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FORTALEZA - CE, SEGUNDA-FEIRA - 8 DE ABRIL DE 2013 Cotidiano PÁGINA 5 SECA NO NORDESTE ESPECIAL Estiagem] Tecnologias e projetos para conviver com o Semiárido Pesquisas e projetos apontam formas de convivência com o semiárido que aliam a tecnologia à realidade das comunidades. No entanto, mais investimentos são necessários para mudanças reais e a longo prazo Um cenário de con-vivência com o Se-miárido e sem o so- frimento visto em anos em que a estiagem subtrai a vida da vegetação e dos animais, assim como a força de quem deles depende para viver, muito mais do que simples- mente sobreviver. É por meio de projetos de tecnologias sociais, realizados por pesquisadores de institu- tos e universidade e coloca- dos em prática por organi- zações não-governamentais e gestões, que a população do Semiárido tem a possibilidade de conhecer uma nova forma de conviver com o ambien- te em que a estiagem é cícli- ca. Especialistas apontam pelo menos 15 ideias de pesquisa ou projetos que ajudam o homem a conviver com o período sem chuvas na região. (Ver quadro) Durante a 17ª Reunião Or- dinária do Conselho Delibera- tivo da Sudene (Condel), re- alizada na última semana em Fortaleza, o uso da tecnologia foi indicada pela presidenta Dilma Rousseff como a forma de “combater a seca”. Daniel Duarte, agrônomo, professor da Universidade Fe- deral da Paraíba (UFPB) e pes- quisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), explica que, associados aos períodos de estiagem está a seca, que é o despreparo da população, dos gestores e dos técnicos frente a esse cenário. “Uma das formas de se preparar para a estiagem é o uso das tecnolo- gias”, apontou o pesquisador. Desafios Enquanto a estiagem afeta o Semiárido, algumas comuni- dades conseguem conviver de forma diferenciada e menos dramática com ela. Para a pro- fessora Suely Chacon, doutora em Desenvolvimento Susten- tável e professora da Uni- Cisternas de placa são apontadas como tecnologia social de convivência com o Semiárido EDIMAR SOARES Como ENTENDA A NOTÍCIA Projetos de convivência com o semiárido podem mudar a forma como as populações lidam com a seca, por meio de tecnologias sociais que unem pesquisas com o conhecimento e as necessidades das comunidades. dor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em- brapa), ressalta que é preci- so pensar em tecnologias sim- ples, baratas, eficientes e que as comunidades estejam dis- postas a adotar. Se as experiências das pes- quisas chegam aos territórios que delas precisam, a disse- minação dos sucessos ainda deixa um vazio no Semiári- do. O pesquisador do Insa, Daniel Duarte, comenta que as comunidades próximas in- tercambiam experiências, mas não existem gestores sensíveis a fazer com que as experiênci- as sejam replicadas, sendo, in- clusive, subsidiadas. Para além de partilhar e re- plicar os projetos, a professora Suely Chacon ressalta a neces- sidade de preparar as famíli- as para o entendimento da tec- nologias, o que inclui a oferta de educação contextualizada para convivência e valoriza- ção do Semiárido. versidade Federal do Ceará (UFC), tais comunidades pos- suem “um grau elevado de organização social, com gran- de envolvimento dos jovens, e que vem sendo assistidas por ONGs e órgãos de pesquisa”. Por isso, é tão importan- te que as pesquisas realiza- das nos laboratórios cheguem e criem raízes no solo nor- destino. Ênio Girão, pesquisa- PROGNÓSTICO O alcance da meteorologia com precisão Samaisa dos Anjos samaisa@opovo.com.br Para que a ação de convivência com o Semiárido eficiente, é preciso informação de qualidade e precisão. No entanto, a produção de informação depende de equipamentos de qualidade, profissionais capacitados e investimento em pesquisa. Margareth Carvalho, gerente do departamento de recursos ambientais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), ressalta a importância das previsões para as respostas que os demais órgãos dão às populações. “A agricultura só planeja distribuir sementes com nossa previsão, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) só planeja o manejo das bacias com a nossa previsão, como forma de saber onde vai sacrificar para beneficiar o consumo humano”, explicou. O gerente de meteorologia da Empresa de Pesquisa agropecuária do Rio Grande do Norte, Gilmar Bistrot, comentou que é preciso melhorar o sistema de previsão climática para que as informações sejam mais precisas e, dessa forma, o planejamento governamental possa ser mais eficiente. Para essa melhora, no entanto, ele opina que é preciso que o Governo Federal retome a pesquisa na área de clima, principalmente no Nordeste, que é a região que mais sofre com a variabilidade climática e possui grande densidade populacional. “Tempos muitos gargalos e somente com o investimento em pesquisa é que podemos ter uma diferença. E isso tem deixado muito a desejar pelos governos”, opinou. BD O POVO Conteúdo #Autor: Samaisa dos Anjosnull#Crédito: Edimar Soaresnull#Observação: Especial Seca no Nordestenullnull<TECNOLOGIA> null<SERTÃO> null<SEMIÁRIDO> BD O POVO Cabeçalho #Data: 20130408null#Clichê: Primeironull#Editoria: Cotidiano
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