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Tese para inaplicabilidade da reforma

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DA INAPLICABILIDADE DA LEI 13.467/17 
(esta tese também serve para pagamento de honorários periciais)
Em primeiro grau, o juízo de piso concedeu a gratuidade judiciária ao recorrente, entretanto o condenou no pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais forte nos artigos 789 e 791-A da CLT respectivamente.
Certo é que a chamada “reforma trabalhista” alterou profundamente não só os ditames do direito material do trabalho como também o direito processual, o qual deve ser aplicado respeitando os atos já praticados sob a égide da lei revogada e aplicado imediatamente aos atos posteriores ao início de vigência da nova lei (art. 14 do NCPC).
Contudo, nasceu a celeuma da aplicação das modificações da reforma em processos em curso, que repercutem no resultado da matéria discutida em sentença como é o caso da condenação do reclamante no pagamento de custas e honorários de sucumbência mesmo sendo beneficiário da Justiça Gratuita, o que antes da reforma não havia previsão.
Lado outro, a justiça gratuita e honorários sucumbenciais honorários e periciais, são questões processuais que possuem influência nas situações de direitos materiais ostentando natureza híbrida conforme jurisprudência do STJ (REsp 1.465.535/SP) a respeito do tema.
Contrário do que entendeu a corte, o marco temporal para aplicação da lei processual na questão dos honorários, deveria ser a época da distribuição da ação e não da prolação da sentença.
Nesse sentido, Wambier:
Isso quer dizer que toda e qualquer consequência processual que as partes possam sofrer, tanto na esfera da liberdade pessoal quanto no âmbito de seu patrimônio, deve necessariamente decorrer de decisão prolatada num processo que tenha tramitado de conformidade com antecedente previsão legal. O devido processo legal significa o processo cujo procedimento e cujas consequências tenham sido previstas na lei .
Assim, se ao distribuir a reclamação, o trabalhador não corria o risco de ter que pagar as custas processuais mesmo sendo beneficiário da Justiça Gratuita ou não havia a possibilidade de sanção em honorários de sucumbência, afronta a vedação da decisão surpresa instituída no art. 10 do NCPC, bem como a segurança jurídica e devido processo legal, a condenação pela nova regra processual celetista.
Sem prejuízo da tese invocada, é forte o entendimento dos magistrados em todo o país, pela aplicação da nova lei processual trabalhista, em observação dos princípios constitucionais, o que resultou em diversos enunciados da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA).
Segundo o entendimento dos magistrados, a aplicação da lei quanto aos honorários não se aplicariam em processos em curso, distribuídos antes da reforma, ante a previsão de custo e riscos processuais é auferida na distribuição da ação.
Por derradeiro, é de rigor a reforma do julgado, ante a inconstitucionalidade da lei neste particular, o que vem sendo objeto de discussão na ADI 5766 cujo aresto da petição cabe transcrever:
A Constituição de 1988 consagra a garantia de amplo acesso à jurisdição no art. 5o, XXXV e LXXIV, que tratam dos direitos a inafastabilidade da jurisdição e a assistência judiciária integral aos necessitados.11
Na contramão dos movimentos democráticos que consolidaram essas garantias de amplo e igualitário acesso a justiça, as normas impugnadas inviabilizam ao trabalhador economicamente desfavorecido assumir os riscos naturais de demanda trabalhista e impõe-lhe pagamento de custas e despesas processuais de sucumbência com uso de créditos trabalhistas auferidos no processo, de natureza alimentar, em prejuízo do sustento próprio e do de sua família.
Pelas razões expostas, requer deste Tribunal a reforma do julgado, garantindo a gratuidade judiciária ao recorrente, isentando-o no pagamento das custas processuais bem como a inaplicabilidade dos honorários sucumbenciais por falta de amparo legal no momento da distribuição da reclamação.

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