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Intensivo Delegado de Polícia Civil Noturno CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Administrativo Professor: RBaldacci Aulas: 03/04| Data: 18/03/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO PODERES ADMINISTRATIVOS 1. Poder Hierárquico 2. Poder Disciplinar 3. Poder normativo ou Regulamentar 4. Poder de Polícia 5. Poder de Império ou extroverso 6. Poder de autotutela 7. Poder discricionário PODERES ADMINISTRATIVOS São quatro os poderes clássicos: 1. Hierárquico 2. Disciplinar 3. Normativo (regulamentar) 4. De polícia A corrente moderna acrescenta mais três, importantes para provas de concursos: 5. De império 6. De autotutela 7. Discricionário 1. Poder Hierárquico O critério para a análise deste poder é o exercício das atribuições constitucionais. Página 2 de 6 Questão: podemos falar que Judiciário é poder judicial sem hierarquia entre seus membros no exercício da prestação jurisdicional? Resposta: Sim, não há hierarquia, a não ser para fins correcionais. No Poder Judiciário existe hierarquia? Ministro manda em desembargador que manda em juiz? NÃO. A Lei distribui a todos os mesmos níveis de prerrogativas e sujeições. Da mesma forma, no legislativo temos um poder horizontal: não existe hierarquia entre seus membros, a Lei lhes distribui as mesmas prerrogativas e sujeições. Entretanto, na Administração Pública não. Aqui há hierarquia. Exemplo: polícia – delegado geral, delegados seccionais, delegados titulares, delegados substitutos – estrutura vertical – a Lei distribui prerrogativas e sujeições distintas para cada nível. Quem ocupa nível mais hierarquicamente superior tem mais prerrogativas, e quem está na base tem mais sujeições. Na estrutura verticalizada instruída por competências distintas haverá duas relações funcionais distintas: a) Relação de hierarquia: do superior em relação a seu subordinado, aquele que ocupa nível superior é dotado de maiores prerrogativas e as três mais importantes são (decorar): a. Controle e revisão dos atos e decisões de seus subordinados, independente de provocação (de ofício, portanto). b. Editar normas de funcionamento interno – são os atos ordinatórios, exemplos: portarias, avisos, circulares. c. Dar ordens de cumprimento obrigatório – aquele que ocupa o nível inferior está submetido a uma grande sujeição: dever funcional de obediência. O subordinado não pode: questionar, recusar nem deixar de cumprir ordem superior, sob pena de insubordinação funcional por desobediência. b) Relação de subordinação: Observação: em caso de ordem manifestamente ilegal: O subordinado está desobrigado da obediência à ordem manifestamente ilegal Isso não significa autorizado a obedecer, cuidado na prova! Porém, caso cumpra esta ordem manifestamente ilegal se torna solidário em todos os ilícitos: (Penal, Civil e Administrativo). 2. Poder Disciplinar É mais do que poder: é um poder dever. O superior (DEVE), de ofício, apurar as infrações de seus subordinados e aplica a punição quando cabível. Este poder é decorrência natural do poder hierárquico e o superior que deixa de cumpri-lo poderá responder por: 1. Infração administrativa funcional. 2. Crime de prevaricação 3. Crime de condescendência criminosa Página 3 de 6 3. Poder normativo ou Regulamentar A Constituição permite que o chefe do executivo edite decretos e regulamentos sobre direitos e obrigações. O problema decorrente disso: A CF, no art. 5º inciso II diz que; somente Lei que pode criar direitos e obrigações aos particulares. De uma Lei, o Art. 84, inciso IV autoriza o chefe do executivo a editar decretos e regulamentos. Assim a lei é FONTE ORIGINÁRIA de obrigações e os decretos e regulamentos são (FONTE DERIVADA). PROBLEMA: O decreto ou regulamento que conflita com a Constituição é inconstitucional? Pode ser atacado por ADIN? Neste caso, o decreto conflita com Lei, portanto pode ser ilegal, mas não inconstitucional, portanto não cabe ADIN. Se existir ADIN contra a Lei da qual o decreto deriva, aplica-se a inconstitucionalidade por arrastamento, arrasta- se o decreto para a lei que a ADIN ataca. O mesmo art. 84. inciso 6º da CF autoriza decretos e regulamentos autônomos que podem ser editados independentes de Lei. Esse sim, se conflitar com a CF, é inconstitucional e pode ser atacado por ADIN. Conclusão: como regra, a Constituição autoriza Lei a criar ou extinguir direitos e obrigações – a Lei é a fonte originária e o Art. 84 inciso IV permite que o chefe do executivo edite decretos e regulamentos sobre direitos e obrigações tratados na lei – o decreto e o regulamento são fontes derivadas. Quando o decreto ou regulamento derivado de Lei conflitar com a Constituição NÃO SERÁ INCONSTITUCIONAL e NÃO SERÁ POSSÍVEL ATACÁ-LO POR ADIN – o decreto ou regulamento será apenas ILEGAL, pois antes de conflitar com a Constituição estará violando a Lei da qual deriva. Havendo ADIN contra a Lei da qual o decreto deriva será possível “puxá-lo” para dentro da ADIN mediante inconstitucionalidade por “arrastamento”. Já no caso de decretos e regulamentos AUTÔNOMOS do Art. 84. inciso VI, como não haverá Lei previamente autorizando caso conflite com a Constituição o decreto ou regulamento autônomo será inconstitucional e poderá ser atacado por ADIN. 4. Poder de Polícia É o poder de fiscalização geral do Estado que recai sobre todos de forma ininterrupta e inevitável – através desta prévia fiscalização o Estado poderá CONDICIONAR ou REDUZIR o exercício dos direitos individuais para garantir a finalidade da supremacia do interesse público. Observação: Não é permitido ao Estado cancelar ou extinguir direitos individuais através do poder de polícia, pois, nesse caso, é necessário o contraditório e a ampla defesa). É o poder do Estado de verificar todos, sejam pessoas físicas, pessoas jurídicas, o pessoas do próprio Estado, para que ninguém invoque direito individual eu prejudique a coletividade. Exemplo: para o governador decretar rodízio de água de modo que todos consigam ter um mínimo de água por mais tempo não precisa contraditório e ampla defesa. Mas para um juiz tirar um bem particular de uma pessoa é preciso dar à pessoa o direito ao contraditório e a ampla defesa. Página 4 de 6 É privativo das pessoas estatais de Direito Público. Logo, a Lei pode conferir poder de polícia para pessoas políticas (União, Estados DF e Municípios, mas território não é, pois tem natureza de autarquia Federal), autarquias e fundações públicas. O poder é INDELEGÁVEL sendo permitido delegar a particulares atos materiais ou meramente executórios. Exemplo: multa fotográfica de trânsito, a empresa privada faz a foto, e o Estado a converte em multa se assim decidir correto. Questão: o particular que se sujeita a uma fiscalização de poder de polícia conforme art. 77 CTN deverá pagar taxa de fiscalização. Assim, a fiscalização da PM e da GCM, em suas rondas e o IBAMA fazendo inspeção geral das condições das praias, não exige cobrança direta. Esse pagamento é feito indiretamente pagando impostos. Entretanto, a PMSP ao fazer análise para concessão de alvará cobra. A diferença é que num caso é divisível e mensurável, noutro não. Conclusão: Quando a fiscalização de polícia for mensurável e divisível o particular deverá remunerar a fiscalização pagando taxa tributária do art. 77 do CTN. Exemplo: concessão de licenças e alvarás de funcionamento. Porém, quando a fiscalização não for mensurável nem divisível, não haverá a cobrança de taxa tributária (a fiscalização será remunerada de forma indireta mediante o pagamento de impostos). Atributos do Poder de PolíciaA Administração Pública estará investida em três atributos: 1. Autoexecutoriedade: A administração não depende de prévia manifestação do Judiciário para decretar, impor e executar seus atos e decisões de polícia. Exemplo: quem é pego na blitz; o policial não vai ao juiz pedir liminar para aprender o sujeito. 2. Coercitividade: Hoje está dividida em: a. Compulsoriedade: Ordens e decisões de polícia não admitem nem recusa nem resistência, permitindo o uso da força pública do Estado. b. Imperatividade: O Estado não depende nem da concordância e nem da participação do particular, decretando e impondo seus atos e decisões de polícia unilateralmente. 3. Discricionariedade: As fiscalizações são realizadas conforme critérios de oportunidade e conveniência. Entretanto, a fiscalização para concessão de licenças e alvarás é fiscalização vinculada e quando o particular preenche o que a lei exige fará direito subjetivo para sua licença ou alvará. Observação: Não confundir Policia Judiciária, exercida pela polícia civil e seus departamentos, que não fiscaliza. É polícia repressiva, órgão repressor. Com a polícia administrativa que é quem exerce o poder de polícia. Polícia judiciária realiza prisões, perícias, investigações, etc., em auxílio à Justiça Criminal, ou seja, é órgão auxiliar da justiça criminal e só reprime ilícitos penais praticados por pessoas. Polícia administrativa é exercida pela PM, GCM, agência de vigilância sanitária, IBAMA, agências reguladoras PROCON, etc. Não é repressiva, tem natureza eminentemente PR#EVENTIVA, a ideia é fiscalizar antes. Não faz prisão ou perícia, faz fiscalizações não apenas para ilícitos penais, mas também sanitários, ambientais, etc., ou seja, qualquer ilícito que recaia sobre pessoas, bens ou direitos. Página 5 de 6 DPF fiscaliza fronteiras, portos e aeroportos, é MISTA, exercendo tanto papel de polícia judiciária quanto de polícia administrativa. 5. Poder de Império ou extroverso. Como regra, a administração não depende nem da concordância nem da participação do particular para agir, ou seja, age unilateralmente. 6. Poder de autotutela A administração pode rever de ofício seus atos e decisões anulando aqueles que considerar ilegais e revogando aqueles que considerar inoportunos ou inconvenientes. 7. Poder discricionário A administração detém a exclusividade para apreciar oportunidade e conveniência de atos e decisões discricionárias (nem o judiciário nem o legislativo podem se manifestar sobre estes sob pena de violar a independência e separação dos três poderes). Delegado de Polícia-RO. O supremo Tribunal Federal considerou competente como ente federativo o Município, para impor a bancos a obrigação de instalar portas eletrônicas com detector de metais e travamento e de vidros à prova de balas, por vislumbrar, no tema, questão de interesse local e a segurança do usuário. Quanto a esse poder conferido ao Município, pode-se afirmar que se trata do poder. A) Hierárquico B) Discricionário C) Regulamentar D) Disciplinar E) De Polícia. Delegado-RJ. Sobre o poder de polícia, é correto afirmar: A) Por ter natureza eminentemente sancionatória, deve sempre ser exercido nos estritos limites da lei. B) Embora não seja a regra, admite-se sua delegação a particulares, incluindo as atividades materiais acessórias e conexas, bem ainda a coerção e a imposição de sanções. C) Excepcionalmente, se presente interesse público relevante, as medidas de poder de polícia podem gerar efeitos retroativos e infirmar os efeitos produzidos por atos praticados anteriormente. D) Orienta-se a prevenir lesão a direitos e a valores tutelados juridicamente, possuindo cunho eminentemente preventivo. Página 6 de 6 E) Desenvolve-se por meio de quatro categorias de providências: a regulamentação (edição de normas gerais), a emissão de decisões particulares, a coerção fática propriamente dita e sanciona.
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