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Aula 04 Direito Penal p/ Polícia Civil-GO (Agente) - Com videoaulas Professor: Renan Araujo !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!21! AULA 04: CONCURSO DE PESSOAS. SUMÁRIO ! 1. CONCURSO DE PESSOAS .............................................................................. 2 1.1. Conceito, natureza e características ......................................................... 2 1.2. Requisitos ................................................................................................ 3 1.3. Modalidades ............................................................................................. 8 1.3.1. Coautoria ................................................................................................ 8 1.3.2. Participação ........................................................................................... 12 1.4. Comunicabilidade das circunstâncias ..................................................... 14 1.4.1. Espécies de elementares e de circunstâncias .............................................. 15 1.4.2. Cooperação dolosamente distinta ............................................................. 17 2. RESUMO .................................................................................................... 18 3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 22 4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 31 5. GABARITO ................................................................................................. 50 ! ! Olá, meus amigos! Hoje é dia de estudarmos um instituto que costuma ser bastante cobrado em provas de concursos públicos: concurso de pessoas. Portanto, muita atenção, pois há várias teorias doutrinárias que podem cair na prova. Temos muitas questões interessantes! Bons estudos! Prof. Renan Araujo 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!21! 1.! CONCURSO DE PESSOAS 1.1.! Conceito, natureza e características O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Casos de impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Mas como compreender a natureza jurídico-penal de uma conduta criminosa praticada por diversas pessoas? Três teorias surgiram: •! Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime próprio, existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta delituosa, já que a cada um corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular1. •! Dualista (ou dualística) – Segundo esta teoria, há um crime para os autores, que realizam a conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes, que desenvolvem uma atividade secundária. •! Monista (ou monística ou unitária) – A codelinquência (concurso de agentes) deve ser entendida, para esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem pelo mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso não significa que todos que respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, São Paulo, 2015, p. 548 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!21! de cada um irá corresponder à valoração de cada uma das condutas (cada um responde “na medida de sua culpabilidade). Em razão desta diferenciação na pena de cada um dos infratores, diz-se que o CP adotou uma espécie de teoria monista temperada (ou mitigada). O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies: •! EVENTUAL – Neste caso, o tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de uma pessoa. Isso não impede, contudo, que eventual ele venha a ser praticado por mais de uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio). •! NECESSÁRIO – Nesta hipótese o tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) 1.2.! Requisitos Mas quais são os requisitos para que se possa falar em concurso de pessoas? Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas: •! Pluralidade de agentes – Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de uma pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário que sejam agentes culpáveis? A doutrina se divide, mas prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem ter discernimento, de maneira que a ausência de culpabilidade por doença mental, por exemplo, afastaria o concurso de agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata. Assim, se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos (penalmente imputável) determina a um doente mental (sem qualquer discernimento) que realize um homicídio, não há concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu de uma pessoa sem vontade como mero instrumento2 para praticar o crime. Não há concurso, pois um dos agentes não era culpável. Essa regra só se aplica aos crimes unissubjetivos (aqueles em !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956, p. 106 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!21! que basta um agente para sua caracterização). Nos crimes plurissubjetivos (aqueles em que necessariamente deve havermais de um agente, como no crime de associação criminosa, por exemplo – art. 288 do CP), se um dos colaboradores não é culpável por qualquer razão, mesmo assim permanece o crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) também não é necessário que todos os agentes sejam culpáveis, bastando que apenas um o seja para que reste configurado o delito em sua forma qualificada. Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente concurso de pessoas, mas o que a Doutrina chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas. Contudo, essa ressalva só se aplica ao caso de concurso entre culpável e “não culpável que possui discernimento”. Assim, se o agente culpável se vale de alguém sem culpabilidade como mero instrumento, sem que ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria mediata. No caso do concurso entre um agente culpável e um menor de 17 anos, por exemplo (não culpável por inimputabilidade), pode ser reconhecido o concurso de pessoas (concurso aparente), já que o menor possuía vontade e esta vontade convergia com a do imputável, não tendo sido utilizado como mero instrumento. •! Relevância causal da colaboração – A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja, anterior à consumação do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do delito, como o fato já ocorreu, não há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real, receptação, etc.). Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada previamente, há concurso de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu namorado para que ele esteja às 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas fora combinada anteriormente, havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se o namorado tivesse ido à casa da namorada sem saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, a namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga. Nessa hipótese, o namorado comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com isso! 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!21! •! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) – Também é conhecido como concurso de vontades. Assim, para que haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo menos tenha havido adesão de um à conduta do outro. Deste modo, a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria. •! Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes (identidade de infração penal) – Nos termos do art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Daí podemos perceber que se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, por exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, independentemente da conduta que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, outro atraiu a vítima, etc.). As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitário3. •! Existência de fato punível – Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou crime tentado. Para a caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível, nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31 do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese de concurso de pessoas, que a colaboração só é punível se o crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). CUIDADO! Na autoria mediata, não basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um verdadeiro INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso concreto. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!21! Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de matar Maria. José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a executa. Neste caso, Pedro é inimputável por ser menor de 18 anos, mas possui discernimento, não se pode dizer que foi um mero “instrumento” de José. Assim, aqui não teremos autoria mediata, mas concurso aparente de pessoas. Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem nenhum discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que vem a óbito. Neste caso há autoria mediata, pois Mauro (o inimputável) foi mero instrumento nas mãos de José. Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é negativa. A melhor Doutrina divide a autoria mediata em três hipóteses, basicamente4: 1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que pratica a conduta foi induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira uma injeção contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique no paciente, alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor5. A enfermeira, aqui, não atua dolosamente (do ponto de vista “finalístico”), pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física, pois foi ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado. O domínio do fato pertencia ao médico, o real infrator. 2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage uma terceira pessoa a praticar um delito. Em se tratando de coação MORAL irresistível, teremos um agente não culpável (a coação moral irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz em situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o coator, não sobre o coagido. Ex.: Médico que determina à enfermeira que aplique sobre o paciente uma dose cavalar de veneno. O médico, porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário deixa isso bem claro. Porém, diz à enfermeira que se ela não fizer o que foi determinado, irá matar sua filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira sabe que está injetando o veneno, de forma que age dolosamente, mas ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. 3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta hipótese o infrator se vale de uma pessoa inimputável para a prática dodelito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor (inimputável) não tenha discernimento necessário6. Caso o executor, mesmo inimputável, possua discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.: José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma loja de eletrônicos, e combina com Marcelo, de 17, a execução do plano. Neste caso, não há autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal, !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560 5 O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106) 6 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!7!()!21! tem discernimento para não ser considerado como “objeto”. Por outro lado, no mesmo exemplo, imaginemos que Marcelo tenha 30 anos, mas seja absolutamente incapaz de entender o que se passa (doente mental completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o reconhecimento do concurso de pessoas com José, que responderá como autor mediato do crime. É cabível autoria mediata nos crimes próprios e de mão própria? Em relação aos crimes próprios se admite a autoria mediata, desde que o autor MEDIATO reúna as condições especiais exigidas pelo tipo penal. EXEMPLO: Paulo, servidor público, coage moralmente Maria (coação irresistível), obrigando-a a subtrair 10 notebooks da repartição em que ele, Paulo, exerce suas funções. Paulo, para a execução do delito, se valeu de sua função para facilitar a subtração. Neste caso, Paulo poderá responder por peculato-furto na qualidade de autor mediato. Mas, e se Maria é quem fosse a servidora e Paulo fosse um particular? Poderia haver autoria mediata? Não, neste caso não poderíamos falar em autoria mediata. Contudo, se não há autoria mediata e não há concurso de pessoas (pois não há concurso de pessoas entre coator e coagido), Paulo ficará impune? Não, a Doutrina desenvolveu, para tais casos, a figura da AUTORIA POR DETERMINAÇÃO. Consiste, basicamente, em punir aquele que, embora não sendo autor nem partícipe, exerce sobre a conduta domínio EQUIPARADO à figura da autoria.7 Não se pode considerar o agente como autor por não reunir os elementos necessários para tanto. Também não se pode considera-lo como partícipe, eis que a participação pressupõe o crime praticado por outro autor (e não há). Ele será punido, portanto, por ser o autor da determinação para a conduta (ter sido o responsável por sua ocorrência). Em relação aos crimes de mão própria, contudo, não se admite a figura da autoria mediata, eis que o crime não pode ser realizado por interposta pessoa (Ex.: A testemunha, no crime de falso testemunho, não pode coagir alguém a depor em seu lugar, prestando testemunho falso). Neste caso, porém, exemplificativamente, se a testemunha for coagida por terceira pessoa, esta terceira pessoa poderá ser considerada AUTOR por determinação, conforme explicado anteriormente. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7 PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São Paulo, 2008, p. 580/581 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!8!()!21! 1.3.! Modalidades 1.3.1.! Coautoria Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito. Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito de AUTOR. O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe, considerando que todos aqueles que concorrem para o crime são autores do delito. Esse conceito é baseado numa premissa “causal-naturalista” de que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma), deve ser considerado autor do crime. Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível definir quem era autor e quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva da participação, que considerava como autor aquele que pratica o fato como próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe aquele que quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao “crime de outra pessoa”.8 Isso era fundamental para a fixação da pena de cada um, já que aos autores deveriam ser aplicadas penas, em tese, mais severas. Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que soluções, surgiu o conceito restritivo de autor9. Para esta teoria restritiva10, autor e partícipe não se confundem. Autor será aquele que praticar a conduta descrita no núcleo do tipo penal (subtrair, matar, roubar, etc.). Todos os demais, que de alguma forma prestarem colaboração (material ou moral), serão considerados partícipes. Esta foi a teoria adotada pelo CP. Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram. A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a conduta de “matar” alguém. Todos os outros colaboradores seriam partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso: Essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém se vale de um inimputável para cometer um crime). !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 8 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 555 9 PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São Paulo, 2008, p. 572. 10 Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!9!()!21! A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é quem colabora com participação de maior importância para o crime, e partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta criminosa – matar, subtrair, etc.). A terceira e última teoria, a teoria do domínio do fato, criada pelo pai do finalismo, Hans Welzel11, e posteriormente desenvolvida por Claus Roxin, defende que autor é todo aquele que possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no núcleo do tipo) ou não12. Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua prática ou não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que mesmo sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato, pois tem o poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa. Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a prática do delito13, embora não tenha poder de direção sobre a conduta delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta criminosa em si, pois esta não lhe pertence. A teoria do domínio do fato tem por finalidade estabelecer uma diferenciação entre autor e partícipe a partir da noção de “controle da situação”. Aquele que,mesmo não executando a conduta descrita no núcleo do tipo, possui todo o controle da situação, inclusive com a possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta, deve ser considerado autor, e não partícipe. O controle (ou domínio) da situação pode se dar mediante14: 1 - Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal 2 - Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta diretamente, mas é o "senhor do crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de autoria mediata). 3 - Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma função essencial e indispensável ao sucesso da empreitada criminosa, !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 11 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105 12 MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá, 1999, p. 155- 156 13 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119 14 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1:!()!21! que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela significativa, essencial e imprescindível. Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito. A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes culposos, pois neste não há domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado15. A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua “vontade de autor” (animus auctoris), em contraposição à “vontade de colaboração” do partícipe (animus socii). Entretanto, considera-se adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata, autoria intelectual, etc., de forma a complementar a teoria adotada. Esta é, portanto, a posição doutrinária a respeito da posição do CP sobre a diferença entre autor e partícipe. Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espécie de concurso de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violência ou grave ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito. No mesmo exemplo, o motorista que fica do lado de fora (o “piloto de fuga”) é considerado partícipe, pois embora concorra para a prática do delito, não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Contudo, para a teoria do domínio do fato o motorista é autor, pois detém o controle funcional do fato (divisão de tarefas). Por outro lado, José, que apenas emprestou o carro para o roubo, não podendo influenciar, de alguma forma, no desfecho posterior do delito (uma vez esgotada sua participação), é considerado partícipe. A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante coautoria funcional. Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a hipótese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vítima, ambos seriam coautores mediante coautoria material. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15 Idem, p. 558 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!21! No quadro abaixo vou mostrar para vocês algumas hipóteses polêmicas de aplicação do instituto da coautoria: !! Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles que não a possuem, ao menos tenham ciência de que o outro agente age nessa qualidade. !! Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois são considerados de conduta infungível, só podendo ser praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei. !! A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes omissivos, da seguinte forma: 1 – Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA OU PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS PESSOAS PRATICAM O NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA AUTÔNOMA; 2 – Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de pessoas, na modalidade de coautoria, mas é minoritário; 3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA. !! Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que se valeu de alguém sem culpabilidade para a execução do delito. !! Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria mediata, desde que haja colaboração entre os agentes mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO. !! CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata, mas autoria direta, pois o agente que realiza a ação não possui conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele que pratica a coação física irresistível é autor direto, não mediato; !! Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos crimes de mão própria (há alguns doutrinadores que entendem ser possível). 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!21! 1.3.2.! Participação Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo de autor, distinguindo-se autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. A participação pode ser: •! Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na mente do autor, que não tinha pensado no delito; •! Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi previamente ajustado. Já que o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal, como puni-lo? A punibilidade do partícipe não pode ser realizada diretamente pela descrição do fato típico. De fato, aquele que empresta uma arma para que alguém mate outra pessoa, não poderia responder por homicídio, pois o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a arma não está “matando”, por isso se diz que não há, aqui, adequação típica imediata. Contudo, a punibilidade do partícipeé possível porque há normas de extensão da adequação típica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a extensão do raio de aplicação do tipo penal para aqueles que, de alguma forma, tenham contribuído para o delito. Trata-se da chamada adequação típica mediata. Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que é principal), o partícipe é punido em razão da teoria da acessoriedade16. Porém, existem quatro teorias da acessoriedade: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 16 A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da punibilidade do partícipe, que é a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que diz que o partícipe deve ser punido por ter coloborado para que o delito fosse realizado. Em contraposição a esta, havia a teoria da participação na culpabilidade, que defendia que o partícipe deveria ser punido apenas por exercer “influência negativa” sobre o autor. Esta última foi abandonada pela Doutrina há algumas décadas. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!21! •! Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta principal deva ser um fato típico, não importando se é ou não um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execução, Marcio guia o carro até o local e fica esperando do lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão, Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo em legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João, de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João agiu em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a conduta de João seja considerada apenas típica, mas não ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que, neste caso, Márcio, que não praticou a conduta seria punido, mas João seria absolvido pela legítima defesa. •! Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal, apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido; •! Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não guardando relação com o fato. Assim, imagine que Carlos, maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade de partícipe), pois Lucas (o autor principal) é inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato apenas típico e ilícito, sem o complemento da culpabilidade. •! Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido efetivamente punido para que o partícipe responda pelo crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José seja partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta corrente, como houve extinção da punibilidade em relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José) não poderá mais ser punido. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!21! O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro teorias, mas com certeza não adotou a teoria da acessoriedade mínima nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas). A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada17, exigindo que o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe responda pelo crime. Questões interessantes acerca da participação: !! A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância (art. 29, § 1° do CP). Isto não se aplica às hipóteses de coautoria, mas apenas à participação; !! A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado (art. 13, § 2° do CP). !! A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a isso, a instigação promovida por A não teve qualquer eficácia, pois B já mataria C de qualquer forma. !! Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este último mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, por prestarem auxílio material em cadeia. !! A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de maneira culposa para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo entre ambos (coerência de vontades). 1.4.! Comunicabilidade das circunstâncias O art. 30 do CP estabelece que: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!21! Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias, devemos diferenciar a mera circunstância da circunstância elementar do crime. A circunstância elementar é aquela que se refere a algo indispensável para a caracterização do crime. Assim, a circunstância “alguém” no crime de homicídio, é uma elementar, pois se o fato for praticado contra um animal, por exemplo, não haverá homicídio. Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à caracterização do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente, aumenta ou diminui a pena. Assim, o “motivo torpe” é uma circunstância não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado sem essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a qualificadora. 1.4.1.! Espécies de elementares e de circunstâncias Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à pessoa do agente. É o caso da condição de funcionário público, que é pessoal, pois se refere ao agente. Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o emprego de violência,no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma elementar objetiva. As condições pessoais não se confundem com as circunstâncias ou elementares de caráter pessoal. As primeiras são fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal, e não uma circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar. Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e condições pessoais), podemos extrair três regras do CP: "! As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam – Se A contrata B, para que este mate C, em razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o crime de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral (art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B não comete o crime de homicídio privilegiado, pois a circunstância “relevante valor moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor; "! As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam – Porém, é necessário que a circunstância tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes. Imagine que A contrata B para matar C. B informa a 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!21! A que usará de emboscada (portanto, homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto. Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao meio utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado de emboscada, concordou com esta prática por B. Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não se comunicaria, por não ter entrado na esfera de conhecimento de A; "! As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas – No entanto, mais uma vez se exige que estas elementares tenham entrado no âmbito de conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio, servidor público, convida Marcelo a entrar na repartição onde trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para subtrair alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo desconheça essa circunstância elementar, responde ele apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa circunstância faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas a conduta ainda é punível como furto comum. Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vínculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. Na autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, mas um não age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, desafetos de C, sem que um saiba da existência do outro, escondem-se atrás de árvores esperando a passagem de C, a fim de matá-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que levou C a óbito. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!17!()!21! 1.4.2.! Cooperação dolosamente distinta A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos grave” ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro enquanto Herval adentra à residência. Entretanto, ao chegar à residência, Herval se depara com dois seguranças, e troca tiros com ambos, levando-os a óbito (sinistro esse cara). Após, entra na casa e subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem. Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá somente pelo furto. Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o latrocínio era provável (se soubesse, por exemplo, que Herval estava armado e que havia a possibilidade de ter seguranças na casa), a pena do crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade. A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a esse patamar. O aumento de pena irá variar conforme o grau de previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se predispôs, mas era previsível. CUIDADO MASTER! Existe uma questão muito controvertida no que se refere ao concurso de pessoas. É a possibilidade (ou não) de concurso de pessoas em crimes CULPOSOS. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!18!()!21! São muitas, MUITAS ideias diferentes. Cada autor inventa alguma coisa para vender seu livro, certo? Bom, resumidamente, podemos definir a Doutrina majoritária da seguinte forma: COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que duas pessoas, de comum acordo, resolvam praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem atirar um móvel do 10º andar de um prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam lesionando uma pessoa. PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar falando de participação DOLOSA ou participação CULPOSA. DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que não há “unidade de vontades” entre os agentes (um quer o resultado a título de dolo, e o outro, executor, é apenas um descuidado). Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange ao resultado. Logo, cada um responde por sua conduta. CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza, instigue ou preste auxílio ao executor de uma conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”. CUIDADO: O STJ entende que NÃO cabe nenhum tipo de participação em crime culposo. Parte da Doutrina também segue este entendimento. Por fim, o que é “multidão delinquente” ou “multidão criminosa”18? São considerados pela doutrina como aqueles atos em que inúmeras (incontáveis, uma multidão) pessoas praticam o mesmo delito, agindo em concurso de pessoas,muitas vezes sem um acordo prévio, mas cada uma aderindo tacitamente à conduta da outra. Ex.: Linchamentos, brigas de torcidas organizadas, saques a lojas ou a carretas tombadas, etc. A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, têm-se CONCURSO DE PESSOAS, pois há vínculo subjetivo entre estas pessoas, ainda que tácito (não explícito). O agente que praticar o delito nestas condições, porém, deverá ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65, e do CP, já que se trata de situação em que há maior vulnerabilidade psicológica para que uma pessoa venha a aderir a uma conduta criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou liderarem a conduta criminosa terão suas penas agravadas (art. 62, I do CP). 2.! RESUMO CONCURSO DE PESSOAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 18 O termo “multidão criminosa” é utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf. DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais. 4º ed. São Paulo. 2012, p. 459) 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!19!()!21! Conceito - Colaboração de dois ou mais agentes para a prática de uma infração penal. Teoria adotada pelo CP – Teoria monista temperada (ou mitigada): todos aqueles que participam da conduta delituosa respondem pelo mesmo crime, mas cada um na medida de sua culpabilidade. Há exceções à teoria monista (Ex.: aborto praticado por terceiro, com consentimento da gestante. A gestante responde pelo crime do art. 126 e o terceiro pelo crime do art. 124). Espécies: #! EVENTUAL – O tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de uma pessoa. #! NECESSÁRIO – O tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) Requisitos #! Pluralidade de agentes - É necessário que tenhamos mais de uma pessoa a colaborar para o ato criminoso. #! Relevância causal da colaboração – A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. #! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) – É necessário que a colaboração dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo menos tenha havido adesão de um à conduta do outro. Trata-se do princípio da convergência. #! Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes (identidade de infração penal) – As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitário. #! Existência de fato punível – Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou crime tentado. Modalidades Coautoria – Adoção do conceito restritivo de autor (teoria restritiva), por meio da teoria objetivo-formal: autor é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Todos os demais são partícipes. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3:!()!21! OBS.: Autoria mediata: situação na qual alguém (autor mediato) se vale de outra pessoa como instrumento (autor imediato) para a prática de um delito. Pode ocorrer quando: #! O autor imediato age sem dolo (erro provocado por terceiro) #! O autor imediato age sem culpabilidade (Ex.: coação moral irresistível) Tópicos importantes: #! Pode haver autoria mediata nos crimes próprios - Desde que o autor MEDIATO reúna as condições especiais exigidas pelo tipo penal. #! Não há possibilidade de autoria mediata nos crimes de mão própria – Impossibilidade de se executar o delito por interposta pessoa #! AUTORIA POR DETERMINAÇÃO – Pune-se aquele que, embora não sendo autor nem partícipe, exerce sobre a conduta domínio EQUIPARADO à figura da autoria. Teoria do domínio do fato – Deve ser aplicada para as hipóteses de autoria mediata. Para esta teoria, o autor seria aquele que tem poder de decisão sobre a empreitada criminosa. Pode se dar por: #! Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal #! Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta diretamente, mas é o "senhor do crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de autoria mediata). #! Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma função essencial e indispensável ao sucesso da empreitada criminosa, que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela significativa, essencial e imprescindível. Tópicos importantes #! Não se admite coautoria nos crimes de mão própria #! Doutrina ligeiramente majoritária entende não ser cabível coautoria em crimes culposos #! Não existe coautoria entre autor mediato e autor imediato #! Há possibilidade de coautoria entre dois autores mediatos PARTICIPAÇÃO Espécies •! Moral – O agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!31!()!21! •! Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. Punibilidade do partícipe – Adoção da teoria da acessoriedade: Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que é principal), o partícipe deve responder pela conduta principal (na medida de sua culpabilidade). OBS.: A Doutrina majoritária defende que foi adotada a teoria da acessoriedade limitada, exigindo-se que o fato seja típico e ilícito para que o partícipe responda pelo crime. Participação de menor importância - redução da pena de 1/6 a 1/3 Participação inócua - Não é punível Participação em crime culposo – Controvertido. STJ entende que não cabe participação em crime culposo. Doutrina se divide: parte entende que cabe participação culposa em crime culposo, outra parte entende que não cabe participação nenhuma (nem culposa nem dolosa) em crime culposo. UNANIMIDADE: não cabe participação dolosa em crime culposo. COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS #! As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam #! As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam #! As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA Também chamada de “participação em crime menos grave” ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. CONSEQUÊNCIA: agente responde pelo crime menos grave (que quis praticar). A pena, contudo, poderá ser aumentada até a metade, caso tenha sido previsível a ocorrênciado resultado mais grave. “Multidão delinquente” ou “multidão criminosa - Aqueles atos em que inúmeras (incontáveis, uma multidão) pessoas praticam o mesmo delito. ___________ Bons estudos! Prof. Renan Araujo 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!33!()!21! 3.! EXERCÍCIOS DA AULA 01.! (UEG – 2013 – SEGPLAN/GO – CADETE DA POLÍCIA MILITAR) Sobre o concurso de pessoas, verifica-se que a) o crime de quadrilha ou bando encerra um crime de concurso necessário de condutas convergentes. b) as circunstâncias subjetivas e objetivas da infração penal se comunicam entre os concorrentes. c) ocorrerá autoria colateral quando duas pessoas concorrerem para um mesmo resultado, sem que tenha havido vínculo subjetivo entre elas. d) cumplicidade é o ato de cooperação psicológica com o evento. 02.! (UEG – 2013 – PC/GO – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Para que ocorra o concurso de pessoas, são indispensáveis a) autoria b) pluralidade de condutas, relevância causal de cada uma das ações c) participação e coautoria d) coautoria e autoria 03.! (UEG – 2013 – PM/GO – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR) Sobre concurso de pessoas, tem-se que a) participação é a prática da atividade principal daquele que colabora para conduta do autor. b) autoria mediata é apenas o que realiza diretamente e indiretamente ação ou omissão típica. c) coautor é quem executa, juntamente com outras pessoas, a ação ou omissão que configura o delito. d) autoria dirige-se àquele que realiza o tipo penal, ou seja, o sujeito que não realiza a ação tipificada. 04.! (PM-MG – 2013 – PM-MG – OFICIAL) Marque a alternativa CORRETA. Para que se possa concluir pelo concurso de pessoas, será preciso verificar a presenc∗a dos seguintes requisitos: a) pluralidade de condutas, releva+ncia causal de cada conduta, liame subjetivo entre os agentes e a infra,ão penal. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!34!()!21! b) pluralidade de agentes ou de condutas, releva+ncia causal de cada agente, liame subjetivo entre os agentes e a infrac∗ão penal. c) pluralidade de agentes e de condutas, releva+ncia causal de cada conduta, liame subjetivo entre os agentes e identidade de infra,ão penal. d) pluralidade de condutas, relev−ncia causal de cada agente, liame subjetivo entre os agentes e a infrac∗ão penal. 05.! (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ) Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a vítima; a) comunica-se, desde que elementar ao tipo. b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido. c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta. d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta. e) não se comunica em qualquer hipótese. 06.! (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste, a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e emprestou seu veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram no veículo e fugiram do local. Nesse caso, a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores. b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato. c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato. d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores. e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe. 07.! (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas, a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo a conduta alheia. b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes. c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles. d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico. e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!35!()!21! 08.! (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena. b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia combinação. c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elementares do crime. e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo na segunda etapa do cálculo. 09.! (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA) No concurso de pessoas, a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua periculosidade. c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado. e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade. 10.! (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei define como crime. B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer modo, para a sua realização. C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria. D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!32!()!21! E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios. 11.! (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) Maria, enfermeira, por ordem do médico João, ministrou veneno ao paciente, supondo tratar-se de um medicamento, ocasionando-lhe a morte. Nesse caso, A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato, pela realização indireta do fato típico. B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-autora. C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria partícipe. D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na condição de autores. E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João como co- autor. 12.! (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste, de forma a fazer nascer neste a ideia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro, emprestando-lhe uma arma para que pudesse executar o delito. José e João são considerados, tecnicamente,A) co-autores. B) autores. D) partícipe e co-autor, respectivamente. E) co-autor e partícipe, respectivamente. 13.! (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos chamados crimes monossubjetivos, A) o concurso de pessoas é eventual. B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata. C) o concurso de pessoas é necessário. D) não há concurso de pessoas. E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação. 14.! (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal brasileiro, A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas penas cominadas ao delito. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!36!()!21! B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade. C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-autores e partícipes. D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos partícipes. E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-autores e os partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço. 15.! (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) João instigou José a praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia escolhido, José, auxiliado por Paulo, ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e jóias. Nesse caso, são considerados partícipes APENAS A) Luiz e Pedro. B) João, Luiz, Pedro e Paulo. C) João, Luiz e Pedro. D) José, Pedro e João. E) João, José, Luiz e Pedro. 16.! (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No concurso de pessoas, A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de metade. B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena do crime cometido, reduzida de um a dois terços. D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou não, elementares do crime. E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime não ocorra. 17.! (FCC – 2006 – BCB – ANALISTA) Aquele que, sem praticar ato executório, concorre, de qualquer modo, para a realização do crime, por ele responderá na condição de 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!37!()!21! a) coautor. b) partícipe. c) autor mediato. d) coautor moral. e) autor. 18.! (FCC – 2010 – SEFIN/RO – AUDITOR-FISCAL) José, sabendo que seu desafeto Paulo estava andando de bicicleta numa estrada estreita, instiga João, motorista do veículo em que se encontrava, a imprimir ao veículo velocidade elevada, na esperança de que Paulo venha a ser atropelado. João passa a correr em alta velocidade e atropela Paulo, mais adiante, ocasionado-lhe a morte. Nesse caso, ambos responderão pelo crime, sendo que a) ambos responderão por culpa. b) José responderá por culpa e João por dolo eventual. c) Jose responderá por dolo eventual e João por culpa. d) ambos responderão por dolo eventual. e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual. 19.! (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta. b) não é possível participação por omissão em crime comissivo. c) é possível a participação em crime omissivo puro. d) não pode haver participação em contravenção. e) é possível participação dolosa em crime culposo. 20.! (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO) Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas no cometimento de crime são: a) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime e vínculo objetivo- subjetivo entre autor e partícipe. b) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre o comportamento do coautor e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. c) presença física de autor e partícipe, pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!38!()!21! d) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo objetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. e) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. 21.! (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ ESTADUAL) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que a) nos crimes plurissubjetivos o concurso é eventual. b) a autoria mediata configura coautoria. c) nos crimes funcionais a condição de servidor público do autor não se comunica ao partícipe não funcionário, se este desconhecia a condição daquele. d) a participação de menor importância constitui circunstância atenuante, a ser considerada na segunda etapa do cálculo da pena. e) as mesmas penas deverão ser aplicadas a todos os coautores e partícipes. 22.! (FCC – 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar: a) Para fins de aplicação da pena no concurso de pessoas é irrelevante que a participação tenha sido de menor importância. b) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena do crime mais grave. c) É possível a participação em crime comissivo puro. d) As condições e circunstâncias pessoais comunicam-se entre os coautores e partícipes quando não forem elementares do crime. e) Pode ocorrer participação culposa em crime doloso ou participação dolosa em crime culposo. 23.! (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO) Necessariamente, autores e partícipes recebem a) penas idênticas. b) penas, respectivamente, mais e menos graves. c) penas, respectivamente, menos e mais graves. d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas. e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua culpabilidade. ! 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!39!()!21! 24.! (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum, mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que a) a conduta do partícipe é atípica. b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não podia prever o resultado morte. c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso,mas fará jus, necessariamente, ao reconhecimento da participação de menor importância. d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se previsível o resultado letal. e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco do resultado morte. 25.! (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não porque tenham praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas porque, executando atos sem conotação típica, contribuíram, objetivamente e subjetivamente, para a ação criminosa de outrem a) não são punidos por atipicidade da conduta. b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime. c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um sexto a um terço. d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade. e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é diminuída de um terço. 26.! (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas, segundo as disposições previstas no Código Penal, é correto afirmar que a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime. b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente se quis participar de crime menos grave c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são p uníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado. d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime i ncide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4:!()!21! e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 27.! (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) Segundo o conceito restritivo, é autor aquele que a) tem o domínio do fato. b) realiza a conduta típica descrita na lei. c) contribui com alguma causa para o resultado. d) age dolosamente na prática do crime. e) pratica o fato por interposta pessoa que atua sem culpabilidade. 28.! (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – ADVOGADO) CP, art. 30: quando se verifica o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, a) salvo nos crimes contra a Administração Pública. b) salvo no caso de extinção da punibilidade. c) salvo nos crimes contra a Fé Pública. d) salvo quando elementares do crime. e) em hipótese alguma. 29.! (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas nos crimes de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria a) monista. b) causal. c) dualista. d) pluralística. 30.! (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS) No crime de concussão, a circunstância de ser um dos agentes funcionário público: a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente particular. b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular. c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição daquele. d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, este conhecia a condição daquele. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!21! e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao concorrente particular. 4.! EXERCÍCIOS COMENTADOS 01.! (UEG – 2013 – SEGPLAN/GO – CADETE DA POLÍCIA MILITAR) Sobre o concurso de pessoas, verifica-se que a) o crime de quadrilha ou bando encerra um crime de concurso necessário de condutas convergentes. b) as circunstâncias subjetivas e objetivas da infração penal se comunicam entre os concorrentes. c) ocorrerá autoria colateral quando duas pessoas concorrerem para um mesmo resultado, sem que tenha havido vínculo subjetivo entre elas. d) cumplicidade é o ato de cooperação psicológica com o evento. COMENTÁRIOS: a) ERRADA: O crime de associação criminosa (antigo crime de quadrilha ou bando), previsto no art. 288 do CP, configura-se como crime de concurso necessário, mas de condutas paralelas, não convergentes. b) ERRADA: Item errado, pois as circunstâncias subjetivas, ou seja, relativas à pessoa do agente, não se comunicam entre os comparsas, salvo se elementares do delito, nos termos do art. 30 do CP. c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata definição de autoria colateral. d) ERRADA: Item errado, pois cumplicidade é o nome dado pela Doutrina às hipóteses de auxílio material (participação material. Ex.: fornecer a arma do crime). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 02.! (UEG – 2013 – PC/GO – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Para que ocorra o concurso de pessoas, são indispensáveis a) autoria b) pluralidade de condutas, relevância causal de cada uma das ações c) participação e coautoria d) coautoria e autoria COMENTÁRIOS: Para que o concurso de agentes se configure, é necessário que haja pluralidade de agentes e de condutas, relevância causal de cada conduta, identidade de infração penal e vínculo subjetivo entre os agentes, além da existência de um fato punível. 01406544108 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ ∗/∃)%∃∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!21! Coautoria e participação não são requisitos, mas espécies de concurso de agentes. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 03.! (UEG – 2013 – PM/GO – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR) Sobre concurso de pessoas, tem-se que a) participação é a prática da atividade principal daquele que colabora para conduta do autor. b) autoria mediata é apenas o que realiza diretamente e indiretamente ação ou omissão típica. c) coautor é quem executa, juntamente com outras pessoas, a ação ou omissão que configura o delito. d) autoria dirige-se àquele que realiza o tipo penal, ou seja, o sujeito que não realiza a ação tipificada. COMENTÁRIOS: a) ERRADA: Item errado, pois na participação o agente não desempenha a atividade principal, mas atividade secundária, embora relevante para a conduta do autor. b) ERRADA: Na autoria mediata o autor mediato realiza INDIRETAMENTE a conduta típica, por meio de pessoa que é utilizada como mero instrumento do delito. c) CORRETA: Item correto, pois aquele que executa, em concurso com outras pessoas, a conduta descrita no tipo, é considerado coautor. d) ERRADA: Item errado, pois a coautoria se dirige àquele que REALIZA a conduta tipificada pela norma penal. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 04.! (PM-MG – 2013 – PM-MG – OFICIAL) Marque a alternativa CORRETA. Para que se possa concluir pelo concurso de pessoas, será preciso verificar a presenc ;a dos seguintes requisitos: a) pluralidade de condutas, releva <ncia causal de cada conduta, liame subjetivo entre os agentes e a infra=ão penal. b) pluralidade de agentes ou de condutas, releva <ncia causal de cada agente, liame subjetivo entre os agentes e a infrac;ão penal. c) pluralidade de agentes e de condutas, releva <ncia causal de cada conduta, liame subjetivo entre os agentes e identidade de infra=ão penal. d) pluralidade de condutas, relev>ncia
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