Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BACIA HIDROGRÁFICA DO AMAPÁ 00:51 CARACTERÍSTICAS Área de 82.696 km2; Representa 1% do País; Vazão média de longo período de 3.390 m3/s; Corresponde à área de drenagem dos rios que deságuam ao norte da Região Hidrográfica do Amazonas. 00:51 Relevo do Amapá Mapa do Relevo Amapaense 00:51 Distribuição das sub-bacias 00:51 00:51 00:51 HIDROGRAFIA Cerca de 39% da bacia hidrográfica do Estado faz parte da bacia do Amazonas A maioria dos rios do Amapá desaguam no oceano Atlântico. Os principais rios são: Rio Araguari: possui 36 cachoeiras; Rio Oiapoque: fronteira natural entre o Brasil e a Guiana Francesa; Rio Pedreira: foi utilizado para retirar pedras destinadas à construção da Fortaleza de São José de Macapá; Rio Gurijuba: foi um rio com grande concentração de peixes. 00:51 Marés Influência das marés 00:51 Condições de navegabilidade 00:51 Sub-bacia do Rio Araguari 00:51 Sub-bacia do Rio Araguari 00:51 Sub-bacia do Rio Araguari 00:51 Sub-bacia do Rio Araguari 00:51 A Pororoca 00:51 Sub-bacia do Rio Jari 00:51 Sub-bacia do Rio Jari 00:51 Sub-bacia do Rio Jari 00:51 Sub-bacia do Rio Jari 00:51 Sub-bacia do Rio Jari 00:51 Qualidade das águas 00:51 Rio Cunani 00:51 Rio Cajari 00:51 Rio Oiapoque 00:51 Rio Amazonas - Fazendinha 00:51 Baseado na obra Diagnóstico de Ressacas do Estado do Amapá: Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú, de Luis Roberto Takiyama e Arnaldo de Queiroz da Silva (2004) Caracterização socioambiental da bacia do Igarapé da Fortaleza 00:51 Definição de áreas de ressaca As ressacas são áreas desenvolvidas em costa de baixa energia (não têm grande movimento de ondas), com solo que inclui areia, silte, argila e turfa, abaixo do nível do mar e do rio Amazonas, resultados da flutuação do mar e ação das correntes marinhas durante os últimos cem anos e colmatados pelos sedimentos aluviais do rio Amazonas. 00:51 00:51 Área de estudo 00:51 00:51 Meio biótico 00:51 Inventário florístico Foram identificadas 44 famílias, 83 gêneros e 119 espécies de plantas. Entre as plantas, temos: piri-piris, chapéus de couro, aningas, buritis e macrófitas aquáticas. 00:51 Inventário florístico As espécies flutuantes e submersas normalmente estão localizadas nos canais ou em suas margens, onde a profundidade é maior e nunca secam no período de verão. 00:51 Inventário florístico As emergentes localizam-se em áreas mais altas, em solos alagáveis ou raramente secos, assim como as anfíbias. São espécies de transição do cerrado, da várzea e da terra firme. 00:51 Percentual das formas biológicas das espécies amostradas 00:51 Inventário florístico Fatores que influenciam nas respostas morfológicas, anatômicas e fisiológicas: O clima; As marés; Os sedimentos do Rio Amazonas e Os depósitos de matéria orgânica. Isso dificulta a compreensão sobre as estratégias adaptativas realizadas por essas espécies. 00:51 Inventário florístico Saturação hídrica do solo → estresse → caráter seletivo Limita as trocas gasosas do solo com a atmosfera Decomposição da matéria orgânica → microorganismos consomem rapidamente o O2 presente na água Emissão de CO2 e CH4 00:51 Inventário florístico A vegetação das ressacas apresenta características essenciais para o desenvolvimento da dinâmica desse ecossistema, pois: Fornece a base para a cadeia alimentar destes ambientes aquáticos; Proporciona abrigos, refúgios e alimentos para larvas, alevinos e adultos de crustáceos, insetos, peixes, anfíbios, aves e pequenos mamíferos; Forragem para roedores e ruminantes. 00:51 Sumário A ressaca é um ecossistema energeticamente aberto; Dominado por uma vegetação herbácea; Alta riqueza específica, com presença de espécies do período chuvoso, seco e de ambos; A sazonalidade vegetal está relacionada com a maior ou menor disponibilidade de água do lençol freático; Apresenta uma interface com os ecossistemas adjacentes – florestas de várzea, terrafirme e cerrado; Descaracterização→impactos antrópicos →aterros, lixos e bubalinocultura. 00:51 Ictiofauna As ressacas, por constituírem ambientes aquáticos protegidos e de difícil acesso aos grandes predadores, formam um ambiente propício para o desenvolvimento de peixes jovens. 00:51 Ictiofauna Conforme as águas abaixam, as perdas de peixe são frequentemente enormes, tanto por sua retenção em poças, onde inúmeros pássaros deles se alimentam, como quando por sua saída pelos canais em direção aos rios, em que são devorados pelos peixes grandes. 00:51 Ictiofauna A espécie dominante é a Hyphessobrycon sp2, uma espécie de porte diminuto, muito abundante em todos os ambientes amostrados, e conhecida popularmente como peixe-neón. 00:51 As outras espécies, em sua maioria, apresentam abundância muito menor, com predomínio de espécies de pequeno porte, entre elas: Uéua; Piaba; Acará; Piranha; Traíra; Branquinha; Pratinha; Mafurá; Tucunaré; Jacundá; Muçum; Etc. 00:51 Sumário As ressacas do município de Macapá podem abrigar pelo menos uma das fases do ciclo de vida de pelo menos 81 morfoespécies de peixes. Pelo menos 28 espécies usam as ressacas como abrigo às fases jovens. O conjunto das espécies compreende espécies de importância para pesca assim como espécies ornamentais com grande potencial para aquariofilia. 00:51 Fauna de insetos Na região de estudo foram coletadas: Abelhas nativas sem ferrão; Vespas; Moscas e mosquitos (inclusive o da dengue); Percevejos; Besouros; Aranhas; Baratas d´água; Libélulas; E outras porcarias. 00:51 Fauna de insetos Os insetos têm sua importância ecológica e a abundância de algum grupo revela um desequilíbrio ambiental. Muitas dessas espécies precisam ser continuamente monitoradas, por representarem ameaça à saúde humana, como por exemplo, o mosquito da dengue, algumas aranhas e outros. Entretanto, a presença de abelhas meliponíneas sem ferrão constitui-se numa oportunidade como fonte de renda para as populações dessas áreas de ressaca. 00:51 CARACTERIZAÇÃO SOCIAL 00:51 INTRODUÇÃO A população amazônida urbana, tangida por disparidades e também pelo processo de concentração fundiária e outros fatores como a mecanização intensiva na agropecuária, vem aumentando em ritmo acelerado desde a década de 1940 e, segundo Moura e Moreira (2001), teve seu crescimento inicialmente nos anos 70 e 80 devido à ação do governo federal e às políticas de desenvolvimento econômico. Essa progressão populacional nas metrópoles regionais (Belém e Manaus) concorreu para uma expansão urbana acelerada e desordenada, que se traduziu na degradação ambiental, na ocupação de áreas de risco ou de preservação obrigatória, na ausência ou degradação de infra-estruturas mínimas (saneamento, educação, saúde, segurança, transportes e outros) e na pressão sobre as finanças públicas, já precárias, traduzindo-se em insustentabildade urbana. 00:51 Ocupação irregular As ocupações humanas em áreas impróprias ou inóspitas ocorrem desde o surgimento do homem, porém este processo de ocupação foi intensificado na era moderna, principalmente nas cidades onde as áreas com melhores condições ambientais de habitabilidade são rapidamente ocupadas. A pouca disponibilidade de áreas para morar, nas proximidades dos centros urbanos, leva os moradores fazer uso das ressacas para residir, implicando na qualidade da habitação e na vida das pessoas. A constante migração, ocorrida desde a criação do Estado do Amapá, dificultou o planejamento, provocando um déficit de empregos e infra-estrutura (água, luz, saneamento básico e transporte). Em acréscimo ao problema governamental de atendimento as demandas dos serviços públicos, o adensamento urbano conduziu a população de baixa renda a ocupar, como alternativa barata de moradia, as áreas úmidas urbanas (várzeas e ressacas) de Macapá e Santana. 00:51 Grau de degradação De acordo com Silva (2000), em estudo realizado pela SEMA, foram classificados e identificados três estágios da ocupação das margens das áreas úmidas de Macapá: preservadas, passíveis de recuperação e fortemente antropizadas. 00:51 00:51 As que foram consideradas em bom estágio de preservação, nos dias de hoje, não apresentam um grande número de casas, porém apresentam um risco ambiental, devido à presença de atividades econômicas impactantes, como: extração de argila; bubalinocultura e piscicultura com criação de peixes exóticos à região amazônica. 00:51 Concentração de pessoas por domicílio As sedes urbanas de Macapá e Santana contêm respectivamente 4,63 e 5,00 pessoas por domicílio (censo 2000), porém, para essa mesma variável, as ressacas de Macapá e de Santana apresentaram resultados estatísticos de 5,03 e 5,19 respectivamente, demonstrando uma maior concentração de pessoas por domicílio. Provavelmente por causa do domicílio ser habitado por mais de uma família e/ou por ter apresentado um número de membros das famílias acima de 4 pessoas. Ressalta-se que o número de mais de uma família no domicílio não caracteriza um déficit habitacional, mas deve-se geralmente pela ausência ou baixa renda da mesma, na verdade são novas famílias que dependem financeiramente da família de origem. 00:51 00:51 Idade Nas ressacas de Macapá e Santana, destacam-se as faixas etárias de 0 a 10 anos e 26 a 65 anos, muito embora, a idade média seja de 20 anos para Macapá e 18 anos para Santana, indicando uma população jovem, com potencial para o trabalho. A idade média total das pessoas residentes em ressacas é 20,1 anos, este fato deve-se provavelmente devido a maioria dos domicílios abrigarem famílias recentemente construída e jovens que migraram das ilhas do Pará em busca de instrução. 00:51 Satisfação Das pessoas de referência, com mais de 3 anos de estudo, questionadas quanto ao nível de satisfação funcional às condições de vida em ressacas, nota-se, que a maioria respondeu que são ruins. Na ressaca do Paraíso, 51,72% responderam que as condições de moradias são boas, provavelmente devido a oportunidade de morar em casa própria não onerando gastos no orçamento familiar pois, aparentemente, essas famílias apresentam uma baixa renda familiar. 00:51 00:51 Escolaridade Nota-se nos dados exibidos na Tabela 16 que algumas ressacas destacam-se por apresentarem percentuais acima da média geral: Sá Comprido (86,36%) e Lago do Pacoval (83,65%) em analfabetismo funcional; Lagoa dos Índios (9 anos) em escolaridade de adultos e (64,29%) em potencial jovem. 00:51 Saúde Nos domicílios entrevistados, a malária é a doença que tem maior ocorrência, com uma média total de 33,39%, seguida pela hepatite com 9,32. Neste âmbito, de acordo com a comparação elucidativa dos dados referente a esta variável, na Tabela 18, no acometimento de malária destacaram-se Lago da Vaca (83,33%) e Sá Comprido (78,57%), embora a ocorrência da malária urbana seja frequente nas cidades de Macapá e Santana. Com relação às outras doenças, nota-se que houve maior ocorrência de hepatite na ressaca Vaga-lume (66,67%); de leptospirose (9,09%) e dengue (21,05%) na Funda e, Fonte Nova (20%). 00:51 00:51 Abastecimento de água Apesar de existir nas cidades de Macapá e Santana o serviço de abastecimento de água, nos bairros de classe social de menor renda, esse serviço têm rede de canalização precária, tratamento da água inadequado e irregularidade de fornecimento, demonstrando diretamente as dificuldades das prestadoras responsáveis pelo serviço. Os obstáculos de abastecimento de água tratada aumentam nas áreas úmidas, onde os problemas essenciais vão desde a dificuldade de implementar a rede de abastecimento ao risco de contaminação. No período de chuvas, o nível do lençol freático na bacia de acumulação de água se eleva e os canos, frequentemente manipulados pelos moradores, ficam submersos, expostos ao perigo de receber água poluída, pois na ausência de esgoto, os dejetos humanos são lançados diretamente no ambiente, diminuindo consideravelmente a qualidade da água natural. Além dos problemas de intermitência do abastecimento e contaminação da água tratada, nas ressacas, o acesso à rede geral de água normalmente é clandestino, feito individualmente pelo morador através de canos pendurados nas estacas das passarelas de madeira, vedados com materiais improvisados conforme demonstrado nas Figuras. 00:51 LAGUINHO Fonte: CAESA 00:51 As desigualdades no acesso e uso dos serviços de água potável nas áreas de ressacas perpassam pela condição financeira de seus moradores os quais, apesar da aparente pobreza, têm priorizado a obtenção deste serviço, pois a maioria dos domicílios está ligada a rede geral de abastecimento de água. Julga-se que esses domicílios ligados à rede geral de água utilizam água tratada. Assim, verifica-se na Tabela 20 que a maioria dos domicílios nas ressacas tem água tratada. 00:51 00:51 Coleta de lixo Nas áreas de ressacas, com exceção de Lagoa dos Índios, normalmente não há este serviço. O carro do lixo passa nas ruas próximas às bordas da ressacas, porém o morador não carrega o lixo para os pontos de coleta e nem os garis entram nas passarelas de madeira para buscá-lo. As observações in loco demonstram que o lixo é acumulado debaixo das casas e passarelas e que os resultados percentuais obtidos sobre o destino do lixo, mostrados na Tabela 21, não correspondem fielmente à realidade observada. 00:51 00:51 00:51 00:51 Esgoto Nas áreas de ressacas geralmente a rede pública de esgoto é inexistente e os dejetos humanos são lançados diretamente no meio ambiente. As instalações sanitárias são inadequadas com os banheiros sobre palafita, e na maioria das vezes ficam localizados fora da casa, ligado a ela por passarela. Algumas residências no período de estiagem constroem fossas nas bordas, porém, dada à condição natural da área elas podem sofrer inundação no período chuvoso. Do total dos domicílios entrevistados 13,18% declararam que fazem uso de fossa para destino dos dejetos. 00:51 00:51 00:51 00:51 Estrutura habitacional Em relação ao estilo de edificação habitacional nas ressacas urbanas de Macapá e Santana, pode-se dizer que a maioria das casas é construída sobre palafitas muito próximas umas das outras Algumas casas se resumem em um único cômodo com múltiplasfunções de sala, quarto e cozinha e às vezes apresentam divisórias internas feitas de cortinas, demonstrando o desejo de privacidade. O padrão de construção é precário, sendo que a maioria das casas é construída de madeira (84,34%) com cobertura de amianto (92,30%), com precária iluminação solar interna, pouco ventilados e, em alguns casos, bastante adensados. Banheiros, quando existentes são construídos com madeira, sem escoadouro e fora da casa. 00:52 Energia elétrica No que diz respeito ao fornecimento de energia elétrica, com raras exceções, as casas localizadas nas áreas úmidas de Macapá e Santana têm abastecimento de energia elétrica formal. É comum encontrar moradias com abastecimento ilegal, com fiações externas e instalações internas impróprias. Na maioria das vezes, as ligações clandestinas são efetuadas pelo próprio morador, podendo ocorrer acidentes graves. Do total de domicílios amostrados, 99,16% são providos de energia elétrica e destes, 25,49% têm abastecimento clandestino. Das áreas examinadas, os maiores percentuais de clandestinidade foram verificados em Chico Dias (73,33%) e Beirol (72,84%). 00:52 Renda Nas áreas estudadas a maior renda média familiar per capita foi obtida na ressaca Lagoa dos Índios (1,61 SM), onde geralmente as famílias tem um número pequeno de membros, boa renda familiar e a maioria População Economicamente Ativa tem emprego formal. 00:52 Renda 00:52 Qualidade de vida 00:52 Leituras recomendadas Conflitos ambientais urbanos em capitais amazônicas (Macapá); Áreas de ressaca e dinâmica urbana em Macapá-AP (Ivone Portilho) Qualidade de vida urbana em áreas úmidas: Ressacas de Macapá e Santana-AP (Josiane Souza) 00:52
Compartilhar