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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS

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1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
De acordo com Vesalius (1343) a anatomia deve ser corretamente considerada como a base sólida de toda a arte da medicina e como sua introdução inicial.
ANATOMIA
Conceito
	É o ramo da biologia que trata da forma, estrutura (componentes) e arquitetura (organização dos componentes) dos organismos. Está em íntima relação com a fisiologia que estuda as funções do organismo. 
	Estrutura e função são inseparáveis como a base da ciência e a arte da medicina. A anatomia deve conhecer primeiro determinadas partes do corpo, para que a fisiologia possa apreciar como elas funcionam.
	
Etmologia
	Etmologicamente, a palavra anatomia pode ser dissociada em duas outras, ANA que significa em parte e TOMIA, que deriva de TOMEIN que significa cortar ou separar, portanto a palavra anatomia significa cortar separando ou dissociando as partes do corpo, ou seja, é o método clássico de pesquisa representado por uma técnica de incisões sucessivas. Foi na realidade, sinônimo de dissecação por muito tempo, já que esta técnica era a única ou pelo menos a principal para o desenvolvimento deste ramo da biologia.
Histórico
Não faremos um quadro completo das fases porque tem passado esta Ciência, mas vamos procurar tratar um esboço dos acontecimentos que será  suficiente para dar-nos a idéia dos conhecimentos até então obtidos.
Na realidade não existe um registro histórico, assinalando quando o homem teve seu primeiro contato com a anatomia. Podemos inferir que os seus primeiros discernimentos morfológicos manifestaram-se na distinção dos diferentes seres vivos que o cercavam. Isso já pôde ser observado na pré-história, quando o homem documentava suas experiências através de desenhos nas paredes de cavernas.
Na antigüidade os primeiros anatomistas foram os adivinhos e conselheiros (anatomia primitiva), que prediziam o destino dos reis e das nações, observando a forma e o aspecto do fígado, principalmente dos carneiros. Os primeiros médicos foram os egípcios, que entendiam a estrutura do corpo humano através do processo de mumificação. Depois vieram os mesopotâmios, que tinham como principal objeto de estudo o cavalo, na época meio de transporte, máquina de guerra e moeda. Os chineses também iniciaram o estudo da anatomia veterinária na antiguidade e desde essa época foram notadas diferenças entre os métodos orientais e ocidentais, os primeiros caracterizados pelo contínuo estudo da anatomia para a localização dos pontos de pressão e acupuntura. É indubitável que, apesar da poderosa influência da religião e das superstições, acumularam-se muitos conhecimentos no transcurso desse tempo. No entanto, foram os gregos que trouxeram os maiores avanços nesta fase.
Segundo a tradição, o primeiro homem a dissecar animais foi ALCMEON (500-430 a.C.). Ele identificou o cérebro como centro da inteligência (até então era o coração) em humanos e em animais descobriu o nervo óptico e a tuba auditiva. 
Em 460 a.C., nasce na ilha de Cós, HIPÓCRATES (460-377 a.C.). Ele fundou a escola de medicina de Cós, passando a ser conhecido como o primeiro médico da humanidade e, portanto, o “Pai da Medicina”. Na anatomia hipocrática, os nervos não se distinguiam dos tendões, nem as veias das artérias. Ele inventou a teoria dos 4 humores: sangue, muco, bile negra e amarela. A personalidade e as doenças eram resultados de desacertos desses 4 humores.
Aristóteles (384-322 a.C.) foi considerado o pai da Anatomia Comparada, descrevendo o coração como o centro do sistema circulatório, as meninges, os ureteres, mas ainda confundia nervos e tendões.
Quando Alexandre Magno morreu, em 323 a.C. seu imenso império fragmentou-se, cabendo a Ptolomeu Soter, o Egito. O respeito de Ptolomeu pela Anatomia talvez fosse maior que seu respeito pela vida humana. Conta-se que Ptolomeu consentia na dissecção de homens vivos. Dois médicos gregos tinham esse privilégio, Herófilo (335-250 a.C.) e Erasístrato (310-250 a.C.). Herófilo dissecou mais de 600 corpos e classificou os nervos como sensitivos e motores. Erasístrato fez diversas observações, relatou as diferenças entre cérebro e cerebelo, evidenciou a cisterna do quilo e os vasos linfáticos e reconheceu a existência das valvas cardíacas. Em 150 a.C. por razões éticas e religiosas a dissecação humana foi proibida. 
Outro médico grego de reputação histórica foi Galeno (131-200 d.C.), que apesar de ser a maior expressão médica por muitos anos, foi também o maior embaraço para o progresso da medicina, isto durante o século II até o XIV. Ele dissecou somente animais e durante toda a idade média foi atribuída enorme autoridade as suas teorias que incluíam errôneas transposições ao homem das observações feitas nos animais. Ele foi fundador da fisiologia experimental, e sua obra: Sobre o Uso das Partes do Corpo Humano, regeu a medicina por 14 séculos. 
Após Galeno, deu-se uma grande lacuna na história da anatomia, cujo interesse pareceu haver desaparecido na Europa cristã. Vários foram os motivos que concorreram para tal; o crescimento do cristianismo levou a manutenção da proibição romana da dissecação de cadáveres e fortes dogmas, agora de cunho religioso, sufocaram as investigações anatômicas. A igreja, que passava a influir no comportamento dos povos e estava mais interessada na alma que no corpo do homem, acenava com penas de excomunhão àqueles que infringiam as suas normas. Como animal não tinha alma, o cristianismo propagava um certo desprezo pelos animais, o que serviu para cavar um abismo entre a medicina humana e veterinária.
Com o renascentismo e a idade moderna, surgem os artistas-anatomistas como DaVinci (1452-1519), que atraído pelas formas e proporções do corpo, interessou-se pela arquitetura e construção deixando-nos grande legado, até‚ ser proibido de dissecar pelo Papa Leão X. A seguir, surgem outros nomes como Vesalio, Falópio, Fabricius e outros. A obra de Vesalio (1514-1564), De Humani corpori fabrica, foi à obra mais significativa da anatomia até o século XVI, foi o primeiro a conter descrição acurada da estrutura interna do corpo humano (publicado em 1543).
	Importante também notar Harvey (1578-1657) que foi o primeiro a descrever a pequena e grande circulação e postulou a existência dos vasos sanguíneos sem nunca tê-los visto. Mais tarde, com o microscópio, Marcello Malpighi (1628-1694) prova a teoria de Harvey sobre a circulação nos capilares e também descreve a estrutura íntima de vários órgãos como a pele. 
No período inicial do seu desenvolvimento, a anatomia era apenas uma simples ciência descritiva, baseada em observações realizadas a olho nu. Nós séculos XVIII e XIX, com o advento de novos instrumentos e técnicas, e com o crescimento dos conhecimentos anatômicos, essa ciência puramente descritiva passou a incorporar outras características. Assim, tornaram-se necessárias subdivisões da anatomia em áreas específicas. Dentro da anatomia Humana, Veterinária e Vegetal podemos encontram diversas subdivisões.
Subdivisões da anatomia (Tipos)
	1- Macroscópica: estuda as formas e estruturas a olho nu através de técnicas como dissecação, maceração, injeção tecidual ou arterial com ou sem corrosão, diafanização.
	2- Microscópica ou Histológica: estuda as formas e estruturas com o auxílio de recursos ópticos.
	3- Ultra-estrutural: estuda as formas e estruturas com o auxílio de microscópio eletrônico.
	4- Embriológica: estuda as transformações que os organismos sofrem durante o desenvolvimento, quando são formados os tecidos e órgãos, estudando desde a fase de zigoto até o nascimento.
	5- Ontogênica: estuda o desenvolvimento total do indivíduo, do zigoto até a fase adulta.
	6- Teratológica: estuda o desenvolvimento anormal do indivíduo.
	7- Patológica: estudada quando ocorrem alterações funcionais do estado normal.
	8- Filogênica: estuda as modificações evolutivas que sofreu o organismo mostradas pelos registros geológicos.
	9- Comparada: é a descriçãoe a comparação das estruturas que compõem o corpo dos animais e estabelece os critérios para sua classificação.
10- Anatomia da imagem ou imaginologia: é a aplicação dos conhecimentos anatômicos na exploração do corpo dos animais através de raios X, angiografias, tomografia, ressonância magnética, doppler, ultra-som, etc.
11- Anatomia do indivíduo vivo: estuda os órgãos internos e externos no vivente.
	12- Anatomia constitucional: estuda os tipos de construção do corpo dos animais (biótipos). Ocorrem os biótipos: brevilíneo (gordo, baixo, atarracado com o tronco mais desenvolvido que os membros), mediolíneo e longilíneo (magro, alto, com os membros mais desenvolvidos que o tronco).
	13- Anatomia artística: estuda a morfologia externa para fins de criação artística.
14- Anatomia Especial: é a descrição da estrutura de um simples tipo ou espécie. 
	Ex: Antropotomia- Anatomia Humana.
 Hipotomia- Anatomia do cavalo.
	 Cinotomia- Anatomia do cão.
		
São utilizados três métodos principais para o estudo da anatomia:
-Sistemático ou anatomia sistêmica – estuda as formas e estruturas que compõem um determinado sistema:
		.Ósseo - Estudo do esqueleto.
		.Articular - Estudo das articulações.
		.Muscular - Estudo dos músculos e seus acessórios.
		.Respiratório - Estudo dos órgãos do sistema respiratório
		.Circulatório - Estudo dos órgãos do sistema circulatório.
		.Nervoso - Estudo dos órgãos do sistema nervoso. 
.Digestório - Estudo órgãos do sistema digestório.
		.Urinário - Estudo dos órgãos do sistema urinário.
		.Genital - Estudo dos órgãos do sistema genital.
		.Sensorial - Estudo dos órgãos dos sentidos. 
		.Endócrino - Estudo dos órgãos do sistema endócrino.
		.Tegumentar - Estudo dos órgãos do tegumento.
	-Topográfico ou anatomia topográfica - Designa os métodos pelos quais as posições relativas das várias partes do corpo são rigorosamente determinadas, onde uma região do corpo é estudada e verifica-se sua relação com as demais. Estuda todas as estruturas presentes naquela região em estudo.
	-Aplicado ou anatomia aplicada - Aplica os conhecimentos anatômicos a outras disciplinas como a cirurgia, semiologia, clínica, etc.
CONCEITO DE NORMAL, VARIAÇÃO, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE
	 As descrições anatômicas obedecem necessariamente a um padrão que não inclui outras possibilidades, esse padrão corresponde ao que ocorre na maioria dos casos, ao que é mais freqüente; para o anatomista o padrão, ou seja, o que ocorre na maioria dos casos é o normal, numa conceituação, portanto, puramente estatística.
Já variações são pequenas diferenças morfológicas encontradas num indivíduo, sem que isto traga prejuízo funcional. A anomalia é uma diferença morfológica que é capaz de alterar e mesmo prejudicar a função. Monstruosidade é uma grande diferença morfológica que afeta a função, sendo incompatível com a vida.
Fatores de variabilidade anatômica:
Fatores gerais
- Sexo: dimorfismo sexual, além dos órgãos genitais existem caracteres secundários como diferenças na pelve, quantidade de gordura, a presença dos dentes caninos no cavalo e sua ausência (ou baixa freqüência) na égua, presença de “cupim” bastante desenvolvido no macho Bos indicus, plumagem das aves; presença da “juba” nos leões.
- Idade: um recém nascido não é simplesmente uma miniatura do adulto. A idade é responsável por muitas alterações micro e macroscópicas. Por exemplo, o timo apresenta modificações após o nascimento e se atrofia quando o indivíduo atinge a maturidade sexual, ocorre a modificação na fórmula dentária, ausência de cornos nos bovinos recém-nascidos.
- Raça: grupos de indivíduos que possuem características particulares em comum devido à descendência comum, por exemplo, características de pelagem, forma da orelha, etc.
- Linhagem: em anatomia veterinária deve-se considerar a questão das linhagens como fator geral de variação anatômica em cada espécie. A linhagem nos parece tão relevante quanto é o fator racial, haja vista que o aparecimento destas tanto pode ter sido por cruzamentos feitos dentro de uma mesma raça quanto entre indivíduos de raças diferentes. Como resultado existem raças de suínos, como o Landrace de “quatro pernis”, cujo aspecto geral difere enormemente de animais da mesma raça, porém de linhagens diferentes. Entre as aves, têm-se belos exemplos de animais que se diferenciam, por pertencerem a diferentes linhagens, desde o aspecto altura até a amplitude do peito, diâmetro das coxas, etc., sem mencionar as diferenças de plumagem.
- Biotipo: existem várias diferenças morfológicas, incluindo entre brevilíneos, mediolíneos e longilíneos. Entre os cães, os da raça galgo são representantes perfeitos dos longilíneos; os da raça beagle encaixam-se como mediolíneos; e o pequinês como brevilíneo, onde os dois extremos diferem até mesmo no número de dentes. O formato do crânio difere entre braquicefálicos (curto), mesaticefálicos (comprimento médio) e dolicocefálicos (alongado). 
- Ambiente: diferenças evidentes quando se comparam indivíduos que habitam nas regiões equatorial, tropical e polar. Sua influência é comprovada pelas adaptações morfológicas que se submetem os animais, tais como o aumento da área cutânea no Bos indicus, para neutralizar os efeitos das altas temperaturas (termorregulação); o armazenamento de gordura em algumas regiões do corpo de algumas espécies animais, prevendo a escassez de alimentos em estações subseqüentes; o aumento e alongamento dos pêlos, para fazer frente às baixas temperaturas. Além disso, o desenvolvimento de caracteres econômicos (rendimento de leite, conformação de carne) depende do meio ambiente (suprimento alimentar) em que o animal é criado e mantido.
- Evolução: Os cavalos são um bom exemplo de evolução de linha reta: do Eohippus ou Hyrocotherium (pequeno animal primitivo que viveu no período Eoceno) mudanças ocorreram no tamanho e na forma, principalmente por esqueletos e dentes fosseis, através do Oligoceno (Miohippus), Mioceno (Merychipus), Plioceno (Pliohippus) até o Pleistoceno Recente (Equus). O mais antigo ancestral era pequeno (como uma raposa) e possuía 4 dedos (II a V) bem desenvolvidos, atualmente os cavalos são altos o III dedo é mais espesso e desenvolvido.
- Biorritimos: um bom exemplo na veterinária são as variações biológicas circadeanas controladas pela glândula pineal dos animais que determinam a estação de monta e variações quanto a atividades e forma dos órgãos reprodutores em animais como as éguas e cabras.
- Esportes e trabalho: modificações localizadas (hipermorfismos), além de outras difusas.
Fatores individuais: caracterizam cada animal, variações extremas podem ser usadas para identificação (impressões e arcada dentária)
	
NOMENCLATURA ANATÔMICA VETERINÁRIA 
	Foi organizada para padronizar os termos utilizados em todo o mundo. A princípio os termos anatômicos eram adotados sem base científica ou racional, levava-se em conta critérios como a mitologia, sentimento, religião, etc. Diante deste quadro, a nomina anatômica vem sido revisada e adequada às condições atuais de estudo, com conhecimentos embasados na ração e na ciência.
	O comitê internacional sobre a Nomenclatura Anatômica Veterinária, indicado pela Associação Mundial de Anatomistas Veterinários, publicou a primeira Nomina Anatômica Veterinária dos Animais Domésticos em 1968. Essa nomina foi revisada em sua terceira edição, de 1983, e serve como base para a nomenclatura utilizada atualmente. Seus princípios básicos são:
Fora um número muito limitado de exceções, cada estrutura anatômica deve ser designada por um único termo;
Cada termo deve estar em latim na lista oficial, mas os anatomistas de cada país estão livres para traduzir os termos oficiais do latim para a língua de ensino;
Cada termo deve ser, dentro do possível, o mais curto e simples;
Os termos devem ser de fácil memorizacão e possuir, acima de tudo, valores instrutivos e descritivos;Estruturas que são muito relacionadas topograficamente devem possuir nomes similares; por exemplo, artéria femoral, veia femoral, nervo femoral;
Os adjetivos diferenciais devem ser geralmente opostos, como maior e menor, superficial e profundo;
Os termos derivados de nomes próprios devem ser abolidos (epônimos);
Resistir em nominar estruturas insignificantes, mesmo que descobertas ou descritas.
A última edição da NAV foi publicada em 2005 (quinta edição), a qual foi revisada em 2012.
ABREVIATURAS PARA OS TERMOS GERAIS DE ANATOMIA:
	As abreviaturas aqui relacionadas são de uso veterinário e há controvérsias quanto ao seu uso, principalmente no que diz respeito ao uso de letras maiúsculas para designar palavras que não são nomes próprios. No entanto, convém citá-las para facilitar o nosso estudo:
Termos			Singular			Plural
Artéria				A				Aa
Músculo			M				Mm
Nervo				N				Nn
Veia				V				Vv
Ramo				R				Rr
Glândula			Gl				Gll
Ligamento			Lig				Ligg
Gânglio			Ggl				Ggll
DIVISÃO DO CORPO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
	É dividido em 5 regiões fundamentais:
	-Cabeça;
	-Pescoço;
	-Tronco -composto por 3 regiões, toráx, abdómem e pelve;
	-Membros em número de 4 divididos em grupos, sendo 1 par torácico e 1 pélvico;
	-Cauda.
POSIÇÃO ANATÔMICA
	Para evitar divergências na descrição do corpo dos animais estabeleceu-se uma posição fundamental de descrição anatômica para os quadrúpedes que é a seguinte:
	O animal está de pé, com os 4 membros estendidos e firmemente apoiados no solo, o pescoço está encurvado para cima, formando um ângulo de cerca de 145° com o dorso, a cabeça se mantém mais ou menos erecta num plano horizontal, de modo que as narinas estejam voltadas para a frente e os olhos para o horizonte.
	Nos animais quadrúpedes a posição anatômica refere-se à posição ordinária, em pé, considerando-se o animal em estação forçada. Desta forma, não importa que o animal esteja em decúbito dorsal, ventral ou lateral, pois as descrições anatômicas são feitas em relação a posição anatômica.
	No caso do homem, corresponde a posição fundamental em disciplinas de educação física, ou seja, a face voltada para frente, olhos dirigidos para o horizonte, membros superiores ou torácicos acolados ao tronco com as palmas das mãos voltadas para frente, membros inferiores acolados e as extremidades dos dedos voltadas para frente. É também chamada posição em pé.
PLANOS E EIXOS DO CORPO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
	Para que a posição e a direção das partes do corpo sejam indicadas precisamente, empregam-se certos termos descritivos que precisam ser conhecidos desde já, considerando-se o corpo dos animais domésticos em sua posição anatômica.
PLANOS DE DELIMITAÇÃO
	Traçam-se planos tangentes à superfície externa do corpo do animal, mantido na posição anatômica. Desta forma, temos um sólido geométrico, especificamente um paralelepípedo.
	São descritos seis planos tangentes à superfície do corpo dos animais:
	A - Dois planos horizontais
		Um tangente ao dorso - Plano dorsal
		Um tangente ao ventre- Plano ventral
	B - Quatro planos verticais
		Um tangente ao lado esquerdo - Plano lateral esquerdo
		Um tangente ao lado direito _ Plano lateral direito
		Um tangente à cabeça - Plano cranial
		Um tangente à cauda - Plano caudal
B. EIXOS 
	Considerando-se os planos cranial e caudal, traçando uma diagonal que une o centro destes planos, um ao outro, contrai-se um eixo, denominado eixo crânio-caudal ou longitudinal.
	Considerando-se os planos laterais direito e esquerdo e traçando-se uma diagonal unindo os centros destes planos, contrai-se o eixo látero-lateral ou transversal.
	Traçando também uma diagonal que une os centros dos planos dorsal e ventral, temos o eixo dorso-ventral ou vertical ou sagital.
	O eixo látero-lateral é considerado como um eixo homólogo, pois, suas extremidades tocam partes correspondentes no corpo do animal e os eixos cranio-caudal e dorso-ventral são ditos heterólogos por suas extremidades tocarem partes não correspondentes no corpo do animal.
C. PLANOS DE SECÇÃO E PRINCÍPIOS 
	
Plano sagital mediano: obtido pelo deslizamento do eixo dorso-ventral sobre o crânio-caudal. O plano sagital mediano que divide o corpo dos animais em duas porções denominadas antímeros que são unidades morfológicas de construção homólogas que dividem o corpo dos vertebrados em duas metades aparentemente iguais. Introduz em anatomia o conceito de simetria bilateral. Todos os planos que cortam o corpo do animal paralelos ao plano sagital mediano são denominados planos sagitais ou paramedianos. Os planos sagitais são paralelos aos planos de delimitação laterais.
	Plano transversal: obtido pelo deslizamento do eixo latero-lateral sobre o dorso-ventral. O plano transversal que divide o corpo do animal em duas porções, uma cranial e outra caudal. Planos transversais paralelos ao transversal primitivamente traçado separam segmentos do corpo dos vertebrados denominados metâmeros que são unidades morfológicas de construção do corpo dos vertebrados, também homólogas, que se sucedem no sentido crânio-caudal sendo separadas umas das outras por planos transversais e consecutivos. O metamerismo é melhor visto em embriões e torna-se menos evidente nos adultos. Também, planos transversais podem ser traçados, formando um ângulo reto com o maior eixo do corpo, ou dos membros ou de órgãos dos animais domésticos. Podemos concluir então que planos transversais traçados ao nível do tronco do animal, são paralelos aos planos de delimitação cranial e caudal, enquanto que outros planos transversais traçados nos membros torácico ou pelvino, são paralelos aos planos de delimitação dorsal e ventral.
	Plano horizontal: obtido pelo deslizamento do eixo latero-lateral sobre o crânio-caudal. O plano horizontal que divide o corpo em duas porções desiguais, denominadas de paquímeros que são unidades morfológicas de construção heterólogas. Esse plano divide o corpo do animal em duas porções, uma dorsal ou neural, onde está localizado o sistema nervoso central e outra ventral ou visceral onde estão localizadas as vísceras. Introduz o conceito de estratigrafia, ou seja, a construção do corpo em camadas.
PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTRUÇÃO DO CORPO NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
	
O corpo de todos os vertebrados, segue um padrão de construção. Esse plano geral, baseia-se nos seguintes princípios morfológicos:
	1. ANTIMERIA - Cada animal pode ser dividido em metades direita e esquerda ou antímeros, possuindo uma simetria bilateral. No entanto, embora a aparente simetria, à primeira impressão, não se configuram como verdadeiramente simétricas essas unidades. A simetria bilateral deve ser analisada tanto do ponto de vista anatômico quanto o funcional. Desta forma, considerando o ponto de vista anatômico não há correspondência precisa entre os órgãos situados nos antímeros direito e esquerdo (ex. o fígado ocupa, na sua maior parte, o antímero direito e o baço o esquerdo). Do ponto de vista funcional, a assimetria pode ser também confirmada (ex. o ovário da vaca, em que o direito é mais ativo). Outro bom exemplo é o destrismo no homem. 
	2. METAMERIA - Durante a embriogênese, o corpo do animal é formado de acordo com uma série linear ou uma sucessão crânio-caudal de segmentos semelhantes ou metâmeros. O metamerismo é melhor visto em embriões (disposição dos somitos) e torna-se menos evidente nos adultos, mantendo-se apenas em algumas estruturas, tais como a coluna vertebral, as costelas, os vasos e nervos intercostais e lombares, a disposição das raízes dos nervos espinhais e cranianos. Em animais inferiores, entretanto, como os anelídeos e cestodas, os metâmeros são muito semelhantes entre si, chegando, no caso dos cetodas, a formar unidades funcionais independentes (plogotes da tênia).
	3. PAQUIMERIA - O corpo do animal é dividido por planos horizontais. Teremosassim a divisão do corpo em partes ou paquímeros. O primeiro é também chamado paquímero dorsal ou neural e o segundo, ventral ou visceral, devido a localização do sistema nervoso central e de parte das vísceras, respectivamente.
	4. ESTRATIFICAÇÃO - É um princípio de construção corpórea evidente desde as primeiras fases do desenvolvimento embrionário, onde o organismo é constituído de camadas (ectoderma, mesoderma e endoderma). No adulto, a pele (formada por vários estratos), dispõe-se sobre a tela subcutânea, que recobre a camada muscular que recobre o osso. A parede dos vasos e vísceras também são formadas por várias camadas ou estratos.
TERMOS INDICATIVOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO
	São utilizados para facilitar a descrição das estruturas que compõem o corpo dos animais. Na explicação destes termos devemos lembrar, que são aplicados a um quadrúpede na sua posição anatômica.
	1. DORSAL, VENTRAL E MÉDIO - A superfície orientada em direção ao plano de apoio(solo) é denominada ventral e a superfície oposta, dorsal. Uma estrutura localizada entre outra estrutura que é dorsal e outra que é ventral, é dita média. Quanto aos membros, o termo dorsal é indicado para a face superior do carpo, metacarpo, tarso, metatarso e dedos. O termo ventral nunca deve ser empregado para os membros.
	2. LATERAL, MEDIAL, INTERMÉDIO E MEDIANO - Indicam a posição de um órgão ou estrutura em relação ao plano sagital mediano. Uma estrutura ou superfície que está mais próxima a este, é dita medial e outra que está mais distante deste plano, é dita lateral. Quando uma estrutura se encontra entre a lateral e a medial, recebe a denominação intermédia e quando se encontra aproximadamente ao mesmo nível do plano sagital mediano, é mediana.
	3. CRANIAL E CAUDAL, PALMAR E PLANTAR - Designam estruturas localizadas mais próximas aos planos cranial e caudal respectivamente. Na mão e no pé o termo cranial é substituído por dorsal e o termo caudal por palmar (na mão) e plantar (no pé).
	4. ROSTRAL, SUPERIOR E INFERIOR - Rostral é utilizado em substituição ao cranial, para estruturas localizadas na cabeça. Superior e inferior são termos muito utilizados na anatomia humana e pouco na veterinária, restringindo-se a designar as pálpebras e os lábios superior e inferior.
	5. PROXIMAL E DISTAL - Termos utilizados para os membros e outros órgãos apendiculares (cauda, orelha, etc) em relação a sua raiz ou inserção. Uma estrutura localizada mais próxima à raiz é proximal em relação à outra que é distal. São utilizados também para os segmentos e ramificações de vasos e nervos em relação ao coração e ao encéfalo, respectivamente.
	6. EXTERNO E INTERNO - Geralmente utilizados para designarem estruturas relacionadas às cavidades ou órgãos ocos.
	7. AXIAL E ABAXIAL - Termos utilizados para as espécies cujo eixo funcional do membro passa entre o 3º e 4º dedos como acontece nos ruminantes e cães. A face do dedo voltada para o eixo é denominada axial e a oposta é abaxial.
	8. SUPERFICIAL E PROFUNDO - São termos úteis para indicar posições, em órgãos ou regiões mais próximos ou mais afastados, respectivamente da superfície considerada.
ROTEIRO PARA AULA PRÁTICA DE INTRODUÇÃO A ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
1- Estude através de um esqueleto a divisão do corpo dos animais domésticos, observando suas partes fundamentais: cabeça, pescoço, tronco, membros e cauda.
2- Aproveite ainda o esqueleto para estudar a posição de descrição anatômica dos quadrúpedes. Esse conhecimento é indispensável.
3- Por meio de esqueletos, veja os planos que delimitam o corpo dos animais domésticos: cranial, caudal, dorsal, ventral, laterais direito e esquerdo. Veja também os planos que seccionam: horizontal, sagital mediano, sagitais e transversais.
4- Estudes os eixos craniocaudal, dorsoventral e laterolateral.
5- Procure estudar através de esqueletos, estruturas que melhor exemplifiquem os seguintes termos de indicação e posição:
- lateral, medial, intermédio e mediano
- dorsal, ventral, médio
- cranial, caudal, rostral
- proximal e distal
- axial e abaxial
- dorsal, palmar e plantar
- externo e interno
- superior e inferior
- superficial e profundo
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