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1 - Introdução
O objeto de estudo da Psicologia científica é diversificado, já que a Psicologia estuda o ser humano sendo este um objeto de estudo muito amplo. A Psicologia por ser uma ciência nova, ainda não teve tempo de concluir suas teorias, e como o cientista faz parte do objeto a ser estudado (o homem), cada pesquisador tem sua própria concepção do homem existindo uma diversidade nos estudos da Psicologia, podendo esta ser estudada em diversos setores humanos tais como organizacional, social, jurídico, clínico, entre outros. Assim, a matéria prima de estudo da Psicologia é o homem e de seus fenômenos psicológicos, da sua subjetividade, originaram os possíveis seguimentos de estudos que são: o comportamento através do Behaivirismo; a sua interação com o meio através da Gestalt; e o seu inconsciente através da Psicanálise.
A Psicologia como ciência, não pode ser confundida por métodos adivinhatórios ou práticas místicas, porque estes não são ciência, não possuem um estudo científico ou comprovação de suas práticas, mas para conhecer melhor dessa ciência é necessário primeiro distinguir o que é ciência do senso comum.
1.1 - O que é senso comum
Senso comum são os conhecimentos que o homem adquire através das experiências do cotidiano e que são passadas de geração á geração, contribuindo para formação da cultura de um povo. Esses conhecimentos são adquiridos de forma espontânea, sem a preocupação de uma exatidão científica ou comprovação da realidade dos fatos apresentados, nascem de uma necessidade momentânea do homem de ajustar suas tarefas do dia-a-dia e também do seu entendimento e interpretação da realidade em que vive. Por isso, alguns conhecimentos do senso comum, por não terem passado antes por um crivo científico que comprove a veracidade desses fatos, não são verdadeiros, simplesmente fazem parte da cultura de um povo tornando-se uma crença, por exemplo, colocar um fio vermelho na testa da criança para parar seu soluço, assim como tantos outros. Mas há casos em que o senso comum se aproxima da ciência, sendo assim entendido como uma visão do mundo, quando as pessoas se apropriam de termos científicos para denominar fatos ou situações sem explicarem tecnicamente essas ocorrências, como chamar uma pessoa de histérica, depressiva, psicopata, sendo todos esses termos dados pela ciência através de um estudo rigoroso. Há também os casos em que a ciência extrai do cotidiano alguns fatos e situações e através de estudos empíricos comprova sua eficiência ou ajusta e melhora seu desempenho, como exemplo, temos através do senso comum o uso de chá de boldo para problemas digestivos que é comprovado cientificamente como sendo correto, e também podemos citar o inverso, quando o homem traz para a sua realidade um dado científico, tornando-o de uso comum e rotineiro sem fazer dessa apropriação algo difícil de se executar ou entender, por mais complexo que seja ou tenha sido essa descoberta científica, como exemplo, medir a distância para se chegar a um local sem precisar de uma equação de Matemática ou Física para se chegar até lá, ou uma dona de casa fazer uso de um aparelho de microondas, como qualquer outro aparelho desenvolvido com a mais alta tecnologia e que o homem faz uso dele sem quebrar a cabeça, o tornando parte de sua realidade, de seu senso comum.
1.2 - O que é ciência
Ciência é um conjunto de conhecimentos empíricos do homem, que são extraídos do cotidiano. O homem possui diversas áreas de seu conhecimento, como o senso comum, a religião, a ciência, a filosofia e as artes, todas estas são de domínio do homem.
Para dizer que algo é ciência, é necessário que esse conhecimento tenha um objeto de estudo, uma linguagem rigorosa e formal que todos a entendam, objetividade, métodos e técnicas que comprovem sua veracidade para que possa ser compreendido e reproduzido na íntegra. Para que isso seja possível, é preciso que o cientista se afaste do objeto de estudo e o veja de uma forma distanciada de sua realidade, para que não contamine ou se confunda com o estudo do objeto.
2 - A evolução da ciência psicológica
2.1 - A Psicologia na Antiguidade
A palavra Psicologia é de origem grega, significa conhecimento da mente, foi na Grécia onde começaram a estudar a alma humana, surgindo assim os primeiros estudos do homem sobre sua origem, o entendimento de sua alma. A Psicologia nasceu desses estudos iniciais de vários filósofos gregos, o qual foi dado o nome de Filosofia, a ciência que estuda a origem do homem e o seu significado. Mais tarde esses estudos foram sendo aprimorados e a Psicologia deixou de fazer parta da Filosofia, formando sua própria ciência.
Para compreender melhor sobre essa ciência, a Filosofia, é preciso falar da Grécia no século V a.C, e como ela se consolida como ciência com as personalidades de Sócrates, Platão e Aristóteles. 
Os gregos por sua história são considerados um dos povos mais evoluídos, em que numa época aparentemente sem recursos e ainda primitiva, conseguiram a expansão de seus territórios através de técnicas e conhecimentos futuristas, gerando riqueza e poder ao seu povo, podendo este se ocupar mais com os problemas da alma e maior tempo para desenvolver a arte. 
Uma época marcada pelas transformações culturais desse povo, um povo que para entender o funcionamento do universo, as causas humanas, passaram a designar um deus para toda a ação desenvolvida, buscando compreender através dos mitos, as razões da existência humana. Assim, a religião predominava no controle da vida das pessoas já que toda existência era compreendida como sendo por desejo de deuses imortais, e aos mortais, cabia simplesmente acatar aos seus desígnios ficando á mercê de seu humor e de sua sorte. 
Alguns pensadores ligados á arte passaram a questionar o direcionamento dado pela política e principalmente pela religião, questões míticas profundas que até então todos seguiam sem questionar. A partir desses pensadores denominados pré-socráticos, por iniciar essa linha de pensamento antes de Sócrates, essas questões passadas pela arte começaram a ser repensadas pelo povo, iniciando uma dissociação mítica e religiosa do homem natural. Assim deu-se inicio a uma linha de pensadores pré-socráticos que começaram a esboçar o corpo dessa ciência através da percepção, pensando nessa relação do homem com o mundo e de que forma ela acontece, de forma idealista sendo as idéias humanas que formam o mundo dando-lhe origem e sentido, ou materialista, o mundo já formado pela matéria que o homem sente e vê.
Mas o marco da Filosofia veio através dos pensamentos de um filósofo que a impulsionou, tendo logo depois seu desenvolvimento mais aprofundado por outros dois pensadores que contribuíram muito para evolução dessa ciência e também da Psicologia.
Sócrates - homem simples, não deixou nada escrito sobre seus pensamentos, foi o primeiro dos filósofos, portanto o responsável por essa linha de pensamento que trouxe uma ciência nova, a Filosofia, através de um método de raciocínio que trazia o homem para mais perto de si, colocando-o de frente com sua realidade e se abrindo para novas ideias que permitisse uma interação maior com seu meio, contribuindo assim para essa transformação social da época. Sua teoria era simples, porém, bastante arrojada para sua época com os homens acostumados á serem conduzidos por deuses imortais, sendo estes responsáveis por suas ações e destinos. 
O que Sócrates propunha era que ao analisarmos uma questão, que o indivíduo limpasse sua mente de quaisquer outros conceitos que tinha da questão anteriormente e a visse inteiramente livre de julgamentos ou críticas, que a recebesse sem nenhum pré-julgamento, para então analisa-la por outros ângulos, se permitindo assim a receber novos conceitos e novas ideias. Sua frase mais conhecida, “só sei que nada sei”, resume sua tática, a partir da consciência da ignorância experimentar novos conceitos, se abrir para o novo. Seus pensamentos foram bem aceitos pelajuventude da época, que pelo espírito livre e revolucionário dessa fase, aderiram prontamente á suas ideais e o seguiam, assimilando suas ideias.
Pelo seu método, os homens poderiam pensar por si próprios, tornando-se responsáveis pela condução de suas vidas, separando o senso moral e religioso, podendo perceber suas falhas e as falhas do sistema social em que viviam, trazendo-os para uma vida mais crítica e responsável, baseados num raciocínio lógico. Por sua metodologia podemos perceber o surgimento da Psicologia. 
Sócrates acreditava na imortalidade da alma e que a alma trazia valores morais e racionais soberanos ao corpo, por isso as ações do homem devem sempre aproxima-lo da nobreza de sua alma, através da razão, para que ambos estejam em acordo e caminhem em direção ao bem. Dessa forma ele distinguia o homem do animal, sendo o homem movido pela razão e o animal por instintos.
Por ser esse seu pensamento revolucionário para época, trouxe muitas contestações e críticas, principalmente dos religiosos e políticos sendo, por isso, condenado e morto.
Platão - um dos seus discípulos e esteve presente até o final de seu julgamento e morte. Era de uma família aristocrática, descendente de políticos e reis. Tinha conhecimentos políticos, deixou muitos escritos de sua obra e formou sua própria escola de investigação filosófica, chamada de Academia, a primeira universidade do mundo. Baseado no pensamento socrático constituiu suas próprias teorias e as deixou em duas linhas de pensamentos: uma que fala sobre o conhecimento da alma e os sentidos com suas subjetividades, e outra que diz sobre o conhecimento do corpo e suas relações político-sociais. 
Platão constrói seus pensamentos na ideia da alma tripartida, sendo, razão, moral e desejo atributos da alma. Suas outras linhas de pensamentos, como a política e o funcionamento do organismo, também são constituídas nesse conceito tripartido. O pensamento platonista deriva da imortalidade da alma e que a alma antes de unir-se ao corpo já tem suas ideias e conceitos, independente do corpo. O corpo serve como abrigo para essa alma que sofre por ter consciência de sua condição eterna não podendo usufruir com as paixões do corpo, buscando na razão, seu atributo divino, conciliar e harmonizar seu estado. 
Aristóteles - discípulo de Platão, também de família aristocrática ligada mais á medicina e política. Foi preceptor do filho do rei Filipe, Alexandre, e fundou mais tarde sua própria escola denominada Liceu. Por ser um estudioso, por métodos investigativos, Aristóteles mesmo sendo amigo de Platão não concordava integralmente com suas teorias, por acreditar que eram necessárias metodologias que oferecessem bases científicas. Foi Aristóteles que deu ao homem bases para elaboração da ciência. Suas teorias foram sistematizadas, organizadas e elaboradas dentro de um método mais científico investigativo, sendo sua obra numerosa, constituída de forma clara e objetiva quanto aos seus pensamentos e métodos. Pensava a relação alma-corpo de forma diferente de Sócrates e Platão, entendia a alma como mortal, sendo um veículo que se unia ao corpo para assegurar-lhe a harmonia de vida. De forma mais lógica e concreta traz seus estudos sobre o corpo e alma dentro de uma concepção científica, assegurando a importância do corpo como fonte de conhecimento e a alma originária de um ser superior, necessária para a manutenção do corpo e existência da vida. Com essa metodologia, ordena as coisas denominando por grupos ou categorias, onde coloca as inanimadas de um lado e as criaturas vivas de outro, onde todas possuem o poder de transformação, sendo os inanimados dependentes de um agente externo e as criaturas vivas com potencialidade para alcançar sua transformação, passando de potência para ato e gerando novas potências num ciclo rotativa dentro da natureza, tendo um elemento originário que é Deus, o primeiro a criar esse movimento de transformação. Assim, conceitua que a alma e o corpo não podem ser dissociados, tudo que cresce se alimenta e reproduz possuem alma, tendo os vegetais alma vegetativa e os animais alma sensitiva, por fim, o homem teria essas duas almas e mais a sua alma racional, o que o faz um ser pensante. Para Aristóteles somente através do conhecimento destes grupos o homem poderia entender sua realidade. 
2.2 - A Psicologia na Idade Média
Na Idade Média, o império do povo grego foi dominado pelos romanos, surgindo uma nova potência que iria monopolizar o império pela religião, instituindo uma nova política com bases religiosas, da Igreja Católica, e caracterizando esse período da História da humanidade como a era cristã. Na era cristã todas as ciências, a política e a economia ficavam sob a custódia da Igreja, esta tendo o poder absoluto das coisas por conhecer e estudar sobre a divindade, ser superior que comandava a raça humana. Dessa forma, todo o saber era monopolizado por uma única instituição, a Igreja, que o distribuía da maneira que concebesse mais adequada para a redenção humana. 
Assim, também o estudo da mente teve sua relação com os estudos religiosos destacando-se dois filósofos importantes para a Psicologia:
Santo Agostinho – baseou seus pensamentos pela teoria de Platão, defendendo a imortalidade da alma, sendo esta a sede da razão e que liga o homem ao divino, a Deus, portanto os pensamentos humanos passam a serem estudados pela igreja, já que são interpretados como uma manifestação divina no homem.
São Tomás de Aquino – baseado nas teorias de Aristóteles de essência, alma, e existência, homem, ele considera que para se obter a igualdade entre ambas somente Deus poderia reuni-las tornando o homem perfeito, colocando dessa forma a existência do homem como uma busca pela essência, somente encontrada através de Deus, para se alcançar a perfeição. Com esse argumento, São Tomás de Aquino consegue contemporizar o descrédito do povo com a Igreja diante do seu autoritarismo, manifestado pelo surgimento do protestantismo, num momento em que também rompiam a revolução francesa e industrial. Mesmo diante desse quadro social caótico e com muitos adversários, a igreja católica consegue manter ainda por um tempo seu monopólio científico, político e econômico.
2.3 - A Psicologia no Renascimento
O Renascimento é caracterizado como um período histórico de muitas transformações para a humanidade. Nessa época surge o mercantilismo, abrindo novos caminhos territoriais e com isso gerando novas experiências, novas descobertas e possibilidades de riqueza e conhecimento para o homem. O homem passa a novos descobrimentos e junto com ele a ciência evolui. A troca de informações, o novo, possibilita ao homem desbravar não só novos territórios como novas ciências, abrangendo novas possibilidades que até então estavam limitadas e restritas por um único ângulo. Surgem grandes nomes artísticos como Michelangelo, Leonardo da Vinci, que contribuem com sua arte para evolução anatomia humana. Também vemos o salto da ciência com a descoberta do sistema heliocêntrico de Copérnico, logo após corroborada pelo telescópio de Galileu, derrubando o sistema geocêntrico, colocando o sol no centro do universo e a Terra, conseqüentemente o homem, em seu devido lugar, estabelecendo as bases teóricas que posteriormente Isaac Newton e Albert Einstein utilizariam para o avanço da Física.
Entre tantos nomes históricos, surge ainda o filósofo René Descartes que contribui enormemente para evolução cientifica, trazendo conceitos de dualismo, como sendo a alma separada do corpo, distintos, um sendo substância diferente do outro, o dualismo metafísico, proporcionando argumentos sólidos e racionais para que a ciência pudesse estudar o corpo após a morte sem infringir as leis morais, já que antes o corpo abrigava uma alma após sua morte, portanto não podendo ser violado. Trouxe também o conceito mecanicista, mudando a visão sobre o funcionamento do corpo e do mundo, passíveis de se conhecerem por partes como numa máquina, e de se ajustarem, situando a ciência combases mais metodológicas e científicas, surgindo assim o método cartesiano ou racionalismo.
No século 18 surge o capitalismo e com ele as mudanças sociais e econômicas trazem uma nova visão do mundo. Surgem novas necessidades, o homem revestido de novos conhecimentos passa a reivindicar seu papel no universo, atuando de forma mais dinâmica para ordenar toda essa confusão deixada pela revolução francesa e industrial. Sai o feudalismo e entra a burguesia, causando uma nova ordem social e econômica no planeta, exigindo novas teorias e respostas para esse novo sistema. A fé foi questionada e o homem passa a buscar suas resposta numa outra base, a ciência.
Surgem novos pensadores, nomes importantes que impulsionaram e marcaram essa nova etapa científica da humanidade, como Darwim com a teoria evolucionista por seleção natural dando novo enfoque a biologia, e o positivismo de Augusto Comte para a Filosofia, que estimula a nova ciência em bases mais rigorosas e empíricas. 
2.4 - A Psicologia Científica
No início do século 19 outros teóricos chegaram a conclusão de que a Psicologia não poderia ser definida como sendo apenas estudo da alma por não ser um objeto concreto de estudo e, a partir disso, passaram a estudar e desenvolverem outras teorias para a definição de um objeto de estudo para a Psicologia. Era necessário pensar também o psiquismo como uma máquina, e então compreender o funcionamento dessa máquina, o cérebro. A Psicologia então deixa a Filosofia de lado e passa a caminhar ao lado da medicina, junto com a neuroanatomia, fisiologia e neurofisiologia. Dessa forma surge o nascimento da Psicologia científica, tomando por bases iniciais três abordagens:
O Funcionalismo – busca compreender o funcionamento da consciência já que o homem a utiliza para adaptar-se ao meio. Seu método de estudo é o introspeccionismo elaborado de forma experimental, em laboratório.
O Estruturalismo – também se interessa pela consciência e se diferencia do funcionalismo porque não se preocupa como ela funciona, e sim, estuda seus aspectos estruturais do sistema nervoso central. Seu método de estudo é igual ao funcionalismo.
O Associacionismo – não possuía bases filosóficas e sua teoria acreditava sim na importância da estrutura e do funcionamento do sistema nervoso, mas que existia uma associação entre esses dois pontos que conduziam á um processo de aprendizagem por associação de ideias, no qual as ideias mais simples vão sendo associadas a outras similares até chegarem as mais complexas. Dessa teoria formulou a Lei do Efeito, por essa lei entendia que todo ser vivo tende a repetir seus comportamentos quando são recompensados por ele, só não acontecendo essa repetição quando for imediatamente castigado por essa ação. Essa teoria deu base posteriormente para a nova teoria na Psicologia, o Behaviorismo. 
2.5 - A Psicologia Contemporânea
No século 20, essas abordagens foram substituídas por três importantes teorias:
Behaviorismo - nasceu como uma reação aos teóricos defensores do estudo da introspecção e da psicanálise que tentavam lidar com o funcionamento interior e não observável da mente. Ao mesmo tempo os psicólogos tentavam fazer uma ciência objetiva, a teoria da evolução estava causando um efeito profundo sobre a psicologia ao definir os seres humanos não mais como antes, separados das outras coisas vivas, dando a todas as espécies a mesma história evolutiva e presumia-se assim que poderia também ser a origem de nossos traços mentais em outras espécies, mesmo assim, o final do século XIX e início do século XX, alguns psicólogos passam a conduzir experimentos humanos. Watson, principal teórico, definiu como sendo um "ramo experimental" e puramente objetivo da ciência natural e sua meta é a previsão e controle do comportamento, elegendo o comportamento como objeto de estudo da Psicologia, contribuindo definitivamente para uma Psicologia dentro dos padrões científicos da época, com um objeto de estudo mensurável. Após Watson, o mais importante behaviorista foi B.F. Skinner, sua linha de estudo ficou conhecida como Behaviorismo Radical e a linha oposta a sua foi o Behaviorismo Metodológico. Enquanto a principal preocupação de outros teóricos estava voltada para os métodos das ciências naturais, a teoria de Skinner voltava-se para a explicação científica, definindo como prioridade para a ciência do comportamento o desenvolvimento de termos e conceitos que permitissem explicações verdadeiramente científicas. A partir dos estudos desses métodos experimentais aplicados designaram os seguintes conceitos para o comportamento:
Comportamento reflexo, quando reagimos de forma involuntária a um estímulo, e
Comportamento operante, quando reagimos a um estímulo por meio da vontade consciente. 
O comportamento operante compreende que toda ação opera sobre o meio e influencia ou é influenciado por ela. Esta foi a principal linha teórica de Skinner, desenvolvendo a partir dela diversos conceitos de aprendizagem que abrangem todos os tipos de comportamento, podendo seu método ser aplicado em qualquer atividade do ser humano. Para entender como o comportamento influencia ou reage sobre o meio, os estudiosos a partir de análises experimentais do comportamento designaram as seguintes leis comportamentais, como estímulos que se tem numa ação para se alcançarem um comportamento devido, gerando conseqüências ao indivíduo e ao meio:
Reforço positivo ou negativo – estímulo que conduza a uma resposta comportamental desejada.
Punição – quando o estímulo é aversivo ou não se tem mais o reforço positivo com o intuito de anular uma resposta comportamental indesejada.
Extinção – quando se extingue o estímulo que conduzia uma resposta, deixando de ser reforçado, gerando o fim do comportamento.
Essa linha de estudo atualmente está sendo aplicada em diversas áreas com a finalidade de entender e auxiliar a corrigir ou aprimorar o comportamento humano, como a educação, empresarial, saúde, entre outras, podendo ser utilizada em qualquer uma delas, pois sendo focada no comportamento abrange todos os campos de atividade humana.
Gestalt – nasce na busca de seus estudiosos em construir uma teoria forte que perdurasse suas bases teóricas. De origem alemã com os estudiosos Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka, baseados em estudos psicofísicos que constroem uma teoria psicológica. Seu objeto de estudo é o comportamento do homem através do meio, abrangendo não só o ambiente em que está, mas também sua relação sócio-cultural, isto porque os gestaltistas consideravam relevante a percepção e sensação que o indivíduo tem em um determinado estímulo, que ela influencia seu comportamento, buscando compreender os processos psicológicos da mente quando sua resposta é diferente da realidade que lhe foi apresentada. A Gestalt acredita que quando se estuda o comportamento humano de forma isolada, sem considerar sua história social e cultural, acaba-se perdendo seu significado já que cada indivíduo percebe o meio por uma realidade diferente de outro indivíduo devendo, portanto, estudar o comportamento de forma global, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo, diferentemente da teoria do Behaviorismo. Assim, compreendem que o comportamento é determinado pela percepção do estímulo, ficando submetido á lei da boa-forma, sendo o campo psicológico do indivíduo entendido como se fosse um imã que o conduz a procurar a boa-forma, denominando esse conceito como força do campo psicológico.
Para a Gestalt, o todo tem papel fundamental na compreensão do objeto percebido, por isso a aprendizagem se dá através dessa relação entre o todo e a parte, por ser compreendido que nem sempre as situações vividas por nós apresentam-se de forma tão clara que permita sua percepção imediata. Essas situações dificultam o processo de aprendizagem, porque não permitem uma clara definição de figura-fundo, levando o indivíduo a diversas interpretações diferentes da realidade do objeto, impedindo a relaçãoparte-todo para definição desse objeto. Quando o indivíduo tem uma compreensão imediata desse objeto, esse evento é designado pelo termo insight. 
Kurt Lewin, um estudioso teórico, parte de princípios da Física para elaborar uma nova teoria psicológica denominada Teoria de Campo. Lewin não era adepto da Gestalt, somente se fundamentou em sua teoria através de conhecimentos adquiridos com estudiosos gestaltistas, contribuindo muito para Gestalt com sua nova teoria. Seu principal conceito é do espaço vital concebendo que o campo psicológico do indivíduo abrange o espaço da sua vida, ou seja, são todos os elementos que interagem com esse sujeito no momento de determinada situação, não somente os elementos físicos da relação sujeito-meio que determinam seu comportamento, podendo ser estes elementos também seus anseios, sonhos, desejos, etc. Assim, essa realidade do indivíduo ultrapassa os limites só de percepção desse sujeito com o objeto, mas também de toda existência desse indivíduo que esteja ligada nessa situação, correspondendo a uma totalidade dos fatos, que podem influenciar no seu comportamento num determinado momento. Sua teoria deu base para muitos trabalhos psicológicos com grupos.
Psicanálise – originou com o médico de Viena, Sigmund Freud, e estuda o comportamento do homem com base em sua vida psíquica, daquilo que está oculto em seu inconsciente, mas que se manifestam em seu comportamento operante, buscando visar os traumas vivenciados durante sua vida. O termo Psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e uma prática profissional. Seu estudo é através do método interpretativo, buscando o significado em suas ações, palavras ou nas produções imaginárias, como sonhos, delírios ou atos falhos. Tudo que está guardado dentro da mente também é um instrumento importante para a análise e compreensão de fenômenos sociais relevantes: as formas de sofrimento psíquico, o excesso de individualismo no mundo contemporâneo, como por exemplo, a violência. Contudo, a Psicanálise busca origem do sintoma ou comportamento manifesto e visa a cura ou o autoconhecimento do que diz respeito ao problema psicológico do individuo.
Sigmund Freud, médico com especialização em psiquiatria, altera radicalmente o modo de pensar a vida psíquica sendo que grande parte de sua produção foi baseada em suas experiências pessoais. Em sua trajetória profissional Freud pode trabalhar com psiquiatras como Jean Charcot e Josef Breuer, ambos faziam uso da hipnose. Com isso, Freud deu continuidade na investigação do inconsciente. Em suas terapias passou a deixar as pessoas á vontade contando sua história, sem que ele fizesse muitas perguntas. Ele pode perceber o quanto as pessoas se “enrolavam” com algumas ideias, e a isso evento ele dá o nome de Resistência, e ao fato do psíquico encobrir os fatos insuportáveis e dolorosos deu o nome de Repressão.
Publicou uma extensa obra durante toda sua vida, relatando suas descobertas e formulando leis gerais sobre a estrutura e o funcionamento da psique humana, apresentando a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria se refere a existência de três instâncias do sistema psíquico: 
Inconsciente – sistema do aparelho psíquico constituído por conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas pré-conciente e consciente, gerados pela ação de censuras internas. É a natureza inconsciente que determina as nossas ações de forma irracional.
Pré-consciente - refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência, que não estão na consciência, porém no momento seguinte pode estar. 
Consciente - sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo informações do mundo interior e exterior, destacando-se a atenção, o raciocínio e a percepção.
Freud também revolucionou a descoberta da sexualidade, ele descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos se referiam a ordem sexual, com isso a sexualidade passa ser o centro da vida psíquica. Ele reformulou algumas teorias com suas descobertas. A função sexual existe desde o inicio da vida, não só após a puberdade. O sexo como fonte de prazer tanto ao homem quanto a mulher, e não apenas como fonte de reprodução. E a libido como sendo de todos. O processo de desenvolvimento psicossexual, o individuo tem a função sexual ligada a sobrevivência e o prazer é encontrado no próprio corpo. Para Freud, a sexualidade vem desde o principio da vida e durante a existência do indivíduo vão ocorrendo por fases:
Fase oral - é considerada a erotização pela boca. 
Fase anal - a zona de erotização é o ânus.
Fase fálica - ocorre o descobrimento dos órgãos sexuais. 
Fase genital – quando a zona de erotização está fora do corpo.
No decorrer dessas fases vários processos e ocorrências sucedem-se, assim podemos destacar o Complexo de Édipo. Mais tarde, Freud reformula algumas teorias e introduz novos conceitos importantes para a vida psíquica:
Id - é considerado o reservatório da energia psíquica, localiza-se as pulsões vida e morte, é regido pelo princípio do saber.
Ego - responsável pela ordem, suas funções são percepção, memória, sentimento e pensamentos.
Super ego - ocorre devido ao complexo de Édipo, com as internalização das proibições, dos limites e da autoridade.
Podemos perceber as contribuições da Psicanálise principalmente em áreas da saúde mental.
3 - Conclusão
O ser humano vem através dos séculos tentando compreender sua espécie, o homem, e seu significado no mundo. Para chegar a um ponto, foram levantadas várias teorias, sendo algumas delas mitos filosóficos criados para entender o princípio humano. Três destes mitos influenciaram o estudo das ciências humanas, em especial, da Psicologia:
O mito do homem natural – a essência do homem é boa, ele nasce bom, mas conforme sua vivência em sociedade ele vai se descaracterizando, podendo se transformar e perder essa origem. 
O mito do homem isolado – afirma que o homem tem tendência ao individualismo, originalmente vive isolado, e só gradativamente inicia a convivência em grupos por necessidade. Na Psicologia Social esse princípio é estudado como sendo um instinto do homem, denominado como instinto gregário, fundamental para o convívio do homem em sociedade.
O mito do homem abstrato – o homem não sofre qualquer alteração em seu comportamento, ou seja, são sempre os mesmos vistos de uma forma geral, independente das suas relações, experiências ou do meio que vivem, portanto, não evoluem.
Hoje, através dos diversos estudos que a ciência vem desenvolvendo sobre o homem, como na biologia, antropologia e psicologia, sabemos que o homem se desenvolveu a partir de um conjunto de elementos que o caracteriza como sendo um ser biopsicossocial, um pacote de todas suas experiências históricas, sociais, culturais, biológicas, somadas á sua subjetividade e interação com o meio.
O filme Guerra do Fogo, de direção de Jean-Jacques Annaud, 1981, traz um bom entendimento do assunto, relatando o início da civilização humana em que os homens estavam saindo da condição de humanídeos e ingressando em sua humanização, se descobrindo e descobrindo a vida nas suas mais variadas interpretações, corroborando com a teoria evolucionista de Darwin, onde nossa espécie provém da evolução dos primatas através de um processo de desenvolvimento por seleção natural. Uma jornada interessante e curiosa porque vão descobrindo novos valores e conhecimentos que somente a troca de experiências com outras espécies e tribos de humanos é possível de se ter. O livro A Origem dos Antropos (Guerreiro, 2001.) traz a cultura como chave para esse processo de humanização, assim como ilustra o filme que a partir de uma aventura, esse processo de humanização surge pela construção da cultura adquirida com a troca de experiências com outros grupos, pois antes dessa troca eles viviam de forma completamente diferente, com poucos conhecimentos de linguagem e socialização, vivendo somente para preservaçãoe perpetuação da espécie. Dessa forma, o filme exemplifica bem como o homem usando seus atributos de raciocínio e inteligência amplia sua compreensão das necessidades imediatas para uma ação calculada e premeditada abrangendo suas necessidades futuras, criando novas possibilidades, enriquecendo seus conhecimentos e modificando-os conforme lhe convém.
Desta forma, a visão da psicologia entende o homem com um ser multideterminado, um ser que se difere do animal por articular em si vários atributos em conjunto, possuidor de subjetividade, raciocínio lógico, linguagem simbólica, genética, cultura, trabalho, sociabilidade, entre outros. O homem, portanto, é um ser multideterminado, já que todos esses elementos é que determinam a espécie humana (Bock, 2001).
Referências Bibliográficas:
-Bock, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia/Ana Mercês Bahia Bock, Odair Furtado, Maria de Lourdes Trassi Teixeira. São Paulo: Saraiva, 2002.
-Carpigiani, Berenice. Psicologia: das raízes aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 
-Guerreiro, Silas. Antropos e Psique – O outro e sua subjetividade/Silas Guerreiro, João Baptista Cintra Ribas, Kenia Kemp, Luiz Henrique Passador, Marian Dias Ferrari. São Paulo: Olho D’Água, 2001.
-A Guerra do Fogo. Direção: Jean-Jacques Annaud. França/Canadá, 1981.

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