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Sintaxe do Português I - Conteúdo Online

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SINTAXE DO PORTUGUÊS I
AULA 1 – A HIERARQUIA GRAMATICAL
A sintaxe faz parte da competência linguística do falante e é ela que permite a combinação de palavras em uma ordem pertinente à Língua Portuguesa. Essa organização, inserida nos nossos atos de linguagem, apresentam uma hierarquia e é composta por sintagmas, frases e períodos. Se formos além, podemos incluir nessa hierarquia as noções de texto e parágrafo, pertencentes ao nível do texto.
O Que é Sintaxe?
Leia a tirinha a seguir:
Fácil compreendê-la, não é mesmo?
Isso acontece porque os elementos que compõem a língua, sejam de linguagem verbal, sejam de linguagem não verbal, fazem parte de nossa competência linguística.
Compreendemos que há uma combinação a ser obedecida, uma ordem requerida à Língua Portuguesa. E isso se chama sintaxe.
“Sintaxe” vem do grego syntaxis e significa “ordem, disposição”.
Assim, esse termo remete à parte da gramática  que se dedica à descrição do modo como as palavras são combinadas para compor sentenças, sendo essa descrição organizada sob a forma de regras. 
O Que Estuda a Sintaxe?
Funções e relações entre as palavras; 
Regência, colocação e subordinação;
Estudo da frase e sua organização;
Estrutura, ordem, função dos elementos; 
Organização e relação dos elementos.
Veja como uma gramática é dividida:
Fonologia: Estudo dos sons de uma língua com capacidade para distinguir significado.
Morfologia: Estudo da estrutura ou forma das palavras. 
Sintaxe: Estudo da organização das palavras em uma frase.
Semântica: Estudo do significado.
A Organização da Língua: Os Sintagmas
Essa combinação de palavras para que se possam formar frases na língua é feita a partir de determinados princípios que regem a língua: temos uma combinação em  blocos, sempre em torno de um núcleo: os sintagmas.  
Como a classificação do sintagma depende do núcleo, podemos classificar um sintagma em nominal, quando o núcleo é um nome (substantivo ou certos pronomes), em sintagma verbal, quando o núcleo é um verbo etc. 
Assim, os mecanismos gramaticais, constitutivos da sintaxe, são: 
(a) a escolha da unidade; 
(b) a posição de cada unidade; 
(c) a forma morfossintática dos vocábulos e 
(d) substituição de unidades por alguma palavra ou por sua ausência, sem prejuízo para o entendimento da frase.  
Tradicionalmente, os níveis do morfema e do vocábulo são estudados pela morfologia, enquanto os níveis do sintagma, da oração e do período são estudados pela sintaxe. 
Poderíamos acrescentar à lista anterior, o ‘parágrafo’ e o ‘texto’, itens fora do âmbito da gramática, estudados pela Linguística Textual.
	Texto
Parágrafo
Período
Oração
Sintagma
Vocábulo
Morfema
A Noção de Sintagma
Vejamos os exemplos abaixo:
1- A bola.
2- A bola azul.
3- A bola bonita.
4- A bola azul quebrou o vidro.
Observando os exemplos acima, temos quatro blocos diferentes, cujo núcleo é o substantivo “bola”. Esses blocos poderiam, perfeitamente, ser utilizados para formar contextos maiores como: “A bola azul foi roubada”, “A bola azul foi comprada pela mãe como presente para o menino”. Nesses contextos maiores, há outros blocos, constituídos por outros elementos, ou seja, temos sintagmas.
Classificação dos Sintagmas: De Olho no Núcleo
Como a categorização do sintagma depende do núcleo, podemos classificá-lo em:
Sintagma nominal: quando o núcleo é um nome (substantivos ou certos pronomes). 
Sintagma verbal: quando o núcleo é um verbo.
A escolha da unidade;
A forma morfossintática dos vocábulos;
A posição de cada unidade;
Substituição de unidades por alguma palavra ou por sua ausência, sem prejuízo para o entendimento da frase.
Tipos de Sintagma
Um sintagma pode ser formado por uma ou mais palavras, certo?
E, como vimos, devemos analisar o núcleo para classificá-lo segundo a categoria sintática deste núcleo.
Exemplo: Pela cidade: núcleo: pela = preposição [por + ela]
Sintagma Nominal (SN): quando o núcleo do sintagma é um nome.
Ex.: Veja o exemplo a seguir:
Droga sf. 1. Nome comum aos ingredientes empregados em farmácias, tinturarias, etc. 2. Qualquer medicamento. 3. Substância entorpecente, excitante, etc. 4. Coisa inútil, ruim ou de pouco valor. Interjeição. 5. Expressão de frustração, raiva, desânimo. 
(XIMENES, Sergio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.)
Sintagma Adjetival (SAdj): quando o núcleo do sintagma é um adjetivo.
Sintagma Verbal (SV): quando o núcleo do sintagma é um verbo.
Sintagma Adverbial (SAdv): quando o núcleo do sintagma é um advérbio.
Sintagma Preposicional (SPrep): quando o núcleo do sintagma é uma preposição. É chamado por alguns autores de sintagma preposicionado.
Sintagmas Básicos e Derivados
Sintagma básico: Azeredo (2002, seção 306) conceitua esse sintagma como “Formado por uma classe de palavra apta por ela só a constituir o respectivo sintagma.” 
Veja este exemplo:
Bala é o doce preferido dela. 
Sintagma nominal básico formado pelo substantivo ‘bala’.
Sintagma Derivado ou Derivativo: Azeredo (2002, seção 306) afirma que o sintagma preposicional (SP) é sempre um sintagma derivado (sintagma derivativo por meio de preposição) “[...] visto que só podem ser formados pela adição de uma preposição a outro sintagma.”
Portanto, os sintagmas preposicionais ou preposicionados não podem ser formados somente por preposição, mas por causa dela recebem sua classificação.
Exemplo: Ela gosta de bala.
Como Identificar Um Sintagma?
Vejamos agora as duas condições que determinam se uma sequência de unidades será um sintagma.
Deslocamento: ser deslocável para outra posição na oração.
Ex.: O menino comeu um pacote de biscoitos rapidamente.
Rapidamente, o menino comeu um pacote de biscoitos.
O menino, rapidamente, comeu um pacote de biscoitos.
Substituição: ser substituível por uma unidade simples.
Ex.: 
O menino comeu um pacote de biscoitos rapidamente.
Ela comeu um pacote de biscoitos rapidamente.
Aquele rapaz comeu um pacote de biscoitos rapidamente.
As Noções de Frase, Oração e Período
A análise sintática é a análise das relações que as palavras mantêm entre si na frase, ou seja, os níveis de hierarquia sintática envolvem o sintagma, a oração e o período.   
A estrutura do plano do conteúdo em uma língua comporta vários níveis.  
Cada nível caracteriza-se por uma espécie de unidade.  
Vamos estudar a seguir cada uma dessas unidades.
Frase
A frase é uma expressão de sentido completo, ou seja, transmite uma ideia completa. 
Aqui você verá vários tipos de frase. Porém, se dará destaque às verbais e às frases nominais.
Para termos uma frase, é suficiente, portanto, que a unidade linguística empregada represente um ato comunicativo capaz de exprimir uma intenção ou motivação interlocutiva.
Azeredo, em sua Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, (2008:136) afirma: 
“Perguntas, respostas, ordens, declarações, exclamações, promessas, pedidos são atos comunicativos praticados por meio de frases. Tanto a pergunta Você aceita outro pedaço de bolo? Quanto a resposta, Sim ou Aceito são frases.
Entonação: de acordo com a entonação, as frases podem ser:
Declarativas;
Exclamativas;
Interrogativas; 
Imperativas.
Ex.: 
Frase nominal: Socorro! Coragem! 
Frase verbal: Saia! Ele já chegou.
Oração
Os autores concordam que uma oração é uma unidade gramatical construída em torno do verbo.
Sautchuk, por exemplo, afirma que uma oração é  “[...] uma frase que se presta a uma análise sintática de seus constituintes e deve exibir, de maneira clara ou oculta, um núcleo verbal. Dessa forma, a oração reúne, na maioria das vezes, duas unidades significativas, a que chamamos sujeito  e predicado.” (2004:36)
Para se ter uma oração é preciso sempre ter um sintagma verbal, já que não há oração sem verbo.
Assim, a parte da oração, em que há presença do verbo, denominamos predicado.
Portanto, predicado e sintagma verbal são formasdiferentes para se nomear a mesma estrutura, ou seja, o bloco com verbo chamado sintagma verbal, exercerá sempre a função sintática de predicado.
O sintagma nominal, que dá as marcas gramaticais para o verbo, chama-se sujeito.  Isso significa dizer que, se o sujeito está no singular, o verbo fica no singular. E, claro, se o sujeito está no plural, o verbo vai para o plural.
Agora vamos analisar um exemplo.
Vejam os verbos destacados: 
Haver impessoal e FICA na 3ª pessoa quando SIGNIFICA existir: HÁ seguros.  
O verbo haver É impessoal quando APRESENTA o sentido de existir, ocorrer, decorrer, fazer (tempo).  
Também FICA na 3ª pessoa do singular o auxiliar do verbo haver impessoal como no exemplo “DEVE HAVER redatores na editora”.  
Temos 8 orações.  
Os verbos em itálico não são contados como orações porque aparecem substantivados.
Período
O período é uma estrutura gramatical constituída de, pelo menos, uma oração. 
Como toda oração precisa ter verbo, para que haja um período é preciso que tenhamos, pelo menos, um verbo. 
Há dois tipos de períodos: período simples e período composto.
Período Simples: formado por apenas uma oração, ou seja, ele possui apenas um verbo. 
É também chamado de oração absoluta, já que ele é formado por apenas uma oração. 
Exemplo: Ele trabalhou até mais tarde ontem.
Período Composto: formado por duas ou mais orações, ou seja, para que um período seja composto é preciso que ele tenha dois ou mais verbos.  
Exemplo: Ele trabalhou até mais tarde ontem porque chegou atrasado.
EXERCÍCIOS
Divida o texto a seguir em períodos e orações. Inicie primeiro pelos períodos.
Período analisado
A produção brasileira terá uma sessão de gala no dia 11 num dos maiores teatros da Europa, o Friedrichstadpalast, com capacidade para 1.800 espectadores. O longa de Padilha não participa da competição oficial, mas concorre ao prêmio do público do festival. 
Gabarito
1º PERÍODO. Composto por uma oração: temos um período simples, também chamado de oração absoluta. [A produção brasileira TERÁ uma sessão de gala no dia 11 num dos maiores teatros da Europa, o Friedrichstadpalast, com capacidade para 1.800 espectadores.] 
2º PERÍODO. Composto por duas orações:
Oração. [O longa de Padilha não PARTICIPA da competição oficial,] 
Oração. [mas CONCORRE ao prêmio do público do festival.]
AULA 2 – O SINTAGMA NOMINAL E A FUNÇÃO SINTÁTICA DE SUJEITO
O Sintagma Nominal
O tema desta aula é o Sintagma Nominal, também chamado de SN, e a possibilidade dele funcionar como sujeito de uma oração.
Um sintagma nominal, como vimos na aula passada, é um sintagma cujo núcleo é o nome.
Quando construímos um SN escolhemos informações que tornem nosso texto suficientemente claro para nosso leitor/ouvinte, não é mesmo?
Sendo assim, podemos dizer: 
�
Livro
Meu Livro.
Um livro.
Qualquer livro.
Um livro de suspense.
Esse livro de suspense de capa dura.
O livro que eu comprei ontem.
�
Em todas as construções ao lado temos sintagmas nominais cujos núcleos são a palavra “livro”, reparou?
A diferença reside no fato de o “livro” ser apresentado na primeira de forma genérica e nas demais com referenciação distinta.
Na fala “Livro”, temos um sintagma nominal formado apenas por seu núcleo, um substantivo. Nas demais falas, o núcleo foi expandido, mas, ainda assim, ele projeta sua classe e temos sintagmas nominais.
Núcleo Referencial e Núcleo Sintático
Em alguns casos, o núcleo referencial e núcleo sintático do SN podem não coincidir. 
Veja os exemplos abaixo:
Dois livros foram vendidos ontem.  
Dois dos livros foram vendidos ontem.
Na primeira frase, “livros” é, ao mesmo tempo, núcleo sintático e núcleo referencial. 
Já na segunda frase, “dois” é o núcleo sintático, enquanto “livros” é o núcleo referencial.
“Ao construir um enunciado/texto, o usuário é guiado pela intenção/necessidade de tornar as entidades de que fala suficientemente inteligíveis/reconhecíveis para o interlocutor. [...] O recurso mais preciso nesse sentido é o emprego de um substantivo próprio (Acabei de ler Os Sertões), o mais vago é o uso de expressões como isso, um trecho, uma parada, qualquer coisa etc. (Diga qualquer coisa). [...].” (p.90)
Ao construirmos um SN, observamos três posições possíveis:
O núcleo, constituído por um substantivo ou seu equivalente.
A parte que precede o núcleo e pode ser preenchida por determinantes.
A parte que vem após a base e que é ocupada pelos modificadores. 
Essa organização pode ser descrita como o esquema a seguir:
	Sintagma Nominal
	Determinantes
	Núcleo
	Modificadores
	
	
	A
	casa
	
	
	
	A
	casa
	de Ana
	
	
	A
	casa
	amarela
	
	
	A
	casa
	amarela
	de Ana
Desse modo, podemos observar que a posição dos constituintes no SN possui regra categórica de colocação, ou seja, uma regra obrigatória de colocação para dois itens:
O artigo que vem sempre antes do núcleo: “a camisa” mas não “camisa a”.
A sentença relativa que vem sempre depois do núcleo: “comida que gosta” mas não “que se gosta comida”.
Determinante
Os determinantes são um tipo de morfema que depende em gênero e número do substantivo com o qual se relaciona.
É importante que você saiba que as nomenclaturas podem ser diferentes.  
Ataliba de Castilho, importante linguista da atualidade, chama de “especificador” o item que outros autores chamam de “determinante”.  
Segundo ele: “os especificadores compreendem (I) artigos; (II) demonstrativos; (III) possessivos; (IV) quantificadores; (V) expressões qualitativas do tipo o estúpido do, a porcaria do etc.; (VI) delimitadores [...]. 
Deve-se ter em conta que o termo “especificadores é um rótulo de caráter sintático que designa um constituinte sintagmático e sentencial, qualquer que seja sua interpretação semântica.” (p. 454) 
(CASTILHO, Ataliba T. de. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.)
A classe dos determinantes é formada por:
�
Artigos definidos
Artigos indefinidos
Pronomes possessivos
Pronomes demonstrativos
Pronomes indefinidos
Alguns adjetivos
Numerais ordinais
Numerais cardinais
�
Classificação dos Determinantes
A determinação pode ser do tipo:
Focalizador: quando mostra a posição do enunciador sobre o que ele está dizendo, ou seja, aponta a relevância do sintagma nominal com o resto do enunciado. 
Exemplo: Ele comprou o próprio apartamento.
Quantitativo: quando representa uma quantidade ou a posição em uma escala do conceito que o substantivo expressa. 
Exemplos: muita fome, sexto dia, algumas bolsas etc.
Dêitico: quando aponta a designação do sintagma nominal para pessoas do discurso.
Exemplos: essa blusa, meu livro.
Vinculativo: quando informa que a relação dêitica expressa “vínculo, movimento”.
Exemplos: minha vida, nossa viagem.
Remissivo: quando informa que o conceito é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativa. 
Exemplo: mesma casa.
Identificador: quando informa que o conceito, objeto ou ser designado pelo substantivo é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativas.
Pronomes como Sintagma Nominal
Há diversos pronomes que podem funcionar como núcleo do sintagma nominal e que são chamados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) como pronomes substantivos.
Pronomes Pessoais: apresentam três grupos de funções:  
Pronomes retos (eu, tu, ele/ela, nós, vós eles/elas)  
Embora não listados pela Gramática Normativa, os pronomes de tratamento como você/vocês, senhores/senhoras, prezado cliente entre outros, podem funcionar como pronomes retos. 
Pronomes oblíquos átonos (me, te, lhe, o/a, se, nos, vos, lhes, os/as, se) - Aparecem sem preposição. 
Pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas, si, comigo, contigo, consigo, conosco) - Aparecem com preposição.
Pronomes Demonstrativos (identificadores): são os que indicam a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso. Esta localização pode ser notempo, no espaço ou no discurso:
1ª pessoa: este, esta, isto;
2ª pessoa: esse, essa, isso;
3ª pessoa: aquele, aquela, aquilo.
[...]
São ainda pronomes demonstrativos o, mesmo, próprio, semelhante e tal.  
Considera-se o pronome demonstrativo [...] quando funciona com valor ‘grosso modo’ de isto, isso, aquilo ou tal: Não o consentirei jamais.” (BECHARA: 1999, 167)
Pronomes Indefinidos: aplicam-se à 3ª pessoa com sentido vago ou para indicar quantidade indeterminada.  
São exemplos de pronomes indefinidos: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, outrem, nenhum, outro e um quando aparecem isolados, qualquer, cada, muito, mais, menos, diverso etc.
Pronomes Possessivos:
SINGULAR: 
1ª pessoa: meu, minha, meus, minhas.
2ª pessoa: teu, tua, teus, tuas.
3ª pessoa: seu, sua, seus, suas.
PLURAL:
1ª pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas.
2ª pessoa: vosso, vossa, vossos, vossa.
3ª pessoa: seu, sua, seus suas.
Sintagmas Nominais Formados Por Nomes Partitivos
O sintagma nominal pode ser formado por nomes como: parte; todo; porção; maioria, entre outros. 
Ex.: Parte dos livros se perdeu durante a enchente.
A maioria dos alunos fez o exercício.
Sintagmas Nominais Formados Por Modificador
O sintagma nominal pode ser modificado por:
Sintagma adjetival
Sintagma preposicional que deriva um sintagma adjetival
Sintagma adverbial
Ex.: Livros bonitos (SN + Sintagma adjetival)
Livros de português (SN + Sintagma Preposicionado)
O Sujeito
O sintagma nominal pode exercer diversas funções sintáticas. 
De acordo com Azeredo (2002, p.347), temos a noção de valência e, segundo ela, o sintagma nominal pode ocupar a posição estrutural preenchida pelo sujeito: “O argumento que mantém com o verbo uma relação de concordância é o sujeito desse verbo [...]”.
Veja a manchete a seguir: “Salão de Frankfurt vira um palanque político.” 
Qual é o sujeito do verbo “vira”? 
Pensando-se na relação de concordância, tanto o sintagma nominal “um palanque político” quanto o sintagma nominal “Salão de Frankfurt” podem ser sujeitos.   
No entanto, quando pensamos na manutenção do significado e no critério da ordem, concluímos que o sujeito do verbo é o sintagma nominal “O salão de Frankfurt”.
O sujeito é mesmo um dos termos essenciais da oração? 
A definição tradicional de sujeito considera que ele, juntamente com o predicado, são termos essenciais da oração. 
Logo, esbarramos em um problema, pois, como se sabe, há diversas orações que não apresentam sujeito.
Função Sintática e Função Semântica
As funções sintáticas decorrem da posição estrutural de palavras e sintagmas.
Por essa ótica, é um erro identificar o sujeito como agente da ação do verbo.
Razões:
Sintático: “Do ponto de vista sintático, considera-se sujeito o constituinte que tem as seguintes propriedades: 
É expresso por um sintagma nominal;
Figura habitualmente antes do verbo;
Determina a concordância do verbo;
É pronominalizável por ele;
Pode ser elidido.” 
(CASTILHO, 2010, p.289)
Semântico: do ponto de vista semântico, a agentividade é a propriedade semântica mais frequente nos sujeitos.  
Observe, no entanto, que “mais frequente” não significa que essa característica aconteça sempre, ou seja, o sujeito pode apresentar a característica de “paciente” conforme o comentário de Bechara.  
Ataliba cita Pontes (1987:22) no que se refere à questão da agentividade, já que a autora afirma que “com os verbos intransitivos morrer, machucar o sujeito não tem o mesmo sentido que tem um sujeito de um verbo transitivo indicador de ação, ou seja, ele não é agente.”
Discursivo: do ponto de vista discursivo, a sentença é “[...] o lugar da informação. Nessa perspectiva, o sujeito é aquele ou aquilo de que se declara algo. Ele é o ponto de partida da predicação, é seu tema.”
Classificação do Sujeito
Tradicionalmente, o sujeito é classificado pela NGB como:
Sujeito Simples: é aquele que apresenta apenas um núcleo ligado ao verbo.
Sujeito Composto: é aquele que apresenta dois ou mais núcleos ligados ao verbo.
Sujeito Indeterminado: (VER MATERIAL ADICIONAL – SUJEITO INDETERMINADO)
Sujeito Determinado: Rocha Lima e Cunha e Cintra (1985) afirmam que o “sujeito oculto (determinado)” é aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado. (p. 124). 
Portanto, é o tipo que ocorre quando o sujeito, embora não esteja explicitamente expresso na oração, pode ser identificado por meio da desinência e, por isso, também é chamado de sujeito desinencial.  
Nesse tipo de oração, considera-se, atualmente, que o sujeito é simples e determinado, já que pode ser recuperado pela desinência.
(VER MATERIAL ADICIONAL – SUJEITO DETERMINADO)
Sujeito Inexistente: Nesse caso, temos o que se chama de “oração sem sujeito”, pois ela é formada apenas pelo predicado e apresenta um verbo chamado impessoal.
(VER MATERIAL ADICIONAL – VERBOS IMPESSOAIS)
Vamos Refletir Sobre a Classificação do Sujeito?
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Como você classificaria o sujeito do verbo “conhecer” na oração que está sublinhada?
R: O sujeito do verbo conhecer é um sujeito determinado, já que podemos recuperar em “Conheça você”.
AULA 3 – O PREDICADO, TERMO ESSENCIAL DA ORAÇÃO
O Sintagma Verbal e a Predicação
Tradicionalmente, temos três tipos de predicados, são eles: 
Predicado verbal: quando é formado por verbo transitivo ou intransitivo; 
Predicado nominal: quando é formado por verbo de ligação + predicativo do sujeito; 
Predicado verbo-nominal: quando é formado por verbo transitivo ou intransitivo + predicativo do sujeito ou do objeto.
Cada um desses tipos é classificado de acordo com as características dos verbos que os compõem.
Vale lembrar, com base nas palavras de Azeredo (2002: &317), que o verbo é o eixo estrutural da oração e, portanto, a garantia formal da existência de predicação. 
O verbo é um elemento que se apresenta como a classe gramatical que, na frase, realiza a predicação, certo? 
Ele também é uma classe variável, indicadora de tempo, aspecto, modo, voz, número e pessoa. 
Por isso, é possível afirmar que a predicação pode carregar em sua composição todas essas informações, quando produzimos uma sentença como a seguinte: Os alunos de Letras realizaram suas tarefas.
Nesta frase, percebemos que a forma verbal nos indica que o sujeito da oração pratica uma determinada ação.
Os alunos de Letras realizaram suas tarefas.
Fica claro também que essa ação foi começada e encerrada em um tempo anterior àquele em que a sentença foi dita, apontando para mais de uma pessoa verbal, em razão da forma verbal estar na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito.
Dessa forma, tornam-se imprescindível ao estudo do predicado considerações a respeito dos verbos e seu comportamento sintático-semântico.
Ainda a respeito dessa classe gramatical tão importante à predicação, Azeredo (2002, itens 356-358) afirma que há dois tipos de verbos, são eles:
Verbos predicadores: são verbos que fazem exigência quanto à espécie de sujeito da respectiva oração.  
Há duas subclasses de verbos predicadores: Transitivos e Intransitivos.
Verbos instrumentais: são verbos que não fazem exigência quanto à espécie de sujeito da respectiva oração e obrigatoriamente introduzem: 
Predicadores verbais (infinitivo, gerúndio e particípio); Predicadores não verbais (SN, SAdj, SAdv, SPrep).
Por sua natureza, os verbos instrumentais são verbos auxiliares e de ligação.  
Todas as tentativas de análise ressaltam a relevância do papel dos verbos no processo de predicação.  
Se você se lembrar das famosas aulas de análise sintática dos ensinos fundamental e médio, certamente vai resgatar de sua memória a imagem do professor dizendo:  
“Para achar o sujeito e o predicado é preciso encontrar o verbo primeiro”.  
Agora, podemos entender a razão desse comentário.  
A relação sujeito-predicado, ou seja, a predicação, só se realiza a partirdo verbo.
Objeto Direto e Objeto Indireto
Agora que você já entendeu como o verbo é o motor da predicação, o responsável pela engrenagem sintático-semântica da oração, vamos estudar os chamados complementos verbais.  
Quando estudamos verbo na escola, era comum ouvir o professor dizendo: 
“Quem come, come alguma coisa”, “Quem gosta, gosta de” e assim por diante, não é mesmo? 
Ele fazia isso para verificar os complementos verbais, já que a resposta a essas reflexões indicavam a necessidade ou não a preposição quando se analisava a regência verbal. 
Mas que complementos verbais são esses?
O sujeito e predicado são termos macro da oração, pois, a partir deles, podemos encontrar outros sintagmas exercendo funções sintáticas específicas.  
Dessa forma, no predicado, podemos ter: objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, predicativo do objeto e adjunto adverbial.  
Já que ressaltamos tanto o papel dos verbos para a predicação, vamos a eles para entendermos esses complementos.
Objeto Direto
Tradicionalmente, o objeto direto é o complemento do chamado verbo transitivo direto. 
Portanto, o objeto direto é o termo da oração que completa o verbo transitivo direto (VTD) sem mediação de uma preposição.  
Trata-se, no período simples, de um sintagma nominal que funciona como argumento do verbo transitivo direto.   
Devemos lembrar que o objeto direto pode ser substituído pelos pronomes clíticos: o, a, os, as.
Azeredo (2002:360) ressalta que “se o verbo aceita sujeito e objeto direto, o primeiro precede o verbo e o segundo ocorre após o verbo.”
Entretanto, isso nos faz pensar na possibilidade da ordem direta na Língua Portuguesa.
Bechara (2000:416) resolve esse problema com a seguinte constatação:
“O complemento direto se distingue do sujeito por vir à direita do verbo [...]. Assim, a troca de posição destes dois termos (sujeito e objeto direto) na oração está circunscrita aos casos em que dela não resulte ambigüidade ou ruído de comunicação, principalmente no texto escrito.”
Isso significa que utilizar a ordem inversa entre sujeito e objeto direto só deve ocorrer em casos em que a troca não provoque ambigüidade.
A seguir veremos dois exemplos que nos farão entender melhor.
Ex1.:Joana matou José.
Nesta frase, o crime foi cometido por Joana, e não por José, pois, de acordo com o que acabamos de ver, o sujeito deve vir à esquerda do verbo e o objeto direto à sua direita. 
Este exemplo é, portanto, um caso em que a inversão provoca ambiguidade ou ruído.
Ex2.: Joana comprou um livro novo.
Já na segunda frase, a inversão não nos causa nenhum problema, uma vez que o verbo “comprar” requer um sujeito animado, face à própria ação nele expressa. 
Por isso, Joana seria o sujeito, e um livro novo, o objeto direto.
Levando em consideração o aspecto semântico da predicação, podemos verificar as relações de sentido estabelecidas entre o objeto direto e o sujeito.  
Azeredo (2000:180) fornece-nos nove tipos:
1) Verbos de ação resultativa: fazer, construir, organizar etc.
2) Verbos de objeto afetado: destruir, desfazer, alegrar etc.
3) Verbos de movimento: pôr, levar, conduzir etc.
4) Verbos com objeto de extensão ou escala: atravessar, percorrer, subir etc.
5) Verbos de posse: ter, possuir, ganhar etc.
6) Verbos de atitude: permitir, impedir, consentir etc.
7) Verbos de percepção: aprender, entender, ver etc.
8) Verbos de vontade, emoção, sentimento: sentir, ter (nojo, piedade), querer etc.
9) Verbos de comunicação verbal: dizer, declarar, autorizar etc.
Objeto Direto Preposicionado
Apesar de o objeto direto ser denominado assim pelo fato de não exigir uso de preposição, a gramática nos apresenta o objeto direto preposicionado. 
Esse objeto completa um verbo transitivo direto (VTD), apesar do uso da preposição. 
Geralmente, é usado para solucionar casos de ambiguidade de oração ou por uma questão de estilo ou ênfase.  
Ex.: (VER MATERIAL ADICIONAL – EXEMPLOS DE OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO)
Objeto Direto Interno
Bechara (1992, p.63), em Lições de português pela análise sintática, fala sobre esse tipo de objeto direto:
Assim se chama o complemento que, acompanhado de uma expressão qualificativa, serve para repetir a ideia expressa pelo verbo (este geralmente é verbo intransitivo):
Viver uma vida de sacrifícios. 
A repetição da ideia expressa pelo verbo se faz através de complemento da mesma família de palavras ou da mesma esfera de significação:
“Lidei cruas guerras. [...]
Dormir o sono da eternidade.”
Objeto Indireto
O objeto indireto é o complemento do verbo transitivo indireto.  
Ele é o termo que completa um VTI com mediação de uma preposição. 
Como vimos em nossas aulas de Análise Sintática no ensino médio, para reconhecer o objeto indireto e perceber qual é a preposição adequada, basta perguntar depois do verbo: QUE OU QUEM?
Isso é o que nossas gramáticas escolares e a tradição nos falam.  
A seguir veremos o que autores como Bechara (2000) e Azeredo (2010) afirmam.
Tanto Bechara (2000) quanto Azeredo (2010) afirmam haver diferença entre o objeto indireto e o complemento relativo.  
Para esses autores, o objeto indireto é o complemento verbal ligado somente pela preposição A e, raramente, por PARA. 
Segundo essa visão dos complementos verbais, o objeto indireto aponta para um ser animado e que se beneficia pela experiência comunicada pelo verbo + argumento (cf. BECHARA, 2000:421).
Vejamos estes exemplos:
O professor escreveu o bilhete aos pais. 
O professor distribuiu boas notas aos alunos.
Ainda de acordo com Bechara (2000:421-422), o objeto indireto apresenta algumas características formais:
É introduzido pela preposição A; 
O signo léxico denota um ser animado ou concebido com o tal; 
Expressa o significado gramatical “beneficiário”, “destinatário”; 
É comutável pelo pronome pessoa objetivo LHE/LHES, que leva a marca de número do signo léxico referido, mas não a de gênero.
Considerando os exemplos anteriores, teríamos:
O professor escreveu o bilhete aos pais.  = O professor escreveu-lhes o bilhete.
O professor distribuiu boas notas aos alunos.  = O professor distribuiu-lhes boas notas.
Complemento Relativo
Rocha Lima já trata de complemento relativo na década de 1970.  
Segundo esse autor (1972), ele “[...] é o complemento que, ligado ao verbo por uma preposição determinada (a, com, de, em, etc.), integra, com o valor de objeto direto, a predicação de um verbo de significação relativa.”  
O complemento relativo possui similaridades tanto com o objeto direto como com objeto indireto. 
Vejamos as razões:
Originalmente, o complemento relativo é, assim como o objeto indireto, ligado ao verbo por uma preposição. 
Todavia, o complemento relativo possui duas diferenças básicas, que veremos a seguir.
São elas:
1. Não pode ser substituído por lhe/lhes, pois somente o objeto direto o faz. Deve ser substituído por preposição. + outro pronome que não lhe/lhes;
2. Pode, via de regra, perder sua preposição, por ser semanticamente esvaziada, como ocorre, na língua falada, com os verbos assistir, obedecer, atender etc.
Além disso, enquanto o objeto indireto aponta para seres animados, exclusivamente, o complemento relativo aponta para seres tanto animados quanto inanimados, vejamos alguns exemplos de complemento relativo:
Isso depende dos documentos. / Isso depende deles.
Ela se separou do marido. / Ela se separou dele.
Vamos assistir a um filme. / Vamos assistir a ele.
As crianças gostam de chocolate. / As crianças gostam dele.
Bechara (2000:420) afirma, ainda, que é quase nula a possibilidade de o complemento relativo e o objeto direto coexistirem e, por outro lado, há uma identidade funcional entre eles, uma vez que, principalmente na linguagem corrente, muitos verbos estão alternando a construção do complemento relativo e a do objeto direto. 
Já segundo Azeredo (2010:217), isso ocorre por conta do esvaziamento semânticodessas preposições na predicação em questão, veja:
O menino assistiu ao filme. - O menino assistiu o filme.
Ela atendeu ao chamado. - Ela atendeu o chamado.
Ela satisfez ao marido. - Ela satisfez o marido.
E os verbos bitransitivos ou transitivos direto e indireto?
Mas você deve estar se perguntando: e o complemento relativo que acabamos de estudar?
Não podemos nos esquecer dos verbos tradicionalmente chamados nas gramáticas escolares de bitransitivos ou transitivos direto e indireto.  
Todavia, poderíamos afirmar que tratam-se daqueles verbos que exigem dupla argumentação, ou dois complementos, um que não exige preposição e outro que a exige.
É exatamente em razão dessa noção que Azeredo (2010) nos confronta com os seguintes verbos:
Verbos transitivos diretos e indiretos;
Ex.: Demos a vaga ao estrangeiro.
		O.D	 O.I
Verbos transitivos diretos e relativos;
Ex.: Confundimos a nora com a filha.
		 O.D COMPLEMENTO RELATIVO
Verbos birrelativos.
Ex.: Reclamamos do garoto1 com os pais2.
1 COMPLEMENTO RELATIVO - Reclamamos DELE com os pais.
2 COMPLEMENTO RELATIVO - Reclamamos do garoto COM ELES.
O Objeto Pleonástico
Há casos na língua em que precisamos dar ênfase a determinados argumentos. 
Por causa dessa necessidade, a gramática classificou outro tipo de complemento verbal: o objeto pleonástico.  
E ele pode ser tanto direto como indireto, vejamos:
Objeto Direto Pleonástico 
Ocorre quando se quer dar ênfase à ideia e o objeto direto aparece repetido na oração. 
Ex.: Essas pessoas, já as conheço.
Objeto Indireto Pleonástico
Ocorre quando o objeto indireto aparece duplamente na oração para se dar ênfase à ideia.  
Ex.: Aos noivos, desejemos a eles muita felicidade.
Uma observação importante decorre do fato de que, geralmente, o objeto pleonástico aparece em virtude de ênfase e em orações na ordem inversa, com o objeto topicalizado, tamanha sua importância naquela predicação.
AULA 4 – TERMOS DA ORAÇÃO: COMPLEMENTO RELATIVO, AGENTE DA PASSIVA E PREDICATIVO
Complemento Relativo
Rocha Lima (1972) já trata de complemento relativo. Segundo esse autor, ele “[...] é o complemento que, ligado ao verbo por uma preposição determinada (a, com, de, em etc.), integra, com o valor de objeto direto, a predicação de um verbo de significação relativa.” O complemento relativo possui similaridades tanto com o objeto direto como com objeto indireto.
Originalmente, o complemento relativo é, assim como o objeto indireto, ligado ao verbo por uma preposição.
Devemos lembrar, no entanto, a regência do objeto indireto, conforme Bechara (2000:421):
“Este novo argumento do predicado se chama complemento ou objeto indireto e apresenta as seguintes características formais e semânticas: 
é introduzido apenas pela preposição a (raramente para) (...).”
Conforme vimos em nossa aula 3, o complemento relativo possui duas diferenças básicas quando consideramos o objeto indireto:
Não pode ser substituído por lhe/lhes, pois somente o objeto indireto o faz. Deve ser substituído por preposição + outro pronome que não lhe/lhes;
Pode, via de regra, perder sua preposição, por ser semanticamente esvaziada, como ocorre, na língua falada, com os verbos assistir, obedecer, atender etc.
Além disso, enquanto o objeto indireto aponta para seres animados, exclusivamente, o complemento relativo aponta para seres tanto animados quanto inanimados, vejamos alguns exemplos de complemento relativo:
Isso depende dos documentos. / Isso depende deles.
Ela se separou do marido. / Ela se separou dele.
Vamos assistir a um filme. / Vamos assistir a ele.
As crianças gostam de chocolate. / As crianças gostam dele.
Bechara (2000:420) afirma, ainda, que é quase nula a possibilidade de o complemento relativo e o objeto direto coexistirem e, por outro lado, há uma identidade funcional entre eles, uma vez que, principalmente na linguagem corrente, muitos verbos estão alternando a construção do complemento relativo e a do objeto direto.
Segundo Azeredo (2010:217), isso ocorre por conta do esvaziamento semântico dessas preposições na predicação em questão:
O menino assistiu ao filme.		O menino assistiu o filme.
Ela atendeu ao chamado.		Ela atendeu o chamado.
Ela satisfez ao marido.		Ela satisfez o marido.
Não podemos nos esquecer dos verbos tradicionalmente chamados nas gramáticas escolares de bitransitivo ou transitivo direto e indireto: aqueles que exigem dupla argumentação, ou seja, dois complementos, um que não exige preposição e outro que a exige.
EXEMPLOS:
Em (a), teríamos: Demos a vaga ao estrangeiro. 
a vaga = objeto direto.
ao estrangeiro = objeto indireto, uma vez que atende aos pré-requisitos já aqui abordados para o objeto indireto. 
Em (b), teríamos: Confundimos a nora com a filha. 
a nora = objeto direto.
com a filha = complemento relativo, uma vez que atende aos pré-requisitos já aqui abordados para o complemente relativo, entre eles, o fato de ser regido por ‘com’. 
Em (c), teríamos: Reclamamos do garoto com os pais. 
do garoto = complemento relativo. (Reclamamos dele com os pais)
com os pais = complemento relativo. (Reclamamos do garoto com eles)
Agente da Passiva
Outro complemento verbal importante é o agente da passiva: nesse caso é o agente que completa o verbo. A relação desse complemento com o verbo parece-nos mais de ordem semântica e pragmática do que meramente sintática, uma vez que sua presença/ausência depende diretamente das intenções comunicativas do falante.
Ex.: As medidas socioeducativas1 foram aprovadas2 pelo diretor.
1 Sujeito	
2 Forma Passiva do Verbo aprovar		
O Complemento Predicativo
Por fim, vamos tratar do complemento predicativo, que pode ser predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. No entanto, antes disso, vamos relembrar os verbos de ligação, também chamados de verbos relacionais, por expressarem uma relação entre o sujeito e as atribuições que ele recebe como qualidades, estados etc. através desse trecho retirado de Azeredo (2008), Gramática Houaiss da Língua Portuguesa.
Verbo de ligação (copulativos ou predicativos)1
A informação contida no predicado pode resultar, ainda, da união obrigatória do núcleo verbal (em itálico) com uma propriedade qualquer (qualidade, estado, atributo, identidade) expressa no termo adjacente (sublinhado):
As crianças são inteligentes.
Os legumes estão frescos.
O céu ficou nublado.
Estas pegadas parecem de tigre.
1 Estes verbos, que jamais exprimem ação, denominam-se ‘verbos de ligação’ (também conhecidos como ‘verbos copulativos’ ou ‘verbos predicativos’), mas em alguns pontos se assemelham aos verbos auxiliares: formam um conjunto limitado de elementos e indicam basicamente diferenças aspectuais no sentido de ‘conceptualização do estado de coisas’ [...]
Comparem-se as frases a seguir em que a conceptualização do estado de coisas – indicado nos parênteses – varia segundo o verbo selecionado:
As águas são turvas. (atributo constante)
As águas estão turvas. (atributo adquirido)
As águas ficam turvas. (atributo resultativo)
As águas continuam turvas. (atributo persistente)
O verbo parecer difere dos demais porque seu papel não é aspectual: ele é empregado para exprimir uma atitude ou ponto de vista do enunciador, funcionando, desse modo, como um recurso da modalização, haja vista seu uso como auxiliar: parece ser, parece estar etc.
Sintaticamente, os verbos de ligação se parecem com os verbos transitivos, uma vez que podem concorrer com termos adjacentes típicos dos predicados cujo núcleo é um verbo transitivo. Comparem-se:
Sua filha está uma bela moça.
Seu filhos escolheu uma bela moça.
Tal como acontece com os verbos transitivos, estabelece-se entre o verbo de ligação e o termo adjacente uma relação de implicação mútua. É esse fato que distingue, sintaticamente, o verbo de ligação de outros verbos (intransitivos) seguidos do mesmo termo adjacente. Comparem-se:
Os pássaros voam livres.
A mulher parou assustada.Os pássaros estão livres.
A mulher ficou assustada.” (p. 213,214)
O Predicativo do Sujeito Ocorre nos Seguintes Casos
O predicativo do sujeito ocorre nos seguintes casos:
Quando o verbo for de ligação (verbo instrumental) como argumento deste verbo, mas com dependência sintático-semântica do sujeito. Nesse caso, temos o predicado nominal. Vejamos:
A manhã é fria.
O céu está limpo.
As fichas permaneceram incompletas.
Quando o verbo for predicador, ou seja, transitivo ou intransitivo, mas, no predicado, houver expressão atributiva referente ao sujeito, como em:
As pessoas chegaram cansadas. (chegar = verbo intransitivo)
Os meninos chutaram a bola animados. (chutar = verbo transitivo direto)
Azeredo (2000:182) atribui três diferentes valores ao predicativo do sujeito. Ele afirma que o predicativo do sujeito pode significar atributo, identidade ou situação. Vejamos os respectivos exemplos dados pelo autor:
As águas do rio estão turvas. (atributo)
Esse menino é o caçula da família. (identidade)
A recepção será no clube. (situação)
Para o autor (Azeredo), o atributo é marcado por um adjetivo, locução adjetiva, pronome ou numeral. Já a identidade é expressa por um sintagma nominal com função referenciadora e caracteriza-se pela possível permuta de posição com o sujeito. No que tange à situação, usamos predicativos que denotam a situação no tempo ou no espaço. Nesse último caso, só podemos diferenciar de adjunto adverbial pela existência da estrutura de um predicado nominal, que precisa de VL + PRED. DO SUJ.
O Predicativo do Objeto
O predicativo do objeto é o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo ampliando-lhe o sentido, vejamos exemplos:
O juiz declarou o réu inocente.
As grávidas tinham os pés inchados.
Os amigos chamaram-lhe (de) traidor.
Henriques (2010) comenta sobre o predicativo do objeto indireto:
“Encontra-se em alguns livros o esclarecimento de que o único caso de predicativo do objeto indireto é o que ocorre com o verbo chamar em frases do tipo “Chamei-lhe de tolo”. Cf. a Gramática do Português Contemporâneo (Belo Horizonte: Bernardo Álvares, 1970, 1ª ed., p. 103), de Celso Cunha, ou as Novas Lições de Análise Sintática, (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 27 – a 1ª edição é de 1961, Editora Fundo de Cultura), de Adriano da Gama Kury.
Cegalla (2005:344) apresenta observações interessantes a respeito do predicativo do objeto:
O predicativo do objeto, às vezes, vem regido de preposição que, em certos casos, é facultativa;
O predicativo do objeto geralmente se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto (ou a um complemento relativo, usando a nomenclatura de nossa aula) do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta.
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.
Acrescentamos a essas observações o fato de que, se desmembrássemos a oração, teríamos um predicado nominal e outro verbal, por isso o predicado, nesse caso, é verbo-nominal:
O advogado considerava os direitos da herdeira. (predicado verbal)
Os direitos da herdeira eram indiscutíveis. (predicado nominal)
O advogado considerava indiscutíveis os direitos da herdeira. (predicado verbo-nominal)
AULA 5 – OS COMPLEMENTOS NOMINAIS, O ADJUNTO ADVERBIAL E O VOCATIVO
O Adjunto Adverbial
Começaremos nossa aula por um dos complementos verbais importantes ao discurso, que é o adjunto adverbial.
Vejamos como dois conceituados autores o definem:
Afirma que esse complemento é, na maioria das vezes, como um termo acessório, uma vez que pode ser removido da oração sem afetar sua integridade gramatical e sua importância está nos efeitos discursivos que produz. Azeredo (2010:282)
Advoga que o chamado adjunto adverbial é um termo não argumental, ou seja, “fora do âmbito da regência do verbo na oração, isto é, não pedido por ele”, o que comprova o caráter acessório desse termo. Bechara (2000:436)
Circunstâncias do Adjunto Adverbial
De acordo com o que vimos, podemos concluir, com a ajuda do gramático Azeredo, que o adjunto adverbial é: o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um adjetivo, verbo, advérbio, ou uma oração inteira.
É uma função adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais exercer o papel de adjunto adverbial.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são:
�
Afirmação;
Assunto;
Causa;
Companhia;
Concessão;
Conformidade;
Dúvida;
Instrumento;
Intensidade;
Lugar;
Tempo;
Modo, etc.
�
Por isso, sua classificação depende diretamente da circunstância por ele expressa.
Correlação Sujeito-Predicado
O adjunto adverbial indica a circunstância em que se processa o fato expresso pela correlação sujeito-predicado.  
É, portanto, um sintagma nominal acessório, que amplia a comunicação feita pelo verbo, indicando variadas circunstâncias de tempo, modo, lugar etc.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
Advérbio: 
Ex.: O trabalho foi escrito maravilhosamente.
Sintagma preposicional constituído de:
Locução adverbial: 
Ex.: Saiu às pressas.
Sintagma nominal regido de preposição significativa: 
Ex.: Moro num pequeno sítio.
Verbo no infinitivo antecedido por preposição: 
Ex.: Deve comer para viver (“Para viver” é uma oração subordinada adverbial final) e não viver para comer. 
Oração adverbial: 
Ex.: Quando olhares o que te é dado, olha também quem o dá. 
Aprendemos a escrever, escrevendo, a falar, falando.
Também certos adjetivos podem ser usados como advérbio (processo de nominalização): 
O nosso bom Dirceu talvez que esteja metido no capote a ler gostoso. (Tomás A. Gonzaga)
Adjunto Adverbial: o Sintagma Adverbial Altamente Comutável
Outra característica no comportamento do adjunto adverbial reside no fato de que possui grande mobilidade dentro da oração.  
Isso significa que se trata de Sintagma Adverbial altamente comutável, ou seja, pode vir no início, no meio ou no fim da oração.  
Todavia, é preciso que se tenha cuidado quanto à pontuação, pois, ao invertermos a ordem desse sintagma na oração, devemos marcar tal mudança com a vírgula.
Veja: 
Ontem pela manhã, meu professor viajou.
Meu professor, ontem pela manhã, viajou. 
De acordo com norma gramatical, na ordem direta, o adjunto adverbial é posto ao fim da oração, não havendo necessidade de vírgulas.
Entretanto, Henriques (2010:79) afirma que, via de regra, podemos usar a vírgula antes do adjunto adverbial, mesmo ao fim da oração, por razões de expressividade. 
Vamos ao exemplo dado pelo autor:
Preciso de você todos os dias.     X 	Preciso de você, todos os dias.
Aposto e Vocativo
Há dois termos que são tradicionalmente classificados em termos acessórios da oração. São eles: aposto e vocativo.
Aposto 
A palavra “aposto” significa “posto após”. Assim, aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo anterior que exerça qualquer função sintática.  
Veja: 
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado. 
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. 
Vocativo 
Esse termo, tradicionalmente, é considerado termo acessório da oração, como o aposto. Entretanto, atualmente, alguns autores o têm dado outro tratamento. 
Complemento Nominal
Outro termo importante da oração é o complemento nominal, formado sempre por um sintagma preposicionado (SPrep), uma vez que deve ser regido por uma preposição.
Talvez, essa noção de complemento seja mais fácil de ser percebida em relação aos verbos. Todavia, há nomes que também necessitam de complementos para lhes assegurar o sentido, veja o exemplo do substantivo necessidade:
Temos necessidade de carinho.
O sentido da oração estaria prejudicado se não houvesse o complemento DE CARINHO para o substantivo necessidade. 
Dessa forma, podemos afirmar que nomes também podem precisar de complemento.
O Complemento Nominalé um dos termos integrantes da oração e sua função é completar o sentido de um nome (substantivo1 ou adjetivo) ou de um advérbio, conferindo-lhe uma significação completa ou, ao menos, mais específica.
1 Esse substantivo, geralmente, é cognato de num verbo, como é o caso de necessidade/necessitar.
Lembre-se! 
O complemento nominal:  
Sempre segue um nome, em geral abstrato; 
Liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória.
Adjunto Adnominal
A relação entre esse termo da oração e o nome está na própria terminologia, pois o prefixo “ad-“ significa “junto de”.  
Ao pé da letra, teríamos a equação: adjunto adnominal = junto, junto, junto do nome.
Sobre o adjunto adnominal, Bechara afirma que: 
“Toda expressão nominal, qualquer que seja a função exercida pelo seu núcleo, pode ser expandida por determinantes que têm por missão acrescer ideia acidental complementar ao significado desse substantivo nuclear.”  
O adjunto adnominal modifica somente substantivos, pois sua definição tradicional nos diz que 
“Ao núcleo substantivo, qualquer que seja a função deste, pode juntar-se um termo de VALOR ADJETIVO, para acrescentar-lhe um dado novo à significação”.
Nesta aula, quando conversarmos sobre o complemento nominal, vimos que ele também modifica adjetivos e advérbios, lembra?  
Assim, a distinção entre complemento e adjunto somente é problemática quando eles estão ligados a substantivos.
De modo geral, poderíamos afirmar que adjunto adnominal é a função sintática do adjetivo, do pronome adjetivo e do numeral no sintagma nominal.
Adjunto Adnominal X Aposto 
Não podemos confundir o adjunto adnominal com o aposto!
ADJUNTO ADNOMINAL: Imprescindível; Fundamental na formação do sintagma nominal (sendo representado por artigo, numeral, pronome adjetivo e adjetivo).
APOSTO: Termo acessório (quase que expletivo, ou seja, poderia faltar à oração sem grandes perdas de sentido); outro sintagma nominal encaixado a um SN maior;
Veja o exemplo a seguir: 
As duas alunas dedicadas, Simone e Márcia, não vieram à aula hoje.
AA AA                 AA                 APOSTO
AULA 6 – CONCORDÂNCIA NOMINAL
A Concordância Nominal
Vamos conversar sobre concordância?
Segundo o Professor Evanildo Bechara, em sua Moderna Gramática Portuguesa (2000:543):
“Em português, a concordância consiste em se adaptar a palavra determinante ao gênero, número e pessoa da palavra determinada.”
O autor nos coloca ainda que a concordância pode ser nominal ou verbal.
Porém, nesta aula, estudaremos somente a Concordância Nominal, ou seja:
“[...] a que se verifica em gênero e número entre o adjetivo e o pronome (adjetivo), o artigo, o numeral ou o particípio (palavras determinantes) e o substantivo ou pronome (palavras determinadas a que se referem).” (p. 543).
Concordância do Adjetivo
Vejamos as regras:
Concordância Gramatical Rígida: núcleo único: veremos que há casos de Concordância Nominal em que podemos optar por um ou outro uso, sem fugirmos à prescrição. No entanto, há casos em que a concordância é obrigatória.
O artigo e o adjetivo concordam com o núcleo quando ele for composto por um núcleo.
Exemplo: As mesas azuis estão ocupadas pelas crianças. (núcleo = mesas)
Mais de um núcleo: 
1º caso – Adjetivo depois do substantivo
a) Concordância lógica: quando os substantivos têm gêneros diferentes, o que predomina é o gênero masculino. 
Exemplo: Passamos por problemas e provas complicados.
b) Concordância atrativa: o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.
Exemplo: Passamos por problemas e provas complicadas.
No entanto, se o adjetivo se refere somente a um dos substantivos, é obrigatória a concordância com o substantivo que qualifica. 
Exemplo: Os alunos trouxeram para a prova lápis e régua milimetrada. (Dornelles, 2002:163)
2º caso – Adjetivo antes do substantivo: dependência da função sintática do adjetivo
a) Predicativo de sujeito composto.
Ex.: A água e a fruta eram impuras. (Ribeiro, 2012:293)
Núcleos do sujeito (substantivos ‘água’ e ‘fruta’) do gênero feminino: o adjetivo vai para o feminino plural.
Ex.: O campo e a montanha estavam limpos. (Ribeiro, 2012:293)
Núcleos do sujeito de gêneros diferentes: adjetivo no masculino plural.
Ex.: É ótimo este rapaz e aquele menino. (Ribeiro, 2012:293)
Ex.: São ótimos este rapaz e aquele menino. (Ribeiro, 2012:293)
Nesse caso, em que o verbo está no singular e anteposto ao sujeito composto, os gramáticos divergem e há duas opiniões: o adjetivo concorda com o núcleo mais próximo ou se faz a concordância com o todo.  
b) Predicativo do objeto direto composto.
Nesse caso, a concordância pode acontecer de maneiras diferentes.
Deixe bem escondido o relógio e a aliança. (Ribeiro, 2012:293)
Deixe bem escondidos o relógio e a aliança. (Ribeiro, 2012:293)
c) Adjunto adnominal de sujeito composto.
De mesmo gênero. Adjetivo no singular ou no plural. 
Ex.: Casa e rua limpa. / Casa e rua limpas.
De gêneros diferentes. Adjetivo concorda com o mais próximo ou fica no masculino plural.
Ex.: Casa e teto limpo. / Casa e teto limpos.
Como vimos, conforme Manoel Pinto Ribeiro, Gramática Aplicada da Língua Portuguesa, a concordância, neste caso, vai depender da função sintática do adjetivo.
Concordância Nominal Ideológica: 
Exemplo 1: V.S.a é mal-educado.
Segundo Ribeiro (2012:295), temos uma forma feminina (V.S.a) e um predicativo no masculino: a concordância se fez com a ideia de que é um homem. 
Exemplo 2: A gente é muito amada.
Exemplo 3: A gente é muito amado.
Quando temos ‘a gente’, pode-se fazer a concordância no masculino ou no feminino.
Segundo Bechara (2000:546), em casos como o (vinho) champanha, o (rio) Amazonas “A palavra determinantes pode deixar de concordar em gênero e número com a forma da palavra determinada para levar em consideração, apenas, o sentido em que esta se aplica.”
Dicas!
Veja, agora, algumas dicas:
Afinal de contas, a palavra ‘sol’ tem plural?
“A palavra sol vive criando dúvidas quanto à formação do plural. O fato de haver um único sol não impede o seu plural. Quando falamos do sol do amanhecer e do sol do meio-dia, estamos falando de dois o quê? É lógico que são dois sóis diferentes. Ninguém diria “dois sol” diferentes. Outro exemplo é o uso metonímico de sol por dia: “Estão faltando apenas dois sóis para chegarmos”.
Portanto, estão corretíssimos os plurais de girassol e guarda-sol: girassóis e guarda-sóis.
Quanto ao pôr do sol, o caso é diferente. Nesse caso, quando há preposição entre os dois elementos da palavra composta, a regra manda pôr apenas o primeiro elemento no plural: pores do sol.
Com respeito aos “raios solares”, não há o que discutir. Solar, como todo adjetivo, deve concordar com o substantivo a que se junta para qualificá-lo. (...) Se a justificativa do “único sol” valesse, teríamos que dizer “bandeiras brasileira”, pois só há um Brasil.
Outros Casos de Concordância Nominal
Conheça, agora, outros casos de concordância:
É bom, é necessário, é proibido, é permitido etc.
Essas expressões só se flexionam se o substantivo a que se referem estiver determinado.
Ex.: É necessário ter calma nas atitudes.
Ex.: A calma nas atitudes é necessária.
Obrigado, servido
Quando essas palavras são usadas como formas de se agradecer devem concordar em gênero e número com o emissor.
Ex.: A garota disse: ‘Muito obrigada por tudo!’ /
As garotas disseram: ‘Muito obrigadas por tudo!’
Ex.: ‘Estou servido’, disse o menino. / 
‘Estamos servidos’, disseram os meninos.
Anexo, apenso, incluso, junto, esperado
Como todas essas palavras são adjetivos, deverão concordar tanto em gênero quanto em com seus referentes.
Ex.: O documento está incluso ao processo.  / 
Os documentos estão inclusos ao processo.
Ex.: A planilha não está apensa ao documento. / 
As planilhas não estão apensas ao documento.
Meio
Quando a palavra ‘meio’ equivaler a ‘metade’ será um numeral e, portanto, deverá concordar com seu referente. Seela funcionar como advérbio, ou seja, quando significar ‘mais ou menos’, não concordará.
Ex.: Ele bebeu uma garrafa e meia de coca-cola.
Ex.: Ele estava meio cansado e foi dormir.
Haja vista
A expressão ‘haja vista’ é invariável’. 
Ex.: Ele chegou tarde HAJA VISTA o problema surgido.
Ex.: Ele chegou tarde HAJA VISTA os problemas surgidos.
Junto
No entanto, as locuções prepositivas junto a / junto de /junto com (ao lado de) são formas invariáveis e, portanto, não haverá concordância.
Ex.: Nós estamos juntos a ele para o que for necessário.
Ex.: Nós estamos junto a ele para o que for necessário.
Alerta
Assim como a palavra ‘menos’, ‘alerta’ é um advérbio e, como palavra invariável, não concorda com o referente.
Ex.: O médico está alerta devido ao acidente que ocorreu na rodovia.
Ex.: Os médicos estão alerta devido ao acidente que ocorreu na rodovia.
Um e outro, um ou outro, nem um nem outro
Com essas locuções pronominais indefinidas seguidas de adjetivos e/ou substantivos teremos o substantivo no singular e o adjetivo no plural.
Ex.: O médico consultou um e outro paciente machucados.
Observações
Um substantivo quando funciona como adjetivo é invariável. 
Assim, devemos dizer: Ela é um monstro sagrado da música. 
Se o adjetivo funcionar como advérbio ficará invariável. 
Ex.: Os carros custaram muito caro. (advérbio)
Ex.: Os carros caros foram vendidos rápidos. (adjetivo)
Bechara afirma que nos adjetivos compostos que se referem a nacionalidades, se esse adjetivo for composto de dois ou mais elementos, a concordância acontece, somente, no último adjetivo do composto. 
Vejamos os exemplos apresentados pelo autor:
A. Acordo luso-brasileiro.
B. Amizade luso-brasileira.
C. Lideranças luso-brasileiras.
AULA 7 – CONCORDÂNCIA VERBAL
Regras
Regra Geral de Concordância
A regra mais básica de Concordância estabelece que o verbo concorda com o sujeito simples e com o sujeito composto em número e pessoa.
Ex.: O carro enguiçou.
Os carros enguiçaram.
A mãe e o filho saíram para a festa.
Nossos problemas com a concordância começam quando estudamos as regras especiais1 que envolvem a Concordância Verbal.
Ex.: Professores, alunos, coordenadores, ninguém (aposto resumitivo) gostou da nova diretora.
1 a) Segundo Ribeiro (2012, p. 274), se os núcleos do sujeito forem sinônimos, o verbo fica, normalmente no plural, mas o uso no singular é permitido. Vejamos os exemplos fornecidos pelo autor: 
Seu orgulho e sua soberba estavam neste barão. 
Triste ventura e negro fado os chama neste terreno meu. 
b) Se os núcleos formam uma gradação também temos a possibilidade de o verbo ficar no singular ou ir para o plural.
Ex.: A saúde, a força, a vitalidade faziam-me ver as coisas diferentes. (Ribeiro: 2012, p. 274) 
c) Se os núcleos do sujeito aparecem seguidos de aposto resumitivo: com as palavras tudo, nada, ninguém, o verbo concorda com o aposto.
Regras Relacionadas ao Sujeito
Sujeito composto depois do verbo
Nesse caso, a regra é optativa: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo, se este estiver no singular. 
Ex.: Ainda reinava (ou reinavam) a confissão e a tristeza. (Ribeiro: 2012, p. 273)
Sujeito composto e de pessoas diferentes 
a) Se temos a 1ª pessoa do singular ou do plural, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural. 
Ex.: Carla e eu viajaremos juntas no próximo semestre. 
       Carla e nós viajaremos juntas no próximo semestre. 
b) se temos 2ª pessoa do singular (tu) ou do plural (vós), o verbo pode ir para a 2ª pessoa do plural ou para a 3ª pessoa do plural. 
Ex.: Tu e ele viajareis juntos no próximo semestre.  
       Tu e ele viajarão juntos no próximo semestre. (Essa é a concordância mais usada atualmente.)  
Sujeitos ligados por ‘com’
O verbo irá para o plural, mas pode concordar com o primeiro núcleo, se o objetivo for realçá-lo.  
Ex.: Ela com a mãe deu/deram o carro de presente.
Sujeitos ligados por ‘nem... nem’
O verbo vai para o singular ou para o plural. No entanto, Bechara (1999, p. 556) e outros autores respeitados consideram mais comum o uso do verbo no plural.   
Ex.: Nem um nem outro viajou para Paris.
Nem um nem outro viajaram para Paris. 
Nem a casa nem a fazenda foi vendida.
Nem a casa nem a fazenda foram vendidas.
Sujeitos ligados por ‘ou’
a) Ideia de exclusão ou de retificação.  
Ex.: Ana ou Júlia será a candidata ao grêmio. 
(Temos ideia de exclusão e o verbo fica no singular: o fato só pode ser atribuído a um dos núcleos) 
Os alunos ou os professores montaram os painéis no pátio. 
(Temos a ideia de retificação do número gramatical: nesse caso, o verbo concorda com o sujeito mais próximo) 
b) Sem ideia de exclusão. Quando a ação ou fato pode ser atribuída a todo no sujeito, o verbo vai para o plural na pessoa gramatical predominante.  
Ex.: O marido ou a mulher não desistem do filho perdido.
Sujeito formado por expressões percentuais
Segundo Bechara, nas expressões percentuais “[...] a tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a referência numérica,” (1999, p. 566) 
Ex.: Quarenta por cento dos moradores não participaram do protesto.
Sujeito formado por pronome de tratamento 
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, podemos ser induzidos ao erro porque ficamos com a ideia de que haveria o par ‘vosso/vossa’ e o pronome oblíquo ‘vós’. No entanto, o pronome possessivo é o de terceira pessoa. Assim: 
O verbo vai para a 3ª pessoa; 
O pronome iniciado por ‘vossa’ é de segunda pessoa e o pronome iniciado por ‘sua’ é de terceira pessoa.
Ex.: Vossa Excelência foi (verbo na 3ª pessoa) correta, assim como os membros do seu partido.
Vossas Excelências foram corretas assim como os membros do seu partido.
Sujeito formado por nome próprio no plural
a) se o substantivo não vier precedido de artigo fica no singular. 
Ex.: Estados Unidos é um ótimo país para se estudar. 
Minas Gerais tem lindas cidades.  
b) se o substantivo for precedido de artigo, o verbo vai para o plural. 
Ex.: Os Estados Unidos são um ótimo país para se estudar.
As Minas Gerais têm lindas cidades.
Sujeito formado por oração 
Nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.  
Ex.: Faltava comprar as fraldas do bebê. (Oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo.)
Núcleo do Sujeito Formado por Infinitivos
O verbo vai para o plural se os infinitivos forem determinados por artigos. 
Caso os infinitivos não aparecerem determinados o verbo poderá ficar no singular.
Ex.: Correr e andar de bicicleta é ótimo para a saúde. 
O correr e o andar de bicicleta são ótimos para a saúde.  
Concordância Com a Expressão "HAJA VISTA"
A expressão fica invariável, quando significa ‘por exemplo’. 
Ex.: Haja vista os alunos atrasados, a aula foi adiada.  
A expressão vai para o plural, quando significa ‘vejam-se’. 
Ex.: Hajam vista as revistas escolhidas para o projeto.
Uso de ‘SE’
Partícula apassivadora ‘se’ (‘se’ + verbo transitivo direto). Nesses casos, o verbo concorda com o sujeito porque o ‘se’ faz a frase ser passiva: o sujeito sofre a ação do verbo. 
Ex.: Vende-se carro. 
Vendem-se carros. 
Nos exemplos, ‘carro’ ocupa a função de sujeito e, por isso, o verbo concorda com ele, ficando, respectivamente, no singular e no plural. As frases correspondem à “Carro é vendido” e “Carros são vendidos.”
‘Se’ como índice de indeterminação do sujeito (‘se’ + verbo intransitivo; ‘se’ + verbo transitivo indireto; ‘se’ + verbo de ligação).  Nesses casos, a partícula ‘se’ tem a função de tornar o sujeito indeterminado e o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vive-se bem no campo. (‘Viver’ é verbo intransitivo)
Permanece-se feliz no campo. (‘Permanecer’ é verbo de ligação)
Precisa-se de professores.  (‘Precisar’ é verbo transitivo indireto: precisar ‘de’)
Concordância Com o Verbo HAVER e Outros Verbos Impessoais
O verbo HAVERé impessoal no sentido de ‘existir’ e quando indica tempo.
Ex.: Havia cinco anos que sonhávamos com essa viagem.
Não os vejo há três meses.
Deve haver cinco anos que não o vejo.
Como não temos sujeito, o verbo haver fica no singular, no entanto,  seus sinônimos têm sujeito e devem concordar. Assim, o verbo existir é pessoal (= com sujeito) e deve concordar com o seu sujeito.  
Verbos ou expressões que indicam fenômenos da natureza são impessoais. 
Ex.: Aqui faz um frio terrível.
Chovia horrores quando chegamos ao aeroporto.
No entanto, quando esses verbos que exprimem fenômenos da natureza são usados, em sentido figurado, deixam de ser impessoais. 
Ex.: Choviam lágrimas de seus olhos. (Sentido metafórico)
O verbo fazer indicando tempo decorrido. Quando usamos o verbo fazer para indicar tempo decorrido ele é impessoal e, portanto, fica no singular.  
Ex.: Faz cinco meses que ele casou.
A expressão ‘VAI FAZER’ apresenta ideia de tempo decorrido e, por isso, os dois verbos ficam no singular.
Ex.: Vai fazer dois anos que não viajamos.        
Concordância do Verbo SER
A regra básica estabelece que o verbo ser concorde em com o sujeito. 
Ex.: Ana era muito estudiosa.
Ana e Maria eram muito estudiosas.  
Quando o sujeito da oração é constituído por expressões que indicam quantidade, preço, valor, medida e o verbo ser aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante o verbo ser permanece na 3ª pessoa do singular.  
Ex.: Cem reais é pouco para irmos viajar. 
Dez quilos de carne é mais do que pedi.
O Verbo SER e o Predicativo
O verbo ser concorda com o predicativo nos seguintes casos:
Se o substantivo ou pronome designa pessoa.  
Ex.: Sua grande alegria eram os filhos que a visitavam sempre.
Embora ouçamos com frequência “O escolhido foi eu”, a forma prescrita é “O escolhido fui eu”, já que o verbo ser deve concordar com o predicativo ‘eu’.
Se o predicativo for o pronome demonstrativo ‘o’, o verbo ser fica no singular: 
Ex.: Problemas é o que não lhe falta.
Nas indicações de tempo e de distância, ele é neutro, ou seja, relaciona-se a horas, distâncias e datas, concordando com o numeral a que se refere. 
Ex.: É uma hora.
São quinze horas. 
Hoje é dois de agosto.
Hoje são vinte de junho. 
Daqui a casa será um quilômetro.
Daqui a casa serão três quilômetros.
Se o sujeito for um dos pronomes que, quem e o que, o verbo ser concordará obrigatoriamente com o predicativo.  
Ex.: Que são homônimos? 
       Quem foram os vencedores do campeonato?
Com o sujeito representado pelos pronomes tudo, isso, aquilo, isto, ninguém, nenhum ou expressão do tipo de o resto, o mais etc. o verbo ser concorda, preferencialmente, com o predicativo. 
Ex.: Tudo são problemas ao logo do dia. 
Isto são confusões de criança.
Concordância do Verbo PARECER
O verbo parecer se flexiona e o infinitivo não varia. 
Ex.: As paredes do prédio pareciam estremecer.
Não varia o verbo parecer e o infinitivo é flexionado. 
Ex.: Os alunos parecia concordarem com o diretor da escola.
O verbo parecer concordará no singular, usando-se oração desenvolvida. 
Ex.: As paredes parece que estão estremecidas.
A Concordância Com ‘DAR’ e Sinônimos Aplicados a HORAS
Verbos como dar, bater e soar concordam com as horas quando não há sujeito expresso.  
Ex.: Deu uma hora.
O relógio deu dez horas.
Deram quinze horas.
AULA 8 – REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Regência Verbal
A Regência Verbal é o estudo da relação de dependência entre os verbos e seus complementos.
Por que estudar Regência Verbal?
O pai agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
O pai agrada ao filho. -> agradar significa causar agrado ou prazer, satisfazer.
Observou como o simples uso de uma preposição pode alterar o significado?  "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém”.
Para os verbos, a regência vai se relacionar ao termo que completa o sentido de um verbo é que é chamado de objeto. Esse objeto, que é um termo regido, pode estar ligado ao termo regente por meio da preposição ou não.  
Se completar o verbo sem preposição obrigatória, recebe o nome de objeto direto; se completar o verbo com preposição recebe o nome de objeto indireto.
Importância do Estudo da Regência
Diferentemente da maior parte das ocorrências de concordância, na regência temos o fenômeno da variação e da música atuando de forma mais intensa. Por que será? Marcos Bagno, em Nada na língua é por acaso (2007, p. 138), apresenta o quadro a seguir.
	Regência Conservadora
	Regência Inovadora
	Assisti ao filme.
	Assisti o filme.
	Atenda ao chamado.
	Atenda o chamado.
	Dei o livro a ela.
	Dei o livro para ela.
	Ensina aos alunos.
	Ensina para os alunos.
	Evite fazer compras inúteis.
	Evite de fazer compras inúteis.
	A reforma implicou gastos não previstos.
	A reforma implicou em gastos não previstos.
	Maria namora João.
	Maria namora com João.
	Obedeça ao regulamento
	Obedeça o regulamento
	Já paguei ao marceneiro.
	Já paguei o marceneiro.
	Perguntou ao professor.
	Perguntou para o professor.
	Prefiro abacaxi à manga.
	Prefiro mais abacaxi do que manga.
	Responda ao questionário.
	Responda o questionário.
Será que dizer ‘Namora com’ ou ‘assisti o’ vai nos marcar como pessoas pouco escolarizadas? E o que dizer das ocorrências a seguir?
Esse é o livro de que eu gosto. (oração relativa padrão: gostar é regido pela preposição DE)
Esse é o livro ( que eu gosto. (oração relativa cortadora: apagamento da preposição DE)
Esse é o livro que eu gosto dele. (oração relativa copiadora)
Das afirmativas:
a letra (a) apresenta a forma prescrita pela Gramática Normativa;
a letra (b) apresenta uma estratégia bastante utilizada pelo falante culto que é o apagamento da preposição – essa estratégia não irá marcá-lo socialmente; 
a letra (c) apresenta um uso considerado marcado por ser utilizado por indivíduos de menor escolaridade.  
É por isso que estudar a regência com atenção é tão importante.
Independentemente de a forma usada ser mais ou menos marcada, como professores de Língua Portuguesa devemos observar esses usos para que possamos orientar nossos alunos de forma adequada. 
Considerando as preposições, nem sempre a presença delas marca um vínculo obrigatório de regência. Se dissermos ‘Ela sai de manhã para o trabalho’, essa preposição ‘de’ faz parte de uma locução de tempo. 
A ideia falsa de uma preposição só existe porque uma palavra a “rege”, pode levar alguém a corrigir frases que a rigor, nada têm de erradas.
É o caso, por exemplo, da preposição ‘a’ da expressão “entregas a domicílio”, que nada tem a ver com o substantivo “entregas” (que regeria a preposição ‘em’) e sim com  o adjetivo “domiciliar” – o que é apenas uma coincidência, pois sabemos que locuções nem sempre têm palavras substitutas. (Henriques: 2010, p. 47)
Os Pronomes Como Complementos Verbais
O uso do pronome ‘ele’ e suas variantes (ela, eles, elas) como complemento verbal é frequente na língua falada, mas esse é um pronome pessoal do caso reto que somente deve funcionar como sujeito ou como complemento verbal quando vier acompanhado de preposição.
Ex.: Ele chegou cedo ao trabalho.
Ana deu a elas os novos perfumes.
Seguindo o que prescreve a Gramática Normativa, os pronomes oblíquos são os adequados à posição de complementos verbais.
* Átomos (sem preposição)
Tônicos (com preposição)
a) Funcionam como objeto direto os pronomes o, a, os, as que são complemento de verbos transitivos diretos.  
Joana comprou uma blusa.
—> Comprou-a.
Henrique pagou o carro. (Pagar algo = objeto direto)
—> Pagou-o.
Ele convidou meus pais.
—> Ele convidou-os.
b) Funcionam como objeto indireto os pronomes lhe, lhes são complementos de verbos transitivos indiretos.
Henrique pagou ao gerente. (Pagar a alguém = objeto indireto)
—> Pagou-lhe. (LHE é usado para pessoa)
Eu obedeço a meu pai.
—> Eu obedeço-lhe.Muitas vezes erra-se no uso do pronome oblíquo por não ser considerada a relação entre o pronome oblíquo e o complemento verbal.
Regência Nominal
Diferentemente do que acontece com os verbos, os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – só possuem regência quando apresentam preposição.  
Ex.: Esse comportamento é impróprio para menores. 
Ficamos contentes por você.                    
Os alunos votaram favoravelmente ao projeto.
Uso das Preposições – Casos Especiais
No livro O português do dia a dia: como falar e escrever melhor, do Professor Sérgio Nogueira, há diversos casos interessantes acerca do uso das preposições.
Primeiro caso
Ex.: O problema só será resolvido em nível federal.
Lembramos que a expressão "A NÍVEL DE" é um modismo a ser evitado.
Segundo caso
Dele ou de ele?
Dele corresponde a um pronome possessivo:
Ex.: O dinheiro dele acabou antes do esperado.
Dele também pode ser a combinação da preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de objeto indireto:
Ex.: Nós gostamos muito dele.
De ele é a preposição de e o pronome pessoal reto ele. Só pode ser usado quando ele for sujeito de uma oração reduzida de infinitivo:
Ex.: Saímos antes de ele chegar.  (= de que ele chegasse)
Apesar de ele ter viajado sozinho, prefiro não telefonar.
O segredo é o verbo no infinitivo. Só podemos usar de ele quando houver o verbo no infinitivo: 
Ex.: Saímos antes de ele chegar1.
1 Segundo o Professor Sérgio Nogueira, essa regra não é rígida. Muitos autores aceitam a contração da preposição com o pronome como uma variante linguística. Ex.: “Cheguei antes dele sair.” No entanto, embora essa seja a maneira como muitas pessoas falam, ela não deve ser utilizada em textos formais.
Essa regra também se aplica em outros casos:
a) preposição + artigo: 
Ex.: As demissões ocorreram depois de o banco ter decretado falência.
b) preposição + pronome demonstrativo:
Ex.: O empresário assinou o contrato, apesar de essas cláusulas não garantirem uma margem de segurança.
Terceiro caso
A forma prescrita é TEM DE. 
Embora o uso da forma tem que esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, deve-se utilizar, preferencialmente, a forma ‘tem de’.
Ex.: Nós temos de pagar nossas dívidas.   
Quarto caso
Para mim ou para eu?
Devemos observar que:
Eu é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito.
Mim é um pronome pessoal oblíquo tônico, nunca exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: a mim, de mim, entre mim, para mim, por mim etc.
Ex.: Eu comprei o livro. (= sujeito)
Eu comprei o livro para mim. (= não é sujeito)
Entretanto, observe o exemplo a seguir: Eu comprei o livro para eu ler.
Nesse caso, são duas orações. “Eu comprei o livro” é a oração principal e  “para eu ler” é oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse).  
Devemos usar o pronome pessoal reto (= eu), porque exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (= ler).  
Resumindo: a diferença entre para mim e para eu está na presença ou não de um verbo (= sempre no infinitivo) após o pronome.
Ex.: Este livro é para mim.
Este livro é para eu ler.
Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição:
Ex.: Eles compraram o carro antes de mim.
Ela almoçou antes de eu chegar.
Meus pais fizeram isso por mim.
Ele fez isso por eu estar com dúvidas.
Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula:
Para eu comprar este carro, foi preciso que meus pais ajudassem.
Para mim, comprar este carro foi uma grande conquista.
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (= eu) é o sujeito do infinitivo (= comprar); na segunda frase, a vírgula indica que o para mim está deslocado. Devemos usar o pronome oblíquo (= mim), pois não é o sujeito do verbo comprar.
Quinto caso
Não há nada entre EU e VOCÊ  ou  Entre MIM e VOCÊ?
Como explicamos, ‘eu’ é pronome pessoal reto e só pode ser usado na função de sujeito. Assim:
com verbo no infinitivo: “Não há nada entre eu sair e você ficar em casa.”;
sem verbo no infinitivo: “Não há nada entre mim e você.”
Sexto caso
A quem
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar o pronome ‘quem’
Ex.: Este é o gerente a quem encontrei no congresso.
Sétimo caso
DE QUE ou DE QUEM ou DO QUAL.
Aqueles são os arquivos de que (ou dos quais) a empresa dispõe. 
(= a empresa dispõe dos recursos)
São os funcionários de quem ou dos quais a empresa dispõe.
(= a empresa dispõe dos analistas)
 c.1) É a diretora da escola da qual os alunos gostam muito.
(= eles gostam muito da diretora)
 c.2) É a diretora da escola da qual eles gosta muito.
(= eles gostam muito da diretora).
Quando houver dois antecedentes (= a diretora da escola), devemos evitar o pronome QUEM porque gera ambiguidade, ou seja, gera uma dupla interpretação. 
Em “É a diretora da escola de quem eles gostam muito”, não saberíamos se eles gostam muito da diretora ou da escola.
O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (= após, contra, desde, entre, para, perante, sobre etc.).
Ex.: Este é o livro sobre o qual falei ontem.
Esta é a ocasião para a qual eles se prepararam tanto.
Oitavo caso
Cujo 
O pronome relativo ‘cujo’ deve ser usado sempre que houver ideia de posse.
Ex.: Aqui está o professor de cuja aula ninguém gostou. 
Este é o professor a cuja aula eu me referi. 
Este é o indivíduo com cujas ideias eu não concordo.
Esta é a revista em cujas páginas li aquela teoria.
(= eu li aquela teoria nas páginas) 
Este é o autor cuja obra foi premiada.
(= A obra foi premiada – sem preposição).
Não se usa artigo definido entre o pronome ‘cujo’ e o substantivo. 
Ex.: Esta é a escola cujo professor ganhou o prêmio.
Nono caso
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos que eles acompanham são regidos por preposições.
Ex.: Aquele é o bolo de que eu gosto tanto.
Aquela é a criança a quem eu chamei mais cedo.
Esse é o médico em quem as pessoas confiam.
Décimo caso
O pronome QUE pode aparecer com ou sem preposição quando for substituir coisa; quando for substituir pessoa, só poderá ser usado sem preposição já que o pronome QUE será substituído pelo pronome QUEM.
Ex.: Os livros que compramos foram muito úteis para o concurso.
Os livros de que precisávamos para o concurso não chegaram.
As crianças que cumprimentamos eram muito educadas.
As crianças a quem convidamos não vieram.
AULA 9 – A PONTUAÇÃO E O SENTIDO (PARTE I)
Você Já Pensou Sobre a Origem da Pontuação?
Pontuação foi criada algum tempo depois da escrita. No início, as palavras eram escritas sem segmentação e sem pontuação. Isso porque os leitores – bastante raros ainda – faziam a segmentação e a pontuação durante a oralização do texto ou mesmo durante a leitura em voz baixa. Assim, a pontuação surge na interface entre fala e escrita e foi sendo sofisticada ao longo do tempo. (Mendonça, 2003:115)
Analisando a pontuação sob esse ponto de vista, percebemos que ela deve dar conta, no texto escrito, de alguns aspectos da oralidade, como pausas e entonação.
Assim, o uso dos sinais de pontuação vai orientar o leitor para as relações entre os elementos que compõem o enunciado e a importância dessas relações para as construções de sentido.
Como as regras de pontuação não são fixas há divergências entre os diversos autores.  
Nesta aula, trataremos apenas de algumas regras básicas no que se refere à pontuação para que você considere que, quando pontuamos um texto, produzimos sentidos.
Exemplo 1: João toma banho e sua mãe diz ele quero banho frio. 
Como pontuaríamos esse trecho?
Exemplo 2: João toma banho e sua. "Mãe", diz ele, "quero banho frio".
Interpretaríamos o vocábulo "sua" como a 3ª pessoa do presente do verbo SUAR e não o pronome

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