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Práticas da Leituras

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Livro: Práticas da Leitura
Autor: Vários Autores 
Ano de publicação: 1996 
Origem: Biblioteca SESC
A leitura e suas dificuldade – Fraçois Bresson 
No primeiro texto dessa coletânea, produto sobre um congresso sobre o tema de práticas de leitura, Bresson questiona quais serias as dificuldades na decodificação do texto escrito, para tal ele faz uma comparação do sistema de escrita alfabética ocidental com o sistema de escrita ideográfica chinesa. Nesse percurso ele aponto que, aparentemente, a dificuldade não se encontra em questões como direção do texto, e vai discorrendo que, esse dificuldade estaria muito no fato da representação fônica nas palavras escritas, já que quando escrita existem muitas variações de representação gráfica para o som 
O autodidatismo exemplar – Jean Hébrard 
“A leitura é mais facilmente pensada como um processo de confirmação cultural do que como um motor de deslocamento ou de uma progressão no mesmo campo” 
Esse Capítulo, através da experiência autodidata de um camponês que ascendeu socialmente através dos conhecimentos adquiridos, questiona os processos que nomeamos de aprender a ler. Jamerey-Duval faz um trajeto, ao sair de casa bem cedo fugindo dos maltrato do padrasto, em que pecorre por si só uma busca de formação intelectual. 
Jean Hérbard, entre os pontos que questiona, diz ser de certo modo perigoso esse processo de aprendizagem quando não possui nenhum mediação, pois a simples decodificação dos caracteres ainda não é a decodificação da leitura, ou ainda mais gravemente, a decodificação da qual cada comunidade, cada sociedade, permite que seja feita de um texto. 
Do Livro à Leitura – Roger Chartier 
Com o total interesse da visão de Editor, Chartier faz uma digressão histórica sobre os modos de ler, como cada invenção tecnológica fez-se presente e modificou os modos dessa leitura. 
A Leitura como prática cultural 
pg. Pierre Bordieu “… Desde que o livro, como disse antes , é um poder, o poder sobre o livro é evidentemente um poder. É por isso que as pessoas que são estranhas ao mundo intelectual se espantam de ver como os intelectuais lutam, e com violência singular, pelo que, para elas, parecem ensejos triviais. De fato, os embates podem ser de uma importância extrema. O poder sobre o livro é o poder sobre o poder que exerce o livro.” 
Entender como funcionar os mecanismos da leitura, esse é um dos objetivos de alguns intelectuais nos últimos 50 anos, não apenas por ser o ato de ler, o ato da recepção, mas também é do cerne de tal processo, um dos pilares em que está fundamentada a sociedade contemporânea. 
A Leitura, pouco a pouco, deixou de ser uma atividade rara, mágica, até mesmo sagrada, para se instalar em nossa cotidiano, contudo, essa massificação da atividade leitora nos instaura algumas interrogações estruturais, sabemos ler ? O que é ler? 
Entre decodificação, ou construção de sentido, estabelecimento de significado, alguns intelectuais franceses, puxados por Chatier, enumera diversos estudos sócio-históricos, para, através deles, tentar divisar o fenômeno leitura, suas implicações e seus desdobramentos. 
Há de se considerar que os textos reunidos, são de uma visão da intelectualidade francesa, muito pontos são interessantes e necessários, porém é preciso uma leitura crítica e desconfiada, pois a visão dessa intelectualidade, que de debruça sobre documentos históricos, as vezes soa um pouco distante da nossa realidade e da nossa contemporaneidade. 
Um livro importante para quem deseja refletir os processos da leitura, indicados para todos as/os profissionais com ela ligada diretamente ou indiretamente.

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