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liberalismo politico e economico

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Júlia Rodrigues de Castro Vieira
Curso: Direito
Turno: vespertino
Primeiro período
O liberalismo surgiu com o objetivo de acabar com as monarquias absolutistas e consequentemente contrapor a prática do mercantilismo. 
	Para aumentar o poder econômico e politico do absolutismo, o Estado se intrometia na economia do país. Esse modo de intervenção juntamente com os objetivos econômicos que ele queria alcançar formava o mercantilismo.
	Liberalismo tem a ver com liberdade. Para os liberais, o Estado não pode limitar as liberdades individuais. Entretanto, o individuo não pode fazer o que quiser: “o direito de um termina quando o direito do outro começa” é um dos princípios do liberalismo.
	Liberdade significa respeito à lei que garante o direito de todos. Esse é outro ideal importante: a igualdade jurídica, isto é, a lei deve ser a mesma para todos os indivíduos, inclusive para os que governam. Surge então a ideia de que o governo não pode interferir na vida privada de ninguém. Para os liberais, só pode haver o direito da liberdade se for garantido o direito da propriedade privada.
	O cardeal percursor dessa doutrina foi John Locke (1632- 1704). Contratualista e contra o absolutismo, acreditava que os individuos no seu estado de natureza, pela falta de uma normatização geral, seria juiz de sua própria causa, o que levaria ao surgimento de problemas nas relações entre os indivíduos. Para evitar esses problemas é que o Estado deveria ser criado. Sua função seria garantir a segurança dos indivíduos e de seus direitos naturais, como a liberdade e a propriedade. O filósofo idealiza a sociedade política como um meio de assegurar os direitos naturais. Assim nasce a concepção de Estado liberal, segundo qual o Estado deve regular as relações entre os indivíduos e atuar como juiz nos conflitos sociais. Mas deve fazer isso garantindo aquilo que precede a própria criação do Estado: as liberdades e os direitos individuais, tanto no que se refere ao pensamento e à sua expressão quanto à propriedade e à atividade econômica.
	Adam Smith é considerado um dos principais defensores do liberalismo, ficou conhecido por sua obra An Inquiry Into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (Uma investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações). Afirmava em sua teoria que o trabalho produzido pela sociedade é a principal fonte geradora de bens de que necessita a comunidade, e apenas a divisão do trabalho é que se pode elevar a produtividade. Segundo o próprio filosofo: 
"Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover o interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao preferir dar sustento mais à atividade doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo.”
	Foi na Inglaterra que a igualdade civil e liberdade politica surgiram como requisitos indispensáveis à vida social. A Magna Carta que os barões e prelados ingleses obrigaram o rei João Sem Terra a jurar conferiu ao povo inglês um sentimento de liberdade. O Bill of Rights (declaração dos direitos) surgiu posteriormente para completar a Magna Carta, estabeleceu que coubesse ao parlamento o direito de aprovar ou rejeitar impostos, convocar o exercito, fazer as leis, fiscalizar os atos do rei. O verdadeiro governante seria o primeiro ministro, indicado pelo parlamento. 
	Na revolução Inglesa e Revolução Francesa o ideal político liberal triunfou: acabou-se o Estado absolutista, o próprio rei passou a obedecer às leis aprovadas pelo parlamento eleito com o voto dos cidadãos. 
	No século XVIII, na Europa, os filósofos do Iluminismo influenciaram todo o mundo ocidental com suas ideias de liberdade individual, igualdade de todos diante da lei, direitos do cidadão, rebelião contra os governos opressores. As ideias iluministas combinaram com as ideias do liberalismo politico para orientar os colonos ingleses da América do Norte, que romperam com a metrópole e fundaram um novo país, os Estados Unidos da América. Tais ideias iluministas de triunfo das luzes da razão contra as trevas da ignorância e do fanatismo, e de defesa dos direitos dos cidadãos, estiveram na base da grande revolução Francesa de 1789.
	Após a Revolução Burguesa, iniciou-se a era da ditadura napoleônica, advinda do golpe dos 18 Brumário de 1799. Um mês após o golpe, Napoleão Bonaparte impôs a constituição do Ano VII que dava a ele o titulo de cônsul. Criou o Banco da França para apoiar os projetos econômicos da burguesia, deu apoio ao desenvolvimento de fabricas, com a criação de tarifas alfandegárias que bloqueavam as importações de manufaturados estrangeiros, e instituiu a Sociedade Nacional de Fomento a Indústria, que até pagava prêmios a inventores. 
	Depois da derrota definitiva de Napoleão Bonaparte, representantes das potências vencedoras e da França se reuniram, em 1815, no congresso de Viena. O objetivo era desfazer todas as mudanças que as guerras napoleônicas provocaram e as marcas liberais que Napoleão tinha espalhado pela Europa. 
	Os liberalistas não previam que a primeira revolução industrial iria modificar inteiramente a realidade social do mundo. Surgiu o operário, o trabalho do homem passou a ser vendido, trabalho infantil, criou a lei da oferta e procura, entre outros. E assim o liberalismo provocou também a desintegração da família e a desigualdade social.
	Encíclica é uma carta solene dirigida pelo papa geralmente ao clero do catolicismo. A Encíclica Rerum Novarum foi escrita com o objetivo de salvar o Estado Democrático. Vale ressaltar que a visão da instituição não era de cunho marxista, mas manifestação formal da Igreja Romana propunha a criação de salários mínimos compatíveis com a dignidade humana, limitação das horas de trabalho, amparo à gestação e etc. 
“O que é vergonhoso e desumano é usar dos homens como vis instrumentos de lucro e não os estimar senão na proporção de vigor de seus braços.”
	No período entre guerras, o liberalismo entrou em crise. Regimes totalitários como o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha contribuíram para tal declínio. Além disso, no mesmo período as ideias intervencionistas de Keynes começaram a ganhar destaque. O sucesso do socialismo e a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929 acabaram por ofuscar inteiramente o liberalismo e no período entre as duas guerras as ideias estavam totalmente esquecidas.

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