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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – UNIFAL Preparo de lâmina para observação de células em divisão usando ápice radicular de cebola Disciplina: Biologia Celular Docente: Dr. Roberto Angel Discentes: Guilherme José Sabi 2015.2.07.001 Mariana Rosa Macedo 2015.2.07.013 email: maryrosamacedo@hotmail.com Alfenas – MG Novembro/2017 Objetivos Adquirir habilidades na obtenção de material biológico vegetal para o estudo de células em divisão mitótica; identificar células em interfase e em cada uma faz fases da divisão mitótica e discutir a biologia do tecido meristemático. Introdução A cebola é uma das hortaliças mais cultivadas e antigas do mundo, ela serve como alimento, tempero e remédio. Planta de textura herbácea, apresenta folhas cilíndricas, ocas, verdes, macias e aromáticas. Apresenta um bulbo de tamanho variável, formado por camadas sobrepostas e concêntricas das bainhas das folhas, carnosas e suculentas, que acumulam material de reserva. Na superfície côncava de cada um desses bulbos existe uma epiderme, ou seja, uma película, facilmente destacável e constituída por uma só camada de células. O bulbo é recoberto exteriormente por membranas delgadas e secas, que podem ser amarelas, brancas, marrons ou roxas. O caule verdadeiro está localizado na extremidade inferior do bulbo, e emite raízes fasciculadas e pouco profundas. As células passam por diversas etapas cíclicas durante seu desenvolvimento. O ciclo celular é divido em duas fases: Intérfase e divisão celular: mitose (divisão das células somáticas onde as células-filhas recebem o conjunto de informações genéticas idênticas ao da célula “mãe”) ou meiose (divisão das células gaméticas onde tem início com uma célula diplóide e término com quatro células haplóides geneticamente diferentes entre si). No caso para a análise do ápice radicular da cebola só será estudada a mitose que, por sua vez, também é dividida em etapas. A intérfase é a fase mais demorada, embora não seja o momento em que a célula está em divisão, muitos eventos importantes estão acontecendo em seu interior. As sub-etapas da intérfase são: G1, fase do crescimento. É quando ocorre a síntese de proteínas (enzimas). S, o principal evento é a duplicação do material genético. G2, conhecida como fase de preparação, pois ocorre a síntese de moléculas e organelas relacionadas ao processo de divisão celular. O núcleo interfásico recebe esse nome pois só pode ser observado durante a intérfase e seu Nucléolo é facilmente visível. A Cromatina é o conjunto de moléculas de DNA que encontram-se na forma desespiralizada. Após a última etapa da intérfase ocorre a primeira etapa da mitose, conhecida por prófase, que é a etapa mais longa da mitose, pois ocorre a condensação do DNA, os centríolos migram para os pólos da célula e há o desaparecimento da carioteca e do nucléolo. A etapa seguinte à prófase é a metáfase, nela o fuso acromático liga-se aos centrômeros dos cromossomos, que já estão em seu encurtamento máximo e, por isso, forma-se a placa equatorial, onde os cromossomos ficarão dispostos voltados para o centro do plano com os braços voltados para fora. Na anáfase, fase seguinte, ocorre a fragmentação dos centrômeros, com isso, há a separação das cromátides, cada uma delas passando a formar um cromossomo, neste momento ocorre o encurtamento das fibras do fuso acromático, havendo, então, a ascensão polar (os cromossomos vão para os pólos). Em seguida, com a telófase, a cromatina vai descondensar e alongar os cromossomos, o fuso acromático irá se dissolver e a membrana nuclear reaparecerá dispondo-se em volta dos cromossomos. Materiais -Lâmina -Lamínula -Microscópio óptico -Tubo de ensaio; -Pinça; -Papel absorvente. -Água (H2O); -Álcool (70%); -Coifa da cebola; -Ácido clorídrico (HCl); -Orceína (corante). Métodos Corta-se a o bulbo da cebola para a indução do ciclo mitótico e durante aproximadamente quatro dias, deixar a parte onde crescerá a nova raiz mergulhada em água, somente esta parte da cebola deve ficar mergulhada, portanto fincam-se quatro palitos no corpo da cebola para que haja sustentação. Após o crescimento da raiz, cortar aproximadamente dois centímetros (da parta onde se encontra a coifa) no horário entre 16h e 17h, pois é o horário mais propício à mitose e mergulhá-la em álcool 70% e armazenar em geladeira. Pegar o material que está dentro do recipiente de armazenamento com a pinça, pôr em um papel absorvente parar retirar o excesso de álcool. Colocar o material, já sem o excesso de álcool na lâmina e, em seguida aplicar de uma a duas gotas da solução de corante orceína 2%+HCl 1N na proporção de 1:10 (1 gota de HCl e 9 de orceína) sobre o material, após alguns minutos pôr a lamínula sobre a lâmina e em seguida pressionar (com o polegar ou com uma caneta) a lamínula contra a lâmina de modo que o material seja comprensado sem “escapar” da lâmina. Após 2 minutos passar a lâmina sobre uma chama. Pôr a lâmina preparada sobre a Platina do microscópio, achar o foco através dos parafusos micrométrico e macrométrico, escolher o zoom através das lentes objetivas. Resultados A amostra deve ser extremamente fina, permitindo a passagem da luz e requer que certas regiões absorvam mais luz que outras, apresentando um bom contraste. A observação do bulbo da cebola em cortes longitudinais extremamente finos proporcionou uma percepção de distintos componentes celulares, tais como: Núcleo: estrutura central, onde armazena informações hereditárias presentes em todas as células. Nas células eucariontes o núcleo é chamado realmente de núcleo, enquanto nas células procariontes, este é chamado de nucleóide ou núcleo procarionte. O núcleo se diferencia do nucleóide pela presença pela presença da carioteca e pela complexidade Parede celular: É uma estrutura que envolve as células de muitos seres vivos, tais como fungos, várias bactérias, algas e plantas verdes. É encontrada em células vegetais, sendo uma camada depositada externamente em células vegetais, apresentando estrutura microfibrilar e uma matriz. A parede celular é uma organela multifuncional envolvida com a proteção e forma celular, ligações moléculas do meio (atividade receptora), realização de atividades enzimáticas especializadas e interações celulares. O corante foi utilizado, pois absorve certos comprimentos de luz visível e tem afinidade por determinados constituintes, facilitando a visualização dos componentes celulares. Todas as fases mitóticas puderam ser observadas com os procedimentos que foram feitos. Foram feitas as seguintes observações: - Quando a célula se encontrava em prófase somente foi possível observar os cromossomos enrolados entre si. - Quando em metáfase conseguimos analisar a placa equatorial formada pelos cromossomos ligados ao fuso acromático. - Quando em anáfase é possível ver os cromossomos ligados ao fuso acromático na sua ascensão aos pólos da célula. - E quando em telófase é possível observar a formação de dois núcleos, com a cromatina dispersa e os cromossomos não podem ser vistos. Nesta fase a célula já está sofrendo a citocinese, podemos observar o estrangulamento. Células da coifa da cebola coradas com orceína Célula em Prófase Célula em Metáfase Célula em Anáfase Célula em Telófase Contagem das células: De 100 células 67 estão em prófase 10 estão em metáfase 8 estão em anáfase 15 estão em telófase Conclusão Através desse experimento aprendemos a manusear o microscópio óptico de maneira adequada, assim como se tornou de nosso conhecimento a preparação da raiz da cebola para a análise da mitose, e nos tornou mais fácil a visualização das suas fases.A preparação não foi bem sucedida, porém, na lâmina fornecida pelo Professor, foi possível observar claramente as diferentes fases da mitose. Conclui-se assim, que todos os seres vivos são formados por uma ou várias células e que estas têm constituintes básicos iguais, como membrana celular, parede celular no caso de plantas e procariontes, citoplasma e núcleo (exceto os procariontes que têm um pseudo-núcleo). Após análise é sabido que sem a mitose não seria possível que houvesse novos seres vegetais, afinal, é a partir dela que temos o crescimento e o desenvolvimento de qualquer planta ou de qualquer ser vivo. Referências bibliográficas FREITAS, Eduardo. Observação de células a epiderme do bulbo da cebola (Allium cepa). Funchal: Escola Secundária Francisco Franco. N. 5; out 2003. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO J. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: 8ª ed. Guanabara. 2005 CEBOLA – Allium cepa. Jardineiro.net. Disponível em: http://www.jardineiro.net/br/banco/allium_cepa.php. Acesso em: 15 novembro de 2017.