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WEB AULA 3

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WEB 3: O PENSAMENTO CLÁSSICO
 
Unidade 1. Os sofistas, Sócrates e Platão. 
 
Unidade 2. A lógica aristotélica e formação dos conceitos universais. 
 
Olá, Vimos na aula passada que o pensamento mítico na Grécia foi bastante alterado com o surgimento dos pré-socráticos. Lembram-se deles? Queriam descobrir qual era a substancia de onde tudo surgia no mundo.
Hoje vamos falar de outra categoria de pensadores com visões e intenções bem diferentes dos pré-socráticos: os sofistas. Mas antes, vejamos como as coisas andavam na velha Grécia.
   
Unidade 1. Os sofistas e Sócrates
   
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA VIDA DEMOCRÁTICA EM ATENAS  
  
Depois de ser governada por reis, por nobres e até tiranos, a Grécia conheceu a democracia (século V a.C.). Com essa forma política torna-se natural que as pessoas expressem livremente suas ideias em praça pública (Ágora) e também nos tribunais.
   
A FORMAÇÃO DA POLIS GREGA  
Polis era o local em que os gregos viviam, sendo pequenas cidades auto-suficientes (cidade-estado).Nessas localidades aconteciam as discussões públicas e se tomavam decisões sobre tudo que pudesse interferir na vida da comunidade. Decidia-se sobre guerra e paz, financiamento de guerra, recrutamento de tropas, tratados e negociações diplomáticas, regulamentação do culto, obras públicas, impostos e tudo mais que demandasse decisão governamental. (FINLEY 1984, p. 65)  
   
Na Grécia a democracia era direta, ou seja, os cidadãos participavam diretamente da vida pública, não havia escolha de representantes políticos. Por esse motivo era necessário saber falar bem para expor suas idéias.  
   
POLÍTICA, EXERCÍCIO DA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
O SURGIMENTO DOS  SOFISTAS  NA GRECIA DEMOCRÁTICA  
 
Quem eram os sofistas?  
  
Os sofistas eram professores de oratória (arte de bem falar) que ensinavam a arte da persuasão (estratégia para fazer crer, convencer). Eram geralmente estrangeiros sem direitos políticos, não possuíam residência fixa, viajavam pelas cidades fazendo palestras e tinham muito sucesso com elas. Eles reuniam muitos alunos e ministravam aulas particulares em troca de boa remuneração.
Ensinavam os alunos as técnicas de argumentação, e como driblar a opinião adversária,para que tivessem êxito nos negócios privados e na vida pública, se preocupando com a forma como se falava e não com o conteúdo. O importante, para os sofistas, era ganhar uma discussão, independentemente do critério utilizado.  
   
É comum encontrarmos imagens bem sugestivas que nos incitam a tomar gosto pela campanha de algum candidato. Observe a imagem a seguir:  
   
CAMPANHA: QUERO UM BRASIL DECENTE 
O meigo garotinho nos leva  a relacionar o símbolo do partido com alguma coisa desejável. Somos envolvidos emocionalmente, deixando de lado a racionalidade.
Os sofistas, ignorando os principios da lógica formal utilizado pela filosofia afirmavam que em filosia tudo é possível e tudo é verdade. Decorrem destas afirmações as duas grandes teorias sofísticas: o relativismo subjetivo e o ceticismo absoluto.
O SOFISTA PROTÁGORAS E O RELATIVISMO MORAL  
 
Protágoras  
 
O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são, enquanto são, e das coisas que não são, enquanto não são.
Protágoras de Abdera (492 a.C.- 422 a.C.)
É considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas
O que ele quis dizer com isso?
Que todas as coisas dependem de quem as vê, não havendo verdades absolutas.
O impasse sofistas x Platão poderia ser analisado a partir da situação a seguir, considerando que quando a situação é analisada de modo mais completo podemos perceber que a verdade acerca dela é objetiva e compreensível para todas as pessoas mesmo tendo duas versões.
Para os sofistas, a verdade é pessoal, depende do contexto, da situação, não existe verdade plena, mas tudo é provável.
De acordo com Platão, os sofistas ensinavam opiniões, desconsiderando a verdade por isso eram falaciosos.
FALACIA  
 
É um argumento falho ou inválido para comprovar o que alega. O pior é que tem “cara de verdade”. Temos que prestar atenção porque geralmente atacam nosso emocional nos levando a esquecer de fazer uma analise critica do assunto. Podemos resumir assim: falácia é uma falha técnica que torna o argumento inconsistente ou inválido.
Existem muitos tipos de falácias. Veja a falácia de apelo à autoridade com o “Rei Pelé”.
A figura do Pelé no Brasil é bastante respeitada quando se trata de saúde. Afinal ele é um atleta com mais de 60 anos que apresenta saúde e vigor. Quando ele diz: "Eu fico tão feliz por que a Invel é uma empresa que trabalha e faz o possível para melhorar a saúde das pessoas. Então, eu não poderia estar longe dela", está avalizando a qualidade do produto. A tendência é acharmos que o produto é de fato muito bom, afinal é o Pelé quem está dizendo. Mas, não há autoridade científica, sendo uma falácia de alto apelo à autoridade.
SABER E APARENCIA DE SABER - CONSIDERAÇÕES DE SÓCRATES
“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei.”
Sócrates
No livro Górgias de Platão (455) Sócrates diz que os sofistas não teriam condições, por falta de conhecimento, de opinar nas assembleias que tratavam da construção de muralhas, do aparelhamento dos portos, dos arsenais, e outras providencias relativas a defesa da cidade. Quem teria condições de discutir esses temas seriam os profissionais da área que conhecem do assunto, podendo dar conselhos válidos, úteis.
“o não sabedor, entre não sabedores, será mais convincente que o sabedor”.
Para a oratória o conhecimento é desnecessário, basta encontrar uma astucia, uma sutileza de  persuasão “para, entre não sabedores, passar por saber mais do que os que sabem”.   Os sofistas buscavam poder e riquezas. Por esses desejos usaram da retórica para seduzir e conquistar poder na polis.
UM MÉTODO PARA SE CHEGAR A VERDADE: A IRONIA E A MAIEUTICA
Você se lembra do antigo ditado popular: Quem dá o pão dá o castigo?
Sócrates critica os sofistas por fazer de sua educação um negócio e com isso  perderem a liberdade de agir conforme seu próprio desejo para atender as expectativas  de quem lhes fazia os pagamentos.
Por fim, “Sócrates compara a sofística à arte da cozinha que procura satisfazer o paladar, mas não se preocupa se os alimentos são bené?cos”, caso satisfaça o paladar, não é necessário saber se sua composição é boa ou prejudicial.
(ABUZZI, 1992, p. 134)
A IRONIA SOCR
A ironia socrática é uma espécie de jogo de palavras que procura desmontar vaidades, pré-conceitos, arrogância e a presunção do saber que atrapalham o entendimento da verdade. A palavra ironia para nós tem um sentido negativo, pois, nos lembra de depreciação, zombaria. Mas, Sócrates faz uso bem diferente desse termo.  No grego, ironia quer dizer “interrogação”. Este é o uso que o filósofo fazia dessa palavra. Ele questionava seus alunos naquilo que pensavam saber.  
O que é a justiça? E a coragem?   
 
O reconhecimento da própria ignorância é a primeira virtude de um sábio. “Sei que nada sei” dizia Sócrates. Assim, a ironia fazia uma purificação no pensamento dos alunos, levando-os a compreenderem suas limitações, contradições e ignorâncias, sendo que antes se achavam muito competentes. É uma desconstrução do pensar.
A MAIÊUTICA - O PARTO DAS IDEIAS
Esta é a segunda parte do método de Sócrates. Propunha uma serie de perguntas novamente, agora com o objetivo de levar a pessoa a pensar sobre o assunto maneira mais organizada. Os alunos, livres dos preconceitos e de achar que sabiam muito, podiam agora começar a reconstruir suas ideias.
A MORTE DE SÓCRATES
O JULGAMENTO DE SÓCRATES
É triste pensar que um dos mais destacados pensadores da historia da humanidade tenha sido morto por estimular o pensamento crítico,  por defender  a justiça  e uma vida sem vícios. Os acusadores do filósofo dominavam a retórica e comisso persuadiam as pessoas a pensarem como eles queriam.  Como diria Sócrates, “o poder se torna mais forte quando ninguém pensa”.
Sócrates em 399 a.C, Janeiro, já com 71 anos, foi acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia, mas na realidade, estas acusações encobriam ressentimentos contra Sócrates por parte de pessoas poderosas da época.
A IMORTALIDADE DA ALMA
Na véspera da execução, seus amigos subornaram o guarda que cuidava da prisão que abriu a porta da cela.  Críton, um  dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:
- Foge depressa, Sócrates! 
- Fugir, por que? - perguntou o preso.
- Ora, não sabes que amanhã te vão matar?
- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!
- Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal - insistiu Críton.
- Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte!
- Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim ...
Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
- Críton, achas que isto aqui é Sócrates?
E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:
- Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. EU SOU A MINHA ALMA. Ninguém pode matar Sócrates! ...
E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre. 
No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:  
- Sócrates, onde queres que te enterremos?  
 
Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou:
- Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu... EU SOU MINHA ALMA...
(Uberto Rhodes)
Ao beber o veneno, quando já sentia que seus membros esfriavam, despediu-se de todos com as mesmas palavras com que se dirigira aos juizes que o haviam julgado:" E agora chegamos à encruzilhada dos caminhos, meus amigos, ides para vossas vidas; eu, para a minha morte. Qual seja o melhor desses caminhos, só Deus sabe". Quando os homens julgam erradamente seu próximo, a história julgará os julgadores. E assim, morreu Sócrates.
O que você pensa dessa situação? Acha que seria difícil acontecer isso novamente?
Unidade 2. Platão e Aristóteles
O mundo das ideias de Platão
A lógica aristotélica
Sócrates conversava muito e escrevia pouco. Sabemos de suas ideias atraves de seu discípulo Platão
MAS QUEM FOI PLATÃO?
Arístocles, conhecido como Platão, nasceu em Atenas (427-347) Foi o discípulo mais notável de Sócrates (469-399 a.C) é considerado um dos  marcos  do pensamento ocidental  pela profundidade e alcance de sua obra ele. Influenciado por seu mestre fez oposição declarada aos sofistas, escrevendo livros que passaram uma ideia bastante negativa desses sábios..
Em relação ao homem Platão dizia é um ser dual possuindo corpo e alma.
E AGORA PLATÃO, COMO É QUE FICA?
Como você acha que Platão explicaria isso? É possível à Ibn Sina possuir alma?
TEORIA DAS IDEIAS
Em sua teoria, Platão distingue a realidade em dois níveis: o mundo sensível, mutável, imperfeito percebemos pelos nossos sentidos, e o mundo das ideias, que é imaterial, eterno, imutável, e perfeito, a que só temos acesso por meio da razão.
Características do Mundo das ideias e Mundo das sombras
Gostou do vídeo?  Pois bem, ele trata da teoria das ideias de Platão. Na busca pela verdade, Platão defendendo a ideia de existência de duas possibilidades de se abordar a realidade: a sensível, dependente de nossos sentidos para ser percebida, trata-se de um mundo ilusório, e a inteligível,  alcançada pela razão.
Vejamos um exemplo na próxima página.
Vejamos um exemplo: Todos os médicos de um hospital estão numa confraternização de final de ano em um clube. O que podemos ver?  Que são pessoas diferentes, sendo um médico  alto e bonitão, outro japonês e recatado,  uma médica  muito bonita, outra não tão bela.  Mas,  todos eles têm algo em comum: são  médicos. Se quando olhamos para eles individualmente percebemos que  eram diferentes,   se os ouvirmos,  poderemos perceber que nem mesmo trabalham da mesma maneira.  Mas há algo que não muda: o fato de serem médicos.
Mas existem alguns médicos que se parecem mais com outras coisas como um pai ou professor, e ainda há aqueles que nem mesmo se parecem com médicos. Braços tatuados, colares indígenas, véu mulçumano. Mas nada disso modifica o fato de serem médicos.
A verdade  (Mundo Inteligível) é a ideia de médico que pode ficar obscurecida pelos nossos sentidos (Mundo dos Sentidos) que nos levam ao engano quando passamos a observar características individuais e perdemos a Ideia, o conceito que envolve a todos: de serem médicos.
Melhorou a compreensão? Veja outro exemplo:
O Mundo Sensível  é apenas cópia. Mas as cópias precisam necessariamente da ideia original para refleti-la.
Veja a relação entre ideias e cópias: Abaixo temos a ideia de casa e veículo.
Teoria do Conhecimento Verdadeiro.
ALEGORIA DA CAVERNA
A história é uma metáfora usada por Platão para nos fazer entender a teoria das ideias, além de denunciar a injustiça na condenação de Sócrates. Veja o texto escrito por Platão, em seu livro “A República”, que serviu de base para a produção do vídeo.
A história que Platão nos conta  diz respeito à necessidade de termos  o conhecimento filosófico e de sermos educados como estratégia para superarmos a nossa  própria ignorância. Isso acontece de forma gradual, passando das explicações  do mundo e da vida inicialmente em nível de senso comum para outra forma de explicar pautada na racionalidade cuja base é o conhecimento filosófico.
O aluno mais destacado de Platão foi Aristóteles que trouxe ricas contribuições ao pensamento racional. Veja um pouco da vida desse filósofo no vídeo a seguir.
A LÓGICA ARISTOTÉLICA
Observou como Aristóteles pensava de forma diferente de seu mestre Platão?
Apesar da profunda admiração que Aristóteles tinha por Platão, ele construiu uma teoria do conhecimento bastante diferente daquela pensada pelo seu mestre. 
Você se recorda que Platão dizia que existem dois mundos, o inteligível e o sensível? Que o conhecimento é inato, só precisamos nos lembrar?
Pois é, para Aristóteles dá-se exatamente ao contrário: as imagens que formamos em nosso pensamento surgem a partir da percepção das coisas materiais, captadas pelos sentidos. Podemos observar que Aristoteles valoriza o que é concreto, é bem pé no chão. "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos", dizia o filósofo.
A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES: O MUNDO CONCRETO COMO REALIDADE
Você conhece essa ave? Na figura temos a imagem de um Tuiuiú, ave típica do Pantanal.
Para Aristóteles, eu só tenho condições de ter uma ideia sobre esta ave se fizer uma observação direta ou realizar uma pesquisa sobre ela. Senão, Tuiuiú seria apenas uma palavra difícil de falar, vazia de significado. Da mesma forma será com nosso intelecto se não receber as informações pelas vias sensoriais.
Enquanto Platão dizia que as ideias eram inatas, Aristóteles afirmava que a razão é inata: nascemos com razão, que nos possibilita ordenar e classificar todas as coisas do mundo conforme são captadas pelos sentidos.
Para ele, a lógica é uma forma de abordar qualquer conhecimento, sendo ferramenta necessária para se chegar à verdade. Com ela é possível analisar a forma como o pensamento  foi estruturado, identificando  se o raciocínio foi conduzido de forma correta. Isso é possível através do estudo das proposições.
Mas, o que é uma proposição? É um conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento completo. Um raciocínio é uma sequencia de proposições, finalizada por conclusão. 
De forma simplificada: Lógica é o estudo dos argumentos.
O que é mesmo um argumento?  
 
São encadeamentosde proposições que expressam uma ideia.
Quando se aplica o pensamento para chegar a um novo conhecimento oucompreensão, as proposições são encadeadas de modo que delas seja possível extrair uma nova, denominada conclusão, que contém uma ideia que antes não estava expressa claramente, ou era mesmo desconhecida. Esses encaminhamentos de proposições recebem o nome de argumento. (Chalita, 2004, p. 67).  
Os argumentos não válidos são chamados de falácia ou sofisma. Trata-se de  um tipo de raciocínio que apesar de ter aparência de correção é na verdade  incorreto. 
Há muitos tipos de falácias, algumas nossas velhas conhecidas.
Os argumentos gregos para se chegar à felicidade
No mundo grego antigo cada cidadão tinha um papel a desempenhar na sociedade com vistas ao bem coletivo. O objetivo comum era a felicidade de todos dentro do grupo.
Leia o fragmentos  de textos abaixo,  e prepare-se para defender seus argumentos em nosso FORUM.
Texto1
Sendo de comum acordo que o supremo bem é a Felicidade, basta então definir quais os meios para se chegar a ela. Aristóteles faz uma importante distinção entre virtudes intelectuais (sabedoria, inteligência e o discernimento, por exemplo) e virtudes morais (liberalidade e moderação, por exemplo), sendo as primeiras geradas pelo ensino e requerem experiência e tempo, e as segundas são adquiridas em resultado do hábito, o que sugere (e o próprio autor explicita na Ética) que nenhumas das excelências nos são dadas naturalmente. Conforme Aristóteles, a Excelência Moral é o meio-termo entre duas deficiências morais, uma das quais envolve excesso e a outra se relaciona com a falta. “Pois a natureza da virtude é visar a mediania nas paixões e nos atos”, por exemplo: o meio-termo entre a covardia e a temeridade é a coragem, assim como a temperança é o meio-termo entre a licenciosidade e a insensibilidade.  “Em moral, a virtude do homem é a força com a qual ele se aplica ao dever e o realiza. A virtude é a permanente disposição para querer o bem, o que supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a ação. Uma vida autenticamente moral não se resume a um ato moral, mas é a repetição e continuidade do agir moral. Aristóteles afirmava que “uma andorinha, só, não faz verão” para dizer que o agir virtuoso não é ocasional e fortuito, mas deve se tornar um hábito, fundado no desejo de continuidade e na capacidade de perseverar no bem. Ou seja, a verdadeira vida moral se condensa na vida virtuosa”. 
STIRN, François, Compreender Aristóteles. Vozes, Petrópolis, RJ, 2006
Texto2
“Quanto aos componentes da Felicidade, parecem múltiplos: os bens exteriores (insuficientes, mas necessários, dado que sem riqueza a pessoa só vive preocupada com a difícil satisfação das necessidades mais imediatas); o prazer que, embora não seja a Felicidade é o coroamento da atividade bem-sucedida, perfeita, da atividade que alcançou o seu fim. (...). A atividade feliz não é apenas a do médico que curou o doente, do professor que lecionou, do sapateiro que fez lindas sandálias. É a atividade do homem que realizou sua tarefa de ser homem: mostrou-se de modo excelente um homem, desenvolveu na medida do possível suas qualidades específicas de ser humano: a racionalidade, a linguagem, a sociabilidade. A excelência do ser humano é a sua virtude: bens exteriores (riqueza e honrarias), prazer, virtude, são, portanto, os componentes, todos necessários, da Felicidade: Felicidade é a atividade conforme a virtude”.   
 
ARANHA, Maria Lúcia, Introdução à Filosofia. 2ª Ed. Moderna, São Paulo, 1993.
O que acha das afirmações contidas nos textos acima?  
Você consegue estabelecer diferenças entre o conceito de felicidade do mundo antigo e do atual? Quais são as principais diferenças que você notou?  
Para Aristóteles o que é necessário para ser feliz? Como devemos agir?  
Aristóteles está superado? 
Para Aristóteles o homem busca a felicidade, e quando alguém consegue ser feliz basta a si mesmo. A virtude, que é o equilíbrio de todas as coisas é a porta pela qual conseguimos chegar a sermos felizes. A aparente contradição é que uma vida virtuosa cobra esforços e não divertimentos.Os prazeres, a diversão não são felicidade mas sim uma vida pautada no equilíbrio, sendo a virtude o meio - termo entre  dois extremos viciosos.
Entre o esbanjador e o avarento temos o generoso. Este, não desperdiça e nem fecha a mão exageradamente. Entre o imprudente e o covarde temos o corajoso que controla  sua impetuosidade e seu medo e age.
Assim, para Aristóteles a forma de se chegar à felicidade é através do equilíbrio, você concorda com ele?
O QUE É NECESSÁRIO PARA SER FELIZ? O QUE DIRIA ARISTÓTELES? E OS SOFISTAS?

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