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CONTESTAÇÃO (2)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAMILIA DA COMARCA DE CONCÓRDIA-SANTA CATARINA.
Autos do processo nº 98.98856222.5366545
MARCOS ANTONIO ESPOSITO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, que lhe move LUCAS ESPOSITO, representado por sua genitora DOLORES APARECIDA BARON ESPOSITO, vem, por intermédio de seu advogado abaixo assinado, apresentar:
CONTESTAÇÃO
Expondo e Requerendo:
1. A ação de alimentos proposta pela autora baseia-se no inadimplemento de obrigação alimentar pelo pai, desde a separação de fato do casal, deixando o mesmo de dar assistência material aos filhos, razão pela qual o Juiz da Vara Cível fixou, até a data da audiência, pensão aos filhos em 70% (setenta por cento) do salário mínimo.
2. Analisando-se os fatos ora expostos, com fulcro nos documentos apresentados nos autos do processo concluir-se –ia quanto à impossibilidade de o genitor proporcionar a seu filho uma pensão alimentícia na base de 70% (setenta por cento) do salário mínimo.
3. O genitor exerce a profissão de motorista de caminhão e está acometido de uma doença renal grave que o impossibilita de fazer viagens longas. 
4. Frisando-se que o pai está inadimplente por motivos alheios à sua vontade, motivos estes relacionados à precariedade de sua saúde, como atua no ramo de transportes reduziu consideravelmente sua carga horária, bem como sua área de abrangência, refletindo assim em seus proventos.
5. Apesar dos transtornos causados pelo inadimplemento, este, com muito custo, arca sozinho com as despesas de medicamentos e consultas, o que consome a maior parte de seus rendimentos.
6. Diante do exposto, os alimentos provisoriamente fixados, no importe de 70% (setenta por cento) do salário mínimo, resultam na impossibilidade do requerido, arcar com esse montante. Desta forma, juntaram-se provas suficientes a demonstrar a impossibilidade de prestar pensão dessa monta.
7. Ademais, o genitor, sempre que possível, procura ajudar o filho, provendo-lhe materiais escolares e, eventualmente, alguns alimentos, circunstância que demonstra sua boa-fé, quanto ao filho, o que rebate as alegações da mãe de que o requerente não provê qualquer tipo de amparo do mesmo.
8. Neste âmbito, a fixação da verba alimentar não pode superar as forças financeiras do devedor a ponto de impor-lhe sacrifício excessivo, devendo haver, por isso, uma proporcional distribuição dos encargos entre o pai e a mãe, na medida da disponibilidade do alimentante. 
9. Nesse sentido, já decidiu este Egrégio Tribunal:
"AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS - NECESSIDADE/POSSIBILIDADE - PROVA DA ALTERAÇÃO NA SITUAÇÃO ECONÔMICA DO ALIMENTANTE - REDUÇÃO DO ""QUANTUM"" DA VERBA ALIMENTÍCIA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - BASE DE CÁLCULO - PROCEDÊNCIA PARCIAL DO PEDIDO. Os alimentos devem ser fixados levando-se em consideração o dueto ""capacidade do alimentante - necessidade do alimentado"", inclusive para que a obrigação venha a se tornar exeqüível, pela existência de capacidade econômica do sujeito passivo de poder prestar os alimentos sem lhe faltar mínimo necessário à sua própria sobrevivência. Inexiste julgamento ""ultra petita"" na fixação dos alimentos acima dos limites do pedido inicial, porquanto o Juiz fixará a verba segundo seu convencimento, pois o critério é a necessidade do alimentado e a possibilidade do alimentante. A base de cálculo dos honorários advocatícios é o somatório de 12 (doze) prestações de alimentos." (APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0024.02.712618-4/001. Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Relator Des. Silas Vieira. j. 11 de agosto de 2005.).
12. Está, assim, claro que não resta ao genitor, alternativa senão pleitear ao Douto Juiz a redução do valor ora então solicitado para fazer jus ao princípio da proporcionalidade acima exposto, tendo em vista as condições que o mesmo atualmente se encontra. 
Pelo exposto, requer-se:
1. A improcedência dos pedidos formulados na inicial, notadamente quanto à fixação da verba alimentar, devido à ausência de possibilidade do ora requerido;
2. O alegado será demonstrado por todos os meios de prova em Direito admitidos, notadamente juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas, que serão oportunamente apresentadas, além da realização de estudo social, que desde já se requer.
3. Concessão dos benefícios da gratuidade da justiça;
4. Intervenção do Ministério Público.
Nestes termos, pede deferimento.
Concórdia/SC, 03 de outubro de 2016.
 
JONE MORAES FILIPE V. PELLIZZARO
59.000 60.000

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