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Questões de Antropologia 3ª Avaliação

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI
CAMPUS POETA TORQUATO NETO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
COODENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA JURÍDICA
PROFESSOR: LEIDE RENÊ
Questões de Antropologia – 3ª Avaliação
JÚLIO CÉSAR LOPES MARTINS
TERESINA / PI
JANEIRO / 2018
Disserte a respeito do paradigma racionalista da antropologia social.
O paradigma racionalista procurou dissociar-se tanto da Filosofia quanto da Psicologia, criando um status de disciplina independente e criando-se a Antropologia. Teve uma forte influência da Escola Francesa em determinar e explicitar as categorias do entendimento na Antropologia Social, fundando de base racional a disciplina sociológica, configurando a categoria de entendimento como noção basilar da ciência do homem, deixando de situá-la num modelo ideal de sujeito racional kantiano, para aloca-lo no mundo “real”, mais propriamente em povos e sociedades concretos, sendo uma condição prévia para uma compreensão do pensamento humano.
Segundo Kant, dizemos que o tempo e o espaço são categorias porque não há nenhuma diferença entre o papel que desempenham essas noções na vida intelectual e o que desempenham as noções de gênero ou de causa. Desta forma, distancia-se do entendimento lógico e se aproxima do histórico. O mesmo autor afirma a existência das categorias de entendimento, que seriam noções essenciais para a vida intelectual, ou como mesmo diz: “são como ossatura da inteligência”.
Em outro momento, o autor iguala a categoria como conceito, o que implica considera-la como unidade de representação coletiva de caráter universal, cuja função seria viabilizar a comunicação entre os homens na medida em que traria a própria expressão daquilo que a sociedade pensa a respeito do que constitui a própria existência.
Introduz o autor, a noção de categoria afetiva do sobrenatural, trazendo novo fôlego às categorias do entendimento limitadas pela filosofia ao âmbito do intelecto. A relação entre seres e objetos é determinada por princípios produzidos pela experiência mística fundida à experiência ordinária, formando o geral e o emocional ao promover a organização da vida em sociedade.
Outra contribuição foi a de Marcel Mauss, quanto à descoberta do inconsciente até mesmo como uma maneira de fornecer um contrapeso ao racionalismo de Durkheim e Hamelin. Além disso, a pessoa ou “eu”, ocupa posição de relevo a noção de persona no direito romano no campo mora e jurídico e a noção cristã como substância e forma, corpo e alma, consciência e ação.
O estruturalismo estaria muito próximo de outro movimento intelectual, o funcionalismo, como se fosse um refinamento pois ambos representam uma visão sincrônica da cultura; visão sistêmica e globalizante do fenômeno cultural; adoção do termo “estrutura”; e influência da escola francesa. O que importa investigar nesta vertente é a estrutura subjacente aos fenômenos sociais em determinada sociedade pois apresentam uma relação complexa. Portanto, o real não estria referido às manifestações propriamente ditas de uma dada sociedade, mas às estruturas ocultas cujo acesso só se daria, de forma mediada pela linguagem abstrata capaz de elaborar os seus modelos de inteligibilidade.
Conforme Marconi e Presotto, os dados produzidos a partir dos aspectos sociais mais facilmente observáveis e que, por serem explícitos e muitas vezes se constituírem em normas sociais, nem sempre são capazes de revelar a estrutura socieal; e os inconscientes, esses os de mais difícil acesso, são os que encerram as maiores possibilidades de revelar a estrutura profunda de uma dada sociedade.
Segundo Oliveira, seria nada mais que a tentativa de se equacionar o campo de indagação construído em torno da pergunta: “até que ponto a sociedade se reproduz no pensamento?”
Disserte a respeito do paradigma estrutural-funcionalista da antropologia.
No paradigma estrutural-funcionalista é proposto que as categorias de causalidade sejam visualizadas em uma tradição bastante específica do pensamento antropológico, migrando do problema da causalidade para o interior da antropologia. Com John Stuart Mill surge a questão da fundamentação lógica das ciências sociais, com destaque para a lógica indutiva e a centralização no indivíduo como ponto de sustentação dessa linha indutiva.
Em uma segunda etapa observou-se os fatos através de pesquisa de campo, sendo Rivers praticamente o primeiro antropólogo a privilegiá-la em clara oposição ao evolucionismo de caráter especulativo. Centrou em esquadrinhar a organização da sociedade visto ser essa a base sobre a qual se assenta o homem como ser psicológico. Por fim, Radcliffe-Brown afastou o “psicologismo” de Mill herdado por Rivers e a Antropologia Social passa a ser vista como ciência “natural” da sociedade com fulcro no estudo empírico dos “fatos sociais” e com clara distinção entre indivíduo e sociedade.
O que se trabalhou após isso, foi consolidar os estudos, especialmente no campo das massas ou das populações, que tendem a ter menos variações nos estudos do que a análise do indivíduo por si só. Se não é possível descrever e prever o comportamento individual devido a uma série de fatores naturais e circunstanciais imponderáveis concernentes a cada ser humano, porém, a partir da combinação das leis universais a respeito desses fatores naturais obtidas via dedução e do conhecimento obtido por intermédio da observação e experimentação e sistematizado via indução em “leis empíricas” a respeito dos fatores exteriores à ordem psicológica, poder-se-ia atingir um grau de conhecimento satisfatório no tocante ao comportamento das massas.
Para Mill, as leis da mente compõem a porção abstrata ou universal da filosofia da natureza humana. Com isso, as verdades empíricas, derivadas da observação, somente atingiriam um nível satisfatório de entendimento quando pudessem ser explicadas por meio das leis causais de que são derivadas: a verdade científica se estabeleceria, no plano das leis universais. Nesse plano, surgiria a Etologia, que para Mill, seria uma ciência experimental, uma ciência exata da natureza humana. A sequência seria a Psicologia como fundamento da Etologia, que seria o lastro lógico da Ciência Social. 
A história, desde que criteriosamente examinada, pode proporcionar as leis empíricas da sociedade, cabendo à sociologia verifica-las, ligando as leis da natureza humana, das quais são derivadas, devendo-se pensar tanto em leis que cuidam das “uniformidades de coexistência” (sincrônicas) como em leis que cuidam das “uniformidades de sucessão” (diacrônicas).
A análise da cultura é a principal tarefa do antropólogo e que a Antropologia Social deve combinar análises de cunho tanto etnológico como psicológico, de forma a incrementar seu poder explicativo. Para Rivers, “se a análise da cultura é para ser a principal tarefa do antropólogo, é evidente que os métodos lógicos da ciência alcançarão uma complexidade que excederá aqueles até aqui em voga. Em nossa ciência, eles precisam ser encontrados pela observação, não somente de culturas ainda existentes em formas vivas, mas também em culturas de idades passadas, enterradas.
É necessário ir às profundezas dos modos de pensar de diferentes povos para entender seus modos de olhar e classificar os fatos do universo. Há uma passagem em que Rivers tenta esclarecer o processo de difusão cultura pela movimentação geográfica no período Megalítico dos povos na Ásia Central com relação à periodicidade das secas, referindo-se ao fator de mobilidade como sendo de atração e não de propulsão, pois é o amor pela riqueza que é ainda o fator mais potente de migração.
A história é um campo de observação e registro etnográfico, sobre o qual os fatos culturais se sucedem e se diversificam no espaço geográfico, mas cuja explicação última estará sempre na psicologia, a dar conta das disposições mentais da humanidade. Se a dinâmica cuida de estudar as causas que produzem a mudança social, ela deve tratarde alterações inerentes ao objeto, desde que estas não passem a desconfigurá-lo, vez que se a mutabilidade fosse assumida como característica essencial do objeto, não se poderia jamais conhece-lo cientificamente dada a sua impermanência. Nesse sentido, pode-se pensar que a dinâmica social é apreendida de forma subsidiária em relação à construção de modelos da estática social.
A causalidade deve ser absorvida por “função” em vez de se constituir numa sucessão casual, deve ser visto como uma covariação na estrutura do sistema. De fato, o tempo histórico é explicitamente neutralizado em face aos estudos sincrônicos para excluir a mudança social. Radcliffe-Brown afirma que, “estudando-se sincronicamente uma sociedade, estaríamos tratando-a como se ela estivesse se mantendo relativamente estável. Na esteira do paradigma estrutural-funcionalista, deve ser focalizada no seu polo de equilíbrio e por esse mesmo motivo se constitui como um dos paradigmas da ordem.
Disserte sobre o paradigma culturalista da antropologia.
O paradigma culturalista é o resultado da consolidação das orientações em pesquisa antropológica desenvolvidas no interior da Escola Histórico-Cultural, decorrendo também de uma ramificação do Difusionismo. Coloca-se em oposição ao Evolucionismo, sendo considerado o braço norte-americano da Antropologia.
O Difusionismo afirma ser o fruto da propagação de traços culturais gestados em alguns focos populacionais específicos, passados de um grupo a outro, de uma cultura a outra. Seu objetivo era promover uma rigorosa análise histórica da cultura para que se fizesse, por meio de sua reconstrução, uma síntese compreensiva dela, sendo esta última parte, a que mais interessa para a formação do paradigma culturalista.
Frank Boaz, considerado o fundador da Antropologia cultural norte-americana afasta a ideia de uma explicação geral a respeito da cultura, procurando construir um conhecimento antropológico mais pormenorizado e voltado a grupos ou povos determinados. A aceitação ou rejeição de qualquer traço ou complexo cultural dependia de fatores psíquicos e qualquer regularidade ou uniformidade do processo refletia uniformidade de processos mentais e de natureza psicológica.
Para Maria Marconi e Zélia Presotto, o Difusionismo seria o método histórico como um exercício de reconstrução cultural, tendo dois pontos de referência: o passado e o presente. A pesquisa de campo para uma coleta primária de dados e a formulação de conceitos em contextos e sentidos conotativos específicos. Já nos dizeres de Claude Rivière, o Culturalismo definirá cultura como o sistema de comportamentos aprendidos e transmitidos pela educação, a imitação e o condicionamento, num dado meio social. Diferentemente dos difusionistas, os culturalistas deram aos seus trabalhos uma orientação psicológica e tentaram saber como e que a cultura está presente nos indivíduos e como é que orienta os seus comportamentos.
O modelamento da personalidade opera-se consciente ou inconscientemente pelas instituições e pelo jogo das regras ou das práticas habituais. Valores modais dominantes, que excluem variantes e desvios, permitem particularizar cada cultura. Para Linton, existe uma interpretação significativa entre cultura e personalidade, pois ambas se influenciam de modo recíproco, conceituando personalidade como o conjunto de qualidades mentais do indivíduo, ou seja, a soma total de suas faculdades racionais, percepções, ideias, hábitos e reações emocionais condicionadas.
A cultura indubitavelmente é responsável pela maior parte do conteúdo da personalidade e também, graças à importância dada aos interesses ou finalidades especiais, por grande parte de sua organização superficial. Ao nascer, o indivíduo não tem personalidade, mas simples capacidade para desenvolvê-la, e alguns elementos que serão integrados na configuração final.
O processo de formação de personalidade parece ser principalmente um processo de integração da experiência individual a suas qualidades constitucionais. Para o psicanalista Abraham Kardiner, a exposição dos indivíduos a um dado ambiente social, tem um profundo impacto na constituição de seus equipamentos mentais.
Pode-se verificar que o paradigma culturalista já demonstra uma certa fragilidade proveniente das epistemologias positivas e neopositivas. Ainda que busque uma primazia na cultura na formação da personalidade básica, já há espaços para a consideração inversa.
Disserte sobre o paradigma hermenêutico da antropologia.
A princípio observamos que no paradigma racionalista, o tratamento conferido às categorias do entendimento antropológico, propiciando um primeiro patamar de ordem para a nova ciência. No paradigma estrutural-funcionalista, obtiveram-se elementos para a visualização da ordem no plano dos fenômenos passíveis de observação e reconstituição científica no âmbito da Sociologia de tradição empírica. No paradigma culturalista, posicionou-se contra as explicações antropológicas polivalentes, preconizando o estudo particularizado das comunidades observadas, no que se refere aos indivíduos, assumiu uma visão ordenadora dos comportamentos sociais a partir da cultura.
Antepõe-se primordialmente no que se refere ao crédito excessivo tradicionalmente atribuído às explicações de natureza científica, promovendo no plano epistemológico, o enfraquecimento do cientificismo; no plano pragmático, o reconhecimento do profundo etnocentrismo das suas análises bem como de suas consequências sociais e políticas.
O paradigma hermenêutico cria-se a subjetividade e o seu desdobramento na intersubjetividade; o individuo relegado à categoria de menor importância no âmbito da teoria social pelo “psicologismo”, e que, aqui, se estende ao plano social como individualidade; e o da história que se desvencilha da concepção naturalista e deixa de ser um elemento exterior e independente dos sujeitos para, internalizada, se tornar historicidade; a teoria interpretativa confere maior relatividade aos estudos antropológicos, reconstituindo a tessitura aberta das ciências sociais, num patamar de cientificidade que localiza-se mais próximo desse momento atual de transição paradigmática.
A consciência hermenêutica enraizada tirou o vezo dogmático, tornando-se uma disciplina sensível não apenas à relatividade de culturas outras que a do pesquisador, mas às culturas interiores às disciplinas e aos seus paradigmas. Uma influência forte vem também da Etnologia, pois ao mesmo tempo em que ele afirma que o valor científico do trabalho do etnólogo é recusado pelos partidários do textualismo.
Gutwirth se distancia ao atribuir alguma relevância às constatações dos textualistas, confere muito mais legitimidade aos resultados dos trabalhos científicos, pois os afasta do risco de se tornarem dogmas intocáveis. Por outro lado, Geertz afirma que é uma argumentação cuidadosamente elaborada no sentido de valorizar a experiência local, conferindo o devido crédito aos procedimentos etnográficos, mas sem descuidar igualmente da etnografia por detrás das anotações e formulações conceituais produzidas pelo etnólogo, dado que se encontra, inevitavelmente inscrito culturamente.
A teoria interpretativa da cultura emerge da relação dialética, operacionalizada pelo etnólogo, entre a informação em seu estado bruto e sua efetiva conversão em dado etnográfico. Assim, a Antropologia interpretativa cuida de analisar uma dada cultura, propondo caminhos de entendimento a respeito de suas significações internas, mas dificilmente terá condições de expor a lógica total da cultura estudada. Os sistemas culturais têm que ter um grau mínimo de coerência, do contrário não os chamaríamos sistemas.
No aspecto prático, poderíamos afirmar que é desvendar o papel da cultura na vida humana e permitir, por intermédio de sua compreensão, o aprimoramento da comunicação entre os homens. Viu-se que é precisamente o conceito altamente polissêmico de cultura qe parece demandar uma maior parte dos esforços dos antropólogos no sentido de se evitar o seu descrédito teórico-metodológico,ao mesmo tempo em que não se deve sustentar qualquer tipo de hipostasiamento. A maioria das pessoas acredita participar de um modo de vida, e isso é uma parte importante de sua identidade.

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