabricante específico. Os padrões abertos permitem um domínio maior sobre a tecnologia utilizada e sobre a documentação gerada. A estabilidade no mercado também é fundamental, pois pode evitar a perda de acesso aos documentos em virtude da descontinuidade do produto. Nesse sentido, é aconselhável o uso de tecnologias consolidadas, confiáveis e compatibilizadas pelo mercado. Migração Conjunto de procedimentos e técnicas para assegurar a capacidade de os objetos digitais serem acessados face às mudanças tecnológicas. A MIGRAÇÃO CONSISTE NA... Transferência de um objeto digital de um suporte que está se tornando obsoleto, fisicamente deteriorado ou instável para um suporte mais novo. Transferência de um objeto digital de um formato obsoleto para um formato mais atual ou padronizado. Transferência de um objeto digital de uma plataforma computacional em vias de descontinuidade para uma outra mais moderna. Os hardwares são considerados frágeis quando comparados aos suportes convencionais e sua degradação acontece com muita rapidez. Problemas com a manipulação, a frequência de acesso e os defeitos de fabricação podem afetar a confiabilidade do suporte, diminuindo sua vida útil. Sendo o software um elemento primordial para a visualização do documento digital, sua escolha deve ser bastante criteriosa. Assim como os hardwares, eles também sofrem com a rápida obsolescência, o que torna obrigatória a adoção de uma política consistente da migração das informações. A rápida obsolescência dos hardwares e softwares deve ser considerada quando o assunto é preservação digital. É preciso que se garanta a leitura do documento digital armazenado sem maiores embaraços. Além da obsolescência, a fragilidade do suporte digital também deve ser considerada quando da elaboração de uma política de migração, pois os suportes digitais são frágeis e devem ter seu tempo de vida útil estimado para que não exista o risco de perda de documentação digital por degradação da mídia. Para que a instituição possa assegurar a preservação dos documentos digitais, a acessibilidade futura e a autenticidade, os padrões de formatos dos documentos digitais devem ser rigorosamente planejados e implementados, tanto para a captura de documentos através de equipamentos de digitalização, como para os documentos que já nasceram em meio digital. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DOS PADRÕES DE FORMATOS FORMATOS ABERTOS Possibilitar a independência do ambiente computacional (hardware e software). ACESSIBILIDADE Garantir o acesso ao documento, adotando padrões de formatos abertos popularmente utilizados e que não necessitam de um software proprietário para seu acesso. ESTABILIDADE Adotar formatos estáveis que permitam a atualização de versões e garantam a compatibilidade. SUPORTE A METADADOS Alguns formatos incluem campos de metadados que serão importantes para a preservação e acessibilidade do documento a longo prazo. ESPECIFICIDADE DO FORMATO Deve-se definir bem o conjunto de características de cada formato selecionado, evitando formatos não especificados, pois quanto mais complexo o formato, maior o nível de controle e preservação. Os suportes e os formatos dos documentos digitais não duram para sempre, ficando suscetíveis à obsolescência tecnológica, à fragilidade e à perda de confiabilidade. A migração dependerá de análises periódicas dos formatos,suportes e confiabilidade dos documentos digitais, pois a partir do momento em que for identificado que o suporte ou formato está ficando obsoleto é necessário fazer a seleção criteriosa de novos formatos e suportes. INTEROPERABILIDADE Deve-se garantir a interação de documentos digitais entre diferentes sistemas tecnológicos. AUTENTICIDADE O formato deve preservar os dados, a estrutura do documento e toda a informação contextual. PROCESSABILIDADE É a capacidade de processamento (edição) do documento. É necessário manter uma versão processável. APRESENTAÇÃO O formato deve manter as características inerentes à apresentação do documento digital, pois pode ter valor significativo para a informação; portanto, a preservação de suas fontes, cores e lay-outs deve ser considerada. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DOS PADRÕES DE SUPORTES COMPATIBILIDADE Ser compatível com as diversas tecnologias disponíveis no mercado. ESTABILIDADE Adotar suportes estáveis, que permitam atualizações e garantam a compatibilidade. ACESSIBILIDADE Suporte que possa ser comprado sem dificuldade de vários fabricantes, marcas e modelos. CONFIABILIDADE Ser confiável de forma a garantir o armazenamento e acesso da informação por longos períodos de tempo. Deve ser verificada periodicamente, pois o frágil suporte digital sofre degradação física, o que pode colocar em risco a documentação digital. QUALIDADE Ser constituído por matéria-prima de boa qualidade, ter um processo de produção confiável e ter sua marca reconhecida pelo mercado. CAPACIDADE Ser compatível com a quantidade de informação a ser armazenada. Backup Backup é a cópia de dados de um dispositivo para o outro com o objetivo de recuperá- los no caso de perda dos originais por motivo de pane, sinistro ou desgaste nos equipamentos. A política de backup é o primeiro passo para a preservação dos documentos digitais, pois garante de forma íntegra e confiável a restauração dos documentos digitais, sistemas informatizados e bases de dados. O backup é considerado um dos pilares da segurança e confiabilidade da informação e é uma ferramenta obrigatória para todas as áreas de informática. Sua ausência pode causar sérios danos ao acervo digital quando da ocorrência de falhas em equipamentos, sistemas e no próprio suporte de armazenamento. As instituições devem fazer o backup da documentação digital e providenciar para que o backup e os arquivos originais fiquem alocados em prédios distintos. Essa ação evitará a perda integral da documentação em caso de catástrofes (incêndio, roubo, alagamentos, etc.). É considerado um erro grave manter todo o acervo digital armazenado em um único espaço físico. Contudo, há que se ressaltar que o ambiente de replicação deve ter no mínimo o mesmo nível de segurança dos depósitos digitais principais. ELEMENTOS PARA DEFINIÇÃO DA POLÍTICA DE BACKUP EQUIPE RESPONSÁVEL Definição da equipe responsável pela elaboração, implementação, revisão e manutenção das rotinas de backup. ACERVO DIGITAL Definição de todo o conteúdo que fará parte da política de backup. NORMAS E PROCEDIMENTOS Elaboração de normas e procedimentos técnicos para a realização, manutenção da confiabilidade e recuperação do backup. CONSCIENTIZAÇÃO DO USUÁRIO Programa de conscientização dos usuários em relação à importância de respeitar as regras estabelecidas. IMPLEMENTAÇÃO Colocação em prática de todas as regras e normas estabelecidas pela política de backup. REVISÃO PERIÓDICA Revisão da política levando em consideração adaptações, a realidade da empresa, os acervos e evolução tecnológica. As instituições devem definir uma periodicidade para o armazenamento das cópias, um nível de confiabilidade, um nível de segurança e uma forma de recuperação dos depósitos digitais casa haja algum tipo de problema. Lixo digital Devido à proliferação da documentação em formato digital nos últimos anos, uma grande quantidade de lixo digital (documento desprovido de valor) está sendo armazenada nos servidores, microcomputadores e mídias em geral. O lixo digital pode sobrecarregar os servidores de armazenamento, de forma a colocar em risco a performance, a rede informatizada e a confiabilidade dos dados. Autenticidade dos documentos digitais A garantia da autenticidade dos documentos digitais, desde o momento da sua produção até sua destinação final (eliminação ou guarda permanente), é fundamental para a qualidade da documentação digital a ser preservada. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A GARANTIA DA AUTENTICIDADE TRILHA DE AUDITORIA Conjunto de informações registradas que permite o rastreamento de intervenções ou tentativas de intervenções feitas no documento arquivístico digital ou no sistema computacional. A trilha de auditoria deve registrar o movimento e o uso dos documentos arquivísticos dentro de um sistema, informando quem operou, a data e a hora, e as ações realizadas, contribuindo para: • identificar os autores de cada operação realizada nos documentos; • prevenir a perda de documentos; • monitorar todas as operações realizadas no sistema; • garantir a segurança e a integridade do sistema. No caso de procedimentos que exijam prazo a ser cumprido pelo órgão Assim como funciona para os documentos em suportes convencionais, a eliminação dos documentos arquivísticos digitais deve contar com a participação de arquivistas e com o uso da Tabela de Temporalidade de Documentos, que assegurará a eliminação dos documentos desprovidos de valor (primário e secundário) e resguardará os documentos de valor histórico (valor secundário). ou entidade, devem ser implementadas ações de rastreamento, de forma a: • determinar os passos a serem dados em resposta às atividades ou ações registradas no documento; • atribuir a uma pessoa a responsabilidade por cada ação; • registrar a data em que uma ação deve ser executada e a data em que ocorreu. CONTROLE DE ACESSO Deve limitar ou autorizar o acesso ao acervo digital por usuário e/ou grupos de usuários. O controle de acesso deve garantir, no mínimo, as seguintes funções: • restrição de acesso aos documentos; • exibição dos documentos, criptografados ou não, e dos metadados somente aos usuários autorizados; • uso e intervenção nos documentos somente pelos usuários autorizados. Os documentos também devem ser analisados com relação às precauções de segurança, ou seja, se são considerados ostensivos ou sigilosos. METADADOS DE PRESERVAÇÃO Deve garantir a preservação das informações funcionais sobre o documento digital, possibilitando o entendimento da tecnologia utilizada na sua produção e manutenção, assim como todo o seu histórico de acesso, migrações, rejuvenescimento, mídias, sistemas, etc. EXPOSIÇÃO MÍNIMA DO DOCUMENTO DIGITAL O acervo deve ser acessado somente quando necessário. FERRAMENTAS DE MIGRAÇÃO O estabelecimento de rotinas de rejuvenescimento e rotinas de migração devem levar em consideração o hardware, o software e os sistemas informatizados. Devem garantir a compatibilização da tecnologia legada para a tecnologia alvo da migração e a autenticidade dos documentos digitais migrados. Glossário A Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos, elaborou um glossário que se atém aos termos da Tecnologia da Informação e aos da Arquivologia relacionados a gestão e preservação de documentos digitais. Acervo - Totalidade dos documentos de uma entidade produtora ou de uma entidade custodiadora. Acessibilidade - Facilidadeno acesso ao conteúdo e ao significado de um objeto digital. Acesso - Direito, oportunidade ou meios de encontrar, recuperar e usar a informação. Anexo - Um objeto digital que segue junto com uma mensagem de correio eletrônico ou um fluxo de trabalho. Anotação - Informação acrescentada ao documento arquivístico após sua produção. Exemplo: “Urgente”, “arquive-se”, número do protocolo, código de classificação, temporalidade, data, hora e local da transmissão, indicação de anexos e outros. Armazenamento - Guarda de documentos digitais em dispositivos de memória não volátil. Arquivamento - 1. Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à guarda ordenada de documentos. 2. Ação pela qual uma autoridade determina a guarda de um documento, cessada a sua tramitação. Arquivo - 1. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. 2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e o acesso a documento arquivístico. Arquivo digital - Conjunto de bits que formam uma unidade lógica interpretável por um programa de computador e armazenada em suporte apropriado. Assinatura digital - Modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática, que utiliza algoritmos de criptografia e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento. Os atributos da assinatura digital são: a) ser única para cada documento, mesmo que o signatário seja o mesmo; b) comprovar a autoria do documento digital; c) possibilitar a verificação da integridade; d) assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento digital, uma vez que, a princípio, o emitente é a única pessoa que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura. Assinatura eletrônica - Geração, por computador, de qualquer símbolo ou série de símbolos executados, adotados ou autorizados por um indivíduo para ser o laço legalmente equivalente à assinatura manual do indivíduo. Atualização de suporte - Técnica de migração que consiste em copiar os dados de um suporte para outro, sem mudar sua codificação, para evitar perdas de dados provocadas por deterioração do suporte. Autenticação - Declaração de que um documento original é autêntico – ou que uma cópia reproduz fielmente o original – feita por uma pessoa jurídica com autoridade para tal (servidor público, notário, autoridade certificadora) num determinado momento. Autenticidade - Credibilidade de um documento enquanto documento, isto é, a qualidade de um documento ser o que diz ser e que está livre de adulteração ou qualquer outro tipo de corrupção. Autoridade certificadora (AC) - Organização que emite certificados digitais obedecendo às práticas definidas na Infra-estrutura de Chaves Públicas – ICP. Autoridade de registro (AR) - Organização que distribui certificados digitais aos usuários finais, mediante processo de identificação estabelecido nas práticas definidas na Infra-estrutura de Chaves- Públicas – ICP. Avaliação - Processo de análise de documentos arquivísticos que estabelece seus prazos de guarda e sua destinação, de acordo com os valores que lhes são atribuídos. Banco de dados - 1. Ambiente computacional composto por: a) dados estruturados em bases de dados relacionadas entre si, segundo um modelo de dados; b) regras que definem as operações válidas sobre os dados e garantem sua integridade. 2. Sistema Gerenciador de Banco de Dados – SGBD: software que implementa o banco de dados e permite a realização de operações de manipulação de dados (inclusão, alteração, exclusão, consulta) e administrativas (gestão de usuários, cópia e restauração de dados, alterações no modelo de dados). Base de dados - Conjunto de dados estruturados, com as respectivas regras de acesso, formatação e validação, e gerenciados por um Sistema Gerenciador de Banco de Dados – SGBD. Cadeia de preservação - Sistema de controles que se estende por todo o ciclo de vida dos documentos, a fim de assegurar sua autenticidade ao longo do tempo. Captura - Incorporação de um documento ao sistema de gestão arquivística, por meio do registro, classificação e arquivamento. Carimbo digital de tempo - Código binário, incorporado a um documento, que registra a data e a hora em que ocorreu um evento, tal como produção, recebimento, leitura, modificação ou eliminação. É uma forma de autenticação do documento. Certificação digital - Atividade de reconhecimento em meio eletrônico que se caracteriza pelo estabelecimento de uma relação única, exclusiva e intransferível entre uma chave de criptografia e uma pessoa física, jurídica, máquina ou aplicação. Esse reconhecimento é inserido em um certificado digital por uma autoridade certificadora. Certificado de autenticidade - Declaração de autenticidade das reproduções dos documentos arquivísticos digitais emitida pela instituição responsável por sua preservação. Certificado digital - Conjunto de dados de computador, gerados por uma autoridade certificadora, que se destina a registrar, de forma única, exclusiva e intransferível, a relação existente entre uma chave de criptografia e uma pessoa física, jurídica, máquina ou aplicação. Chave privada - Chave matemática formada por uma sequência de dígitos, usada para criptografia assimétrica e criada em conjunto com a chave pública correspondente que deve ser mantida em segredo pelo portador. Usada para assinar digitalmente documentos, bem como para decifrar aqueles criptografados com a chave pública correspondente. Chave pública - Chave matemática formada por uma sequência de dígitos, usada para criptografia assimétrica, criada em conjunto com a chave privada correspondente, disponibilizada publicamente por certificado digital e utilizada para verificar assinaturas digitais. Também pode ser usada para criptografar mensagens ou arquivos a serem decifrados com a chave privada correspondente. Ciclo vital dos documentos - Sucessivas fases por que passam os documentos arquivísticos, da sua produção à guarda permanente ou eliminação. Classificação - 1. Análise e identificação do conteúdo de documentos, seleção da categoria de assunto sob a qual sejam recuperados, podendo-se-lhes atribuir códigos. 2. Atribuição a documentos, ou às informações neles contidas, de graus de sigilo, conforme legislação específica. Também chamada “classificação de segurança”. Código de classificação - Conjunto de símbolos, normalmente letras e/ou números, derivado de um plano de classificação. Completeza - Atributo de um documento arquivístico que se refere à presença de todos os elementos intrínsecos e extrínsecos exigidos pela organização produtora e pelo sistema jurídico- administrativo a que pertence, de maneira a ser capaz de gerar consequências. Componente digital - Objeto digital que é parte de um ou mais documentos digitais, e os metadados necessários para ordenar, estruturar ou manifestar seu conteúdo e forma, que requer determinadas ações de preservação. Confiabilidade - Credibilidade de um documento arquivístico enquanto uma afirmação do fato. Existe quando um documento arquivístico pode sustentar o fato ao qual se refere, e é estabelecida pelo exame da completeza, da forma do documento e do grau de controle exercido no processo de sua produção. Contexto - Ambiente em que ocorre a ação registrada no documento. Na análise do contexto de um documento arquivístico, o foco deixa de ser o documento em si e passa a abranger toda a estrutura que o envolve, ou seja, seu contexto documental, jurídico-administrativo, de procedimentos, de proveniência e tecnológico.Contexto de procedimentos - Refere-se a normas internas que regulam a produção, tramitação, uso e arquivamento dos documentos da instituição. Contexto de proveniência - Refere-se a organogramas, regimentos e regulamentos internos que identificam a instituição produtora de documentos. Contexto documental - Refere-se a código de classificação, guias, índices e outros instrumentos que situam o documento dentro do conjunto a que pertence, ou seja, do fundo. Ver também: Contexto; contexto jurídico-administrativo; contexto de procedimentos; contexto de proveniência; contexto tecnológico. Contexto jurídico-administrativo - Refere-se a leis e normas externas à instituição produtora de documentos as quais controlam a condução das atividades dessa mesma instituição. Contexto tecnológico - Refere-se ao ambiente tecnológico (hardware, software e padrões) que envolve o documento. Controle de versão - Conjunto de operações que permite gerenciar as versões de um documento arquivístico digital. Conversão - Técnica de migração que pode se configurar de diversas formas, tais como: a) conversão de dados: mudança de um formato para outro; b) conversão de sistema computacional: mudança do modelo de computador e de seus periféricos. Correio eletrônico - Sistema usado para criar, transmitir e receber mensagem eletrônica e outros documentos digitais por meio de rede de computadores. Credencial de segurança - Um ou vários atributos associados a um usuário que definem as categorias de segurança segundo as quais o acesso é concedido. Criptografia - Método de codificação de dados segundo algoritmo específico e chave secreta, de forma que somente os usuários autorizados possam restabelecer sua forma original. Criptografia assimétrica - Método de criptografia que utiliza um par de chaves diferentes entre si que se relacionam matematicamente por meio de um algoritmo, de forma que o texto cifrado por uma chave apenas seja decifrado pela outra do mesmo par. As duas chaves envolvidas na criptografia assimétrica são denominadas chave pública e chave. Criptografia simétrica - Método de criptografia que utiliza uma chave simétrica, de forma que o texto seja cifrado e decifrado com esta mesma chave. Custódia - Responsabilidade jurídica de guarda e proteção de arquivos, independentemente de vínculo de propriedade. Dado - Representação de todo e qualquer elemento de conteúdo cognitivo, passível de ser comunicada, processada e interpretada de forma manual ou automática. Descrição - Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos arquivísticos para elaboração de instrumentos de pesquisa. Destinação - Decisão, com base na avaliação, quanto ao encaminhamento dos documentos para a guarda permanente ou eliminação. Digitalização - Processo de conversão de um documento para o formato digital, por meio de dispositivo apropriado. Documento - Unidade de registro de informações, qualquer que seja o formato ou o suporte. Documento arquivístico - Documento produzido (elaborado ou recebido), no curso de uma atividade prática, como instrumento ou resultado de tal atividade, e retido para ação ou referência. Documento arquivístico digital - Documento digital reconhecido e tratado como um documento arquivístico. Documento arquivístico eletrônico - Documento eletrônico reconhecido e tratado como um documento arquivístico. Documento digital - Informação registrada, codificada em dígitos binários, acessível e interpretável por meio de sistema computacional. Informação registrada, codificada em forma analógica ou em dígitos binários, acessível e interpretável por meio de um equipamento eletrônico. DOI - Sistema para identificação persistente de objetos digitais em redes, bem como para o intercâmbio de informações sobre propriedade intelectual desses objetos. Dossiê - Conjunto de documentos, relacionados entre si por ação, evento, pessoa, lugar e/ou projeto, que constitui uma unidade. Dossiê híbrido - Dossiê constituído por documentos digitais e não digitais. Elemento extrínseco - Atributo que caracteriza a forma externa do documento arquivístico. Por exemplo: tipo, cor e tamanho da letra; apresentação (textual,gráfico, sonoro ou multimídia); selo, logomarca; assinatura digital; links; e outros. Ver também: Documento arquivístico; elemento intrínseco. Elemento intrínseco - Atributo que caracteriza a forma interna do documento arquivístico. Exemplo: autor, destinatário, data, local, assinatura, assunto e outros. Ver também: Documento arquivístico; elemento extrínseco. Eliminação - Destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor para a guarda permanente. Emulação - Estratégia de preservação digital que se baseia na utilização de recursos computacionais para fazer uma tecnologia atual funcionar com as características de uma obsoleta, aceitando as mesmas entradas e produzindo as mesmas saídas. Endereço de correio eletrônico - Nome único de uma caixa postal eletrônica, de uma pessoa, grupo ou organização, associado a um serviço de correio eletrônico. É formado por um identificador (nome, apelido, sigla ou código), um sinal “@” e o domínio do provedor do serviço. Exportação - Processo de transferência de dados de um sistema informatizado para outro, podendo haver uma conversão. Formato de arquivo - Especificação de regras e padrões descritos formalmente para a interpretação dos bits constituintes de um arquivo digital. Pode ser: a) aberto – quando as especificações são públicas (por exemplo: XML, HTML, ODF, RTF, TXT, PNG); b) fechado – quando as especificações não são divulgadas pelo proprietário (por exemplo: DOC); c) proprietário – quando as especificações são definidas por uma empresa que mantém seus direitos, sendo seu uso gratuito ou não (por exemplo: PDF, JPEG, DOC e GIF); d) padronizado – quando as especificações são produzidas por um organismo de normalização, sendo os formatos abertos e não proprietários (por exemplo: XML, PDF/A). Gestão arquivística de documentos - Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos arquivísticos em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Grau de sigilo - Gradação de sigilo atribuída a um documento ou parte dele, em razão da natureza de seu conteúdo e com o objetivo de limitar sua divulgação a quem tem necessidade de conhecê-lo. Hardware - Conjunto dos componentes físicos necessários à operação de um sistema computacional. Hipertexto - Forma de estruturação de documentos que permite a leitura por meio de enlaces (hyperlinks) que possibilitam a conexão direta entre os diversos itens de um documento e/ou deste para outros. Hipermídia - Ampliação do conceito de hipertexto segundo a qual vários meios de armazenamento e transmissão de informação são integrados através de enlaces (hyperlinks), permitindo a utilização simultânea de sons, imagens estáticas e em movimento, e textos. Identificador único - Código gerado automaticamente que identifica o dossiê, o processo ou o item documental de maneira a distingui-los dos demais. Informação - Elemento referencial, noção, idéia ou mensagem contidos num documento. Infra-estrutura de chaves públicas (ICP) - Conjunto de técnicas, práticas e procedimentos que estabelecem os fundamentos técnicos e metodológicos de um sistema de certificação digital baseado em chave pública. Normalmente, é composto por uma cadeia de autoridades certificadoras formada pela autoridade certificadora raiz – AC Raiz, pelas demais autoridades certificadoras – AC e pelas autoridades de registro– AR. Integridade - Estado dos documentos que se encontram completos e que não sofreram nenhum tipo de corrupção ou alteração não autorizada nem documentada. Marca-d'água digital - Marcas d’água servem para marcar uma imagem digital com informação sobre a sua proveniência e características e são utilizadas para proteger a propriedade intelectual. As marcas d’água sobrepõem, no mapa de bits de uma imagem, um desenho complexo, visível ou invisível, o qual só pode ser suprimido mediante a utilização de um algoritmo e uma chave protegida. Mensagem eletrônica - Documento digital produzido ou recebido via um sistema de correio eletrônico, incluindo anexos que possam ser transmitidos com a mensagem. Metadados - Dados estruturados que descrevem e permitem encontrar, gerenciar, compreender e/ou preservar documentos arquivísticos ao longo do tempo. Migração - Conjunto de procedimentos e técnicas para assegurar a capacidade de os objetos digitais serem acessados face às mudanças tecnológicas. A migração consiste na transferência de um objeto digital: a) de um suporte que está se tornando obsoleto, fisicamente deteriorado ou instável para um suporte mais novo; b) de um formato obsoleto para um formato mais atual ou padronizado; c) de uma plataforma computacional em vias de descontinuidade para uma outra mais moderna. A migração pode ocorrer por conversão, por atualização ou por reformatação. Minuta - Versão preliminar de documento sujeita à aprovação. Objeto digital - Conjunto de uma ou mais cadeias de bits que registram o conteúdo do objeto e de seus metadados associados. A anatomia do objeto digital é percebida em três níveis: a) nível físico – refere-se ao objeto digital enquanto fenômeno físico que registra as codificações lógicas dos bits nos suportes (por exemplo: no suporte magnético, o objeto físico é a sequência do estado de polaridades – negativa e positiva – e, nos suportes ópticos, é a sequência de estados de translucidez – transparência e opacidade); b) nível lógico – refere-se ao objeto digital enquanto conjunto de sequências de bits, que constitui a base dos objetos conceituais; c) nível conceitual – refere-se ao objeto digital que se apresenta de maneira compreensível para o usuário, por exemplo, o documento visualizado na tela do computador. OCR - Técnica de conversão de um objeto digital do formato de imagem para o formato textual, de forma a permitir, por exemplo, edição e pesquisa no conteúdo do texto. Organicidade - Atributo de um acervo documental decorrente da existência de relação orgânica entre seus documentos. Essencial para que um determinado conjunto de documentos seja considerado um arquivo. Original - Primeiro documento completo e efetivo. Patrimônio digital – Conjunto de objetos digitais que possuem valor suficiente para serem conservados, a fim de que possam ser consultados e utilizados no futuro. Plano de classificação - Esquema de distribuição de documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento específicos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e da análise do arquivo por ela produzido. Expressão geralmente adotada em arquivos correntes. Preservação digital - Conjunto de ações gerenciais e técnicas exigidas para superar as mudanças tecnológicas e a fragilidade dos suportes, garantindo o acesso e a interpretação de documentos digitais pelo tempo que for necessário. Processo - Conjunto de documentos oficialmente reunidos no decurso de uma ação administrativa ou judicial, que constitui uma unidade. Processo híbrido - Processo constituído de documentos digitais e não digitais de natureza diversa, oficialmente reunidos no decurso de uma ação administrativa ou judicial, formando um conjunto conceitualmente indivisível. Produtor - Pessoa física ou jurídica que produz, recebe ou acumula documentos arquivísticos em função de seu mandato/missão, funções ou atividades. Programa de computador - Sequência lógica de instruções que o computador é capaz de executar para obter um resultado específico. Recolhimento - Entrada de documentos em arquivos permanentes. Recuperação da informação - Processo de pesquisa, localização e apresentação do documento em sistemas de informação. A pesquisa é feita por meio da formulação de estratégias de busca para identificação e localização de documentos e/ou seus metadados. A apresentação pode ser feita por meio de visualização em tela, impressão, leitura de dados de áudio e/ou vídeo. Reformatação - 1. Técnica de migração que consiste na mudança da forma de apresentação de um documento para fins de acesso ou manutenção dos dados, por exemplo: impressão ou transformação de documentos digitais em microfilme (tecnologia COM) ou transferência dos documentos de um sistema computacional para uma mídia móvel. Registro - Procedimento que formaliza a captura do documento arquivístico no sistema de gestão arquivística por meio da atribuição de um identificador único e de outros metadados (data, classificação, título etc.) que descrevem o documento. Relação orgânica - Vínculos que os documentos arquivísticos guardam entre si e que expressam as funções e atividades da pessoa ou organização que os produziu. Sistema de informação - Conjunto organizado de políticas, procedimentos, pessoas, equipamentos e programas computacionais que produzem, processam, armazenam e provêm acesso à informação. Sistema de gestão arquivística de documentos - Conjunto de procedimentos e operações técnicas cuja interação permite a eficiência e a eficácia da gestão arquivística de documentos. Sistema informatizado de gestão arquivística de documentos - Conjunto de procedimentos e operações técnicas característico do sistema de gestão arquivística de documentos, processado eletronicamente e aplicável em ambientes digitais ou em ambientes híbridos, isto é, em que existem documentos digitais e não digitais ao mesmo tempo. Suporte - Base física sobre a qual a informação é registrada. Tramitação - Curso do documento desde a sua produção ou recepção até o cumprimento de sua função administrativa. Também denominado de trâmite ou movimentação. Transferência - Passagem de documentos do arquivo corrente para o arquivo intermediário. Trilha de auditoria - Conjunto de informações registradas que permite o rastreamento de intervenções ou tentativas de intervenções feitas no documento arquivístico digital ou no sistema computacional. Valor primário - Valor atribuído a documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais e fiscais. Valor secundário - Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi originalmente produzido. Versão - Uma ou mais variantes de um mesmo documento. 25) PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS Primeiramente, é importante fazer uma distinção básica entre: Áreas de Armazenamento Todos os documentos devem ser armazenados em locais que apresentem condições ambientais apropriadas às suas necessidades de preservação, pelo prazo de guarda estabelecido em tabela de temporalidade e destinação. Áreas Externas A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por exemplo: INUNDAÇÕES MARGENS DE RIOS SUBSOLOS ÁREAS DE RISCO DE INCÊNDIOS ÁREAS COM ALTOS ÍNDICES DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA PROXIMIDADE COM O MARLOCAIS SUJEITOS A INUNDAÇÕES TERRENOS E SUBSOLOS ÚMIDOS ÁREAS DE INTENSO TRÁFEGO SUJEITAS À TREPIDAÇÃO RUÍDO POLUIÇÃO ÁREAS DE RISCO DE VENDAVAIS PRESERVAÇÃO: é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. Ex.: leis, campanhas, congressos, etc. CONSERVAÇÃO: é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e acondicionamento). RESTAURAÇÃO: é um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Áreas Internas As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de armazenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais. Nas áreas de depósito, os cuidados devem ser dirigidos a: CUIDADOS COM AS ÁREAS DE ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS A ÁREA DOS DEPÓSITOS NÃO DEVE EXCEDER A 200 M2 Os espaços menores e compactos são mais eficientes quanto à manutenção das condições ambientais, necessárias à preservação. A CONSTRUÇÃO SUBTERRÂNEA NÃO É RECOMENDADA As condições de umidade que, geralmente, apresentam os solos não são adequadas para a guarda de documentos. VENTILAÇÃO A ventilação dos ambientes de forma natural ou artificial com soluções de baixo custo deve ser estimulada, inclusive com a disposição adequada do mobiliário, de forma a facilitar o fluxo do ar. No edifício para arquivo, com vários serviços, a área destinada aos depósitos deve ser em torno de 60% da área construída. Da área restante, 15% deverão ser destinados aos trabalhos técnicos e administrativos e 25% para o público. É, também, importante prever o crescimento do acervo e a necessidade futura, dentro de um prazo médio de cinquenta anos, de ampliação das áreas de depósito. Depósitos especiais Para o armazenamento de fotografias, filmes, discos, registros eletrônicos, fitas de áudio e videomagnéticas são necessárias condições especiais de armazenamento, que irão influir nos requisitos arquitetônicos relativos à termoestabilidade, luminosidade e estática. Ou seja, os documentos especiais devem ser armazenados separadamente, de acordo com o seu suporte e suas especificidades, pois demandam parâmetros climáticos de preservação mais rigorosos. Fatores de deterioração Agentes de deterioração dos acervos são aqueles que levam os documentos a um estado de instabilidade física ou química, com comprometimento de sua integridade e existência. Eles são classificados em: fatores ambientais, fatores biológicos, intervenções impróprias, agentes biológicos, furtos e vandalismo. Fatores ambientais Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no ambiente físico do acervo: FATORES AMBIENTAIS Temperatura Umidade Radiação da luz Qualidade do ar Em um levantamento cuidadoso das condições de conservação dos documentos de um acervo, é possível identificar facilmente as consequências desses fatores, quando não controlados dentro de uma margem de valores aceitável. Condições Ambientais A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente dos raios ultravioleta. A adoção dos parâmetros recomendados de temperatura e de umidade exige, nos locais com climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de investimento em equipamentos, manutenção e energia. Temperatura e umidade relativa As condições adequadas de temperatura e de umidade relativa do ar são elementos vitais para prolongar a sobrevivência dos registros. Se os níveis de umidade relativa (UR) são muito baixos, aumenta-se o risco de quebra das fibras e esfarelamento dos materiais orgânicos fibrosos. Para pergaminhos e encadernações em couro a UR abaixo de 40% é perigosa e o papel, também, sofre abaixo desses níveis. Já na faixa de UR acima de 65% crescem micro-organismos e ocorrem reações químicas danosas. Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de micro-organismos, que aumentam as proporções dos danos. De acordo com o CONARQ, por meio da Recomendação para Construção de Arquivos, (2000, p. 14), o controle da temperatura e da umidade relativa do ar deve obedecer aos seguintes parâmetros: DOCUMENTOS EM SUPORTES TRADICIONAIS TEMPERATURA UMIDADE RELATIVA DO AR DOCUMENTOS EM SUPORTE- PAPEL 20° C com variação de ± 1°C Entre 45% e 55% com variação de ± 5% Importante!!! O controle da temperatura e da umidade relativa do ar deve estar relacionado. As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são muito mais nocivas do que os índices superiores aos considerados ideais, desde que estáveis e constantes. DOCUMENTOS ESPECIAIS TEMPERATURA UMIDADE RELATIVA DO AR FOTOGRAFIA EM PRETO E BRANCO 12° C com variação de ± 1° C 35% com variação de ± 5% FOTOGRAFIA COLORIDA 5° C com variação de ± 1° C 35% com variação de ± 5% FILMES 18° C com variação de ± 1° C 40% com variação de ± 5% REGISTROS MAGNÉTICOS E ÓPTICOS 18° C com variação de ± 1° C 40% com variação de ± 5% No caso de não existir a possibilidade de se instalar um sistema de climatização, a instalação de umidificadores, desumidificadores, exaustores e ventiladores pode surtir bons resultados. O sistema de climatização deve ser independente para as áreas de depósitos, pois devem atender às necessidades de preservação dos documentos ali armazenados e manter condições estáveis, exigindo que os equipamentos funcionem sem interrupção. Ele deve ficar em funcionamento durante as 24 horas do dia, tornando os custos iniciais de instalação e os de manutenção muito altos. Algumas instituições, por exemplo, só podem arcar com os custos de manter o sistema operando durante o horário de expediente, razão suficiente para contraindicar a sua adoção. O calor e a umidade contribuem significativamente para a destruição dos documentos, principalmente quando em suporte-papel. O calor acelera a deterioração e a umidade relativa alta proporciona as condições necessárias para desencadear intensas reações químicas nos materiais. Evidências de temperatura e umidade relativa altas são detectadas com a presença de colônias de fungos nos documentos, sejam estes em papel, couro, tecido ou outros materiais. Umidade relativa do ar e temperatura muito baixas transparecem em documentos distorcidos e ressecados. É importante destacar que parte dos acervos é formada por materiais higroscópicos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente e, portanto, se expandem e se contraem com as variações de temperatura e umidade relativa do ar. Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterioração e provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos, etc. Radiação da luz As radiaçõesluminosas podem causar sérios danos pelas reações físico-químicas que desencadeiam nos materiais. A radiação produz um efeito cumulativo. Isso quer dizer que o dano causado pela radiação se relaciona à intensidade e ao tempo de exposição. O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido e as tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos documentos textuais, dos iconográficos e das encadernações. O componente da luz que mais merece atenção é a radiação ultravioleta (UV). Ela é invisível e constitui a forma mais energética e destrutiva da luz, devendo, no que se refere à conservação de documentos, ser evitada ao máximo. Entretanto, as radiações visíveis também podem causar danos e, portanto, os níveis de luminosidade devem ser sempre controlados. A luz pode ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). Em áreas muito ensolaradas são necessárias A circulação do ar ambiente representa um fator bastante importante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade relativa elevadas. persianas ou outros recursos para reduzir a entrada da luz solar. Recomenda-se, especialmente, o uso de filtros contra a radiação ultravioleta invisível. Para o controle da radiação UV emitida pelas lâmpadas fluorescentes, recomenda-se o uso de filtros ou absorventes de radiação UV. O sistema de iluminação setorizado e controlado, que desliga a fonte de luz artificial após um período pré-determinado, reduz o tempo de exposição dos documentos às radiações. Não é permitido o uso de lâmpadas de mercúrio ou sódio, devido a sua intensa emissão de radiação ultravioleta. ALGUMAS MEDIDAS PODEM SER TOMADAS PARA PROTEÇÃO DOS ACERVOS CONTRA A RADIAÇÃO DA LUZ 1 As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que bloqueiem totalmente o sol. 2 Uso de filtros produzidos com filmes especiais também ajudam no controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas fluorescentes. Qualidade do ar Os poluentes são classificados como externos e internos. O ar dos centros urbanos e industriais contém uma grande diversidade de partículas e gases. As partículas que compõem a parte sólida dos poluentes são de dimensões microscópicas. Reúnem especialmente o pó, a fuligem e os esporos dos micro-organismos. Os gases formam os poluentes mais reativos e perigosos para os documentos, contribuindo pesadamente para a deterioração dos suportes. Os poluentes externos são, principalmente, o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o ozônio (O3). São gases que provocam reações químicas, com formação de ácidos que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais, pois possuem comprovada ação destrutiva. O papel fica quebradiço e descolorido, o couro perde a pele e deteriora. As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes, agem como abrasivos e desfiguram os documentos. A poeira é composta por partículas em suspensão que penetram nas fibras do papel. Quando este é manuseado faz-se sentir sua ação cortante. Os agentes poluentes, também, podem ter origem no próprio ambiente do acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, adesivos, tintas etc., que liberam gases prejudiciais à conservação de todos os materiais. Agentes biológicos Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fungos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condições ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os documentos. Para que atuem sobre os documentos e proliferem, necessitam de conforto ambiental e alimentação. O conforto ambiental para praticamente todos os seres vivos está basicamente na temperatura e umidade relativa elevadas, pouca circulação de ar, falta de higiene etc. POLUENTES DO AR Externos Sólidos Pó, fuligem e esporos Gases SO2, NO, NO2, e O3 Internos Vernizes, madeira, tintas, adesivos Os livros e documentos, além da celulose do papel, contêm proteínas e carboidratos sob forma de encolagem, adesivos, couros e outras substâncias orgânicas, que atraem insetos. Ambientes quentes e úmidos, escuros e mal ventilados favorecem a presença e o desenvolvimento de insetos. Fungos Os fungos representam um grupo grande de organismos que atuam em diferentes ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos acervos de arquivos, são mais comuns aqueles que vivem dos nutrientes encontrados nos documentos. Os fungos são organismos que se reproduzem através de esporos e de forma muito intensa e rápida dentro de determinadas condições. Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos, etc.. A umidade é fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de higiene. Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando o suporte, causam manchas de coloração diversas e intensas de difícil remoção. A proliferação se dá através dos esporos que, em circunstâncias propícias, se reproduzem de forma abundante e rápida. As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob controle de infestação de fungos são: MEDIDAS IMPORTANTES CONTRA OS FUNGOS 1 Estabelecer política de controle ambiental, principalmente, temperatura, umidade relativa e ar circulante, mantendo os índices o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações acentuadas. 2 Praticar a higienização tanto do local quanto dos documentos, com metodologia e técnicas adequadas. Bactérias Das bactérias que vivem sobre os livros, umas se alimentam da celulose, outras de substâncias colantes e outras, de substâncias de origem animal. As secreções que esses micro- organismos apresentam provocam as principais alterações nas matérias das publicações, degradação da celulose manchas de várias cores e intensidades. Roedores Habitantes frequentes dos velhos edifícios, os ratos exercem uma ação mecânica destrutiva sobre o papel que roem. A profilaxia se faz controlando a temperatura e a umidade relativa e realizando a higienização periódica do local. Baratas Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimentos. O ataque tem características bem próprias, revelando-se, principalmente, por perdas de superfície e manchas de excrementos. São atraídas pelos mesmos fatores já mencionados: temperatura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta de higiene no ambiente e no acervo. Brocas São insetos que causam danos imensos em acervos. Exigem vigilância constante, devido ao tipo de ataque que exercem. Os sintomas desse ataque são claros e inconfundíveis. Para combatê- lo se torna necessário conhecer sua natureza e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em 4 fases: ovos – larva – pupa – adulta. A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados, como, também, a madeira do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à base de celulose. As brocas precisam encontrar condições especiais que, como todos os outros agentes biológicos, são temperatura e umidade relativa elevadas, falta dear circulante e falta de higienização periódica no local e no acervo. A característica do ataque é o pó que se encontra na estante em contato com o documento. Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de cola, papel, etc.. Cupins Os cupins representam risco não só para os documentos como para o prédio em si. Vivem em sociedades muito bem organizadas, reproduzem-se em ninhos e a ação é devastadora onde quer que ataquem. Na grande maioria das vezes, sua presença só é detectada depois de terem causado grandes danos. Os cupins chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos, etc.. Os ninhos não precisam, obrigatoriamente, estar dentro dos edifícios das bibliotecas e arquivos. Podem estar a muitos metros de distância, inclusive, na base de árvores ou outros prédios. Da mesma forma que os outros agentes citados anteriormente, os cupins se instalam em ambientes com índices de temperatura e umidade relativa elevados, ausência de boa circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos documentos. A principal fonte alimentar dos cupins é a celulose, presente no papel, no tecido e na madeira. Quando de posse do documento eles não param enquanto não devoram todo o papel, deixando no fim uma massa onde antes havia páginas impressas. Traça Inseto de corpo mole, cor cinzenta e brilho prateado, reconhecido facilmente pelas antenas largas e pontiagudas. Foge da luz e se movimenta com rapidez. Come os materiais de origem vegetal, em particular o papel. Intervenções inadequadas nos acervos Chamamos de intervenções inadequadas todos os procedimentos de conservação que realizamos em um conjunto de documentos com o objetivo de interromper ou melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com a boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que resultam em danos ainda maiores. Nos acervos formados por livros, fotografias, documentos impressos, documentos manuscritos, mapas, plantas de arquitetura, obras de arte, etc., é preciso ver que, segundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas, pigmentos e estruturas completamente diferentes. Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conhecimento das características individuais dos documentos e dos materiais a serem empregados no processo de conservação. Todos os profissionais de arquivos devem ter noções básicas de conservação dos documentos com que lidam, seja para efetivamente executá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê-lo, controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conservação ajudam a manter equipes de controle ambiental, controle de infestações, higienização do ambiente e dos documentos, melhorando as condições do acervo. Pequenos reparos e acondicionamentos simples podem ser realizados por aqueles que tenham sido treinados nas técnicas e critérios básicos de intervenção. Problemas no manuseio de livros e documentos O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degradação muito frequente em qualquer tipo de acervo. O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento, sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas reproduções, na pesquisa pelo usuário, etc.. O suporte-papel tem uma resistência determinada pelo seu estado de conservação. Os critérios para higienização, por exemplo, devem ser formulados mediante avaliação do estado de degradação do documento. Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por mais que necessitem de limpeza, não podem ser manipulados durante um procedimento de higienização, porque o tratamento seria muito mais nocivo à sua integridade, que é o item mais importante a preservar. Furto e vandalismo Um volume muito grande de documentos em nossos acervos é vítima de furtos e vandalismo. A falta de segurança e nenhuma política de controle são a causa desse desastre. Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia. Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata muito tempo depois. É necessário implantar uma política de proteção, mesmo que seja através de um sistema de segurança simples. Critérios de intervenção para a estabilização de documentos Os documentos que sofrem algum tipo de dano apresentam um processo de deterioração que, progressivamente, vai levá-los a um estado de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe- se o processo através de intervenções que levam à estabilização do documento. Estabilizar um documento é, portanto, interromper um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus agregados, através de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabilizar por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterioração. Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é se nós somos capazes de executá- la. Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. Esse é o primeiro critério a seguir. Caso não nos julguemos com conhecimentos necessários, a solução é buscar algum especialista da área ou acondicionar o documento enquanto aguardamos o momento oportuno de intervir. Características gerais dos materiais empregados em conservação Nos projetos de conservação de acervos arquivísticos, é recomendado apenas o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes e duráveis. Suas características, em relação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. Os materiais não enquadrados nessa classificação não podem ser usados, pois apresentam problemas de instabilidade, reagem com o tempo e decompõem-se em outras substâncias que vão deteriorar os documentos com os quais estão em contato. Materiais com qualidade arquivística: papéis e cartões alcalinos, poliésteres inertes, adesivos alcalinos e reversíveis, papéis orientais, borrachas plásticas, etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os documentos como para acondicionamento. Higienização de documentos A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os documentos. Ela não é inócua e, quando conjugada a condições ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na manutenção de arquivos, razão por que é considerada a conservação preventiva por excelência. Limpeza de superfície O processo de limpeza de acervos de arquivos se restringe à limpeza de superfície, que é mecânica e feita a seco. A técnica é aplicada com o objetivo de reduzir a quantidade de poeira, partículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos ou outros depósitos de superfície. Nesse processo, não se usam solventes. A limpeza de superfície é uma etapa independente de qualquer tratamento mais intenso de conservação, porém, é sempre a primeira etapa a ser realizada. POR QUE LIMPAR??? 1 A sujidade escurece e desfigura o documento, prejudicando-o do ponto de vista estético. 2 As manchas ocorrem quando as partículas de poeira se umedecem, com a alta umidade relativa ou mesmo por ataque de água, e penetram rapidamente no papel. 3 A sujidade provoca a formação de manchas. 4 Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, portanto, extremamente nocivos ao papel. São rapidamente absorvidos, alterando seriamente o pH do papel. Materiais usados para limpeza de superfície A remoção da sujidade superficial (queestá solta sobre o documento) é feita através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam à técnica. PINCÉIS São muitos os tipos de pincéis utilizados na limpeza mecânica. Diferentes formas, tamanhos, qualidades e tipos de cerdas. FLANELA Serve para remover sujidade de encadernações. ASPIRADOR DE PÓ Sempre com proteção de bocal e com potência de sucção controlada. OUTROS MATERIAIS Bisturi, pinça, espátula, agulha, cotonete. Higienização de documentos de arquivo Materiais arquivísticos têm os seus suportes, geralmente, quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve, principalmente, ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições de armazenamento e o excesso de manuseio também contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos têm que ser higienizados com muito critério e cuidado. Limpeza do espaço físico – salas de acervo A limpeza do espaço físico abrange, especialmente, o piso, as estantes e os móveis. Piso – a forma mais eficiente e adequada de limpeza do piso é com aspirador de pó, pois remove a sujidade sem transferir parte da mesma para outras áreas. Qualquer tipo de solvente ou cera não é recomendado. Deve-se evitar, também, a água, pois sua interferência, por menor que seja, desequilibra a umidade relativa do ambiente. Normalmente, os arquivos funcionam em espaços não adequados, que apresentam elevado índice de umidade relativa do ar e temperatura. Toda a umidade residual que entrar no ambiente vai se transformar em vapor e, desta forma, fazer subir ainda mais o índice de umidade nas salas de acervo. Estantes – as estantes, também, podem ser limpas com aspirador de pó. Caso seja necessário remover a sujidade muito intensa (incrustada) da sua superfície pode ser usada uma solução de água + álcool a 50%, passada com pano muito bem torcido. Em seguida, passar outro pano seco. É preciso estar atento à umidade relativa do ar. Não devem ser utilizados produtos químicos, porque estes exalam vapores que, geralmente, são compostos de elementos de natureza ácida. As estantes mais adequadas são as de metal esmaltado. A madeira sem revestimento ou de fórmica não é recomendada, pois, em ambos os casos, há emissão de produtos voláteis ácidos. O mesmo tratamento se aplica aos móveis de madeira ou metal. Acondicionamento Os documentos devem ser acondicionados em invólucros apropriados, que assegurem sua preservação. A escolha deverá ser feita observando-se as características físicas e a natureza de cada suporte. As embalagens protegem os documentos contra a poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em casos de desastre. MATERIAIS MAIS UTILIZADOS EM AÇÕES DE ACONDICIONAMENTO Papéis e cartões neutros ou alcalinos das mais variadas gramaturas. Papelões de diversas gramaturas. Filmes de poliéster. Fita adesiva neutra. Tiras ou cadarços de algodão. Acondicionamento: ato ou efeito de embalar ou guardar documentos de forma apropriada à sua preservação e ao acesso. As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpeza, de forma a proteger os documentos. As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre superiores as dos documentos que irão abrigar. Todos os materiais usados para o acondicionamento de documentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afetem a preservação dos documentos. Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de preservação dos documentos. No caso de caixas não confeccionadas em cartão alcalino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis. Os acondicionamentos mais usados em acervos de arquivos são: caixas, envelopes, pastas, porta-fólios. Os papelões são empregados na construção de caixas, em quanto que os papéis e os cartões especiais são bastante utilizados para a confecção de folders e pastas. O poliéster é um material muito útil pela transparência, estabilidade e resistência, porém, tem uma propriedade física (a força eletrostática) que impede o seu contato direto com documentos que possuam suporte ou agregados (pigmentos, tintas, etc.) em estado precário de conservação. Tubos. Tecido. O acondicionamento tem por objetivo a proteção dos documentos que não se encontram em boas condições ou a proteção daqueles já tratados e recuperados, armazenando-os de forma segura. Para cumprir sua função, que é a de proteger contra danos, o acondicionamento deve ser confeccionado com material de qualidade arquivística e necessita ser projetado apropriadamente para o fim a que se destina. A qualidade arquivística é uma exigência necessária para o acondicionamento, pois esse material está em contato direto com os documentos. Numa medida adequada, deve-se realizar o seguinte processo: avaliar a natureza do documento, o tipo de suporte, o estado de conservação, as condições de uso, manuseio e o armazenamento ao qual deve ser submetido para, em seguida, definir o acondicionamento. Podemos concluir que o acondicionamento deve ser planejado com muito critério. Ele não consiste em apenas uma embalagem do documento, é parte do processo de conservação e preservação dos acervos. Armazenamento O armazenamento é o sistema que recebe o documento, acondicionado ou não, para ser guardado. Consiste no mobiliário das salas destinadas à guarda do acervo: estantes, arquivos e armários. Os móveis mais adequados são os de metal esmaltado. A madeira não revestida ou de fórmica não é recomendada, pois, em ambos os casos, há emissão de produtos voláteis ácidos. O mesmo tratamento se aplica aos móveis de madeira ou ferro. A preservação de documentos de arquivo, em qualquer suporte, depende dos procedimentos adotados em sua produção, tramitação, acondicionamento e armazenamento físico. Produção, Acesso, Manuseio e Transporte Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação. Alguns documentos, conforme as normas vigentes, deverão ser produzidos em formatos padronizados. Os documentos identificados nas tabelas de temporalidade e destinação como de valor permanente deverão ser produzidos em papéis com pH neutro ou alcalinos (básicos). - Os papéis das capas de processos devem ser alcalinos; - As presilhas devem ser em plástico ou metal não oxidável; - As práticas de grampear e de colar documentos devem ser evitadas; - Os dossiês, processos e volumes devem ser arquivados em pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas dimensões. Todos os documentos devem ser preservados em condições adequadas ao seu uso, pelos prazos de guarda estabelecidos nas tabelas de temporalidade e destinação de documentos. Armazenamento: ato ou efeito de guardar documentos em depósitos (local de guarda de documentos). O manuseio requer cuidados especiais, tanto pelostécnicos, durante o tratamento dos documentos, quanto pelos usuários, a saber: CUIDADOS NO MANUSEIO DE DOCUMENTOS Manusear os documentos originais com mãos limpas, de preferência fazendo uso de luvas. Utilizar guarda-pó ou bata de algodão. Utilizar máscaras. Utilizar, também, luvas (de preferência de algodão) e máscaras ao manusear fotografias, filmes, microfilmes, discos e suportes magnéticos e ópticos, considerando-se a fragilidade desses materiais e a necessidade de proteção dos usuários. Manusear documentos de grandes formatos (mapas, plantas, etc.) em mesas de grandes dimensões. De acordo com SANTOS (2008, p. 179, 180): A conservação de papel, negativos fotográficos, microformas, fitas magnéticas, discos de vinil, CD-ROM, transparências, slides é influenciada pelo próprio processo de fabricação (acidez, sedimentos depositados, colas, etc.), pelo uso de tintas (pretas, ferrogálicas, coloridas), exposição a níveis inadequados de umidade relativa do ar, temperatura, luminosidade, poluição atmosférica. Esses materiais podem sofrer ação de insetos, roedores e danos pela manipulação humana ou de equipamentos de leitura desregulados. Uso de papel reciclado para a produção de documentos de arquivo O papel reciclado é fabricado a partir do reaproveitamento do papel não funcional, descartado no lixo, gerando um novo produto, com características específicas, cujo uso tem-se intensificado recentemente. O papel reciclado, em geral, é fabricado com as fibras de celulose originárias de diversos tipos de papéis. No seu processo de produção são usados produtos químicos com o objetivo de remover diversas impurezas das fibras, como, por exemplo, adesivos, tintas e outros contaminantes, deixando as fibras de celulose muito mais curtas e fragilizadas do que normalmente são. As fibras de celulose recicladas dão origem a papéis com menor capacidade de resistência física, ou seja, que não possuem características físico-químicas exigidas para serem usados na produção de documentos de arquivo, os quais devem possuir estabilidade química e, consequentemente, ter longa duração. O papel para a produção de documentos arquivísticos deve ser isento de lignina apontada como um dos componentes das fibras da celulose responsável por sua deterioração, reduzindo assim sua durabilidade. PROBLEMAS DE DEGRADAÇÃO DE PAPÉIS RECICLADOS Escurecimento das folhas Desprendimento de fibras Acidificação e perda da informação Perda da resistência para suportar ações repetidas. Portanto, os papéis reciclados produzidos no Brasil (com fibras curtas) não são recomendados para a produção de documentos arquivísticos, tendo em vista sua reprovação em testes realizados para verificar suas qualidades físico-químicas. Estes papéis também não possuem características adequadas para serem utilizados na confecção de invólucros primários para a guarda de documentos, devido à presença de lignina nas suas fibras. A relação entre custo e benefício dos papéis reciclados a serem adquiridos e usados na produção de documentos de arquivo e correlatos deve ser medida e avaliada, considerando que a possível economia de hoje pode representar um gasto elevado no futuro com sua conservação- restauração. Portanto, o uso do papel de baixa qualidade prejudicará a preservação da informação nesse suporte. Sendo assim, é recomendável utilizar papéis de qualidade na elaboração de documentos de arquivo e correlatos. Principais atividades de conservação Desinfestação É o processo de destruição ou inibição da atividade de insetos. O método de combate aos insetos mais eficiente é a fumigação. A substância química a ser empregada nesse processo deve passar por testes de garantia da integridade do papel e da tinta sob sua ação. Existem câmaras especiais para a fumigação (autoclave). O processo consiste em introduzir os documentos na câmara, onde se faz o vácuo, aplica-se o produto químico e submetem-se os documentos à ação do fumigante pelo prazo de 48 a 72 horas, aproximadamente. Em seguida repete-se o vácuo, insufla-se o ar e retiram-se os documentos. Com a fumigação os insetos adultos, larvas e ovos são completamente destruídos. Congelamento Método que, embora possa ser 100% eficaz, deve-se tomar cuidado na sua execução. Existe uma série de regras que se não forem rigidamente seguidas, podem levar o resultado final ao fracasso. 1 Os documentos devem ser embalados em películas ou bolsas hermeticamente vedadas/seladas. 2 Não se devem empilhar objetos. 3 Congelamento rápido, saindo da temperatura ambiente até 0°C em 4 horas, alcançando - 20°C em 8 horas e – 30/°C em 72 horas. 4 Descongelamento gradual: cuidado com objetos congelados! As peças devem ser lentamente descongeladas (0°C em 8 horas e depois devolvidas à temperatura ambiente). Fumigação: exposição de documentos a vapores químicos, geralmente, em câmaras especiais, a vácuo ou não, para destruição de insetos, fungos e outros micro-organismos. A fumigação de documentos não é mais recomendada em virtude dos gases tóxicos e compostos oxidantes danosos (gases letais) poderem mudar as propriedades físicas e químicas do papel, do pergaminho e do couro. 5 Cuidado com objetos de materiais “compostos” que podem ter coeficientes de contração e dilatação diferentes. 6 Objetos frágeis não devem ser congelados. Vantagens do congelamento: rápido e relativamente simples, absolutamente atóxico, econômico e ecológico. Desvantagens do congelamento: possibilidade de danos devido a diferentes coeficientes de contração e dilatação. Limpeza Fase posterior à fumigação. Na falta de instalações adequadas, usa-se um pano macio, uma escova ou um aspirador de pó. Alisamento Consiste em colocar os documentos em bandeja de aço inoxidável, expondo-os à ação do ar com forte percentagem de umidade (90 a 95%), durante uma hora, em uma câmara de umidificação. Em seguida, são passados a ferro, folha por folha, em máquinas elétricas. Caso existam documentos em estado de fragilidade, recomenda-se o emprego de prensa manual sob pressão moderada. Na falta de equipamento adequado, aconselha-se usar o ferro de engomar caseiro. Restauração Banho de Gelatina - consiste em mergulhar o documento em banho de gelatina ou cola, o que aumenta a sua resistência, não prejudica a visibilidade e a flexibilidade e proporciona a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Os documentos, porém, tratados por este processo, que é manual, tornam-se suscetíveis aos ataques dos insetos e dos fungos. Tecido - reparação em que são usadas folhas de tecido muito fino, aplicadas com pasta de amido. A durabilidade do papel é aumentada consideravelmente, mas o emprego do amido propicia o ataque de insetos e fungos, impede o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos, além de reduzir a legibilidade e flexibilidade. Silking - utiliza tecido de grande durabilidade (crepeline ou musseline de seda), mas devido ao uso de adesivo à base de amido, afeta suas qualidades permanentes. Tanto a legibilidade quanto a flexibilidade, a reprodução e o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos são pouco prejudicados. É, no entanto, um processo de difícil execução e cuja matéria-prima é de alto custo. Laminação - processo em que se envolve o documento, nas duas faces, com uma folha de papel de seda e outra de acetato de celulose, colocando-o numa prensa hidráulica, sob pressão média de 7 a 8kg/cm e temperatura entre 145 a 155°C. O acetato de celulose,por ser termoplástico, adere ao documento, juntamente com o papel de seda, e dispensa adesivo. A durabilidade e as qualidades permanentes do papel são asseguradas sem perda da legibilidade e da flexibilidade, tornando-o imune à ação de fungos e pragas. Qualquer mancha resultante do uso pode ser removida com água e sabão. O volume do documento é reduzido, mas o peso duplica. O material empregado na restauração não impede a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Assim, as características da laminação são que mais se aproximam do método ideal. Laminação manual - utiliza a matéria-prima básica da laminação mecanizada, embora não empregue calor nem pressão, que são substituídos pela acetona. Esta, ao entrar em contato com o acetato, transforma-o em camada semiplástica que, ao secar, adere ao documento, juntamente com o papel de seda. Encapsulação - é considerado um meio seguro e eficaz de se proteger um documento. Permite visualizar e manipular um documento sem expô-lo a elementos perigosos. O processo envolve o posicionamento de um documento entre duas lâminas de poliéster, fixadas nas margens externas por fita adesiva de dupla face; entre o documento e a fita deve haver um espaço de 3mm, deixando o documento solto dentro das duas lâminas. A reversibilidade da encapsulação se dá ao momento em que cortam- se as bordas do poliéster para liberar o documento. Quando um documento é encapsulado, está a salvo de sujeira, poluição e impressões digitais. No entanto, não está protegido contra os perigos da radiação ultravioleta, temperatura e umidade relativa do ar (caso o documento encapsulado seja guardado em clima quente e úmido, pode ocorrer um mini efeito- estufa no sistema). Glossário de conservação e restauração de documentos Glossário elaborado por professores da Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília e que tem por objetivo esclarecer o significado de termos específicos da disciplina de conservação e restauração de documentos. ACERVO - refere-se à totalidade de documentos que compõem a coleção de fontes de informação e pode ser destinado à pesquisa, consulta ou simplesmente à guarda. Pode, também, referir- se à coleção de obras de arte, livros, discos e assemelhados. ACIDEZ - a qualidade, estado ou grau de ser ácido. Nos óleos, a acidez denota a presença de partículas tipo ácido, cuja concentração é, normalmente, definida em termos de número de neutralização. ACIDEZ DO PAPEL - condição do papel produzida da madeira que contém lignina e resíduos dos ácidos empregados no clareamento das fibras de celulose . Não são apenas os resíduos de fabricação que tornam o papel ácido. As tintas ácidas, também, emprestam acidez ao papel, bem como a poeira, a qual, em combinação com a umidade contida na atmosfera, absorve gases poluidores, formando pontos ácidos que dão origem as manchas no papel. ACONDICIONAMENTO - ato ou efeito de embalar ou guardar documentos de forma apropriada à sua preservação e acesso. AGENTES DE DETERIORAÇÃO - forças físicas diretas (choques, vibrações, abrasões e gravidade), roubo, desvios e vandalismo, fogo, água, pragas, contaminantes, radiações, temperatura incorreta, umidade relativa incorreta. ARMAZENAMENTO - guarda de documentos em mobiliário ou equipamentos próprios, em áreas que lhes são destinadas. ARMAZENAMENTO DE DADOS - ato ou efeito de guardar documentos e informações em meio eletrônico. ARQUIVAMENTO - sequência de operações que visam à guarda ordenada de documentos. Ação pela qual uma autoridade determina a guarda de um documento, cessada a sua tramitação. AUTENTICAÇÃO - ato ou efeito de atestar que um documento é verdadeiro ou que uma cópia reproduz fielmente o original, de acordo com as normas legais de validação. ASSINATURA - nome de uma pessoa ou a sua representação, feito de próprio punho sobre um documento para indicar sua autoria ou avalizar seu conteúdo. ASSINATURA DIGITAL - modalidade de assinatura em meio eletrônico, que permite aferir a origem e a integridade do documento. BRANQUEAMENTO - processo que o cloro em combinação com o óxido de cálcio passou a ser utilizado para branquear papel no processo de sua fabricação. CAIXA-ARQUIVO - caixa de papelão, tamanho padronizado, para guarda de documentos. CAIXA DE GUARDA - caixa de papelão de maiores dimensões, utilizada para estocagem de livros. CELULOSE - polímero natural, encontrado nos vegetais, é constituído pela polimerização da celobiose, substância branca, fibrosa, usada na fabricação de papel. CLAREAMENTO - operação destinada a remover manchas de fungos ou o escurecimento de páginas por causas diversas. CLIMATIZAÇÃO - processo para se obter, em recinto fechado, por meio de aparelhos, condições ambientais de temperatura e umidade adequadas à boa conservação dos objetos. COLAS - materiais adesivos que, em restauração, devem permitir a reversibilidade do processo de colagem. COLECIONADOR - entidade coletiva, pessoa ou família responsável pela formação de uma coleção. COLEÇÃO - conjunto de documentos com características comuns, reunidos intencionalmente. CONSERVAÇÃO - é o conjunto de intervenções diretas, realizadas na própria estrutura física do bem cultural, com a finalidade de tratamento, impedindo, retardando ou inibindo a ação nefasta ocasionada pela ausência de uma preservação. É composta por tratamentos curativos, mecânicos e/ou químicos, tais como: higienização ou desinfestação de insetos ou micro-organismos, seguidos ou não de pequenos reparos. CONSERVAÇÃO PREVENTIVA - engloba as melhorias do meio ambiente e dos meios de armazenagem e proteção, visando retardar a degradação dos materiais. CONSULTA - busca direta ou indireta de informações. CONTROLE AMBIENTAL - criação e manutenção de ambiente de armazenamento propício à preservação, compreendendo controle de temperatura, da umidade relativa, da qualidade do ar, da luminosidade, bem como prevenção de infestação biológica, procedimentos de manutenção, segurança e proteção contra fogo e danos por água. CÓPIA - reprodução de um documento, geralmente, qualificada por sua função ou processo de duplicação. CRISOGRAFIA - escrita à tinta de ouro. CUSTÓDIA - responsabilidade jurídica de guarda e proteção de arquivos, independente de vínculo de propriedade. DEPÓSITO - local de guarda de documentos. DESACIDIFICAÇÃO - processo de banho das folhas de um livro desmontado, em bandejas, cubas ou banheiras com soluções alcalinas. Tratamento para eliminação da acidez de um material, utilizando uma substância que reage com o ácido, neutralizando a ação dos átomos de hidrogênio com a formação de produtos (sais) que não alteram ou que melhoram a aparência e a resistência do material tratado. DESCRIÇÃO - conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa. DESINFECÇÃO - processo de destruição ou inibição da atividade de micro-organismos. DESINFESTAÇÃO - processo de destruição ou inibição da atividade de insetos. DESUMIDIFICAÇÃO - redução da umidade relativa do ar em áreas determinadas, por meio de processos mecânicos ou químicos. DIAPOSITIVO - imagem fotográfica positiva sobre filme, normalmente, emoldurada e apropriada para projeção. DIGITALIZAÇÃO - processo de conversão de imagens e sons de código analógico para código digital por meio de dispositivo apropriado, como um scanner. DIREITO AUTORAL - direito exercido pelo autor, ou por quem o represente no tocante à publicação, tradução, venda e reprodução de suas obras. DISCO - suporte circular plano, onde são gravados sons. DISCO MAGNÉTICO- suporte circular plano, revestido por camada magnetizada, que permite o armazenamento de dados. DISCO ÓTICO - suporte circular plano, com grande capacidade de armazenamento, no qual o registro de sinais visuais, sonoros ou audiovisuais é feito mediante gravação digital. DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO - fornecimento e difusão de informações através de canais formais de comunicação. DOCUMENTAÇÃO - conjunto de documentos. Ato ou serviço de coleta, processamento técnico e disseminação de informações e documentos. DOCUMENTO - unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte. DOCUMENTO AUDIOVISUAL - documento que contém imagens, fixas ou em movimento, e registros sonoros, independente do formato e suporte. DOCUMENTO CARTOGRÁFICO - documento que contém representações gráficas da superfície terrestre ou de corpos celestes e desenhos técnicos, como mapas, plantas, perfis e fotografias aéreas. DOCUMENTO CINEMATOGRÁFICO - imagens em movimento, com ou sem som, como filme e fita videomagnética. DOCUMENTO ELETRÔNICO - documento em meio eletrônico. DOCUMENTO ESPECIAL - documento em linguagem não textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. DOCUMENTO FOTOGRÁFICO - fotografia em positivo ou negativo. DOCUMENTO ICONOGRÁFICO - imagem fixa, impressa, desenhada ou fotografada. DOCUMENTO IMPRESSO - documento textual impresso ou multigrafado. DOCUMENTO MICROGRÁFICO - documentos em microforma. DOCUMENTO TEXTUAL - Documento manuscrito, datilografado ou impresso. DOSSIÊ - unidade de arquivamento constituída de documentos relacionados entre si por assunto (ação, evento, pessoa, lugar, projeto). ENCADERNAÇÃO - fixação de folhas, entre capas, por costura ou cola, com vistas a mantê-las numa ordem determinada e a assegurar a sua proteção. ENCAPSULAÇÃO - processo de preservação no qual o documento é protegido entre folhas de poliéster transparente, cujas bordas são seladas. ENCOLAGEM - aplicação interna ou superficial de substância adesiva em papel ou cartão. ESTEREOGRAMA - par de fotografias de um mesmo objeto tiradas de diferentes ângulos, as quais, por meio de um estereoscópio, são vistas como uma única imagem, aparentemente tendo profundidade ou três dimensões. FILME - película ou fita de plástico flexível capaz de fixar imagens em positivo ou negativo. É a técnica de projetar fotogramas de forma rápida e sucessiva (24 fotogramas por segundo) para criar a impressão de movimento, bem como a arte de se produzir obras estéticas, narrativas ou não, com esta técnica. FILME DE ACETATO - filme com base composta de acetato de celulose, utilizado em substituição ao filme de nitrato por oferecer maior segurança quanto à inflamabilidade. FILME DE NITRATO - filme cujo suporte é o nitrato de celulose, não mais utilizado por estar sujeito à combustão espontânea. FILME DE SAIS DE PRATA - filme em que a camada fotossensível é composta de halogenetos de prata, permitindo reproduções mais duráveis. FILME DE SEGURANÇA - filme que, ao contrário do filme de nitrato, possui uma base relativamente não inflamável, como acetato, diacetato, triacetato e poliéster. FILME POLIÉSTER - filme com base composta de polímeros, utilizado como filme de segurança por apresentar um suporte mais resistente a rasgos e menos inflamável. FILME REVERSÍVEL - filme no qual a imagem latente em negativo é convertida, no processamento, diretamente numa imagem em positivo. Também chamado filme inversível, em função do processo de inversão química a que é submetido. FITA AUDIOMAGNÉTICA - fita magnética que contém registros sonoros. FITA MAGNÉTICA - suporte constituído por fita com superfície recoberta de uma camada magnética, capaz de registrar dados sob a forma de sinais eletromagnéticos. FITA VIDEOMAGNÉTICA - fita magnética que contém imagens com ou sem registros sonoros. Também chamada fita de vídeo. FONOTECA - instituição ou serviço que reúne, conserva, realiza processamento técnico e dá acesso aos documentos sonoros. FOTOGRAFIA - imagem positiva formada em suporte opaco previamente emulsionado, exposto e revelado quimicamente. Técnica e arte de produzir imagens visíveis sobre superfícies sensíveis, direta ou indiretamente, pela ação de luz ou outra forma de energia radiante. FOTOTECA - instituição ou serviço que reúne, conserva, realiza processamento técnico e dá acesso aos documentos fotográficos. FUMIGAÇÃO - exposição de documentos a vapores químicos, geralmente, em câmaras especiais, para destruição de insetos, fungos e outros micro-organismos. FUNDO - conjunto de documentos de uma mesma proveniência. GESTÃO DE DEPÓSITO - administração do depósito no tocante à utilização do espaço, localização e movimentação do acervo, armazenamento, climatização, higiene e segurança. GRAVURA - estampa resultante da impressão, em papel ou outros materiais, de desenhos ou textos gravados em pranchas de madeira, pedra ou metal, por meio de entalhe, ranhura ou corrosão. HIGIENIZAÇÃO - Retirada, por meio de técnicas apropriadas, de poeira e outros resíduos, com vistas à preservação dos documentos. IMAGEM - representação gráfica, plástica ou fotográfica de seres, objetos ou fatos. IMPRESSÃO - ato ou efeito de fixar informação através de gravação ou reprodução, mediante pressão sobre suporte apropriado. INFORMAÇÃO - elemento referencial, noção, ideia ou mensagem contida num documento. LAMINAÇÃO - processo de restauração que consiste no reforço de documentos deteriorados ou frágeis, colocando-os entre folhas de papel de baixa gramatura, fixadas por adesivo natural, semissintético ou sintético, por meio de diferentes técnicas, manuais ou mecânicas. LIGNINA - é um polímero tridimensional amorfo encontrado nas plantas terrestres, associado à parede celular vegetal, cuja função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais. A lignina é formada pela polimerização dos alcoóis: cumarilíco, coniferílico e sinapílico. MANUSCRITO - texto escrito à mão. MAPA - documento que descreve, de forma gráfica ou fotogramétrica, geralmente, em escala e em meio plano, características físicas e abstratas selecionadas da superfície terrestre ou de um corpo celeste. MAPOTECA - móvel próprio para guarda de mapas ou quaisquer outros documentos de grande formato. METADADOS - dados estruturados e codificados, que descrevem e permitem acessar, gerenciar, compreender e/ou preservar outros dados ao longo do tempo. MICROFILMAGEM - produção de imagens fotográficas de um documento em formato altamente reduzido. MICROFILME - é uma mídia analógica de armazenamento para livros, periódicos, documentos e desenhos. A sua forma mais padronizada é um rolo de filme fotográfico 35mm preto e branco. A maioria da mídia em microfilme tem um sistema digital de indexação exposto na borda de cada imagem, mas esses dados não são requeridos para usar o filme em si, e sim para suportar sistemas automatizados de pesquisa. MICROFILME DE COMPLEMENTO - microfilme cujo conteúdo serve para complementar ou suplementar acervo. MICROFILME DE PRESERVAÇÃO - microfilme que serve à preservação de documentos, protegendo-os do uso e manuseio constantes. MICROFILME DE SEGURANÇA - microfilme que serve de cópia de segurança, devendo ser armazenado em local distinto daquele dos originais, de preferência em câmara de segurança. MICROFILME DE SUBSTITUIÇÃO - microfilme que serve à preservação das informaçõescontidas em documentos que são eliminados, tendo em vista a racionalização e o aproveitamento de espaço. MICROFILME FILME - resultante do processo de reprodução de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução, cuja leitura só é possível por meio de leitor de microformas. MICROFILME NEGATIVO - microfilme no qual os tons claros e escuros do original aparecem invertidos. MICROFILME POSITIVO - microfilme cuja polaridade é a mesma do original. MICROFORMA - termo genérico para designar todos os tipos de suporte contendo microimagens. MICROGRAFIA - conjunto de técnicas e procedimentos usados para o registro de informações em microformas. NANQUIM - tinta à base de carvão. É a tinta caligráfica mais primitiva e de maior estabilidade. NEGATIVO - imagem fotográfica cujos tons e cores não correspondem ao tema original. No negativo preto e branco, as regiões claras ou transparentes representam os tons escuros do tema original, enquanto as regiões escuras ou opacas representam os tons claros. Os negativos coloridos apresentam cores complementares àquelas do tema original. O negativo é próprio para que, a partir de sua revelação sobre um filme, chapa ou papel, sejam obtidos cópias positivas da imagem. PALEOGRAFIA - disciplina que estuda a escrita manuscrita antiga, suas formas e variações através do tempo. PAPEL - material em folhas, fabricado de massa úmida de fibras maceradas de celulose secada e prensada, que substitui o couro e a lousa como suporte para a escrita e, com o advento da imprensa, permitiu a fabricação dos livros no formato e estilos modernos. Pasta de matéria fibrosa de origem vegetal, refinada e, quando necessário, branqueada, contendo cola, carga de fibras e, às vezes, corantes, a qual se reduz, manual ou mecanicamente, a folhas secas finas e flexíveis, bobinadas ou resmadas, usadas para escrever, imprimir, desenhar, embrulhar, limpar e construir. PAPEL NEUTRO - papel não ácido ou ligeiramente alcalino e que, portanto, não se deteriora com facilidade. PAPIRO - suporte para escrita, obtido do caule de planta aquática de mesmo nome. Também conhecido como Papel Augusto. PERGAMINHO - suporte para escrita obtido de pele de animal, por impregnação em cal, desbaste, estiramento e polimento. PH - medida da acidez ou alcalinidade de uma substância. A escala de pH varia de pH 1 (acidez máxima) a pH 14 (alcalinidade máxima), sendo o pH 7 considerado neutro. PLANO DE EMERGÊNCIA - parte de plano de proteção civil aplicado aos arquivos, que estabelece medidas preventivas e de emergência em caso de sinistros. POSITIVO - imagem fotográfica que tem a polaridade do original. PRESERVAÇÃO - é uma consciência, mentalidade, política (individual ou coletiva, particular ou institucional) com o objetivo de proteger e salvaguardar o patrimônio. Resguardar o bem cultural, prevenindo possíveis malefícios e proporcionando a este condições adequadas de “saúde”. É o controle ambiental, composto por técnicas preventivas que envolvam o manuseio, acondicionamento, transporte e exposição. QUALIDADE ARQUIVÍSTICA - conjunto das propriedades materiais dos suportes que permitem a guarda indefinida dos documentos, sob determinadas condições de controle. RADIAÇÕES - luz ultravioleta causa desintegração, descoloração, escurecimento, amarelamento e acelera os efeitos da acidez do papel. RESTAURAÇÃO - é um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. SECAGEM A VÁCUO E CALOR - método para o tratamento de materiais hiper-hidratados em que a secagem é acelerada com o uso de vácuo e aquecimento. SECAGEM A VÁCUO E CONGELAMENTO - método para o tratamento de materiais hiper-hidratados em que a secagem é acelerada com o uso do vácuo e congelamento. SUPORTE - material sobre o qual as informações são registradas (papel, disco, fita magnética, filme, pergaminho, etc.). UMIDADE RELATIVA - relação expressa em % entre a quantidade de vapor d’água contida no ar e a quantidade máxima que o ar poderá conter, à mesma temperatura. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FCC – DIJEISON TIAGO 1 Atualmente vem ocorrendo a adoção de recursos tecnológicos para a preservação e conservação de documentos de arquivo. Analise: I. Os documentos devem ser previamente avaliados, identificando-lhes valor que justifique o custo da operação. II. A atual legislação brasileira garante a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, desde que providos de datas e assinaturas. III. A microfilmagem adequada permite a eliminação de documentos públicos ou oficiais destinados à guarda permanente. IV. Na elaboração da tabela de temporalidade há que se observar os princípios da teoria das 4 idades, que define parâmetros gerais para arquivamento e destinação dos documentos de arquivo. Está correto o que consta APENAS em: (A) II, III e IV. (B) I e III. (C) III. (D) I e II. (E) I 2 Os documentos referentes aos bens patrimoniais imóveis, veículos, as formas de aquisição e alienação, bem como os serviços de manutenção, limpeza e recuperação estão contidos na classificação (A) 020. (B) 050. (C) 070. (D) 030. (E) 040. 3 A operação de reunir os documentos classificados sob um mesmo assunto corresponde a: (A) Ordenação. (B) Arquivamento. (C) Estudo. (D) Codificação. (E) Inspeção. 4 A técnica que engloba a identificação, a descrição, a nomenclatura e a classificação dos materiais é denominada: (A) Taxonomia. (B) Escala. (C) SRP. (D) LEC. (E) Curva ABC. 5 Sobre Gestão de documentos, considere: I. Compreende o planejamento e controle das atividades de produção, classificação e recuperação, avaliação, descrição e difusão, proteção e preservação de documentos de arquivo. II. Quanto ao manuseio, recomenda-se grampear os documentos (especialmente os de guarda permanente). III. Arquivo Intermediário é o conjunto de documentos indispensáveis à manutenção das atividades cotidianas de uma administração, por isso seu acesso deve ser fácil e rápido. IV. Dossiê é uma unidade de arquivamento constituída de documentos relacionados entre si por assunto. Está correto o que consta APENAS em (A) IV. (B) I, II e IV. (C) II e IV. (D) II e III. (E) I e IV. GABARITO 1 2 3 4 5 E E A A E EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO 1 O método de arquivamento em que o principal elemento a ser considerado é o local ou a procedência denomina-se: A) alfabético. B) geográfico. C) numérico simples. D) numérico cronológico. E) ideográfico. 2 É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores, para efeitos futuros: A) Gestão de documentos. B) Plano de organização. C) Arquivo. D) Fluxo documental. E) Classificação. 3 É a modalidade de documento oficial que consiste em um resumo feito em um livro, sobre os fatos mais importantes ocorridos em uma assembleia, reunião ou sessão. A) Ata. B) Edital. C) Memorando. D) Ofício. E) Mensagem. 4 Um determinado setor de arquivo, para ordenar as pastas e classificar os documentos recebidos de todo país, utilizou a seguinte ordem: Nome do Estado – cidade – correspondente Maranhão – São Luís – Mévio da Silva Considerando as técnicas de arquivamento, pode-se afirmar que o setor utilizou ométodo: A) alfabético. B) iconográfico. C) geográfico. D) ideográfico unitermo. E) soundex. 5 Correspondência é toda forma de comunicação escrita, produzida e endereçada a pessoas físicas ou jurídicas, bem como aquela que se processa entre órgãos e servidores de uma instituição. A correspondência trocada entre órgãos da mesma instituição é denominada: A) externa. B) interna. C) particular. D) enunciativa. E) normativa. 6 Quanto aos documentos sigilosos, é INCORRETO afirmar: A) Os documentos referentes à segurança da sociedade e do Estado são originariamente sigilosos. B) O acesso aos documentos referentes à honra e à imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 anos, a partir da criação. C) Requerem medidas especiais de guarda e conservação. D) O Poder Judiciário não poderá determinar a exibição de documento sigiloso. E) Requerem medidas especiais de divulgação nos termos legais. 7 Arquivo é o conjunto de documentos que, independentemente da natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação ao EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO longo das atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas. Esse é o conceito adotado pela Associação de Arquivistas Brasileiros. Considerando o contexto dessa definição, é correto afirmar que: A) Arquivos Correntes – também conhecidos como Semiativos – são conjuntos de documentos estreitamente vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos, cujo acesso é liberado ao público. B) Arquivos Intermediários – também conhecidos como Ativos – são os que aguardam em depósito de armazenamento temporário, sua destinação final; são muito usados pela administração. C) Arquivos Permanentes – também conhecidos como Ativos – são os conjuntos documentais custodiados em caráter definitivo, em função do seu valor, sendo seu acesso restrito à administração. D) Tipo de documento é a configuração que assume um documento de acordo com a atividade que a gerou e espécie é a configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas. E) Gênero é a configuração física de um suporte de acordo com a sua natureza e o modo como foi confeccionado e formato é a configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizados na comunicação de seu conteúdo. 8 Na linguagem arquivística denomina-se recolhimento de documentos: A) a transferência de documentos do arquivo intermediário para o arquivo permanente. B) a passagem dos documentos do arquivo corrente para o intermediário. C) a retirada de documentos do acesso ao público. D) a passagem dos documentos do arquivo corrente para o arquivo permanente. E) a guarda de documentos que não são mais necessários ou não têm mais valor. 9 Na tarefa de arquivar documentos, de acordo com o elemento mais importante e mais frequentemente procurado, em cada caso, pode-se organizar os fichários ou arquivos de diversas maneiras. Tendo escolhido arquivar em ordem alfabética. Identifique o nome que está organizado corretamente para arquivamento, segundo uma das regras de alfabetação. A) Castelo Branco, Carlos José. (José Carlos Castelo Branco) B) Filho, Osvaldo Viana. (Osvaldo Viana Filho) C) Campos, Milton. (General) (General Milton Campos) D) Omar Shariff. (Omar Shariff) E) Pepino di Capri. (Pepino di Capri) 10 De acordo com a terminologia arquivística, catálogo denomina-se : A) instrumento de pesquisa elaborado segundo um critério temático, cronológico, onomástico, ou geográfico, incluindo todos os documentos pertencentes a um ou mais fundos, descritos de forma sumária ou pormenorizada. B) conjunto de documentos, sem relação orgânica, aleatoriamente acumulados. C) lista sistemática, pormenorizada, dos elementos do conteúdo de um documento ou grupo de documentos, disposta em determinada ordem para indicar a facilitar sua localização no texto. D) instrumento de pesquisa destinado à orientação dos usuários no conhecimento e utilização dos fundos que integram o acervo de um arquivo permanente. E) conjunto de documentos de um arquivo. 11 De acordo com a terminologia arquivística, denomina-se “acervo”: A) doação de documento feita por declaração de última vontade. B) unidade de arquivamento formada por documentos diversos, inerente a um assunto específico ou a uma determinada pessoa. C) livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos. D) conjunto de documentos de um arquivo. E) documentos públicos sob a guarda de um órgão específico 12 O ciclo vital dos documentos compreende três estágios, que são: A) corrente, intermediário, permanente. B) administrativo, temporário, corrente. C) temporário, intermediário, permanente. D) particular, público, permanente. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO E) corrente, temporário, permanente. 13 A preservação de documentos pressupõe a adoção de determinadas medidas buscando a integridade dos suportes ocumentais e do teor informacional dos documentos. Em relação às medidas preventivas adotadas nos acervos arquivísticos, indique a única afirmativa que NÃO procede. A) A luminosidade natural deve ser evitada, porque afeta a conservação do documento, podendo provocar o enfraquecimento do papel. B) Areprodução de documentos deve ser evitada. C) Ao manusear os negativos e as fotografias, é recomendável que o profissional use luvas de algodão. D) A temperatura deve ser baixa, pois o calor constante destrói as fibras do papel. E) A higienização dos documentos deve ser realizada somente na fase permanente. 14 As fases básicas da gestão de documentos são: A) empréstimo; consulta; arquivamento. B) produção; utilização; destinação. C) consulta; avaliação; descarte. D) recebimento; registro; arquivamento. E) protocolo; classificação; expedição. 15 Assegurar a preservação dos documentos que não mais são utilizados pela administração e que devem ser mantidos, visando a um processo de triagem que estabelecerá a eliminação ou o arquivamento definitivo desses documentos é a função principal do arquivo: A) permanente. B) especializado. C) onomástico. D) intermediário. E) estratégico. 16 Os documentos de arquivo de uma instituição são produzidos com um determinado objetivo e tramitam, ou seja, circulam de uma instituição para outra, ou de um setor para outro da mesma instituição, até serem arquivados. Essa descrição refere-se a um arquivo em sua fase: A) pública. B) privada. C) corrente. D) administrativa. E) permanente. 17 É importante que o Agente Administrativo conheça as regras básicas para distribuição das pastas num arquivo alfabético. Assim, a fatura da empresa “João Duarte &Cia” deverá ser arquivada como: A) Cia &, João Duarte. B) Duarte & Cia, João. C) Duarte, João & Cia. D) João Duarte & Cia. E) & Cia Duarte. João 18 De acordo com a legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social ficará sujeito à: A) responsabilidade civil, somente. B) responsabilidade administrativa, somente. C) responsabilidade penal, somente. D) responsabilidade civil, penal e administrativa. E) penalidade de indenização. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO 19 O acesso a documentos sigilosos referentes à honra e à imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo, a contar da data de sua produção, de: A) 30 anos. B) 100 anos. C) 50 anos. D) 20 anos.E) indefinidamente 20 De acordo com as regras de arquivamento, um dos nomes está arquivado INCORRETAMENTE. Identifique-o. A) Cristina Monte Rosa------ROSA, Cristina Monte B) Teresa d'Almeida ---------ALMEIDA, Teresa d' C) Carolina Souza Filho ------SOUZAFILHO, Carolina D) Professor José Abreu -----ABREU, José (Professor) E) Omar Saad -----------------Omar Saad 21 Com a criação do Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, este passou a ser adotado como referência nas rotinas de arquivamento de documentos, sendo usado regularmente. Dentre os termos a seguir, um está definido INCORRETAMENTE. Identifique-o. A) Acervo – conjunto de documentos de um arquivo. B) Dossiê – unidade de arquivamento, formada por documentos diversos, pertinentes a um determinado assunto ou pessoa. C) Índice – lista sistemática, pormenorizada, dos elementos do conteúdo de um documento ou grupo de documentos, disposta em determinada ordem para facilitar sua localização no texto. D) Item documental – a menor unidade arquivística materialmente indivisível. E) Catálogo – numeração dos documentos para pesquisa. 22 Está incorreta a seguinte afirmativa: A) os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. B) os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. C) consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou os que, mesmo sem movimentação, continuam objeto de consultas frequentes. D) os documentos de valor histórico são considerados permanentes. E) os documentos de valor informativo são considerados intermediários. 23 Quando uma autoridade se pronuncia num processo, sobre qualquer negócio, requerimento, auto ou documento, a manifestação expressa por esta autoridade constitui: A) declaração. B) convenção. C) despacho. D) exposição de motivos. E) mensagem. 24 “Gestão de Documentos” pode ser definida, corretamente, como: A) conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua tramitação, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. B) conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. C) é a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à a d m i n i s t r a ç ã o , à c u l t u r a , a o desenvolvimento científico. D) é a avaliação documental e a proteção especial a documentos, como instrumento de apoio à administração e a cultura, ao desenvolvimento e como elementos de prova e pesquisa. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO E) o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes ao uso, avaliação e arquivamento de documentos públicos, em fase intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. 25 Indique a opção em que o nome está registrado INCORRETAMENTE para fins de arquivamento, segundo as regras do método de alfabetização. A) Abreu, Lucas Vieira de. B) Del Rio, Carmen. C) Andrade Jr., Ricardo José. D) Santo, Marina Monte. E) Moraes Sobrinho, Antônio de. 26 O uso de métodos de arquivamento apropriados é muito importante para a Organização, pois quem trabalha com documentação deve organizá-la melhor, a fim de recuperá-la com rapidez quando for necessário. Dentre os métodos de arquivamento classificados como básicos NÃO se inclui: A) o automático. B) o alfabético. C) o ideográfico. D) o geográfico. E) o numérico. 27 Desde o momento em que são criados até sua destinação final, os documentos de arquivo cumprem ciclo de vida em que a passagem de uma etapa ou condição para outra: A) obedece a normas emanadas dos serviços de protocolo. B) corresponde a períodos quinquenais e decenais de temporalidade. C) resulta do processo de avaliação. D) consta nas guias de recolhimento. E) vem indicada nos planos de arquivamento e classificação. 28 Analise o seguinte esquema e identifique o método de arquivamento utilizado. Orçamento Despesa Receita Pessoal Aposentadorias Férias Licenças A) Enciclopédico. B) Duplex. C) Decimal. D) Dicionário. E) Unitermo. 29 Um Agente Administrativo foi designado para organizar um acervo composto, exclusivamente, de processos. Sabendo que o tipo de documento arquivístico é único e que as formas de acesso são diversas, ele deve optar pelo método de arquivamento mais adequado, que é o método: A) ideográfico. B) alfabético. C) geográfico. D) numérico. E) dicionário. 30 É o conjunto organizado de documentos produzidos ou recebidos pela instituição ao longo de suas atividades, com a finalidade EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO de organizá-los e facilitar-lhes o acesso. A) Biblioteca. B) Informação. C) Arquivo. D) Museu. E) Depósito. 31 Diferentes formas de documentos são produzidas e recebidas nas instituições. Uma forma de documento que antes da sua feição definitiva apresenta texto passível de modificações é: A) carta. B) minuta. C) cópia. D) original. E) rascunho. 32 O gênero dos documentos está ligado à maneira de representá-los, de acordo com seus diversos suportes. Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de gênero textual. A) Fotografia. B) Mapa. C) Gráfico. D) Relatório. E) Plantas. 33 A organização de arquivos, como de qualquer outro setor de uma instituição, pressupõe o desenvolvimento de várias etapas de trabalho. NÃO se caracteriza como uma das etapas da organização de arquivos: A) levantamento de dados. B) conhecimento de pessoas. C) análise dos dados coletados. D) planejamento. E) implantação e acompanhamento. 34 Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos em função da oxidação por ela ocasionada. São medidas preventivas, que devem ser adotadas para proteção dos acervos, COM EXCEÇÃO DE: A) não expor um objeto valioso por tempo prolongado. B) proteger objetos com filtros especiais. C) não colocar lâmpadas no interior das vitrines. D) manter nível de intensidade da luz o mais forte possível. E) utilizar vitrines que não danifiquem os documentos. 35 De acordo com o método alfabético (letra por letra), assinale a alternativa que corresponde à ordem correta de arquivamento dos nomes a seguir: 1. Maria José Silva 2. Mário Rodrigues Pereira 3. José Santos Silveira 4. Jonas Carvalho Pontes A) 4, 3, 1 e 2. B) 2, 4, 1 e 3. C) 3, 4, 2 e 1. D) 4, 1, 3 e 2. E) 2, 1, 4 e 3. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO 36 O sistema direto de arquivamento consiste na busca direta ao local de guarda do documento, sem o auxílio de índice ou quaisquer outros instrumentos de pesquisa. São métodos utilizados nesse sistema de arquivamento: A) numérico e cronológico. B) duplex e decimal. C) ideográfico e numérico. D) cronológico e decimal. E) alfabético e geográfico. 37 É o documento de valor jurídico que consiste no resumo fiel dos fatos, ocorrências e decisões de sessões, reuniões ou assembleias. Essa é a definição de: A) ata. B) memorando. C) parecer. D) ofício. E) carta. 38 Assinale a alternativa que NÃO é uma rotina do setor de protocolo. A) recebimento. B) classificação. C) preparação.D) expedição. E) movimentação. 39 Dentre as rotinas das atividades do protocolo, assinale a que pertence ao setor de registro e controle. A) Receber a correspondência. B) Arquivar as fichas de protocolo em ordem numérica. C) Separar a correspondência oficial da particular. D) Expedir o original com os anexos. E) Abrir a correspondência ostensiva. 40 No arquivo de uma repartição, o item “Pessoal” foi arquivado da seguinte forma: Pessoal: data de admissão – períodos de licenças – triênios concedidos – aposentadoria. Essa forma de arquivar obedece à classificação: A) por natureza. B) por assunto. C) simples. D) cronológica. E) por tipologia. 41 Um sistema de arquivamento deve ser simples, flexível, além de permitir expansões. Cada organismo deve adotar métodos de arquivamento que atendam as suas necessidades específicas, levando-se em consideração a estrutura da entidade e as características dos documentos a serem arquivados. Dos itens citados abaixo, apenas um NÃO se classifica como um dos métodos básicos de arquivamento. A) Numéricos. B) Ideográficos. C) Automáticos. D) Geográficos. E) Cronológicos. 42 De acordo com a terminologia arquivística, o protocolo é a denominação geralmente atribuída a um setor encarregado de várias ações. Dentre as citadas, uma NÃO se caracteriza como atividade típica desse setor: A) recebimento. B) registro. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO C) classificação. D) restauração. E) distribuição. 43 Para arquivar as fichas dos pacientes do Hospital de Cacoal, um Agente em Atividades Administrativas optou pelo método alfabético. Entretanto, ele não obedeceu a uma das regras desse método ao arquivar determinado nome. Indique a alternativa que contém ERRO. A) Evaldo Santa Maria ...................Santa Maria, Evaldo. B) Jorge de Abreu Filho ................Abreu Filho, Jorge de. C) Ricardo d'Andrade ..................Andrade, Ricardo d'. D) Paulo Ribeiro Júnior ...................Júnior, Paulo Ribeiro. E) GordonO' Brien...........................O' Brien, Gordon. 44 Assim como os arquivos, os documentos também possuem características diferenciadas. Baseando-se nelas, podemos classificá-los de acordo com o gênero, a espécie, a natureza do assunto. De acordo com o gênero, classificam-se como documentos iconográficos: A) cartazes, gravuras. B) mapas, plantas. C) disquetes, discos rígidos. D) discos, fitas audiomagnéticas. E) rolos, microfichas. 45 São algumas indicações para a preservação dos documentos, EXCETO: A) não dobrar o canto da folha para efeito de marcação. B) a temperatura local onde o documento é arquivado deve ser baixa, pois o calor destrói as fibras do papel. C) a luz do dia (natural) é útil na área de armazenamento de documentos. c D) deve ser feita a higienização do documento com pano macio, aspirador de pó e escova adequada. E) evite cópias xerox de documentos, pois a luz ultravioleta causa danos cumulativos irreversíveis. 46 Com relação à abrangência de sua atuação, os arquivos setoriais são aqueles que: A) recebem os documentos permanentes de diversos órgãos da instituição. B) estabelecidos junto aos órgãos operacionais, cumprem funções de arquivo corrente. C) mantêm sob sua guarda documentos de formas físicas diversas: fotografias e slides. D) guardam documentos resultantes da experiência humana num campo específico. E) têm sob sua custódia documentos sigilosos que raramente são consultados. 47 Durante muito tempo as noções de arquivos, bibliotecas e museus se confundiram. Eles funcionavam como grandes depósitos de documentos. Entretanto, a evolução histórica da humanidade e o advento das novas tecnologias delimitaram os campos de atuação de cada um deles. Atualmente, observa-se, então, que a finalidade das bibliotecas e dos museus é essencialmente cultural, enquanto a dos arquivos é primordialmente: A) descritiva. B) intermediária. C) eventual. D) funcional. E) metodológica. 48 “A informação deve estar disponível no lugar certo, na hora certa, para as pessoas certas, e com o menor custo possível (economia de tempo, espaço e uso racional de recursos humanos e materiais)”. A citação refere-se ao princípio básico da: A) gestão de documentos. B) tabela de destinação. C) avaliação do arquivo. D) listagem de eliminação. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO E) guarda de correspondências. 49 As tarefas da descrição dos documentos nos arquivos permanentes levam à elaboração dos chamados instrumentos de pesquisa que serão úteis no atendimento ao pesquisador. O instrumento de pesquisa criado segundo um critério temático, cronológico, onomástico ou geográfico que descreve unitariamente os documentos pertencentes a um ou mais fundos de forma resumida ou analítica é o: A) inventário. B) código. C) catálogo. D) índice. E) compêndio 50 O princípio da proveniência aplicado na organização dos arquivos correntes, intermediários e permanentes, estabelece que: A) o arquivo produzido por uma entidade não deve ser misturado aos de outras entidades geradoras. B) os fundos devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação ou acréscimo indevido. C) as relações administrativas e organizacionais são espelhadas nos conjuntos documentais. D) o arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica com rotinas previamente definidas. E) o arquivo deve conservar o arranjo dado pela entidade produtora durante a vigência do contrato. 51 A conservação compreende os cuidados prestados aos documentos e, consequentemente, ao local de sua guarda. O método de restauração que utiliza, basicamente, películas de poliéster e fita adesiva de duplo revestimento é denominado: A) limpeza. B) alisamento. C) laminação. D) encapsulação. E) desinfestação. 52 Um Arquivista do SESC recebe a incumbência de arquivar as pastas relacionadas abaixo: 1. Belo Horizonte / Minas Gerais / Marta Monteiro. 2. Sorocaba / São Paulo /Arthur Ferreira. 3. Alegre / Espírito Santo / Carla Correia. 4. Friburgo / Rio de Janeiro /André Silva. 5. Formiga / Minas Gerais / Paulo Silva. A ordenação alfabética correta desses nomes pelo método geográfico que tem a CIDADE como referência é: A) 1, 3, 5, 4, 2 B) 4, 2, 3, 1, 5 C) 3, 1, 5, 2, 4 D) 1, 5, 2, 4, 3 E) 3, 1, 5, 4, 2 53 O instrumento técnico auxiliar das atividades de gestão de documentos que na organização de um arquivo possibilita o arquivamento correto dos documentos e a posterior recuperação dos mesmos é denominado: A) plano de arquivamento. B) lista de destinação. C) plano de classificação. D) tabela de organização. E) quadro de ordenação. 54 A microfilmagem, técnica moderna a serviço dos arquivos, realiza a produção de imagens fotográficas de um documento, em tamanho altamente reduzido. Seu uso nas instituições representa economia de espaço e segurança na conservação dos documentos vitais da empresa. Assinale a alternativa que apresenta a expectativa de vida de um microfilme. A) 500 anos. EXERCÍCIOS DE ARQUIVOLOGIA – FUNCAB – DIJEISON TIAGO B) 200 anos. C) 10 meses. D) 100 anos. E) 36 meses. 55 A tabela de temporalidade é um instrumento que determina os prazos durante os quais os documentos devem ser mantidos nos arquivos correntes, intermediários, ou recolhidos aos arquivos permanentes. Também podemos dizer que essa tabela é o registro esquemático do: A) aumento do índice de recuperação. B) fluxo de atividades contínuas.