Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
ADOLESCÊNCIA E CRIMINALIDADE DISCENTES: IARA, TELMA, FLÁVIO Ementa Fundamentos Legais Teoria do Etiquetamento Redução da maioridade penal Adolescência e a Criminalidade FUNDAMENTOS LEGAIS É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do adolescente Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do adolescente Conselhos Tutelares Atribuições Atender crianças que necessitem de proteção, sempre que seus direitos forem ameaçados ou violados; Atuar junto as instituições de aplicação das medidas socioeducativas; Encaminhar ao Ministério Público a notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança e do adolescente. Medidas de proteção previstas no ECA Encaminhamento aos pais; Orientação, apoio e acompanhamento temporários; Matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino; Inclusão em programa comunitário de auxílio a família, a criança e ao adolescente; Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico; Inclusão em programa de auxílio, orientação e tratamento a dependentes químicos; Abrigo em entidade; Colocação em família substituta. Medidas Socioeducativas (ECA art.112.) I- advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços a comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semiliberdade; VI - internação em estabelecimento educacional. Diretrizes Resolução CONANDA nº113/2006. Prevalência do conteúdo educativo sobre os sancionarias e meramente de contenção: Ordenação do atendimento socioeducativo e da sua gestão, a partir do projeto político-pedagógico; Construção, monitoramento e avaliação do atendimento socioeducativo, com a participação proativa dos adolescentes socioeducandos. Disciplina como meio para a realização do processo socioeducativo; Respeito a diversidade étnica/racial, de gênero, orientação sexual e localização geográfica como eixo do processo socioeducativo; Participaãáo proativa da família e da comunidade no processo socioeducativo. A criança e o adolescente A adolescência inicia-se, segundo a legislação (ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 2°), aos 12 anos. Sob a ótica biopsicológica, os parâmetros não são determinados de acordo com urna data específica, mas de acordo com mudanças psicológicas e fisiológicas variáveis que ocorrem em torno dessa idade. Os valores da infância caducam As crenças sofrem, então, profundas reformulações. A criança e o adolescente Levisky (1998) refere que os critérios que definem a inserção do indivíduo na sociedade adulta são maturidade, independência, autodeterminação, responsabilidade e atividade sexual afetivamente adulta. Já Calligaris (2000) aponta que adolescente é alguém cujos sentimentos e comportamentos são reativos, de rebeldia a urna moratória injusta; porém, não existe um critério que determine de fato o que é necessário para que se ingresse no mundo adulto. Subjetividade e Responsabilidade Relação de causa e efeito Imaturidade Percepção de mundo centrada no imediato Com uma perceptiva de duração infinita do estado de coisas presentes O crime como um continuum Processo de Desprendimento O primeiro é o nascimento; O segundo surge ao final do primeiro ano coma eclosão da genitalidade, a dentição, a linguagem, a posição de pé e a marcha; O terceiro momento aparece na adolescência. O adolescente busca diferenciar-se do adulto e, em sua luta por adquirir urna identidade, elege as vezes caminhos distorcidos, como a toxicomania, a liberdade sexual exibicionista, os cabelos compridos ou outras formas de protesto contra os enganos e as armadilhas da sociedade adulta. Características da Adolescência Fase do desenvolvimento humano caracterizada por múltiplas transformações físicas e psicológicas. OMS: Compreende o período dos 10 aos 20 anos incompletos. ECA: Compreende o período entre 12 aos 18 anos. Formação de identidade e autonomia Fase onde surgem dúvidas e incertezas, como também é o momento onde se afloram as capacidades de criar, experimentar e produzir. Situações que podem influenciar para início da delinquência Quando o indivíduo abandona a escola; Possui um relacionamento familiar precário, inexistente ou francamente pernicioso; Desfruta de um relacionamento social absolutamente contraproducente, que o induz a comportamentos desviantes A ociosidade agrava a situação. Caso Wilson: É flagrante a falha na construção da identidade (Erik Erikson); Wilson desconhece quem é ou o que será. Desloca a ansiedade da adolescência para o imediatismo das aventuras. Por influência de modelos (ou por simples condicionamento construindo gradativamente), despende energias físicas e psíquicas no que lhe parece mais gratificante: o delito. A evolução é natural: começa com os leves para chegar aos graves. Labeling Approach Theory ou Teoria do Etiquetamento Social. É uma teoria criminológica marcada pela ideia de que as noções de cime e criminoso são construídas socialmente a partir da definição legal e das ações de instâncias oficiais de controle social a respeito do comportamento de determinados indivíduos. Redução da Maioridade Penal È o projeto de EC para que crimes cometidos por adolescentes entre 16 e 18 anos sejam punidos pelo código penal. Falsa sensação de segurança. Estava Escrito Faz sete anos que o moleque nasceu, pela idade é normal Vai para a escota e tal, já no primeiro intervalo A brincadeira no pátio era polícia e ladrão, Agora tente adivinhar de que lado ele está. Estava Escrito Lá na favela não existe empresário para ele se espelhar A polícia vai lá, somente pra matar, só vê miséria, tristeza e lamento. E se contrastam com os carros importados que descem na quebrada , E sábado e os botecos estão todos lotados. Ele vê uma cena que o deixa chocado. O pai tomando urna cerva com o filho do lado. Ele não se conforma, não sabe quem é seu pai, tem a mãe e mais nada, que aliás vive ausente, se tornou dependente do famoso mesclado. A cola que salva Não muito longe dali, seis tiros são disparados. Dois carpos são encontrados, ele se revolta com toda a sua volta. Na madrugada ele ainda está em claro, ouve um barulho de carro. Parece um filme de terror, mas é a dura realidade Talvez dura demais para um moleque dessa idade . Talvez dure demais para um moleque dessa idade. Agora já é tarde, conselhos não adiantam, não matam a fome. Ele prefere a cola. Troco de Maria na sociedade Entrar no mundo do crime virou sua obsessão. Começou como avião, moleque é sangue bom. Se roda, segura a bronca, não cagueta o patrão. Com doze anos de idade ganhou o primeiro oitão. Adolescência Desde criança é reconhecido no mundo do crime. Num grupo social em que se destaca e é valorizado, em que se sente alguém. Dotado de privação afetiva cresce sem família, sem modelos e sem parâmetros que permita ao indivíduo compreender a realidade com base em princípios éticos e morais sólidos, estruturados num sistema de crenças consolidado ( o que forma o superego). Ato infracional O ato infracional lhe proporciona a motivação pela expectativa. Ele sobe na hierarquia. Passou do 12 (tráfico) ao "57" (157 -roubo). Deixou de ser aquele que apenas recebe e repassa para ser linha de frente. Adolescente No mundo do crime, encontrou sentido para suas angústias e espaço para colocar-se; mas não basta para o conforto psíquico. Tem lembranças ... em seu raciocínio confuso, debate-se como papel que lhe foi designado, de filho rejeitado, de criança sem recursos, de jovem criminoso, Adolescente Ao meio-dia, horário marcado, plano bolado, vigia enquadrado Abriu a porta do escritório, o engravatado atrás da mesa parecia conhecé-lo mas não tinha certeza Urna arma apontada para sua cabeça O covarde abriu o cofre, tremendo igual vara verde, Por favor não atire, eu acho que eu te conheço, o mano olha Bem pra ele, tem a mesma impressão O engravatado pergunta se sua mãe é Maria Helena responde que sim, pode levar o que quiser, mas não me mate Eu sou seu pai. Referências FIORELLI, José Osmir, MANGINI Psicologia jurídica/6. ed. - Sáo Paulo: Atlas, 2015.
Compartilhar