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Influência do sono nos processos de memória e aprendizagem

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Universidade Federal de Sergipe 
Centro de Ciências Biológicas e Saúde  
Departamento de fisiologia
Influência do sono nos processos de memória e aprendizagem
Maira Helen santos Ferreira
São Cristóvão – SE
 2017
 
Universidade Federal de Sergipe 
Centro de Ciências Biológicas e Saúde  
Departamento de fisiologia
Influência do sono nos processos de memória e aprendizagem
Maira Helen santos Ferreira
Atividade apresentada à professora  Patrícia Rabelo dos Santos  como requisito para atividades complementar da 1º avaliação da disciplina fisiologia básica.
 
São Cristóvão – SE
 2017
O sono apresenta muita importância para o funcionamento adequado e regular do corpo, pois é durante este processo que as memorias são armazenadas. Porém o uso inadequado dessa ferramenta biológica pode trazer problemas ao funcionamento do individuo sejam leves ou graves.
O sono possui cinco etapas distintas, sendo que cada uma delas possui características e funções peculiares. Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono as divisões do sono são:
Estagio de vigília representa 5% do tempo do sono. Sendo caracterizado como sono leve, pode ser facilmente acordado. Ocorre o relaxamento muscular e podem acontecer algumas contrações musculares.
Etapa 1 ( NREM1) representa 5% do tempo do sono. Marcado como a primeira fase do sono diferente da estagio de vigília.
Etapa 2 ( NREM2) representa 50% do tempo do sono. Nesta fase há a diminuição dos batimentos cardíacos e respiratórios adicionados com o relaxamento dos músculos.
Etapa 3 ( NREM3) representa 20% do tempo do sono. É conceituado como sono profundo, batimentos cardíacos e respiração lenta, o metabolismo cai. O também produz ondas delta.
Estagio R (REM) representa 20-25% do tempo do sono. Ultimo estagio do sono no qual há um movimento rápido dos olhos (Rapid Eye Movement). Há um aumento nas emissões das ondas cerebrais, fase que ocorre o sonho, podendo haver liberação de adrenalina devido a pesadelos. Pode ocorrer também aumento dos batimentos cardíacos.
A memoria também possui divisões que são possuem características divergentes. Segundo Cardoso (1997), a memoria possui três divisões. 
Memória ultrarrápida
É caracterizada como memoria que dura apenas alguns segundos.
Memória de curto prazo (ou curta duração)
Memoria operacional utilizada pelo cérebro apenas para a organização da vida no momento atual.
Memória de longo prazo (ou de longa duração)
Memoria declarativa: envolvida em fatos e eventos.
Memória não declarativa: envolvidas com os hábitos, procedimentos e habilidades.
No estagio final do sono são armazenadas as memorias, declarativas e não declarativas, sendo de extrema importância o seu armazenamento, pois esta ligada diretamente ao aprendizado. 
Por muito tempo não se entendia a função de dormir, sendo credenciada como apenas um descanso para o corpo e mente, porém o cérebro funciona 24 horas por dia, através da ação de dormir as nossas informações diárias são armazenadas no neocórtex. Ao longo do dia as pessoas são bombardeadas com diversas informações, mas o cérebro armazena todas as informações no hipocampo, sendo classificada com memorias de curta duração, somente durante o sono a acetilcolina, composto responsável pela retenção das informações no hipocampo, fica inativa permitindo a criação de uma rede de neurônios para que as informações sejam selecionadas e armazenadas no neocórtex, sendo classificadas com memorias de longa duração. 
A má rotina do sono consequentemente influenciará a quantidade de memorias armazenadas. Prejudicando as atividades que o individuo irá realizar, pois a falta de sono acarreta vários problemas. Dormir pouco reduz a capacidade de manter a atenção em uma tarefa, afetando o desempenho escolar; dificulta a realização de atividades cognitivas; aumenta a sonolência diurna e altera o humor, afirma Fernando Louzada, neurocientista, cronobiólogo e pesquisador da UFPR.
Para a aprendizagem infantil o sono é de extrema importância, pois é durante o sono que as informações cognitivas serão armazenadas influenciando o aprendizado da criança. Entre 3 a 10 anos elas podem apresentar distúrbios do sono de forma repetitiva que poderá causar prejuízos permanentes ao individuo como sonolência, insônia, bruxismo, sonambulismo, pesadelos, terror noturno, ronco, enurese noturna. Consequentemente todos esses problemas afetaram a criança no decorrer de sua vida. (Valle, 2009). 
Já na fase dos adolescentes os distúrbios são mais frequentes. Na adolescência a liberação da melatonina (hormônio do sono) é reduzida, assim maioria dos jovens dormem menos segundo estudo de Harvard, que foi apresentado no último congresso da Academia Americana de Neurologia, indicando que o ideal é 8 horas de sono.
Segundo a National Sleep Foundation, adolescentes que apresentam distúrbios do sono podem apresentar diversas características como sedentarismo, uso excessivo de computadores, videogames e mídias digitais por mais de 3 horas por dia, fumam maconha ou cigarros ou consomem álcool, depressão por pressões acadêmicas.
Para os adultos os sintomas podem se tornar mais graves. Devido ao estresse submetido em suas vidas que pode ocasionar o distúrbio do sono, estes dois problemas somados ocasionam diversos prejuízos ao individuo como taquicardia, tensão, suor nas mãos, nos pés, palidez, insônia, esgotamento, irritação e mudança de humor. Em casos mais graves pode haver uma exaustão psicológica em forma de depressão e uma exaustão física, que se manifestam em doenças que podem levar à morte, conforme afirma Lipp (Valle 2011).
CONCLUSÃO
O sono é uma ferramenta reguladora do corpo e cérebro, seu uso inadequado acarreta diversos problemas leves ou graves. Possui extrema importância para o aprendizado, pois é durante o sono que as memorias são armazenadas, acumulando todos os conhecimentos aprendidos. Portanto, quando as funções do sono estão desreguladas o individuo pode apresentar sonolência, perda de concentração prejudicando o aprendizado. 
REFERÊNCIAS 
CARDOSO, S. H. Memória: O Que é e Como Melhorá-la. Cérebro e mente. Disponível em: http://www.cerebromente.org.br/n01/memo/memoria.htm. Acesso em: 03 dez. de 2017. 
CHEDID, K. Sono e aprendizagem: o que diz a neurociência. Infogeekie. 2017. Disponível em: http://info.geekie.com.br/sono-e-aprendizagem/. Acesso em: 21 nov. de 2017.
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Hennemann A. L. A importância do sono na aprendizagem. Neurociências em beneficio da educação. 2014. Disponível em: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2014/06/a-importancia-do-sono-na-aprendizagem.html. Acesso em: 21 nov. 2017
HOW Sleep Affects Memory and Learning. National sleep fondation. Disponível em: https://sleep.org/articles/sleep-affects-memory-learning/. Acesso em 03 dez. de 2017.
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QUAIS são as fases do sono? O que acontece em cada uma? Mamãe Gansa Campos do Jordão. Disponível em: http://www.mamaegansa.com.br/blog/quais-sao-fases-sono-o-que-acontece-em-cada-uma/. Acesso em: 03 dez. de 2017.
IBER C.; Ancoli-Israel S.; Quan SF: The AASM manual for the scoring of sleep and associated events: rules, terminology, and technical specifications. for the American Academy of Sleep Medicine1st ed. Westchester, Ill, American Academy of Sleep Medicine, 2007.
VALLE, L.; VALLE, E.; REIMÃO, R. Sono e aprendizagem. Revista Psicopedagogia. São Paulo, v. 26, n.80, agosto, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862009000200013.Acesso em: 21 nov. de 2017. 
VALLE, L.; VALLE, E.; REIMÃO, R. Reflexões sobre Psicopedagogia, estresse e distúrbios do sono do professor. . Revista Psicopedagogia. São Paulo, v. 28, n.87, outubro, 2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862011000300004. Acesso em: 21 nov. de 2017.

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