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cultura surda e seu embate com a cultura ouvinte

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ISSN 2176-1396 
 
 
CULTURA SURDA E SEU EMBATE COM A CULTURA OUVINTE 
 
Valdilson José Santos da Silva
 1
 - SEED 
Edimara Alves Fagundes
2
 - SEED 
 
Grupo de Trabalho – Diversidade e Inclusão 
Agência Financiadora: não contou com financiamento 
 
Resumo 
 
Esse artigo é realizado por dois professores atuantes na Educação de Jovens e Adultos – EJA 
e preocupados com a cultura surda, uma vez que essa instituição de ensino está cada vez mais 
sendo requisitada por esse público, no intuito de atender as necessidades dos surdos no que 
tange a vida escolar, buscaram pesquisadores que tratam deste tema e mostram as conquistas 
e dificuldades existentes na sociedade para que essa comunidade seja aceita. Existe uma forte 
discriminação na sociedade e também uma resistência no ambiente escolar para compreender 
a cultura surda bem como seus direitos. O presente artigo está dividido em três partes, em um 
primeiro momento destaca-se a cultura e a identidade surda, embasando-se no pensamento de 
Strobel (2008), Santos (2006), Merserlian e Vitaliano (2009) e Cotrim (1999). A segunda 
parte aborda sobre o desconhecimento da cultura surda e suas consequências na sociedade, 
utilizando o pensamento de Strobel (2008) e Hall (2011) e descrição de fatos reais vivenciados 
por surdos, e experiências vividas pelo autor do artigo como intérprete de Libras e reflexões 
da autora como professora de alunos surdos. A última parte fala sobre a importância da 
interação entre surdos e ouvintes utilizando como referencial teórico os estudos de Amaral 
(1998) e Karnopp (2008). Nas considerações finais ressalta-se a importância da interação 
entre surdos e ouvintes que pode promover a superação do preconceito e consequentemente 
um melhor desempenho escolar. 
 
Palavras-chave: Educação. Cultura surda. Ouvintes 
Introdução 
Os surdos vivem em dois mundos distintos, um da cultura surda e outro dos ouvintes, 
essa dicotomia pode gerar um isolamento por parte dos surdos, uma vez que a maioria dos 
 
1 Graduado em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná, Tradutor Intérprete do ensino médio e 
fundamental para jovens e adultos na Secretaria de Estado de Educação do Paraná. E-mail: 
valdilson.ignacio@gmail.com. 
2 Mestra em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná – UTP. Licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade 
de Artes do Paraná. Professora do Estado do Paraná para jovens e adultos. E-mail: 
edimarafagundes@hotmail.com. 
26209 
 
ouvintes parece não fazer esforço para comunicar-se e aproximar-se da cultura surda. 
Consequentemente os surdos sentem-se discriminados e desvalorizados pelos ouvintes. 
O autor deste artigo interessou-se pelo estudo da Língua Brasileira de Sinais – 
LIBRAS, por um motivo pessoal, dos seus quatro irmãos, dois são surdos, na tentativa de 
melhorar a comunicação entre eles, procurou estudar LIBRAS, seu primeiro contato com a 
língua foi através da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro em 1998. Nessa Igreja havia um 
ministério com surdos, a partir do envolvimento com essa comunidade houve uma abertura 
para o conhecimento da cultura surda. 
Posteriormente seu conhecimento aprimorou-se através de uma amiga surda que 
possibilitou a prática cotidiana com LIBRAS, assim o que em princípio tinha como objetivo 
melhorar a interação e comunicação com os irmãos acabou tornando-se uma profissão. A 
partir desse momento, houve um grande envolvimento com a cultura surda, através de 
participação em Congressos, Palestras, Seminários, Associações e principalmente pelo 
contato com a comunidade surda, uma vez que o aprendizado da LIBRAS ocorreu 
principalmente em virtude das interações com os surdos. 
Tal engajamento com a cultura surda acarretou no exercício informal de intérprete de 
LIBRAS, fazendo mediações em caso de necessidade, como acompanhamento de surdos a 
consultas médicas, audiências e na comunicação de um modo geral. 
Após a graduação em Pedagogia, houve o envolvimento com o processo de ensino e 
aprendizagem nas escolas do Estado do Paraná para ensino fundamental e médio. Assim, a 
carreira profissional do autor está diretamente ligada com a vida pessoal e essa vinculada a 
cultura surda. 
A autora deste artigo atua como professora de arte de ensino fundamental e médio 
desde 1996, o contato com a cultura surda no ambiente escolar ocorreu somente em 2014, ao 
lecionar para uma aluna surda. Essa situação foi encarada como um desafio, pois surgiram 
diversos questionamentos no sentido de modificar a prática pedagógica para atender as 
necessidades da aluna. 
Percebeu-se que o fato de ter um intérprete de LIBRAS na sala de aula acarreta em 
certa comodidade por parte dos professores, que normalmente seguem o mesmo protocolo 
para lecionar. Nesse caso, ocorreu ao contrário, o intérprete foi uma oportunidade para 
frequentes trocas acerca da cultura surda, interações com a aluna e adaptações das aulas. Essa 
busca por adentrar no mundo dos surdos, provocou diversas leituras e debates junto ao 
intérprete, o que resultou na produção deste artigo. 
26210 
 
Grande parte da sociedade desconhece o que é a cultura surda, apenas sabem que os 
surdos existem e se comunicam por meio de sinais, desse modo é possível afirmar que a 
sociedade não se interessa por essa cultura. É sabido que a comunidade surda vem lutando 
cada vez mais para conquistar seu espaço na sociedade. É um trabalho árduo que requer muito 
esforço e perseverança e que também conta com ajuda de ouvintes e tradutores intérpretes de 
Língua de Sinais. 
Desta maneira, o presente artigo discute a despeito da cultura surda, uma vez que 
existe uma identidade própria, uma especificidade dos seus processos culturais, que por vezes 
gera uma dificuldade com a cultura ouvinte, pelo fato de serem julgados como deficientes ou 
incapacitados. 
A problemática da investigação se concentra no confronto gerado na relação entre a 
cultura surda e a ouvinte, mostrando o distanciamento e as barreiras que impedem uma 
relação mais interativa. 
O artigo é composto de três partes, a primeira versa sobre a cultura de um modo geral 
apropriando-se do pensamento de Santos (2006) e Cotrim (1999), em seguida aborda-se a 
cultura surda através da pesquisadora surda Strobel (2008), cuja experiência de vida endossa 
autenticidade ao tema. 
A segunda parte mostra o quanto a sociedade desconhece a cultura surda, criando 
barreiras que dificultam a interação e a valorização dessa comunidade. Utilizando os autores 
Strobel (2008) e Hall (2011) 
A terceira parte aponta caminhos possíveis para uma relação entre surdos e ouvintes, 
considerando a interação uma ferramenta fundamental neste processo, Amaral (1998) 
fundamenta essa discussão. 
 
Cultura e Identidade Surda. 
 
É comum que a cultura seja associada a fazeres e hábitos elitizados, por exemplo, ir ao 
museu, ler livros, ouvir música clássica, apreciar balé. Conforme Santos (2006) a cultura 
pensada a partir do senso comum, está muito associada ao estudo e a educação. Do mesmo 
modo Cotrim (1999, p.14), afirma que “na linguagem cotidiana dizemos que um homem 
frequenta boas escolas, leu bons livros e possui modos refinados é pessoa de cultura”. 
A cultura sendo vista meramente como algo refinado se restringe a uma classe e 
menospreza as demais, Santos (2006) coloca o conceito de cultura como uma totalidade, 
26211 
 
abrangendo a humanidade, seus diferentes povos e a multiplicidade dos grupos humanos. 
Desse modo a cultura não é algo limitado que pode ser associado a um só grupo, ela faz parte 
de todos os povos independente da crença, hábitos, atitudes e nível social. Corroborando com 
este pensamentoCotrim (1999, p.15) afirma que “A cultura pode ser considerada, portanto, 
como amplo conjunto de conceitos, de símbolos de valores e atitudes que modelam uma 
sociedade. Ou seja, a cultura engloba o que pensamos, fazemos e temos enquanto membros de 
um grupo social”. 
Entretanto numa mesma população há diferentes grupos sociais, com hábitos, atitudes 
e valores múltiplos. Podendo ocorrer discriminação em virtude das diferenças. Como exemplo 
duas pessoas que nasceram no mesmo país, moram na mesma cidade, vivem no mesmo bairro 
e estudam na mesma instituição, podem em diversos momentos divergir. 
Do mesmo modo ocorre entre a cultura surda e a ouvinte, pois a forma de 
comunicação entre essas culturas são diferentes, gerando um embate injusto, pois a maioria 
ouvinte acaba se sobressaindo na cultura geral, Strobel (2008) cita o exemplo de uma ouvinte 
que se sente estranha diante de uma festa para surdos, vendo que a forma de comunicação era 
tão diferente, que acabou constrangida por não compreender a língua de sinais. 
Esse exemplo demonstra o que ocorre frequentemente com os surdos mediante a 
comunicação com os ouvintes, pois os ouvintes em sua maioria desconhecem as necessidades 
dos surdos e ao mesmo tempo atribuem a essa cultura um “defeito” algo que precisa ser 
reparado, ao comparar o nascimento de crianças entre surdos e ouvintes Strobel (2008, p. 23) 
afirma, 
[...] o nascimento de uma criança surda é uma catástrofe porque estão acostumados 
com o padrão “normalizador” para interagir à vida social e também desconhecem o 
“mundo dos surdos”. Por outro lado, na maioria das vezes, o povo surdo acolhe o 
nascimento de cada criança surda como uma dádiva preciosa e não agem como os 
pais ouvintes que sofrem exageradamente o desapontamento inicial de gerarem seus 
filhos surdos, isto é evidenciado nas várias gerações de famílias com todos os 
membros surdos da família. 
O termo “cultura” possui significados variados, dentro de seu conceito geral, portanto 
na área da surdez, a palavra cultura representa para os surdos uma afirmação de sua 
identidade, nesse sentido a forma de se comunicar está imbuída de uma especificidade – a 
língua de sinais, onde se centraliza o seu espaço linguístico. Acaba que, a língua de sinais 
torna-se uma marca subjetiva. 
A Cultura surda possui suas especificidades como qualquer outra cultura. A esse 
respeito Strobel (2008, p. 37) utiliza o conceito de “artefatos”, que “[...] não se refere apenas a 
26212 
 
materialismos culturais, mas àquilo que na cultura constitui produções do sujeito que tem seu 
próprio modo de ser, ver, entender e transformar o mundo”. 
Um dos artefatos é a questão visual, para os surdos a experiência visual faz parte de 
sua cultura, a percepção visual amplia e favorece a interação com o mundo a sua volta. Como 
são pessoas extremante visuais, o ambiente faz diferença, dependendo da situação em que se 
encontram, não são favoráveis a lugares escuros. Strobel (2008) relata uma situação visual 
que experienciou em determinada circunstância. 
[...] meu namorado ouvinte me disse que iria fazer uma surpresa pra mim pelo meu 
aniversário; falou que iria me levar a um restaurante bem romântico. Fomos a um 
restaurante escolhido por ele, era um ambiente escuro com velas e flores no meio da 
mesa, fiquei constrangida porque eu não conseguia acompanhar a leitura labial do 
que ele me falava por causa da falta de iluminação, pela fumaça de vela que 
desfocava a imagem do rosto dele, que era negro, e para piorar, havia um homem no 
canto do restaurante tocando musicas que, sem poder escutar, me irritava e me fazia 
perder a concentração por causa dos movimentos dos dedos repetidos de vai-e-vem 
com seu violino. Meu namorado percebeu o equivoco e resolvemos ir a uma 
pizzaria! Strobel (2008, p. 38) 
 Levar um surdo em um ambiente escuro sem nenhuma iluminação é uma forma de 
desrespeito ou uma agressão contra eles porque são pessoas visuais. Pois como o sujeito surdo 
não possui a audição consequentemente há a ausência do som. Por isso que as percepções 
visuais se tornam bastante amplas, faz uma ligação com as expressões faciais e corporais. 
Strobel (2008) cita outros tipos de artefatos encontrados na cultura surda como: artefato 
cultural familiar, artefato cultural linguístico, artefato literatura surda, artefato vida social e 
esportiva entre outros. 
Os artefatos ao mesmo tempo em que são fixos, podem se alterar dependendo da 
circunstância, cultura ou tempo histórico. Fazendo uma relação da identidade surda com a 
concepção de identidade de Hall (2011) que considera a identidade algo em constante 
mobilidade e que 
É definida historicamente e não biologicamente. O sujeito assume identidades 
diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de 
um “eu” coerente. Dentro de um nós há identidades contraditórias, empurrando em 
diferentes direções de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente 
deslocadas. Hall (2011, p. 13) 
Existe uma identidade surda, ela se configura de diferentes modos, Perlin (2006, p. 
138), a primeira doutora surda do país, assegura que, “As identidades surdas são 
multifacetadas, fragmentadas, em constantes mudanças; jamais se encontra uma identidade 
26213 
 
mestre, um foco. Os surdos passam a serem surdos através da experiência visual, de adquirir 
certo jeito de ser surdo”. 
A identidade surda se revela múltipla porque não existe somente uma cultura, em cada 
região há uma peculiaridade que revela o modo de ser das pessoas. No caso do Intérprete de 
Língua de Sinais e do professor, torna-se fundamental aproximar-se de cada contexto para 
perceber a identidade de cada grupo e de cada aluno. 
A pesquisadora surda Strobel (2008) declara que a cultura surda tem o seu jeito de 
compreender o mundo a sua volta com sua percepção visual, essa pratica auxilia na definição 
das identidades surdas. Isso torna ampla a língua, as crenças, os costumes e os hábitos da 
comunidade surda. O conceito geral leva a entender que os surdos têm a sua cultura própria. 
 Existe uma luta por parte da comunidade surda para que sua cultura seja incluída, no 
contexto social. Strobel (2008) afirma que muitos surdos só descobrem sua cultura 
tardiamente, na fase adulta, a maioria deles são filhos de pais ouvintes que dificultam o 
processo de descoberta de sua identidade. O que confirma o quanto os ouvintes precisam 
conhecer e valorizar a cultura surda, pois além de impedirem que os surdos se reconheçam e 
convivam entre si, também creem que seu modo de interagir com o mundo ocorra da mesma 
forma que os ouvintes. 
A desvalorização da cultura surda está endossada pela própria legislação, pois somente 
em 2002 houve o reconhecimento da LIBRAS como uma língua, através da lei nº 10.436/24 
de abril de 2002. E apenas em 2005 é lançado o decreto 5.626 de 22 de dezembro que cria 
normas para inserção da LIBRAS no contexto educacional e na sociedade. 
Em virtude do atraso da lei os surdos eram vistos pela sociedade como “deficientes e 
incapazes” para atuarem no meio social. Em decorrência da lei de 2002 percebeu-se que 
muitos surdos iniciaram seu processo de escolarização, embora tardiamente, porém a lei os 
amparou oferecendo profissionais capacitados para mediar a comunicação no contexto 
escolar. 
 Após o reconhecimento da LIBRAS como língua é que iniciaram os cursos de 
capacitação para os profissionais da educação, inclusão da disciplina de LIBRAS nos cursos 
de licenciatura e acompanhamento do intérprete nas escolas públicas para os surdos. 
Mas, além disso, houve o reconhecimento de uma cultura e identidade surda, 
proporcionado tardiamente a partir de 2002, porém atualmente percebe-se um crescimentoconstante de pesquisadores, professores, intérpretes atuando nesta área de conhecimento. Isso 
26214 
 
revela o quanto os surdos estão sendo valorizados e respeitados a partir da sua cultura e 
identidade. 
 
Desconhecimento da cultura surda na sociedade 
 
A cultura surda em nossa sociedade é vista de modo inferiorizado em virtude do 
preconceito criado e transmitido de geração em geração, 
 A história dos surdos e a origem da exclusão podem ser contadas a partir de 
diversos recortes da história da humanidade. Na literatura mundial, os registros são 
os mais variados e vão desde o sacrifício até a escravização de surdos, considerados 
inferiores. Em outras sociedades, os surdos ficavam restritos a seus lares, por 
vergonha da família, tal situação perdura em algumas casas até hoje. Garcêz (2006, 
p. 2-3) 
O preconceito e desvalorização dos surdos na sociedade vêm de longa data, “Até 
meados do século XVI surdos denominados surdo-mudos, eram considerados ineducáveis e, 
consequentemente, deixados a margem como inúteis a coletividade.” (DIAS, 2006, p. 28). Em 
virtude disso “[...] enfrentavam o preconceito, a piedade, o descrédito, e até mesmo a 
denominação de loucos.” (MERSERLIAN; VITALIANO, 2009, p. 2). 
Mesmo diante desta visão preconceituosa em relação aos surdos, houveram pessoas 
que de certo modo perceberam suas necessidades, dentre elas pode-se citar o trabalho do 
abade Charles Michel L’Epee, cria um asilo para surdos em 1870 em Paris, conforme 
Merserlian e Vitaliano (2009, p. 3), “para o abade o essencial na educação de surdos era a 
possibilidade que possuíam em aprender a ler e a escrever por meio da língua de sinais [...].” 
Em 1880 no Congresso de Milão houve grande debate sobre o ensino e aprendizado da 
comunidade surda no contexto escolar e no ambiente familiar. O congresso gerou uma 
revolução a ponto de eliminarem a língua de sinais, sendo substituída pela oralização, essa 
decisão foi imposta pelos ouvintes e acabou reforçando a exclusão dos surdos na sociedade, 
pois provocou um grande isolamento entre eles. 
A exclusão dos surdos na sociedade ocorreu porque muitos não tinham o entendimento 
de sua língua e interesse em aprendê-la, a proibição do uso da língua de sinais pode ser 
considerada pontual, mas seus efeitos repercutem até hoje, pois ainda ocorre a exclusão. 
Os surdos são vistos como deficientes e incapazes, sendo comparados muitas vezes 
como inúteis, que não contribuem com a sociedade. Strobel (2008) relata um fato que 
presenciou juntamente com seus alunos do curso de Letras Libras, 
26215 
 
[...] eu junto de um grupo de alunos surdos que passaram no vestibular para Letras 
Libras, fomos conversar com uma assistente social para vermos o alojamento para 
eles, elucidei para ela que sou doutoranda e eles são os alunos da graduação e 
finalizei explicando o motivo por estar lá, a assistente social pegou o papel para 
fazer o cadastro e perguntou para nós: “vocês sabem ler?”, abismada expliquei 
novamente que sou doutoranda e eles tem a graduação, ela repetiu a pergunta... 
Irritei-me: Pensa que somos analfabetos? (STROBEL, 2008, p. 23). 
É dessa forma que grande parte da sociedade vê a pessoa surda, que não sabe ler e 
escrever, ou seja, como se fossem todos analfabetos. Ignorando o fato de que todas as 
pessoas, independente da capacidade física ou intelectual têm direito ao acesso a educação. 
Strobel (2008) relata mais um caso de indignação, dessa vez não foi em ambiente 
universitário, quando um jovem visita um consultório médico, 
Um sujeito surdo foi à consulta médica, o médico fez a pergunta para escrever a 
história de vida dele: “qual grau de sua instrução?” O paciente surdo respondeu que 
estava fazendo mestrado, o médico articulou abismado: “você? Mestrado?” Como se 
não acreditasse na resposta. (STROBEL, 2008, p. 24). 
O jornal G1Paraná, noticiou em 2007, um grande equívoco na cidade de Londrina PR 
em que um jovem surdo foi preso por engano. Houve um mal entendido por conta de um 
cliente que dizia que um rapaz saiu da loja armado e por pouco não realizou um assalto. A 
confusão começou logo que o dono da loja acionou a polícia. Ao ser localizado pela polícia, 
por pouco não ocorreu uma tragédia, pois os policiais ao verem o rapaz desobedecer a ordem 
de parar quase atiraram. 
Logo após ser detido pelos policiais o jovem surdo foi levado para a delegacia, onde 
ficou preso por 13 dias. Esse equívoco ocorreu porque o jovem surdo ao utilizar a língua de 
sinais para se comunicar, não foi compreendido pelas pessoas da loja, desse modo, resolveu 
mostrar a carteira que estava em sua cintura, neste momento as pessoas que ali estavam 
pensaram que fosse um assalto. 
Desta forma percebe-se que o desconhecimento da língua de sinais ocasiona esse tipo 
de constrangimento com a pessoa surda. Na cidade de Cuiabá no Estado de Mato Grosso 
aconteceu um fato marcante e indignante, envolvendo mais um surdo inocente. 
26216 
 
 O jovem Ademar Silva de Oliveira, de 19 anos, foi morto por policiais militares, 
durante uma abordagem, no final da tarde desta terça-feira (7), na Avenida 
República do Líbano, próxima a Rodoviária de Cuiabá. Surdo, o rapaz não teria 
ouvido a ordem para parar e acabou baleado no tórax por um dos policiais e morreu 
no local. O crime ocorreu por volta das 17 horas. Segundo os policiais do 10º 
Batalhão que atenderam a ocorrência, havia a informação de que um rapaz estava 
armado e ameaçando os moradores. Com Ademar, os policiais encontraram uma 
faca, que ele carregava na cintura. Vizinhos e familiares de Ademar estavam 
revoltados com o que consideraram "trapalhada" dos policiais. Na delegacia, o pai 
do rapaz, Ademar de Oliveira, 55 [anos], foi incisivo ao se queixar dos policiais, 
considerando que a atitude deles é de profissionais “despreparados” para atender 
ocorrências. Ele explicou que o filho fica em casa, quase não sai. Hoje, Ademar 
pulou o muro e saiu para a rua e não estava armado [...]. (MÍDIA NEWS, 2014). 
Esses exemplos reforçam a estranheza que a sociedade tem em relação aos surdos, 
julgando-os incapazes de estudar, constituir família, ter uma vida autônoma e alcançar seus 
objetivos. 
O desrespeito com relação a cultura surda é imenso, isso se confirma cotidianamente, 
não somente pelos exemplos citados, mas também na falta de atendimento adequado a esse 
público, não há legenda em língua de sinais nos programas televisivos, não há legenda no 
cinema nacional, nos espaços de atendimento ao grande público não há interpretes de libras, 
enfim esse descaso ocorre em diversas instituições. 
A legislação brasileira, através da lei nº 10.436/24 de abril de 2002 e do decreto nº 
5.626 de 22 de dezembro de 2005 prevê acessibilidade para os surdos em locais públicos, 
grande parte desses locais não está cumprindo o que a lei determina. Isso gera 
desentendimentos e reforça o quanto a sociedade é organizada a partir da cultura ouvinte. 
 
Interação entre surdos e ouvintes 
 
As situações humilhantes e constrangedoras há que muitos surdos se submetem, 
relatadas no tópico anterior desse artigo evidenciam o quanto os ouvintes desconhecem o 
mundo dos surdos. 
Porém, diversas ações têm contribuído para o desenvolvimento da interação entre 
surdos e ouvintes. A Lei nº 7.853/89 no artigo 1º assegura a interação social das pessoas com 
deficiência, mas a sociedade não está preparada para o cumprimento da lei. 
A escola tem sido um espaço extremamente importante nesse processo, a partir do 
momento em que os surdos começaram a frequentar as escolas regulares. Com a 
regulamentação da Lei 10.436 e do Decreto 5.626, oficialmente os intérpretes adentram o 
espaço escolar, facilitando assim, a interação entre surdos eouvintes. A tendência é que haja 
26217 
 
mais ouvintes de diferentes áreas do conhecimento interessados por LIBRAS, assim cria-se 
uma ponte entre surdos e ouvintes. Facilitando a interação dos surdos na sociedade. 
Ao escrever sobre diferenças e preconceitos no ambiente escolar, Amaral (1998) 
utiliza a metáfora da ponte movediça com o castelo para explicar a interação entre as pessoas. 
A ponte movediça possibilita o trânsito entre a cidade e o castelo. É possível associar o surdo 
ao castelo e os ouvintes as pontes movediças, desse modo os ouvintes utilizam a ponte 
movediça para chegar até os surdos, a ponte é um instrumento que liga os ouvintes aos surdos 
fazendo essa interação entre eles. 
Mas atravessar essa ponte é uma escolha, depende do interesse de cada pessoa. Amaral 
(1998) assegura que, a ponte movediça é a possibilidade de encontro, porém esse encontro 
depende da disponibilidade de cada um. Quando se constrói uma ponte, ela quebra a barreira 
existente entre os ouvintes e a comunidade surda, criando envolvimento e despertando 
interesse pela cultura surda e também pela Língua de Sinais. 
Outra situação que vem ganhando destaque é a inclusão e a interação dos surdos no 
mercado de trabalho, por intermédio da Lei nº 8.213/91 que garante uma porcentagem de 
vagas para pessoas com deficiência, nas empresas que possuem acima de 100 funcionários. 
Os surdos são prioritários nas escolhas porque as empresas precisam cumprir a legislação. 
A inclusão das pessoas surdas nas empresas faz com que haja alteração da rotina. Para 
que os funcionários surdos interajam com os ouvintes no ambiente de trabalho, as empresas 
devem oferecer um curso de capacitação de LIBRAS para os funcionários, nesse momento 
cria-se uma ponte que vai quebrar a barreira da comunicação. Desse modo, há uma interação 
não somente no campo linguístico, pois os ouvintes convivem com a cultura surda. 
Quando ocorre a interatividade entre os dois grupos não há barreiras, há um grande 
empenho para conhecer, valorizar e respeitar a cultura surda. Cria-se um laço de 
comunicação, a comunidade surda dispõe-se a ajudar e interagir com os ouvintes, a entender 
não só sua língua como também todo trajeto de sua história. Assim, assimilam o quão é 
importante essa interação com a sociedade. 
Os surdos vêm lutando há anos para eliminar a barreira da comunicação usando a 
LIBRAS e tentar incluir na sociedade todas as suas atividades, independente da cultura, 
língua ou outra especificidade. Na Escola Barão de Melgaço na cidade de Cuiabá no Estado 
de Mato Grosso tem uma instrutora surda contratada pelo Estado que realiza o trabalho de 
inclusão e interação com os alunos surdos, ouvintes, professores e funcionários daquela 
unidade. 
26218 
 
Nessa escola de Cuiabá, os primeiros trabalhos a serem feitos foram de 
conscientização e o curso de LIBRAS. A inclusão precisa começar pela conscientização das 
pessoas, pois é a partir dela que se criam pontes. Para tanto, este trabalho gera momentos de 
estudo, reflexões e trocas de experiências. 
As mudanças devem ocorrer além da sala de aula, todo o espaço escolar precisa sofrer 
mudanças, como na hora do intervalo, na ida ao banheiro, na entrada e saída da escola, para 
que os alunos incluídos possam ser vistos como indivíduos repletos de potencial, merecendo 
um ambiente em que possam desenvolver suas aprendizagens e interações. 
A Escola Barão de Melgaço oferece o curso para a comunidade local, as aulas são 
realizadas três vezes por semana, além disso, a instrutora surda entra na sala de aula na hora 
atividade de cada professor e ministra a disciplina de LIBRAS para os alunos ouvintes, dessa 
forma toda comunidade escolar está rompendo com o bloqueio de comunicação entre surdos e 
ouvintes, criando uma consonância entre as duas comunidades. 
A inclusão das crianças surdas no contexto escolar têm preocupado muitos professores 
tanto no que se refere ao aprendizado quanto na interação dessas crianças. Um exemplo são os 
livros didáticos, esses não são adaptados para as crianças surdas. O auxílio do intérprete na 
sala de aula facilita a mediação, mas os materiais didáticos podem ser elaborados pensando 
nas necessidades dos surdos. 
Atualmente é possível encontrar alguns materiais adaptados em língua de sinais, esse 
trabalho foi realizado com a ajuda de alguns intérpretes, no artigo Literatura Surda do autor 
Kornopp (2008) conta que, 
Alguns dos materiais existentes em Libras são os que traduzem os textos clássicos 
da literatura universal e/ou brasileira para a Libras. A editora “Arara Azul” 
disponibiliza a coleção “Clássicos da Literatura em CD-R em Libras/Português”, em 
que uma equipe de tradutores faz a tradução de uma língua para outra. Os clássicos 
traduzidos são para crianças: Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll), As 
aventuras de Pinóquio (Carlo Collodi), A história de Aladim e a lâmpada 
maravilhosa (autor desconhecido). Há também obras para jovens e adultos das 
literaturas de língua portuguesa, por exemplo, Iracema (José de Alencar), O velho da 
horta (Gil Vicente), e os contos de Machado de Assis: O Alienista, O Caso da Vara, 
A Missa do Galo, A cartomante, O Relógio de Ouro2. (KORNOPP, 2008, p. 9-10) 
Os materiais foram adaptados para LIBRAS, com tecnologia para atender a 
comunidade surda, isso viabiliza o acesso às várias informações dentro e fora do contexto 
escolar, facilitando o conhecimento que antes era destinado somente aos ouvintes. 
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A língua de sinais pode ser considerada a estrutura da ponte, pois ela está sendo a 
facilitadora do contato com a cultura surda. Freeman, Carbin e Boese apud Strobel (2008, p, 
77) reforçam 
[...] que a língua de sinais está abrindo seu espaço na sociedade pela mídia e com 
isso surgem mais intérpretes de língua de sinais e atores surdos em comercias e 
programas de televisão: “[...] os noticiários são interpretados, candidatos a 
presidência aprendem alguns sinais, pessoas que usam sinais são mostradas na 
televisão nos programas para adultos e crianças [...]”. 
A interação estimula e provoca a junção de surdos e ouvintes, que corresponde com o 
resultado da comunicação em LIBRAS que se estabelece entre eles, é uma ponte movediça 
que foi e está sendo construída com um trabalho árduo pela comunidade surda. 
 
Considerações Finais 
 
O desconhecimento da cultura surda principalmente pelos ouvintes ocasiona uma 
limitação na atuação do surdo na sociedade, desse modo o espaço escolar pode contribuir na 
valorização e importância da cultura surda na sociedade. A relação entre surdos e ouvintes no 
ambiente escolar, de um modo geral ainda é restrita, apesar dos esforços, vê-se que o 
conhecimento da LIBRAS por parte de professores ouvintes ainda é escasso. 
Assim é possível afirmar que a cultura surda permanece sendo negada, havendo uma 
intenção permanente de sobreposição por parte da cultura ouvinte, isso se mostra tanto na 
comunicação quanto no modo de como se referir aos surdos. 
Os surdos são pessoas que tem os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os 
mesmos receios, os mesmos sonhos, assim como todos, não há motivos para serem 
subestimados ou isolados da sociedade. A quebra da barreira entre surdos e ouvintes trará 
benefícios diversos, pois a interação entre essas comunidades ampliará o conhecimento de 
mundo. 
Um questionamento que pode ser lançado a partir do estudo sobre a identidade de Hall 
(2011) é sobre sua constante mudança. Então por que em nossa cultura se enraizou o 
preconceito em relação aos surdos? Criou-se um contrassenso, algo que é mutável, fixou-se 
um padrão. É passada a hora de estabelecer mudanças, as identidades são móveis, se 
deslocam, então a visão sobrea comunidade surda precisa urgente de mudanças, de novos 
padrões. 
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A cultura surda vem conquistando seu espaço a cada dia, uma vez que seus membros 
sejam eles ouvintes ou não têm se organizado de maneira a comunicar para a sociedade que 
suas necessidades devem ser atendidas e suas peculiaridades devem ser respeitadas, pois não é 
a quantidade, mas sim a qualidade das pessoas que estão comprometidas com a comunidade 
que irá fazer diferença. 
Os novos padrões dependem prioritariamente da comunidade ouvinte, pois os surdos 
há muito tempo lutam por um espaço, por valorização e compreensão. A ponte movediça está 
construída, porém a interação de fato só se consolidará quando os ouvintes se dispuserem a 
passá-la. 
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