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ANATOMIA Básico

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ANATOMIA
Ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
Ciências que constituem especializações da Anatomia 
Citologia (estudo da célula)
Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação dos órgãos)
Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo)
MORFOLOGIA – termo para designar os aspectos macro e microscópicos da anatomia.
FORMAS DE ESTUDO ANATÔMICO
1. Anatomia sistêmica – estudo macroscópico e analítico dos sistema orgânicos
2. Anatomia topográfica – estudo de territórios ou regiões do corpo para conhecimento das relações anatômicas entre as estruturas de todos os sistemas, superficiais ou profundas, de uma determinada área corpórea. 
3. Anatomia aplicada – estudo da aplicação prática dos dados anatômicos.
4. Anatomia radiológica – estudo das estruturas anatômicas por meio do raio X.
 radioscopia – acoplada à televisão, permitindo o estudo em função e movimento.
	seriografia – imagens sucessivas dão idéia de movimento dos órgãos.
	cinerradiologia – combinação de radiografia e vídeo
	colangiografia operatória – radiografia das vias bilíferas durante o ato cirúrgico
	ultra-sonografia ou ecografia – visualização de estruturas profundas do corpo pelo registro de reflexões ou ecos de pulsos de ondas ultra-sônicas dirigidas a tecidos e órgãos
 tomografia computadorizada
	ressonância magnética
	imagens registradas com injeção de substâncias contrastadas - angiocardiografias, angiografias, arteriografias, venografias ou flebografias, urografias, artrografias
	cintilografia - imagens bidimensionais da distribuição seletiva de radioatividade (radiação gama) em tecidos após incorporaçãode radionuclídeos
5. Anatomia antropológica – estudo de aspectos anatômicos dos povos e grupos étnicos
6. Anatomia comparativa – estudo comparado da estrutura morfológica e dos órgãos de indivíduos de espécies diferentes
7. Anatomia biotipológica (ou constitucional) – estudo dos tipos individuais de construção do corpo humano 
CONHECER A FORMA DE UM ÓRGÃO É QUERER SABER TAMBÉM COMO FUNCIONA
Dissecações em animais – o fisiologista grego Galeno disseca porcos e macacos no século II d.C;
1539 – o anatomista belga André Vesálio (Andries van Wesel - 1514-1564) demonstra que as descrições de Galeno não se referiam a dissecações na espécie humana;
Pai da Anatomia Científica Moderna : De humani corporis fabrica (1543), em 7 volumes encerra o fim do galenismo.
ANA (de alto a baixo, em partes) + TOMÉ (corte, cortar de alto a baixo, cortar em partes)
Dissecação é o ato de cortar ordenadamente alguma coisa, no caso, o cadáver de um indivíduo com o objetivo de conhecer a disposição das estruturas que o compõem.
Células
↓
Tecidos (conjunto de células semelhantes para desempenhar a mesma função geral)
↓
Órgãos (instrumentos de função)
↓
Sistemas (conjunto de órgãos, de mesma origem e estrutura, cujas funções se integram para realizar funções complexas)
↓
Organismo (corpo)
SISTEMAS
1. Esquelético – ossos que formam o arcabouço de sustentação do corpo, além de servir à fixação de músculos, delimitar cavidades para proteção de órgãos nelas contidos e cumprir funções hematopoiéticas
2. Articular – conexões (articulações) entre os ossos para permitir movimentos (NÃO é sistema oficial)
3. Muscular – músculos (esqueléticos ou voluntários) – elementos ativos do movimento
4. Circulatório – conjunto de tubos, os vasos condutores de sangue, acoplados a um órgão central (coração)
5. Linfático – tubos (vasos linfáticos) que conduzem a linfa, órgãos linfáticos primários (medula óssea e timo) e secundários (linfonodos, baço, anel linfático da faringe ou tonsilas – lingual, palatina, faríngea e tubária) 
6. Respiratório – conjunto de órgãos responsáveis pela respiração (vias respiratórias e pulmões)
7. Digestório – canal para digestão e absorção dos alimentos; estruturas anexas (dentes, glândulas salivares, fígado e pâncreas)
8. Endócrino – conjunto de glândulas endócrinas (de secreção interna, sem ducto excretor). Como é constituído por órgãos diversos, a Terminologia Anatômica não reconhece um sistema endócrino, preferindo o nome genérico glândulas endócrinas (hipófise, pineal, tireóide, paratireóides, supra-renais, ilhotas pancreáticas)
9. Urinário – rins e vias uriníferas
10. Genital – reprodutivo feminino (interno - ovários, tubas uterinas, útero, vagina; externo - pudendos femininos) e masculino (interno - testículos e vias espermáticas - epidídimos, dusctos deferentes, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbo-uretrais; externo - pênis e escroto)
11. Sensorial – órgãos dos sentidos (sensações táteis, térmicas e dolorosas - pele - ou específicas, como as gustativas, olfatórias, auditivas e visuais). A Terminologia Anatômica não reconhece um sistema sensorial, preferindo a denominação de órgãos dos sentidos.
12. Nervoso – para recepção e interpretação de estímulos e comando das reações a esses estímulos 
13. Tegumentar - revestimento cutâneo do corpo
A Terminologia Anatômica não reconhece um sistema tegumentar, mas sim tegumento comum (pele, cabelos e outros pêlos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas, glândulas mamárias).
Aparelho – reunião de sistemas (que tenham relações embriológicas, topográficas ou fisiológicas)
Exemplos: aparelhos locomotor (sistemas esquelético, articular e musclar) e genitourinário (sistemas urinário e genital masculino ou feminino) 
TERMOLOGIA ANATÔMICA
Conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes.
Basle Nomina Anatomica (B.N.A. - 1895)
Paris Nomina Anatomica (P.N.A. – 1955) 
Última revisão em Roma (1999): Tradução para a língua portuguesa por comissões da Sociedade Brasileira de Anatomia e Portuguesa publicada em 2000 (em vigência) *
Os termos indicam forma (músculo trapézio), posição ou situação (nervo mediano), trajeto (artéria circunflexa da escápula), conexões (ligamento sacroilíaco), relação com o esqueleto (artéria radial), função (levantador da escápula). 
Abreviaturas - A. – artéria; Aa. – artérias; Lig. – ligamento; Ligg. – ligamentos; M. – músculo; Mm. – músculos; N. – nervo; Nn. – nervos; R. – ramos; Rr. – ramos; V. – veia; Vv. – veias.
*Abolidos epônimos (nomes de pessoas).
DIVISÃO DO CORPO HUMANO
Cabeça (fronte - testa; occipital - porção posterior e inferior; têmpora – porção lateral, anterior à orelha; orelha e face, na qual se reconhecem olho, nariz, boca e mento);
Pescoço ;
Tronco (tórax, abdome, pelve e dorso) ;
Membros (superiores e inferiores);
Superior - Cíngulo do membro superior, axila, braço, cotovelo, antebraço e mão (carpo, metacarpo, palma, dorso da mão, dedos da mão);
Inferior - cíngulo do membro inferior, nádegas, quadril, coxa, joelho, perna (parte posterior - sura ou panturrilha), pé (tarso, calcanhar, metatarso, planta, dorso do pé, dedos do pé) ;
Cavidades do corpo: (do crânio, torácica, abdomino- pélvica, uma abdominal e outra pélvica).
NORMALIDADE E VARIAÇÃO ANATÔMICA
Em medicina, normal significa sadio.
Em anatomia, normal é o mais freqüente.
As diferenças morfológicas são denominadas variações anatômicas, sem prejuízo funcional para o indivíduo (variações externas ou somáticas ou internas).
A VARIAÇÃO, EM ANATOMIA, É UMA CONSTANTE.
ANOMALIA: (variação morfológica que determina perturbação funcional, podendo ser congênita ou adquirida por doença ou lesão)
MONSTRUOSIDADE: (anomalia tão acentuada que deforma profundamente a construção corpórea, sendo, em geral, incompatível com a vida)
Exemplos: agenesia (não-formação) do encéfalo; amelia (ausência de membros ou de porção de um ou mais membros (focomelia) nos fetos pelo uso de talidomida (anos 60) 
Seu estudo é feito pela Teratologia.
FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO ANATÔMICA
1. IDADE
	Fase intrauterina
	Ovo (7 1os dias)
	Embrião (atéo fim do 2o mês)
	Feto (até o 9o mês)
	Fase extrauterina
	Recém-nascido (até 1 mês após o nascimento) 
	Infante (até o fim do 2o ano)
	Menino (até o fim do 10o ano)
Pré-púbere (dos 12 aos 14 anos, amadurecimento sexual)
	Jovem (até 21 anos no sexo feminino e 25 anos no sexo masculino)
	Adulto (até a menopausa - cerca de 50 anos - ou andropausa - cerca de 60 anos)
	Velho (além dos 60 anos)
2. SEXO (caráter de masculinidade ou feminilidade)
	Exemplos: quantidade de grodura na tela subcutânea, respiração (diafragmática no homem, costal na mulher)
3. CARACTERÍSTICAS ÉTNICAS (etnia - denominação conferida a cada grupamento humano que possui caracteres físicos comuns externa e internamente, pelos quais se distingue dos demais)
	Branca, Negra e Amarela e seus produtos de entrecruzamento
4. BIÓTIPO (resultante da soma dos caracteres herdados e adquiridos por influência do meio e da sua interrelação)
Biótipos constitucionais existem em cada grupo étnico.
	Extremos – Longilíneos (magros, em geral, altos, com pescoço longo, tórax muito achatado ântero-posteriormente, com membros longos em relação à altura do tronco)
	 Brevilíneos (atarracados, em geral, baixos, compescoço curto, tórax de grande diâmetro ântero-posterior, membros curtos em relação à altura do tronco)
	 Mediolíneos (com caracteres intermediários aos dos tipos precedentes) 
POSIÇÃO DE DESCRIÇÃO ANATÔMICA
Indivíduo em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO HUMANO
Na posição anatômica, o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes a sua superfície, determinando a formação de um sólido geométrico (um paralelepípedo)
4 PLANOS VERTICAIS
		tangente ao ventre – Plano ventral ou anterior
		tangente ao dorso – Plano dorsal ou posterior
	Estes e outros a eles paralelos são chamados de Planos Frontais
		tangentes aos lados do corpo – Planos laterais esquerdo e direito 
2 PLANOS HORIZONTAIS
		tangente à cabeça – Plano cranial ou superior
		tangente à planta dos pés – Plano podálico ou inferior
	O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do cóccix , chamado Plano caudal.
PLANOS DE SECÇÃO DO CORPO
Plano que divide o corpo em metades esquerda e direita – Plano mediano ;
Toda secção feita por planos paralelos ao mediano é uma Secção sagital (corte sagital)
Sagitta (de seta) do crânio fetal é uma figura representada pelos espaços suturais medianos de direção ântero-posterior;
Planos de secção paralelos aos planos frontais (ventral e dorsal) são Frontais (cortes frontais);
Planos de secção paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são Tranversais (cortes transversais)
EIXOS DO CORPO HUMANO
Linhas imaginárias traçadas no indivíduo incluído no paralelepípedo.
Eixo sagital, ântero-posterior – centro do plano ventral ao centro do plano dorsal (eixo heteropolar, pois suas extremidades tocam em porções não correspondentes do corpo)
Eixo longitudinal, craniocaudal – centro do plano cranial ao centro do plano caudal (eixo heteropolar)
Eixo transversal, laterolateral – centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral esquerdo (eixo homopolar, pois suas extremidades tocam em porções correspondentes do corpo) 
TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO
Face voltada ao plano medial - medial
Face voltada ao plano lateral - lateral
Posição ou situação mais próxima ao plano medial - medial em relação a outro
Posição ou situação mais próxima ao plano lateral - lateral em relação a outro
Adjetivos interno e externo
Nos membros, vasos (em relação ao coração) e nervos (em relação ao neuro-eixo), adjetivos proximal e distal
Termo médio para estruturas que estão entre duas outras que podem ser ventral (anterior) e dorsal (posterior), cranial (superior) e caudal (inferior), interna e externa, porximal e distal em relação a elas.
PRINCÍPIOS GERAIS DE CONSTRUÇÃO DO CORPO HUMANO
1. ANTIMERIA – o plano mediano divide o corpo em duas metades - esquerda e direita.
	Estas metades são antímeros, semelhantes morfologicamente e funcionalmente.
	Dessa forma, o corpo é construído segundo o princípio
 da simetria bilateral.
	Assimetrias morfológicas e funcionais 
2. METAMERIA – a superposição, no sentido longitudinal, de segmentos semelhantes. Cada segmento corresponde a um metâmero.
Evidente na fase embrionária, conservando-se no adulto apenas algumas estruturas, como a superposição de vértebras na coluna vertebral e de costelas na caixa torácica.
Exemplo: Dermátomos correspondem a uma área cutânea inervada por uma raiz dorsal da medula espinhal.
3. PAQUIMERIA – princípio segundo o qual o segmento axial do corpo do indivíduo é constituído por 2 tubos (paquímeros – anterior ou ventral; posterior ou dorsal).
O paquímero anterior contém a maior parte das vísceras (paquímero visceral).
O paquímero posterior corresponde à cavidade craniana e o canal vertebral e aloja o SNC (encéfalo na cavidade craniana e medula espinhal no canal vertebral da coluna) (paquímero neural).
4. ESTRATIFICAÇÃO OU ESTRATIMERIA – princípio segundo o qual o corpo humano é construído por camadas, estratos, telas ou túnicas, que se superpõem.
Nas fases iniciais do desenvolvimento, 3 camadas concêntricas – ectoderma (externa), mesoderma (média) e endoderma (interna).
	Exemplos: pele; tela subcutânea, fáscia muscular (lâmina de envoltura dos músculos), músculos, ossos, Vasos e nervos na tela subcutânea ou entre os músculos.
	As estruturas que estão fora da fáscia muscular são superficiais.
	As que se situam para dentro da fáscia muscular são profundas.
5. SEGMENTAÇÃO – Segmento é o território de um órgão que possua irrigação e drenagem sangüínea independentes, separado dos demais ou separável e removível cirurgicamente e que seja identificado morfologicamente.
Já identificados segmentos no baço, estômago, rins, pâncreas e fígado. Estudos em tireóide, ovários, testículos, próstata.

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