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Caderno Direito Eleitoral - Damásio e CERS

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DIREITO ELEITORAL
04/08/2015
I - INTRODUÇÃO 
O direito eleitoral surge com a soberania popular. Já que o poder emana do povo, esse poder é exercido por meio de alguns instrumentos. 
Direitos políticos: instrumentos para que o povo (aqui sinônimo de cidadão) possa interferir na vontade do Estado. É considerado um direito fundamental, sendo vedada a cassação dos DP.
Todavia, pode haver a perda (definitiva) e a suspensão (temporária). O fundamento da perda é jurídico, e o da cassação é político – por isso a sua vedação. Vide hipóteses do art. 15 da CF:
- cancelamento da naturalização transitada em julgado: até mesmo o brasileiro nato pode perder a nacionalidade brasileira, nos casos previstos na CF. 
- incapacidade civil absoluta: é um caso nebuloso, pois com o EPD, somente o menor de 16 anos se enquadra aqui. O exercício dos direitos políticos não pode ser exercido por mandatário, assim, o curador não poderia votar pelo incapaz. Esperar a jurisprudência.
- condenação criminal transitada em julgado: a suspensão dura enquanto houver o cumprimento da pena, independentemente de sursis, livramento condicional, penas alternativas, etc. 
Há entendimento de que é abrangido pelas contravenções penais e medidas de segurança. Nesse último caso, tomar cuidado, pois a fixação da MS é considerada sentença absolutória imprópria.
É possível a instalação de secção eleitoral em presídios (presos provisórios) que contem com, no mínimo, 50 eleitores.
Súmula 9 do TSE.
- improbidade administrativa: nem todo caso de improbidade levará à suspensão dos DP – deve vir expresso na sentença -, pois a LIA diz que as sanções poderão ser isoladas ou cumuladas.
- recusa a cumprir obrigação a todos imposta: para alguns, é caso de perda; para outros, de suspensção.
1) Fontes do Direito Eleitoral: 
	1
	CF
	2
	3
	LEIS
	RESOLUÇÕES TSE
	Exemplos:
1 - Lei 9504/97 – Lei das Eleições.
2 - Lei 4737/65 – Código Eleitoral.
3 - Lei 9096/95 – Lei Orgânica dos Partidos Políticos.
4 – LC 64/90 – Lei das Inelegibilidades.
5 – LC 135/10 – Lei da Ficha Limpa, que alterou a LC 64/90. 
- atenção: MP jamais pode ser fonte do Direito Eleitoral (62 CF) uma vez que gera efeitos imediatos, ao passo que as normas eleitorais devem ser aprovadas com antecedência mínima de 1 ano das eleições, para aplicação. 
- 62, § 1º, I CF: “Em caso de relevância e urgência, o PR poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao CN. § 1º É vedada a edição de MP’s sobre matéria: I – relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral”.
	As Resoluções do TSE e têm por objetivo pormenorizar as normas aprovadas em lei, não se prestando, entretanto, para inovação no ordenamento jurídico eleitoral brasileiro. O 105 Lei 9504/97 (Lei das Eleições) dispõe que o TSE tem até 5 de março do ano das eleições para editar resoluções. Para imprimir maior legitimidade às resoluções, as suas edições devem ser precedidas de consultas públicas. 
- 105 Lei das Eleições: “Até o dia 5 de março do ano da eleição, o TSE, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. § 1º O TSE publicará o código orçamentário para o recolhimento das multas eleitorais ao Fundo Partidário, mediante documento de arrecadação correspondente. § 2º Havendo substituição da UFIR por outro índice oficial, o TSE procederá à alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo novo índice. § 3º Serão aplicáveis ao pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as resoluções publicadas até a data referida no caput”.
	4
	5
	SÚMULAS TSE
	CONSULTAS
	No Direito Eleitoral, o papel da jurisprudência é decisivo, uma vez que os membros dos Tribunais Eleitorais têm prazo determinado de mandato. 
- 121, § 2º CF: “LC disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. (...) § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de 2 biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria”. Assim, a cada 4 anos há mudança efetiva dos membros dos Tribunais Eleitorais, daí porque a jurisprudência flutua com facilidade. 
	Podem ser dirigidas consultas às Cortes Eleitorais, mas não se admitem consultas para casos concretos, só em caráter geral, em tese.
- 23, XII Código Eleitoral: “Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: (...) XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”.
- 30, VIII Código Eleitoral: “Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: (...) VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político”.
- atenção: em sede de consulta, há 2 restrições: 
1 - não pode versar acerca de caso concreto.
2 - a legitimidade, que depende do órgão eleitoral a que foi direcionada a consulta, se ao TSE ou ao TRE. 
Tem o efeito de jurisprudência, haja vista que a consulta não vincula a justiça eleitoral, podendo ela julgar de forma contrária.
II - PRINCÍPIOS DE DIREITO ELEITORAL 
1) Introdução: os princípios básicos da ADM do 37, caput CF também regem a atividade eleitoral (L-I-M-P-E). Outrossim, há princípios específicos em matéria de Direito Eleitoral:
2) Princípios específicos:
1 - PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO: tem fundamento no 1º CF, segundo o qual o Brasil é uma República Federativa. Assim, a titularidade do poder pertence ao povo e o eleito deve representar os interesses do povo, consonante premissa do Estado Democrático de Direito: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do DF, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:” Conforme o 14 CF, a soberania popular, derivada da titularidade do poder pelo povo, é exercida por meio do sufrágio, voto, plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular”.
- atenção: em se tratando de democracia representativa, já que o povo brasileiro é representado por terceiro, o 14, § 3º CF estabelece condições de elegibilidade: “São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) 35 anos para PR e VPR e Senador; b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do DF; c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) 18 anos para Vereador”.
- atenção: já as inelegibilidades estão previstas no 14, §§ 4º a 8º CF, que apresenta um rol exemplificativo, eis que podem ser criadas novas hipóteses de inelegibilidade por meio de LC, conforme o 14, § 9º CF. A LC 64/90, alterada pela LC 135/10 para inclusão do requisito da “ficha limpa”, trata de outras hipóteses de inelegibilidade. 
- 14, §§ 4º a 8º CF: “§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O PR, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o PR, os Governadores de Estado e do DF e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjugee os parentes consangüíneos ou afins, até o 2º grau ou por adoção, do PR, de Governador de Estado ou Território, do DF, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade”.
- 14, § 9º CF: “LC estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na ADM direta ou indireta”.
- atenção: só podem ser criadas novas hipóteses de inelegibilidade para preservar a probidade e a moralidade administrativas para exercício do mandato, tendo em vista a vida pregressa do candidato e zelar pela normalidade e legitimidade das eleições contra os abusos de poder econômico e/ou político.
2 - PRINCÍPIO RELACIONADO AOS SISTEMAS ELEITORAIS NO BRASIL: existem 2 sistemas básicos em matéria eleitoral: 
	SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO
	SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL
	Presidente da República
Vice-Presidente da República
Governador
Prefeito
Senador
	Deputado Federal
Deputado Estadual
Vereador
	Valoriza o candidato
	Valoriza a legenda (partido ou coligação)
	O mais votado será eleito
	Nem sempre o mais votado é eleito
	SIMPLES
	ABSOLUTO/COM 2º TURNO DE VOTAÇÃO
	Quociente eleitoral (106 CE): votos válidos divididos pela quantidade de vagas oferecidas pela casa legislativa. Exemplo: caso essa conta dê 100.000, a legenda terá direito a uma vaga na casa legislativa a cada 100 mil votos alcançados. Se um partido alcança 500 mil votos, fará jus a 5 vagas na casa legislativa – os primeiros 5 colocados da legenda estarão eleitos (é por isso que alguém de uma legenda pode ser eleito com menos votos que um outro candidato de outra legenda). Caso um partido alcance 99 mil votos, não terá direito a nenhuma vaga, e aquele candidato desse partido que obteve muitos votos não será eleito.
	A CF contenta-se com qualquer espécie de maioria.
	A CF exige, ao menos, maioria absoluta de votos por parte do eleito.
	
	Senador
Prefeito de Município com até 200 mil eleitores
	PR
VPR
Governador
Prefeito de Município com mais de 200 mil eleitores
	
3 – PRINCÍPIO DO PLURALISMO POLÍTICO: tem base no 1º, V CF e aparece como fundamento da RFB para acabar com o bipartidarismo, uma vez que o pluripartidarismo permite o acesso de diversas vertentes de pensamento ao poder: “A RFB, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do DF, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) V - o pluralismo político”. O pluralismo político se repete nos arts. 17, caput, e 5º, IV CF ao assegurar a livre manifestação de pensamento, podendo se agrupar em torno de um partido político para alcançar o poder. Com isso, muitos partidos deixaram a situação de clandestinidade. Neste tocante, houve até um HC impetrado por OLGA BENÁRIO, esposa de LUIS CARLOS PRESTES, no STF, requerendo a proibição de sua extradição para a Alemanha nazista e a sua manutenção no cárcere, o que foi denegado.
- 17 CF: “É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:”
- 5º, IV CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
4 - PRINCÍPIO DA SEGURANÇA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS EM MATÉRIA ELEITORAL/DA ANUALIDADE EM MATÉRIA ELEITORAL/DA ANTERIORIDADE EM MATÉRIA ELEITORAL: as regras relacionadas ao processo eleitoral devem estar aprovadas 1 ano antes das eleições, com o escopo de assegurar o conhecimento das regras do jogo antecipadamente aos participantes do processo eleitoral, sendo vedada sua alteração no meio do caminho. Este princípio tem fundamento no 16 CF: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um 1 da data de sua vigência”. 
Assim, em matéria eleitoral, não existe vacatio legis, pois a lei entra em vigor imediatamente após sua publicação. A CF foi clara ao diferenciar vigência e eficácia.
Esse princípio aplica-se: 1) LEIS; 2) EC; 3) INTERPRETAÇÕES TSE (se a alteração da jurisprudência já consolidada modificar o processo eleitoral, aplica-se a anualidade. Ex: proibição do prefeito itinerante, uma modificação da jurisprudência às vésperas das eleições, não sendo, portanto, aplicável a elas). 
- atenção: em junho de 2010 foi aprovada a LC 135/10 (Lei da Ficha Limpa), proibindo o registro da candidatura de quem tenha contra si uma condenação por órgão colegiado, ou por Juízo monocrático de 1º grau transitada em julgado. A lei não foi aplicada para as eleições de 2010, pois o STF, que tentou julgá-la por 2 vezes antes das eleições, estava com apenas 10 Ministros em sua composição, tendo havido empate de 5 a 5 - a Presidente da República só indicou LUIZ FUX para a vaga de EROS GRAU depois de eleita.
13/08/2015
5 – PRINCÍPIO DA MORALIDADE EM DIREITO ELEITORAL: o 14, § 9º CF autoriza a criação de hipóteses de inelegibilidade por LC, tendo por escopo a preservação dos valores estabelecidos de probidade (honestidade) e moralidade administrativas para o exercício do mandato, com base na vida pregressa do candidato. Por essa razão foi editada a LC 135/10, popularmente conhecida como “Lei da Ficha Limpa”, que dispõe ser inelegível todo candidato que tenha uma condenação proferida por um órgão colegiado, ainda que não haja transitado em julgado. A LC 135/10 foi aprovada em junho de 2010 e, por haver alterado significativamente o processo eleitoral, foi impedida de ser aplicada às eleições do mesmo ano, já que foi editada com anterioridade inferior ao período de 1 ano. Contestada a constitucionalidade da LC 135/10 ante o p. da presunção de inocência (5º, LVII CF), o STF declarou sua constitucionalidade. 
6 – PRINCÍPIO FEDERATIVO: a federação é uma forma de Estado caracterizada pela existência de 2 ou mais ordens jurídicas simultaneamente sobre o mesmo território, inexistindo hierarquia entre elas, senão campos diferentes de atuação de cada uma delimitados pela CF. O 1º CF dispõe que a RFB é composta pela união indissolúvel dos Estados, DF e Municípios, não havendo hierarquia entre os entes federados, senão campos distintos de atuação. Há 4 esferas de poder na República Federativa do Brasil: União; Estados; DF; e Municípios.
- atenção: conforme o 21, caput CF, só a União pode legislar acerca das matérias arroladas no dispositivo e, se Estado, DF ou Município editar norma sobre algum dos assuntos, haverá inconstitucionalidade por invasão de competência (inconstitucionalidade por ação, por vício formal orgânico). O 22 CF, por sua vez, estabelece a competência privativa da União. Já o 30 CF determina os assuntos sobre os quais os Municípios podem legislar, de interesse local, a exemplo de limite de velocidade e rodízio de veículos etc. O 25, § 1º CF dispõe que compete aos Estados atuar sobre todas matérias não atribuídas à União e aos Municípios, denotando o aspecto residual/remanescente da competência dos Estados. 
- atenção: o 22, I CF afirma que a União tem competência privativa para legislar acerca de matéria eleitoral, a exemplo da Lei 9504/97 (Lei das Eleições), da Lei 4737/65 (CódigoEleitoral), da Lei 9096/95 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos) e da LC 64/90 (Lei das Inelegibilidades), sendo inconstitucional por invasão de competência (inconstitucionalidade por ação, por vício formal orgânico) qualquer norma acerca de matéria eleitoral editada por outro ente federado distinto da União. 
7 - PRINCÍPIO DA CELERIDADE: segundo o 5º, LXXVIII CF, cuja redação foi dada pela EC 45/04, todos têm direito à duração razoável de um processo administrativo ou judicial, embora seja um conceito aberto.
- atenção: os arts. 48 e 49 Lei 9784/99, a qual disciplina os processos em âmbito federal, dispõem que, encerrada a instrução, o ADM tem 30 dias para decidir (art. 48: “A ADM tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.”; art. 49: “Concluída a instrução de processo administrativo, a ADM tem o prazo de até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.”).
- atenção: no campo eleitoral, a Lei 9504/97 (Lei das Eleições) regulamentou o termo “duração razoável do processo” do 5º, LXXVIII CF, especificando-o àquele processo que possa resultar em perda de mandato eletivo, para limitar a 1 ano contado da data de ajuizamento da ação perante a Justiça Eleitoral, em todas suas instâncias (Juízo Eleitoral, TRE, TSE e, eventualmente, STF). 
- 97-A Lei 9504/97: “Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5º da CF, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. § 1º A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. § 2º Vencido o prazo de que trata o caput, será aplicável o disposto no art. 97, sem prejuízo de representação ao Conselho Nacional de Justiça”.
JUSTIÇA ELEITORAL: cabe à LC tratar sobre a organização e competência da JE, o que é feito pelo CE.
O CE foi editado durante a ditadura militar, mas, onde trata da organização e competência da JE, foi recepcionado como LC e, nas demais matérias, como lei ordinária.
A JE não tem quadro próprio de juízes.
PRINCÍPIO DA TEMPORALIDADE: exercício das funções nos Tribunais Eleitorais será por no mínimo 2 e no máximo 4 anos consecutivos (somente nos Tribunais). 
- TSE: mínimo 7 membros.
	I) 3 ministros do STF (eleitos);
	II) 2 ministros do STJ (eleitos);
	III) 2 advogados (nomeados pelo PR, dentre 6 indicados pelo STF)
Importante: não há quinto constitucional no TSE, nem nomeações de membros do MP – somente ministros e advogados (não há participação da OAB aqui, nem a necessidade de aprovação do SF).
STF entende que não há incompatibilidade entre o exercício concomitante da advocacia e função de ministro do TSE: “a incompatibilidade com o exercício da advocacia não alcança os juízes eleitorais e seus suplentes, em face da composição da justiça eleitoral estabelecidos na CF” (AC-STF, de 17.05.06, na ADI 1127).
Há resolução do TSE que fixa o mínimo de 10 anos de afetivo exercício da advocacia p/ a nomeação de ministro daquele tribunal.
Como é o tribunal superior com o menor n° de membros (apenas 7), há a necessidade de suplentes (substitutos): - em mesmo n°; - escolhidos no mesmo processo; - e na mesma ocasião dos membros titulares.
Impedimentos: 
Mesmo tribunal os cônjuges e parentes até o 4° grau, entre si;
Ficará afastado do tribunal o cônjuge ou parente até o 2° grau de candidato a mandato eletivo na mesma circunscrição (local em que os cargos eletivos estarão em disputa). Esse afastamento se dá a partir da escolha em convenção desse candidato até a diplomação.
É o único caso em que há a suspensão do biênio do exercício da judicatura, haja vista que este é contínuo, não se interrompendo ou se suspendendo em virtude de férias, licenças, etc.
Aos membros advogados, a proibição de serem sócios ou proprietários de empresas que gozem de favores do PP; bem como de terem cargos em comissão; e, ainda, a proibição dos advogados, quando estes concorrerem a mandatos eletivos.
Presidente e vice do TSE: somente ministro do STF.
Corregedor Geral: somente ministro do STJ. 
Julgamentos: TSE não se subdivide em turmas, etc, sendo que os julgamentos sempre se dão pelo tribunal pleno – por maioria de votos.
Regra: necessidade da MAIORIA presente.
4 exceções: necessidade da presença de TODOS os membros:
Discussão da legislação eleitoral frente a CF;
Cassação de registro de partido político;
Anulação geral de eleições;
Perda de diplomas.
Quanto a impedimento de ministro do STF que atue no TSE, para atuar no julgamento do mesmo processo em que atuou nesse último órgão: súmula 72, STF.
O mesmo se dá no TRE, que julga pela maioria, presente a maioria absoluta.
Aqui, também, há 3 exceções: necessidade de presença de TODOS os membros:
Cassação de registro;
Anulação geral de eleições;
Perda de diploma.
Competência para registro de diretório X prestação de contas:
	REGISTRO DE DIRETÓRIO:
	Nacional: TSE
	Regional: TRE
	Municipal: TRE
 
	PRESTAÇÃO DE CONTAS:
	Diretório Nacional: TSE
	Diretório Regional: TRE
	Diretório Municipal: Juiz Eleitoral
REGRAS DE COMPETÊNCIA, DE ACORDO COM AS ELEIÇÕES:
- Presidenciais: TSE;
- Federais (Dep/Senador) e Estaduais: TRE;
- Municipais: juízes/juntas
3 Exceções:
Fixação de data de eleição não prevista no ordenamento (em razão, p. ex., da anulação de uma eleição, no caso de uma nova)
- Presidenciais/Federais (Dep/Senador): TSE;
Fixação de data de eleição não prevista no ordenamento (em razão, p. ex., da anulação de uma eleição, no caso de uma nova)
- Estaduais e Municipais: TRE
c) Recurso contra expedição de diploma – apesar do nome, sua natureza jurídica é de ação. Todavia, tem o tratamento dado aos recursos propriamente ditos.
- municipais: TRE;
- federais/estaduais: TSE;
- presidenciais: não cabe recurso contra expedição de diploma. Se coubesse, pela lógica, caberia ao STF, mas essa competência não tem previsão na CF.
Resoluções do TSE: em regra, possuem caráter secundário, sofrendo controle de legalidade, e não se submetendo ao princípio da anualidade.
Exceção: se inovar no ordenamento, pode ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade, e se submeter à anualidade.
Consultas: é uma excepcionalidade do judiciário, haja vista que este julga, e não responde consultas. Sempre feitas em tese, e nunca no caso em concreto. Tem caráter erga omnes, mas sem efeito vinculativo – assemelhando-se à jurisprudência.
Todo ato eleitoral está relacionado a direitos políticos, que são direitos fundamentais.
Assim, o MP sempre será legitimado para apresentar impugnações.
COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL:
	TSE
Art. 22, I
i) Em uma decisão monocrática, foi decidido que esse inciso foi revogado pelo art. 103-B, § 4°, III, da CF, que dispõe que as reclamações contra os membros e órgãos do PJ devem ser encaminhadas ao CNJ;
j) Ações rescisórias de seus próprios julgados, em 120 dias. 
A ação deve ter transitado em julgado perante o TSE.
Cuidado: se na decisão transitada em julgado se discutiu elegibilidade, não será possível ação rescisória (Teoria Tradicionalista da Inelegibilidade), ainda que presentes qualquer das hipóteses do CPC. 
O prazo decadencial é de 120 dias do trânsito em julgado.
A última parte do dispositivo foi julgada inconstitucional, por violar a coisa julgada.
Art. 22, p.u.: as decisões do TSE são irrecorríveis – vide o art. 121, §3°, CF.
Exceções: 
a) decisões contrárias à CF (impugnável por REX); 
b) as denegatórias de HC ou MS (impugnável por Rec. Ordinário).
Art. 23: traz as competências administrativas 
Zona eleitoral = comarca. 
Quem faz a divisão são os TREs, mas o TSE deve aprová-los.
Competência regulamentar (art. 23, IX, CE): só quem a possui na JE é o TSE.
É a competência que tem o TSE de expedir instruções, com a finalidade de complementar ou interpretar a legislaçãoeleitoral, permitindo assim a sua fiel execução.
Instrução é o conteúdo, e a resolução é forma. 
Todavia, no Direito eleitoral diz que a resolução é fonte primária, confundindo continente e conteúdo.
As instruções/resoluções têm força de lei, mas não é lei, não podendo criar direitos nem obrigações.
Art. 105, lei 9504/97: as instruções não podem extrapolar a lei.
Assim, em regra, as instruções são atos normativos secundários, não cabendo controle de constitucionalidade, mas sim de legalidade.
Exceção: STF entende que algumas instruções podem ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade, se inovar no ordenamento jurídico.
Ex: instrução do TSE que tratava das investigações feitas por membros do MP possuíam normatividade suficiente p/ autorizar o controle concentrado.
JUNTA ELEITORAL: será sempre presidida por um juiz de direito, não necessariamente juiz eleitoral.
Competências: 
A apuração 
III - DIREITOS POLÍTICOS
1) Conceito: direitos políticos são o conjunto de regras que disciplinam o exercício da soberania em um determinado Estado. No Brasil, quem exerce a soberania é o povo. Assim, o conceito brasileiro de direitos políticos consiste no conjunto de regras que disciplinam o exercício da soberania popular no Estado brasileiro. A democracia no Brasil pode ser exercida diretamente (sem intermediário ou representante) ou por meio de terceiros eleitos. 
a) democracia direta: são 5 os instrumentos que viabilizam a democracia direta: (i) sufrágio universal; (ii) voto direto e secreto; (iii) plebiscito; (iv) referendo; e (v) iniciativa popular de leis. 
1 – SUFRÁGIO: é o direito subjetivo de participar da vida política de um Estado, traduzindo-se pelos direitos de votar e ser votado. No Brasil, o sufrágio é universal, dentro dos limites fixados pela CF/88, ou seja, nem todos integrantes do povo podem votar, eis que há limites etários no 14, § 1º CF que determinam a obrigatoriedade do voto para cidadãos de 18 a 70 anos e sua facultatividade para cidadãos de 16 a 18 anos, maiores de 70 anos e não alfabetizados.
Divergência no conceito de sufrágio universal: 
1°: parte da doutrina considera como sinônimo de direito político – toda vez que o cidadão interferir na vontade do Estado, seja por meio direto (plebiscito, referendo, iniciativa popular) ou indireto (voto), teremos o sufrágio. Adotada pela Vunesp.
2°: conceitua sufrágio como escolha de representantes (conceito + restrito), sendo que a participação direta seria feita com outros instrumentos (plebiscito, referendo, etc.). Adotada pela CESPE, FCC - MAJORITÁRIA
- voto censitário: só podem votar quem tiver uma determinada renda.
- voto capacitário: só podem votar quem tiver capacidade intelectual.
Analfabetos: na CF/88, eles podem votar (facultativo), mas não podem ser eleitos.
Enquanto o sufrágio é o direito subjetivo, o voto é o instrumento desse direito.
- Constituição de 1824: só tinha direito a voto quem comprovasse uma determinada renda anual (o voto censitário). Até 1934, mulheres não participavam do processo eleitoral no Brasil, nem concorrendo, nem sequer votando. 
2 – o voto é direto e secreto: 
- exceção ao voto direto: eleições indiretas para PR, que consiste na dupla vacância, ou seja, vacância que implica em desocupação do cargo em caráter permanente, definitivo, pelo PR e VPR, durante a última metade do mandato presidencial, caso em que haverá eleições indiretas pelo CN (81, § 1º C): “Vagando os cargos de PR e VPR, far-se-á eleição 90 dias depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos 2 anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita 30 dias depois da última vaga, pelo CN, na forma da lei. § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.”
- atenção: esta situação de dupla vacância quase ocorreu no Brasil em 1992, quando do impeachment do ex-Presidente da República, FERNANDO COLLOR DE MELLO, em função de condenação de crime de responsabilidade, que prevê a perda do mandato como uma das sanções, oportunidade em que seu VPR sinalizou rejeitar o exercício do mandato-tampão para concorrer ao pleito em 1994, uma vez que a EC da reeleição só foi aprovada em 1997, durante o governo FHC. Até hoje não há lei regulamentando as eleições indiretas.
3 - plebiscito e o referendo: são formas de consulta direta à população:
	REFERENDO
	PLEBISCITO
	Forma de consulta popular sobre determinado assunto.
	Idem.
	Autorizado pelo CN (49, XV CF).
	Convocado pelo CN (49, XV CF).
	Decreto Legislativo.
	Idem.
	Lei/ato administrativo consulta popular.
	Consulta popular lei/ato administrativo.
- exemplo de plebiscito: plebiscito convocado em 1993 para definir se o Brasil seria uma monarquia parlamentarista ou república presidencialista.
- exemplo de referendo: referendo autorizado em 2005, que manteve as normas do Estatuto do Desarmamento. 
4 - iniciativa popular de leis: permite à população propor projetos de leis diretamente à CD, ou seja, sem intermediários. Todavia, estes direitos foram incluídos em normas de eficácia limitada, portanto, é necessária a edição de leis integradoras que regulamentem o exercício do direito previsto, ao que se omite o Poder Público (exemplo: direito de greve dos funcionários público - 37, VII CF). 
- atenção: o 61, § 2º CF estabelece 3 requisitos para que o projeto de lei de iniciativa popular possa ser proposto à CD, tendo por condão emprestar maior legitimidade possível e evitar que sofram influência de interesses regionais ou locais: 
	1
	2
	3
	1% de assinaturas do eleitorado nacional, algo em torno de 1,5 milhão de eleitores atualmente, o que é difícil de alcançar em um país sem tradição democrática.
	Que este 1% do eleitorado nacional esteja dividido em pelo menos 5 Estados.
	Com não menos 0,3% dos eleitores de cada Estado. 
	São requisitos que praticamente frustram o exercício deste direito.
- 61 CF: “A iniciativa das LC’s e LO’s cabe a qualquer membro ou Comissão da CD, do SF ou do CN, ao PR, ao STF, aos Tribunais Superiores, ao PGR e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. (...) § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à CD de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 5 Estados, com não menos de 3 décimos por cento dos eleitores de cada um deles.”
- atenção: até hoje, apenas 2 projetos de lei de iniciativa popular foram apresentados, dada a elevada dificuldade de se preencher os requisitos. Ambos projetos versavam acerca de matéria eleitoral. O 1º foi convertido na Lei 9840/99, que alterou a Lei 9504/97 para criar o art. 41-A, segundo o qual constitui crime o oferecimento de qualquer vantagem a eleitor em troca de voto, independentemente de sua aceitação. O 2º foi convertido na LC 135/10 – Lei Ficha Limpa, que torna inelegível quem tenha contra si uma condenação proferida por órgão colegiado. Em que pese a colmatação dos requisitos, não significa que o projeto de lei de iniciativa popular será aprovado, senão encaminhado à Câmara dos Deputados, que poderá arquivá-lo. 3. Democracia Representativa Na democracia representativa, o povo continua exercendo o poder, mas por meio de seus representantes.
b) democracia representativa:
b.1 – condições de elegibilidade: estão previstas nos arts. 14, § 3º CF e 9º e 11 Lei 9504/97 (Lei das Eleições).
- atenção: o STF decidiu por unanimidade no último dia 07/10/15, ao julgar o RE 843455 e analisar o tema 781 da repercussão geral, afirmar a tese de que as hipóteses de inelegibilidade previstas no 14, § 7º CF, inclusive quanto ao prazo de 6 meses, são aplicáveis às eleições suplementares.
1 – ser brasileiro. O estrangeiro não pode se candidatar a cargos eletivos. O estrangeiro pode, contudo, titular cargos e empregos dentro da ADM.
- cargos privativos de brasileiros natos (12, § 3º CF): 
	1
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	PR e VPR
	Presidente da CD
	Presidente do SF
	Ministrodo STF
	Da carreira diplomática
	De oficial das Forças Armadas
	De Ministro de Estado da Defesa
2 – encontrar-se no pleno exercício dos direitos políticos, ou seja, capacidade para votar e para ser votado.
- atenção: segundo o 52, parágrafo único CF, quando a sanção resultar em perda do mandato e inabilitação para cargos públicos por até 8 anos, perde-se o pleno exercício dos direitos políticos, não podendo se candidatar, uma vez que o pleno exercícios dos direitos políticos é uma condição de elegibilidade, a exemplo de FERNANDO COLLOR DE MELLO, que tentou se registrar como candidato às eleições para Prefeito de São Paulo em junho de 2000, mas foi indeferido o pedido de registro, eis que a sanção imposta pelo SF só terminaria em dezembro de 2000, 8 anos após sua imposição.
3 – estar alistado perante a Justiça Eleitoral, ou seja, estar qualificado perante ela. Esse alistamento, a exemplo do voto, é um dever, uma obrigação atribuída a todos aqueles que se encontram na faixa de 18 a 70 anos.
- inalistáveis (14, § 2º CF): “Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos (são aqueles que prestam serviço militar obrigatório).”
- hipóteses de cancelamento do alistamento (71 Código Eleitoral): “ São causas de cancelamento: I - a infração dos artigos. 5º e 42;  II - a suspensão ou perda dos direitos políticos; III - a pluralidade de inscrição; IV - o falecimento do eleitor; V - deixar de votar em 3 eleições consecutivas (não justificar a ausência e não cumprir obrigação alternativa fixada em lei).”
- atenção: o cidadão no exterior tem obrigatoriedade de participar apenas de eleições federais. 
- atenção: para fins eleitorais, cada turno de uma mesma eleição é contado como uma eleição à parte, logo, em uma eleição de 2 turnos, deixar de votar em ambos representa 2 eleições.
4 – ter domicílio eleitoral na circunscrição. Exemplo: para concorrer a mandato eletivo no Município X, o candidato deve ter domicílio nesse Município X; mandato estadual domicílio no Estado etc. 
- atenção: a CF não diz nada sobre o período de domicílio eleitoral, mas a Lei 9504/97 (9º) exige domicílio eleitoral 1 ano antes das eleições.
5 – filiação partidária. A CF proíbe candidatura avulsa (as partidos são a peça-chave para a viabilização da democracia representativa). Segundo a Lei 9504/97, essa filiação tem que vir 1 ano antes das eleições.
- atenção: em 2007, TSE e STF confirmaram a tese de que o mandato eletivo pertence ao partido e não ao candidato. Assim, qualquer mudança de partido leva à perda do mandato (ofensa ao p. da fidelidade partidária). O TSE, em 2007, através da Res. 22.610, trouxe hipóteses de justa causa (quando, então, a mudança de partido não levará à perda do mandato):
	1
	2
	3
	4
	Incorporação ou fusão do partido
	Criação de novo partido
	Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário
	Grave discriminação pessoal
- cuidado: o STF, recentemente, entendeu que a regra continua, ou seja, que o mandato pertence ao partido, e não ao candidato, mas que isso apenas se aplica ao mandato conquistado por meio do sistema proporcional (deputado federal, deputado estadual e vereador), pois é nesse sistema que o voto é na legenda, e não no candidato.
- resumo: no sistema proporcional, sair do partido acarreta a perda do mandato, salvo havendo justa causa. No caso do sistema majoritário (executivo e senado), o mandato pertence ao candidato eleito e, portanto, a saída do partido não acarreta a perda do mandato, ainda que não haja justa causa.
- atenção: ano antes das eleições é a regra para a filiação partidária estar caracterizada. Contudo, há exceções: para militares, juízes e promotores, há prazos diferentes.
- atenção: o partido também deve estar registrado no TSE com anterioridade de 1 ano das eleições. Assim, se o candidato for expulso do partido, ou por qualquer outro motivo trocar de partido com anterioridade inferior a 1 ano, ou seja, a menos de 1 ano das eleições, torna-se inelegível. 
- atenção: a necessidade de filiação partidária se aplica a todos candidatos, invariavelmente. O que pode ser alterado é o prazo de 1 ano referente à sua anterioridade. Juízes e membros do MP têm vedação constitucional, respectivamente previstas nos arts. 95, § único, III CF e 128, § 5º, II, “e” CF, estando proibidos de se dedicar à atividade político-partidária, o que é muito mais amplo que uma reles filiação partidária, pois abarca a participação em campanha eleitoral, declaração de apoio político ou repúdio etc. Logo, o prazo de filiação partidária é menor, variando de 4 a 6 meses, a depender da candidatura, conforme o 1º LC 64/90.
- atenção: a candidatura do membro do MP FERNANDO CAPEZ não pressupôs o abandono definitivo da carreira, pois havia ingressado no MP antes da promulgação da CF/88, tendo sido beneficiado pelo regime jurídico anterior, conforme o 29 ADCT. Para as demais situações de candidatura de Juízes e membros do MP sob a égide da CF/88, o prazo de desincompatibilização deve ser respeitado e a desvinculação é permanente. 
- atenção: conforme o 142, § 3º CF, os militares à frente do cargo estão proibidos de filiação partidária, ao que o 16, § 1º Res. TSE 22717/08 estabelece que a condição de elegibilidade relativa à filiação partidária não é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer às eleições, sendo-lhe exigido só o pedido de registro da candidatura depois de comprovada a escolha do nome na Convenção Partidária. Portanto, o militar, ainda que na ativa, depende de filiação partidária, uma vez que todos estão sujeitos a ela, mas estão desobrigados do prazo de anterioridade de 1 ano, bastando a apresentação do nome na Convenção Partidária, que ocorre no mês de junho do ano das eleições. 
6 – idade mínima:
	PR, VPR e SENADOR
	GOVERNADOR E VICE
	DEPUTADO FEDERAL, ESTADUAL E PREFEITO
			VEREADOR
	35 anos
	30 anos
	21 anos
	18 anos
- atenção: 11, § 2º Lei 9504/97 “Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as 19 horas do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições. (...) § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.” Assim, as condições de elegibilidade devem estar todas devidamente comprovadas no momento de pedido de registro da candidatura, ou seja, até 5 de julho do ano das eleições, conforme o 11 Lei 9504/97, com apenas 1 exceção: a idade mínima.
- atenção: além das condições de elegibilidade previstas na CF/88, a Lei 9504/97 prevê outras condições de elegibilidade no seu art. 11, somando-se às do texto constitucional:
7 – exigência de apresentação de certidões criminais.
8 – exigência de apresentação da declaração de bens.
9 – exigência de apresentação de certidões em matéria de quitação de obrigações perante a Justiça Eleitoral.
10 – exigência de apresentação da ata em que o nome do candidato foi escolhido na convenção partidária (a Convenção Partidária deve ser realizada de 12 a 30 de junho do ano das eleições e, escolhido o nome, ainda é um aspirante a candidato, pois deve ser providenciada a documentação para registro do candidato e apresentada até 05 de julho do ano das eleições).
11 – exigência de apresentação de certidão de quitação eleitoral: se houver pendência, que já tenha sido equacionado prazo para pagamento (exemplo: multas impostas por realização de propaganda política em áreas verdes, shoppings centers etc.). A lista de devedores da Justiça Eleitoral deve ser apresentada até 05 de junho do ano das eleições (11, § 9º, Lei 9504/97).
12 - fotografia atualizada para aparecer na urna eletrônica e o nome que pretende adotar nas eleições.
13 - os candidatos ao Executivo devem apresentar, ainda, proposta de governo.
b.2 - hipóteses de inelegibilidade/direitos políticos negativos previstas na CF (14, §§ 4º a 8º CF): a CF proíbe a candidatura.
1 – inalistáveis (não podem ser alistar, se qualificar perantea Justiça Eleitoral) e os analfabetos.
- inalistáveis (§ 2º do 14 CF): estrangeiros e os conscritos (aquele que prestam o serviço militar obrigatório).
- analfabeto: não pode ser candidatar, mas pode votar (faculdade).
2 – a CF permite apenas uma reeleição para PR, Governador ou Prefeito, e para aqueles que os tiverem substituído (caráter temporário) ou sucedido (caráter permanente) no exercício do mandato. Assim, aquele que já obteve uma reeleição se torna inelegível para o mesmo cargo. Essa limitação não existe nos mandatos do Legislativo.
- atenção: para se candidatar a uma reeleição a autoridade não precisa abdicar de seu mandato.
3 – inelegibilidade para outro mandato: PR, Governador e Prefeito, para que possam concorrer a outro mandato, terão que renunciar ao mandato que ocupam 6 meses antes da realização das eleições.
4 – inelegibilidade reflexa: PR, Governador e Prefeito – não se permite a candidatura de parentes até o 2º grau dessas autoridades na circunscrição em que o mandato é exercido.
- exceção: se for o caso de candidatura à reeleição do parente até o 2º grau.
- SV 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal”.
- 6 TSE: “É inelegível, para o cargo de prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no par. 7º do art. 14 da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito”.
5 – militares: o militar alistável (qualificativo que exclui os conscritos) poderá ser eleito, atendidas as seguintes condições:
	SE CONTAR MENOS DE 10 ANOS DE SERVIÇO
	SE CONTAR MAIS DE 
10 ANOS DE SERVIÇO
	Deverá afastar-se da atividade.
	Será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
- atenção: agregação é o instrumento pelo qual o militar da atividade deixa de ocupar vaga na escala hierárquica, permanecendo em atividade, mas encostado (80 Lei 6880/80 – Est. dos Serv. Militares).
25/08/2015
b.3 - hipóteses de inelegibilidade/direitos políticos negativos previstas fora da CF (14, § 9º CF): “LC estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger”:
	1
	2
	3
	A probidade administrativa.
	A moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato.
	A normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na ADM direta ou indireta.
	Assim, o rol previsto na CF é exemplificativo. 
- Lei da Ficha Limpa: LC 135/10 (alterou a LC 64/90 - Lei das Inelegibilidades) – tornou inelegível:
	1
	2
	3
	4
	Aquele que tenha sido condenado por meio de uma representação eleitoral por abuso de poder econômico ou político, desde que a decisão tenha sido proferida por órgão colegiado (TRE ou TSE).
	Aquele que tenha contra si uma condenação penal pela prática de crimes contra o meio ambiente, saúde, Dir. Eleitoral, proferida por órgão colegiado (TRE ou TSE).
	Aquele que tenha contra si condenação pela prática de atos de corrupção.
	Aquele que, já titular de mandato eletivo, renuncia a ele após a abertura de um processo de cassação.
	Inelegibilidade por 8 anos.
	Inelegibilidade por 8 anos após o cumprimento da pena.
	Inelegibilidade por 8 anos.
	Inelegibilidade por 8 anos, depois de encerrada a legislatura.
	5
	6
	Aquele que tem contra si condenação por ato de improbidade administrativa praticado dolosamente e que resulte em enriquecimento ilícito ou lesão ao erário.
	Juízes e promotores se tornam inelegíveis quando tiverem contra si decisão que conclua pela aposentadoria compulsória, quando condenados à perda do cargo ou se, durante um processo administrativo disciplinar, pedirem exoneração ou aposentadoria voluntária.
	Inelegibilidade por 8 anos após o cumprimento da pena (pois a LIA já estabelece essa sanção).
	Inelegibilidade por 8 anos.
c) perda e suspensão dos direitos políticos (15 CF): a regra geral é a proibição de cassação dos direitos políticos. A perda ou suspensão só se dará nos casos de (rol taxativo):
	1
	2
	3
	4
	5
	Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.
- atenção: hipótese de perda.
	Incapacidade civil absoluta.
- atenção: alguns entendem que é perda (melhor para concurso); outros, que é suspensão (CELSO, por exemplo), com base na ideia de que a causa que gerou a incapacidade absoluta pode desaparecer.
	Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.
- atenção: hipótese de suspensão.
- 9 TSE: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos”.
	Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do 5º, VIII CF.
	Improbidade administrativa (37, § 4º CF): “Os atos de improbidade adm. importarão a suspensão dos dir. políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.
- apenas um lembrete sobre improbidade:
	GRAVIDADE
	SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
	MULTA
	NÃO PODERÃO CONTRATAR COM A ADM./RECEBER BENEFÍCIO
	ART. 9º
(Enriquecimento ilícito)
	8 a 10 anos
	Até 3 x o enriquecimento experimentado
	10 anos
	ART. 10
(Dano ao erário) – único que admite modalidade culposa
	5 a 8 anos
	Até 2 x o dano causado
	5 anos
	ART. 11
(Violação de princípios da Adm.)
	3 a 5 anos
	Até 100 x a remuneração do agente
	3 anos
25/08/2015
III – PARTIDOS POLÍTICOS (17 CF e Lei 9096/95)
1) Natureza jurídica: são pessoas jurídicas de direito privado (1º Lei 9096/95). No entanto, não é uma PJ qualquer, senão criada para participar do processo eleitoral, com claro objetivo de atingir, alcançar o poder. Embora o partido político seja PJ de direito privado, tem normas específicas próprias que não se estendem às demais: “O partido político, PJ de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na CF”.
2) Importância dos partidos políticos: a importância que a CF atribuiu a tais PJ’s de direito privado é decorrente da sua instrumentalização para viabilização da democracia representativa, eis que uma pessoa se candidata ao mandato eletivo para representar os interesses do povo e, sem filiação partidária, não há candidatura possível (14, § 3º, V CF). Não há candidatura avulsa no Brasil. 
3) Autonomia: há autonomia para sua criação, organização e decisão acerca de processos de fusão, incorporação, coligação e do momento da sua extinção, conforme o 17 CF. 
a) criação: já que os partidos políticos têm autonomia para decidir quando serão criados, devem cumprir algumas etapas, ao que o 17, § 2º CF dispõe que os partidos políticos serão criados na forma da lei civil. 
1ª etapa: convoca-se a Assembleia Geral Extraordinária para aprovação dos Estatutos Sociais, que, posteriormente, serão levados a registro perante o órgão competente. Para fins eleitorais, o registro só pode ser feito no Cartório das Pessoas Jurídicas do DF (8º Lei 9096/95), devendo contemplar, no mínimo, 101 assinaturas de seus fundadores, com domicílio eleitoral em pelo menos 1/3 dos Estados brasileiros. Em tese, as exigências têm o condão de conferir legitimidade em âmbito nacional ao partido. 
2ª etapa: cumpridas estas exigências, o partido já existe, mas, para que possa participar das eleições, deve ter registro no TSE. Para consecução do registro no TSE, o partido deve obter apoio de eleitores correspondentes a 0,5% dos votos registrados na última eleição para a Câmara dos Deputados, avultando a importância da eleição de Deputados Federais, cujo sistema é proporcional, ou seja, privilegia a quantidade de votos quea legenda alcançou (e não do candidato), consagrando os puxadores-de-votos. O percentual de 0,5% de eleitores registrados na última eleição para a CD que apoiam o registro do partido político no TSE deve estar dividido em pelo menos 1/3 dos Estados, com não menos de 0,1% em cada um deles. Só assim o partido consegue o registro no TSE e torna-se apto a disputar as eleições. Além disso, o registro no TSE é imprescindível para o partido político ter acesso a meios de comunicação e para que possa participar das verbas do fundo partidário. Tais exigências devem estar preenchidas em até 1 ano antes das eleições, pois se o candidato deve ter filiação partidária 1 ano antes das eleições, o partido político também deve observar a mesma antecedência, para não tornar inócua a exigências de filiação partidária. 
b) fusão: é o processo por meio do qual 2 ou mais partidos políticos se reúnem em caráter permanente, extinguindo-se e resultando na criação de um 3º. 
c) incorporação: é o processo por meio do qual 2 ou mais partidos políticos se reúnem em caráter permanente, resultando na extinção de apenas 1 ou parte deles. 
- atenção: tanto a fusão quanto a incorporação são processos de reunião de partidos em caráter permanente. 
d) coligação: é o processo por meio do qual 2 ou mais partidos se reúnem em caráter temporário para uma determinada eleição. Neste caso, os partidos continuam coexistindo e só se ligam objetivando a vitória em uma determinada eleição. A coligação é decidida no momento da realização da Convenção Partidária, que ocorre de 12 a 30 de junho do ano da eleição.
- atenção: esta coligação pode ser feita só para cargos pelo sistema majoritário, ou só para cargos de sistema proporcional, ou então para ambos. Um dos itens decisivos para haver ou não coligação é o tempo que cada partido político terá no horário eleitoral gratuito, quantidade de vagas, fundo partidário e acesso aos meios de comunicação. 
- atenção: até 2006, havia a verticalização das coligações, em que os órgãos nacionais dos partidos políticos tomavam a decisão e os estaduais e municipais apenas acatavam, engessando a costura de alianças nestas 2 esferas. Em março de 2006, a EC 52 aboliu a verticalização do 17, § 1º CF, alterando a redação do texto constitucional, segundo a qual “é assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária”. Mas a EC não pôde ser aplicada às eleições de 2006, em consagração ao p. da segurança das relações eleitorais, pois foi editada a menos de 1 ano das eleições. 
e) extinção: os partidos políticos também têm autonomia para definir o momento de sua extinção sem qualquer interveniência do Poder Público. 
4) Fidelidade Partidária: tem previsão no 17, § 1º, CF. Em 2007, decidiu-se (primeiro o TSE, depois o STF) que o mandato eletivo, uma vez conquistado, pertencia ao partido político e não ao candidato, já que, para poder se candidatar, o candidato deveria estar filiado a partido político e, se filiação partidária é condição para apresentação de candidatura, ela pertence ao partido e não ao candidato. Em razão disso, como regra geral, em 2007 se concluiu que se houver mudança de partido político, o candidato vai, mas o mandato fica. A Resolução TSE 22610/07 criou as hipóteses de justa causa, as quais excepcionam a regra geral de titularidade do mandato pelo partido político, ao estabelecerem que a mudança de partido nestas hipóteses não enseja a perda do mandato.
03/09/2015
- são hipóteses de justa causa (Res. 22.610 TSE):
	1
	2
	3
	4
	Fusão ou incorporação do partido político.
	Criação de um novo partido político.
	Alteração no programa do partido.
	Grave discriminação pessoal (alta carga de subjetividade). Exemplo: Clodovil Hernandez, ao assumir publicamente sua orientação sexual, sofreu, segundo ele, discriminação por parte do partido.
- atenção: no entanto, em maio de 2015, o STF mudou a história ao estabelecer que esta regra só se aplica ao mandato conquistado pelo sistema proporcional, cujo critério são os votos obtidos pela agremiação ou pela legenda, uma vez que quanto mais votos conseguir, mais vagas obtém, de acordo com o quociente eleitoral, estando vedada sua aplicação ao sistema majoritário, em que se privilegia a quantidade de votos obtida pelo candidato – e não pela legenda – atinente às eleições para Prefeito, Governador, PR e SF. 
5) Fundo partidário: 
1 – fundamento (17, § 3º CF): tem o objetivo de amealhar verbas para promover a manutenção das atividades partidárias e dos partidos políticos. O dispositivo constitucional foi regulamentado pelos arts. 38 a 44 Lei 9096/95 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos). 
2 – fontes (38 Lei 9096/95): “O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por:”
	1
	2
	3
	4
	Multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do C. Eleitoral e leis conexas.
	Recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual.
	Doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário.
	Dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por 35 centavos de real, em valores de agosto de 1995.
3 – divisão (41-A Lei 9096/95): “Do total do Fundo Partidário:”
	1
	2
	5% serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no TSE.
	95% serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
- atenção: para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses (41-A, parágrafo único Lei 9096/95).
4 – destinação (44 Lei 9096/95): “Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:”
	1
	2
	3
	4
	5
	Na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado neste último caso o limite máximo de 50% do total recebido.
	Na propaganda doutrinária e política.
	No alistamento e campanhas eleitorais.
	Na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, 20% do total recebido.
	Na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% do total.
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste artigo. § 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário. § 3o Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar despesas. § 4o Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste artigo encargos e tributos de qualquer natureza. § 5o O partido que não cumprir o disposto no inciso V do caput deste artigo deverá, no ano subsequente, acrescer o percentual de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) do Fundo Partidário para essa destinação, ficando impedido de utilizá-lo para finalidade diversa. § 6o No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa não despender a totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertidapara outras atividades partidárias, conforme previstas no caput deste artigo. 
6) Acesso aos meios de comunicação (17, § 3º CF): disciplinado nos arts. 45 e ss. Lei 9096/95. Este acesso aos meios de comunicação é dividido em 2 situações diferentes: fora do período eleitoral, o acesso se dá de forma igualitária a partidos grandes e pequenos; e em período de campanha. 
1 – finalidades: o acesso ao meio de comunicação tem as finalidades de 
	1
	2
	3
	4
	Difundir os programas partidários.
	Transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido.
	Divulgar a posição do partido em relação a temas político comunitários.
	Promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10%.
2 – proibições (45, § 1º Lei 9096/95): “Fica vedada, nos programas de que trata este Título:”
	1
	2
	3
	A participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa.
	A divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos.
	A utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação.
7) Proibição de utilização de partidos como organizações paramilitares (17, § 4º CF): “É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar”.
- atenção: a questão está disciplinada pelo 6º Lei 9096/95, proibindo os partidos de ministrar instrução militar ou paramilitar, de se utilizar de organização paramilitar, ou adotar uniforme para seus membros.
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade: § 2o O partido que contrariar o disposto neste artigo será punido: I - quando a infração ocorrer nas transmissões em bloco, com a cassação do direito de transmissão no semestre seguinte; II - quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte. § 3o A representação, que somente poderá ser oferecida por partido político, será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de programa em bloco ou inserções nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de programas em bloco ou inserções transmitidos nos Estados correspondentes. § 4o O prazo para o oferecimento da representação encerra-se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado, ou se este tiver sido transmitido nos últimos 30 dias desse período, até o 15º dia do semestre seguinte. § 5o Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais que julgarem procedente representação, cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo. § 6o A propaganda partidária, no rádio e na televisão, fica restrita aos horários gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga. Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a realizar, para os partidos políticos, na forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção. § 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, e em inserções de trinta segundos e um minuto, no intervalo da programação normal das emissoras. § 2º A formação das cadeias, tanto nacional quanto estaduais, será autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral, que fará a necessária requisição dos horários às emissoras de rádio e de televisão, mediante requerimento dos órgãos nacionais dos partidos, com antecedência mínima de quinze dias. § 3º No requerimento a que se refere o parágrafo anterior, o órgão partidário solicitará conjuntamente a fixação das datas de formação das cadeias, nacional e estaduais. § 4º O Tribunal Superior Eleitoral, independentemente do âmbito nacional ou estadual da transmissão, havendo coincidência de data, dará prioridade ao partido que apresentou o requerimento em primeiro lugar. § 5o O material de áudio e vídeo com os programas em bloco ou as inserções será entregue às emissoras com antecedência mínima de 12 (doze) horas da transmissão, podendo as inserções de rádio ser enviadas por meio de correspondência eletrônica. § 6º As inserções a serem feitas na programação das emissoras serão determinadas: I - pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção nacional de partido; II - pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção estadual de partido. § 7º Em cada rede somente serão autorizadas até dez inserções de trinta segundos ou cinco de um minuto por dia. § 8o É vedada a veiculação de inserções idênticas no mesmo intervalo de programação, exceto se o número de inserções de que dispuser o partido exceder os intervalos disponíveis, sendo vedada a transmissão em sequência para o mesmo partido político. Art. 47. Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas diretamente entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido, obedecidos os limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral da respectiva jurisdição. Art. 48. O partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral que não atenda ao disposto no art. 13 tem assegurada a realização de um programa em cadeia nacional, em cada semestre, com a duração de dois minutos. (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
Art. 49. O partido que atenda ao disposto no art. 13 tem assegurado: (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8) I - a realização de um programa, em cadeia nacional e de um programa, em cadeia estadual em cada semestre, com a duração de vinte minutos cada; II - a utilização do tempo total de quarenta minutos, por semestre, para inserções de trinta segundos ou um minuto, nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais.
6.3 Proibições na Propaganda Partidária Conforme o art. 45, § 1º, Lei 9096/95, há 2 proibições: (i) partidos políticos não podem utilizar este espaço para fazer propaganda de candidatos; e (ii) nem tampouco a defesa de interesses pessoais, por isso o locutor é normalmente o Presidente do partido político ou quem informalmente tenha sido escolhido pelo partido político para disputar as próximas eleições, na tentativa de burla deste dispositivo. 
IV - ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL 
1) Introdução: os órgãos que integram a Justiça Eleitoral estão relacionados no 118 CF: o STF, o TSE, os Tribunais Regionais Eleitorais, os Juízes de 1ª instância e as Juntas Eleitorais.
2) Comparativo: 
	
	COMPOSIÇÃO
	COMPETÊNCIAS
	MANDATO
	DECISÕES PROFERIDAS
	STF
	11 Ministros (101 CF). Indicação pelo PR e confirmação pelo SF.
	O STF é guardião da CF, com competências originárias (102, I, CF) e recursais (102, II e III CF), se prequestionada a matéria constitucional.
	35 a 75 anos de idade.
	Não comportam recursos, só ao próprio STF.
	TSE
	No mínimo 7 Ministros - 119 CF (o que pode ser alterado para mais sem EC).
1 – 3 vêm do STF, sendo que 2 assumem a Presidência e VP do TSE.
2 - 2 do STJ.
3 - 2 por advogados de acordo com o 5º constitucional, com 10 anos de profissão, notável saber jurídico e reputação ilibada (5º, XXIV CF), mas são indicados pelo STF (e não pela OAB), com ratificação do PR.
	22 e 23 Lei 4737/65: dividem-se em competências jurisdicionais e administrativas. 
1 – jurisdicionais: se subdivide em originais e recursais. 
2 – administrativas: a exemplo de registro de partidos políticos, sem o qual não podem participar do processo eleitoral e também das candidaturas a PR e VPR e a diplomação para estes cargos dos eleitos, ou seja, o ato por meio do qual a Justiça Eleitoralconfirma o resultado, que ocorre na 2ª quinzena do mês de dezembro, pois pode ter sido eleito em outubro e não pode tomar posse do mandato se não apresentou as contas da campanha para a Justiça Eleitoral ou, tendo apresentado, foram rejeitadas. Se tiver sido diplomado, pode sofrer cassação do mandato. Também tem competência para responder consultas dirigidas, em tese, matérias encaminhadas por órgão nacional de partido político ou autoridade de âmbito nacional (105 Lei 9504/97). TSE tem competência para ditar Resoluções até 5 de março dos anos das eleições.
	2 anos admitida 1 recondução (121, § 2º CF), que é o período entre pleitos eleitorais, o que alterna muito freq/mente os posici/mentos do TSE.
	Decisões não comportam recursos, só, excep/mente, em 2 situações: se decisão for contrária à CF/88 (ao STF) ou denegatória de MS e HC.
	
	COMPOSIÇÃO
	COMPETÊNCIAS
	MANDATO
	DECISÕES PROFERIDAS
	TRE’S
	7 integrantes (e não no mínimo 7) – assim, se quiser alterar, só por EC. 
1 - 2 deles vêm por Desembargadores do TJ.
2 - 2 vagas ocupadas por Juízes de Direito indicados pelo TJ.
3 – a 5ª vaga por um Desembargados do TRF escolhidos pelos próprios integrantes do TRF.
4 - as 2 últimas vagas por advogados indicados pelos Desembargadores do TJ, ratificados pelo PR
	29 e 30 Lei 4737/65: tem competência jurisdicional e administrativa. O TRE promove o registro de candidaturas a Dep. Estadual, Governador e Vice-Governador, Dep. Federal e Senador e para diplomação de candidaturas estaduais.
	2 anos, admitida 1 recondução (121, § 2º CF).
	Em regra as decisões proferidas pelo TRE não comportam recursos, são irrecorríveis, conforme o art. 121, § 4º, CF, excepcionalmente quando a decisão proferida pelo TER for contrária à CF/88 e à lei, quando a decisão proferida tiver divergência com 02 ou mais Tribunais – e não se divergente com jurisprudência dele próprio, quando versar sobre inelegibilidades dentro ou fora da CF/88, quando a decisão proferida pelo TRE for em relação à expedição ou anulação do Diploma, quando a questão envolver perda do mandato e quando a decisão do TRE for denegatória de MS, HC, HD ou MI – diversamente do TSE.
	JUÍZES DE DIREITO
	1 integrante que exerce atribuições por delegação, pois acumula funções, não há concurso.
	35 Lei 4737/65: só competências jurisdicionais originárias e administrativas, como registros de candidaturas municipais, indica os integrantes das mesas eleitorais.
	O mandato, por simetria é de 02 anos admitida uma recondução.
	Sim, comportam recurso.
	JUNTAS ELEITORAIS
	36 Lei 4737/65: 1 Juiz Eleitoral e 2 ou 4 cidadãos nomeados pelo TRE 60 dias antes das eleições para evitar quórum par.
	40 Lei 4737/65: trabalham fundamentalmente na apuração das eleições como pedido de impugnação de urna violada, expedição de boletins eleitorais e diplomação dos eleitos para mandatos municipais.
	Por 1 eleição. Encerradas as apurações, o papel da Junta se esgota. 36, § 3º Lei 4737/65: há impedimentos, não podendo participar candidatos e parentes até 2º grau, Diretores de partidos políticos, agentes policiais, quem titularize cargo em comissão, já que podem ser exoneradas livremente e quem integre a Justiça Eleitoral.
	As decisões destas Juntas comportam recursos ao TRE (265 Lei 4737/65).
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos. § 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil. § 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do partido, definidos seus valores em moeda corrente. § 3º As doações em recursos financeiros devem ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido político ou por depósito bancário diretamente na conta do partido político. § 4º (Revogado pela Lei nº 9.504, de 1997) I - (Revogado pela Lei nº 9.504, de 1997) II - (Revogado pela Lei nº 9.504, de 1997) § 5o Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas, observando-se o disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1o do art. 81 da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias. Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada, no Anexo do Poder Judiciário, ao Tribunal Superior Eleitoral. § 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral. § 2º Na mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na Legislação Eleitoral. 
Art. 41. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco dias, a contar da data do depósito a que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios: (Vide Adins 1.351-3 e1.354- 8) I - um por cento do total do Fundo Partidário será destacado para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; (Vide Adins 1.351-3 e 1.354-8) II - noventa e nove por cento do total do Fundo Partidário serão distribuídos aos partidos que tenham preenchido as condições do art. 13, na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. (Vide Adins 1.351-3 e 1.354-8)
Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido, reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia. Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do partido. 
10/09/2015
V - MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL 
1) Objetivo: segundo o 127 CF, incumbe ao MP a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Em matéria eleitoral, o MP deve garantir a normalidade e a legitimidade das eleições contra abuso de poderes econômico e político. 
2) Competências atribuídas ao MP em matéria eleitoral: as competências do MP se dividem em:
	CIVIL ELEITORAL
	PENAL ELEITORAL
	O MP tem competência para propor todas ações previstas em matéria eleitoral. Além do MP, têm competência civil os partidos políticos, coligações e, ainda, os candidatos.
	Os crimes em matéria eleitoral comportam ação pública incondicionada (355 Código Eleitoral e 129, I CF). Logo, a competência do MP é ampla, tendo legitimidade para instauração da ação sem concordância de ninguém.
- atenção: o MP também tem competência para determinar a instauração de IP Eleitoral (129, VIII CF).
- duração do mandato dos integrantes do MP Eleitoral: não existe uma disposição expressa da CF, mas por simetria ao mandato dos juízes, adota-se o disposto no 121, § 2º CF, no sentido de que o prazo é de 2 anos, admitida uma recondução.
- atenção: os integrantes do MP não compõem nenhum órgão da Justiça Eleitoral, mas nenhuma decisão proferida pelos órgãos da Justiça Federal sem oitiva do MP será válida, a não ser que o MP abra mão por falta de interesse, o que deverá ser motivado.
- princípios que norteiam o MP Eleitoral (127, § 1º CF): são os mesmos que comandam o MP em geral: 
1 – p. da unidade: todos os membros do MP possuem a mesma natureza, partilhando das mesmas prerrogativas funcionais.
2 – p. da indivisibilidade: é possível que um membro do MP substitua outro no curso do processo sem que implique em qualquer tipo de prejuízo, já que todos integrantes têm a mesmanatureza e são dotados das mesmas prerrogativas.
3 – p. da independência funcional: os membros do MP formam um corpo único, têm as mesmas prerrogativas, podem substituir uns aos outros sem prejuízo; são, portanto, livres para tomada de suas decisões no curso do processo, de acordo com as suas convicções, não havendo uma relação de hierarquia ou subordinação com relação às atividades-fim (a independência funcional está relacionada à atividade-fim, ou seja, à atividade de formação da convicção em relação aos casos concretos - a Lei 8625/93, no 43, XIV, estabelece que é dever dos promotores de justiça acatar, no plano administrativo, ou seja, atividade-meio, as decisões da administração superior do MP). 
- garantias (128, § 5º, I CF): 
1 – vitaliciedade: é a garantia que assegura a permanência no cargo – e não no serviço (garantia no serviço é a estabilidade). Assim, a vitaliciedade é um plus à estabilidade, sendo poucas as carreiras que a oferecem (aquelas que tenham expressa previsão constitucional – exemplos: carreiras de Juiz, MP e Ministros dos Tribunais de Contas, que são órgãos auxiliares do Legislativo). Na seara eleitoral, a vitaliciedade é atípica, pois o MP tem mandato, logo, é uma vitaliciedade por prazo determinado, conforme o 121, § 2º CF.
2 – inamovibilidade: proíbe a remoção dos integrantes do MP do local em que exercem as suas atribuições, sendo permitida excepcionalmente se configurada situação de interesse público, precedida da instauração de processo administrativo, assegurada a ampla defesa, sendo que a decisão deve ser proferida por órgão colegiado em quórum qualificado de maioria absoluta.
3 - irredutibilidade de subsídio: conforme o 39, § 4º, in fine CF, sendo a remuneração paga em parcela única, proibindo-se a percepção de quaisquer vantagens, de natureza pessoal ou de qualquer outra, tais como gratificações, adicionais, prêmios, verbas de representação. Tudo para assegurar a isenção do MP no exercício das suas funções.
- impedimentos (128, § 5º, II CF): servem para evitar que os integrantes do MP obtenham qualquer tipo de proveito ou vantagem em função do cargo que titularizam: 
1 - recebimento de qualquer tipo de vantagem, dentro e fora dos autos.
2 - exercício da advocacia.
3 - participação de atos de gestão em sociedades comerciais.
4 - não poderão acumular cargos dentro da ADM pública, com exceção para apenas um de magistério, desde que haja compatibilidade de horários.
5 - exercício de atividade político-partidária, que não diz respeito só a filiar-se a partido político, sendo mais amplo, como participar de campanha política, participar de inaugurações etc. Também não pode manifestar apoio a candidato, nem tecer críticas positivas ou negativas de cunho subjetivo, só as baseadas em fatos objetivos. Logo, o impedimento refere-e a qualquer atividade político-partidária, sendo a mesma vedação ao juiz, conforme a EC 45/04.
	1 - ação de impugnação de registro de candidatura – AIRC: proposta a partir do instante em que a Justiça Eleitoral acolhe o pedido de registro de candidatura (o prazo para esse registro é até 5 de julho do ano das eleições). Tem por fundamento o abuso de poder econômico ou político, com o escopo de impedir de participar das eleições os inelegíveis previstos no 14, §§ 4º a 8º CF e na LC 64/90 (Lei das Inelegibilidades) e também os que não atendem ao disposto no 14, § 3º CF. Lembrar que de todas as exigência, a única que não precisa ser comprovada no pedido de registro da candidatura é a idade mínima, que pode ser comprovada até a posse.
2 – ação de investigação judicial eleitoral – AIJE: visa combater o abuso de poder econômico ou político verificados durante a campanha eleitoral.
3 - ação para combater captação irregular de votos: presta-se a combater a situação em que o candidato pede votos ao eleitor em troca de vantagens oferecidas irregularmente, em violação ao 41-A Lei 9504/97 (exemplos: cestas básicas, laqueaduras etc.).
4 – recurso (na verdade é uma ação) contra a diplomação: visa combater a diplomação realizada de forma irregular. Diplomação é o ato por meio do qual a Justiça Eleitoral confirma o resultado das eleições, podendo ser que o indivíduo eleito não tenha condições de tomar posse do cargo eletivo.
- atenção: o mês de novembro (após as eleições, que ocorrem em outubro) é o período para a prestação de contas dos candidatos (vencedores ou não) para a Justiça Eleitoral sobre a movimentação financeira da campanha. Se essas contas não forem apresentadas em 30 dias após encerradas as eleições, ou, se apresentadas, forem rejeitadas, impede-se a diplomação (que ocorre na 2ª quinzena de dezembro).
5 - ação de impugnação de mandato eletivo – AIME: refere-se a uma situação em que o mandato já foi conquistado, mas de forma irregular por abuso de poder econômico ou abuso de poder político. Deve tramitar em segredo de justiça, e é a única ação com base direta na CF (14, §§ 10 e 11).
6 - ação de representação eleitoral: é utilizada para combater quaisquer irregularidades verificadas durante a campanha eleitoral que não possam ser combatidas pelas outras ações anteriores. Se o candidato, por exemplo, fixar cartazes em área verde, em estádio de futebol (mesmo se particular) de fácil acesso à população. Essa ação também serve, por exemplo, para combater pesquisas eleitorais fraudulentas.
	
VI - CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS
1) Topografia: a questão está disciplinada nos arts. 7º a 9º Lei 9504/97 (Lei das Eleições).
2) Conceito: as convenções partidárias são órgãos de deliberação dos partidos políticos.
3) Realização: serão realizadas no período compreendido entre 12 a 30 de junho do ano das eleições (8º Lei 9504/97).
4) Conteúdo: são basicamente 2 decisões: 
1 - os nomes que representarão o partido político na campanha eleitoral.
2 - se o partido vai ou não se coligar com outro ou outros e, se positivo, qual a extensão da coligação, se vale só para cargos majoritários, ou cargos proporcionais, ou então para ambos. 
- candidaturas natas: se referiam àqueles candidatos que, por já se encontrarem em exercício de cargo eletivo, não precisavam submeter os seus nomes à convenção partidária, o que não ocorre mais. Estava previsto no 8º, § 1º Lei 9504/97. 
5) Local de realização das convenções: em regra, a utilização de bens públicos na campanha eleitoral é proibida, mas a única exceção é para a realização de convenção partidária (8º, § 2º Lei 9504/97), daí porque geralmente a convenção é realizada na sede do Poder Legislativo (CN, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, a depender do pleito). Se for aberta a possibilidade para que o partido use um bem público para a realização da convenção, essa possibilidade deve ser franqueada a todos partidos políticos, pois se negada a um só partido político, por menor que seja, já configura abuso de poder, eis que o período é curto e, se cada partido com registro no TSE requerer o uso isolado, haverá problema, pois há mais de 30 partidos políticos no Brasil e apenas 2,5 semanas, aproximadamente, para realiza-las. 
6) Propaganda visando essas convenções: 
	REGRA
	EXCEÇÕES
	A propaganda política eleitoral está permitida, em regra, somente a partir de 6 de julho do ano das eleições (é o dia seguinte à data limite para o registro das candidaturas).
	No 36, § 1º Lei 9504/97, há, contudo, uma exceção: é permitida propaganda antes de 6 de julho no caso de propaganda visando a convenção partidária. Devem ser preenchidas as seguintes exigências: 
1 - nos 15 dias anteriores à data marcada para realização da convenção.
2 - perfil da propaganda intrapartidária, ou seja, só a propaganda direcionada aos integrantes, filiados ao partido político, em especial aos que tenham direito a voto na convenção, pois, geralmente, o nome já é escolhido e a convenção só serve para formalizar, assim o candidato pode fazer propaganda perante o eleitorado em geral, mas se ficar comprovado desvio de finalidade, há ilegalidade.
3 - vedado o uso de rádio, televisão e outdoor.

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