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Processos Orgânicos I Prof. Filipe Nery Refino • Destilação atmosférica: — Etapa inicial de transformação realizada em uma refinaria de petróleo, após a dessalinização e o pré-aquecimento. Refino • Quanto maior o valor de °API, mais leve é o composto. Fração Grau API Asfalto 11 Óleo bruto pesado 18 Óleo bruto leve 36 Nafta 50 Gasolina 60 Refino • Principais derivados Refino • Uma refinaria é constituída de diversos arranjos de unidades de processamento em que são compatibilizadas as características dos vários tipos de petróleo que nela são processados, com o objetivo de suprir derivados em quantidade e qualidade especificadas Refino • A sequência de processos é estabelecida de tal forma que um ou mais fluidos, que constituem as entradas do processo, são transformados em outros fluidos, que formam as saídas do processo Correntes de entrada Correntes de saída Refino • A sequência de processos é estabelecida de tal forma que um ou mais fluidos, que constituem as entradas do processo, são transformados em outros fluidos, que formam as saídas do processo Correntes de entrada Correntes de saídaProdutos intermediários ou não-acabados (sem valor comercial) Produtos químicos (tratamento) Refinaria • Objetivos: — Produção de combustíveis e matérias-primas petroquímicas — Produção de lubrificantes básicos e parafinas • Processos: —Processos de separação; —Processos de conversão; —Processos de tratamento; —Processos auxiliares. Refino - Fluxograma Refino • Frações ou cortes iniciais Refinaria 1. Processos de separação — Processos de natureza física —Objetivo: Desmembrar o petróleo em suas frações básicas ‐ processar uma fração previamente produzida a fim de retirar desta um grupo específico de componentes —Agente: Energia (Pressão e Temperatura) Massa (Solubilidade com solventes) Refinaria 1. Processos de separação — As características dos processos de separação são tais que seus produtos, quando misturados, reconstituem a carga original, uma vez que a natureza das moléculas não é alterada. — O investimento do processo é alto e o tempo de retorno sobre o capital investido é relativamente longo, em muitos casos superior a cinco anos. —Ex.: Destilação atmosférica Destilação a vácuo Extração de aromáticos Refinaria 2. Processos de conversão — Processos de natureza química — Objetivo: modificar a composição molecular de uma fração ‐ Aumento do valor comercial (valorização econômica) — Meio: reações de quebra, reagrupamento ou reestruturação molecular + Temperatura e Pressão (Catalisadores) —Ex.: Catalítico: Craqueamento catalítico e hidrocraqueamento; Não-catalítico: Craqueamento térmico e coqueamento Refinaria 2. Processos de conversão — As características dos processos de conversão são tais que seus produtos, quando misturados, não reconstituem de forma alguma a carga original, uma vez que a natureza das moléculas é profundamente alterada. — Rentabilidade é elevada, principalmente devido ao fato que frações de baixo valor comercial (gasóleos e resíduos) são transformadas em outras de maior valor (GLP, naftas, querosene e diesel). — Investimento elevado, mas se trabalha com um curto tempo de retorno do capital investido. Refinaria 3. Processos de tratamento — Processos de natureza química —Objetivo: melhorar a qualidade dos produtos através da redução dessas impurezas, sem causar profundas modificações nas frações ‐ Muitas vezes as frações obtidas nos processos de separação e conversão contêm impurezas presentes em sua composição na forma de compostos de enxofre e nitrogênio que lhes conferem propriedades indesejáveis como corrosividade, acidez, odor desagradável, alteração de cor e formação de substâncias poluentes Refinaria 3. Processos de tratamento — Investimento elevado, mas abaixo daquele necessário às unidades de separação e conversão. —Ex.: Ex.: Tratamento cáustico - hidróxidos de metais alcalinos Hidrotratamento – hidrogênio + catalisador Refinaria 3. Processos auxiliares — objetivo: fornecer insumos para possibilitar a operação ou efetuar o tratamento de rejeitos dos outros tipos de processo estudados. —Unidades: ‐ Geração de hidrogênio: matéria-prima para as unidades de hidroprocessamento; ‐ Recuperação de enxofre: produzido a partir da combustão de gases ricos em H2S. —Ex.: vapor, água, energia elétrica, ar comprimido, distribuição de gás e óleo combustível, tratamento de efluentes, etc. Refinarias Refino - Destilação • Refino - Destilação • Processo: —Vaporização —Condensação • Unidade extremamente versátil e sempre existente, independentemente de qual seja o esquema de refino. • Processo principal, a partir do qual os demais são alimentados, sendo o único que tem o petróleo bruto como corrente de alimentação. • A destilação pode ser feita em várias etapas, e sob diferentes intensidades de pressão, conforme o objetivo desejado. Refino - Destilação • O rendimento do processo é variável —função do óleo processado • Equipamento principal: Torre de fracionamento ou coluna de destilação • Investimento: US$ 150 e 250 milhões 600 °C Refino - Destilação • Equipamento: Torre de destilação — O seu interior é composto por uma série de bandejas ou pratos perfurados Refino - Destilação Refino - Destilação • Equipamentos gerais: —Torres de fracionamento; —Retificadores (strippers); —Fornos; —Trocadores de calor; —Tambores de acúmulo e refluxo; —Bombas, tubulações e intrumentos de medição e controle. Refino - Destilação • Pressão (atm) = 4,73×10-4 Refino - Destilação Refino – Desasfaltação a propano • A destilação a vácuo retira do petróleo boa parte das frações lubrificantes (de baixa e média viscosidade), porém não consegue recuperar os cortes mais pesados. • Frações de lubrificantes (cadeias parafínicas e isoparafínicas) encontram-se presentes no resíduo da destilação a vácuo, em conjunto com resinas e betume asfáltico. • As condições necessárias para a recuperação dos lubrificantes deste resíduo por meio da destilação tornam o processo antieconômico. — Pressões extremamente baixas, bem próximas do vácuo absoluto — Temperatura superior a 400 °C, o que provocaria craqueamento nos destilados (baixo rendimento) Refino - Desasfaltação a propano • Processo: Extração + Recuperação + Recuperação do extrato + Recuperação do rafinado. Refino – Desasfaltação a propano • No contato entre os dois líquidos, formamse duas fases distintas, de densidades diferentes. —Primeira fase, rica em solvente, de baixa densidade, composta de propano e óleo desasfaltado, sai pelo topo da extratora (Fase Extrato) —Segunda fase, pobre em solvente e de alta densidade, composta de asfalto e uma pequena quantidade de propano (Rafinado). • Ao contrário dos solventes convencionais, cuja solubilidade aumenta com a temperatura, um aumento desta propriedade diminui o rendimento do óleo desasfaltado. — 65 a 90 °C Refino – Desasfaltação a propano • Carga: 8 a 11 ° API Relação propano/óleo - Volume Refino - Desasfaltação a propano • O resíduo da destilação a vácuo pode conter um gasóleo de alta viscosidade. • Tratamento: uso de propano líquido a alta pressão como agente de extração. —bom poder solvente e seletividade • Produto: óleo desfaltado —pode ser incorporado ao gasóleo de vácuo na produção de combustíveis, sendo para isso enviado à unidade de craqueamento catalítico. Refino - Desaromatização a furfural • Processo utilizado na produção de lubrificantes. • Extração com furfural (solvente de extração de compostosaromáticos polinucleares de alto peso molecular) • Como os lubrificantes são utilizados sob condições variáveis de temperatura, procuram-se desenvolver formulações que apresentem comportamento uniforme frente as variações de viscosidade, a qual sofre maiores flutuações devido à presença de compostos aromáticos. Refino - Desaromatização a furfural • Objetivo: Aumentar o índice de viscosidade dos óleos lubrificantes — Quanto maior esse valor, menor será a variação da viscosidade do produto com a temperatura • Produto: óleo desaromatizado • Subproduto: extrato aromático, na forma de um óleo pesado e viscoso • Processo: Extração + Recuperação do solvente do extrato + recuperação do solvente do rafinado. Refino - Desaromatização a furfural • Pré-tratamento: remover o oxigênio (desaeração) — Oxigênio + Furfural: formação de compostos ácidos de elevado poder corrosivo, sendo necessária sua remoção. Refino – Craqueamento Catalítico • Processo de craqueamento catalítico - FCC (“Fluid catalytic cracking”), —Carga: gasóleo proveniente da destilação a vácuo ‐ O gasóleo seria utilizado como óleo combustível ‐ Carga alternativa: óleo desasfaltado — Catalisador + Pressão + Temperatura elevada (Etapa Química) —Processo: Ruptura (“cracking”) das cadeias moleculares —Produto: Mistura de hidrocarbonetos mais leves (fracionamento) ‐ 3 a 12 átomos de carbono Refino – Craqueamento Catalítico • Produtos: —Gas combustível – 5% —GLP – 20 % —Nafta (Gasolina) – 50 % —Gasóleo leve (diesel de craqueamento) – 12% —Gasóleo pesado (óleo combustível) – 8 % —Coque (resíduo de alto teor de carbono) – 5% Refino – Craqueamento Catalítico • Objetivo: —Contribuir eficazmente com a refinaria no ajuste de sua produção às necessidades do mercado consumidor local e devido à sua grande flexibilidade operacional; • Alta rentabilidade, na transformação de frações residuais, de baixo valor comercial, em derivados nobres de alto valor, tais como gasolina e GLP, o craqueamento catalítico aumenta significativamente os lucros da refinaria. • Produção de nafta de alta octanagem, o derivado que aparece em maior quantidade, de 50 a 65% do volume em relação à carga processada. Refino – Craqueamento Catalítico • Coque: — Coque se deposita no catalisador —Etapa de regeneração do catalisador: queima integral do coque ‐ Formação de um gás de combustão de alto valor energético usado na geração de vapor d’água de alta pressão. Refino – Craqueamento Catalítico • Catalisador: —Permitir que as reações químicas ocorram sob condições de pressão e temperatura bem mais baixas que aquelas do craqueamento térmico; —Servir como agente de transporte do coque depositado em sua superfície para o regenerador, onde ocorre geração de calor através da queimado coque. • Quando o catalisador é atravessado por uma corrente gasosa, como a carga vaporizada, seu comportamento se assemelha ao de um fluido (fluidização). Refino – Craqueamento Catalítico • Catalisador https://www.youtube.com/watch?v=nTse5_wXup4 7,5 Å 150 a 360 °C Refino – Craqueamento Catalítico • Catalisador de FCC —Composto ‐ estrutura —Reação —Condições de processo ‐ rendimento ‐ seletividade —Regeneração ‐ ciclos Refino – Craqueamento Catalítico • Fluxograma do processo Refino – Craqueamento Catalítico • Processo —Seção de Reação ou Conversão ‐ Composta por equipamentos de reação e regeneração de catalisador para promoção das reações químicas do processo. — Seção de Fracionamento ‐ Promove a separação do efluente do reator em vários produtos, bem como recupera e recicla parte dos gasóleos não-convertidos. https://www.youtube.com/watch?v=-3bcCC82KS8 https://www.youtube.com/watch?v=ErZ7F0BKN2s Refino – Craqueamento Catalítico • Processo: —Seção de Recuperação de Gases: ‐ Promove a separação de frações leves convertidas segundo cortes de gasolina, GLP e gás combustível. —Seções de Tratamentos: ‐ Promove o tratamento da gasolina, GLP e gás combustível para possibilitar sua comercialização ou transformação posterior em outros produtos, com uma sensível redução em seu teor de enxofre. Refino – Craqueamento Catalítico • Processo: Refino – Craqueamento Catalítico • Processo: Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: Alta temperatura (≈ 700ºC) ↓ Instantânea vaporização da carga, fluidizando o catalisador. https://www.youtube.com/watch?v=-3bcCC82KS8 https://www.youtube.com/watch?v=ErZ7F0BKN2s Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: O REATOR propicia a separação inicial do catalisador. https://www.youtube.com/watch?v=-3bcCC82KS8 https://www.youtube.com/watch?v=ErZ7F0BKN2s Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: Os vapores de óleo tendem a saturar os poros do catalisador e, portanto, ele deve ser retificado com vapor d’água antes de ir ao regenerador. Esta operação ocorre no “STRIPPER” ou “RETIFICADOR https://www.youtube.com/watch?v=-3bcCC82KS8 https://www.youtube.com/watch?v=ErZ7F0BKN2s Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: O coque que se depositou na superfície do catalisador é queimado com ar. + Calor necessário para o aquecimento e vaporização da carga https://www.youtube.com/watch?v=-3bcCC82KS8 https://www.youtube.com/watch?v=ErZ7F0BKN2s Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: 80% de N2; 10% de CO2 e 10% de CO ↓ Caldeiras de CO CO em CO2 ↓ +++ energia Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: Frações mais leves (nafta de craqueamento, GLP e gás combustível), que após serem resfriadas, são coletadas no tambor de acúmulo. -------------------- GÁS + HIDROCARBONETOS + ÁGUA Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Conversão e Fracionamento: frações pesadas residuais de craqueamento e de partículas de catalisador. ------ Óleo decantado (ou clarificado) isento de partículas sólidas Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Compressão e resfriamento: C3 e C4 (Hidroc. mais pesados) fração líquida C1 e C2 fração gasosa Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Torre absorvedora primária: C1 e C2 fração gasosa + Nafta Instabilizada Caso haja na corrente gasosa algum C3 ou C4, estes serão absorvidos pela nafta. Topo: Gás + nafta de absorção Fundo: nafta Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Torre absorvedora secundária: Gás + Óleo leve Óleo leve de reciclo após a absorção retoma à torre fracionadora. Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Seção de tratamento (DEA) Remoção do H2S da mistura Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Torre desetanizadora: Separa o gás que sai no topo (gás residual) Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Torre debutanizadora: Topo: Vapores de GLP Fundo: Estabilização da nafta Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Tratamento cáustico: Utilização de solução aquosa de NaOH ou KOH para lavar uma determinada fração de petróleo (Mercaptanas)Refino – Craqueamento Catalítico • Processo – Seção de Recuperação de Gases: Tratamento cáustico: catalisador organometálico (ftalocianina de cobalto) Refino – Craqueamento Catalítico • Conversão: —Porcentagem de carga fresca que é convertida em produtos mais leves —Os níveis de conversão variam de 70 a 85%. Refino – Craqueamento Catalítico • Carga – Limitações: —Faixa de destilação: cargas com faixa de destilação entre340 °C e 570 °C. —Resíduo de carbono: deve ser baixo, geralmente inferior a 1,5% em peso, a fim de minimizar a formação de coque. —Fator de Caracterização (KUOP): Teor de parafinas > 11,5 ‐ Determina o teor de parafinas na carga; ‐ Quanto mais parafínica for a carga, mais facilmente ela será craqueada (maior KUOP); ‐ Condições de operação menos severas Refino – Craqueamento Catalítico • Carga – Limitações: —Teor de metais: Para que a atividade e a seletividade do catalisador não sejam afetadas, o teor de metais da carga deve obedecer à seguinte recomendação Refino – Craqueamento Catalítico • Proutos: —Gás combustível (GC) ‐ Combustível utilizado nos fornos e caldeiras da refinaria; ‐ Vendido para outras industrias. —Gás líquido de petróleo (GLP) – C3 e C4 ‐ Combustível doméstico ‐ Carga para outras unidades da refinaria e petroquímica —Nafta de craqueamento ‐ Hidrocarbonetos olefínicos, parafínicos ramificados e aromáticos ‐ Unidade de hidrodessulfurização (HDs) ‐ Gasolina Refino – Craqueamento Catalítico • Proutos: —Óleo leve ‐ Faixa de destilação próxima ao óleo diesel ‐ Diluente de óleo combustível industrial —Óleo pesado ‐ Alto teor de aromáticos policondensados ‐ Diluente de óleo combustível ‐ Carga para unidade de coqueamento retardado
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