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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Loriene da Conceição Torres INTEGRAÇÃO ECONÔMICA REGIONAL Ananindeua 2015 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Loriene da Conceição Torres Associação do Sul da Ásia para Cooperação Regional (SAARC) Trabalho apresentado à disciplina de Integração econômica e política regional, ministrada pela Professora Ma. Mayane Bento para obtenção parcial da nota referente a 2ª NI da turma 4 RIN 1 no curso de Relações Internacionais da UNAMA. Ananindeua 2015 Introdução Nos últimos anos, os acordos de integração regional têm crescido em número, alcance e diversidade em paralelo, ao processo de globalização. Hoje quase todos os países do mundo estão associados direta ou indiretamente a algum tipo de acordo regional. Atualmente existem aproximadamente 400 acordos regionais de comércio (ARC) notificados ao GATT/OMC. Notamos que as relações internacionais, o comercio e a economia internacional estão passando por grandes transformações. Nas Américas novos acordos são estabelecidos a todo momento. Na Ásia e na África é crescente a busca por políticas de integração regional. Ao mesmo tempo, países desenvolvidos e em desenvolvimento tem incentivado projetos de cooperação regional em áreas como a preservação ambiental, a eliminação de enfermidades epidêmicas, a promoção de marcos regulatórios em diferentes áreas da política econômica. Neste sentido, torna-se interessante analisar a Ásia do Sul, considerada a região do mundo onde existe o menor grau de integração. A SAARC é uma associação relativamente recente, criada em 1985 pelos sete estados membros: Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão,e Sri Lanka. Estes sete países diferem muito na área de terra, o PIB, e população, embora eles sejam semelhantes em nível de desenvolvimento humano e económico. O presente trabalho fará um breve Histórico e análise dos países membros, Objetivos do bloco, nível de Integração, estrutura organizacional, comércio Intra e extrarregional além de analisar seus principais desafios. 1. Histórico e análise dos países membros Os acordos regionais surgem com o objetivo de promover um ambiente amigável de negociação entre países localizados próximos geograficamente um dos outros. Os blocos regionais estão cada vez mais visíveis no mundo contemporâneo, principalmente nas últimas décadas, devido as falhas de negociações multilaterais em várias das reuniões realizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O grande objetivo por trás dos acordos regionais de comercio é: “[...]permitir que os membros possam se beneficiar da cooperação económica e vantagens comparativas, para obter economias de escala, e para tornar-se menos dependente das importações necessárias de países mais distantes. ” (ABDIN,2009) Afim de alcançar uma integração económica deste tipo no Sul da Ásia, o Governo da República Popular de Bangladesh enviou, em 1980, uma proposta aos Chefes de Estados de sete países do sul da Ásia para pensar em uma plataforma de cooperação política e econômica regional. Seguindo a proposta elaborada pelo presidente Ziuar Rahman, inspirada no modelo da ASEAN; Ocorreu em abril de 1981, em Colombo, a primeira reunião dos secretários Exteriores dos setes países do sul da Ásia: Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão, e Sri Lanka. Essa reunião foi seguida pela reunião dos ministros das Relações Exteriores, em Nova Deli, em agosto de 1983. Então após três anos de discussões oficiais, em uma reunião de Chefes de Estado de Governo, realizada em Dhâka, em 7-8 de dezembro de 1985, A SAARC foi formalmente estabelecida. No início de sua jornada, a SAARC centrou o seu trabalho principalmente em áreas suaves, como saúde, população, o intercâmbio cultural e desportivo. Na quarta Cimeira da SAARC realizada em Islamabad, em dezembro 29-31 de 1988, os Chefes de Estado analisaram um relatório de estudo sobre a cooperação nas áreas de comércio, manufatura e serviços. As recomendações desse estudo levaram líderes a pensar sobre um acordo preferencial de comércio no âmbito da SAARC. Um consultor foi contratado para realizar um estudo sobre o Comércio, Produção e Serviços na região. Em 1991, seguindo as recomendações do consultor, novas iniciativas foram tomadas no sentido de um comércio preferencial. Na sétima cimeira da SAARC em Dhaka, realizada de 10-11 abril 1993, os Chefes da República Popular do Bangladesh, o Reino do Butão, da República da Índia, a República das Maldivas, Reino do Nepal, a República Islâmica do Paquistão e a República Democrática Socialista do Sri Lanka concordaram em estabelecer na SAARC arranjos comerciais preferenciais para promover e sustentar o comércio mútuo e de cooperação econômica entre eles. A partir desse movimento, na oitava cimeira da SAARC, realizada em Nova Delhi, surgiu a área de comercio preferencial do sul da Ásia (Saarc Preferential Trading Arrangement – SAPTA), que foi implementado em dezembro de 1995, dois anos antes do programado. Os principais objetivos do SAPTA eram promover as relações comerciais entre os Estados membros e identificar e remover barreiras comerciais. Por fim, no início de 2004, como um passo maior de integração, foi assinado pelos líderes da SAARC em Islamabad um documento que criava uma área de livre-comércio na região, entrando em vigor em 2006. Os principais objetivos do SAFTA (South Asian Free Trade Area) são facilitar o comércio regional, sem quaisquer barreiras e compartilhar vantagem estratégica de cada país com os outros, servindo de esboço para desenvolver um planejamento acerca de uma união econômica a partir de 2020 (MIYAZAKI,2013). Assim, pelo menos do ponto de vista jurídico, o SAFTA emergiu como um bloco de comércio regional. 1.1 Analise dos países membros Os países-membros da SAARC são Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh, Sri Lanka, Butão e Maldivas. O grupo fundador da SAARC permaneceu o mesmo até o ano de 2007, quando o Afeganistão se tornou oficialmente o oitavo membro. São países completamente distinto um dos outros em termo de população, extensão territorial, o PIB, e população como apresenta a tabela abaixo. Tabela 1.1.1 – Indicadores gerais dos países integrantes da SAARC Os países que compõe a SAARC possuem uma certa experiência comum em seu passado colonial e além de uma certa homogeneidade cultural. Porém o principal elemento comum dos países membros da SAARC e seu estado de subdesenvolvimento: a pobreza, a desigualdade, a dependência da agricultura, a baixa produtividade e o alto desemprego. Analisando os dados da tabela 1.1.2 é possível perceber que a região do sul da Ásia no período 2000-2008 tenha registrado registado um crescimento considerável em relação aos anos 1990-200, nota-se que no período de 2008-2013 o crescimento médio anual apresentou uma queda. A tabela 1.1.3 demostra bem essa realidade comparando o IDH dos países membros da SAARC dos anos de 2010 e 2013, o qual apenas o Sri Lanka subiu no ranking em quantos todos os outros caíram de posição. PAÍS Extensão Territorial (Milhões Km²) PIB per capita (PPP em US$) Sri Lanka 66 9.425,74Maldivas 0,3 11.282,81 Índia 3.287 5.238,02 Butão 47 7.425,04 Bangladesh 144 2.475,97 Nepal 147 2.172,79 Paquistão 796 4.549,27 Afeganistão 652 1.926,26 Tabela 1.1.2 – Crescimento médio anual IDH entre os anos 1990-2013 Fonte: PNUD, 2013 Fonte: Miyazaki,2013 e PNUD, 2013 Analisando o tamanho das economias da SAARC, A Índia representa praticamente 80%, seguida pelo Paquistão com 11%; E dizer que os dois maiores países representam mais de 95%. Está claro que o resto dos países tem pouco peso. Para Miyazaki “a Índia e o Paquistão, por serem os países com maior extensão territorial, os mais populosos e terem as economias mais importantes da região, possuem papéis importantes para o sucesso do bloco. ” 2. Objetivos do bloco A Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC) é uma cooperação regional institucionalizada e dinâmica do Sul da Ásia, basicamente percebida como um agrupamento económico para trabalhar em conjunto para acelerar o ritmo do desenvolvimento socioeconômico e cultural. Os objetivos da associação, tal como definidos na Carta SAARC são: •. Promover e fortalecer a auto - suficiência coletiva entre os países do sul da Ásia; PAÍS RANKING PNUD 2010 RANKING PNUD 2013 Sri Lanka 91 73 Maldivas 107 103 Índia 119 135 Butão 132 136 Bangladesh 129 142 Nepal 138 145 Paquistão 125 146 Afeganistão 155 196 •. Contribuir para desenvolver mútua confiança, compreensão e admiração pelo outro para promover a colaboração ativa e de assistência mútua nos domínios económicos, sociais, culturais, técnicas e científicas; •. Reforçar a cooperação com outros países em desenvolvimento; •. Reforçar a cooperação entre si, nos fóruns internacional sobre assuntos de interesse comum; e •. Cooperar com organizações internacionais e regionais, com objetivos e propósitos semelhantes. Cooperação no SAARC se baseia no respeito pelos princípios da igualdade soberana, a integridade territorial, a independência política, não-ingerência nos assuntos internos dos Estados membros e benefício mútuo. A cooperação regional é vista como um complemento para as relações bilateral e multilaterais de membros da SAARC. As decisões são tomadas com baseada unanimidade. 3. Nível de Integração Vários níveis de integração são possíveis em teoria. A partir de menos integrado a mais integrada, eles são uma área de livre comércio, união aduaneira, um mercado comum, de uma união económica e, finalmente, uma união política plena. Embora o Sul da Ásia foi bastante tarde em abraçar o conceito de cooperação regional no comércio, foi rápido para fixar uma agenda ambiciosa. SAARC cai sob o primeiro nível de integração de uma zona de comércio livre. No entanto, desde a sua criação a SAARC não foi capaz de desenvolver as nações como uma zona de comércio livre. 4. Estrutura organizacional Cimeria de Chefes de Estados e Governos Conselho de Ministros Comité Permanente Comité de Programação Comités tecnicos Comités de Ação Centros Regionais Se cr e ta ri a G e ra l As Cimerias são a autoridade máxima da SAARC, são realizadas anualmente. O país anfitrião da Cimeira exerce a presidência da Associação. O Conselho de Ministros é composto pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros, que se reúnem pelo menos duas vezes por ano. A sua função inclui a formulação de política, análise dos progressos da cooperação regional, identificando novas áreas de cooperação e estabelecendo mecanismos adicionais que possam ser necessários. O Comité Permanente compreende as secretarias de assuntos exteriores dos Estados Membros e tem como tarefa coordenar e controlar os programas e as modalidades de financiamento, determinando as prioridades inter-setoriais e apresenta as informações ao conselho de ministros . AS reuniões acontecem sem uma priodicidade estabelecida, somente quandos os estados consideram necessario. O comité permanente e assistido por um comité de Programação (Programming Committee) e um corpo “Ad Hoc” que contem altos funcionarios para observar de perto as atividades do secretariado, finalizar o calendario de atividades e assumir qualquer outro assunto assinado pelo Comité Permanente. O Comité Técnico compreende representantes de todos os estados membros, formula programas e prepara projetos em seus respectivos campos para preparar o programa integrado de Ação sobre a. O comité é um orgão setorial que é parte do processo consultivo e é responsavel de controlar a implementação de tais atividades e apresentar suas imformações ao Comité Permanente atraves do Comité de Programação. Atualmente existem sete Comités Tecnicos: a) Agricultura e Desenvolvimento Rural. b) Comunicações e Transporte. c) Desenvolvimento Social. d) Meio Ambiente. e) Meteorologia e Questões Florestais f) Ciência e Tecnologia. g) Recursos Humanos e Desenvolvimento. h) Energia. O Comite de ação se costituie ad hoc para implementar projetos que afetam a mais de um membro mas não todos, siendo de eleição direta por parte do Comité Permanente. Os Centros Regionais são “entidades descentralizadas” que se encarregam de materializar as decisoes dos comités em algumas maetrias identificadas como de maior importancia: 1. SAARC Agricultural Information Centre (SAIC). Dhaka (1988) 2. SAARC Tuberculosis Centre (STC). Katmandú (1992). 3. SAARC Documentation Centre (SDC) New Delhi (1994) 4. SAARC Metereological Research Centre (SMCR). Dhaka (1995) 5. SAARC Human Resources Development Centre (SHDRC) Islamabad Seu quadro diretivo se encarrega de informar o Comité Permanente de desenvolvimento das atividades, e está constituido pelo Secretario Geral da Organización, o Ministro de Exteriores do Estado onde esta a sede e o diretor do proprio centro. 5. Comércio Intra e extrarregional O padrão de comércio das economias do Sul da Ásia nas últimas décadas sugere que estas economias negociar mais com os parceiros extrarregionais do que com os seus parceiros regionais. Desde o início de 1990, várias tentativas foram iniciadas para impulsionar a integração econômica da Ásia do Sul através de uma série de pactos comerciais nos níveis bilateral, sub-regionais e plurilaterais. A SAARC tomou iniciativas para melhorar a integração criando o SAPTA e posteriormente o SAFTA, e mais recentemente o Acordo SAARC sobre Comércio de Serviços (SATIS), que foi assinado em 2010. Porém pouco tem sido alcançado no âmbito destes instrumentos e todas as economias do sul da Ásia dependem fortemente dos mercados de fora da região como destino de exportação. No entanto, isso não significa que o comércio intra-regional tende a diminuir. Na verdade, o comércio intra-regional do sul da Ásia aumentou significativamente desde 1990, apesar de o crescimento do comércio com parceiros externos ter sido mais rápido. Dados estatísticos sugerem que o comércio intra-regional entre os membros SAFTA está subindo lentamente e de forma constante. Como indicado na Tabela 6.1, a quota de comércio intra- regional do Sul da Ásia aumentou de 2,7% em 1990 para 4,3% em 2011. Além disso, a Figura 6.1 apresenta um quadro comparativo das ações de comércio intra-sub-regional para os Estados membros da SAARC, a Associação do Sudeste Asiático (ASEAN), e a ASEAN + 3. Isso mostra claramente que a participação da SAARC ainda é muito baixa quando comparada com valores correspondentes de outras regiões, mas a tendência positiva éclara. Como tal, os responsáveis políticos e comunidades de negócios no Sul da Ásia tornaram-se cada vez mais interessados na integração econômica na Ásia do Sul e os benefícios potenciais que podem vir junto com ele. Tabela 5.1- comércio total do Sul da Ásia no âmbito da sub-região e com o mundo Figura 5.1 - O comércio intra-regional no âmbito da SAARC, a ASEAN, e a ASEAN + 3 Fonte:Moinuddin, 2013 Atualmente somente 5% das trocas comerciais dos países da região são realizadas com seus vizinhos, contra 63% na União Européia, 37% entre os países do Tratado Norte-Americano de Livre- Comércio (Nafta) e 38% na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), de acordo com dados divulgados pelo Governo indiano. Um recente documento de trabalho Instituto do Banco Asiático de Desenvolvimento enfoca as promessas que a integração económica sub-regional no Sul da Ásia espera. O jornal observa que a estrutura das economias dos países do sul da Ásia mudou desde a década de 1970, quando a agricultura foi o setor predominante no Sul da Ásia em termos de participação no PIB. Desde então, o setor de serviços cresceu rapidamente e em contas atuais para mais de metade da economia da região. O setor manufatureiro manteve-se bastante fraco e foi predominou por indústria têxtil e do vestuário. Com a indústria e a agricultura desempenho abaixo do par, o setor de serviços da Ásia do Sul é susceptível de se tornar o prenúncio de paradigma de crescimento da região (Nabi et al. 2010). 6. Desafios Geralmente, os decisores políticos da Ásia do Sul veem a integração regional – através da SAARC – como uma oportunidade perdida e tendem a justificar de múltiplas formas o facto de a integração regional continuar tépida. Ficam alguns apontamentos, apenas para destacar os principais obstáculos com que a integração regional na Ásia do Sul se tem deparado: • A principal obstrução à integração e cooperação económica na Ásia do Sul prende-se com a problemática situação política entre a Índia e o Paquistão. A Índia pretende aplicar ao Paquistão o «modelo chinês», ou seja, de aceleração económica enquanto ferramenta de pacificação. Contudo, será difícil o Paquistão enveredar para uma integração económica saudável enquanto não houver uma resolução satisfatória para o contencioso relativo ao Caxemira. • Impedimentos económicos: a) a lógica de produção e exportação dos países da Ásia do Sul é mais competitiva que complementar; b) a sua integração no comércio mundial é marginal (um por cento das exportações mundiais, 1,3 por cento das importações mundiais); c) os níveis do comércio informal e do comércio formal são equiparáveis. •. Nenhuma outra região do mundo é tão fortemente dominada por uma grande potência como acontece na Ásia do Sul, no caso vertente da Índia (exemplificar-se-á mais adiante). Ao advogar com veemência o bilateralismo, o balance of power e a dissuasão nuclear, a Índia deixa pouca margem para uma integração regional efetiva e obriga a SAARC a acompanhar-lhe o passo. •. Sendo o nível de integração e liberalização abissal (a quota de comércio intra Ásia do Sul ascende a 4,7 por cento do volume total do comércio internacional da região), muitos países orientaram os seus interesses para outros mercados. O comércio Índia-China cifrou-se em USD 25 mil milhões (em 2006); Índia-EUA, USD 40 mil milhões (em 2006); Índia-UE, USD40 mil milhões (em 2006), Índia- ASEAN, USD19 mil milhões (em 2006). Sem esquecer que muitos tratados preferenciais sub-regionais podem minar a Zona de Comércio Livre da Ásia do Sul (SAFTA), mormente os chamados BIMSTEC e IOR-ARC. • A Ásia do Sul também se digladia com fracos níveis de desenvolvimento e uma rede de infraestruturas deficientes. •. Numa região em que as questões relativas à soberania e identidade nacional assumem uma relevância fundamental, a integração regional ainda é vista com cepticismo. •. A capacidade decisional da SAARC é também marcada pela falta de flexibilidade. Aquando da sua criação, a Índia condicionou a sua participação à adopção da regra da unanimidade e à exclusão das «questões bilaterais e contenciosas» das deliberações, permitindo-lhe assim manter um controlo sobre dinâmicas regionais. Considerações finais A Sul da Ásia é uma das regiões mais populosas do mundo ostentando uma população de 1,64 bilhão. A maioria dos países da região estão em vários estágios de desenvolvimento econômico e aspiram à integração económica regional. Índia, o maior país da região, pode se tornar um importante ator econômico global no mundo em 2030. O Paquistão, o segundo maior país do sul da Ásia não desfrutar de uma economia robusta, mas tem o potencial para atuar como uma ponte entre os países do Golfo, China, Índia e Ásia Central para a integração econômica regional. Os outros países menores, como Bangladesh, Butão e Sri Lanka, estão hoje em uma condição muito mais politicamente estável do que eram há alguns anos atrás, e, portanto, poderia se beneficiar de uma integração económica regional da Ásia do Sul. A base institucional para uma integração económica regional deste tipo é a Associação Sul- Asiática para a Cooperação Regional (SAARC), dos quais o Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka são membros. SAARC foi criada em 1985 com a promessa explícita de trazer " paz, liberdade, justiça social e prosperidade econômica "por meio de uma ampla cooperação entre os Estados membros. A carta SAARC afirmou que a ação conjunta entre os estados do Sul da Ásia é de interesse das populações do sul da Ásia, uma vez que é notável a semelhança dos seus problemas através das fronteiras. Para reivindicar as promessas de cooperação econômica, os países da SAARC assinaram em 2004 a Área de Livre Comércio do Sul da Ásia (SAFTA). De acordo com a SAFTA, países da SAARC se comprometeram a melhorar os acordos preferenciais de comércio, fortalecer as economias dos países menos desenvolvidos na região, criar uma moeda comum e uma união aduaneira comum, eliminar as barreiras ao comércio e para promover condições de concorrência leal. Criticamente, a SAFTA compromete-se a estabelecer um quadro para a cooperação regional e institucionalizar-se. Se por um lado SAFTA tem sido capaz de estabelecer uma vantagem competitiva em relação às importações-exportações entre os países do sul da Ásia. Por outro lado, o comércio intra-regional no Sul da Ásia é susceptível de aumentar. Tarifas baixas têm sido capazes de chamar a investidores locais para investir na própria região. No entanto, também deve ser reconhecido que o Sri Lanka tem se beneficiado bastante através do SAFTA por causa de seu acordo de comércio livre bilateral existente com a Índia. Apesar do impulso à integração económica regional impulsionado por ambos SAARC e SAFTA, existem três obstáculos críticos para uma integração econômica ótima da região do Sul da Ásia. Política: Enquanto os países da região concordaram em juntar as mãos para trabalhar para a integração económica regional, há uma ausência visível de confiança entre eles na esfera política. As tensões entre Índia e Paquistão na fronteira, o Paquistão e o Afeganistão desconfiança, as diferenças India-Nepal, etc, moldar as escolhas e preferências dos países quando se trata do processo de planejamento e implementação. Segurança: A outra questão crítica é a questão da segurança. Paquistão está infestado de grupos terroristas; os indígenas de fronteira-estados são afetados por tanto o terrorismo e as insurgências; Situaçãointerna do Nepal continua a ser instável, e Bangladesh tem seus próprios problemas de segurança com crescente radicalização da sociedade. A Índia e o Paquistão, dada a situação de segurança volátil entre ambos. O 26 de novembro de 2008 ataques terroristas contra a cidade indiana de Mumbai foram rastreados de volta para o Lashkar-e-Taiba, no Paquistão. Tais incidentes consolidar ainda mais regimes de fronteiras fechadas. Infra-estrutura Crítica: O tipo de infra-estrutura crítica que suporta o fluxo regular de outras actividades económicas de comércio e é literalmente inexistente no Sul da Ásia. A geração de eletricidade é esporádica na melhor das hipóteses; estradas são mal construídas; controlos nas fronteiras estão em estados de decadência; redes ferroviárias intra-regionais ainda estão para ver serviço de alta qualidade; são suspeitos de serviços financeiros e de segurança em alguns países por vínculos com armadas intervenientes não estatais. A visão de integração regional da Ásia do Sul é uma ideia nobre que poderia elevar os níveis de desenvolvimento económico, abordando esses três obstáculos, tornando-os uma prioridade política. Caso contrário, a visão de SAFTA para a integração económica regional não pode decolar como planejado. Referencias ADB. 2013. Regional Cooperation and Integration in a Changing World . Manila: ADB. Moinuddin, M. 2013. Fulfilling the Promises of South Asian Integration: A Gravity Estimation . ADBI Working Paper Series . No. 415. Tokyo: Asian Development Bank Institute. BRASIL, ATLAS. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.[Sl]: PNUD, 2013. 2014. CHOWDHURY, Mamta B. Trade reforms and economic integration in South Asia: SAARC to SAPTA. Applied Econometrics and International Development, v. 5, n. 4, 2005. MIYAZAKI. Silvio Yoshiro. et al. Integração Econômica Regional. 1.ed.-São Paulo: Saraiva, 2013. RIZWANULHASSAN, M. Economic Integration: An Analysis of Major SAARC Countries. 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