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* DISFUNÇÕES SEXUAIS * ESQUEMA DE AULAS Aspectos históricos; Natureza das disfunções sexuais; Modelo de resposta sexual humana; Tipos de disfunções sexuais no homem e na mulher; Avaliação das disfunções sexuais; Tratamento; Avaliação da turma Transtornos sexuais???? * ASPECTOS HISTÓRICOS Antigamente acreditava-se que as disfunções sexuais provinham de experiências da primeira infância especialmente nos relacionamentos com os pais; O tratamento preferencial para as disfunções sexuais era a psicanálise; Durante o final dos anos 50 e 60 , as abordagens de terapia comportamental, sobretudo a dessensibilização sistemática, foram introduzidas no caso de algumas disfunções sexuais; O tratamento disponível para os portadores de disfunção sexual alterou-se substancialmente após a publicação, em 1970, do livro Masters e Johnson, A inadequação sexual humana; Ultimamente vêm-se dando maior ênfase aos aspectos cognitivos do tratamento; * A terapia sexual foi originalmente desenvolvida para ser trabalhada com casais, mas recentemente vem avançando para ajudar indivíduos sem um parceiro; Outro avanço tem sido o uso da terapia sexual para ajudar pessoas com deficiências físicas; Vale salientar que as disfunções sexuais podem ser devido a fatores psicológicos e físicos; Algumas descobertas recentes sugerem que muitos casos, sobretudo, o da disfunção erétil podem no passado ter sido diagnosticados erroneamente como psicogênicos. * A história da terapia sexual é recente.Suas bases empíricas encontram-se em trabalhos publicados na década de 40. Kinsey e colaboradores descreveram o repertório de comportamentos sexuais dos americanos do pós-guerra. Masters e Johnson realizaram pesquisas de laboratório com adultos voluntários sadios e proporcionaram um modelo fisiológico do funcionamento sexual que incluia quatro etapas: excitação, platô, orgasmo e resolução; Kaplan propôs que deveria acrescentar uma etapa a mais, que denominou desejo; Atualmente a maioria dos modelos de funcionamento sexual saudável são centrados no desejo, na excitação e no orgasmo. * No passado, todo comportamento sexual que se desviava da normalidade era denominado de psicopatia sexual; Após trabalhos de Masters e Jonhson (1966), instituiu-se o conceito de disfunção, atualmente transtornos, em que o normal seria um ciclo sexual com quatro fases bem distintas: excitação, platô, orgasmo e resolução. A disfunção passou a ser caracterizada pela ausência de uma dessas fases. sendo função do terapeuta sexual a recuperação do ciclo; Após trabalhos de Kaplan, foi inserida uma nova fase a do desejo. * NATUREZA DAS DISFUNÇÕES SEXUAIS Uma definição prática e razoável da disfunção sexual é a diminuição persistente dos padrões normais de interesse ou resposta sexual; As disfunções sexuais se distinguem dos desvios sexuais, que constituem comportamentos sexuais considerados anormais, podendo ser prejudiciais a outras pessoas; Essa é uma definição complicada, pois é impossível definir o âmbito de padrões anormais de sexualidade; Outro fator importante é que a função sexual de uma pessoa pode ou não ser disfuncional dependendo do fato de a pessoa (ou parceiro) acreditar que existe um problema. * CLASSIFICAÇÃO DAS DISFUNÇÕES SEXUAIS Interesse sexual; Excitação; Orgasmo; Outros Problemas; * IMPORTANTE É importante se descobrir quando os problemas começaram e qual a extensão do problema; Os termos disfunção primária e secundária são usados , respectivamente, para descrever os problemas que se fizeram presentes desde o início da atividade sexual e aqueles que se desenvolveram após um período de funcionamento sexual satisfatório; Os termos total e situacional são usados, respectivamente, para descrever os problemas presentes em todas as situações sexuais e aqueles que ocorrem em algumas situações * DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS Perda de interesse sexual (mais comum; associada a dificuldade no relacionamento e a depressão) Perda da excitação sexual (ingurgitamento e lubrificação) Disfunção orgásmica (orgasmo ausente ou infrequente) Vaginismo (relação sexual impossível ou extremamente dolorosa) * Dispareunia (pode estar localizada na entrada da vagina ou ser mais profunda). Aversão sexual: persistência ou recorrência de aversão fóbica e evitação de contato sexual com parceiros, causando desconforto pessoal; * DSM-IV As definições e classificação sexual incluem a deterioração ou a perturbação de uma destas três etapas: desejo, excitação, orgasmo; A experiência de dor em qualquer momento da atividade sexual também é classificada como disfunção sexual; No DSM-IV cada disfunção pode ser caracterizada se desde sempre ou se foi adquirida, se generalizada ou específica, se é devido a fatores psicológicos ou uma combinação de fatores psicológicos cm uma doença física ou abuso de substâncias psicoativas; Segundo o DSM-IV o diagnóstico formal requer que a disfunção não ocorra durante o curso de outro transtorno do eixo I; O clínico deverá identificar que a disfunção provoque mal-estar ou problemas interpessoais significativos. * Dificuldades Sexuais Incapacidade de relaxar; Poucos preâmbulos; Ausência de carinho depois da relação sexual; Medo de intimidade; Dificuldade de comunicação entre os parceiros. * RESPOSTA SEXUAL HUMANA Desejo; Excitação; Orgasmo. EX: Quando a mulher se encontra diante de uma situação/estímulo sexual, o desejo sexual pode ser desencadeado: apetite, libido, apetência. Esse processo pode se estender e ser gratificante, traduzindo-se em excitação sexual. A continuação desse fenômeno pode então culminar em resposta orgástica. * PREVALÊNCIA DAS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS Avaliando queixas sexuais em mulheres acima de 40 anos, Lopes e Torres (2003) observaram: • predominância do desejo sexual hipoativo: 57,6%, • dificuldade de orgasmo: 21,1%, • disfunção de excitação: 9,1%, • outros distúrbios: 12,1%3 * A prevalência de DSF aumenta com a idade, com o uso de certos medicamentos e com ocorrência de doenças como diabetes, Hipertensão arterial , entre outras. Quanto ao envelhecimento feminino, percebem-se respostas bastante divergentes em relação ao desejo: desde sua ausência até a exacerbação. Na fase de excitação, observa-se qualitativamente a mesma resposta sexual da jovem, porém, com diminuição quantitativa de fenômenos como rubor e aumento do clitóris e dos pequenos lábios. Além disso, a lubrificação vaginal começa mais lentamente e torna-se menos acentuada. * ESTUDO DA VIDA SEXUAL DO BRASILEIRO Carmita Abdu-2004 A inibição do desejo sexual foi referida por 8,2% das mulheres e 2,% dos homens; A dor na relação sexual foi referida por 17,8% das mulheres e 4,5% dos homens ; A presença de ejaculação rápida foi referida por 25,8%; * DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS Perda de interesse sexual (menos comum) Disfunção erétil (mais comum) Ejaculação precoce; Ejaculação retardada/ausente; Ejaculação dolorosa e dispareunia * IMPORTANTE O mecanismo e a resposta erétil são vulneráveis a uma variedade de fatores, tanto psicológicos (ansiedade, depressão, distração, exigências de desempenho) quanto físicos (diabetes, problemas circulatórios, lesões na coluna vertebral, medicação anti-hipertensiva) * Prevalência Estudos epidemiológicos em comportamento sexual são relativamente raros e com várias limitações metodológicas. 1999 – Sexual dysfunction in the United States – prevalence and predictors por Laumann,Paik e Rosen . Da amostra,43% das mulheres e 31% dos homens apresentaram algum tipo de disfunção sexual. Alta prevalência se comparada á outros transtornos mentais. * Mais freqüentes em mulheres mais jovens e homens mais velhos. Mulheres:troca de parceiros,períodos de inatividade = essa inatividade,associada a inexperiência = encontros sexuais estressantes = maior ansiedade e queixas sexuais.(predominam fatores emocionais) Homens:diminuição do desejo,dificuldades em ter ou manter a ereção.Problemas associados a idade a doença de próstata a hipertensão ao diabetes e a medicação. (predominam fatores físicos) * CAUSAS DA DISFUNÇÃO SEXUAL Embora a ênfase dada seja nos problemas sexuais que tem origem psicológica, é importante salientar que problemas físicos, incluindo doenças, cirurgias e medicações devem ser avaliados; No entanto, mesmo nos casos associados ao distúrbio físico, as reações fisiológicas ao distúrbio podem exacerbar o problema, fazendo com que torne passível de terapia. * CAUSAS DA DISFUNÇÃO SEXUAL Fatores predisponentes – tornam a pessoa vulnerável a desenvolver o problema;; Precipitantes-aqueles que levam ao aparecimento do problema; Fatores mantenedores- fatores que mantém o problema Em qualquer paciente, geralmente há uma interação destes três fatores * FATORES PREDISPONENTES Educação restritiva, inclusive posturas inibidas/distorcidas dos pais com relação ao sexo; Relacionamentos familiares perturbados, inclusive relacionamentos insatisfatório com os pais e falta de afeição; Experiências sexuais precoces traumáticas, inclusive abuso sexual infantil e incesto; Educação sexual insatisfatória * FATORES PRECIPITANTES Conflitos nos relacionamentos gerais; Parto (embora isso também possa causar dificuldades sexuais devido a depressão ou a fatores físicos); Infidelidade; Disfunção do parceiro * FATORES MANTENEDORES Ansiedade quanto ao desempenho; Medo de falhar; Exigências do parceiro; Comunicação insatisfatória; Culpa (ex: com relação a um caso) * FALHA OCASIONAL Depressão/ansiedade; Experiência sexual traumática; Envelhecimento; Reação psicológica a fator orgânico. * PERDA DA ATRAÇÃO Conflitos no relacionamento geral; Medo de intimidade emocional; Informação sexual inadequada (ex: sobre como estimular o parceiro de maneiro eficaz) Troca de carícias muito comedida (ex: quando o parceiro não fica adequadamente excitado; Depressão/ansiedade. * MODELO DA MANUTENÇÃO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL PELA ANSIEDADE Vivência de emoções negativas no ato sexual Menor excitação sexual Preocupação com o desempenho Distração dos estímulos eróticos Redução da excitação * OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO Definir a natureza do problema sexual e quais as mudanças desejadas; Obter informações que permitam ao terapeuta formular uma explicação das causas do problema em termos de fatores predisponentes, precipitantes e mantenedoras; Avaliar o tipo de intervenção terapêutica indicada com base nessa formulação; Iniciar o processo terapêutico, tanto ao abrir a discussão de questões sexuais quanto ao encorajar os parceiros a imaginar os fatores causais e as possíveis soluções. * ASPECTOS GERAIS DA ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO Usar terminologia de comum acordo com o paciente evitando distorções; É possível que terapeutas sem experiência em entrevistar pacientes com problemas sexuais sintam-se constrangidos; O terapeuta deverá explicar os objetivos da terapia a ambos os parceiros; De início são entrevistados separadamente; Após os parceiros serem entrevistados separadamente, devem ser analisados juntos; * IMPORTANTE Ao final das entrevistas individuais o terapeuta deve verificar se, dentre as informações dadas, há alguma que a pessoa não deseja revelar ao parceiro. O terapeuta deverá respeitar as informações confidenciais, desde que a pessoa assim o peça, mas deverá discutir as possíveis dificuldades no caso de o parceiro ter revelado algo que possa ser vital para a solução do problema sexual. EX: caso com outra pessoa * A entrevista conjunta também permite ao terapeuta avaliar com os parceiros se relacionam, sobretudo se apóiam um ao outro e compartilham responsabilidades pelo problema. Por último o terapeuta deve descrever o modo como compreende o problema e discutir possíveis planos terapêuticos * PROGRAMA DE AVALIAÇÃO O problema sexual: Contexto familiar e primeira infância; Desenvolvimento e experiências sexuais; Informações sexuais; Relacionamento com o parceiro; Escola, profissão, interesses , crenças religiosas; Histórico médico; Histórico psiquiátrico; Uso de álcool e drogas; Aparência e humor; Exame físico (se apropriado) * Objetivo da terapia Promover a satisfação sexual Multidimensional Engloba aspectos gerais do relacionamento do casal e aspectos específicos da relação sexual. * Os problemas conjugais são importantes desencadeadores das disfunções sexuais. Muito tem sido escrito sobre a influência dos pensamentos,das atitudes e das crenças sobre o comportamento sexual. Especialmente sobre a influência das cognições desadaptadas no desenvolvimento e na manutenção das disfunções sexuais.(Barlow,1986). * Mitos sexuais ou crenças sexuais,próprios de cada cultura e de cada momento histórico (Zilbergeld,1993). Essas crenças mostram como o “certo” e o “errado” se modificam ao longo do tempo. Sempre existirão expectativas sociais acerca do “correto comportamento na cama”.=Submissão à padrões externos. * O grande objetivo,na verdade o grande desafio da terapia sexual,é ajudar o paciente a questionar e flexibilizar internamente essas regras externas,permitindo-o se conhecer e descobrir o que é adequado e satisfatório para si,juntamente com sua parceira. * As propostas terapêuticas são estruturadas a partir das hipóteses diagnósticas levantadas. Tratamento de causas orgânicas; Terapia individual; Terapia de casal; Terapia sexual. OBS:Na maioria das vezes,elas não são excludentes entre si. * ALGUNS FATORES CONTRA-INDICAM A TERAPIA SEXUAL,PELO MENOS NUM PRIMEIRO MOMENTO: Psicopatologia individual (como depressão,alcoolismo,história de abuso sexual), Relacionamento geral comprometido (hostilidade,comunicação deficiente,agressividade física) e Ausência de motivação de um dos parceiros (relacionamento extra conjugal,contratos incompatíveis de casamento * No caso de um comprometimento generalizado da relação afetiva ou de expectativas ou de expectativas antagônicas,sugere-se TERAPIA DE CASAL. * Início da Terapia Definida a necessidade da terapia sexual,o terapeuta deve: 1)Fazer um resumo da avaliação,apontando os fatores que podem estar na origem e na manutenção do problema; 2)Explicar a proposta terapêutica; 3)Encorajar o casal a focalizar os aspectos positivos da relação e a desenvolver expectativas positivas e reais em relação á terapia; 4) Estimular o casal a modificar rotinas sociais e familiares para ter mais tempo juntos; 5) Retirar o foco das dificuldades e do tratamento do indivíduo trazendo-o para o casal. * OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA TERAPIA 1)Prover um programa estruturado que permita ao casal a reconstrução gradual de seu relacionamento sexual,para: A) Aumentar o repertório sexual B) Encorajar a comunicação C) Aprender a gostar de contato físico D) Ter uma abordagem menos genital * E) Sentir-se confiante e seguro para pedir o que deseja F) Assumir responsabilidade por seu próprio prazer G) Sentir-se confortável em sentir e dar prazer H) Perder o medo da intimidade I) Conhecer o parceiro sexual * 2) Ajudar o casal a identificar fatores que causem ou mantenham o problema sexual. 3) Prover o casal de técnicas para problemas específicos. Obs:É um momento em que muitas das crenças do casal aparecem * EDUCAÇÃO: DIMINUIR IGNORÂNCIA E MELHORAR CONHECIMENTO Proporcionar informações aos pacientes pode ser a forma mais freqüente de terapia sexual; Informações sobre anatomia e fisiologia; Educação sobre mudanças normais no funcionamento da mulher e do homem devido ao envelhecimento, doenças crônicas, medicação; Dados informativos sobre experiências e práticas sexuais; Indicar leituras OBS.: é importante que o terapeuta conheça a leitura antes de fazer a recomendação. * REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA I: objetivos realistas para terapia O terapeuta não deve estabelecer objetivos que aumentem a ansiedade de atuação; Reservar mais tempo para expressão sexual; Eliminar as pressões de atuação que podem inibir a resposta sexual; Encontrar fatores psicológicos e técnicos que contribuem para satisfação sexual; O casal deverá entender que antes de melhorar qualquer aspecto da vida sexual, devem melhorar primeiro a comunicação. * REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA II diminuição de crenças mal-adaptativas A disfunção sexual freqüentemente está associada a pensamentos e sentimentos negativos em relação ao sexo; As cognições negativas deverão ser avaliadas antes mesmo de qualquer intervenção comportamental; A maioria dos transtornos da ereção se mantém pela presença de pensamentos intrusos que precedem ou ocorrem durante a relação; Ajudar os pacientes a focalizarem pensamentos que facilitem a sexualidade; Geralmente, com a prática os pensamentos vão se tornando cada vez menos invasivos; * MITOS COM RELAÇÃO A SEXUALIDADE MASCULINA QUE MUITOS HOMENS (e mulheres) APRESENTAM Somos pessoas liberadas e nos sentimos muito bem com o sexo; Um homem de verdade não se detém em coisas delicadas demais como os sentimentos e a comunicação; Todo contato físico é sexual ou deveria levar ao ato sexual; Um homem está sempre interessado em, e disposto constantemente para, o ato sexual; Um homem de verdade atua bem no ato sexual; O sexo está centrado em um pênis ereto e no que faz com ele; Sexo é a mesma coisa que coito; * 8. Um homem deveria ser capaz de fazer a terra tremer sob os pés da sua parceira; 9. Um bom ato sexual exige orgasmo. Os homens não tem que escutar as mulheres durante o ato sexual; Um bom ato sexual é espontâneo, sem planejamento e sem falar sobre isso; Os homens de verdade não têm problemas sexuais * TREINAMENTO EM HABILIDADES COMPORTAMENTAIS I: a melhoria do repertório sexual do paciente Emprego de materiais audio-visuais eróticos: O erotismo pode estimular um casal com práticas sexuais seguras, posições e comportamentos novos; Casais que experienciam práticas sexuais da mesma forma podem entediar-se; Materiais eróticos devem ser sugeridos depois de uma discussão entre paciente e terapeuta; * Treinamento em masturbação Forma cada vez mais utilizada na terapia sexual e que serve para melhorar o repertório sexual; As duas aplicações mais freqüentes são com as mulheres anorgásmicas e homens que sofrem de ejaculação precoce; Para as mulheres que nunca experimentaram um orgasmo a masturbação é uma forma segura dela obter; Com o passar do tempo as mulheres incluem seus parceiros, aos quais se ensina como tocar e proporcionar prazer as mulheres; O treinamento em masturbação pode oferecer uma experiência positiva de aumento de desejo e de segurança * Transtornos Dolorosos: Dispareunia e Vaginismo * Dispareunia: * dificuldade no coito. * expressa pela dor durante ou após a penetração. * mais orgânica, com possível comprometimento psíquico. Vaginismo: espasmo involuntário, recorrente ou persistente da musculatura do terço inferior da vagina que impede ou dificulta a penetração vaginal (coito/exame ginecológico). mais psicogênica. Conceitos importantes... * Etiologia da Dispareunia Dispaurenia: quase sempre tem causa orgânica. É imprescindível um exame ginecológico + USG + até laparoscopia s/n. * malformações e anomalias genitais. * Alterações tróficas da vulva e da vagina (menopausa). * Vulvoganites: candidíase, tricomoníase * Tumores benignos: bartholinite * Tumores malignos da vulva * Lesões dermatológicas: furúnculos, piodermites, eczema * Afecções do aparelho urinária: uretrites, cistites * Traumatismo vulvo-vaginais: violência sexual, cicatrizes dolorosas. * Causas pélvicas: sensação dolorosa profunda. * Dispareunia psicogênicas: “ Quando a dor psíquica não encontra o caminho das lágrimas, encontra um local para doer”. * Dor cambiante (aquela que muda) geralmente é psicogênica. * Não excita suficientemente e não lubrifica. * A depressão pode aparecer como dor no coito. * Fibromialgias * Quando a dor melhora com a posição não é psicogênica. * Vamos entender o que é Vaginismo... * 1862, Marion Simms: “Um reflexo de defesa da musculatura do solo pélvico.” * Um espasmo inconsciente dos músculos perineais, que impede total ou parcialmente a penetração na vagina, impossibilitando ou dificultando o coito e o exame ginecológico. * Vaginismo grave: contrai os músculos adutores da coxa diante da simples aproximação do parceiro, “joelhos colados”. * É um quadro funcional. * Geralmente, as pacientes vagínicas não têm problemas no desejo, excitação ou orgasmo. Podem considerar a atividade sexual não coital gratificante. * O medo é a causa imediata, “condicionando” uma contratura muscular inconsciente. reação de defesa a um processo orgânico que gere dispareunia. * processo psicossomático mesmo após a cura orgânica. * causas psicossociológicas gerando repulsa ao coito: educação punitiva, estupro, informações distorcidas, visualização de cenas de sadismo, etc * Muitas vagínicas não procuram consultórios de médicos nem de psicológos porque estão em equilíbrio sexual, quando: * vivem com homens “impotentes”. * desistem de relacionamentos heterossexuais. * sublimam sua sexualidade. * O TREINAMENTO EM HABILIDADES COMPORTAMENTAIS II: superação de experiências mal-adaptadas Dilatação progressiva para o vaginismo e dispareunia: Pacientes que não tenham sofrido um abuso sexual extremo se beneficiam da dessensibilização ao vivo; Inclui a inserção gradual de um dedo ou dilatador na abertura vaginal; Essa prática pode ser sugerida a mulher, quando esta estiver sozinha em casa; Devemos instruir a paciente que a profundidade da penetração e a duração da mesma podem ser controladas pela mulher; * Seria conveniente realizá-la quando estivesse no banho ou relaxada na cama e deveria ser iniciado inserindo o seu dedo mindinho; À medida que a mulher se encontre a vontade com a inserção, seu parceiro pode ser incluído no procedimento; O processo de inserção também deve abordado de maneira gradual com uma penetração parcial e posterior retirada; O processo começa por meio dos dedos e só posteriormente, depois de algumas sessões, por meio do pêni * DISFUNÇÃO ERÉTIL É a incapacidade persistente e recorrente para obter uma manter uma ereção sexual adequada até a conclusão da atividade sexual; Esse diagnóstico exige que o transtorno erétil cause “acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal”; O transtorno erétil masculino não será diagnosticado se os problemas eréteis forem em decorrência de outro problema psicológico (depressão) ou abuso de substância; Pode ser primário ou secundário * FATORES DE RISCO Fatores de risco biológicos para o transtorno Erétil masculino: sistema endócrino, neurológico e vascular Fatores de risco individuais; Fatores de risco do relacionamento * EJACULAÇÃO PRECOCE A masturbação rápida pode ser um fator predisponente; É comum nos primeiros encontros sexuais dos jovens; Em épocas de stress; Quando as atividades sexuais não se fizeram temporariamente disponíveis; * TÉCNICA DA COMPRESSÃO PARA EJACULAÇÃO PRECOCE Implica em instruir o homem a masturbar-se até que a ejaculação seja inevitável, caso ele continue; Neste momento deve-se fazer uma pausa na masturbação e pressionar a base da glande com os dedos; A pressão deve ser firme e sustentada e deve durar uns 10s; Se este processo for repetido várias vezes antes que a ejaculação ocorre o homem aprenderá a controlar a sua ejaculação; OBS.: É importante que a parceira possa expressar seus sentimentos em relação ao problema do marido, pois muitas acreditam que eles são insensíveis e podem controlar a ejaculação mais do que o fazem. * FOCALIZAÇÃO SENSORIAL: a diminuição da ansiedade frente a atuação Um conjunto de procedimentos elaborados para ajudar o casal a desenvolver uma maior percepção, e focalizar-se nas sensações em vez de fazê-lo sobre a atuação; Tem como objetivo: Reduzir a ansiedade do paciente; Relaxar nas situações de contato físico íntimo; Perceber o parceiro e suas preferências; Sentir prazer no contato físico não-erótico; * Comunicar seus sentimentos e modos diferentes de contato físico; Aumentar o grau de interações positivas; Focar a atenção nas sensações físicas; Identificar pensamentos e crenças disfuncionais. * O casal é orientado a reservar algumas horas,de uma a duas vezes por semana,destinadas a criar um ambiente acolhedor para uma sessão de “massagem mútua”. A cada dia,um dos parceiros fica responsável por criar o ambiente e começar o exercício. * No início,são proibidos toques genitais e relação sexual. O principal é focar as sensações corporais,dar e receber,sem se preocupar com o desempenho (excitar-se,ter relação ou orgasmo. Descobrir regiões e tipos de toques prazerosos. * Ensinar ao parceiro o que gosta e o que não gosta em seu toque. Os parceiros são orientados a identificar os pensamentos distorcidos e trazê-los para a sessão,onde a reestruturação cognitiva é treinada. Após algumas sessões de massagem não genital,o casal é liberado a incluir seios e região genital nas sessões seguintes,mas a relação sexual permanece “proibida”. * Posteriormente, alguns casais são estimulados a realizar uma “introdução sem movimentos impulsivos, ou seja , a mulher permite a penetração e controla todos os aspectos do exercício; Nesta fase é explicada a importância da não realização do coito; A última fase consiste na inclusão de movimentos impulsivos e o coito; Pede-se que mais uma vez o casal se concentre nas sensações associadas ao coito e não se preocupem com o orgasmo; O casal poderia adotar outras posições; * O TREINAMENTO DA COMUNICAÇÃO Papéis tradicionais atribuídos ao sexo ou outras limitações culturais podem impedir uma discussão saudável dos problemas sexuais; Desse modo, o treinamento em comunicação sexual tem papel essencial na terapia sexual; O terapeuta desempenha papel fundamental estimulando comunicação, pedindo aos parceiros para se expressarem claramente durante as sessões; Desde o início da terapia os pacientes são informados que as habilidades de comunicação serão abordadas sempre, evitando assim qualquer constrangimento. * ROTEIROS SEXUAIS Refere-se ao conjunto organizado de preferências relativas a distintas circunstâncias (quando, onde, por que, com quem )que rodeiam a atividade sexual; Foram identificados dois tipos de roteiros sexuais: Roteiro manifesto: descreve as práticas comportamentais do casal; Roteiro ideal ou de fantasias: descreve os ideais individuais; Alguns autores sugerem que a disfunção sexual ocorre devido a uma falta de sintonia entre os roteiros sexuais do casal; EX: casal com níveis distintos de desejo sexual. * Entre esses casais geralmente há pouca comunicação e falta de habilidades em resolução de problemas; Muitas casais conseguem entrar em um acordo sobre vários pontos de divergência na vida, mas tem dificuldades de sintonizar a parte sexual; O terapeuta pode encorajar cada membro do casal a gerar uma lista de desejos sobre atividades íntimas e que as discuta a seguir com o seu parceiro; Quando existirem pontos de desacordo poderá ser negociado em uma conversa franca e aberta. * PREVENÇÃO DE RECAÍDAS Os benefícios iniciais obtidos na terapia podem atrofiar-se com o passar do tempo a medida que vão surgindo outras prioridades; É aconselhável antecipar-se a essas recaídas e desenvolver sinais de aviso e estratégias de prevenção; Estabelecer sessões de seguimento São dados conselhos aos parceiros sobre como estabelecer formas íntimas e eróticas para conectar e reconectar. * CONSIDERAÇÕES FINAIS As disfunções sexuais são os transtornos mentais de maior prevalência e,no entanto,os mais negligenciados pelo sistema de saúde. Não se procura ajuda com freqüência. Apenas de 20% a 30% dos pacientes com algum diagnóstico sexual procuram tratamento. A maioria dos profissionais em saúde não se sente confortável em investigar aspectos da sexualidade de seus pacientes. O grande desafio dos profissionais que trabalham com sexualidade é a divulgação de informação para a população e a formação de profissionais acolhedores e competentes.
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