Buscar

REDES SOCIAIS DIGITAIS – A Inteligência Coletiva

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
REDES SOCIAIS DIGITAIS
A inteligência coletiva
Fernando Nascimento Tannure
Rio de Janeiro
Dezembro/2009
�
FERNANDO NASCIMENTO TANNURE
REDES SOCIAIS DIGITAIS
A inteligência coletiva
Monografia apresentada junto ao Curso de
Comunicação Social com habilidade em
Publicidade e Propaganda da Universidade
Estácio de Sá, como requisito parcial à
obtenção do título de bacharel.
ORIENTADOR: Prof.º Dr. José de Moraes Carvalho
Rio de Janeiro
Dezembro/2009
�
FERNANDO NASCIMENTO TANNURE
REDES SOCIAIS DIGITAIS
A inteligência coletiva
Grau: ______________________
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
PROF.º DR. JOSÉ DE MORAES CARVALHO
(ORIENTADOR)
_________________________________
PROF.º MS. LUIZ FLÁVIO DI COLA
________________________________
PROF.º DANIEL PELS
Rio, 09 dezembro de 2009
DEDICATÓRIA
 Por todos os momentos presentes em minha vida, acolhidas, valores que construíram o que hoje sou, dedico esta obra a minha amada mãe Sandra Miranda do Nascimento.
Vida e essência de minha existência.
�
AGRADECIMENTOS
 Agradeço a você, Daniela Escudero, por fazer parte de minha vida
neste momento tão importante e decisivo para meu futuro profissional. 
Obrigado pelo apoio, amor e compreensão.
Agradeço a você, Carolina Nascimento Tannure, por estar presente ativamente,
apesar do tempo reduzido, e ter me auxiliado a descobrir
os melhores caminhos para a conduta desse projeto. 
Obrigado pelo apoio, carinho e orientação.
�
EPÍGRAFE
“Ninguém sabe tudo,
todos sabem alguma coisa,
todo o saber está na humanidade.”
Pierry Lévy
�
RESUMO
Este estudo inicia uma análise da sociedade contemporânea e sua transformação ao longo dos tempos, com foco na ramificação tecnológica do conhecimento e da informação. Também percorrerá pela evolução da Internet, suas versões e fundamentos, passando pelas influências das redes sociais digitais na sociedade e pela inteligência coletiva no ambiente digital atual. Além disso, esse estudo vai dissertar sobre a sociedade da informação e do conhecimento, com foco no conteúdo colaborativo, a partir dos princípios da inteligência coletiva. E por fim, percorrer pela criatividade individual e sua importância na hora de relacioná-la com os direitos autorais.
PALAVRAS-CHAVE: redes sociais, inteligência coletiva, geração “c”.
�
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................08
CAPÍTULO I – A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E SUAS MUDANÇAS........11
1.1 – Sociedade Contemporânea: Um mundo em transformação..........................13
1.2 – Internet e Interação.......................................................................................14
1.3 – Tecnologia da Informação (TI) ......................................................................17
CAPÍTULO II – A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ................................................20
	
2.1 – Internet e a Web 2.0 ........................................................................................20
2.2 – Redes Sociais Digitais ....................................................................................22
2.3 – Imagem Eletrônica: Símbolo da Experiência Social Atual ............................24
CAPÍTULO III – A GERAÇÃO “C” ..............................................................................27
3.1 – Web 3.0: a web semântica ..............................................................................30
3.2 – Inteligência Coletiva .......................................................................................32
3.3 – Criatividade Individual e o Direito Autoral.....................................................34
CONCLUSÃO ...................................................................................................................37
BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................39
GLOSSÁRIO .....................................................................................................................41
ANEXO .............................................................................................................................43
�
INTRODUÇÃO
O tempo é online: aqui, agora e em qualquer lugar. Hoje, na Internet, não há mais diferença geográfica e de tempo. Durante décadas, é fácil observar a evolução gradual das tecnologias da informação e da comunicação em uma velocidade jamais imaginada em outras épocas. As inovações tecnológicas estão cada vez mais rápidas e surpreendentes, possibilitando assim novas formas de pensar, de se relacionar e de compartilhar conhecimento e informação.
O amadurecimento da grande rede (Internet) e o surgimento das redes digitais modificaram o modo como o ser humano age, trabalha e se comunica no mundo real. O crescimento da população e do percentual de pessoas conectadas à Internet também indica que, cada vez mais, é importante a compreensão, o controle e o entendimento das necessidades específicas desse novo tipo de “relação”. Será que o mundo está preparado para tudo isso?
Após o boom da Internet, na virada para o século XXI, poucos acreditavam na revitalização rápida da grande rede. Contudo, quase a maioria dos movimentos culturais, políticos e ambientais de hoje já estão conectados e fortalecidos na rede, após identificarem o poder que as comunidades virtuais têm, em forma de um canal de relacionamento direto e impessoal com seus clientes. 
Os fenômenos sociais, políticos e de comunicação atuais remetem ao estudo e à análise profunda dos benefícios e dos problemas que as comunidades virtuais podem gerar. Logo, deve-se encarar essa nova realidade e passar a discutir sobre o controle e a liberdade de informação, assim como os métodos e práticas sugeridos pelos governantes para tal supervisão.
Ao analisar as redes sociais e seus conceitos, é possível entender um pouco mais sobre as novas necessidades humanas e perceber que o arcaico modelo de gestão centralizada do poder praticado pelos governantes e pela grande maioria das organizações, não será suportado por muito tempo. A descentralização e a distribuição do poder são tendências irreversíveis, e esta mudança certamente resultará em uma nova forma de relacionamento entre os povos e seus governantes, por mais que estes relutem.
A proximidade geográfica e as relações propositais não são mais aspectos relevantes em uma rede ou comunidade. Os interesses comuns é que alimentam a criação e sustentam o crescimento de qualquer comunidade virtual.
O objetivo geral desse estudo é analisar as redes sociais digitais, a evolução da tecnologia da informação, suas aplicações na Internet e suas consequências para a sociedade. Também pretende analisar a força que a humanidade atualmente possui e de que maneira, através da troca de informações e do conhecimento, essa força pode ser usada de forma sensata, confiável e produtiva.
Outra perspectiva desta pesquisa será o entendimento e a análise da aplicabilidade das redes sociais digitais junto às necessidades específicas do novo milênio. Contribuindo sempre para um conhecimento mais abrangente do paradigma das redes reticulares (unidas, porém cada uma ocupando seu próprio espaço) e da sua capacidade de transformar as estruturas sociais, políticas, culturais e de comunicação, das organizações e dos países.
Será importante identificar as melhores formas de integração, comunicação e colaboração entre as diferentes redes sociais, com o intuito de garantir que o estudo e a análise das redes sociais digitais e da evolução da tecnologia da informaçãosirvam de referência para pesquisas futuras e para novos projetos que evoquem o estudo das redes.
Seguindo o mesmo pensamento, os objetivos específicos desse estudo visam listar, analisar e descrever a evolução da Internet através dos tempos, passando pela sociedade contemporânea e a sociedade da informação. Buscam também analisar a evolução da sociedade através dos tempos e suas formas de interação; dissertar sobre a sociedade da informação e do conhecimento, com foco no conteúdo colaborativo, a partir dos princípios da inteligência coletiva. E por fim, percorrer pela criatividade individual e sua importância na hora de relacioná-la com os direitos.
O estudo não está em busca de respostas, mas sim na análise e dissertação de pontos específicos e das possibilidades pertinentes para cada caso. No máximo sugerir alguma ferramenta para alcançar algum fim. Pois o intuito é gerar dúvidas e questionamentos cabíveis para, de alguma maneira, contribuir na pesquisa e no estudo da sociedade contemporânea e sua evolução.
Considerando a população que atualmente usa a Internet – cerca de 39 milhões somente no Brasil e quase um quarto da população mundial – através de pesquisas e experiências pessoais irei procurar por caminhos e possibilidades mediante esse terremoto de informações e novas tecnologias. E tentar sustentar alguma bandeira que prime pela qualidade comercial e de vida dos indivíduos.
Sendo assim, já é o bastante para estudar essa “metamorfose ambulante” que todos chamam de “sociedade”.
�
CAPÍTULO 1
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E SUAS MUDANÇAS
A sociedade, na época da Revolução Industrial, caracterizava-se pela forte divisão social do trabalho, o crescimento urbano e o grande volume de consumo e de produção.
 Segundo historiadores, houve pelo menos duas revoluções industriais: a primeira começou pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII, caracterizada por novas tecnologias como a máquina a vapor, a fiadeira, o processo Cort em metalurgia e, de forma mais geral, a substituição das ferramentas manuais pelas máquinas; a segunda, aproximadamente cem anos depois, destacou-se pelo desenvolvimento da eletricidade, do motor de combustão interna, de produtos químicos com base científica, da fundição eficiente de aço e pelo início das tecnologias de comunicação, com a difusão do telégrafo e a invenção do telefone. Entre as duas há continuidades fundamentais, assim como algumas diferenças cruciais. A principal é a importância decisiva de conhecimentos científicos para sustentar e guiar o desenvolvimento tecnológico após 1850. É precisamente por causa das diferenças que os aspectos comuns a ambas podem oferecer subsídios preciosos para entender a lógica das revoluções tecnológicas.�
Desde a revolução francesa até os dias atuais, a sociedade passa por um período de tempo chamado História Contemporânea. O regime capitalista do ocidente e o desenvolvimento da humanidade são os pontos altos desse período, somados pelas disputas das potências européias por matéria-prima e pelo comércio.
A Idade Contemporânea já percorre um espaço de tempo que ainda está em aberto. E isso atrai os olhos de muitos pesquisadores contemporâneos em virtude do apelo que as questões filosóficas e históricas observadas neste período trazem à tona.
O século XIX reflete o desenvolvimento do capitalismo e a ascensão dos valores de um mundo em pleno crescimento e progresso. Já no último século, a globalização e todos os seus problemas e transformações cicatrizaram uma ruptura imortal.
 Um novo mundo está tomando forma neste fim de milênio. Originou-se mais ou menos no fim dos anos 60 e meados da década de 70 na coincidência histórica de três processos independentes: revolução da tecnologia da informação; crise econômica do capitalismo e do estatismo e a conseqüente reestruturação de ambos; e apogeu de movimentos sociais e culturais, tais como libertarismo, direitos humanos, feminismo e ambientalismo. A interação entre esses processos e as reações por eles desencadeadas fez surgir uma nova estrutura social dominante, a sociedade em rede; uma nova economia, a economia informacional/global; e uma nova cultura, a cultura da virtualidade real. A lógica inserida nessa economia, nessa sociedade e nessa cultura está subjacente à ação e às instituições sociais em um mundo interdependente.�
O século XX é diferente de todos os outros espaços de tempo percorridos pela humanidade, pela significância das suas mudanças no âmbito da tecnologia e da economia. O crescimento econômico alavancou as grandes mudanças inovadoras no cotidiano.
As grandes mudanças dos séculos anteriores ao XIX eram mais conectadas com ideias, religião ou conquistas militares, e o avanço tecnológico fez apenas pequenas mudanças na riqueza material de pessoas comuns. No curso do século XX, o PIB mundial per capita se multiplicou por cinco, muito mais do que em todos os séculos anteriores combinados (incluindo o XIX, com a Revolução Industrial). Pesquisadores dizem que isso desvalorizou a magnitude do crescimento, já que quase todos os serviços consumidos no fim do século não podiam ser adquiridos por preço algum no seu início. Destaca-se nesse período a evolução da medicina e das tecnologias da comunicação.
 Apesar de todo esse turbilhão, a diferença entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres nunca foi tão grande, sendo que a maioria da população permaneceu do lado desfavorecido. Contudo, o crescimento das comunicações contribuiu para democratização global, mesmo tendo gerado paralelamente guerras de proporções históricas.
A sociedade contemporânea precisa ser entendida e analisada para que o estudo das redes sociais digitais seja compreendido de forma ampla. Visto que as mudanças ocorridas no pós-guerra ainda afetam de certa maneira algumas atitudes e comportamentos atuais. É importante ressaltar que a informação e o conhecimento formam a estrutura fundamental dos diferentes modos de produção social nos diferentes momentos históricos da sociedade.
Sociedade Contemporânea: Um mundo de transformação
É fato que a sociedade encontra-se atualmente num profundo e veloz processo de transformação. Instalou-se um grande debate entre modernos e pós-modernos a respeito da gravidade destas transformações. Os pós-modernos levantam a bandeira que o momento atual é o início de uma nova era, já os modernos simplesmente julgam como a revisão da modernidade. Fomentando assim a idéia de que o conceito moderno de racionalidade deve ser preservado em suas características básicas. Sem querer nivelar as diferenças que distinguem as duas posições, acredito que elas convergem no reconhecimento das importantes transformações que vêm ocorrendo e na abrangência dos seus efeitos sobre os mais diferentes âmbitos da vida contemporânea.
A oposição moderno e pós-moderno que se estabelece no debate filosófico desde pelo menos o final da década de 70, quando Jean-François Lyotard pôs em xeque as balizas do projeto moderno em “Condição Pós-Moderna”, mobiliza nomes como o do próprio Lyotard, Foucault, Rorty, Apel, Habermas, entre outros. Tal oposição envolve o problema da permanência do projeto moderno, que se sustenta em pressupostos universais das narrativas de emancipação do gênero humano pelo uso da razão. Para pensadores que se identificam com as críticas no âmbito da pós-modernidade, em contraste, as narrativas de emancipação pelo uso da razão malograram: não mais é possível pensarmos nos termos de princípios racionais válidos para todos: terreno fértil, pois, para ceticismos, relativismos, niilismos...�
O difícil é descobrir para onde estas mudanças levarão. Mas o que ocorre de fato?
Destaca-se no cenário social contemporâneo a velocidade e a permanência das transformações. Mudanças que antes teriam levado décadas ou mesmo séculos hoje se completam num espaço curtíssimo de tempo. Como por exemplo, a mudança de determinada sociedade com relação aos seus hábitos e costumes. Antigamente a percepção do mundo com relação a esse tipo de mudança poderia demorardécadas. Atualmente essa percepção pode ser identificada e visualizada momentos após o ocorrido fato.
As transformações tornaram-se permanentes, gerando um estado volúvel de crise ao qual o homem não está acostumado. O mundo já foi mais calmo e tranqüilo. Essa mudança de ambiente pode ser difícil para adaptação de alguns. Contudo, essa mudança pode ter significado de muita alegria e agradecimento.
Comenta-se sobre o crescimento assustador da quantidade de conhecimento e informações hoje disponíveis. Se há pouco mais de um século todos os conhecimentos disponíveis cabiam dentro de uma pequena biblioteca e podiam ser dominados por um só ser humano, atualmente isto é mais que improvável.
O homem necessita especializar-se, fazer opções, ser mais restritivo diante da realidade sobre a qual concentra seus conhecimentos. Por outro lado, mediante tanta informação e a facilidade na qual o homem tem acesso à mesma, deve-se refletir também sobre a infinidade de dados que cada vez mais assolam a mente dos indivíduos. Será que alguns morrerão afogados por tanta informação e conhecimento?
A sociedade contemporânea caracteriza-se pela grande capacidade de armazenamento e de troca de informações num espaço de tempo cada vez menor. A distância geográfica não é mais um empecilho. Com estes recursos, o mundo tornou-se globalizado, interligando os pontos mais remotos do globo terrestre através de meios eletrônicos de comunicação, em tempo real. Portanto, todos os indivíduos e seus agrupamentos tornaram-se interdependentes e conectados globalmente.
As novas tecnologias da informação possuíram papel decisivo ao colaborar com o surgimento de um novo capitalismo, renovado e elástico. Abrindo assim o caminho para formação das redes globais de troca de informações e para individualização coordenada do trabalho.
1.2 – Internet e Interação
A Internet é o canal matriz que desagua na sociedade em rede, basicamente por transformações econômicas, tecnológicas, sociais e culturais ocorridas em todo planeta.
Hoje existem diversas formas de interação mediadas por computador, e para entendê-las, é preciso relembrar as formas de interação existentes em outras épocas.
De acordo com Stefanie Silveira:
 A interação reativa caracteriza um universo fechado de relações determinadas por estímulo e resposta. Nela, os sujeitos têm pouca ou nenhuma possibilidade de construir o relacionamento, possuindo relações lineares e pré-estabelecidas. É possível dizer que, neste tipo de interação, as ações possíveis já estão pré-determinadas e sabe-se facilmente qual o encaminhamento do processo. Já na interação mútua, isso é praticamente impossível, já que o relacionamento é recriado a cada momento.�
Antigamente algumas informações levavam anos e até décadas para chegar em determinados povos distantes. Essa lentidão ajudava como também prejudicava. Ninguém sofria por antecipação, mas em contra partida avisos de guerra e catástrofes quando chegavam às tribos já era tarde demais. 
O convívio pela Internet e as possibilidades de conexão e trocas de ideias com as mais diversas culturas estabelecem uma nova forma de interação que tem como alicerces primários a informação e o conhecimento. Essa estrutura gera resultados inovadores e, ao reunir ao mesmo tempo usuários de diversos locais do mundo, encurta distâncias e aproxima diferentes culturas. A Internet proporciona uma interação mais ativa, ágil e colaborativa entre seus usuários.
Essa interação praticamente colaborativa é uma característica do mundo moderno, onde novas tecnologias surgem a cada instante e permitem a comunicação entre muitos em um curto espaço de tempo. Essa agilidade às vezes faz parecer que o tempo está passando mais rápido, porém o que realmente acontece é que nos dias de hoje uma pessoa faz muito mais coisas em bem menos tempo. A juventude recebe e distribui informação entre suas redes de amigos a todo instante. É assim que os comentários e notícias diversas se proliferam em menos de 1 minuto.
Já não é de hoje que as pessoas fantasiavam a existência de uma realidade virtual ou universo paralelo. Um ambiente ao mesmo tempo real e distante, que possibilitasse não estar presente mas viabilizasse a comunicação global.
 São criados espaços para possibilitar o cenário das relações sociais, é o lugar onde se realizam os processos econômicos e sociais, ali onde o pensamento é expresso pela fala e se conduz as ações dos homens.
O advento de novas tecnologias que difunde o pensamento através de desenvolvimento de técnicas simbólicas e intelectuais, cria espaços de comunicação que conduzem idéias e permitem a ação dos homens. A transformação da sociedade do trabalho para a sociedade da comunicação conduz para uma nova noção de espaço, associada à capacidade de comunicação que amplia a interação entre o homem.�
Os espaços criados pela Internet oferecem um canal direto com o mundo real. Através das conexões e relações virtuais, as pessoas criam vínculos subjetivos ao mesmo tempo verdadeiros e duradouros. Em alguns casos a relação pode ser falsa e por esse motivo curta. E essa interação, por ser algo novo, atrai cada vez mais adeptos. Praticamente todas as pessoas, de todas as idades já participaram ou ainda participam de alguma rede social digital. 
Dois corpos ocuparem um mesmo lugar no mesmo instante, ou um corpo estar em dois locais ao mesmo tempo seriam coisas impensáveis. Mas, com a popularização da Internet – a rede fundada como recurso da Internet para gerenciamento do novo ambiente que se formava – foi possível inserir a humanidade numa nova realidade, convertendo os devaneios da ficção ou as convicções das religiões em um fenômeno plausível. A partir daí, o ser humano começa a sair da compreensão clássica do lugar analítico e passa à sua percepção subjetiva.
Esse ambiente é o ciberespaço, formado por um conjunto de elementos que lhe conferem dinâmica e possibilitam a intervenção dos usuários. Isso através da Internet, numa grande rede cujas ramificações são constantes, o que lhe confere o direito de ser infinita ou tender ao infinito.
Numa analogia bem ilustrativa e simples, pode-se imaginar o ciberespaço como sendo o universo, onde cada astro é um conteúdo, os quais estariam ligados por uma rede através de uma determinada tecnologia (a Internet). 
Ainda dentro desse espaço, que, assim como o universo, não tem arestas ou circunferência, está a interface responsável pelo elo entre homem e máquina, bem como entre os conteúdos disponíveis no ambiente virtual. É o conjunto de recursos dos sistemas de hiperlinks multimídia, que congregam textos, sons e imagens.
Passadas as euforias frutificadas diante do novo, a humanidade deve tender à compreensão do ciberespaço como um ambiente a mais no que tradicionalmente a ciência convencionou tratar por biosfera. Mas que ele não é um lugar com vida própria e depende da intervenção humana que abriga para estímulo de suas funções mecânicas.�
Considerando o uso racional do ciberespaço, pode-se afirmar que esse canal de comunicação é transformador e consegue alterar o modo como as relações acontecem. Esse ambiente altera a forma como o conhecimento e a informação são veiculadas, revolucionando assim o campo da comunicação como um todo.
1.3 – A Tecnologia da Informação (TI)
A tecnologia da informação é algo cada vez mais imprescindível ao dia-a-dia das pessoas e das organizações. Ela tem a capacidade de penetração na vida social mais rápida e decisivamente do que qualquer outra experiência na história. Tudo gira em torno da informação. Portanto, quem souber reconhecer a importância da informação e aplicá-la de maneira estratégica certamente se destacará entre os demais.
Em vários momentos do cotidiano as pessoas nem percebem a quantidade de coisas que acontecem devido às tecnologias, um simples lembrete da agenda telefônica até um forno com temporizador inteligente. Basta olhar para o ambiente corporativo e perceber que as relações profissionais mudaram mediante à evolução tecnológica.
Segundo Manuel Castells:Se a primeira Revolução Industrial foi britânica, a primeira revolução da tecnologia da informação foi norte-americana, com tendência californiana. Nos dois casos, cientistas e industriais de outros países tiveram um papel muito importante tanto na descoberta como na difusão das novas tecnologias. A França e a Alemanha foram fontes importantes de talentos e aplicações da Revolução Industrial. As descobertas científicas originadas na Inglaterra, França, Alemanha e Itália constituíram a base das novas tecnologias de eletrônica e biologia. A capacidade das empresas japonesas foi decisiva para a melhoria do processo de fabricação com base em eletrônica e para a penetração das tecnologias da informação na vida quotidiana mundial mediante uma série de produtos inovadores como videocassetes, fax, videogames e bips.�
A sociedade contemporânea é marcada por mudanças em diversos âmbitos: mudanças de paradigmas, mudanças culturais, sócio-econômicas e de valores, que implicam necessariamente em uma re-adaptação do indivíduo em seu meio.
Em ambos os casos, o ponto central de discussão é a disseminação da informação e do conhecimento. Quando alguém dá sentido a uma informação, a transforma em conhecimento. E a disseminação do conhecimento é inerente ao processo de evolução da sociedade e ao equilíbrio entre seus integrantes.
Em função da existência de infinitas aplicações para TI, surgem várias definições porém nenhuma consegue defini-la de forma completa. Pode-se até dizer que ela é como todo o conjunto convergente de tecnologias em telecomunicações, microeletrônica, computação, engenharia genética entre outras.
A revolução da tecnologia da informação motivou o surgimento do informacionalismo como a base material de uma nova sociedade. No informacionalismo, a geração de riqueza, o exercício do poder e a criação de códigos culturais passaram a depender da capacidade tecnológica das sociedades e dos indivíduos, sendo a tecnologia da informação o elemento principal dessa capacidade. A tecnologia da informação tornou-se ferramenta indispensável para a implantação efetiva dos processos de reestruturação socioeconômica. De especial importância, foi seu papel ao possibilitar a formação de redes como modo dinâmico e auto-expansível de organização da atividade humana. Essa lógica preponderante de redes transforma todos os domínios da vida social e econômica.�
As pessoas percebem a informação como um bem. Ela é algo de valor, igual a uma jóia ou um souvenier. Ambos tem os seus dois lados da moeda. Uma jóia pode atrair a inveja, e uma informação má direcionada pode causar bastante estrago. A atenção deve ser redobrada na busca ininterrupta de soluções atrás dos resultados.
Para evitar a perda de desempenho e competitividade, a escolha das práticas de uso da informação e do conhecimento deve ser bem feita. Não existe um tutorial em “Power point” dizendo como utilizar da melhor maneira as informações. Cada mercado possui sua cultura, portanto, cada caso é um caso e tudo deve ser analisado com muita cautela.
A tecnologia da informação faz parte da vida das pessoas e das organizações e a informação é o pilar central dessa grande estrutura chamada sociedade. Os sábios que perceberem a importância disso certamente serão destacados como profissionais preparados para as necessidades do mercado. Partindo do mesmo princípio, as empresas que conseguirem se adaptar e lidar com a informação certamente terão vantagens competitivas em relação aos concorrentes.
Essa vantagem já pode ser percebida no trabalho realizado por algumas empresas dentro dos ambientes digitais. Que é o trabalho de marketing através dos hubs digitais como Twitter, Facebook, YouTube e Last.Fm. E esse trabalho só é viável porque as novas tecnologias da informação, aplicadas à internet, revolucionaram a forma pela qual os usuários interagem e colaboram com esses novos ambientes sociais. Hoje qualquer usuário leigo de Internet, em apenas alguns segundos, posta suas fotos e vídeos em ambientes colaborativos. Desfrutando assim de tecnologias da informação, muitas vezes sem se dar conta da ferramenta poderosa e inteligente que ele está utilizando. Na verdade não se esperava que essa percepção fosse aguçada, até porque tudo ainda é muito novo e assustador para alguns.
A expressão “redes sociais” vêm se transformando em um grande negócio corporativo. Fala-se, agora, em “mercado das redes sociais”, disputado por grandes empresas do ramo de comunicações, todos no rastro do sucesso do Google tentando fixar a sua marca nesse novo e inovador ambiente virtual.
�
CAPÍTULO II
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Na década passada, a “sociedade da informação” foi a expressão que se consagrou entre os estudiosos e suas publicações. Vistos os avanços da tecnologia e a forma como a humanidade, através da Internet, começou a usar esses recursos inovadores para colaborar mutuamente, é preciso considerar essa sociedade como algo expressivo e poderoso.
O momento histórico atual reflete o que a evolução econômica e tecnológica pode trazer à humanidade. Desenvolvimento, inovações, descobertas atrás de descobertas, tudo isso em um curto espaço de tempo. A informação percorre o mundo em segundos e tudo se conecta em instantes. E onde fica o privado?
A época é de mudanças, e caracteriza-se pelas profundas transformações ocasionadas pela chegada da inteligência artificial e as novas tecnologias da informação. Diversos termos são usados com a intenção de identificar e entender o alcance destas mudanças. Mas, enquanto o debate acontece apenas na teoria, os meios de comunicação escolhem os nomes que melhor se adequem à realidade do cotidiano.
É complicado tentar explicar algo novo em pleno desenvolvimento. Seria como fotografar um ciclista descendo a ladeira. O que acaba sendo mais prudente é a análise temporal desse fenômeno e suas vertentes. Sempre gerando novas conclusões de acordo com o aparecimento de novas tecnologias e considerando o comportamento de seus participantes.
Essa é a “nova sociedade”, informada e informatizada.
2.1 – Internet e a Web 2.0
A Internet surgiu durante a Guerra Fria, criada com objetivos militares pelas forças armadas norte-americanas com o intuito de manter a comunicação em meio aos ataques inimigos que quase sempre destruíam os meios convencionais.
Entre as décadas de 70 e 80, a Internet também começou a ser usada pelo meio acadêmico. Estudantes e professores universitários trocavam ideias, documentos, mensagens e segredos pela rede mundial de computadores.
A população em geral só começou a ter acesso à rede nos anos 90, surgindo assim a era da expansão da Internet. Com ela aparecem os “browsers”, nada mais do que atalhos para o mundo. O surgimento acelerado de provedores de acesso e portais de serviços online contribuíram para este crescimento e a Internet passou a ser utilizada por vários segmentos sociais.
Qualquer pessoa precisa dos serviços da Internet, praticidade, comodidade e liberdade de escolha são alguns substantivos relevantes para disseminar esse novo meio de comunicação mundial. Com isso, diversos segmentos da sociedade passaram a usufruir desse serviço, tais como educação e governo de uma forma geral, telecom, entretenimento e segurança. Sem contar os segmentos que indiretamente também são atingidos pelo movimento. É a comunicação unindo forças.
Quem diria que a juventude do século XXI buscaria informações de casa ou de qualquer lugar para uma apresentação? Quem acreditaria nas salas de chat ou nos games?
Surge uma nova Internet a partir do momento em que é criado o termo Web 2.0 para definir o uso da Internet que busca aumentar a criatividade, o intercâmbio de informação e a colaboração entre usuários. Nasce um novo formato de interação entre o coletivo. Hoje fala-se normalmente sobre a Web 2.0, apesar de seu significado amplo e muitas vezes abstrato. 
De acordo com os princípios ditados por Tim O'Reilly:
 Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nestanova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.� 
Talvez o termo Web 2.0 tenha sinalizado o início de uma nova e promissora fase da Web. E isso foi positivo, ainda mais considerando que a Web vinha sob um olhar crítico da sociedade traumatizada em função da bolha especulativa do início do século.
Porém, a Internet precisa de regras, pois ela não é apenas uma nova mídia. É praticamente um canal de integração da “nova sociedade”. Regras essas similares as encontradas nas relações sociais “antigas”. Aí sim, a Internet será usada na sua melhor forma, como uma ferramenta eficiente e colaborativa que aproxima os indivíduos.
De acordo com dados de novembro de 2008, divulgados pelo jornal O Estado de São Paulo, a Internet é usada por mais de 20% da população mundial, em torno de 1,5 bilhão de pessoas. Segundo pesquisa da ONU publicada no Estado de São Paulo, o país tem 39 milhões de usuários de internet, o que o torna o 6º no mundo em número de usuários. Mas quando se olha o total da população online, o percentual de usuários ainda é baixo, cerca de 21%.
Percebe-se então uma necessidade iminente de alcançar um número maior de pessoas, democratizando o ambiente online e oferecendo os benefícios da Internet para todos.
2.2 – Redes Sociais Digitais
Uma rede social pode ser considerada como tal a partir do momento em que representa os relacionamentos afetivos ou profissionais entre pessoas, assim como pode representar grupos unidos por interesses iguais.
A sociedade em rede libera o compartilhamento de ideias entre indivíduos que buscam informações e valores comuns. A identificação entre si é o alicerce de uma rede. As redes, em sua maioria, estão “funcionando” na Internet pois ela permite a divulgação acelerada de ideias e a absorção de novos conteúdos comuns.
De acordo com Fritjof Capra, “redes sociais são redes de comunicação que envolvem a linguagem simbólica, os limites culturais e as relações de poder”. �
As redes sociais funcionam como veículos de cunho político-social ao reconhecer e incentivar ações solidárias no combate à pobreza, à exclusão social e o desenvolvimento local. Esse funcionamento operacional viabiliza a expressão de ideias políticas e econômicas a partir do surgimento de novos valores, atitudes e pensamentos.
As redes unem as pessoas a partir de objetivos em comum, é por isso que as pessoas se organizam – igualitaria e democraticamente – facilitando o intercâmbio cultural e saciandoos desejos humanos. A informação compartilhada por todos desenvolve uma cultura de participação, que só é possível graças ao crescimento das tecnologias da informação, à globalização e à evolução da cidadania.
De acordo com Granovetter, as redes sociais podem ser definidas como:
(...) um conjunto de nós ou atores (pessoas ou organizações) ligados por relações sociais ou laços de tipos específicos. Um laço ou relação entre dois autores tem força (strength) e conteúdo. O conteúdo inclui informação, conselho ou amizade, interesses compartilhados ou pertencimentos e, tipicamente, algum nível de confiança. �
O conceito de redes está em um nó mediador que viabiliza aos seus participantes conectividade e troca de experiências, aproximando grupos e formando uma extensa teia repleta de interação. Esse nó mediador pode ser qualquer elemento que seja identificado pelo grupo como tema de debate e que seja importante na geração do conhecimento.
O ser humano convive com as redes de relação desde seus antepassados. Ao analisar o cotidiano de uma sociedade focando nas suas relações estruturais de rotina, é fácil perceber os conjuntos de redes. A teia de relações que uma pessoa cria na sua vida como estudante: professores, colegas de classe, o conhecido do trabalho ou o vendendor ambulante.
As pessoas possuem relações espontâneas a toda hora, e isso é incontrolável. Já as redes socias são controladas e conduzidas por todos os participantes. Uma relação espontânea ocorre ao esmo, é rotina. Participar de uma rede social requer empenho e vontade, elementos esses adquiridos através da curiosidade e da necessidade pela informação desejada.
A força das intenções nos relacionamentos, os objetivos comuns explícitos e a necessidade de compartilhar para adquirir conhecimento são alguns fatores que ilustram a diferença entre as redes sociais e as redes espontâneas.
As redes sociais surgem neste início do século através de um padrão organizacional capaz de expressar as inovadoras idéias econômicas e políticas provenientes do desejo de resolver problemas modernos. O fato de não serem criadas artificialmente mostra o grau de força e complexidade política que uma rede social possui. A liberdade de manifestar o desejo coletivo com membros aliados e focados no mesmo pensamento, é algo fenomenal. É a criatividade individual sob uso coletivo.
Dependendo do ambiente onde ela se forma, a rede pode possuir uma configuração específica. Assim como a cultura política dos participantes e dos objetivos compartilhados definem caminhos distintos entre as redes.
Apesar das diferenças, as redes possuem as seguintes características: objetivos compartilhados; conteúdo coletivo com grande circulação de informação; níveis hierárquicos organizacionais; dinamismo; evolução coletiva e coexitência de diferentes.
2.3 – A imagem eletrônica: símbolo da experiência social atual 
Antes mesmo da existência das redes sociais, os indivíduos exaltavam suas imagens perante a sociedade, através de comportamentos distintos. Enquanto isso, o exibicionismo já era parte integrante de todo tipo de relação.
Com a ajuda das tecnologias modernas, o cenário social foi modificado. Isso porque as novas formas de comunicação abriram caminhos antes nunca vistos pela sociedade. O fim das fronteiras entre as tribos e o surgimento das redes sociais facilitaram a coexistência entre muitos indivíduos, e isso por si só já gera uma vontade inerente ao ser humano de competir entre si. Nasce assim a imagem eletrônica para ilustrar de forma customizada os desejos de cada indivíduo. Agora todos podem ser quem quiser.
“Em Websites de redes sociais como MySpace e Facebook, nossos modernos auto-retratos apresentam fundo musical, fotografias cuidadosamente manipuladas, torrentes de meditações e listas dos nossos amigos e passatempos preferidos. Eles são interativos, convidando os observadores não meramente a olhar, mas também responder ao retrato da vida online. Nós o criamos para encontrar amizades, amor e essa ambígua coisa moderna chamada conexão.
Como pintores constantemente retocando seu trabalho, alteramos, atualizamos e reprogramamos nossos auto-retratos; mas como objetos digitais eles são muito mais efêmeros do que óleo sobre tela. (...) é o eterno desejo humano de atenção que emerge como o tema dominante dessas vastas galerias virtuais.” �
Nas redes sociais digitais como Orkut, Twitter, Facebook, Second Life, Blogs, e o tradicional Fórum, a utilização de imagem eletrônica para simbolizar o usuário é chamada de avatar, que são representações eletrônicas de um indivíduo em um ambiente virtual, e não deixam de ser figuras personalizadas para interagir com amigos online. Ao mudar o corte de cabelo, as roupas, os acessórios e o cenário, cria-se uma imagem própria e única.
O avatar é uma espécie de perfil, como uma roupa eletrônica. É a reapresentação eletrônica de um indivíduo em um ambiente digital. Cada pessoa possui o seu perfil e o configura da forma que desejar, retocando sua fotografia, alterando os opcionais e avisando se está de bom ou mau humor.
Nem sempre o avatar corresponde ao aspecto físico do usuário, na maioria das vezes é um conjunto de características associadas a comportamento, hábitos e atitudes. É a personalização de um ambiente virtual, de acordo com os seus gostos, para interação com os demais usuários. É a representação gráfica de um usuário na rede,podendo ser usado como disfarce.
Analisando os perfis digitais por outra ótica, percebe-se que esses são construídos a partir de uma formatação pré-definida pelo site, e por isso não expressam os diversos papéis que cada indivíduo interpreta no seu cotidiano. Não deve-se tirar conclusões precipitadas em relação ao que se vê nos perfis, mas sendo bem usado, esse conteúdo pode gerar informações potencialmente úteis.
Portanto, é visível que a imagem do indivíduo na internet fala por si só e ao mesmo tempo pode não dizer nada. A interpretação e a realidade caminham juntas no sentido da liberdade de expressão e da participação ativa em causas de todos os tipos, inclusive as vistas erroneamente como preconceituosas. O ambiente “Second Life” é um exemplo desse tipo de ambiente, que permite o indivíduo infringir a lei ou revoltar-se contra seu próprio chefe dentro de uma esfera fictícia que termina no game over.
O importante é saber que a imagem virtual, de uma pessoa ou empresa, é a versão digital da sua verdadeira imagem. E ambas correm o mesmo perigo quando falamos de criatividade, privacidade, liberdade de expressão e direito autoral.
�
CAPÍTULO III
A GERAÇÃO “C”
A Geração “C” surge a partir do contexto em que todo dia mais de 500 mil novos usuários entram na Internet e a cada segundo um novo blog é criado. Segundo o portal UOL esses são jovens adultos entre 18 e 25 anos, que nunca conheceram o mundo sem a Internet. Esse público é fiel à tecnologia que conhecem desde criança, ou desde que se conhecem por gente.
Essa geração utiliza a rede de forma comum e natural em sua vida, realizando as principais atividades cotidianas: busca por informação, compras, lazer, estudo e trabalho. 
A conectividade e a informação são características básicas dessa nova geração, que usa a Web 2.0, criando e compartilhando conteúdo a todo instante. Seus integrantes participam na co-criação de produtos e serviços e colaboram entre si. O “C” possui diversos significados: “C” de conteúdo, conectada, colaborativa, criativa, competente e com conhecimento. Esse novo público consome cultura e entretenimento.
O primeiro passo para entender essa geração, é aceitar que ela já existe, e não é algo que está para surgir daqui a alguns anos. O consumidor dessa geração é bem seletivo, e por isso dá atenção apenas às coisas com as quais se indentifica. Isso significa que o novo é imprevisível e que é importante estar preparado para as mudanças e admitir a quebra de alguns paradigmas. A publicidade está mudando e isso é notório através do crescimento assustador da segmentação do target em paralelo às novas tecnologias e métricas de controle e análise de dados.
A Geração “C” cresceu sob as ideologias da Web, de acesso livre, cooperação, troca e compartilhamento de informações. E as gerações futuras farão o mesmo e com certeza isso provocará alterações profundas na sociedade.
O vídeo citado ao fim dessa monografia (ANEXO) já circula pela internet há uns 2 anos, e exemplifica o que é a Geração “C” contando a estória de um menino de 16 anos chamado “Rafinha”. A Internet hoje está inundada por usuários com esse biotipo. Esses usuários navegam pela Web com total desenvoltura e normalidade, batem papo no MSN, baixam arquivos no formato MP3 através de seus computadores ou celulares e buscam no cyberespaço tudo que lhes agrada e fomenta. O acesso a Internet é feito dezenas de vezes por dia, e as horas gastas online são fatia importante das 24h que um dia possui.
Porém, o dia-a-dia dessa geração vai muito além do “C” de “conectada”, pois não é somente estar presente na Internet. Essa conexão envolve a união de diversas mídias complementares como celulares, TVs e computadores de bordo nos veículos particulares. Portanto, o mercado publicitário deve ficar atento as mudanças do cenário online. Pois para um anunciante atingir o público desejado agora é preciso unir essas mídias complementares de forma a cercar continuamente o seu target.
A partir do momento em que o conteúdo – informação e conhecimento – agrega valor as marcas, surge um novo formato para geração de receita e lucro na Internet. O compartilhamento desse lucro já é feito de forma segmentada e objetiva, abrindo assim novas oportunidades para a avalanche de recém formados na área da Comunicação.
Hoje já existem exemplos de jovens que, trabalhando em casa nos horários livres, geram receitas maiores que as receitas dos próprios pais, em alguns casos. Em outros, ajudam significamente na renda da família.
Portanto, o mercado deve se preparar para a avalanche de novos modelos de marketing, repletos de negociações e fórmulas de recompensas para motivar os consumidores da Geração “C”.
Já existem alguns exemplos reais de empresas, artistas e profissionais liberais que usaram a Internet e suas aplicações em busca do fortalecimento da marca ou apenas da divulgação por assim dizer. E eles tiveram sucesso.
Uma jornalista já com carreira, por exemplo, formada em direito e com cursos específicos na área ambiental, tem plenas condições de gerar conteúdo e disseminá-lo pela Internet sem fazer muito esforço. Pode oferecer também informação atualizada e “antenada” de forma recorrente para criar um elo com seus leitores. Com essas poucas ações já é possível interagir com o seu público e proporcionar relacionamentos baseados na qualidade do conteúdo e na confiança editorial.
Uma empresa que produz uma linha de produtos específica de material escolar, como um conjunto de pilot ou colas especiais. É totalmente viável criar uma comunidade baseada em um hotsite e um sistema com aplicativos funcionais para disponibilizar, receber e distribuir conteúdo. Este último vindo não só dos administradores do projeto, mas em sua grande maioria dos próprios participantes. Com uma equipe treinada e atualizada gerando conteúdo pertinente e informativo, em pouco tempo os usuários passam a gostar do que encontram e transformam esses ambientes em espaços colaborativos. A mensagem publicitária deve ser inserida de maneira subliminar, fortalecendo a marca através dos elos criados com os participantes dessa comunidade.
O terceiro exemplo que deve ser citado é o de uma pequena empresa de desenvolvimento de softwares específicos. Com apenas três jovens sócios à frente do negócio, buscam proximidade com seus clientes e parceiros também jovens e integrantes da Geração “C”. Através da consolidação da sua marca na Internet, um sutíl trabalho de reposicionamento e da geração de conteúdo técnico atrativo, eles conseguem fortalecer sua relação com os clientes e ainda conquistam novos projetos. Além, é claro, do imenso valor agregado construído que muitas vezes não é percebido.
É a força das redes sociais e suas comunidades trabalhando em conjunto para penetrar nesse universo novo e ainda desconhecido dessa geração conectada.
E quem são esses integrantes da Geração “C”? É um sobrinho, uma filha, uma irmã e até os pais de alguma criança vizinha. Qualquer um pode participar desse movimento livre de interação e colaboração. Não existe limite para comunicação, tempo e espaço se transformam em cliques com variações de assuntos que se perdem e reaparecem de forma aleatória, assim como os pensamentos.
A vontade de consumir a informação e o conhecimento é um comportamento inerente ao ser humano. Em busca da evolução e da sobrevivência, o homem atual pesquisa e coleta dados nesse imenso mar de conteúdo para sanar suas necessidades.
3.1 – Web 3.0: a Web semântica
A primeira Web popularizou e disponibilizou ao mundo a rede em si. Colocando ao alcance de todos um novo canal de comunicação. Já a Web 2.0, é o momento em que a sociedade vive hoje, focada principalmente nos mecanismos de busca e nos sites colaborativos e de relacionamentos. Para ilustrar, dispontam nesses segmentos o Google, FaceBook, YouTube e Wikipedia.
A Web 3.0 nada mais é do que a Web do futuro. Ela pretende organizar e usar de maneira inteligente todo o conteúdo disponível na Internet. E esse conteúdo, que cresce a cada instantede forma assustadora, é o foco central dessa terceira geração. O seu grande desafio com certeza é construir um formato de interpretação, conexão e disponibilização dos dados sob medida para a necessidade específica de cada usuário.
Aumentar os níveis de segmentação e personalização na rede, trabalhar com mais inteligência, misturando a inteligência coletiva e a criatividade individual, esse é o formato de transformação dos dados em informação e conhecimento. Será que nasce nesse momento a tão cultuada inteligência artificial?
Seguindo essa filosofia, os mecanismos de busca atuais podem ser considerados ultrapassados. Os novos mecanismos da Web participativa serão mais profundos e terão um alcance jamais visto, gerando assim uma precisão já cobiçada pelos visionários do mercado. 
O Google por exemplo, permite que o usuário pesquise o conteúdo de cada página e também use a “busca avançada” para filtrar os resultados. A Web 3.0 vai muito além disso, ela organiza e agrupa essas páginas por assuntos e interesses previamente indicados pelo usuário. Facilitando a busca e oferecendo ao usuário essa tão comentada inteligência artificial, que entende os desejos e responde de forma imediata com resultados relacionados. Teriam esses sistemas condições de contextualizar o imenso universo de dados existentes na grande rede?
Para resumir essa Web semântica – que estuda o siginificado dos termos em todos os sentidos – pode-se dizer que é a Web participativa e inteligente. Onde os resultados disponíveis serão específicos e orientados por informações pessoais salvas previamente no banco de dados de quem reúne e disponibiliza esses resultados. Sendo assim, os resultados de busca serão capazes de conceder um significado a um arquivo que será disponibilizado aos outros usuários. E esse arquivo com certeza será usado no futuro como fonte de novas pesquisas.
Com isso, os catálogos online serão os centralizadores dos metadados de qualquer obra (documento, imagem ou arquivo multimídia) catalogada em sua base de dados. Esses catálogos vão oferecer registros eletrônicos contendo a descrição da obra, possibilitando que os usuários tenham um resumo para ler antes de visualizar a obra na íntegra. Mas percebe-se que essa antecipação resumida pode gerar uma redução do acesso ao conteúdo pleno da obra.
Os registros supra citados seriam uma representação da obra. Já os metadados seriam os pontos de referência que permitem visualizar a informação sob todas as formas, ou seja, resumos de informações sobre o conteúdo de uma fonte.
As empresas responsáveis pela organização da informação na Web, em bibliotecas digitais, banco de dados entre outros serviços, estão cada vez mais tendo que implementar padrões de descrições dos recursos eletrônicos usados por suas ferramentas.
Em virtude dessas novidades, pode parecer que o principal objetivo dessa terceira geração da Web é treinar as máquinas para pensarem como as pessoas. Mas na verdade o que deve ser feito é o desenvolvimento de tecnologias e linguagens que transformem a informação em algo legível para os computadores. E não é somente desenvolver e pronto, envolve uma manutenção constante no controle e gerenciamento de todos esses dados. Afinal, esse novo modelo tecnológico deve permitir a partilha global do conhecimento assistido por máquinas.
A proposta dessa Web semântica é elevar os princípios da Internet dos documentos para os dados. Os usuários vão continuar a acessar os dados através da arquitetura Web, e assim como nos documentos estes dados estarão relacionados uns com os outros formando uma teia de informação e conhecimento. E outro grande diferencial dessa nova plataforma é a sua simplicidade em permitir que os dados sejam compratilhados e reutilizados por diversas aplicações ao mesmo tempo, tanto na intranet de empresas quanto nas comunidades de relacionamento, sejam os dados processados automaticamente via ferramentas ou manualmente pleos prórpios usuários.
3.2 – Inteligência Coletiva
Para falar sobre a inteligência coletiva, é primordial discutir sobre o poder e a força existentes no saber de cada indivíduo. Toda e qualquer pessoa é provida de conhecimento, mesmo que seja apenas em um âmbito restrito e individual. 
O conceito da inteligência coletiva surgiu a partir dos debates promovidos pelo filósofo Pierre Lévy sobre as tecnologias da inteligência. Sua característica inovadora está no pensamento sustentado por conexões sociais viabilizadas pela utilização da Internet como meio. As plataformas Wiki – que permitem a disseminação de conteúdos enciclopédicos – são exemplos desse tipo de inteligência a partir do momento em que permitem a edição e a colaboração do seu conteúdo.
Em seu livro Inteligência Coletiva, Pierry Lévy explica:
É uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências. Acrescentamos à nossa definição este complemento indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas. Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade. Não existe nenhum reservatório de conhecimento transcendente, e o saber não é nada além do que o que as pessoas sabem. A luz do espírito brilha mesmo onde se tenta fazer crer que não existe iteligência: "fracasso escolar", "execução simples", "subdesenvolvimento" etc. O juízo global de ignorância volta-se contra quem o pronuncia. Se você cometer a fraqueza de pensar que alguém é ignorante, procure em que contexto o que essa pessoa sabe é ouro.�
Outras características da inteligência coletiva é a interação através das comunidades virtuais, Blogs e Wikis. Por esses canais são construídos e disseminados os saberes globais, democratizando e mantendo a informação sempre atualizada.
Dessa forma, toda produção intelectual existente na rede não teria mais apenas um ou outro dono, mas sim diversos co-criadores que são os usuários com acesso à Internet. A cultura e a inteligência coletiva cresceram juntas e se mantêm unidas até os dias de hoje.
Cada comunidade oferece aos seus integrantes diferentes maneiras de receber e disseminar conteúdo, são tecnologias do conhecimento, ideias e línguas diferentes. Por outro lado, a inteligência constituída á partir da cultura não é algo programado, mas algo que está sob a responsabilidade de cada usuário. É através da transmissão, invenção e re-fação que o patrimônio comum passeia pela Internet.
Seja no ambiente empresarial, de administração ou das nações, a tendência em direção à inteligência coletiva supõe uma nova atenção voltada para o capital humano. As empresas precisam repensar suas estratégias de campo, pois o terreno está em plena transformação. Cada indivíduo reflete o seu próprio saber e co-existe entre o saber dos outros, colaborando e participando de forma ativa na construção das informações e do conhecimento. Ser inteligente, atualmente, é ter a percepção de que tudo ao seu redor reflete e é ouro, pelo menos em algum lugar e tempo. Tudo tem seu valor.
É como se fosse uma organização dos conhecimentos globalmente dispersos, e por isso tende a desconcentrar os poderes, valorizar o potencial humano e a criatividade individual. Daí surge o reconhecimento e a valorização cultural de todos.
Com isso, o papel do comunicador atualizado é, principalmente, o de aproveitar de forma positiva esse grande potencial criativo, construtor e colaborativo dos indivíduos e com ele gerar lembrança, receita e participação para qualquer marca, pessoa ou produto.
Esse novo caminho do marketing através das redes e dos conhecimentos específicos de cada indivíduo, pretende chegar mais perto do consumidor, que agora não só consome, mas também cria, altera, comenta e contribui. Essa proximidade é fundamental para que seja viável um trabalho segmentado e personalizado, que considere cada pessoa como ela é ou gostaria de ser. É algodo tipo, pensar, imaginar, pedir e ter em mãos na hora.
Outro ambiente importante, onde a inteligência coletiva tende a ser muito útil, é o ambiente educacional e de pesquisas científicas. Por que acreditar que poucos possuem a capacidade de descobrir? É até mais fácil aceitar que, dentre muitas cabeças pensantes, o resultado invariavelmente será mais positivo do que com poucos participantes. A soma dos pensamentos individuais dentro de uma comunidade resultam em um conhecimento específico e sazonal, não programado e passível de alterações.
3.3 – Criatividade Individual e o Direito Autoral
A criatividade individual está diretamente ligada aos direitos autorais, que lidam basicamente com a imaterialidade, principal característica da propriedade intelectual. Todo trabalho artístico, cultural e científico inicia-se pelo processo da criatividade individual e ao mesmo tempo passa a integrar a gama de obras protegidas pelo direito autoral.
As obras intelectuais são distribuídas pelos meios de comunicação com uma velocidade crescente e nunca antes vista. Por isso surge a necessidade de proteger o direito autoral pelo mundo, formalizando em contratos internacionais o domínio dos autores e editores por suas obras assim como já ocorre localmente em seus países.
A propriedade de conteúdo disponibilizado através da Web tem recebido atenção dobrada em virtude da facilidade em que hoje o conteúdo é disponibilizado por todos. Muitos pensam equivocadamente que qualquer conteúdo disponibilizado na Internet pertence ao “domínio público” e pode ser livremente usado. E essa é uma questão problemática que gera sérios danos à pessoas que desconhecem a lei.
Henrique Gandelman, em seu livro De Gutenberg à Internet, afirma que "as perguntas se sucedem e as respostas nem sempre estão conseguindo atendê-las corretamente".� A Internet seria muito nova, e coisas novas mais levantam problemas que soluções. "Só a experiência e o tempo é que indicarão os caminhos a seguir e fornecerão as molduras jurídicas atualizadas pela nova cultura, no que se refere à proteção justa dos direitos autorais".�
Mesmo digitalizadas, todas as obras intelectuais não perdem sua originalidade e cunho intelectual. E por isso, não podem ser utilizadas sem prévia autorização de seus criadores ou detentores. Gandelman resume:
Os direitos autorais continuam a ter sua vigência no mundo online, da mesma maneira que no mundo físico. A transformação de obras intelectuais para bits em nada altera os direitos das obras originalmente fixadas em suportes físicos.�
O mais difícil, hoje em dia, é imaginar como todas essas leis e pré-definições de como se tratar questões autorais na internet serão verificadas, comprovadas e, seus infratores, questionados e culpados por qualquer deslize com informações na Internet. Quais serão as métricas usadas para controlar e supervisionar o uso colaborativo e o uso desleal das informações digitais?
O professor William W. Fisher, da Harvard Law School, sugere três possíveis caminhos alternativos de solução: 
Transpor para a rede todos os conceitos de propriedade "real", seus usos e fruição; submetê-la unicamente ao pagamento de impostos fixados e fiscalizados pelos governos; abandonar completamente todo o sistema de direitos autorais, ou copyright, instituindo-se um valor único, módico e constante de remuneração, uma espécie de assinatura, pelo uso de todas as obras autorais disponibilizadas pelos artistas, pago por qualquer pessoa que acesse a rede, liberando, desse modo, o acesso a todos os bens culturais produzidos por toda a humanidade. Vindo de onde vem, a proposta faz pensar.�
A criatividade individual está presente ativamente nesse diálogo entre o que é privado e o que é público, até porque toda obra intelectual tem como base o conhecimento pessoal e a criatividade do indivíduo. 
�
CONCLUSÃO
Uma vez aplicado o instrumento de coleta de dados, processado os mesmos e obtido a informação que disso se gerou conjuntamente com as respectivas análises, obtiveram-se resultados que permitem apresentar o seguinte conjunto de conclusões:
A sociedade da informação ainda não se estabeleceu, suas ferramentas encontram-se em fase de crescimento, em plena juventude. Não se deve tirar conclusões precipitadas sobre algo vivo, em pleno desenvolvimento. Com fatos e acontecimentos tão atuais, é complicado o debate sobre como deve ser conduzida a adaptação da sociedade para tal turbilhão de informações e tecnologias. Em uma humilde tentativa, arrisca-se dizer que a informação – transformada em conhecimento – e sua distribuição colaborada de forma séria, regrada e metrificada, é a melhor “arma” que a sociedade possui para direcionar sua evolução no caminho correto.
As grandes transformações que estão ocorrendo no presente momento histórico, com conseqüências profundas para o indivíduo e para a sociedade, abrem diversas polêmicas como: “Onde isso tudo vai dar?” ou “Será que estamos preparados para enfrentar tantas mudanças?”. A única opção que pode ser colocada como resposta é “depende”. Pois tudo depende de como a sociedade vai reagir e se comportar diante das mudanças atuais e das que ainda estão por vir. O futuro é incerto, está nas mãos da sociedade e de cada indivíduo trilhá-lo da melhor forma possível.
Tecnologia da informação e marketing, antes tão distantes, hoje se conectam e trabalham juntos devido ao esforço dos targets. A Internet de hoje se reencontra e retoma o seu curso original. Antes da Web, na década de 70, a Internet era essencialmente colaborativa. Seu propósito primava pela troca de informações entre universidades, centros de pesquisa e estudantes – visava a troca de conhecimento, a formação de círculos de cooperação para aprender e fazer novas descobertas com agilidade. O mundo precisa de descobertas que sejam o resultado da colaboração entre muitos, da inteligência coletiva, do raciocínio em grupo.
Seguindo essa filosofia, a definição das regras autorais na Internet devem ser construídas e ajustadas através do trabalho colaborativo. Sempre com vista para a realidade atual e considerando as probabilidades do que ainda está por vir. O respeito à privacidade e à criatividade de cada um é fator preponderante para que essa alquimia digital dê certo.
As possibilidades são inúmeras em função da enorme demanda de novas tecnologias e novos formas de processar, editar e distribuir as informações. A informação é algo muito valioso, e quando transformada em conhecimento recebe mais valor agregado. A informação é, e continuará sendo por vários anos, o ativo vital de suma importância para a evolução e a manutenção saudável de qualquer marca, produto ou pessoa.
�
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
- CARDOSO, Gustavo. A Mídia na Sociedade em Rede: filtros, vitrines, notícias. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
- DUARTE, F.; QUANDT, C.; SOUZA, Q. (org.). O Tempo das Redes. São Paulo: Perspectiva, 2008.
- GANDELMAN, Henrique. De Gutenberg à Internet: direitos autorais na era digital. Rio de Janeiro: Record, 1997.
- GRANOVETTER, Mark S., CASTILLA, and HWANG, H. Social Networks in Silicon Valley. 1998.
- LÉVY, Pierre: A Inteligência Coletiva. São Paulo: Ed. Loyola, 1998.
- RHEINGOLD, Howard. A Comunidade Virtual: Uma Sociedade Sem Fronteiras. Barcelona: Gedisa Editorial. Coleção Limites da Ciência, 1996.
- SANTAELLA, Lúcia. Culturas e Artes do Pós-Humano – da Cultura das Mídias à Cibercultura. São Paulo: Ed. Paulus, 2ª Ed. 2004.
REFERÊNCIAS ONLINE
- BRÃO, Eliane Yachou. A Internet e sua inserção no sistema de direitos autorais. São Paulo, 2003. Disponível em: http://www2.uol.com.br/direitoautoral/artigo211003_a.htm, - acessado em 03/11/2009.
- AGUIAR, Sonia. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. Internet. Intercom, 2007. Disponível em: www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1977-1.pdf, - acessado em 09/06/2009.
- BRUNO, Fernanda. Mediação e Interface: incursões tecnológicas nas fronteiras docorpo. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: http://www.ekac.org/USINOS-MedInterface.pdf - acessado em 28/11/2008.
- CAPRA, Fritjof. Rede Social. Internet, 2006. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social - acessado em 13/06/2009.
- COHEN, Tamara. Ciberespaço: novas formas da interação social. Internet. UFRJ, 1996. Disponível em: http://cumincades.scix.net/data/works/att/9009.content.pdf - acessado em 01/05/2009.
- O’REILLY, Tim. Web 2.0 Compact Definition: Trying Again. Internet, 2006. Disponível em: http://radar.oreilly.com/2006/12/web-20-compact-definition-tryi.html - acessado em 15/06/2009.
- RECUERO, Raquel da Cunha. Redes Sociais no Ciberespaço: uma proposta de estudo. Rio de Janeiro: UERJ, 2005. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R0096-1.pdf - acessado em 28/11/2008.
- RECUERO, Raquel da Cunha. Comunidades Virtuais em Redes Sociais na Internet: Uma proposta de estudo. E-compos, Internet, v. 4, n. Dez 2005. Disponível em: www.pontomidia.com.br\raquel\seminario2005.pdf - acessado em 28/11/2008.
- SILVA, Humberto. Nem moderno nem pós-moderno. Internet, 2007. Disponível em: http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/2851,1.shl, - acessado em 07/06/2009.
- SILVEIRA, Stefanie. Interação mediada por computador. Internet, 2007. Disponível em: http://www.jornalistasdaweb.com.br/index.php?pag=displayConteudo&idConteudo=2595, - acessado em 19/04/2009.
�
GLOSSÁRIO
AVATAR: é uma imagem gráfica que a pessoa usa para se disfarçar, quando participa por exemplo, de um bate-papo numa sala virtual.
AJAX: é o uso metodológico de tecnologias como Javascript e XML, providas por navegadores, para tornar páginas mais interativas com o usuário, utilizando-se de solicitações independentes de informações.
BLOG: abreviação de Weblog, é uma página pessoal atualizada regularmente por uma pessoa ou um grupo. Desponta como o fenômeno mais popular desse novo universo, com milhões de exemplos espalhados pelo mundo. Em um blog, é possível publicar qualquer tipo de conteúdo, de textos a vídeos. 
CHAT: conversa rápida e fiada. Sistema de troca de mensagens entre pessoas em tempo real, para falar em grupo ou em privado. É um dos serviços mais populares na Internet. Permite "teclar" com uma ou mais pessoas em tempo real.
Desktop: microcomputador de mesa ou pc, do inglês personal computer.
Dublin Core: é uma ferramenta que oferece ampla oportunidade de uso para descrcição de vários tipos de recursos envolvendo os mais variados formatos de documentos.
Fórum: é um espaço na Web para discussões e troca de ideias onde os internautas deixam comentários, perguntas, críticas ou opiniões sobre tópicos variados. Ao lado das listas de e-mail, está entre as formas mais antigas na Web de agrupamento e prática de jornalismo cidadão.
Hipertexto: texto que pode apresentar sons, imagens, outras aplicações e, caracteristicamente, links, ligações para outros textos ou imagens, ou arquivos. Assim, por meio dele pode-se "navegar" dentro de um arquivo, de um ponto para outro, ou entre arquivos, inclusive localizados em computadores diferentes.
Internet: rede mundial de computadores, também conhecida por Web. Nasceu de uma experiência militar norte-americana para conectar computadores em várias partes do mundo. Inicialmente foi muito usada apenas em universidades. Tornou-se uma forma de conexão de computadores em todo o planeta, ligados via linha telefônica e satélite.
Links patrocinados: Forma de publicidade através de resultados de uma busca. Costuma ter relevância com a palavra-chave utilizada na procura.
Marketing de busca: Conjunto de estratégias para sites de busca. Envolve otimização de sites e links patrocinados.
Metadados (DD ou Dicionário de dados), ou Metainformação, são dados sobre outros dados. Um item de um metadado pode dizer do que se trata aquele dado, geralmente uma informação inteligível por um computador. Os metadados facilitam o entendimento dos relacionamentos e a utilidade das informações dos dados.
Navegação: ato de conectar-se a diferentes computadores da rede distribuídos pelo planeta todo, usando um programa navegador (ou browser), para acessar a parte gráfica da Internet.
ORKUT: é uma comunidade online que conecta pessoas através de uma rede de amigos confiáveis. Proporcionamos um ponto de encontro online com um ambiente de confraternização, onde é possível fazer novos amigos e conhecer pessoas que têm os mesmos interesses.
Otimização de sites: Técnicas utilizadas com o intuito de tornar um site mais racional e que seja legível para as ferramentas de busca.
RSS: é um subconjunto de "dialetos" XML que servem para agregar conteúdo ou Web syndication, podendo ser acessado mediante programas ou sites agregadores. É usado principalmente em sites de notícias e blogs.
SETLIST: lista de músicas personalizadas.
Sites de busca: São endereços com o intuito de facilitar a localização de páginas na internet. Ex.: Google, Yahoo e MSN Busca.
TIC: abreviação para Tecnologia da Informação e do Conhecimento.
XML (eXtensible Markup Language): é uma recomendação da W3C para gerar linguagens de marcação para necessidades especiais. Seu propósito principal é a facilidade de compartilhamento de informações através da Internet.
WIKI: sites wiki são enciclopédias virtuais que permitem ao usuário alterar, apagar, reescrever ou adicionar conteúdos sem a necessidade de muitos conhecimentos técnicos. O modelo mais conhecido é a Wikipedia, que surgiu em 2001, escrita e atualizada pelos usuários.
Web: World Wide Web (rede de alcance mundial também chamada de WWW) é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na Internet. Os documentos podem estar na forma de vídeos, sons, hipertextos e figuras.
Fonte: www.wikipedia.org
�
ANEXO - Vídeo do Rafinha: http://www.youtube.com/watch?v=JMRF_ZXms9E
� CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 71.
� ibidem, p. 411.
� SILVA, Humberto. Nem moderno nem pós-moderno. Internet, 2007- acessado em 07/06/2009.
� SILVEIRA, Stefanie. A interação mediada por computador. Internet, 2007- acessado em 19/04/2009.
� COHEN, Tamara. Ciberespaço: novas formas da interação social. UFRJ, 1996, p.2
� SANTAELLA, Lúcia. Culturas e Artes do Pós-Humano – da Cultura das Mídias à Cibercultura. São Paulo, 2004, p.
� CASTELLS, Manuel. op, cit, p. 99.
� Idem, Ibidem. p. 411.
� O’REILLY, Tim. Web 2.0 Compact Definition: Trying Again. Internet, 2006 - acessado em 15/06/2009.
� CAPRA, Fritjof. Rede Social. Internet, 2006 - acessado em 13/06/2009.
� GRANOVETTER, Mark S., CASTILLA, and HWANG, H. Social Networks in Silicon Valley. 1998, p.219.
�AGUIAR, Sonia. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. Internet, 2007. Acessado em 09/06/2009.
� LÉVY, Pierre: A Inteligência Coletiva. São Paulo: Ed. Loyola, 1998, p.28.
� GANDELMAN, Henrique. De Gutenberg à Internet: direitos autorais na era digital. Rio de Janeiro, Record, 1997, p.152.
� idem, p. 152.
� ibidem, p. 154.
� ABRÃO, Eliane Yachou. A Internet e sua inserção no sistema de direitos autorais. São Paulo, 2003.
� PAGE \* MERGEFORMAT �1�

Continue navegando