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AULA 9

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FACULDADE DE DIREITO
	
	
DISCIPLINA:
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	
SEMESTRE:
	
3º (TERCEIRO)
	
CARGA HORÁRIA:
	
QUATRO AULAS SEMANAIS
	
TURNO:
	
NOTURNO
	
PROFESSOR:
	
JOSÉ NATANAEL FERREIRA
	
PERÍODO:
	
1° SEMESTRE2014
PLANO DE AULA
DIREITO CONSTITUCIONAL II
DIREITOS DE CIDADANIA
AULA N° 9
Noções elementares sobre os direitos políticos
Forma de aquisição dos direitos de cidadania
Mecanismos para se exercitar a soberania popular
Conceitos de cidadania ativa e de cidadania passiva
Sobre a perda e suspensão dos direitos políticos e sobre a impugnação do mandato eletivo
Definições e conceitos sobre outros institutos de direitos políticos
6.1	O sufrágio: conceito e formas
6.2	O voto
6.3	Elegibilidade e condições de elegibilidade
6.4	Sistemas eleitorais 
	—	sistema eleitoral majoritário
	—	sistema eleitoral proporcional
A Reeleição
7.1 Reeleição presidencial: no Brasil e nos Estados Unidos
Questões
Referências bibliográficas
DIREITO CONSTITUCIONAL II	-AULA N° 09
DIREITOS DE CIDADANIA
Noções elementares sobre os direitos políticos
“...o direito democrático de participação do povo no governo, por seus representantes, acabara exigindo a formação de um conjunto de normas legais, permanentes, que recebera a denominação de direitos políticos...”[1: SILVA, José Afonso da.Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — SãoPaulo : Malheiros, 2002, p. 343]
Conceito de direitos políticos: conjunto de normas legais que disciplina o direito democrático de participação do povo no governo, por meio de seus representantes eleitos na forma prevista em lei.
A Constituição Federal, entre os artigos 14 e 16, trata dos direitos políticos, estabelecendo normas para a regulação da soberania popular, em consonância com o artigo 1º, II, e parágrafo único:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
II - a cidadania
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição
Forma de aquisição dos direitos de cidadania
No Direito Constitucional brasileiro tem-se que a cidadania é um “...status ligado ao regime político...”. É um atributo político que possibilita ao cidadão o direito de participar da vida e do governo do Estado, integrando o quadro da representação política, ou apenas compondo o contingente que, diretamente, elegerá os agentes políticos.[2: SILVA, op. cit., p. 344]
“...Cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja titular dos direitos políticos de votar e ser votado e suas consequências. Nacionalidade é o conceito mais amplo do que cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só o titular da nacionalidade brasileira pode ser cidadão...”[3: SILVA, op. cit., p. 345 ]
Adquirem-se os direitos de cidadania com o alistamento eleitoral. É o cidadão, inscrito como eleitor na Justiça Eleitoral (CF/88, arts. 118 a 121), quem poderá exercer a soberania popular. O título eleitoral válido, emitido pela Justiça Eleitoral, é o documento que atesta a condição de eleitor e assim o identifica.
A Justiça Eleitoral disciplina todos os procedimentos e processos da inscrição eleitoral, e também normatiza, coordena, acompanha, fiscaliza e apura os procedimentos eleitorais em todo o país.
O alistamento eleitoral e o voto são 
—	obrigatórios para os maiores de dezoito anos.
—	facultativos para os analfabetos; os maiores de setenta anos; e para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
Por conscritos, pode-se entender tanto os brasileiros do sexo masculino convocados ou alistados entre os dezessete e dezoito anos no exército, marinha ou aeronáutica, por obrigação legal, como aqueles que estiverem prestando serviço alternativo em razão, por exemplo, de terem se negado a prestar o serviço militar por convicção religiosa – CF/88, art. 5º, “...VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei...”. Também se consideram conscritos os profissionais médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários, que, após o término do curso universitário, estejam prestando o serviço militar obrigatório após o encerramento da faculdade, na forma da Lei Federal nº 5.292/1967, que dispõe sobre a prestação do Serviço Militar pelos estudantes de Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária e pelos Médicos, Farmacêuticos, Dentistas e Veterinários. Também são havidos como conscritos aqueles brasileiros que estejam inscritos nos Centros de Preparação de Oficiais da Reserva – CPOR’s, prestando serviço militar obrigatório.
Mecanismos para se exercitar a soberania popular
A Constituição Federal assegura mecanismos para o exercício direto da soberania popular, e o faz em seu artigo 14, dizendo que a “...soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.
A soberania popular exercida pelo voto direto, secreto e com valor igual para todos, compõe o que se denomina de democracia representativa, na qual os cidadãos elegem seus representantes políticos para que, em seu nome, governem em prol do bem comum.
Na democracia direta, o cidadão é chamado a, diretamente, influir na decisão das políticas públicas em questão. Tem-se, ela, como o exemplo clássico da ágora grega, onde os cidadãos da Grécia Antiga tratavam e decidiam assuntos políticos que interessavam à pólis. 
A denominada democracia semi-direta, nos termos constitucionais brasileiros, se aperfeiçoa por meio do plebiscito, do referendo e da iniciativa popular para propor projetos de lei ao Parlamento.
== PLEBISCITO	os cidadãos eleitores são convocados, previamente, pelo Congresso Nacional (CF/88, art. 49, XV in fine) para manifestarem, pelo voto secreto, sua opinião sobre determinados assuntos de relevância que o Governo pretende implementar: Exemplos:
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País. 
Art. 18. (...)
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 
== REFERENDO	autorizado pelo Congresso Nacional (CF/88, art. 49, XV), por meio do qual os cidadãos são convocados para, pelo voto secreto, decidirem sobre determinado assunto decidido pelo governo (convocação a posteriori). Normalmente, as opções são no sentido de “sim ou não”, “aprovo ou desaprovo”.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
== INICIATIVA POPULAR	os cidadãos, observadas as determinações da Constituição Federal, poderão propor projetos de lei ao Congresso Nacional, iniciando-se, sempre, pela Câmarados Deputados. Após proposta, o projeto de lei de iniciativa popular segue o trâmite normal das demais proposições, na forma como prevista tanto no Regimento Interno da Câmara dos Deputados quanto no Regimento Interno do Senado Federal.
Art. 61. (...)
§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Pelo princípio da simetria, também as Constituições dos Estados e as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios devem prever a possibilidade de os cidadãos apresentarem projetos de lei de iniciativa popular às respectivas Assembleias Legislativas, Câmara Distrital e Câmara de Vereadores.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, (...):
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.
Conceitos de cidadania ativa e de cidadania passiva
“...O núcleo fundamental dos direitos políticos consubstancia-se no direito eleitoral de votar e ser votado, embora não se reduza a isso, mesmo quando se torna a expressão no seu sentido mais estreito. Essa característica fundamental dos direitos políticos possibilita falar em direitos políticos ativos e direitos políticos passivos, sem que isso constitua divisão deles. São apenas modalidades do seu exercício ligados à capacidade eleitoral ativa, consubstanciada nas condições do direito de votar, e à capacidade eleitoral passiva, que assenta na elegibilidade, atributo de quem preenche as condições do direito de ser votado. Os direitos políticos ativos (ou direito eleitoral ativo) cuidam do eleitor e sua atividade; os direitos políticos passivos (ou direito eleitoral passivo) referem-se aos elegíveis e aos eleitos. A distinção tem alguma importância prática, porque gera direitos fundados em pressupostos peculiares...”[4: SILVA, op. cit., p. 345]
CIDADANIA ATIVA:	é a capacidade adquirida pelo cidadão que se encontra no gozo de seus direitos civis e políticos, por meio do alistamento perante a Justiça Eleitoral, quando,então, adquire a condição de eleitor, podendo e devendo participar de todas as eleições determinadas pela Justiça Eleitoral que acontecerem na circunscrição onde se encontrar inscrito. Com eleitor, também se torna apto a exercer todos os direitos relativos ao exercício da soberania popular (participar e votar nos plebiscitos e referendos convocados e autorizados pelo Congresso Nacional, e subscritor projetos de lei de iniciativa popular). As condições para se adquirir a capacidade eleitoral ativa encontram-se descritas nos parágrafos 1º e 2º do artigo 14 da Constituição Federal:
Art. 14 (...)
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
CIDADANIA PASSIVA:	representa um plus em relação à capacidade eleitoral ativa, e diz respeito ao cidadão que, além do poder-dever de votar, também reúne em sua pessoa as condições exigidas pela legislação eleitoral para ser votado e eleito para os cargos políticos na estrutura dos entes políticos da Federação (Vereadores, Deputados Estaduais, Deputados Distritais, Deputados Federais, Senadores, Prefeitos, Governadores de Estados e do Distrito Federal e para a Presidência da República). As exigências e as restrições que se apresentam à aquisição da capacidade eleitoral passiva denominam-se condições de elegibilidade (exigências) e condições de inelegibilidade (restrições), e se encontram descritas nos parágrafos 3º a 9º da Constituição Federal:
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Entretanto, outras condições de inelegibilidade são propostas por meio de Lei Complementar, na forma do § 9º do artigo 14 da Constituição Federal:
§ 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.[5: Trata-se das Leis Complementares nº 64 e 135, que estabelecem os casos de inexigibilidade]
As Leis Complementares que estabelecem condições de inelegibilidade são a Lei Complementar nº 64 e a Lei Complementar nº 135, sendo que a Lei Complementar nº 135, denominada Lei da Ficha Limpa, derivou de um projeto de lei de iniciativa popular, onde (na forma do § 2º do artigo 61 da Constituição Federal) se colheu mais de um milhão de assinaturas em todo o Brasil para se apresentá-lo à Câmara dos Deputados como contribuição da sociedade para depurar o quadro político das pessoas que malversam, nas formas por ela descrita, tanto recursos públicos quanto o próprio mandato eletivo. A tendência é que, como o tempo, as normas da Lei da Ficha Limpa possam contribuir para depurar o quadro político e aperfeiçoar os institutos democráticos brasileiros.
Sobre a perda e suspensão dos direitos políticos e sobre a impugnação do mandato eletivo
Por ser considerada uma extrema forma de violência contra os princípios da democracia representativa, o ordenamento constitucional brasileiro veda, expressamente, a cassação dos direitos políticos do cidadão. 
A cassação dos direitos políticos equivale, guardadas as devidas ressalvas e proporções, à sentença de morte dos direitos de cidadania do indivíduo, pois, com os direitos políticos cassados, ele não mais poderá participar das atividadespolíticas de governo (não poderá votar e nem ser votado, não poderá, nem ao menos, exercer, participar ou subscrever quaisquer daqueles direitos atinentes à soberania popular – democracia semi-direta= referente, plebiscito e iniciativa popular).8
Entretanto, o ordenamento constitucional brasileiro alberga a possibilidade de perda ou suspensão temporária dos direitos políticos:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
I -	cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II -	incapacidade civil absoluta;
III -	condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV -	recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V -	improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
Art. 37.	A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 4º -	Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Em homenagem à lisura do processo eleitoral, e em respeito os princípios que regem a democracia representativa e o direito dos cidadãos de elegerem seus representantes de forma livre e consciente, a Constituição Federal também prevê a impugnação do mandato eletivo perante a Justiça Eleitoral, em casos de indícios ou provas de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude que maculem a lisura e correção dos pleitos eleitorais:
Art. 14. (...)
§ 10 -	O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 -	A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
A Lei Federal nº 8.429/1992, dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional, e, dentre outras providências, tipifica e penaliza os crimes definidos como Atos de Improbidade Administrativa, nas seguintes espécies:
— Art. 9º	Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito;
— Art. 10	Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízos ao Erário;
— Art. 11	Atos de Improbidade Administrativa que Atentam contra os Princípios da Administração Pública.
Para cada espécie desses crimes há penas distintas, que estão definidas no artigo 12 da Lei nº 8.429/1992 (Das Penas), e, no geral, circunscrevem-se, observando-se as peculiaridades de cada um desses crimes tipificados, ao ressarcimento integral do dano, à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefício ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, tudo isso , independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica.
E, com o objetivo de estabilizar o processo eleitoral, definindo as regras para a realização das eleições de forma livre e por todos conhecida, as leis que alterarem o processo eleitoral devem obedecer aos princípios da anterioridade e da anualidade (devem ser aprovadas, promulgadas e publicadas antes da realização das eleições, e um ano antes da realização delas):
Art. 16.	A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência
Definições e conceitos sobre outros institutos de direitos políticos
“...Os direitos políticos positivos consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais. [...] As instituições fundamentais dos direitos positivos são as que configuram o direito eleitoral, tais como o direito de sufrágio, com seus dois aspectos: ativo (direito de votar) e passivo (direito de ser votado); os sistemas e procedimentos eleitorais...”[6: SILVA, op. cit., p. 347]
6.1	O sufrágio
Conceito:
“...O sufrágio [...] é [...] direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal. É um direito que decorre diretamente do princípio de que todo o poder emana do podo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Constitui a instituição fundamental da democracia representativa e é pelo seu exercício que o eleitorado [...] outorga legitimidade aos governantes. Por ele também se exerce diretamente o poder em alguns casos: plebiscito e referendo. Nele consubstancia-se o consentimento do povo que legitima o exercício do poder. E aí está a função primordial do sufrágio, de que defluem as funções de seleção e nomeação das pessoas que hão de exercer as atividades governamentais...” — sem grifos no original[7: SILVA, op. cit., p. 348]
Em síntese, pode-se dizer que o sufrágio é o próprio direito de escolha dos representantes que irão exercer as atividades político-administrativas nas estruturas o Estado e que, por emanar da vontade do povo, legitima o exercício do poder e as decisões daqueles eleitos.
Formas:
—— quanto à extensão:
—— sufrágio universal:	“...quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna e capacidade especial...”. Quando mais ampla a base dos cidadãos aptos a exercerem o direito de votar, mais democrático o sistema eleitoral.[8: SILVA, op. cit., p. 350]
A Constituição Federal brasileira, no seu artigo 14, oferta duas condições relativas à universalidade do sufrágio em solo pátrio, pois exige que a pessoa:
preencha requisitos de nacionalidade, idade e capacidade;
aliste-se como eleitora perante a Justiça Eleitoral.
——sufrágio restrito:	“...ou qualificado [...] quando só é conferido a indivíduos qualificados por condições econômicas ou de capacidades especiais. Trata-se de sufrágio discriminatório e antidemocrático, que exclui do direito subjetivo de votar e de participar do processo político e do governo a massa do provo que não possua aquelas qualificações fortuitas e circunstancias de fortuna e capacidades especiais...”.[9: SILVA, op. cit., p. 350]
Como exemplo de sufrágio restrito ou qualificado têm-se quando se limita o quadro de cidadãos aptos a exercê-lo por restrições relativas à capacidade econômica-patrimonial, ao gênero (proibição do voto feminino), ou à formação acadêmica. Fala-se, então, em sufrágio censitário e sufrágio capacitário.
Tem-se como sufrágio censitário quando a legislação aplicável exige ao individuo qualificação econômica específica para que possa ter o direito de votar e de ser votado: propriedade de bens imóveis, de determinada renda mínima, ou de capacidade contributiva, na forma de pagamento de tributos em valores mínimos especificados. 
O sufrágio capacitário transparece quando se exigem capacidades especiais do cidadão para ser eleitor ou eleito e, notadamente, essas capacidades especiais referem-se, no geral, ao grau de instrução, a exemplo da exigência de o eleitor ser alfabetizado (grau leve), ou de possuir diploma de formação superior (grau máximo). De certa forma, o sufrágio capacitário representa forma discriminatória de compor o quadro eleitoral.
——sufrágio igual:	“one man, one vote”. A democracia exige que que os cidadãos possuam valorização igual na hora de escolher e de ser escolhidoem eleições livres. Não se pode e não se deve valorar desigualmente os eleitores para que exerçam esse seu direito de cidadão. “...O que importa mesmo, para a realização do sufrágio igual, é que a nenhum eleitor seja atribuído mais votos que a outros...”. Esse princípio da igualdade do sufrágio encontra-se esculpido no caput do artigo 14 da Constituição Federal brasileira.[10: SILVA, op. cit., p. 351]
——sufrágio desigual:	“...O sufrágio igualitário consiste basicamente em outorgar a determinados eleitores, por circunstância especial, o direito de votar mais de uma vez ou de dispor de mais de um voto para prover um mesmo cargo. Dá-se um ou mais votos suplementares. Trata-se de reforçar em razão de pressupostos elitistas a participação de determinados eleitores. Este tipo de sufrágio reforçado manifesta-se no voto múltiplo, no voto plural e no voto familiar...”.[11: SILVA, op. cit., p. 352]
Voto múltiplo:	defere-se ao eleitor o direito de votar mais de uma vez, mas em circunscrições diferentes, por exemplo: na circunscrição do seu domicílio, na de seu local de estudos e na de seu local de trabalho;
Voto plural:	ao eleitor defere-se a prerrogativa de votar mais de uma vez, mas na mesma circunscrição eleitoral;
Voto familiar:	ao pai de família é dado o direito de votar por ele próprio, e o direito de mais votar tantas vezes quantas sejam os membros da” família que chefia”.
As formas de sufrágio desigual, como espécies do sufrágio restrito, são discriminatórias, elitistas e antidemocráticas. “...Um princípio, porém, é certo: ninguém é elegível se não for eleitor...”.[12: SILVA, op. cit., p. 354]
6.2	O voto
O voto é o modo pelo qual se exerce o direito do sufrágio.
Se o sufrágio pode ser sintetizado como o direito de o cidadão poder escolher aqueles que pretende ver à frente dos negócios do Estado, o voto é o meio, o instrumento pelo qual o cidadão exerce o esse direito de escolha. É pelo voto que ele elege os agentes políticos. Também se vota quando da democracia participativa, a exemplo dos referendos e dos plebiscitos.
“...O voto é, pois, distinto do sufrágio [...]. Este é o direito político fundamental das democracias políticas. Aquele emana desse direito. É a sua manifestação no plano prático. Constitui seu exercício...”.[13: SILVA, op. cit., p. 355]
Para que o eleitor possa, democraticamente, exercer seu direito de sufrágio pelo meio do voto, impõe-se algumas necessidades-condições:
—	eleições livres;
—	sufrágio universal;
—	voto igual e direto;
—	sigilo do voto:
—	uso de cédulas oficiais ou do sistema eletrônico oficial, conforme determinação da Justiça Eleitoral;
—	isolamento do eleitor (cabine eleitoral indevassável);
—	inviolabilidade do voto e do sistema de contagem e apuração.
A Constituição Federal brasileira assegura, em seu artigo 14, que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, “...obrigatório para os eleitores de 18 a 70 anos, facultativo para eleitores analfabetos, os de 16 a 18 anos e os maiores de 70 anos; direto [...] e com valor igual...”[14: SILVA, op. cit., p. 362]
6.3	Elegibilidade e condições de elegibilidade
“...a elegibilidade se refere à capacidade eleitoral passiva, à capacidade de ser eleito. Tem elegibilidade, portanto, quem preencha as condições exigidas para concorrer a um mandado eletivo. Consiste, pois, a elegibilidade no direito de postular a designação dos eleitores a uma mandato político no Legislativo ou no Executivo. Numa democracia, a elegibilidade deve tender à universalidade, tanto quanto o direito de alistar-se eleitor. Suas limitações não deverão prejudicar a livre escolha dos eleitores, mas ser ditadas apenas por considerações práticas, isentas de qualquer condicionamento político, econômico, social ou cultural...”[15: SILVA, op. cit., p. 365]
Para que o cidadão possua a capacidade eleitoral passiva no direito constitucional brasileiro, especificamente no tocante ao direito constitucional eleitoral, exige-se que esteja no gozo dos direitos políticos (seja eleitor) e:
—	que preencha as exigências legais de elegibilidade;
—	que não incida em condições de inelegibilidade.
As condições de elegibilidade estão, em regra, disposta nos §§ 3º e 8º do artigo 14 da Constituição Federal:
Art. 14. (...)
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
As condições de inelegibilidade estão, em regra, disposta nos §§ 4º a 7º e 9º do artigo 14 da Constituição Federal:
Art. 14. (...)
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
As Leis Complementares nº 64 e 135 tratam das condições de inelegibilidade de que cuida o § 9º do artigo 14 da Constituição Federal, estabelecendo “...casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato...”.
6.4	Sistemas eleitorais
Nas democracias contemporâneas, tais e quais a brasileira, é por intermédio das eleições que o eleitor (os cidadãos, o povo) escolhe e legitima seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo, e, na forma representativa, participa na formação da vontade do governo. 
As eleições são instrumentos e institutos importantes no princípio e no sistema democrático. Elas são, em síntese, o momento pelo qual os cidadãos, exercitando seu direito ao sufrágio por meio do voto, escolhem seus representantes políticos para as estruturas políticas do Estado (Legislativo e Executivo). Quanto mais livres e universais, mais democráticas as eleições.
O sistema eleitoral é o “...conjunto de técnicas e procedimentos que se empregam na realização das eleições, destinados a organizar a representação do provo no território nacional...”.[16: SILVA, op. cit., p. 367]
——	Sistema eleitoral majoritário
Por esse sistema eleitoral, em regra, é eleito o candidato que obtivera maioria (absoluta ou relativa) dos votos, considerando-se não eleito os demais candidatos ao mesmo cargo em disputa.
O sistema eleitoral majoritário poderá ser:
—	simples, em um só turno, elegendo-se o mais votado;
—	por maioria absoluta, em que somente se considera eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos e, se nenhum o conseguir, realiza-se nova eleição, geralmente com os dois primeiros mais votados na primeira eleição.
No direito brasileiro, o sistema eleitoral majoritário é utilizado:
—	por maioria relativa (único turno), para a eleição de Senadores (“...Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário...”) e de Prefeitos de Municípios com até duzentos mil eleitores; 
—	por maioria absoluta (dois turnos), para a eleição de Presidente e Vice-Presidente da República, Governadores e Vice-Governadores dos Estados e do Distrito Federal e de Prefeitos de Municípios com mais de duzentos mil eleitores: 
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; 
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. § 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
——	Sistema eleitoral proporcional
Por esse sistema eleitoral, “...pretende-se que a representação, em determinado território (circunscrição), se distribua em proporção às correntes ideológicas ou de interesse integrada nos partidos políticos concorrentes...”.[17: SILVA, op. cit., p. 370]
Para se determinar quem são os eleitos e qual o número de eleitos por partido político, deve-se considerar:
os votos válidos, contando-se os votos dados à legenda partidária (votação apenas em nome do partido) e os votos dados aos candidatos, desprezando-se os votos em branco e os votos nulos (CF/88, art. 77, § 2º);
o quociente eleitoral, dividindo-se o número de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa na Casa Parlamentar, “...desprezada a fração igual ou inferior a meio, arredondando-se, para 1, a fração superior a meio...”[18: SILVA, op. cit., p. 371]
o quociente partidário, para obtenção do número de cadeiras do partido na Casa Parlamentar, dividindo-se o número de votos obtidos pela legenda (incluindo os votos dados aos candidatos que concorreram por ela) pelo quociente eleitoral, desprezada a fração;
a distribuição dos restos, na hipótese de, após apurados os candidatos eleitos e o número de cadeiras de cada partido na Casa Parlamentar, sobrar restos de cada legenda, procede-se à distribuição desses restos na forma adotada previamente;
“...Para solucionar esse problema de distribuição dos restos ou das sobras, o direito brasileiro adotou o método da maior média, que consiste no seguinte: adiciona-se mais um lugar aos que foram obtidos por cada um dos partidos; depois, toma-se o número de votos válidos atribuídos a cada partido e divide-se por aquela soma; o primeiro lugar a preencher caberá ao partido que obtiver a maior média; repita-se a mesma operação tantas vezes quantos forem os lugares restantes que devam ser preenchidos, até sua total distribuição entre os diversos partidos (Código Eleitoral, art. 109)...”[19: SILVA, op. cit., p. 371]
a determinação dos eleitos dá-se observando-se os candidatos mais votados em cada partido, considerando-se o número de cadeiras que cada partido político conquistou;
que na falta de quociente eleitoral, quando nenhum partido político atingir o número mínimo na divisão dos votos válidos pelo número de cadeiras em disputa na Casa Parlamentar, “...considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados. É a solução dada pelo art. 111 do Colégio Eleitoral...”.[20: SILVA, op. cit., p. 375]
No Brasil, o sistema eleitoral proporcional é utilizado para as eleições de Vereadores, Deputados Estaduais e Distritais e Deputados Federais.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
A Reeleição
“...Reeleição significa a possibilidade que a Constituição reconhece ao titular de um mandato eletivo de pleitear sua própria eleição para um mandado sucessivo ao que está desempenhando. A tradição do Direito Constitucional brasileiro sempre foi a de admitir a reeleição de titulares de mandatos parlamentares (Senadores, Deputados e Vereadores) e a de proibir a reeleição para mandatos executivos. A EC 16, de 4.6.97, contudo, rompeu com esta última tradição, dando nova redação ao § 5º do artigo 14 da Constituição de modo a possibilitar a reeleição de Presidente da República, de Governadores de Estado e do Distrito Federal, de Prefeitos e de quem os houver sucedido ou substituído no curso do mandato...”.[21: SILVA, op. cit., p. 368]
A reeleição, em verdade, é uma eleição como uma outra eleição qualquer para os cargos do Poder Executivo brasileiro, somente que, como característica, nela concorrem (podem concorrer, observadas as restrições constitucionais) os atuais ocupantes dos cargos para os quais haverá a eleição, mas, somente, para um outro mandato subseqüente.
Os ocupantes de cargos no Poder Executivo (Prefeitos, Governadores e Presidente da República), se desejarem concorrem à reeleição para o mesmo cargo, não precisam se desincompatibilizar, e concorrem mantendo-se no cargo até as respectivas eleições. Entretanto, se desejarem concorrer a outro cargo qualquer, deverão se desincompatibilizar seis meses antes das eleições, conforme disciplina o § 6º do artigo 14 da Constituição Federal.
A reeleição presidencial no Brasil e nosEstados Unidos da América
No Brasil não havia o instituto jus-político da reeleição para os mandatos eletivos do Poder Executivo: desde a proclamação da República, em 1889, o direito brasileiro somente concedia a faculdade da reeleição para os detentores de mandatos eletivos parlamentares (Vereadores, Deputados e Senadores).
Foi com a Emenda Constitucional nº 16, de 4 de junho de 1997, que se introduziu, no Direito Constitucional brasileiro, a reeleição para os cargos do Poder Executivo (Prefeitos, Governadores e Presidente da República). Essa EC nº 16, alterando o texto do § 5º do artigo 14 da Constituição Federal, dispôs: 
Art. 14 (...)
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
No tocante, mais especificamente, à reeleição para a Presidência da República, instituto esse típico do direito americano (que o alberga desde os primórdios do seu primeiro Presidente), há uma notória e substancial diferença entre o direito à reeleição para a presidência no direito constitucional brasileiro e no direito constitucional norte-americano.
Nos Estados Unidos da América, onde sempre houve a possibilidade de os Presidentes se reelegerem, foi incorporada a 22ª Emenda à Constituição, em 1951, após a morte do ex-presidente Franklin Delano Roosevelt (eleito para quatro mandatos presidenciais consecutivos), limitando a reeleição presidencial a dois mandatos seguidos, e somente a dois mandatos. A partir da 22ª Emenda, ninguém poderá ser presidente dos Estados Unidos por mais de dois mandatos.
Amendment XXII
Section 1.
No person shall be elected to the office of the President more than twice, and no person who has held the office of President, or acted as President, for more than two years of a term to which some other person was elected President shall be elected to the office of the President more than once. But this article shall not apply to any person holding the office of President when this article was proposed by the Congress, and shall not prevent any person who may be holding the office of President, or acting as President, during the term within which this article becomes operative from holding the office of President or acting as President during the remainder of such term.
Section 2.
This article shall be inoperative unless it shall have been ratified as an amendment to the Constitution by the legislatures of three-fourths of the several states within seven years from the date of its submission to the states by the Congress.
Seção 1. Ninguém poderá ser eleito mais de duas vezes para o cargo de Presidente, e pessoa alguma que tenha sido Presidente, ou desempenhado o cargo de Presidente por mais de dois anos de um período para o qual outra pessoa tenha sido eleita Presidente, poderá ser eleita para o cargo de Presidente mais de uma vez. Mas esta emenda não se aplicará a qualquer pessoa no desempenho do cargo de Presidente na época em que esta emenda foi proposta pelo Congresso, e não poderá impedir qualquer pessoa, que seja Presidente, ou esteja desempenhado o cargo de Presidente, durante o período dentro do qual esta emenda entrar em vigor, ser Presidente ou agir como Presidente durante o resto do período.
Seção 2. Este artigo não entrará em vigor enquanto não for ratificado, como emenda à Constituição, pela Legislatura de três quartos dos diversos Estados dentro de sete anos da data de sua apresentação aos Estados pelo Congresso.
No Brasil, no entanto, a EC nº 16 não trouxe essa limitação e, por conseguinte, o país sempre poderá se ver às voltas com a possibilidade de um ex-presidente voltar a ser presidente e ou, de alterar a Constituição para permitir mandatos sucessivos (em uma espécie de aristocracia político-partidária,um minus para a ditadura do partido único).
Questões
O que são direitos políticos?
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Diferencie sufrágio de voto.
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Diferencie capacidade eleitoral ativa de capacidade eleitoral passiva. 
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Esclareça o que são condições de elegibilidade.
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Esclareça o que são condições de inelegibilidade.
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Quais são os sistemas eleitorais adotados pelo ordenamento constitucional eleitoral brasileiro, e para quais eleições eles são respectivamente adotados?
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Referências bibliográficas
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 28ª ed. —São Paulo : Malheiros, 2013
SILVA, José Afonso da.Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — São Paulo : Malheiros, 2002
_______. Aplicabilidade das normas constitucionais. 8ª ed. — Malheiros : São Paulo, 2012
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed. — São Paulo : Saraiva, 2002,

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