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ESTUDO DIRIGIDO POLÍTICA SOCIAL I UNIDADES 1 E 2

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ESTUDO DIRIGIDO PARA PRIMEIRA AVALIAÇÃO – UNIDADES I E II
Este trabalho é uma sugestão de roteiro de estudo para a primeira avaliação da disciplina de Política Social e Serviço Social I. 
Unidade 1 – A relação entre política social e Serviço Social
De que forma se dá a inserção do debate da política social na agenda do Serviço Social brasileiro e a centralidade que esta temática passa a ocupar na profissão? Destaque a trajetória histórica, as primeiras abordagens da política social, as mudanças nessa abordagem e os motivos para isso. 
R: A iserção do debate da política social na agenda do seso acontece tardiamente em 1970, em plena ditadura militar a partir de um viés tecnocrático.
Sua trajetória se deu a partir de 1950 nos congressos internacionais, nos anos 70 no debate brasileiro com ênfase no planejamento de programas sociais.
Tinha uma abordagem essencialmente voltada para prática e técnica.
O acirramento das contradições sociais no páis com a radicalização da Questão social, fez com que houvesse mudança no perfil profissional do seso pois se tornaram trabalhadores assalariados das classes baixas e médias.
Segundo Elaine Behring e Ivanete Boschetti, na década de 1980 a reflexão sobre a política social no Serviço Social brasileiro tem um avanço teórico-conceitual, em virtude principalmente da interlocução com a tradição marxista. No entanto, de acordo com as autoras, a perspectiva adotada ainda desembocava em alguns equívocos e problemas na compreensão da política social. Cite e explique quais são esses equívocos. 
R: A separação dialética entre a esfera da produção e a esfera de reprodução das relações sociais leva uma visão otimista.
Não considera as determinações das políticas econômicas
Visão politicista( super valorização dos sujeitos )
Visão estatista( pol. Sociais ligado ao Estado)
A política social se insere no processo de reprodução das relações sociais capitalistas. O Serviço Social, cuja intervenção profissional também ocorre via políticas sociais, é um elemento que participa de tal processo. Qual a concepção de reprodução das relações sociais defendida por Marilda Iamamoto? Apresente os aspectos que caracterizam esse processo. 
R: O seso é uma profissão que participa do processo de reprodução das relações sociais no capitalismo. Essa reprodução não pode ser reduzida à reprodução material, ou seja reprodução de produtos e meios de produção( rep. Do modo de vida). A reprodução das relações sociais é também reprodução espiritual, reprodução das formas de consciência social(ideologia, religião e arte).
Uma das grandes contribuições do livro seminal Relações Sociais e Serviço Social no Brasil tem relação com a compreensão do significado social do Serviço Social e da evidenciação de seu caráter contraditório na sociedade capitalista. Discorra sobre esse traço essencial da profissão.
R: O seso tem caráter contraditório porque atende as demandas do capital e do trabalho e só pode fortalecer um ou outro pólo nas mediações de seu oposto.
5. A constatação do caráter contraditório da profissão, nos permite compreender os limites e possibilidades do Serviço Social nos marcos da sociedade burguesa. Iamamoto aponta para dois ângulos de análise da profissão que devem ser adotados para não cair numa dupla armadilha mecanicista em tal análise. Cite e explique: 
a) os dois ângulos de análise da profissão propostos pela autora; b) os dois elementos da armadilha. 
a) 1º ângulo( endógeno) : sobre questões internas da profissão . É uma análise da reprodução teórica e ideológica que a profissão tem sobre ela mesma.
2º ângulo( exógeno) : Aspectos externos à profissão mas que incidem e influenciam os rumos da profissão.
b) Acredita que o Ass é o “messias”, o agente da transformação social porque ele coloca isso em seu projeto ético político. Não se pensa nos limites que a conjuntura política econômica e social coloca à sua atuação
Fatalismo, que é basicamente acreditar que a pol. Social vai resolver porque a questão social é atrelado ao capitalismo.
6. A questão social, base de justificação do Serviço Social, foi reconhecida pelo Estado – hegemonizado pela burguesia – tornando-se área de intervenção estatal. Aponte de que formas essa intervenção é realizada e sob que condições ocorre esse reconhecimento pelo Estado das demandas da classe trabalhadora (aspectos econômicos e ideológicos). 
O estado passa intervir nas relações empregado e empregador estabelecendo uma regulamentação jurídica do mercado de trabalho através da legislação social e trabalhista e gerindo a prestação se serviços sociais. Esse reconhecimento ocorre com o desenvolvimento da classe operária e seu ingresso no cenário político exigindo seu reconhecimento como classe e outros tipos de intervenção e também para garantir níveis de produtividade do trabalho exigidos para o estágio de acumulação e desenvolvimento capitalista. A reprodução da força de trabalho é socializada pelo Estado para que o empresariado não tenha que assumir esse ônus. 
7. É pela necessidade de intervir nas expressões da questão social que o Estado passa a requerer um tipo especializado de profissional: o assistente social. No entanto, segundo José Paulo Netto, a profissão não surge de maneira automática pela mera existência da questão social, mas é um fenômeno historicamente determinado. Em que contexto sócio-histórico emerge o Serviço Social? Discorra sobre as particularidades da sociedade burguesa fundada numa nova organização da economia e da vida social.
8. A reprodução das relações sociais é particularizada pela nova forma de organização monopólica da sociedade burguesa. Que características marcantes fazem parte desse processo na fase monopolista do capitalismo? 
R: A concorrência ainda é um elemento central, monopolização da economia- centralização, aumenta o exercito industrial de reserva, supercapitalização.
9. O Estado é a instância por excelência do poder extra-econômico, segundo Netto. Discorra sobre o papel do Estado no capitalismo monopolista de acordo com o autor. 
R:“ era dos monopólios” : nova modalidade de intervenção por parte do Estado, imbricação de suas funções econômicas e políticas, estado como agente extra- econômico para garantir as condições de acumulação e valorização do capital na ordem dos monopólios.
10. De acordo com José Paulo Netto, a funcionalidade da política social é inegável no que diz respeito às necessidades do capitalismo monopolista. Discorra sobre a funcionalidade essencial da política social no capitalismo monopolista. A reprodução, manutenção e preservação da força de trabalho( ocupado e excedente), redistribuição dos custos da reprodução da força de trabalho com Estado e sociedade, formação e qualificação dos trabalhadores, campo político: legitimação do estado – mediador, árbrito dos conflitos.
11. Qual o significado dos serviços sociais de acordo com Iamamoto? 
Os significados dos serviços sociais é que estes são parte do valor criado pela classe trabalhadora que é apropriada pelo Estado e é redistribuída a população na forma de serviços sociais, como serviços assistenciais, previdenciários, de saúde e etc. Ou seja, são, na verdade, a devolução dos trabalhadores de parte da riqueza por eles mesmo produzidas.
Unidade 2 – Estado capitalista e política social (Estado liberal e Estado keynesiano)
Nas sociedades pré-capitalistas foram implementadas algumas “práticas de alívio aos pobres”. As iniciativas mais exaltadas e citadas ficaram conhecidas como Leis dos Pobres (Poor Laws), desenvolvidas na Inglaterra no período que antecedeu a Revolução Industrial. Discorra sobre as principais características dessas leis, seus objetivos e seu caráter punitivo e repressivo.
R; Estabelece o imperativo do trabalho a todos que dependiam de sua força de trabalho para sobreviver. Obriga os pobres a aceitar qualquer trabalho que fosse oferecido. Regula a remuneração do trabalho de modo que o trabalhador pobre não poderia negociarformas de remuneração. Proibe e medicancia os “pobres válidos” os obrigando a se submeter a trabalhos oferecidos. Não tinha como objetivo a proteção dos pobres mas a manuntenção da ordem social e inibição da vagabundagem por meio de repreensão.
As legislações conhecidas como Leis dos Pobres estabeleceram uma distinção entre pobres “merecedores” e pobres “não merecedores”. Em que consiste essa separação e que ações eram asseguradas para cada um?
R: Os pobres” merecedores”( aqueles que comprovavam ser incapazes de trabalhar) eram merecedores de auxilio, e assegurados de algum tipo de assistência.
Os pobres não “merecedores”( todos que possuíam mesmo que mínima capacidade para desenvolver algum tipo de atividade mas não o fazia) eram reprimidos . A principal função desta legislação era impedir a mobilidade do trabalhador e assim manter a orgranização tradicional do trabalho.
Por que motivos pode-se argumentar que o liberalismo em seus primórdios tinha caráter revolucionário? Em que contexto histórico e por quais motivos esse conteúdo revolucionário do ideário liberal se esgota? 
R: Tinha caráter revolucionário quando tratava de romper com as amarras parasitárias da aristocracia, clero e Estado absoluto com seu poder descricionário. Essa dimensão se esgosta na medida que o capital se torna hegemônico e os trabalhadores começam a formular seu projeto autônomo e desconfiar dos limites da burguesia a partir das lutas de 1848, e das lutas pela jornada de trabalho.
Quais os elementos essenciais do liberalismo? Por que para o pensamento liberal o Estado é um “mal necessário”? 
R; Forte individualismo( quando o individuo atua no egoísmo alcança o bem estar coletivo), o bem estar individual maximiza o bem estar coletivo. O individuo deve buscar o seu bem estar e de sua família por meio de venda da força de trabalho no mercado, predomínio da liberdade e competitividade, naturaliza e miséria, manutenção do estado mínimo, política social – um paliativo. O estado é um mal necessário por causa da necessidade da existência de um corpo de leis e ações do Estado que garantisse mais liberdade ao mercado.
Segundo Behring e Boschetti o liberalismo é a “negação da política social”. Explique a afirmação das autoras a partir das ideias liberais sobre proteção social e sobre o papel do Estado. 
A origem da política social é comumente situada no final do século XIX, quando “o Estado capitalista passa a assumir e a realizar ações sociais de forma mais ampla, planejada, sistematizada e com caráter de obrigatoriedade”. O primeiro elemento nesse sentido é a introdução de proteção social na Alemanha no ano 1883, sistema que ficou conhecido como “modelo bismarckiano”. Explique os principais traços desse modelo, destacando os motivos que levaram à sua instituição pelo governo de Otto Von Bismarck R: Garantia do Estado de prestações de substituição de renda em momentos de perda da capacidade laborativa decorrente de doença, idade ou incapacidade. O motivo que levou sua instituição foi a forte mobilização e pressão da classe trabalhadora e teve como objetivo desmobilizar as lutas sendo destinado a algumas categorias especificas de trabalhadores
De acordo com Behring e Boschetti, as bases materiais e subjetivas do liberalismo começam a ruir ao longo da segunda metade do século XIX e no início do século XX. Explique os processos que conduziram ao enfraquecimento do pensamento liberal nesse período. 
R: O enfraquecimento foi resultado de alguns processos políticos :
Crescimento do movimento operário ( passou a ocupar espaços políticos obrigando a burguesia a reconhecer direitos) , organização fordista do processo produtivo, concentração e monopolização do capital e a crise de 29
Com o enfraquecimento do liberalismo, golpeado pela crise de 1929, surge uma “contestação burguesa” ao liberalismo ortodoxo, liderada pelo economista britânico John Maynard Keynes que questiona a concepção de “Estado mínimo” ou “Estado como mal necessário”. Qual o papel e as funções que o Estado deve assumir, segundo as ideias de Keynes? 
R: O estado deve intervir para criar demandas efetivas, buscar implementar medias sociais anti cíclicas para ter demandas sociais, estado intervém na economia
Quais os principais argumentos de Keynes em sua crítica ao liberalismo ortodoxo/clássico? 
R: Não concorda com a idéia de oferta e demanda. Para ele, o Estado precisa controlar o mercado para conduzir a economia um equilíbrio. Questiona a naturalização do mercado, para ele o mercado não deve funcionar por leis naturais. A mão invisível não é capaz de conduzir o bem estar coletivo, nega que ideias de escolha individual leva o bem estar coletivo- o Estado intervém para ele
10. A generalização da política social após 1929 e sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, tem relação com a sua funcionalidade e seu lugar no pensamento keynesiano. Qual o lugar e o papel da política social no pensamento keynesiano? 
A política social é uma medida anti-ciclica do capitalismo para garantir que a crise não seja tão forte.
A intervenção é baseada em dois eixos:
-pleno emprego 
- igualdade social por meio de políticas publicas.
11. Segundo Behring e Boschetti, o período conhecido como os “trinta anos gloriosos” tem como fundamento não apenas a base material – formada pelas políticas keynesianas aliadas à organização fordista da produção – mas também tem como substrato uma “base subjetiva”. 
Explique no que consistiu essa base subjetiva, conhecida por alguns autores como “Consenso de Pós-Guerra”;
Acordo coletivo entre burguesia e classe trabalhadora
Quais os ganhos e quais as consequências negativas desse “consenso” para a classe trabalhadora?
Positivos: diminuição da jornada de trabalho, aumento do salário;
Negativos: Movimento operário teve que abandonar o radicalismo para garantir melhoria de vida;
12. Que fatores fizeram com que fosse possível o Estado se comprometer com o aumento de recursos para a expansão dos direitos sociais, através de políticas sociais mais abrangentes e universais no período do Welfare State? 
13. Na década de 1940, o economista e reformista social britânico chamado William Beveridge publicou o que ficou conhecido como “Plano Beveridge” que influenciou as experiências dos Estados de Bem-Estar Social. Cite e explique quais as propostas de Beveridge, destacando em que sentido se contrapõem ao “modelo bismarckiano” do século XIX.
R: Propostas do modelo Beveridiano: direitos universais, incondicionalidade, garantia de mínimos sociais para todos em condição de necessidade, financiamento por impostos fiscais, gestão pública do estado, unificação institucional e uniformização de benefícios, reduzir a pobreza e desigualdade.
 
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