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FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE ESTUDO DE CASO – UM EXERCICIO PEDAGOGICO “Três Opções Pedagógicas para um Problema Identificado” CONTEXTO: A equipe técnica/pedagógica responsável pelos cursos promovidos pela escola de saúde reúne-se para discutir os problemas e dificuldades que estão inviabilizando uma melhoria do ensino/aprendizagem, bem como da aplicação desses conhecimentos nas práticas em serviço. Nas discussões, os docentes listaram os principais problemas relatados na última reunião: Dificuldade na avaliação por competência, na elaboração de atividades de recuperação paralela e no preenchimento dos diários de classe; Citaram que o material didático é desatualizado; Que os alunos por serem trabalhadores se mostram desinteressados e descompromissados; Uns são calados e outros falam demais; A maioria é dispersa e conversa muito entre si; faltam as aulas mesmo tendo sido liberados dos serviços. Quando faltam por motivo do trabalho querem ser dispensados das faltas; alguns chegam atrasados e estão sempre querendo sair mais cedo; tem dificuldades de leitura, escrita, compreensão, aprendizagem e trabalho em equipe; o desenvolvimento de novos conteúdos deixa-os estressados e dispersos; muitas vezes não sabem explicitar o seu papel dentro da função que exercem. Após a discussão, os docentes identificam os problemas cujos determinantes são de origem pedagógica e citaram um exemplo bem comum. - Com o problema das arboviroses os técnicos em saúde (vigilância em saúde, hemoterapia, saúde bucal, enfermagem e agentes comunitários de saúde) foram convocados para o desenvolvimento de ações de educação ambiental em saúde. Durante as visitas os instrutores observaram os seguintes problemas de desempenho: o estudante/trabalhador não planejou a visita; não se apresentou as famílias e ou comunidades visitadas; não explicou o motivo da visita; não foi criativo ao fazer as perguntas; atrapalhou-se no diálogo; não soube ouvir o conhecimento prévio dos envolvidos; não respeitou a cultura local e o saber popular; induziu as respostas sem analisar a realidade; atrapalhou-se quando era preciso falar sobre as informações técnicas; não organizou bem as informações durante a abordagem e seus registros ficaram incompletos e insatisfatórios como documento oficial. Acrescentaram que esse fato ocorre sempre, apesar dos trabalhadores terem a prática e também terem recebido treinamento prévio. Analisando a situação, os docentes elaboraram três propostas pedagógicas que possam contribuir para minimizar as incidências desses fatos. ATIVIDADE PARA REFLEXÃO: Após a leitura e análise das três propostas pedagógicas, discutir: - Qual o conceito de ensino aprendizagem presente em cada proposta? - Como o professor ensina e como o aluno aprende em cada proposta? - Qual delas melhor responde aos problemas identificados? - E qual a que o grupo escolhe? Justifique Alternativa Pedagógica A (carga horária: 8h) O docente: Preparou seu plano de aula, reuniu os alunos em uma sala ampla, confortável e equipada com áudio visual para demonstração se necessário; Explicou as questões técnicas, e éticas sobre os passos da visita domiciliar; citou exemplos e disse como se faz dentro de um modelo padrão de abordagem; os alunos assistiram as explicações; Em seguida expôs todo o conhecimento teórico sobre os mosquitos aedes aegypti e sobre dengue, chikungunya e zika vírus; apresentou um vídeo onde os alunos assistiram ao filme sobre as arboviroses, e toda sua fundamentação técnica e científica; Ao término da aula perguntou se alguém tinha alguma dúvida. Insistiu com a pergunta: “Alguma dúvida?” Como os alunos permaneceram calados e atentos, considerou e deduziu que aprenderam e como não houve dúvidas, continuou sua aula explicando e dando exemplos; Entregou um modelo padrão de visita domiciliar, explicando os passos e reafirmando que todos devem aprender para melhorar o trabalho; os alunos receberam e acompanharam a explicação sem nenhum questionamento; Distribuiu vários folders com síntese dos sinais e sintomas da dengue, chikungunya e zika com foto do mosquito Aedes Aegypti transmissor destas doenças; os alunos receberam e guardaram sem nenhuma observação. Concluiu a aula perguntando se todo mundo entendeu e se está tudo certo? Os alunos satisfeitos com a aula e com o material que receberam, responderam que sim. “Professor, tá tudo certo!” Ao final, para avaliar a aprendizagem, aplicou um teste objetivo e falou para os alunos que entregaria o resultado no dia seguinte. Os alunos fizeram o teste e aguardam o resultado dos conhecimentos teóricos aprendidos. Alternativa Pedagógica B (carga horária: 8h) O professor reúne os alunos e explica todos os passos da visita domiciliar, seguindo o modelo esquematizado que trouxe para os alunos exercitarem; Assistem ao vídeo “Visita domiciliar” que demonstra todos os passos sistematizados para uma atividade de Vigilância Ambiental, na área de vetores e arboviroses; Pede que cada aluno demonstre repetidamente os passos da visita, até que todos tenham dominado os passos; Os alunos motivados repetem todos os passos da visita de acordo com a proposta do vídeo; O professor avalia a aprendizagem através do cumprimento de todos os passos da técnica demonstrada pelos alunos nas dramatizações; Ao final, entregou os folders sobre as arboviroses e o esquema do roteiro de visita; Ao terminar a aula, lembra que na próxima semana terá visita nas áreas de maior incidência das arboviroses e que todos devem seguir o que foi aprendido. Alternativa Pedagógica C (carga horária: 8h) O professor reúne os alunos. Solicita que alguns relatem como fazem uma visita educativa na comunidade sobre saúde, meio ambiente e arboviroses. Observa, faz anotações, questiona sobre as vivências dos alunos em relação ao contexto dos problemas relativos às arboviroses e seus transmissores. Facilita para que os alunos fiquem à vontade para relatarem suas dificuldades. Os alunos respondem relatando como fazem uma visita domiciliar, suas dificuldades, problemas, facilidades, contexto da comunidade... Em seguida, o docente solicita aos alunos que têm experiências demonstre como fazem a visita. Continua observando, anotando e interferindo, se necessário; para que os alunos consigam demonstrar sua versão sobre a prática da visita domiciliar. Pede que os demais alunos observem e listem os pontos positivos e os que precisam melhorar. O docente faz esclarecimentos sobre a visita domiciliar a ser realizada na comunidade quanto a: Apresentação, abordagem, escuta, fala, tema/assunto, etc... para que os alunos possam perceber suas dificuldades e já procurem identificar mudanças para as próximas atividades de visita domiciliar. Os alunos demonstram como fazem uma visita domiciliar: identificação, abordagem, orientação, ausculta, domínio dos temas, etc. Em seguida agrupam, anotando os problemas de acordo com as similaridades, discutem e destacam aqueles problemas que são prioritários para serem trabalhados nas próximas atividades; O docente observa já avaliando as atividades e sequência das discussões. Fundamenta as questões que foram discutidas, reorganizando o conhecimento técnico trazido pelos alunos e sistematizando o conhecimento cientifico sobre o tema. Amplia o fundamento relativo aos aspectos éticos e de comunicação, de abordagem, ao mesmo tempo em que faz questionamentos sobre o porquê daquelas sugestões ou soluções apontadas. Os alunos são conduzidos à discussão sobre os aspectos éticos, a importância da comunicação e da abordagem domiciliar. O docente orienta a leitura do texto que aborda os aspectos éticos da comunicação para a visita domiciliar. O aluno faz uma leitura dinâmica com foco na ética, comunicação e na importância da visita educativa; O docente apresenta o vídeo (com 20’) sobre Dengue, Zika e Chikungunya. Incentiva a reflexão para transmissibilidade, vetores, situação ambiental, sinais, sintomas, riscos e prevenção.O aluno assiste ao vídeo e reflete sobre o tema associando às suas experiências; O docente orientar e dinamiza o grupo para leitura e discussão de um texto simplificado sobre o tema. O aluno realiza leitura sobre transmissibilidade, sinais e sintomas e sobre o contexto das arboviroses. O docente apresenta o vídeo (10’) sobre visita domiciliar para prevenção e controle de vetores e outras ações educativas sobre o tema. Faz questionamentos ao grupo sobre o que gostariam de acrescentar no seu aprendizado. O aluno assiste ao vídeo e comentar sobre o que foi aprendido e o que precisa melhorar para realizar as próximas visitas; O docente refaz as dramatizações avaliando os avanços do grupo. Os alunos dramatizam uma visita domiciliar, elaborando em grupo, uma síntese do que foi apresentado e fazendo críticas e avaliações individual e grupal sobre os avanços; O docente entrega cartazes e roteiro de visita para reforçar a próxima atividade de visita domiciliar desses trabalhadores. Acrescenta alguns comentários quando necessário. O aluno recebe, confere e lê o material para utilização na visita domiciliar, obsevando se está tudo compreendido ou falta alguma informação. O docente orienta sobre a (dispersão/estágio), a ser realizada com instrumento de avaliação do desempenho individual. Local da visita: Assinatura do preceptor: Atividade Desempenho Data (Sim ou não) Data (Sim ou não) Data (Sim ou não) Visita ao local de risco (domiciliar e local de trabalho, área de risco na comunidade, meio ambiente) Informa o motivo da visita; Investiga as informações sobre o local; Planeja a visita segundo seu objetivo; Seleciona o material necessário; Lista e observa os pontos importantes; Apresenta-se ao entrevistado/visitado; Demonstra atitude ética; Explica o objetivo da mesma; Inspeciona o local com segurança; Utiliza perguntas que possam obter informações importantes; Analisa as características encontradas; Relata observações significativas; Identifica e observa a percepção da população local; Identifica os fatores de risco que estão expostas às famílias, trabalhadores ou população; Informa sobre presença de risco controle e prevenção; Monitora a qualidade da água, presença de zoonoses, vetores etc. Orienta quando em situação de surto; Aplica protocolo relativo a visitas técnicas (busca ativa de casos, situação de surtos, doenças e ou outros eventos); Aplica a legislação quando é necessário; Executa ações educativas de esclarecimentos; Elabora relatórios técnicos dando parecer e registrando informações pertinentes; Informa ocorrências e resultados, dando retorno aos entrevistados e a comunidade quando necessário. Recife, 17/07/2017 Fátima Chagas 1 | 4
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