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Contação de histórias na educação infantil

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 CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Tatiane Biernazki
Prof.  Samanta P. D. Sievers
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED 0889) – Estágio
25/06/2016
RESUMO
A Educação Infantil é muito mais do que um lugar onde as crianças ficam enquanto seus pais precisam trabalhar, é um espaço destinado ao desenvolvimento pleno da criança, onde tudo deve acontecer de forma lúdica e prazerosa, e professor tem o papel de mediador nesse processo. Em primeiro momento será apresentado uma breve introdução à Educação Infantil e a contação de histórias no universo das crianças, após essa etapa será relatado como é a vivência em uma sala de maternal e quais os desafios encontrados durante o estágio que serviram como preparação para a realidade na Educação
Palavras-chave: criança, desenvolvimento, educação.
1 INTRODUÇÃO
O estágio é o ponto de partida para pôr em prática tudo o que foi aprendido durante os cinco primeiros semestres do curso de pedagogia, é o momento decisivo para sabermos se realmente nos identificamos com a área, pois a formação do professor não se limita apenas na teoria.
Na educação infantil a contação de histórias se faz muito presente por isso a área de concentração escolhida foi a de metodologias de ensino, onde pude explorar esse universo amplo da contação de histórias, despertando o interesse pela leitura das crianças pela leitura, possibilitando a elas diferentes maneiras de abordar as histórias. 
O objetivo principal do trabalho era de identificar como as crianças se manifestam nas diferentes histórias, e como conseguir mantê-las mais concentradas, trabalhando a coordenação motora, o desenho e pintura, dando espaço para que elas se expressem e desenvolvam seu senso crítico e imaginação.
O estágio foi realizado foi realizado no Centro de Educação Infantil Wolfgang Weege, localizado na Barra do Rio Cerro em Jaraguá do Sul, o centro atende das 4:30 da manhã até ás 23:30 e agora após passar por uma reforma atende 700 crianças do berçário até o pré-escolar. O centro possui sala de professores, biblioteca, secretária, 2 enfermagens, 3 parques, sendo um deles de areia, cantina e salas de aula todas com banheiro, lactário e solário.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
O estágio é o momento da nossa formação que aprendemos com quem já atua na área, é a etapa final onde adquirimos experiências e tomamos a decisão final de saber onde realmente queremos atuar. 
 Durante a observação optei por fazer intervenção com alunos do maternal II, atuei em uma turma com 15 crianças de 3 a 4 anos, e a área de concentração escolhida foi metodologias do ensino, onde pude trabalhar o universo da contação de histórias, podendo descobrir quais as técnicas que mais fascinam as crianças dessa faixa etária já que elas são muito impacientes, não sendo fácil mantê-las atentas. 
 Antigamente entendia-se educação infantil apenas como um espaço para deixar as crianças enquanto seus pais trabalhavam e a professoras muitas vezes eram até tituladas como tia. Hoje já se tem uma visão muito diferente de educação infantil sendo um espaço onde a criança aprende e se desenvolve através do lúdico e do brincar intencionado. A educação infantil atende crianças de 0 a 6 anos de idade.
A Educação Infantil no Brasil compreende o atendimento às crianças de 0 a 6 anos, enquanto em outros países abrange crianças entre 3 e 5 anos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - 1996) define que a Educação Infantil deve ser oferecida em creches ou em entidades equivalentes, para crianças de 0 a 3 anos de idade, e em pré-escola, para crianças de 4 a 6 anos. Ainda que não obrigatória, a Educação Infantil é um direito público, cabendo ao município a expansão da oferta, com o apoio das esferas federal e 
estadual. (PORTAL INEP)
A escola passa a ser o objeto de transformação para a criança que é um ser tão frágil e inocente, pois é somente através da educação que conseguiremos mudar o mundo, e cabe ao professor juntamente com a família moldar as crianças que já chegam a escola com uma bagagem tão grande e ao mesmo tempo tão aberta a novas experiências, novos aprendizados e é por esse motivo que o professor deve proporcionar a criança o máximo de atividades possíveis a elas.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu, ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz, etc. sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas, nem temer castigos. Brincando a criança estará buscando sentido para a sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica. (STEUK e PIANEZZER 2013, p. 179)
O brincar deve ocupar um espaço especial na construção da identidade da criança, por isso ele precisa fazer parte da prática pedagógica da escola, através a brincadeira a criança a criança pode vivenciar, criar e recriar regras e sempre de maneira prazerosa, além do respeito a diversidade, a responsabilidade, senso crítico, autonomia, assim como o desenvolvimento de habilidades, físicas, afetivas e emocionais.
Para fortalecer o papel da escola na educação infantil as propostas pedagógicas devem respeitar os seguintes princípios:
Oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais; 
Assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias; 
Possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto à ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas; 
Promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância;
Construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnicoracial, de gênero, regional, linguística e religiosa. (DCNEI 2010, p. 17)
Com uma sociedade cada vez mais preocupada em desenvolver cidadãos críticos e pensantes a contação de histórias na educação infantil também tem um papel muito importante e é nessa fase que temos que faze-las criar o gosto pela leitura, oferecendo-as a elas a maior variedade de livros possíveis, histórias de todas as formas. De acordo com Steuck e Pianezzer (2013, p. 185): “Para desenvolver crianças leitoras, é preciso que o educador seja apaixonado pelos livros e faça uma atividade diária, desde a educação infantil. ”
A literatura leva a criança a um mundo imaginário, nosso mundo está tão voltado a acabamos era da tecnologia que acabamos deixando os livros de lado, porém a escola não pode perder essa essência jamais, é através da história que o homem consegue repassar suas crenças, seus costumes e valores. 
Utilizando a contação de histórias em sala se torna um benefício para todos, os alunos desenvolvem gosto pela leitura, e será instigado a criar e imaginar, e o professor passa a dar uma aula prazerosa podendo através da leitura trabalhar outras coisas que são importantes na educação infantil, como a motricidade, regras, ética, respeito ao próximo, e o desenvolvimento cognitivo e emocional.
“Ouvir e contar histórias faz com que as crianças sintam o prazer de cotar histórias sobre elas mesmas, seus familiares, bichos de estimação, estimulando a sua capacidade narrativa. ”(Steuck e Pianezzer2013, P 119)
Através da contação de histórias podemos conhecer as crianças, seus gostos, sua intimidade e a maneira como ela se manifesta com o mundo. A criança que lê, tende a ser mais crítica, criativa inteligente e concentrada, e com o vocabulário mais rico, são inúmeros os beneficios da leitura e precisa ser estímulda desde o berço.
VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
Conhecendo a turma do maternal II vespertino DO Centro de Educação Wolfgang Weege:
Durante o estágio pude vivenciar diversas experiências, nem todas positivas pois quando falamos de crianças tudo é imprevisível, nem sempre o que planejamos ocorre como o esperado.
No primeiro dia de intervenção foi mais de adaptação com a turma, quando entro ás 13:30 as crianças do período matutino estão acordando e é o momento de guardar os colchões e cobertores e se arrumarem para receber as crianças da tarde e logo ir para casa. Após a troca de turno reuni as crianças em círculo e as apresentem a “caixa mágica” que era uma surpresa caso eles se comportassem até o final da intervenção, todos queriam pegar para tentar adivinhar o que tinha dentro dela, percebi então a curiosidade deles. 
 Fonte: A autora
Em um segundo momento aproveitando que todos já estavam posicionados, contei a história do “Menino de todas as cores”, utilizando de materiais pedagógicos para que eles se intertessem na história e deu certo, tanto eu todos queriam os bonequinhos.
Fonte: A autora
Terminando a história conversamos sobre as cores, cada um disse o que conhecia que era referente a cor de cada boneco, nesse momento percebi que eles já conheciam muito sobre cores.
 Após a refeição tivemos como atividade recortar os bonequinhos para trabalhar a coordenação motora, pude observar a dificuldade deles na hora de recortar, somente uma criança conseguiu realizar a atividade corretamente e sem ajuda. O planejamento não deu muito certo pois bonequinhos eram para ser colados na parede, mais todos queriam leva-los para casa.
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 Fonte: A autora.
No segundo dia levei para sala de aula uma TV história da “Menina bonita do laço de fita”, todos amaram, mas senti dificuldade em mantê-los sentados até o término na história porque eles tinham muito interesse em manusear a TV.
Fonte: A autora
 Após a história eles puderam perceber e dar valor a beleza negra, onde conversamos sobre tema. Depois já pensando na atividade do dia seguinte foi a hora de fazer carimbos com os dedinhos, uma experiência fantástica, pois nessa atividade consegui mantê-los concentrados e se pudessem ficavam o dia ali. Percebi também que eles sabem esperar a vez, pois como na sala não tem mesa para todos e mesmo assim eles ficaram sentadinhos no tapete até que os coleguinhas terminassem a atividade e pudessem dar lugar.
 
 Fonte: A autora
No terceiro dia fugimos um pouco do planejamento e fomos a um passeio externo, saímos da escola com outra turma para conhecer os cavalos em um sítio nas proximidades da escola, pude perceber a falta de atenção deles, as professoras tinham que ficar repetindo o tempo todo para eles olhar para frente para não bater nas placas, no poste, muitos deles já conheciam aquele trajeto, as lojas, o mercado. Chegando lá se mostraram muito interessados e fascinados pelos animais, apenas a minoria demonstrou medo, na semana seguinte a professora regente faria um projeto chamado “Upa upa cavalinho” com eles no qual eles construiriam um cavalinho com meias e cabo de vassoura.
Fonte: A autora
Após o retorno muitos já estavam cansados então foi fácil de mantê-los sentados para a história, contei a eles a história “O mistério do ovo”, confeccionada com as digitais da professora e sendo desenhada a cada capitulo, foi a história que eles mais gostaram, pois de cada digital era um novo desenho que eles descobriam. Em seguida pegamos a atividade de pintura dos dedinhos que eles fizeram no dia anterior e agora era a vez das crianças soltarem a criatividade e criarem seus desenhos através das suas digitais.
 Fonte: A autora
O quarto dia, foi um dia chuvoso então as crianças estavam bem agitadas por não poderem ir ao parque, isso também prejudicou a história pois elas não se concentravam e tive que improvisar e modificar um pouco a história “O guarda-chuva da professora”, contei de forma rápida e com um guarda-chuva grande e colorido que possibilitou a eles soltarem a imaginação e como em quase todas as atividades elas queriam tocar no guarda-chuva, terminando a história pendurei o guarda-chuva no teto e as crianças desenharam o que para elas caberia no guarda-chuva da professora, na hora de pendurar os desenhos cada uma contou o que desenhou e todas queriam ver ao término onde estava seu desenho. 
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Fonte: A autora
No quinto e último dia a história foi diferente, coloquei um DVD do Show da Luna com o capítulo “ Como a água vira chuva”, como a historinha tem muita música as crianças se identificaram bastante, depois conversamos um pouco sobre a importância da água e com revistas velhas as crianças fizeram chuva de papel, ode elas puderam trabalhar a coordenação motora fina brincando, foi a maior festa o único problema foi na hora de limpar nem todo mundo quis ajudar. E para finalizar as crianças abriram a caixa surpresa onde retribuíram com muito carinho para a professora pelos doces que estava lá dentro.
Fonte: A autora
Como toda criança o que elas mais gostam é de brincar, principalmente no parque e de massinha, percebi um grande avanço nesse aspecto desde a observação, antes elas não dividiam seus brinquedos e não davam espaço para as outras crianças brincarem no parque, agora é só pedir que elas já dão licença para as coleguinhas. Algumas ainda são um pouco egocêntricas querem a professora só para elas, se não estiverem do lado ou serem a primeira já choram, mais com a tempo e com o pulso firme da professora estão aprendendo a lidar com essas questões.
IMPRESSÕES DO ESTÁGIO
Aprendi durante a minha vivência que ser professor é acima de tudo amar o que faz e ter muita paciência, as crianças tem muita energia e nem sempre concordam com o que você propõe a elas, por isso o professor tem o grande desafio de realizar um trabalho voltado ao desenvolvimento da criança, e não apenas adaptar aquilo que é proposto. Pude pereber que na contação de história que foi o tema que abordei em sala, as crianças querem participar ativamente e não apenas ficar sentada ouvindo, pois não tem muita paciência, querem conversar, contar suas experiências e se o professor souber explorar essa vontade de se expressar da criança pode alcançar objetivos realmente grandiosos na formação desse pequeno ser que tem muito a nos ensinar também. 
Com certeza depois do estágio poderei encarar uma sala de aula com mais segurança, apesar de saber que para ser professor precisa acima de tudo ter pulso firme para conseguir manter a turma concentrada sem que perca o respeito.
Pude concluir que para ser um bom professor precisa-se de muito estudo, atenção, conhecimento, dedicação e profissionalismo para que a Educação Infantil não passe a ser um local apenas para que as crianças passem seu tempo e brinquem, o brincar jamais pode ser deixado de lado na Educação Infantil, porém precisa ser um brincar intencional voltado ao desenvolvimento infantil. Já a literatura que foi o tema em destaque no estágio contribui muito para a formação do pensamento crítico das crianças e deve ser trabalhada desde os primeiros passos, crianças amam histórias de todas as formas, contadas, cantadas e encenadas, dai vai a criatividade e o interesse do professor que pelo que pude obervar muitas vezes vem deixando a desvalorização por parte dos país e do governo atrapalharem seu trabalho como educadores.
5 REFERÊNCIAS
DCNEIS, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010
PORTAL INEP, Censo da Educação Infantil 2000.Disponível em: 
< http://portal.inep.gov.br/educacao-infantil> Acesso em: 10 de abril de 2016.
STEUCK Cristina Dana, PIANEZZER Lúcia C. M.; Pedagogia da educação infantil. Indaial: Uniasselvi, 2013, p. 119, 179 e 185

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