Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
SDE0097 – Fisiologia Humana Aula 6: Tireoide e paratireoides 1 Fisiologia Humana Tireoide e paratireoides AULA 6: Tireoides e paratireoides A glândula tireoide tem seu nome derivado do grego thyreós – escudo. Possui formato de “borboleta”: dois lobos (direito e esquerdo) unidos por um istmo. Apoia-se anteriormente à traqueia, na altura da cartilagem cricoide. As glândulas paratireoides estão apoiadas na face dorsal do parênquima tireoidiano. 2 Fisiologia Humana Desenvolvimento e estrutura celular – Tireoide AULA 6: Tireoides e paratireoides É a primeira glândula endócrina a se desenvolver no embrião humano – Terceira semana de desenvolvimento. A unidade funcional é o folículo – biossíntese e armazenamento dos hormônios tireoidianos (HT). Folículo tireoidiano – camada única de células foliculares tireoidianas ou tireócitos. Possuem lúmen preenchido por um material coloidal. As células parafoliculares ou células C, presentes no parênquima, produzem o hormônio calcitonina – metabolismo do cálcio 3 Fisiologia Humana Tireoide – síntese hormonal AULA 6: Tireoides e paratireoides Os folículos irão produzir os hormônios T3 e T4 a partir do iodo captado da corrente sanguínea. Alimentos provenientes do mar ou cultivados próximo ao mar possuem mais iodo em sua composição, entretanto, a distância do mar reduz drasticamente o nível de iodo nos alimentos. A adição de iodo ao sal no Brasil tornou-se obrigatória após uma endemia de bócio acometer diversas regiões e tinha como objetivo prevenir esta desordem que acomete a tireoide, o que efetivamente ocorreu. Porém, o aumento crescente do número de casos de hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a reduzir o teor de iodo que deve ser adicionado pelas indústrias ao sal. 4 Fisiologia Humana Hormônios Tireoidianos AULA 6: Tireoides e paratireoides A síntese ocorre dentro dos folículos. T4 – 3.5.3’, 5’ -tetraiodo-L-tironina ou tiroxina T3 – 3, 5, 3’ -tri-iodo-L-tironina Envolve as fases: Transporte ativo de iodeto; Oxidação do iodeto; Iodação dos resíduos de tirosil formando as iodotirosinas; Acoplamento de duas iodotirosinas ainda ligadas à tireoglobulina. 5 Fisiologia Humana Secreção de T3 e T4. AULA 6: Tireoides e paratireoides São estocados na forma de tireoglobulina no lúmen dos folículos – autonomia de 50 dias. A tiroglobulina sofre pinocitose e dentro da célula folicular sofre hidrólise. Os hormônios T3 e T4 livres se difundem da célula para a corrente sanguínea. 6 Fisiologia Humana Regulação da função da Tireoide AULA 6: Tireoides e paratireoides São dois os mecanismos que controlam a síntese e a secreção de T3 e T4. Mecanismo exercido pelo TSH hipofisário. Mecanismo intratireoidiano – exercido pela concentração de iodo na célula folicular. A redução da concentração plasmática de iodo aumenta a atividade da bomba de iodeto. 7 Fisiologia Humana AULA 6: Tireoides e paratireoides Regulação da função da Tireoide Mecanismo exercido pelo TSH hipofisário – feedback ou retroalimentação negativa. Principal modulador da função tireoidiana. 8 Fisiologia Humana Ações fisiológicas dos Hormônios Tireoidianos (HT) AULA 6: Tireoides e paratireoides Praticamente todos os tecidos possuem receptores para os HT. Efeitos: Termogênese – aumento da produção de calor pela ação sobre a mitocôndria; Metabolismo proteico, lipídico e de carboidratos – estimula a diferenciação de adipócitos, aumenta o consumo de LDL e colesterol. Aumenta a síntese e degradação de proteínas. Estimula a glicogenólise e gliconeogênese, potencializa a ação da insulina; Simpático cardíaco – aumenta a expressão de receptores de catecolaminas no miocárdio; Hematopoese – estimula a produção de hemáceas. 9 Fisiologia Humana Ações fisiológicas dos Hormônios Tireoidianos (HT). AULA 6: Tireoides e paratireoides Efeitos: Tecido ósseo – aumenta a remodelação óssea. Aumenta a porosidade óssea, sendo importante na ação pós-menopausa – osteoporose; Crescimento e desenvolvimento – atua na maturação das epífises ósseas; Desenvolvimento do sistema nervoso – desenvolvimento fetal do sistema nervoso. Disco epifisário 10 Fisiologia Humana Cretinismo e Hipotireoidismo congênito AULA 6: Tireoides e paratireoides Caracteriza-se pela baixa ou não produção de HT durante a fase embrionária (cretinismo) ou pós-natal (congênito). No Hipotireoidismo congênito – a reposição deve ser imediata (primeiras 2 semanas) – exame do pezinho. Criança de 7 anos normal e de 14 anos com cretinismo Radiografias de duas crianças de 17 anos normal (esquerda) e com hipotireoidismo (esquerda). 11 Fisiologia Humana Hipotireoidismo em adulto AULA 6: Tireoides e paratireoides Taxa metabólica reduzida – intolerância ao frio; Diminuição da sudorese; Ressecamento da pele, Baixo débito cardíaco; Ganho de peso – excesso de tecido adiposo e de líquido; Letargia; lentidão mental. 12 Fisiologia Humana Hipertireoidismo em adulto AULA 6: Tireoides e paratireoides Taxa metabólica aumentada – Calor; Aumento da ingestão de alimento; Sudorese excessiva; Fraqueza muscular e osteoporose pela degradação de proteínas; Aumento da frequência cardíaca; Tremor, nervosismo e insônia; Exoftalmia. 13 Fisiologia Humana Hipertireoidismo em adulto AULA 6: Tireoides e paratireoides 14 Fisiologia Humana Bócio AULA 6: Tireoides e paratireoides Bócio, vulgarmente conhecido como "papo", é um aumento da glândula tireoide, o qual pode envolver toda a glândula (bócio difuso) ou apenas parte dela (bócio nodular). A glândula tireoide pode estar: Hiperfuncionante ocasionando um hipertiroidismo clínico; Hipofuncionante, ocasionando um hipotireoidismo clínico. 15 Fisiologia Humana Bócio – causas AULA 6: Tireoides e paratireoides As principais causas são: Falta de iodo (bócio endêmico). Uso de determinados medicamentos (bócio esporádico). Presença de tumores benignos ou malignos na glândula. Doenças autoimunes. Infecções. 16 Fisiologia Humana Paratireoides AULA 6: Tireoides e paratireoides São em número de 4, duas superiores e duas inferiores. Possuem formato elipsoide e estão localizadas na face posterior da glândula tireoide. 17 Fisiologia Humana Histologia da paratireoide AULA 6: Tireoides e paratireoides Dois tipos celulares: Células principais: produzem o hormônio paratormônio (PTH). Estão arranjadas em cordões ou em folículos. Células oxifílicas ou acidófilas: admite-se se sejam as células principais em degeneração. Aumentam em número com a idade. 18 Fisiologia Humana Produção do PTH – paratormônio AULA 6: Tireoides e paratireoides Sintetizado a partir de um pró-hormônio: pró-PTH; Sua liberação é controlada pelos níveis plasmáticos de Ca2+; Sua principal função é manter ou aumentar os níveis plasmáticos de Cálcio; Quando os níveis plasmáticos diminuem o PTH é sintetizado e liberado; Age através de receptores de membrana específicos presentes nos osteoblastos e nas células tubulares renais. 19 Fisiologia Humana Importância do Cálcio AULA 6: Tireoides e paratireoides O cálcio se liga a um grande número de proteínas celulares e atua na regulação de diversos processos orgânicos, tais como: Excitabilidade neuromuscular; Coagulação sanguínea; Processos secretórios; Integridade das membranas; Transporte celular; Reações enzimáticas; Liberação de hormônios e neurotransmissores; Formação e manutenção da matriz óssea. Na maioria destas situações o cálcio atua tanto como um transmissor de sinais de fora da célula para o seu interior, como um ativador das proteínas funcionais envolvidas. 20 Fisiologia Humana Importância do Cálcio AULA 6: Tireoides e paratireoides A enorme influência do cálcio sobre as células excitáveis, especialmente as células cardíacas, obriga o organismo a manter a concentração do íon dentro de limites bastante estreitos, já que variações relativamente modestas dessa concentração podem causar arritmias cardíacas graves ou outras alterações fisiológicas. O PTH é o principal regulador, entretanto, vão participar desse processo de regulação o hormônio calcitonina, produzido pelas células C da tireoide e a vitamina D. 21 Fisiologia Humana Metabolismo do cálcio AULA 6: Tireoides e paratireoides A diminuição de cálcio plasmático induz a liberação de PTH. O PTH ativa a vitamina D que aumenta a absorção intestinal de Ca2+. A ativação da vitamina D ocorre em duas etapas: Uma hidroxilação inicial pela enzima vitamina D 25-hidroxilase, no fígado. E a segunda hidroxilação, pela 25-OH-D-1-α-hidroxilase, no rim, que converte a vitamina D na sua forma ativa: 1,25-dihidroxi-Vitamina D3 (1,25[OH]2D3) ou Calcitriol. 22 Fisiologia Humana Metabolismo do cálcio AULA 6: Tireoides e paratireoides O PTH e a 1,25 (OH)2D3 atuam sinergicamente para intensificar a reabsorção tubular renal de cálcio e para mobilizar as reservas de cálcio do osso. O PTH também aumenta a excreção renal de fosfato e a reabsorção tubular de cálcio. E, em uma ação de feedback negativo, o PTH eleva a concentração de cálcio no líquido extracelular, que, quando normalizada, inibe a liberação de PTH. 23 Fisiologia Humana Metabolismo do cálcio AULA 6: Tireoides e paratireoides Nos ossos, o PTH aumenta a atividade dos osteoclastos que iniciam o trabalho de remodelamento ósseo. Como resultado, a taxa de reabsorção óssea supera momentaneamente a de formação, aumentando a concentração extracelular de cálcio. 24 Fisiologia Humana Ação do PTH no fosfato (Pi). AULA 6: Tireoides e paratireoides Funções: Estrutura óssea; Estrutura de membranas – fosfatidilcolina; Estrutura dos ácidos nucleicos; Ativação de receptores hormonais através de proteínas fosforiladas; Ação no metabolismo, ação nos músculos e SNC – fosfatos (AMPc e IP3); Armazenamento de energia (ATP, ADP); Principal ânion intracelular. O PTH promove a fosfatúria, porém, quando o fosfato plasmático diminui, estimula a absorção de cálcio e fosfato no intestino pelo estímulo da 1,25 (OH)2D3. A maior parte da concentração de fosfato é intracelular, sendo que 80% está no osso. 25 Fisiologia Humana Visão geral do PTH. AULA 6: Tireoides e paratireoides 26 Fisiologia Humana Síndromes clínicas da disfunção do PTH AULA 6: Tireoides e paratireoides Hiperparatireoidismo primário (neoplasia benigna) – Hipercalcemia – baixa excitabilidade neuromuscular (letargia, constipação, anorexia, fraqueza muscular, cálculos renais) – Hipofosfatemia – Hipercalciúria. Hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal crônica – Reabsorção óssea exagerada (dor, fraturas, deformidades). Hipoparatireoidismo (remoção da glândula, autoimune) – Hipocalcemia –aumento excitabilidade neuromuscular (contrações musculares, convulsões, espasmos da laringe) – hiperfosfatemia – baixo PTH plasmático. 27 Fisiologia Humana Vitamina D (1,25-(OH)2D) AULA 6: Tireoides e paratireoides Não é um hormônio clássico; Metabolização para ativação; Ação semelhante a dos esteroides. Fontes: Dieta (esterol vegetal, ergosterol-Vitamina D2); Através da irradiação da pele (queratinócitos-Vit. D3). 28 Fisiologia Humana Vitamina D (1,25-(OH)2D) AULA 6: Tireoides e paratireoides Armazenada – tecido adiposo e fígado. Ações básicas: Aumento da absorção no TGI de Cálcio e Fosfato; Aumento da reabsorção óssea. 29 Fisiologia Humana Controle da calcemia pela calcitonina AULA 6: Tireoides e paratireoides Além dos hormônios derivados da tirosina (T3 e T4) a tireoide produz um hormônio proteico denominado calcitonina pelas células C ou parafoliculares. Sua secreção é induzida pela hipercalcemia. 30 Fisiologia Humana Ações da calcitonina AULA 6: Tireoides e paratireoides Queda rápida nos níveis plasmáticos de cálcio; Inibição da reabsorção óssea pelos osteoclastos (perdem a borda em escova e a motilidade); Inibição da reabsorção tubular de cálcio e aumenta excreção urinária; Diminuição nos níveis plasmáticos de fósforo; Inibe a reabsorção óssea e promove a entrada de fosfato para o osso; Antagoniza PTH com relação ao cálcio. 31 Fisiologia Humana Tireoides e paratireoides AULA 6: Tireoides e paratireoides 32 Fisiologia Humana Tireoides e paratireoides AULA 6: Tireoides e paratireoides 33 VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Glândulas adrenais ou suprarrenais; Pâncreas endócrino. 34
Compartilhar