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MATRIZ Crescimento Microbiano QUESTÕES GERAIS Crescimento microbiano: aumento do número de micro-organismos (m.o.) e não do tamanho das células; Colônias: grupo de células que podem ser visualizadas sem microscópio; Porque estudar? Controlar o crescimento de m.o. patogênicos ou daqueles que degradam alimentos; Entender como estimular o crescimento de m.o. que temos interesse em estudar. FATORES NECESSÁRIOS AO CRESCIMENTO Temperatura; pH; Pressão osmótica Fontes de carbono; Nitrogênio; Enxofre; Fósforo; Oxigênio; Elementos traços e Fatores orgânicos de crescimento. Físicos Químicos FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA Com base em sua faixa preferida de temperatura os micro-organismos (m.o.) classificam-se em 03 grupos: Psicrófilos: crescem em baixas temperaturas (encontrados essencialmente nas profundezas dos oceanos ou em certas regiões polares; não causam problema na preservação de alimentos); Mesófilos: crescem em temperaturas moderadas; Termófilos: crescem em altas temperaturas. FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA Cada espécie bacteriana cresce a uma temperatura mínima, ótima e máxima específica. Temperatura mínima de crescimento: é a menor temperatura pela qual a bactéria pode crescer Temperatura ótima crescimento: é a temperatura na qual a espécie cresce melhor; Temperatura máxima de crescimento: é a maior temperatura na qual o crescimento é possível. FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA O que determina a temperatura máxima ou mínima na qual um micro-organismo pode crescer? R: A termoestabilidade das proteínas Proteínas: são macromoléculas mais sensíveis ao calor em uma célula, e o crescimento não pode acontecer em temperaturas que desnaturam as proteínas. FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA Psicotróficos: os mais prováveis de serem encontrados na deterioração de alimentos em baixa temperatura, pois crescem em temperaturas utilizadas em refrigeradores. Considerados grupo de m.o deteriorantes FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA A refrigeração é o método mais comum de preservação dos alimentos. Tem como base o princípio de que as velocidades de reprodução microbiana decrescem em baixas temperaturas. FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA Mesófilos: incluem a maioria dos m.o deteriorantes e patogênicos. Temperatura ótima para a maioria das bactérias patogênicas é de 37ºC. São os mais comuns! FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA Termófilos: incluem m.o. capazes de crescer em altas temperaturas. FATORES FÍSICOS: TEMPERATURA Arquibactérias: Possuem m.o. capazes de crescer com temperatura ótima de crescimento de 80ºC ou mais. São chamados de: Hipertermófilos ou Termófilos extremos FATORES FÍSICOS: PH pH refere-se à acidez ou alcalinidade de uma solução; A maioria das bactérias cresce melhor em uma faixa estreita de pH perto da neutralidade, entre 6,5 e 7,5; Poucas bactérias crescem em um pH ácido abaixo de 4; Algumas bactérias resistem à acidez, sendo chamadas: acidófilas. Outras prosperam em ambientes bastante alcalinos, sendo chamadas: basófilas FATORES FÍSICOS: PH FATORES FÍSICOS: PRESSÃO OSMÓTICA Pressões osmóticas elevadas têm como efeito remover a água necessária para a célula; Quando uma célula microbiana está em uma solução cuja concentração de solutos é mais elevada que dentro da célula (ambiente hipertônico); a água atravessa a membrana celular para o meio com a concentração mais elevada de soluto; Essa perda osmótica da água causa uma plasmólise ou encolhimento do citoplasma celular. FATORES FÍSICOS: PRESSÃO OSMÓTICA Plasmólise FATORES FÍSICOS: PRESSÃO OSMÓTICA Halófilos extremos: Alguns micro-organismos adaptados a concentrações elevadas de sais, requerendo sua presença para que ocorra crescimento (halófilos obrigatórios). Halófilos facultativos Não requerem concentrações elevadas de sal, mas são capazes de crescer em concentrações de até 2% de sal, o que inibe o crescimento de muitos organismos. Algumas espécies toleram até 15% de sal. FATORES FÍSICOS: PRESSÃO OSMÓTICA Pressões osmóticas anormalmente baixas, tornam o ambiente: Ambiente hipotônico tal como na água destilada, por exemplo – a água tende a entrar na célula em vez de sair. Alguns m.o. que têm uma parece celular relativamente frágil podem ser lisados com esse tratamento. FATORES QUÍMICOS: CARBONO É o esqueleto estrutural da matéria viva; É necessário para todos os compostos orgânicos que constituem a célula viva; Compõe metade do peso seco de uma célula bacteriana; FATORES QUÍMICOS: NITROGÊNIO Necessário para a síntese de material celular, DNA e RNA, ATP; Constitui cerca de 14% do peso seco da célula bacteriana; Os organismos utilizam o hidrogênio para formar o grupo amino dos aminoácidos das proteínas; Algumas bactérias, incluindo cianobactérias fotossintéticas utilizam o nitrogênio gasoso (N2) diretamente da atmosfera, num processo chamado: fixação de nitrogênio. FATORES QUÍMICOS: ENXOFRE Necessário para a síntese de material celular; O enxofre juntamente com o fósforo constituem cerca de 4% do peso seco da célula bacteriana; É utilizado para sintetizar também os aminoácidos contendo enxofre e vitaminas como a tiamina e a biotina. FATORES QUÍMICOS: FÓSFORO O fósforo juntamente com o enxofre constituem cerca de 4% do peso seco da célula bacteriana; É essencial para síntese de ácidos nucleicos (DNA e RNA) e dos fosfolipídeos das membranas celulares; É encontrado também nas ligações de energia do ATP; FATORES QUÍMICOS: ELEMENTOS TRAÇOS Elementos minerais como: ferro, cobre, molibdênio e zinco. A maioria é essencial para as funções de certas enzimas, geralmente como cofatores; Costumam estar naturalmente presentes na água da torneira e outros componentes do meio de cultura. FATORES QUÍMICOS: OXIGÊNIO FATORES QUÍMICOS: FATORES ORGÂNICOS DE CRESCIMENTO Compostos orgânicos essenciais que um organismo é incapaz de sintetizar, devendo ser obtido diretamente do ambiente; Ex.: Vitaminas. A maioria das vitaminas funcionam como coenzimas, os cofatores orgânicos requeridos por certas enzimas para seu funcionamento; Muitas bactérias sintetizam suas próprias vitaminas, contudo, algumas não possuem enzimas necessárias para a síntese de certas vitaminas, que são para elas fatores orgânicos de crescimento; Outros desses fatores requeridos por certas bactérias são: aminoácidos, purinas e pirimidinas. BIOFILMES Os micro-organismos vivem em comunidades de uma única espécie ou de grupos diversos chamadas Biofilmes; Residem em uma matriz feita essencialmente de polissacarídeos, contendo também DNA e proteínas, chamada de limo; Uma comunicação química entre as células ou quorum sensing permite às bactérias coordenarem sua atividade e se agrupar em comunidades; Os biofilmes são, portanto, sistemas biológicos cujas bactérias se organizam em uma comunidade funcional coordenada; BIOFILMES Geralmente são fixados em superfícies como uma pedra em um lago, um dente humano, ou membrana mucosa; Nos biofilmes, as bactérias são capazes de compartilhar nutrientes e são protegidas de fatores danososdo ambiente, como a dissecação, os antibióticos e o sistema imune corporal. Além disso, a proximidade entre os micro-organismos facilita a transmissão de informações genéticas por conjugação; BIOFILMES Começa a se formar quando uma bactéria livre nadadora (planctônica) se fixa a uma superfície. Inicia o agrupamento em forma de pilares; Importante fator para saúde humana (1000 x mais resistentes aos microbicidas) BIOFILMES MEIO DE CULTURA Material nutriente preparado para o crescimento de micro-organismos em um laboratório; Inóculo: micro-organismos introduzidos em um meio de cultura para iniciar o crescimento; Cultura: micro-organismos que crescem e se multiplicam dentro ou sobre um meio de cultura. MEIO DE CULTURA Características gerais do meio de cultura: Deve conter os nutrientes adequados para o micro-organismo específico que se quer cultivar; Deve conter água suficiente; Ter um pH apropriado e um nível conveniente de oxigênio ou talvez nenhum; Deve ser estéril, ou seja, inicialmente não conter m.o. vivos; A cultura em crescimento deve ser incubada em temperatura apropriada. MEIO DE CULTURA: LÍQUIDOS São aqueles em que os nutrientes estão dissolvidos em solução aquosa. Podem ser esterilizados em tubos de ensaio, balões, Erlenmeyers ou outros tipos de frascos. MEIO DE CULTURA: SÓLIDOS Agente solidificante (ÁGAR a 1,0 ou 2,0 %); Polissacarídeo complexo derivado de uma alga marinha; Poucos m.o. o degradam; Se liquefaz a cerca de 100ºC; ao nível do mar permanece líquido até a temperatura diminuir até cerca de 40º C; Em laboratório é mantido em banho maria à temperatura de 50º C; Geralmente são dispostos em tubos de ensaio (inclinados ou profundos) ou placas de petri; MEIO QUIMICAMENTE DEFINIDO É aquele cuja composição exata é conhecida; Organismos que requerem muitos fatores de crescimento são descritos como fastidiosos; Geralmente são reservados para trabalhos experimentais em laboratórios ou para o crescimento de bactérias autotróficas. MEIO QUIMICAMENTE DEFINIDO MEIO COMPLEXO A maioria dos fungos e bactérias é cultivada em meios complexos, feitos de nutrientes como leveduras, de carnes ou de plantas, ou produtos de digestão destas ou de outras fontes; MEIO COMPLEXO Nesses meios a necessidade de energia, carbono, nitrogênio e enxofre dos m.o. em cultura são fornecidas pelas proteínas; Caldo nutriente: quando um meio complexo apresenta forma líquida; Ágar nutriente: quando adiciona-se o ágar, contudo, somente o ágar em si não é um nutriente. MEIOS E MÉTODOS PARA CRESCIMENTO ANAERÓBICO Meios redutores: são meios especiais utilizados para bactérias anaeróbicas que podem ser mortas pela exposição ao oxigênio; Contém ingredientes como o tioglicolato de sódio, que combinam-se quimicamente com o oxigênio dissolvido e o eliminam no meio de cultura; São armazenados em tubos de ensaio firmemente tampados e são aquecidos rapidamente antes de ser utilizado para eliminar o oxigênio absorvido; MEIOS E MÉTODOS PARA CRESCIMENTO ANAERÓBICO Meios redutores em placas de petri (laboratório) TÉCNICAS ESPECIAIS DE CULTURA Algumas bactérias não são cultivadas com sucesso em meios artificiais de laboratório, sendo necessário uma célula hospedeira viva. Ex.: Mycobacterium leprae; Alguns laboratórios clínicos têm estufas de dióxido de carbono especiais para o crescimento de bactérias aeróbicas que requerem concentrações de CO2 mais altas ou mais baixas que a encontrada na atmosfera; Elevada concentração de Co2 M.O capnofílicos Condições de baixo O2 e alto CO2 são encontradas no trato intestinal, trato respiratório e em alguns tecidos corporâis onde bactérias patogênicas crescem TÉCNICAS ESPECIAIS DE CULTURA Biossegurança de nível 4 (BSL-4): alguns m.o. são tão perigosos que só podem ser manuseados com sistemas de contenção extremamente complexo; Os laboratórios de nível 4 são conhecidos como zonas quentes; MEIOS DE CULTIVO SELETIVO E DIFERENCIAL Seletivos: são elaborados para impedir o crescimento de bactérias indesejadas e favorecer o crescimento dos m.o. de interesse; Ex.: O sulfeto de bismuto inibe as bactérias gram positivas e a maioria das bactérias intestinais gram negativas. O ágar sabouraud dextrose, com pH de 5,6, é utilizado para isolar os fungos que dominam a maioria das bactérias neste pH. MEIOS DE CULTIVO SELETIVO E DIFERENCIAL Diferenciais: facilitam a diferenciação das colônias de um m.o. desejado em relação a outras colônias crescendo na mesma placa; MEIOS DE CULTIVO SELETIVO E DIFERENCIAL Algumas vezes características diferenciais e seletivas são combinadas no mesmo meio; MEIOS DE ENRIQUECIMENTO Como as bactérias em pequeno número podem ser perdidas, principalmente se outras bactérias estiverem presentes em maior número, algumas vezes é necessário utilizar cultura de enriquecimento; Tecnologia muito empregada em amostras de solo ou fezes; O meio para enriquecimento geralmente é líquido e fornece nutrientes e condições ambientais que favorecem o crescimento de um m.o. específico e não de outros, sendo, também, seletivo, mas elaborado para amplificar até níveis detectáveis um número muito pequeno do m.o. de interesse. MEIOS DE CULTURA - RESUMO OBTENÇÃO DE CULTURAS PURAS O método de isolamento mais comum para obter culturas puras é o método de esgotamento por estrias; PRESERVAÇÃO DE CULTURAS BACTERIANAS Por curtos períodos: refrigeração; Por longos períodos: 1. Congelamento em baixas temperaturas processo no qual uma cultura pura de m.o. é colocada em um líquido de suspensão e rapidamente congelada em uma faixa de temperatura de -50ºC a -95ºC. Pode ser descongelada e cultivada mesmo após vários anos; 2. Liofilização (congelamento-dessecação) uma suspensão de m.o. é rapidamente congelada em uma faixa de temperatura de -54ºC a -72ºC, e a água é removida por alto vácuo (sublimação). Ainda sob vácuo, o container é selado, derretendo o vidro com uma chama de alta temperatura. O pó obtido desse processo, contendo m.o. sobreviventes, pode ser armazenado por anos, podendo ser reativados a qualquer momento por hidratação com um meio nutriente líquido apropriado; CRESCIMENTO DE CULTURAS BACTERIANAS Lembrar que as bactérias normalmente se reproduzem por fissão binária; CRESCIMENTO DE CULTURAS BACTERIANAS Algumas espécies bacterianas se reproduzem por brotamento; elas formam uma pequena região inicial de crescimento (o broto), que vai se alargando até atingir um tamanho similar ao da célula parental, e então se separam dela. FASES DO CRESCIMENTO Quando bactérias são inoculadas em um meio líquido de crescimento e a população é contada em intervalos regulares, é possível representar graficamente a curva de crescimento bacteriano; Fases do Crescimento: lag, log, estacionária e morte celular. FASES DO CRESCIMENTO – FASE LAG Período de pouca ou nenhuma divisão celular, podendo durar de uma hora a vários dias; Período de intensa atividade metabólica, envolvendo principalmente síntese de enzimas e várias moléculas. FASES DO CRESCIMENTO – FASE LOG As células começam a se dividir e entram em umperíodo de crescimento, ou aumento logarítmico, chamado de fase de log ou fase exponencial de crescimento; Reprodução celular ativa e tempo de geração atinge valor constante, permitindo a visualização de uma linha reta na representação logarítmica do crescimento; Fase de maior atividade metabólica; FASES DO CRESCIMENTO –ESTACIONÁRIA No final do crescimento a velocidade de reprodução se reduz, o número de mortes microbianas é equivalente ao de células novas, e a população se estabiliza, configurando a fase estacionária; Interrupção: esgotamento dos nutrientes, acúmulo de resíduos, e mudanças no pH danosas à célula; FASES DO CRESCIMENTO – MORTE CELULAR O número de mortes ultrapassa o número de células novas formadas, e a população entra na fase de morte ou declínio logarítmico; Algumas espécies passam por todas as fases em somente poucos dias, outras mantém algumas células sobreviventes indefinidamente; MÉTODOS PARA QUANTIFICAÇÃO DE CRESCIMENTO BACTERIANO Obrigada!
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