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* IRRIGAÇÃO POR SULCOS * 1. DEFINIÇÃO A irrigação por sulcos é um método que consiste na distribuição de água através de pequenos canais (os sulcos), paralelos às fileiras de plantas. Considera-se que: O tempo em que a água escoa e infiltra deve ser suficiente para umedecer a zona do perfil do solo onde estão as raízes da espécie cultivada. * IRRIGAÇÃO POR SULCOS A linha azul mostra a zona do perfil que o sulco deve irrigar * 2. CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO Utilizado para irrigar espécies plantadas em linha; Não molha toda a superfície do solo (30 a 80% apenas), o que contribui para reduzir as perdas por evaporação; Necessita mais mão de obra por unidade de área que outros métodos; * SULCOS PARALELOS ÀS LINHAS DE PLANTIO * A ÁGUA DEVE SER DERIVADA INDIVIDUALMENTE A CADA SULCO NO MANEJO TRADICIONAL * Exige experiência dos irrigantes para derivar água do canal aos sulcos e para controlar a vazão durante a irrigação; Requer pequenas declividades e relevo da superfície uniforme; Se o terreno não exigir sistematização, é o método de menor custo (US$ 400 a 800/ha); O solo deve ser homogêneo ao longo do comprimento do sulco (textura); 2. CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO * Necessita grandes vazões para evitar desuniformidade na lâmina de irrigação aplicada ao longo do sulco; Não exige água limpa; Não é afetado pelo vento; 2. CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO * RAZÃO DA DESUNIFORMIDADE NA APLICAÇÃO DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO AO LONGO DO SULCO Canal de irrigação Canal de drenagem Lâmina infiltrada Sulco A água permanece muito mais tempo em contato com o início do sulco que com a parte final. * 3. FORMA DO SULCO: DIMENSÕES E ESPAÇAMENTO 25 a 40 cm 15 a 30 cm 75 a 100 cm * 3.1. FORMAS USUAIS DE CONSTRUÇÃO DE SULCOS SOLOS ARGILOSOS: MAIOR ÁREA DE CONTATO PARA A ÁGUA INFILTRAR * 3.2. ESPAÇAMENTO ENTRE SULCOS O espaçamento entre sulcos deve ser escolhido para que: “o movimento lateral da água entre sulcos adjacentes” permita umedecer toda a zona radicular antes de umedecer regiões abaixo dela. * SOLO ARENOSO SOLO ARGILOSO * O movimento lateral da água entre sulcos adjacentes deve permitir que haja coalescência entre os bulbos molhados. * 4. VAZÃO DERIVADA A CADA SULCO RECOMENDAÇÃO 1: Aplica-se inicialmente a maior vazão que o sulco pode conduzir sem que ocorra transbordamento ou erosão (vazão máxima não erosiva). O OBJETIVO É FORMAR UM ESPELHO D’ÁGUA QUE CUBRA TODO O COMPRIMENTO DO SULCO COM RAPIDEZ, POIS AÍ A ÁGUA ESTARÁ INFILTRANDO EM TODOS OS PONTOS AO MESMO TEMPO. * RECOMENDAÇÃO 2: Quando a água atingir o final do sulco, a vazão inicial pode ser reduzida para a menor quantidade capaz de manter o espelho de água em todo o comprimento do sulco. (A água deve continuar escoando por algum tempo depois de alcançar o final do sulco) 4. VAZÃO DERIVADA A CADA SULCO * RAZÕES PARA ADOTAR O PROCEDIMENTO DESCRITO Observação: Se for mantida uma vazão alta durante todo o tempo de irrigação, haverá perdas por escoamento além do final do sulco (água que vai para o canal de drenagem); Se for mantida uma vazão baixa durante todo o tempo da irrigação, haverá perdas por percolação profunda (infiltração abaixo da zona das raízes) no início do sulco. * O uso de dois ou mais sifões propicia uma vazão inicial elevada (tempo de avanço curto). * PROCEDIMENTO PARA REDUÇÃO DA VAZÃO APÓS O TEMPO DE AVANÇO Com o uso de sifões é muito fácil realizar a redução de vazão: Quando houver mais de um sifão, basta reduzir seu número para que a água permaneça escoando pelo sulco sem grandes perdas no final. * 4.3. ESTIMATIVA DA VAZÃO MÁXIMA NÃO EROSIVA Qmax é vazão máxima não erosiva (l/s); C e a são coeficientes relacionados com a textura do solo; S é declividade do solo (%). * 5. FASES DA IRRIGAÇÃO POR SULCOS 5.1. FASE DE AVANÇO Esta fase começa com a entrada de água no início do sulco e termina quando a água chega ao final do sulco. 5.2. FASE DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO Depois que o espelho d’água está totalmente formado (final do tempo de avanço), começa a fase de reposição da água no solo, na qual a água permanece escoando até que que a frente de molhamento atinja toda a zona radicular no final do sulco. * 5.3. FASE DE RECESSÃO VERTICAL Após o encerramento da reposição da água no solo, o fornecimento de água é interrompido e tem início a fase de recessão vertical, em que a água permanece escoando e infiltrando até que apareça a primeira porção de superfície do sulco sem água fluindo. 5.4. FASE DE RECESSÃO HORIZONTAL Esta fase termina quando toda a superfície do sulco apresenta-se drenada. 5. FASES DA IRRIGAÇÃO POR SULCOS * É altamente recomendável realizar um teste de avanço da água no sulco. Este teste é um procedimento de campo, que relaciona o tempo que a água leva para percorrer distâncias pré-definidas. * O avanço da água no sulco também é denominado de Velocidade de deslocamento lateral da água no sulco. Isto se dá para podermos diferenciar o avanço da velocidade de deslocamento vertical da água no sulco, que é quando se dá a INFILTRAÇÃO. 5.1. AVANÇO DA ÁGUA NO SULCO * A velocidade de deslocamento lateral da água depende dos seguintes fatores: Vazão aplicada no início do sulco; Infiltrabilidade do solo; Declividade ao longo do sulco; Rugosidade e comprimento do sulco. 5.1. AVANÇO DA ÁGUA NO SULCO * 5.2. TESTE DE AVANÇO DA ÁGUA NO SULCO As etapas da determinação da curva de avanço da água no sulco são apresentadas a seguir: No campo, construir o sulco com as características desejadas (declividade e comprimento, ); Realizar duas ou três irrigações iniciais para que o sulco possa ficar com a forma e a rugosidade definitivas * Colocar estacas para marcar o avanço da água a cada 20 ou 40 metros; Aplicar a vazão máxima não erosiva na cabeceira do sulco (fórmula de Gardner) e outras vazões menores e maiores que essa; 5.2. TESTE DE AVANÇO DA ÁGUA NO SULCO * Anotar o tempo que a frente de avanço leva para chegar em cada estaca ao longo do sulco, até o final do sulco; Com os dados de distância entre as estacas e tempo que a água leva para atingir estas estacas, construir a curva de avanço da água no sulco. 5.2. TESTE DE AVANÇO DA ÁGUA NO SULCO * * 6. COMPRIMENTO DOS SULCOS Sulcos muito longos ou muito curtos têm inconvenientes: Sulcos longos causam maior perda por percolação profunda, (água que infiltra abaixo da zona das raízes) gerando menor uniformidade de irrigação; Apresentam também maior possibilidade de acumulação da água das chuvas causando erosão. * Inconvenientes de sulcos curtos: Tornam o processo de irrigação mais trabalhoso (maior número de sulcos exige mais mão de obra para irrigação; Exigem a construção de mais canais de condução, o que gera maior custo de manutenção e maior perda de área de cultivo; Dificulta a mecanização da área. 6. COMPRIMENTO DOS SULCOS * FATORES DEVEM SER CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO COMPRIMENTO DO SULCO FORMA E TAMANHO DA ÁREA: Para facilitar o manejo, o comprimento dos sulcos deve ser igual em toda a área, desta maneira a vazão e o tempo de aplicação da vazão serão os mesmos para todos os sulcos. Se a área é pequena, o comprimento do sulco deve ser igual ao comprimento de um dos lados da lavoura. Se a área é grande, o comprimento dos sulcos deve ser submúltiplo do comprimento total da área. Exemplo área de 400 metros, 2 sulcos de 200 metros. * SULCOS DE MESMO COMPRIMENTO FACILITAM O MANEJO DA IRRIGAÇÃO. * FATORES DEVEM SER CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO COMPRIMENTO DO SULCO TIPO DE SOLO: Em solos argilosos os sulcos podem ser mais longos pois a taxa de infiltração é menor, resultando em menor perda por percolação profunda. Em solos arenosos os sulcos devem ser mais curtos, pela razão oposta. DECLIVIDADE: Em terrenos com grande declividade devemos ter sulcos mais curtos para evitar erosão. * FATORES DEVEM SER CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO COMPRIMENTO DO SULCO ESPÉCIE CULTIVADA: Espécies com sistema radicular profundo permitem sulcos mais longos, pois a maior quantidade de água que está infiltrando no início do sulco será aproveitada pelo sistema radicular da cultura. PROCURA-SE CONSTRUIR SULCOS COM O MAIOR COMPRIMENTO POSSÍVEL. * COMPRIMENTO MÁXIMO DO SULCO O ideal seria determinar o comprimento através de testes realizados no terreno: Recomenda-se construir sulcos de diferentes comprimentos, verificando depois da irrigação, como aconteceu a distribuição da água ao longo do sulco (perfil de umedecimento do solo) através de trincheiras perpendiculares. * COMPRIMENTO MÁXIMO DO SULCO Método de Criddle: O comprimento máximo do sulco deve ser tal que permita um tempo de avanço da água até o final do sulco igual a ¼ do tempo necessário para aplicar a lâmina d’água desejada no sulco. O tempo que a água leva para chegar até o final do sulco é denominado tempo de avanço. * COMPRIMENTO MÁXIMO DO SULCO (RECOMENDAÇÕES DE BOOHER) Declividade (%) * 7. INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SULCO Durante o teste de avanço é importante medir também a infiltração da água no sulco. Usa-se medidores apropriados para determinar a vazão de entrada e de saída no sulco. * 7.1. MEDIDORES DE VAZÃO WSC Os medidores WSC podem ser construídos em plástico, madeira, chapas finas de metal ou concreto. Esses medidores tem quatro partes: seção de entrada, seção convergente, seção contraída e seção divergente. Baseiam-se no princípio de Venturi. Existe uma relação entre a altura de água medida na seção de entrada e a vazão escoada. * * Large 60º V Trapezoidal Flume 2"- 45º WSC Trapezoidal Flume MEDIDOR WSC EM PLÁSTICO * MEDIDORES WSC * CURVA DO MEDIDOR WSC * A Velocidade de deslocamento vertical no sulco é a velocidade de infiltração da água no sulco. Esta velocidade depende basicamente das características do solo (textura e estrutura) e pode ser estimada por diferentes métodos. Um dos métodos mais indicados para estimar este parâmetro é o método que mede a vazão de entrada e de saída da água, utilizando o medidor WSC. 7. INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SULCO * DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DA “ENTRADA - SAÍDA” DA ÁGUA NO SULCO. * – A primeira leitura é feita na estaca A quando a água chegar à metade da distância entre as estacas A e B; a segunda leitura será feita quando a água alcançar a estaca B e as demais leituras a cada cinco minutos, até notar-se que VI está constante. - É o tempo acumulado que será plotado no gráfico (eixo x) contra a coluna (8). DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DA “ENTRADA - SAÍDA” DA ÁGUA NO SULCO * (3) e (5) – São as cargas nos medidores de vazão instalados nas estacas A e B. (4) e (6) – Vazões escoadas nos medidores nas estacas A e B. (7) – Diferença entre a vazão de entrada (coluna 4) e a vazão de saída (coluna 6). (8) – Transformação de VI para a unidade mm/h. DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DA “ENTRADA - SAÍDA” DA ÁGUA NO SULCO. * A Velocidade de Infiltração dada em l/min por 40m de sulco foi transformada para a unidade mm/h, pela seguinte fórmula: DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DA “ENTRADA - SAÍDA” DA ÁGUA NO SULCO A área de infiltração é dada pelo produto entre o espaçamento entre sulcos adjacentes e a distância entre medidores de vazão (40 m no exemplo). * O valor estabilizado da Velocidade de Infiltração será utilizado para determinar a vazão reduzida. VAZÃO REDUZIDA: é aquela que garante que não haverá escoamento superficial no fim do sulco, pois a água será totalmente infiltrada ao longo do trecho. DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DA “ENTRADA - SAÍDA” DA ÁGUA NO SULCO * A velocidade de Infiltração da água no sulco pode ser ajustada a uma equação do tipo VI = ntm Em que: VI é a velocidade de infiltração (mm/h); t é o tempo de oportunidade que a água tem de infiltrar no sulco, em minutos (cada trecho do sulco terá um tempo diferente); n e m são parâmetros do solo. EQUAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SULCO. * Para o exemplo, a equação ajustada foi: VI = 50,669.t-0,3727 Esta equação pode ser transformada na equação da infiltração acumulada, mediante integração: I = n’.tm’ Em que I é a Infiltração acumulada, em mm. EQUAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SULCO. * n’ = n/60.(m+1) m’ = m + 1 A equação fica: I = 1,346.t0,6723 Ex.: Quanto tempo a água deve permanecer escoando para aplicarmos uma lâmina de 40mm? Resposta: t = 155,2 minutos. EQUAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SULCO. * ESCOLHA DO COMPRIMENTO DO SULCO t = 155,2 min 160 min (tempo de irrigação) Pelo critério de Criddle: O comprimento máximo do sulco deve ser tal que permita um tempo de avanço da água até o final do sulco igual a ¼ do tempo necessário para aplicar a lâmina d’água desejada no sulco. Portanto, o tempo de avanço será de 40 min *
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