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1) CONCEITOS BÁSICOS DE ARQUIVOLOGIA 1.1 Arquivo: As primeiras instituições arquivísticas tiveram origem na Grécia Antiga. Alguns autores afirmam que a etimologia do termo “arquivo” deriva da palavra grega “archeion”, que se refere ao local de guarda e depósito de documentos. O Dicionário de Terminologia Arquivística elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ (2005, p. 25) apresenta a seguinte definição para arquivo: O conceito de arquivo constante do artigo 2º do texto da Lei 8.159/1991 é mais completo e, também, o mais explorado pelas bancas examinadoras: Quem pode produzir documento arquivístico? Administração Pública direta e indireta e toda empresa ou pessoa física que possua vínculo com o poder público. Qual documento pode ser considerado público? Aquele produzido ou recebido pelos órgãos, instituições ou pessoas físicas e jurídicas no desempenho de atividades públicas. Qualquer informação pode ser considerada documento de arquivo? Não. Será considerado documento arquivístico aquele produzido em decorrência do exercício das atividades orgânicas das instituições. Do conceito apresentado deve-se observar que os arquivos são representados por um conjunto de documentos produzidos e recebidos por: Conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. ÓRGÃOS PÚBLICOS (...) produzidos no desempenho de suas atividades... INSTITUIÇÕES DE CARÁTER PÚBLICO ENTIDADES PRIVADAS PESSOAS FÍSICAS OU FAMÍLIAS Para que se possa compreender a estrutura conceitual do termo arquivo, a análise de três elementos básicos de sua formação é essencial: 1.1.1 Suporte: representa o material no qual são registradas as informações. Exemplos: PAPEL DISQUETE PELÍCULA FOTOGRÁFICA PAPIRO CD 1.1.2 Informação: é o elemento referencial, a noção, a ideia ou a mensagem contidos em um documento. 1.1.3 Documento: é a unidade de registro de informações, suscetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, em que se comprovam fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época ou lugar. É qualquer informação registrada fisicamente em determinado material (suporte) suscetível de estudo, prova e pesquisa. 1.1.4 Polissemia1 do termo “arquivo” O termo arquivo compreende um conjunto de significados, em que o contexto de uso do termo permite orientar-se pelas seguintes definições: Conjunto de documentos – qualquer que seja a sua data, a sua forma, o seu suporte material, elaborados ou recebidos por um organismo público ou privado, em função do desempenho de sua atividade. Local de guarda – destinado à conservação de documentos devidamente classificados e ordenados. Instituição ou serviço – que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e o acesso aos documentos. Móvel – destinado à guarda de documentos. Título de periódicos – geralmente no plural, devido à influência inglesa e francesa. 1 A polissemia ou polissemia lexical (do grego poli: "muitos"; sema:"significados") é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas. Informação Suporte Documento 2) IMPORTÂNCIA DO ARQUIVO Os documentos de arquivo, mesmo os mais antigos, são absolutamente indispensáveis ao desempenho das atividades governamentais, pois são capazes de refletir sua origem e constituem-se em importante elemento de prova da existência das instituições e das tarefas por elas desempenhadas. Eles contêm o registro das obrigações financeiras, legais e administrativas cumpridas. Formam o grande capital da experiência oficial de que o Estado necessita para dar continuidade e consistência às suas ações. Os documentos arquivísticos têm sido um dos importantes pilares para o desempenho eficaz das atividades das instituições. A importância do arquivo está cada dia mais evidente para as instituições e pessoas, sejam elas públicas ou privadas, por motivo do exponencial aumento na geração de informações por parte da sociedade moderna e da necessidade de definição de metodologias adequadas para os procedimentos de produção, conservação, guarda e destinação dos documentos. Note que a primeira e principal finalidade dos arquivos é servir de apoio à administração, ou seja, subsidiar as atividades do dia-a-dia e, em um segundo momento, servir de base para o conhecimento da história. Dois cenários estão em evidência: um representa a necessidade prática de incrementar a eficiência administrativa e outro evidencia o uso do arquivo como importante fonte de cultura para a sociedade. Quanto à função, o foco do arquivo centra-se em dar acesso e tornar disponíveis as informações contidas no acervo documental sob sua guarda. Finalidade: servir à administração, constituindo-se, com o decorrer do tempo, em base do conhecimento da história. Função: tornar disponível as informações contidas no acervo documental sob sua guarda. 3) DISTINÇÃO ENTRE ARQUIVO, BIBLIOTECA E MUSEU Arquivos, bibliotecas e museus são entidades que compartilham a responsabilidade no processo de recuperação da informação em benefício da divulgação científica, tecnológica, cultural e social, bem como o testemunho jurídico e histórico. Essas instituições cumprem seus objetivos por meio da aplicação de procedimentos técnicos distintos e metodologicamente aplicados. Os fins, em se tratando de biblioteca e museus, serão didáticos, culturais, técnicos ou científicos e os de arquivos serão administrativos e jurídicos. Documentos de arquivo: são produzidos ou recebidos por instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, guardando esses documentos relação orgânica entre si. São preservados para a consecução de objetivos funcionais, legais e administrativos, visando à utilidade que poderão ter no futuro. De acordo com Bellotto (2007, p. 38): Documentos de biblioteca: são resultantes de criações artísticas ou de pesquisas. São materiais, em sua maioria impressos, dispostos ordenadamente para estudo, pesquisa e consulta, com objetivo primordial de informar ou ensinar. Também são caracterizados pela multiplicidade, ou seja, determinada obra pode ser encontrada em mais de uma biblioteca. Arquivo: é órgão receptor (recolhe naturalmente o que produz a administração pública ou privada à qual serve) e em seu acervo os conjuntos documentais estão reunidos segundo sua origem e função. Os objetivos primários do arquivo são jurídicos, funcionais e administrativos e os fins secundários serão culturais e de pesquisa histórica. A fonte geradora é única, ou seja, é a administração ou é a pessoa à qual o arquivo é ligado. De acordo com Bellotto (2007, p. 38): Documentos de museu: são provenientes da criação artística ou da civilização material de uma comunidade. Representam o testemunho dedeterminada época ou atividade, sendo utilizado para informar, de forma visual, educar e entreter. Os documentos museológicos são caracterizados por serem objetos bi ou tridimensionais. Eles possuem os mais diversos tipos, naturezas, formas e dimensões. De acordo com Bellotto (2007, p. 39): Para facilitar a compreensão e ajudar na resolução das questões segue um quadro comparativo abrangendo as principais características entre arquivo, biblioteca e museu: Biblioteca: é órgão colecionador (reúne artificialmente o que vai surgindo e interessando à sua especialidade), em cujo acervo as unidades estão reunidas pelo conteúdo. Os objetivos dessa coleção são culturais, técnicos e científicos. Os fornecedores são múltiplos (diferentes livrarias, editoras, empresas gráficas, empresas jornalísticas, laboratórios de microfilmes, etc). Museu: é órgão colecionador, isto é, a coleção é artificial e classificada segundo a natureza do material e a finalidade específica do museu a que pertence e seus objetivos finais são educativos e culturais. ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU TIPO DE SUPORTE Documentos manuscritos, impressos, audiovisuais (exemplar único). Documentos impressos, manuscritos, audiovisuais (exemplar múltiplo). Objetos bi/tridimensionais (exemplar único). TIPO DE CONJUNTO Fundos: unidos pela proveniência (origem). Coleção: documentos unidos pelo conteúdo. Coleção: documentos unidos pelo conteúdo ou pela função. FINS DE PRODUÇÃO Administrativos, jurídicos, funcionais, legais. Culturais, científicos, técnicos, artísticos, educativos. Culturais, artísticos, funcionais. OBJETIVO Provar, testemunhar Instruir, informar. Informar, entreter. ENTRADA DOS DOCUMENTOS Acumulação natural: são produzidos em decorrência do desempenho das atividades. Compra, doação, permuta de fontes múltiplas. Compra, doação, permuta de fontes múltiplas. PÚBLICO Administrador e pesquisador. Grande público e pesquisador. Grande público e pesquisador. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE CADA TIPO DE ACERVO ARQUIVÍSTICO A organização espelha a instituição de que tratam os documentos. BIBLIOGRÁFICO A organização do acervo espelha a organização dada às áreas do conhecimento. MUSEOLÓGICO A organização espelha recortes de tempo, de assunto e da memória. Paralelo entre biblioteca e arquivo De acordo com Paes (2004, p. 17 – 18), as características principais entre arquivos e bibliotecas podem ser resumidas da seguinte forma: BIBLIOTECA ARQUIVO ORIGEM Os documentos são produzidos e conservados com objetivos culturais. Os documentos são produzidos e conservados com objetivos funcionais. AQUISIÇÃO OU CUSTÓDIA Os documentos são colecionados de fontes diversas, adquiridos por compra ou doação. Os documentos não são objetos de coleção; provêm tão-só das atividades públicas ou privadas, servidas pelo arquivo. Os documentos existem em numerosos exemplares. Os documentos são produzidos em um único exemplar ou em limitado número de cópias. A significação do acervo não depende da relação que os documentos tenham entre si. Há significação orgânica entre os documentos. MÉTODO DE AVALIAÇÃO Aplica-se a unidades isoladas. Preserva-se a documentação referente a uma atividade, como um conjunto e não como unidades isoladas. O julgamento não tem caráter irrevogável. Os julgamentos são finais e irrevogáveis. GÊNERO DOS DOCUMENTOS Documentos impressos. Documentos textuais. Audiovisual. Audiovisuais. Cartográfico. Cartográficos. O julgamento envolve questões de conveniência, e não de preservação ou perda total. A documentação não raro existe em via única. MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO Utiliza métodos predeterminados. Estabelece classificação específica para cada instituição, ditada pelas suas particularidades. Existe conhecimento do sistema, do conteúdo e da significação dos documentos a classificar. Exige conhecimento da relação entre as unidades, a organização e o funcionamento dos órgãos. MÉTODO DESCRITIVO Aplica-se a unidades discriminadas. Aplica-se a conjuntos de documentos. As séries (anuários, periódicos, etc.) são unidades isoladas para catalogação. As séries (órgãos e suas subdivisões, atividades funcionais ou grupos documentais da mesma espécie) são consideradas unidades fins da descrição. Concluindo, pode-se dizer que a biblioteconomia trata dos documentos individuais e a arquivística, de conjuntos de documentos. 4) CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS A compreensão dos arquivos, como conjunto e objeto de estudo e de trabalho, abrange classificá-los segundo: 1) As entidades mantenedoras; 2) Os estágios de evolução; 3) A extensão de atuação; e 4) A natureza dos documentos. Classificação quanto às entidades mantenedoras Esta classificação parte do entendimento acerca da origem dos documentos de arquivo, em face das características das organizações. De acordo com Paes (2007, p.21), quanto à entidade mantenedora, os arquivos podem ser classificados da seguinte forma: PÚBLICO Federal Central Regional Estadual / DF Municipal INSTITUCIONAIS Instituições Educacionais Igrejas Corporações não- lucrativas Sociedades, associações COMERCIAIS Firmas Companhias FAMILIAIS OU PESSOAIS A Lei 8.159/1991 classifica os arquivos em apenas duas categorias: públicos e privados. Veja a definição atribuída pela norma: Classificação quanto à natureza dos documentos Arquivo Especial: é constituído por documentos de diversos formatos que, devido às características físicas do suporte, merecem um TRATAMENTO ESPECIAL quanto ao seu armazenamento e tratamento técnico. Ou seja, exigem TRATAMENTO DIFERENCIADO no que se refere à sua guarda e conservação. EXEMPLOS DE SUPORTES ESPECIAIS CD FITAS DE VÍDEO FITAS DE ÁUDIO DISQUETES FOTOGRAFIAS MICROFILMES Públicos: são aqueles produzidos e mantidos por instituições públicas nas esferas federal, estadual e municipal, no desempenho de suas atribuições administrativas, legislativas e/ou judiciárias. Também são considerados públicos os arquivos acumulados por empresas privadas encarregadas da gestão de serviços públicos. Privados: consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. SLIDES Conceito de documentos especiais constante do Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 75). Arquivo Especializado: é o arquivo constituído por documentos resultantes do desenvolvimento de atividades de DETERMINADA ÁREA DO CONHECIMENTO HUMANO, independentemente do suporte onde a informação encontra-se registrada. Também são conhecidos como ARQUIVOS TÉCNICOS. EXEMPLOS DE ARQUIVOS ESPECIALIZADOS Arquivos de engenharia Arquivos médicos ou hospitalares Arquivos de imprensa Classificação quanto aos estágios de sua evolução Quanto ao estágio de evolução, os arquivos são divididos em: arquivo corrente, arquivo intermediário e arquivo permanente. Esses três elementos da divisão apresentada representam as três fases/idades constantes da teoria do Ciclo Vital dos Documentos de arquivo, que, devido a sua grande importância para a resolução de questões de provas,será minuciosamente explorada em capítulo próprio. À luz do artigo 8° da Lei 8159/1991: Documento especial: documento em linguagem não textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Classificação quanto à extensão de sua atuação Quanto à abrangência de sua atuação, os arquivos podem ser divididos em duas categorias: setorial ou central/geral. Arquivo setorial: são aqueles estabelecidos junto aos órgãos operacionais, cumprindo função de arquivo corrente. A instituição que opta por organizar sua estrutura de gestão documental por meio da criação de arquivos setoriais, passa a ter arquivos instalados nas unidades de trabalho do órgão, de forma descentralizada. Eles ficam responsáveis por apoiar as atividades do dia-a-dia. Por exemplo: Arquivo central ou geral: destina-se a receber os documentos correntes provenientes de diversos órgãos que integram a estrutura da instituição, centralizando as atividades de arquivo corrente. Presidência Arquivo Setorial Pessoal Arquivo Setorial Material Arquivo Setorial Patrimônio Arquivo Setorial Tecnologia Arquivo Setorial Arquivo Central / Geral Pessoal Material Patrimônio Tecnologia Corrente: são aqueles em curso, ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. Intermediário: são aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Permanente: conjunto de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. 5) PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS O desenvolvimento da disciplina arquivística se fez por meio de uma série de princípios essenciais que se mostraram imprescindíveis ao longo do tempo no processo de gestão eficiente dos conjuntos documentais. Essa base principiológica torna a Arquivologia um campo do conhecimento com características próprias quando comparada com as outras áreas da Ciência da Informação, como a Biblioteconomia e a Museologia. Princípio da Proveniência ou do respeito aos fundos É considerado o princípio basilar da organização dos fundos de arquivo. Todas as intervenções arquivísticas ocorrem sob a égide da proveniência, pois evita danos graves e irreparáveis à organização dos arquivos que há tempos atrás eram dispostos por tema ou outro fator qualquer. Consiste em deixar os documentos de determinada instituição ou pessoa agrupados sem misturá-los aos arquivos provenientes de outras administrações, instituições ou pessoas (físicas ou jurídicas). Por esse princípio, os gestores da documentação devem levar em conta a origem administrativa dos documentos, ou seja, sua proveniência, não misturando seus documentos com documentos de origem distinta. Este princípio fixa a identidade e origem do fundo, define-se como o princípio fundamental segundo o qual os arquivos de uma mesma proveniência não devem ser misturados com os de outra proveniência. É universalmente aceito como a base teórica e prática da Arquivística. PATRIMÔNIO DOCUMENTAL Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo De acordo com Bellotto (2007, p.88): De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 136): De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 97), fundo é o conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Pode receber duas classificações: Fundo aberto: fundo ao qual podem ser acrescentados novos documentos em função do fato de a entidade produtora continuar em atividade. Fundo fechado: fundo que não recebe acréscimos de documentos em função de a entidade produtora não se encontrar mais em atividade. Princípio da organicidade A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 127): Segundo esse princípio, a organicidade representa a inter-relação dos documentos de arquivo e o vínculo existente entre estes e as funções e atividades que lhes deram origem, de forma que um documento isolado do seu contexto de produção perde muito do seu significado. Princípio da cumulatividade ou naturalidade O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica. Os registros arquivísticos não são coletados artificialmente, mas acumulados naturalmente nas administrações, em função do cumprimento dos seus objetivos práticos. Eles se acumulam de maneira contínua e progressiva, Princípio da Proveniência: fixa a identidade do documento relativamente a seu produtor. Por esse princípio, [...] os arquivos originários de uma pessoa devem manter a individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados, no arquivo, a outros de origem distinta. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Organicidade: relação natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades da entidade produtora. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Princípio da Proveniência: princípio básico da Arquivologia segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também chamado de princípio de respeito aos fundos. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. como sedimentos de estratificações geológicas, e isto os dotam de um elemento de coesão espontânea. Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística Os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida, a fim de preservar seus valores de prova e informação. Este princípio é derivado do princípio da proveniência”. A observância ao princípio da integridade arquivística contribui para a manutenção dainter-relação entre os documentos de arquivo, tendo em vista que a mutilação de um fundo arquivístico compromete o nexo existente entre o conjunto, prejudicando a análise e compreensão das funções e atividades desenvolvidas pela instituição. Princípio da Unicidade A teoria arquivística defende que o princípio da unicidade se refere à característica do documento arquivístico de ser único no seu conjunto documental, independentemente do fato de haver uma cópia do referido documento no mesmo fundo de arquivo, pois o contexto de produção/recebimento dotaria cada um deles de um significado próprio. Bellotto (2007, p.88) define o princípio da unicidade da seguinte forma: Cumulatividade e naturalidade: ressalta-se que o arquivo não pode ser composto por meio da aquisição de documentos escolhidos aleatoriamente, mas forma-se naturalmente, pela acumulação de documentos recebidos ou produzidos em relação direta com as atividades da instituição produtora. Ou seja, a documentação arquivística acumula-se pela força do processo de criação dos documentos no desempenho das atividades, num processo natural de acumulação e não de forma artificial como acontece em outras áreas que fazem parte da Ciência da Informação (bibliotecas e museus). Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Não obstante sua forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função de seu contexto de produção. Princípio do respeito à ordem original, “santidade” da ordem original, ordem primitiva ou princípio de registro (registratur) Representa a ideia de que a ordem original, desde que metodicamente estabelecida, é imprescindível para a manutenção dos documentos dentro do contexto da sua criação. Sem que haja o devido respeito a esse princípio, as inter-relações dos documentos e o reflexo às atividades que os geraram seriam seriamente prejudicados. Para Bellotto (2007, p.131), obedecer a ordem original não está ligada ao respeito a ordem estrita que os documentos receberam na repartição de origem e, sim, o respeito à organicidade, isto é, a observância do fluxo natural e orgânico com que foram produzidos e não propriamente dos detalhes ordenatórios de seu primeiro arquivamento. O conceito não orienta, simplesmente, manter o acervo da forma como é recebido, afinal pode estar desorganizado, não ser integral ou, mesmo, não ser perceptível qualquer regra efetiva de organização. O ideal é buscar a organicidade e o contexto dos documentos de modo a permitir sua utilização como prova da execução das atividades. Princípio da ordem original é facilmente aplicável na organização do acervo quando o produtor do arquivo utilizou-se de metodologia adequada de gestão de documentos arquivísticos, elaborando, por exemplo, um plano de classificação que estruture suas funções e atividades executadas, e utilizando-o para indexação e organização física dos documentos. ARQUIVO Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Função Pertinência O princípio segundo o qual os documentos deveriam ser reclassificados por assunto sem ter em conta a proveniência e a classificação original, denomina-se de pertinência ou temático. Baseia-se na análise do conteúdo para definir a organização dos documentos, é oposto ao princípio de respeito aos fundos. É um princípio abandonado ou "praticamente não mais utilizado" Inalienabilidade e imprescritibilidade O princípio da inalienabilidade e o princípio da imprescritibilidade são complementares entre si e relacionam-se ao poder do Estado de manter sob sua custódia os arquivos acumulados pelas instituições públicas. Quando aplicado aos arquivos, proíbe sua venda ou sua cessão a terceiros (inalienabilidade) sem limite de tempo (imprescritibilidade). Territorialidade ou proveniência territorial Define o domicílio legal dos documentos, ou seja, a jurisdição a que pertence cada documento, de acordo com a área territorial, a esfera de poder e o âmbito administrativo onde foi produzido e recebido. Conceito derivado do princípio da proveniência e segundo o qual arquivos deveriam ser conservados em serviços de arquivo do território no qual foram produzidos, excetuando-se os documentos elaborados pelas representações diplomáticas ou resultantes de operações militares. Universalidade Princípio que exige que o arquivista apreenda, compreenda, estruture, classifique, arranje e descreva a informação orgânica e registrada (ou seja, a informação arquivística) de uma forma global antes de passar para uma outra etapa mais detalhada. É a abordagem do geral ao particular que fundamenta a organização dos documentos arquivístico. Inalienabilidade: é impedida a alienação de arquivos públicos a terceiros. Imprescritibilidade: é assegurado ao Estado o direito sobre os arquivos públicos, sem limitação de tempo, por serem estes considerados bens públicos inalienáveis. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. ORGANICIDADE... Não é a ordem física que os documentos tinham no setor de trabalho; É o respeito à organicidade; É a observância do fluxo natural e orgânico com que foram acumulados os documentos. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Reversibilidade Defende que o material de arquivo não pode ser submetido a qualquer procedimento ou tratamento que não possa ser revertido, caso necessário. Princípio atrelado à prática da função arquivística de restauração de documentos de arquivo. 6) CICLO DE VIDA DOS DOCUMENTOS OU TEORIA DAS 3 IDADES A teoria arquivística sistematiza o ciclo de vida dos documentos de arquivo em três fases distintas e complementares, caracterizadas por intervalo de tempo e pelo tipo de uso que é dado ao documento em cada idade. A metodologia a ser utilizada na organização dos documentos depende muito da fase em que ele se encontra no chamado ciclo vital, tendo em vista que a frequência de uso e o público alvo são distintos. Arquivo corrente ou arquivo de primeira idade Essa é a primeira fase do ciclo de vida dos documentos de arquivo. Ela é composta pelos conjuntos documentais em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. São arquivos que devem permanecer próximos aos produtores e serem de fácil acesso, pois existem em função do cumprimento de sua finalidade administrativa. Arquivo intermediário Corresponde à segunda fase do ciclo vital. São os conjuntos documentais que, não sendo mais de uso corrente nos órgãosprodutores, por razões de ordem administrativa, legal ou financeira, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Esses arquivos não precisam ficar próximos aos setores de trabalho, pois têm uso menos frequente que os arquivos correntes. Os arquivos intermediários são transitórios e, também, são conhecidos como “limbo” ou “purgatório”. • Primeira fase do ciclo de vida dos documentos; • Documentos consultados frequentemente; • Devem permanecer próximos aos produtores por razões administrativas e técnicas; • Devem ser de fácil acesso; • São absolutamente essenciais ao funcionamento de quem os acumula. ARQUIVO CORRENTE Teoria segundo a qual os arquivos são considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Arquivo permanente Essa representa a terceira e última fase do ciclo de vida dos documentos de arquivo. É composta pelos conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados pela instituição. Quando o documento chega à fase permanente, deve ser arquivado de forma definitiva e jamais poderá ser eliminado. Nesta fase do ciclo vital ele passa a interessar mais aos pesquisadores (fins científicos, sociais e culturais) do que aos produtores. Os arquivos dessa natureza situam-se em lugares acessíveis e dotados de salas de pesquisas para atender ao público. • Segunda fase do ciclo de vida dos documentos; • Documentos com baixa frequência de consulta; • Conservados por ordem administrativa, legal ou financeira; • Aguardam a eliminação ou guarda permanente; • Podem ser alocados em local afastado, de manutenção barata; • Permanência transitória, por isso, também, são conhecidos como "limbo" ou "purgatório"; • Consulta restrita ao órgão produtor. ARQUIVO INTERMEDIÁRIO • Teceira fase do ciclo de vida dos documentos; • Conjutos documentais de valor histórico, probatório e informativo; • O documento permanente perdeu todo o valor de natureza administrativa; • O documento permanente deve ser guardado definitivamente; • Possui fins científicos, sociais e culturais; • Os arquivos permanentes devem ficar localizados em lugares de fácil acesso; • Consulta liberada ao público. ARQUIVO PERMANENTE Nomenclatura para cada fase ou idade Não há consenso entra a literatura e a legislação arquivística quanto à forma como cada fase do ciclo de vida dos documentos arquivísticos deve ser nomeada. Isso acaba se refletindo nas questões sobre esse tema nas provas de concursos públicos. Para o candidato não ser surpreendido com uma nomenclatura desconhecida, seguem, de forma esquemática, as possibilidades mais cobradas nos certames: Para encerrar essa abordagem e para fins de fixação, segue a conceituação apresentada no Dicionário de Terminologia Arquivística para a Teoria das Três Idades (2007, p. 160): Valor dos Documentos A atribuição de valor aos documentos de arquivo leva em conta duas facetas distintas: valor primário/administrativo e valor secundário/histórico. Valor primário/administrativo/imediato Refere-se ao valor atribuído aos documentos em função do interesse que eles possam ter para apoiar as atividades rotineiras da instituição produtora, evidenciando, assim, a utilidade administrativa, legal ou fiscal dos documentos de arquivo. São documentos que dão suporte às atividades do dia a dia. O valor primário está diretamente relacionado ao motivo pelo qual o SINÔNIMOS MAIS COMUNS E QUE PODEM APARECER NA PROVA ARQUIVO CORRENTE Arquivo de 1ª idade 1ª fase do ciclo vital Arquivo ativo Arquivo de movimento Arquivo de gestão ARQUIVO INTERMEDIÁRIO Arquivo de 2ª idade 2ª fase do ciclo vital Arquivo semiativo Limbo / purgatório Temporário ARQUIVO PERMANENTE Arquivo de 3ª idade 3ª fase do ciclo vital Arquivo inativo Arquivo histórico Teoria segundo a qual os arquivos são considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. documento foi criado (utilidade administrativa imediata) e é absolutamente característico das fases CORRENTE e INTERMEDIÁRIA. O valor primário representa um valor transitório, que todo documento produzido possui e perde com o passar do tempo. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 171), valor primário representa: Valor secundário/histórico/mediato Refere-se ao valor atribuído aos documentos em função do interesse que eles possam ter para fins diferentes daqueles para os quais foram originariamente produzidos. Os documentos com valor secundário são considerados importantes fontes de informações para pesquisadores em geral e para a própria entidade produtora. O valor secundário é característico da fase PERMANENTE e os documentos que possuem esse atributo jamais poderão ser eliminados. Esse é um valor imprescritível. Ressalta-se que apenas uma pequena parcela do acervo produzido detém valor secundário ou histórico. De acordo com a definição do Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p. 172), valor secundário representa: VALOR PRIMÁRIO Administrativo Documentos necessários à consecução das atividades correntes do órgão: planos, programas, relatórios. Legal Documentos que envolvem direitos e deveres do cidadão para com o Estado e vice-versa, sendo os que produzem efeito perante os tribunais, regulamentam as questões externas e internas do órgão. Fiscal Documentos ligados a operações financeiras e à comprovação de receitas e despesas, geradas para atender a exigências governamentais: notas ficais, faturas, recibos. Valor atribuído ao documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais e fiscais. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. O valor secundário pode ser subdividido em probatório e informativo, assim como veremos no esquema seguinte: Cabe destacar que todos os documentos possuem valor primário, mas nem todos possuem ou adquirem um valor secundário. Quando os documentos perdem o seu valor primário e não possuem valor secundário, são eliminados. Por sua vez, aqueles que não são mais necessários àsatividades rotineiras do órgão ou entidade que os criou, mas apresentam valor secundário (valor probatório ou informativo), serão destinados à guarda permanente para que sejam disponibilizados para a sociedade. VALOR SECUNDÁRIO Probatório Valor que permite a um documento de arquivo servir de prova legal. Refere-se à história e à ação do órgão, pois são o registro da existência e do funcionamento do órgão. Informativo Valor que um documento possui pelas informações nele contidas, independentemente de seu valor probatório. Refere-se a documentos que elucidam aspectos econômicos, políticos, de pesquisa, sociais, estatísticos, etc. São informações que os documentos contêm sobre pessoas, entidades coisas, problemas, etc. com que o órgão haja tratado. Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi originalmente produzido. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. 7) AVALIAÇÃO A avaliação constitui atividade essencial do ciclo de vida dos documentos arquivísticos, tendo em vista que ela representa a análise dos documentos da instituição, com a finalidade precípua de estabelecer os prazos de guarda dos documentos nas fases corrente e intermediária bem como a destinação final dos documentos (eliminação ou guarda permanente) a partir do valor primário e do valor secundário. A avaliação dos documentos permite que a documentação considerada sem valor secundário seja eliminada dentro de determinados prazos e que a massa documental de determinada instituição ou pessoa seja reduzida sem que ocorra qualquer prejuízo ao conjunto informacional. A avaliação de documentos constitui-se em um trabalho complexo à medida que deve analisar um conjunto de direitos e obrigações e todo um contexto social, histórico e informativo antes de se definir pela eliminação ou pela guarda permanente um conjunto ou série documental. Em face disso, as instituições ou pessoas responsáveis pela gestão do acervo devem compor equipes técnicas multidisciplinares (também conhecidas como Comissão Permanente de Avaliação – CPAD) para a realização dessa atividade, que, ao seu término, dará origem ao instrumento de gestão documental conhecido como Tabela de Temporalidade. Ressalta-se que todos os prazos de guarda e as ações de destinação final apurados durante a fase de avaliação deverão estar presentes nesse instrumento. Composição recomendada pelo Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ – para instituição de uma CPAD: A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de vida documental arquivístico, na medida em que define quais documentos serão preservados para fins administrativos ou de pesquisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que apresentam para a administração que os gerou e para a sociedade. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Vantagens do processo de avaliação De acordo com o E-arq Brasil (2006, p.32), a aplicação dos critérios de avaliação é feita com base na Teoria das Três Idades e efetiva-se, primeiramente, nos arquivos correntes, a fim de se distinguirem os documentos de valor eventual (de eliminação sumária) daqueles de valor probatório e/ou informativo. Deve-se evitar a transferência para os arquivos intermediários de documentos que não tenham sido anteriormente avaliados, pois as atividades de avaliação e seleção nos arquivos de segunda idade são extremamente onerosas do ponto de vista técnico e gerencial. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS Redução da massa documental. Agilidade na recuperação de documentos e informações. A conservação dos documentos de guarda permanente. A racionalização da produção e do fluxo dos documentos de arquivo. A eliminação dos documentos desprovidos de valor, gerando ganho de espaço físico. COMPOSIÇÃO DA C P A D • arquivista ou responsável pela guarda da documentação. • servidores das unidades organizacionais, com profundo conhecimento das atividades desempenhadas. • historiador ligado à área de pesquisa de que trata o acervo. • profissional da área jurídica, responsável pela análise do valor legal dos documentos. • profissionais ligados ao campo de conhecimento de que trata o acervo objeto da avaliação (economista, sociólogo, engenheiro, médico e outros). • outros profissionais que possam colaborar com as atividades da comissão. A otimização dos gastos com recursos humanos, materiais e financeiros. Incremento à pesquisa. Garantia da constituição do patrimônio arquivístico. 8) TABELA DE TEMPORALIDADE E PLANO DE DESTINAÇÃO A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico resultante da avaliação dos documentos. Ela tem por objetivos definir os prazos de guarda (tempo necessário para o arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou) e a destinação de documentos (encaminhamento de documentos para guarda permanente, descarte ou eliminação), com vista a garantir o acesso à informação aos que dela necessitarem, seja a própria instituição ou o público externo. Sua estrutura básica deve contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação. Prazo de guarda dos documentos O prazo de guarda dos documentos constante na Tabela de Temporalidade refere-se ao tempo necessário para arquivamento dos documentos nas idades corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou (valor primário). Torna-se razoável observar que o referido prazo deve ser expresso, preferencialmente, em anos. Contudo, em alguns casos, ele poderá ser expresso a partir de uma ação concreta que deverá, necessariamente, ocorrer em relação a um determinado conjunto documental. Por exemplo: para conjuntos documentais que envolvam gastos de dinheiro público, é interessante mencionar que o acervo em questão só poderá ser transferido para o arquivo intermediário ou eliminado após a aprovação das contas do governo por parte do Poder Legislativo. Nesse caso, o prazo de guarda na idade corrente poderia ser expresso da seguinte maneira: “até aprovação das contas”. Determinantes na definição dos prazos de guarda: Frequência de uso; Normas; Outras fontes de informações; Prazos precaucionais. Destinação final dos documentos Na Tabela de Temporalidade o campo reservado à destinação final dos documentos pode conter as seguintes destinações: eliminação ou guarda permanente. Esses procedimentos podem ser sistematizados da seguinte forma: Transferência,recolhimento e eliminação dos documentos. São conceitos bastante cobrados em provas de concursos públicos e estão, diretamente, relacionados à destinação dada aos documentos de arquivo. Portanto, é preciso estar muito atento às suas definições: ELIMINAÇÃO: destinação dada aos documentos que perderam o valor primário e não apresentam valor secundário. GUARDA PERMANENTE: destinação dada aos documentos que possuem informações consideradas importantes para fins de prova, informação e pesquisa, ou seja, fins culturais, sociais e científicos. TRANSFERÊNCIA: representa a passagem de documentos do arquivo corrente para o arquivo intermediário. Ela é efetivada por meio da produção do termo de transferência, que é o instrumento legal que define e formaliza a transferência de documentos. RECOLHIMENTO: representa a operação pela qual um conjunto de documentos passa para o arquivo permanente. Ele é efetivado por meio da produção do termo de recolhimento, que é o instrumento legal que define e formaliza o recolhimento de documentos ao arquivo permanente. ELIMINAÇÃO: é a destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor permanente. Ela também é conhecida como expurgo de documentos. O procedimento de eliminação é formalizado após a publicação do edital de ciência de eliminação, que é um ato publicado em periódicos oficiais que tem por objetivo anunciar e tornar pública a eliminação. É importante observar que a inutilização dos documentos poderá ser efetuada por procedimentos diversos, dependendo da quantidade e da natureza do seu suporte. Contudo, há que se observar que é absolutamente desaconselhada (do ponto de vista ecológico) a incineração de papéis, que poderão ser mecanicamente transformados em aparas e doados ou vendidos para instituições que trabalham com reciclagem. Modelo de Tabela de Temporalidade Diante deste pequeno fragmento de Tabela de Temporalidade elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos e disponibilizado para a administração pública federal é possível fazer os seguintes apontamentos quanto às suas subdivisões: ASSUNTO Neste campo são apresentados os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com plano de classificação de documentos da instituição. PRAZOS DE GUARDA Conforme foi visto anteriormente, referem-se ao tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. DESTINAÇÃO FINAL Neste campo é registrada a destinação estabelecida que pode ser a eliminação, quando o documento não apresenta valor O ato de eliminar, propriamente dito, deve ser feito de forma racional. Os processos mais indicados são: a fragmentação, a maceração, a alienação por venda ou doação. A incineração – processo condenado -, quer pelo aumento do índice de poluição que provoca, quer pela impossibilidade de reciclagem do papel, não deve ser adotada. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. secundário ou a guarda permanente, quando as informações contidas no documento são consideradas importantes para fins de prova, informação e pesquisa. OBSERVAÇÕES Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela. Deve-se observar que a metodologia de criação de uma Tabela de Temporalidade está altamente entrelaçada à Teoria das Três Idades, que define os parâmetros gerais para o arquivamento e para a destinação dos documentos de arquivo. Os documentos sempre serão criados na fase corrente e, após, o cumprimento do prazo de guarda na referida fase, poderão ser eliminados, transferidos para o arquivo intermediário ou recolhidos diretamente ao arquivo permanente. A determinação do que será feito com cada documento constará da Tabela de Temporalidade. Ressalta-se que os documentos recolhidos ao arquivo permanente, independentemente da origem (arquivo corrente ou intermediário), serão tratados, organizados e arquivados para ficarem disponíveis ao público e jamais poderão ser eliminados. Prováveis caminhos para os documentos CORRENTES Após o cumprimento do prazo de guarda na fase corrente, poderão ser transferidos para o arquivo intermediário; Após o cumprimento do prazo de guarda na fase corrente, poderão ser eliminados; ou Após o cumprimento do prazo de guarda na fase corrente, poderão ser recolhidos ao arquivo permanente. Prováveis caminhos para os documentos INTERMEDIÁRIOS Após o cumprimento do prazo de guarda na fase intermediária, poderão ser eliminados; ou Após cumprimento do prazo de guarda na fase intermediária, poderão ser recolhidos ao arquivo permanente. Plano de Destinação de Documentos Os planos de destinação de documentos são instrumentos que servem para instruir o procedimento de quem vai tratar uma massa documental acumulada. Eles contêm informações sobre a tipologia documental existente, os prazos de guarda definidos e as séries em que se dividiu o acervo. Portanto, neles mesclam-se o plano de classificação de documentos e a tabela de temporalidade usados nos arquivos correntes. As massas documentais acumuladas existem porque dos documentos existentes nas áreas de trabalho não foram objeto de tratamento técnico-científico. Um arquivo corrente que seja organizado e que tenha seu ciclo vital determinado por uma tabela de temporalidade não gerará uma massa documental acumulada. 9) SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS O Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p.151) e o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos – e-ARQ Brasil – (2011, p. 30) apresentam a seguinte definição para o termo “seleção de documentos”: A correta aplicação do procedimento de seleção dos documentos é importante para que seja possível garantir o adequado tratamento ao acervo arquivístico permanente e a otimização do processo de busca e recuperação da informação no âmbito dos arquivos. A técnica de seleção dos documentos deve observar os critérios de valor histórico, científico, informacional, probatório e cultural. SELEÇÃO: Separação dos documentos de valor permanente daqueles passíveis de eliminação, mediante critérios e técnicas previamente estabelecidos em tabela de temporalidade. 10) CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS Conforme suas características e elementos essenciais, os documentos podem ser classificados de acordo com o gênero, a natureza do assunto, a forma, o formato, a espécie e a tipologia. Classificação quanto ao Gênero Gênero documental é a configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado na comunicação de seu conteúdo. CONCEITO EXEMPLOS TEXTUAL OU ESCRITO Gênero documental integrado por documentos manuscritos, datilografados ou impressos, como atas de reunião, cartas, decretos, livros de registro, panfletos e relatórios. ICONOGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos em suporte sintético, em papel emulsionado ou não, que contêm imagens fixas (estáticas), impressas, desenhadas ou fotografadas, como: fotografias, gravuras, diapositivos,desenhos. SONORO Gênero documental integrado por documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos. FILMOGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos que contêm imagens em movimento, com ou sem som, como filmes e fitas videomagnéticas. Também é conhecido como documento cinematográfico. INFORMÁTICOS OU DIGITAIS Gênero documental integrado por documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador (disquete, disco rígido, disco óptico). CARTOGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia, como: mapas, plantas, perfis e fotografias aéreas. MICROGRÁFICOS Gênero documental integrado por documentos resultantes da microrreprodução de imagens em microforma, mediante a utilização de técnicas específicas. Classificação quanto à natureza do assunto Quanto à natureza do assunto, os documentos de arquivo podem ser classificados de duas formas distintas: Ostensivo ou ordinário: documento sem qualquer restrição de acesso e cuja divulgação não é prejudicial à administração ou às partes. Sigiloso: documento que pela natureza de seu conteúdo sofre restrição de acesso. Ou seja, é aquele que fica temporariamente submetido à restrição de acesso público em razão de sua imprescritibilidade para a segurança da sociedade e do Estado. Esse tipo de documento requer medidas especiais de salvaguarda para sua custódia, divulgação e acesso. Pela grande importância dessa matéria para a sociedade em geral, o sigilo e o acesso à informação são tratados em legislação específica (Lei 12.527/2012 – Lei de Acesso à Informação), que estabelece que uma informação pública somente deva ser classificada como sigilosa quando, de forma inequívoca, for considerada imprescindível à segurança da sociedade (à vida, segurança ou saúde da população) ou do Estado (soberania nacional, relações internacionais, atividades de inteligência). Níveis de sigilo De acordo com a Lei 12.527/2012, as informações sigilosas podem ser classificadas nos seguintes níveis: Para facilitar a aplicação da Lei de Acesso à Informação, os legisladores especificaram as autoridades responsáveis por classificar as informações nos diferentes níveis de sigilo, observando que quanto mais restrito o grau de sigilo, maior deverá ser o nível hierárquico do agente público. ULTRASSECRETA Prazo de segredo máximo de 25 anos Renovável por uma única vez SECRETA Prazo de segredo máximo de 15 anos Renovação não prevista RESERVADA Prazo de segredo máximo de 05 anos Renovação não prevista Poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. Informações pessoais Informações pessoais são aquelas relacionadas à pessoa natural identificada ou identificável, cujo tratamento deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. As informações pessoais terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo, pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção. Elas poderão ser acessadas ou divulgadas pelos próprios indivíduos ou por terceiros, sendo que neste último caso deverá haver previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que as informações se referirem. O consentimento não será exigido quando as informações pessoais forem necessárias para... 1 À prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico. 2 À realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem. • Presidente da República; • Vice Presidente da República; • Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; • Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e • Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. ULTRASSECRETA • Autoridades mencionadas acima; e • Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista SECRETA • Autoridades supracitadas; e • As que exercem funções de direção, comando ou chefia, de hierarquia equivalente ou superior ao nível DAS 101.5; e • As que compõe o grupo - Direção e Assessoramento Superiores, conforme regulamentação específica RESERVADA 3 Ao cumprimento de ordem judicial. 4 À defesa de direitos humanos. 5 À proteção do interesse público e geral preponderante. Classificação quanto à forma ou tradição documental: Forma representa o estágio de preparação e transmissão dos documentos, podendo ser dividida em minuta, original e cópia. Minuta: forma sob a qual um documento, antes de sua feição definitiva, apresenta texto abreviado ou completo que, embora sem os sinais de validação, já foi devidamente revisado. Bellotto (2007, p.105) ressalta que há diferença entre minuta e rascunho, sendo este sujeito a correções e rasuras, supressões, acréscimos e substituições. A autora considera a minuta em dois sentidos: 1. Como a forma diminuta, diminuída e abreviada do original, seria um escrito preparatório e reduzido para que, a partir dele, se pudesse confeccionar o original, isto é, um conjunto de dados essenciais para a redação definitiva do documento. 2. Em outro sentido, a minuta é o original, portanto, o rascunho já passado a limpo, porém, sem os sinais de validação (assinaturas, carimbos, tintas, selos). Na verdade, sem validação, as minutas não podem ter “fé”, não sendo levadas em conta do ponto de vista jurídico. Original: representa a versão final de um documento, já na sua forma apropriada. Para Bellotto (2007, p.106), o original é o documento feito por direta vontade dos autores e conservado em matéria e formas genuínas sob as quais foi originalmente emitido. Deve-se considerar no original: 1. O seu caráter de primeiro, de matriz; 2. O seu caráter de acabado, perfeito, limpo. MINUTA • Documento com características de futuro original; • Redação preparatória de um documento textual; e • É o pré-original já concluído, não tendo apenas os sinais de validade que o tornaria o original. RACUNHO • Redação preparatória do original, podendo conter rasuras, correções e supressões; e • É anterior à minuta, que não apresenta imperfeições. Elementos que distinguem os originais das minutas e das cópias: as assinaturas ou subscrições, carimbos, selos, tintas, etc. inseridos no documento no momento justamente em que ele se torna original. Cópia: representa um documento formalmente idêntico a um original. Ela pode conviver com seus originais ainda existentes ou pode vir a substituí-los. Classificação quanto à espécie e tipologia documental Espécie documental é a configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas. É a espécie que identifica o modelo que servirá como base jurídica ou consensualmente válida para que o conteúdo do documento arquivístico, correto em sua estrutura semântica, se torne legítimo/fidedigno/credível. De acordo com a lista das espécies documentais elaborada por Bellotto (2002, p. 46 – 90), segue quadro resumo com alguns exemplos de espéciesdocumentais: CONCEITO DE CADA ESPÉCIE ABAIXO- ASSINADO Documento de solicitação coletiva dirigido a uma autoridade pública para manifestar apoio a alguém, para demonstrar queixa, protesto coletivo ou para pedir algo que diga respeito ao interesse comum. ATA Registro resumido das ocorrências de uma reunião, assembleia ou sessão, assim como das decisões tomadas por seus membros. ATESTADO Declaração, por autoridade governamental, civil, militar, eclesiástica ou notarial, a partir de uma realidade ou de um fato constatado. CERTIDÃO Documento emanado de funcionário de fé pública, mediante o qual se transcreve algo já registrado em documento de assentamento, elaborado segundo as normas notariais ou jurídico-administrativas. CIRCULAR Comunicação endereçada simultaneamente a vários destinatários, com conteúdo idêntico e redação semelhante à carta ou ao aviso. LAUDO Parecer de especialista no qual se expõem observações e estudos a respeito de um objeto sobre o qual se solicitou uma perícia. MEMORANDO Forma de correspondência interna, objetiva e simples, para assuntos rotineiros, entre chefias de unidades de um mesmo órgão. OFÍCIO Meio de comunicação do serviço público. Forma padronizada de comunicação escrita entre subalternos e autoridades, entre os órgãos públicos e entre estes e os particulares, em caráter oficial. ORDEM DE SERVIÇO Determinação técnica ou administrativa expedida por escrito por autoridade e dirigida aos responsáveis por serviços, tarefas ou obras, autorizando-os. PARECER Opinião técnica ou científica sobre um ato, servindo de base para a tomada de decisão. PETIÇÃO Instrumento pelo qual se solicita algo à autoridade pública sem se ter a certeza ou a segurança quanto ao amparo legal do pedido. PRONTUÁRIO Reunião cumulativa de documentos que acompanham o desempenho dos interessados na sua atuação profissional em cursos, estágios, tratamentos médicos e psicológicos, assim como em programas educativos e de lazer. RECIBO Reconhecimento escrito e assinado por pessoa(s) que tenha(m) recebido dinheiro ou objeto. RELATÓRIO Exposição de ocorrências, fatos, despesas, transações ou de atividades realizadas por autoridade com a finalidade de prestar conta de seus atos à autoridade superior. Tipo documental é a configuração que assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou. Ou seja, o tipo documental é formado quando agregamos à espécie documental as atividades, funções e competências da entidade produtora/acumuladora de documentos. Quadro elucidativo sobre espécie, função e tipologia documental: TIPO DOCUMENTAL Espécie Função Atividade ESPÉCIE DOCUMENTAL FUNÇÃO/ATIVIDADE TIPO DOCUMENTAL ABAIXO-ASSINADO Solicitar providências Abaixo-assinado de solicitação de providências ATA Reunião do conselho Ata de reunião do conselho ATESTADO Atestar óbito Atestado de óbito CERTIDÃO Certificar tempo de serviço Certidão de tempo de serviço CIRCULAR Convocar reunião Circular de convocação de reunião LAUDO Verificar a qualidade do solo Laudo de análise do solo MEMORANDO Solicitar material Memorando de solicitação de material OFÍCIO Requisitar servidor Ofício de requisição de servidor ORDEM DE SERVIÇO Realizar encadernação de livros Ordem de serviço de encadernação de livros. PARECER Verificar legalidade dos atos Parecer jurídico sobre legalidade os atos PETIÇÃO Interromper contagem de prazo Petição de interrupção de contagem de prazo PRONTUÁRIO Atender paciente em clínica médica Prontuário de atendimento médico RECIBO Receber material de expediente Recibo de material de expediente RELATÓRIO Acompanhar atividades Relatório de acompanhamento de atividades Classificação quanto ao formato Formato é a configuração física de um suporte, de acordo com a sua natureza e o modo como foi confeccionado. Exemplos: CÓDICE FICHA CADERNO LIVRO 11) CARACTERÍSTICAS DOS DOCUMENTOS DE ARQUIVO Há cinco qualidades do arquivo ou dos seus documentos. São elas: naturalidade, inter- relacionamento, imparcialidade, fidedignidade, autenticidade e unicidade. Naturalidade: Ao contrário da forma de acumulação de acervo característica das Bibliotecas e Museus (em que os seus objetos são coletados artificialmente), os documentos de arquivos são acumulados naturalmente em decorrência das atividades do organismo produtor. A acumulação ocorre de uma necessidade administrativa prática, em que os documentos são criados de forma contínua e progressiva (como sedimentos de estratificações geológicas), dotados de organicidade. Inter-relacionamento: os documentos estabelecem relações com outros documentos no decorrer do andamento das transações para as quais foram criados. Um documento de arquivo considerado de forma isolada ficará impossibilitado de comprovar fatos e ações de seu produtor. O documento arquivístico possui relação com seu produtor e com os outros documentos do arquivo de mesma natureza funcional. Esse inter-relacionamento, por ser uma característica primordial do documento, possibilita a consecução do objetivo de comprovar atividades e, principalmente, identificar o documento com seu criador. Imparcialidade: refere-se ao fato de que os documentos arquivísticos são inerentemente verdadeiros. Eles são imparciais em decorrência de dois aspectos importantes: 1°) são produtos de atividades; e 2°) respeitam as rotinas processuais estabelecidas. Logo, os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam. Deve-se ressaltar que o contexto de produção dos documentos deve ser levado em consideração para se extrair a verdade dos fatos contidos nos registros documentais Autenticidade: está ligada ao processo de criação, manutenção e custódia dos documentos. Os documentos arquivísticos são considerados autênticos quando são criados e conservados conforme procedimentos regulares que podem ser comprovados por meio de rotinas estabelecidas. A autenticidade relaciona-se com a capacidade de provar que um documento efetivamente é o que diz ser, livre de adulterações ou qualquer outro tipo de corrupção. Considera- se documento autêntico aquele que se preserva da mesma forma como foi produzido e dessa forma apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua criação, independentemente da veracidade do conteúdo. Unicidade: característica pela qual cada documento de arquivo assume lugar único no conjunto documental ao qual pertence. Cópias de um registro podem existir em um ou mais grupos de documentos, mas cada cópia é única em seu lugar, porque suas relações com os demais registros do grupo é sempre único. • Trata da forma de acumulação dos documentos no decorrer da execução das atividades (progressiva, natural e orgânica). NATURALIDADE • Um documento de arquivo estabelece relações com outros documentos e com o organismo produtor. INTER- RELACIONAMENTO • Os documentos arquivístico são inerentemente verdadeiros. IMPARCIALIDADE • Capacidade de se provar que um documento efetivamente é o que diz ser e que é livre de adulterações ou qualquer outro tipo de corrupção. AUTENTICIDADE • Cada documento assume um lugar único na estrutura documental do grupo ao qual pertence e no universo documental. UNICIDADE 12) ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS A organização e a administração de acervos arquivísticos demandam intenso esforço intelectual e físico por parte dos gestores e colaboradores que atuarão, diretamente,na execução das atividades. O plano ideal defende que haja forte trabalho de sensibilização e estimulação dos funcionários da instituição em todos os níveis da cadeia hierárquica, dessa forma todos poderão contribuir e se sentirão responsáveis pelo alcance das metas propostas. A organização e administração de arquivos são divididas nas seguintes fases: 1. Levantamento de dados; 2. Análise dos dados coletados; 3. Planejamento; e 4. Implantação e acompanhamento. Levantamento de dados O levantamento dos dados permite aos responsáveis pela gestão documental do órgão ter conhecimento mais detalhado sobre a instituição (estrutura e alterações, objetivos e funcionamento). Por meio desse conhecimento prévio é possível compreender e avaliar o real significado da documentação institucional produzida. A tabela seguinte apresenta as informações que precisarão ser levantadas na instituição: normas, documentação, pessoal, equipamentos, situação física do acervo e meios de comunicação. LEVANTAMENTO DE DADOS NO ÂMBITO DAS INSTITUIÇÕES NORMAS DOCUMENTAÇÃO PESSOAL EQUIPAMENTOS SITUAÇÃO FÍSICA DO ACERVO MEIOS DE COMUNICAÇÃO DO ACERVO Estatutos Gênero (escritos ou textuais, audiovisuais, cartográficos, iconográficos, informáticos, etc) Número de pessoas Quantidade Extensão da área ocupada Telefones Regimentos Espécies (cartas, faturas, relatórios, projetos, questionários, etc) Qualificação Modelos Condições de iluminação Fax Regulamentos Modelos Salários Estado de conservação Umidade Normas Formulários Escolaridade Estado de conservação das instalações Organogramas Arranjo Formação profissional Proteção contra incêndio Documentos constitutivos Classificação Existência de registros e protocolos Média de arquivamentos/dia Controle de empréstimo Processos adotados para conservação e restauração de documentos Existência de normas de arquivo Manuais Códigos de classificação Análise dos dados coletados Após a coleta dos dados apresentados na tabela de levantamento, os responsáveis pela gestão documental na instituição estarão plenamente habilitados a analisar a situação do arquivo e proceder à realização de um diagnóstico arquivístico detalhado. O resultado apresentado no diagnóstico possibilitará a formulação e proposição de medidas e ações a serem adotadas no sistema que está sendo planejado. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística (1996, p. 24): DIAGNÓSTICO ANÁLISE DE: OBJETIVOS: 1. Quantidade Implantar sistemas Estabelecer transferências Estabelecer recolhimentos Realizar microfilmagem Efetivar programas de conservação e restauração, etc. 2. Localização 3. Estado físico 4. Condições de armazenamento 5. Grau de crescimento 6. Frequência de consulta, etc. Planejamento Fase posterior à coleta e análise dos dados. É absolutamente indispensável para que o arquivo tenha condições de cumprir sua finalidade e função institucionais. Alguns elementos são imprescindíveis no momento da elaboração de um plano arquivístico, a saber: Diagnóstico: é a análise de informações básicas (quantidade, localização, estado físico, condições de armazenamento, grau de crescimento, frequência de consulta e outras) sobre os arquivos, a fim de implantar sistemas e estabelecer programas de transferência, recolhimento, microfilmagem, conservação e demais atividades. Documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica. Posição do arquivo na estrutura da instituição O arquivo de uma instituição atende a setores e funcionários de diferentes níveis de autoridade, por isso, deve se situar na posição hierárquica mais elevada possível, de forma a subordinar-se a um órgão hierarquicamente superior. Essa decisão estratégica diminui a possibilidade de conflitos nas relações humanas e nas comunicações institucionais. Centralização ou descentralização dos serviços de arquivo Primeiramente, deve-se ressaltar que a opção por centralizar ou descentralizar os serviços de arquivo é sempre focada na idade corrente, tendo em vista que nas fases intermediária e permanente os arquivos serão sempre centralizados, não havendo possibilidade de descentralização nessas fases do ciclo vital. Sistema centralizado de arquivos correntes representa, além da reunião da documentação em um único local, a concentração de todas as atividades de controle – recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição – de documentos de uso corrente em um único órgão da estrutura organizacional. Frequentemente, designa-se como protocolo e arquivo, comunicações e arquivo, ou outra denominação similar. PLANEJAMENTO (é preciso definir) A posição do arquivo na estrutura da instituição A centralização ou descentralização dos serviços de arquivo A escolha dos métodos de arquivamento adequados O estabelecimento de normas de funcionamento Os recursos humanos As instalações e os equipamentos adequados A constituição de arquivos intermediário e permanente Os recursos financeiros necessários A descentralização representa a instalação de arquivos em cada departamento de determinada instituição, onde são reunidos todos os documentos do departamento, incluindo os produzidos pelas divisões e seções que o compõem. A descentralização dos arquivos correntes obedece basicamente a dois critérios: a) Centralização das atividades de controle (protocolo) e descentralização dos arquivos: Neste sistema, todo o controle da documentação é feito pelo órgão central de comunicações, e os arquivos são localizados junto aos órgãos responsáveis pela execução de programas especiais ou funções específicas, ou ainda junto às unidades administrativas localizadas em áreas fisicamente distantes dos órgãos a que estão subordinadas. Esses arquivos descentralizados são denominados núcleos de arquivo ou arquivos setoriais. ARQUIVO CENTRAL e PROTOCOLO Secretaria de Documentação Secretaria de Segurança Secretaria de Serviços Integrados de Saúde Secretaria de Gestão de Pessoas Secretaria de Adminsistração Financerira Secretaria de Tecnologia da Informação Secretaria de Comunicação Social Secrataria de Controle Interno b) Descentralização das atividades de controle (protocolo) e dos arquivos. Esse sistema consiste em descentralizar não somente os arquivos, como as demais atividades de controle já mencionadas anteriormente. Neste modelo os arquivos setoriais encarregar-se-ão, além do arquivamento propriamente dito, do registro, classificação, tramitação dos documentos etc. PROTOCOLO CENTRALIZADO Secretaria de Gestão de Pessoas ___________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Adminsistração Financerira _______________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Tecnologia da Informação _____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Comunicação Social ______________________ ARQUIVO SETORIAL Secrataria de Controle Interno ____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Documentação ____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Segurança ____________________ ARQUIVO SETORIAL Secretaria de Serviços Integrados
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