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RELATÓRIO DA OBRA "A DANÇA" DE HENRI MATISSE

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROAC
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ESTÉTICA E HISTÓRIA DAS ARTES
ANDREI DE FERRER
TURMA E - NOITE
RELATÓRIO DE ANÁLISE DA OBRA “A DANÇA” DE HENRI MATISSE 
ARYANA DE ASSUNÇÃO SANTIAGO
CAMILA MARIA DE MOURA MORENO
KALYNE JESSICA ARAÚJO DE VERAS
SEVERINO ADELINO DOS SANTOS JUNIOR
 
 
JOÃO PESSOA
2017
RELATÓRIO DE ANÁLISE DA OBRA “A DANÇA” DE HENRI MATISSE
O fauvismo surge como uma corrente artística no início do século XX, tendo como características a máxima expressão pictórica, as cores utilizadas com intensidade, a simplificação das formas e o estudo das cores. Os seus temas eram leves, e não tinham intenção crítica, revelando apenas emoções e alegria de viver. As cores eram utilizadas puras, para delimitar planos, criar a perspectiva e modelar o volume. Os impulsos do instinto e das sensações primárias são o combustível para criação. O principal representante do movimento Fauvista foi Henri Matisse. 
O principal representante do movimento Fauvista foi Henri Matisse. Em 1905, Matisse já era considerado o líder do Fauvismo na França. Isso se devia, principalmente, ao estilo áspero de sua composição, à sua espontaneidade e às cores cruas e vivas de sua paleta. O movimento começou seu declínio já pelo ano de 1906. A partir desse ano, Matisse manteve seu estúdio e escola no Hôtel Biron, onde, depois de frequentes viagens de pesquisa e dos estudos, demonstrou amadurecimento de ideias. Procurou descobrir a “essência” das coisas e buscou uma arte de “equilíbrio, pureza e serenidade” dentro de um mundo desestruturado, frenético e louco que se preparava para sua primeira grande guerra.
 O acervo artístico de Matisse contempla a arte com um leque de belíssimas obras, no entanto, existe um destaque especial para a obra “La Danse”. Em 1909, Matisse recebeu uma importante encomenda de um empresário russo colecionador de arte, Sergei Shchukin, ele solicitou que o pintor elaborasse duas telas de grande escala para decorar a escada de sua mansão, para atender à solicitação do seu patrono o artista buscou inspiração na pintura de William Blake "Oberon, Titânia e Puck com dança das fadas” (anexo I) para compor o quadro “A dança” concomitantemente com a obra “A Música”, retratando pessoas nuas tocando música em um ambiente bem semelhante ao da dança, ressaltando ainda mais a ideia de uma composição com as duas obras. Através dessas obras Matisse trouxe muito de sua essência, expressando a extrema complexidade por meio de uma enorme singeleza. Apesar das pinturas serem complementares nosso relatório se limitará à análise dos aspectos contidos apenas no quadro “A dança” para nos atermos de forma mais precisa à temática proposta.
Na realidade, encontramos duas versões da obra “La danse”, sendo a primeira apontada como a obra inacabada, também denominada de “La Danse I” (Anexo II), pintada em março de 1909, tratando-se de um estudo prévio para a obra finalizada que é considerada um dos trabalhos mais representativos composto por Matisse, esta primeira versão é identificada por cores mais pálidas e menos minudências que a versão finalizada, “La Danse II” (Anexo III), atualmente a obra está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York. A pintura apesar de grande é um pouco mencionada, a obra foi desenvolvida com a técnica de pintura à óleo sobre tela, em um painel de 2,59m x 3,90m.
Nessa primeira obra as figuras expressam o leve prazer e alegria que fazem parte da obra-prima Fauvista, as figuras são desenhadas de forma vaga, quase sem definição, não havendo uma complexidade extrema no traço, eles foram comparados inclusive a bonecas feitas de saco de feijão devido os seus movimentos sem forma e sem restrições. A tela numa primeira impressão nos remete à um desenho quase infantil, no entanto, não nos devemos deixar que essa espontaneidade simplificada nos engane, Matisse trabalha muito para fazer suas pinturas causarem a sensação de falta de esforço, em vez de esse estilo infantil, Matisse decidiu tornar essas figuras aparentemente simplificadas em um arsenal de sentimentos, o quadro nos traz uma sensação de pura alegria, uma dança desprendida livre de amarras, as protagonistas da cena estão despidas, despida de qualquer amarra, dançado de forma livre, mesmo neste ensaio à obra final o quadro reporta movimento, transporta o espectador para o universo gerado pela obra.
Na segunda obra, “La Danse II”, finalizada em 1910, caracteriza uma expressividade ainda mais pungente, cores vivas e movimentos acentuados, ela utiliza uma paleta cromática fauvista mais clássica, a tela trouxe ainda um caráter emocional um pouco diferente do esboço inicial, preliminarmente sua crítica abarca uma relação a um conteúdo proibitivo, tribal, ritualístico, destoando da impressão contida no quadro antecessor. Afinal, como duas obras que trazem o mesmo conteúdo podem causar sensações tão distintas? O que causou essa mudança dramática? Além da mudança de cor, o que é bastante latente, as figuras da tela de 1910 são desenhadas com traços bem delineados nos corpos, estas linhas que geralmente sugerem tensão e poder físico, como é o caso da mulher que se encontra ao fundo do lado esquerdo da tela. Outra mudança mais sutil ocorre onde as duas figuras de trás tocam o chão, na tela de 1909, o verde atinge os pés das duas dançarinas que ficam atrás, na tela de 1910, algo a mais acontece, o verde parece comprimir sob o peso da dançarina, esta mudança sutil cria uma sensação de leveza ou um senso de peso e contribui para a forma como percebemos cada pintura. Observou-se também o fascínio do autor pela arte primitiva, posto sua obra lembrar muito as pinturas rupestres. A tela está exposta no Museu Hermitage em São Petersburgo na Rússia, uma pintura em óleo sobre tela, medindo 2,60m x 3,89m.
Conforme já mencionado a pintura foi encomendada por Sergei Shchukin, que ao saber da ideia inicial não gostou de ter pinturas com personagens nuas expostas ao público na sua mansão, dessa forma, solicitou que as dançarinas tivessem vestidos, contudo Matisse não concordou e enviou ao seu patrono esboços com dançarinas nuas, a partir daí, com o esboço em mãos, Sergei mudou de ideia. Entretanto quando a obra, ainda inacabada, foi exposta no Salão de Outono de 1910 em Paris, Matisse foi devastado por duras críticas, que fizeram com que o seu patrono desistisse da encomenda. Apesar da tristeza ante o ocorrido, Matisse decidiu por finalizar a obra.
Denota-se que a concepção da ideia da obra surgiu em 1905, quando o analisava alguns pescadores a realizando uma dança de roda tipicamente espanhola, a sardana, numa praia do sul de França. Chegou-se a esta conclusão levando em consideração as formas simplificadas se como as bailarinas ocupam toda a tela, num padrão rítmico de movimento expressivo.
Ademais, Matisse limitou a sua paleta a apenas três cores: azul para o céu, laranja-rosado para os corpos e verde para as colinas. A simplicidade do desenho, com os seus três elementos iconográficos, quais sejam: as dançarinas, uma vastidão de verde e outra de azul, aspectos que criam uma imagem na qual as relações abstratas entre forma e cor são fundamentais. Ele usava a cor mais como meio de expressão do que de descrição e desdenhava as regras convencionais, dessa forma, saliente-se que a cor teve papel fundamental na sua obra, rechace-se que a pintura permite o azul emergir com o azul absoluto, e o mesmo vale para o verde da terra, para o laranja-rosado dos corpos.
Outro elemento interessante na obra diz respeito às imagens distorcidas, observam-se cinco personagens que dão as mãos com o objetivo de criar um círculo, como parte de uma dança. A energia e movimento resultante da dança são transmitidos ao espectador por intermédio dos contornos sinuosos das pernas e dos pés das bailarinas nas extremidades.
Temos ainda, as curvas rítmicas, dispostas contra o fundo azul, os braços castanho-avermelhados das bailarinas criam um ritmo ondulado por toda a composição.A anatomia delas é simplificada para aumentar o impacto. Enquanto a bailarina do meio inclina a sua cabeça para a frente, a curva dos seus ombros torna-se parte dos padrões ascendentes e descendentes dos braços entrelaçados. Aparecem ainda elementos cortados, contidos na parte superior, à direita, o perímetro da cabeça de uma das dançarinas é cortado pelo limite da tela, ajudando a dar a sensação de movimento na obra. Em outros pontos do quadro as personagens atravessam ou tocam a margem. A captura da imagem faz com que o olhar se mantenha concentrado na composição intencionalmente singela.
Ainda para acentuar a questão do movimento do quadro, temos uma tensão dinâmica observada a partir da visão dos personagens que ocupam a parte frontal da tela no momento em que as mãos de deles se soltam durante a dança, este espaço entre elas expressa movimento, observado pela diagonal criada pelos braços estendidos ajudando a manter a sensação de dinamismo.
 Ante tudo o que foi exposto, concluímos que a visão que mais se coaduna com a nossa impressão da obra é a contida no livro A Arte Moderna, elaborada pelo crítico de arte italiano Giulio Carlo Argan (1992) que evidencia a arte não apenas como conhecimento, mas também como atividade espiritual, sendo isso irrefutável na obra de Matisse, ele ressalta que: “O solo é o horizonte terrestre, a curva do mundo; o céu tem a profundidade do azul-turquesa. As figuras dançam como gigantes entre a terra e o firmamento”. Isto posto, o quadro evidencia a dança em expressão, incorporada à vida, tecendo entusiasmo e energia que também estão presentes na percepção corporal. Partindo dessa análise, observa-se que a arte facilita o entendimento entre nossa experiência de vida e a nossa imaginação. A conjunção da vivência de cada ser humano conciliada com a capacidade imaginativa peculiar de cada um proporciona um olhar único sobre cada elemento artístico. A dança retratada por Matisse traz vida, movimento, alegria, dinamismo, fluidez e pureza e é a partir deste olhar que apreciamos essa linda obra.
REFERÊNCIAS
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. 5ª edição. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1992.
ARTEEBLOG. A história das obras de arte "Dança II" e "Música" de Henri Matisse - 1910 (e mais uma surpresa). 2014. Disponível em: <http://www.arteeblog.com/2014/10/a-historia-das-obras-de-arte-danca-ii-e.html>. Acesso em: 10-12-2017.
BRASIL UNIVERSIA. Conheça A Dança, de Henri Matisse. 2012. Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/04/05/921917/conheca-danca-henri-matisse.html>. Acesso em: 10-12-2017.
BRITO, Carla. Análise da obra: "A Dança", de Henri Matisse. 2013. Disponível em: <http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/12/analise-da-obraa-danca-de-henri-matisse.html>. Acesso em: 10-12-2017.
GGN. Arte Moderna: Vanguardas Europeias. 2016. Disponível em: <https://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/artemoderna.pdf>. Acesso em: 10-12-2017.
HARRIS, Beth; ZUCKER, Steven. Matisse, Dance I. 2015. Disponível em: <https://www.khanacademy.org/humanities/art-1010/early-abstraction/fauvism-matisse/a/matisse-dance-i>. Acesso em: 10-12-2017.
MoMA. Henri Matisse: Dance (I), Paris, Boulevard des Invalides, early 1909. 2012. Disponível em: <https://www.moma.org/collection/works/79124>. Acesso em: 10-12-2017.
PEREZ, Valmir. Henri Matisse. Lume Arquitetura. Vol. 43. Série Luz e Arte. Disponível em <http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed43/ed_43%20SLA%20-%20Henri%20Matisse.pdf>. Acesso em 10-12-2017.
THOMAS. Jonathan. Great British Art: Oberon, Titania and Puck with Fairies Dancing by William Blake. 2015. Disponível em: < https://www.anglotopia.net/inspiration/great-british-art/great-british-art-oberon-titania-puck-fairies-dancing-william-blake/>. Acesso em: 10-12-2017
ANEXOS
ANEXO I
Oberon, Titânia e Puck com dança das fadas, William Blake (1786).
ANEXO II
A Dança, Henri Matisse (1909).
ANEXO III
A Dança, Henri Matisse (1910).

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