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Cronograma de conteúdo a ser estudado Módulo I 1. História dos exames contrastados. 2. Avaliação abdominal. 3. Anatomia, topografia anatômica, fisiologia, patologias e análise visual dos raios X. 4. Angiografia (conceito geral) 5. Angiografia cerebral (Panangiografia) 6. Angiografia seletiva 7. Arteriografia 8. Artrografia 9. Broncografia 10. Cistografia 11. Colangiografia venosa 12. Colangiopancreátografia retrógrada endoscópica (CPRE) 13. Colangiografia trans-operatório e ou intra-operatória e pós-operatório por dreno. 14. Colecistograma oral ou colecistografia 15. Dacriocistografia (DCG) 16. Defecografia 17. EED (esôfago – estômago – duodeno) 18. Enema opaco ou baritado (clister opaco) 19. Esôfago contrastado 20. Fístulografia Módulo II 21. Flebografia ou venografia 22. Galactografia 23. Histerossalpingografia (HSG) 24. Invertografia ou invertograma 25. Mielografia 26. Planigrafia, estratigrafia e ou tomografia linear (técnica) 27. Pielografia 28. Pneumografia (técnica) 29. Sialografia 30. Trânsito intestinal (Intestino Delgado) 31. Uretrocistografia 32. Urografia venosa ou excretora 33. Cavernosografia ou cenografia peniana 34. Linfografia 35. Meios de contraste Dicas importantes para realização dos EXAMES CONTRASTADOS 1. Anamnese 2. Localização e ou topografia anatômica 3. Órgãos envolvidos 4. Indicações clínicas 5. Objetivo para realização do exame 6. Verificar o preparo 7. Uso do contraste 8. Tipos de contrastes 9. Via de administração 10. Observação pós-procedimento 3 História dos exames contrastados Introdução Como nosso corpo não é transparente, olhar para seu interior geralmente constitui um processo doloroso. No passado, a cirurgia exploratória era uma forma comum de examinar o interior do organismo, mas graças a métodos modernos que se têm à disposição atualmente uma enorme variedade de técnicas não invasivas. Alguns desses métodos incluem os raios X, Tomografia computadorizada – TC ressaltando “angiotomografia” Ressonância magnética – RMN, Ultra-sonografia – US ecodoppler, Medicina nuclear – MN, Hemodinâmica – HDCA onde se realiza vários tipos de exames contrastados em diversas áreas clínicas. Cada uma dessas técnicas tem vantagens e desvantagens que as tornam úteis para diferentes condições e necessidade específica dos pacientes, e as determinadas estruturas do organismo a serem examinadas. No final do século XIX, mais precisamente no dia 8 de novembro de 1895 foi descoberto os Raios X pelo físico alemão. Wilhelm Conrad Roentgen Ao observar alterações luminescentes projetadas numa tela enquanto trabalhava com radiações catódicas. Logo imaginou que de um tubo em que ele trabalhava deveria responsável pela emissão de um tipo especial de onda (espectro eletromagnético – radiação ionizante) que tinha a capacidade de atravessar o corpo humano. Em seguida, resolveu realizar uma documentação para provar sua descoberta, sendo assim efetuou a primeira radiografia, usando a mão esquerda de sua esposa. Por ser uma radiação invisível e até então desconhecida, ele a chamou de Raios X. Sua descoberta valeu-lhe o prêmio Nobel de Física em 1901. Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos aparelhos iniciais a fim de se reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois acima de certa quantidade sabemos atualmente o prejuízo que pode causar à saúde. Surgindo assim tubos de Raios X específicos, diafragmas, colimadores, grades antidifusoras, cilindros, cones e divisores, a fim de diminuir a quantidade de Raios X e otimizar a radiação secundária que, além de expor desnecessariamente o paciente, prejudica a imagem final do exame sem o devido manuseio correto. Breve histórico Apenas um ano após a descoberta dos raios-x por Roentgen, foi publicado o primeiro estudo conhecido usando realce do contraste. Era uma radiografia do estômago e intestino de um porco, com os órgãos cheios com subacetato de chumbo foi possível observar as estruturas dos órgãos e destacar o a substância contrastada em relação a outras estruturas adjacentes. Desde aquele dia substâncias capazes de realçar os órgãos passaram a ser conhecidas como agentes de contraste ou meios de contraste. Em 1897, o primeiro estudo comparado a radiopacidade de diversos agentes de contraste incluiu o iodeto de potássio, brometo de potássio, subnitrato de bismuto, e diversos outros. O subnitrato de bismuto mostrou-se capaz de absorver a maior porcentagem de Raios-x, dentre todas as substâncias testadas, tendo sido realizados muitos estudos quanto a sua aplicação. No início do século XX, o subnitrato de bismuto, adicionado a alimentos em quantidades precisas, criou um alimento padronizado de teste, que revela a fisiologia e atividade do trato alimentar à medida que ele era digerido. Em novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos ventrículos cerebrais ocasionados por uma fratura do crânio. 4 Em 1918 o cirurgião americano Walter E. Dandy (1886-1946) descobre que, ao injetar ar por uma agulha, diretamente nos ventrículos cerebrais, estes se destacavam na radiografia, permitindo assim um grau adicional de referência espacial, além dos acidentes ósseos pneumo-encefalografia. Dandy Baltimore desenvolve a ventrículografia cerebral, substituindo o líquor por ar (grande contribuição no diagnóstico dos tumores cerebrais). O contraste iodado foi utilizado pela primeira vez por E. H. Weld. Administrado por via intravenosa em 1918, a substância era iodeto de sódio, a partir daí vários tipos de substâncias passaram por testes e evoluções até que em 1960, Wallindford em um de seus testes descobriu o uso de ácido metrizóico, triiodado e metal acetamido benzóico, esses três compostos são os agentes de contraste iodado padrão. Em julho de 1927, Egaz Moniz (Neurocirurgião Português) desenvolveu a angiografia cerebral pela introdução de contraste na artéria carótida com punção cervical. Ao apresentar seu trabalho na Sociedade de Neurologia de Paris, ele disse: "Nós tínhamos conquistado um pouco do desconhecido, aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no domínio da investigação". Por volta de 1931, J. Licord desenvolveu a mielografia com a introdução de um produto radiopaco no espaço subaracnóideo lombar. Em 1952 desenvolveu-se a técnica da angiografia da artéria vertebral por punção da artéria femoral na coxa passando um cateter que ia até a região cervical, pela aorta. Em 1960 a ultra-sonografia começa a ser usada como método diagnóstico. Por volta de1970 através de cateteres para angiografia, começou- se a ocluir (embolização) os vasos tumorais e ou aneurismáticos surgindo assim à radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de hoje, usam-se cateteres que dilatam e desobstruem coronárias, simplesmente introduzindo por punção pela artéria femoral, braquial e ou radial do paciente, com anestesia local. Evitando nesses casos cirurgias complexas e circulação extracorpóreas para desobstrução de artérias (famosas pontes de safena). Ao longo dos anos, grande número de agentes foi testado em lugar daquelas primeiras substâncias experimentais – desde o ferro, em diversas formas, até o Tântalo (Ta) Número atômico 73 e massa atômica 180,9479 metal de transição externa, um pó explosivo. Em 1970 surge a radiologia intervencionista e terapêutica; J. Hounsfield, desenvolve a Tomografia Computadorizada, acoplando o Raio X a um computador. Em 1971 realiza-se o primeiro estudo de um crânio, em Londres. Em 1972 é introduzido o novo método para a formação de imagens a partir de Raios X a tomografia. Em 1973 são instalados nos EUA e em alguns países da Europa os primeiros aparelhos detomografia computadorizada para exames de crânio. Em 1974 tem início o uso da tomografia computadorizada para exames dos demais segmentos do corpo; Hoje, a variedade e aplicação dos meios de contraste são estonteantes, e o campo continua a se desenvolver rapidamente, com trabalhos sendo realizados sobre agentes altamente específicos para aplicações ilimitadas. Há muito tempo os métodos de exame por imagem incorporarão os chamados exames contrastados, utilizando um meio de contraste, seja iodado iônico ou não iônico e o baritado, sendo este último usado somente em área gastrointestinal. O meio de contraste faz com que a imagem se destaque melhor, com boa qualidade e visibilidade obtendo melhor resultado do diagnóstico para os pacientes. Por serem substâncias radiopacas destacam o local desejado no raio-x aparecendo na cor branca. 5 Administrados nos pacientes por via ora ou venosa, em certos casos podem ocorrer às chamadas reações adversas que alteram o sistema do organismo do paciente. Variando de leves alergias com ou sem a verificação de náuseas a convulsões ou choque anafilático e óbito. Egaz Moniz, brilhante médico português, realizou a primeira punção carotídea, sendo um expoente, o que permitiu o estudo de doenças da circulação cerebral. Em 1929, Reinaldo dos Santos realiza sua técnica de aortografia abdominal com punção translombar. A partir de 1933, foram desenvolvidos novos meios de contraste, e por volta de 1950 iniciaram-se estudos que chegaram a um meio de contraste derivado da aceptilação do grupo amina, de menor toxicidade, evoluindo para os meios de contraste que são utilizados até hoje. Outro marco importante, descrito por Seldinger em 1953, foi o que permitiu progredir com um cateter pela árvore arterial, também apresentando grande evolução de materiais e técnicas que tornaram possível navegar em regiões antes não alcançadas. Toda essa evolução de conhecimentos e materiais apresentou resultado promissor na década de 1980, com a introdução da angiografia digital. Porém, apesar da grande evolução, com redução da morbidade e da mortalidade, ainda se apresentavam algumas complicações relacionadas aos meios de contraste, que nos desafiaram na busca de um método adequado. A nefrotoxicidade e a reação alérgica são os dois principais fenômenos indesejáveis quando são utilizados os contrastes à base de iodo. Apesar do uso de contrastes não-iônicos apresentarem uma diminuição desses efeitos, a procura de meios de contraste que não apresentassem tais fenômenos indesejáveis tornou-se constante. A utilização de gás carbônico como meio de contraste em radiologia iniciou-se em 1914 com Rautemberg. Em 1971, Hawkins utiliza o gás carbônico no estudo vascular periférico. Esse meio de contraste vem sendo estudado por muitos pesquisadores, o que permitiu seu emprego em vários territórios, não sendo nefrotóxico e nem produtor de efeitos alérgicos, apresentando, ainda, vantagens e desvantagens. Exames Radiológicos Contrastados Nos exames de RX, algumas estruturas anatômicas são facilmente visualizadas devido à opacidade dos tecidos. Exemplo: tecidos ósseos. Outros órgãos apresentam densidade semelhante em toda estrutura anatômica, impedindo sua perfeita visualização. Exemplo: rins, estômago, intestinos, cápsulas articulares, etc. Para esses exames é necessário o uso de contrastes radiológicos, que são substâncias químicas que servem para opacificar o interior de órgãos, que não são visíveis no RX simples. O método evoluiu desde 1896, quando Haschek e Lindenthal, introduziram uma mistura de bismuto, chumbo e bário em uma mão amputada, realizando a primeira arteriografia. Consideramos com relação histórica o primeiro exame contrastado observando que não foi realizado em um indivíduo vivo. 1 Análise e avaliação do exame convencional e contrastado do abdômen Radiografia do Abdômen É realizada nas seguintes incidências: Decúbito dorsal (ou simples) Posição ortostática Decúbito lateral direito ou esquerdo Com contraste (via oral ou retal) Não há padronização para avaliação da qualidade de uma radiografia de abdome. No mínimo, a imagem deve conter todo o abdome sem cortes na sua periferia. É importante notar a distribuição do gás presente no intestino, e esta varia muito em indivíduos normais. É importante notar a presença de gás na ampola retal. Normalmente o reto contém gás na maioria dos indivíduos normais. Quanto à presença de gás no cólon, esta é muito variável. Distribuição de gás normal No adulto, o cólon contém gás e fezes, na maioria dos adultos não visualizamos ar no delgado. Na criança normalmente há imagem correspondendo à presença de gás em todo intestino delgado, além do cólon. Radiografia do abdômen simples Fontes de ar: Ar deglutido Produção de gás pelas bactérias do cólon. Presença de ar no fundo gástrico gerando a imagem da “bolha gástrica” em quadrante superior esquerdo em posição ortostática. Visualização dos órgãos abdominais Fígado: sua borda inferior do lobo direito contrasta com a gordura peri-cólica e omental adjacente Baço: tem 10 a 12 cm de comprimento, seu contorno pode ou não ser visualizado. Rins: seu contorno é mais nítido visto quanto maior a quantidade de gordura peri-renal O pâncreas não é visto, mas na pancreatite crônica pode haver calcificações que ocupam a região epigástrica e hipocôndrio esquerdo. Músculos psoas: suas bordas externas contrastam com a gordura vizinha. Bexiga pode ser vista e também o útero nas mulheres. Linha do flanco: corresponde à camada de gordura junto ao peritônio, indica o limite lateral da cavidade peritoneal. Esta linha desaparece quando fica tão densa quanto à musculatura adjacente, e isso acontece em processos inflamatórios, por exemplo, abscesso de apêndice. Calcificações podem ser vistas: Calcificações nodulares esplênicas e hepáticas em pessoas com antecedente de histoplasmose. Calcificações em fossa ilíaca direita (à direita da 3ª e 4ª vértebras lombares) ou hipogástrio: linfonodos mesentéricos calcificados. Histoplasmose A histoplasmose é uma infecção micótica causada por um fungo originário do solo Histoplasma capsulatum. Este microrganismo tem uma ampla distribuição por todas as regiões temperadas e tropicais do mundo e prefere condições de solo úmido ou intensamente úmido. É considerada uma zoonose e sua ocorrência está associada aos locais com alta concentração de fezes de aves e morcegos. A histoplasmose é adquirida através da inalação dos micro-aleuriosporos, que se convertem à fase de levedura no pulmão. A ativação do sistema imune celular rapidamente faz com que a infecção fique sob controle. Porém, se o sistema imune estiver comprometido, poderá ocorrer grave moléstia clínica. A gravidade da lesão depende da quantidade de esporos inalados. Como ocorre em outras micoses sistêmicas, é difícil determinar a verdadeira taxa de infecção para o H. capsulatum em animais de companhia, porque a maioria das infecções são subclínicas. Os gatos tendem a exibir maiores evidências de envolvimento pulmonar, enquanto que os cães freqüentemente desenvolvem graves sintomas intestinais. Radiografia do abdome simples Cálculos biliares: 10% contêm cálcio e podem ser vistos. Tem superfície facetada. Cálculos de vias urinárias: a maioria é calcificada (exceto cálculos de ácido úrico). Fecalito: conteúdo intestinal pode calcificar se localizado em região de apêndice, pode causar apendicite aguda. 2 Enterólitos: podem se localizar no divertículo de Meckel, em lesões crônicas e parcialmente oclusivas de intestino delgado. Calcificaçãode supra-renais: pode ser seqüela de tuberculose e infarto hemorrágico (no lactente). Cistos de baço, fígado glândulas supra-renais, rins, mesentério podem calcificar. Teratomas ovarianos podem conter calcificações que simulam dentes e ossos. Leiomioma uterino pode calcificar. Calcificação em região pélvica (leiomioma calcificado) Calcificação em região de fossa ilíaca direita Pancreatite crônica Cálculo de ureter Abdômen Agudo Quadro de dor abdominal de caráter agudo que obriga o doente a procurar ajuda médica. Nessa situação um dos exames obrigatórios é a avaliação radiográfica do abdome, chamada ROTINA DE ABDOME AGUDO. Então o quadro de abdômen agudo significa literalmente um quadro de dor abdominal aparentemente sem diagnostico inicial Exame de abdômen agudo A rotina de abdome agudo inclui: Radiografia de abdome em decúbito dorsal (simples) Radiografia de abdome em ortostática Radiografia decúbito lateral esquerdo Obstrução Mecânica do Intestino Delgado Quadro Clínico: dor abdominal, distensão abdominal e vômito. Devem ser solicitadas: radiografia de abdome em posição ortostática, em decúbito dorsal (simples) e do tórax (em ortostática). Causas: hérnias, neoplasia, brida, cálculos biliares. No exame radiográfico: Alças intestinais distendidas e com níveis hidroaéreos. Alças de delgado localizam-se centralmente, aparecem suas pregas típicas, aspecto em “empilhamento de moedas”. Se a obstrução do intestino delgado for completa, não é observada a presença de gás nos cólons, inclusive reto. Na obstrução avançada, pode ser vista imagem em “colar de pérolas”. Obstrução Mecânica do Cólon Causas: neoplasia, diverticulite, vôlvulo, hérnia, impactação de fezes. À radiografia: vê-se ar desde o ceco até o ponto da obstrução e distensão gasosa. Se a válvula ileocecal for incompetente, a distensão não será tão evidente. No vôlvulo de sigmóide: 2 alças colônicas paralelas e distendidas por gás saindo da pelve. No vôlvulo cecal: geralmente aparece como imagem hipotransparente ovalada, com a ponta voltada para cima e para a direita. Ou distensão gasosa no hipocôndrio esquerdo, simulando o estômago cheio de ar. Pode haver distensão de delgado associada. Obstrução mecânica de intestino grosso (Volvo ou vôlvulo de sigmóide) Íleo Paralítico (Adinâmico) Comprometimento da motilidade intestinal por: Laparotomia Traumatismos Hipotiroidismo Hipopotassemia Drogas que inibem a motilidade. Íleo Paralítico Presença de distensão abdominal tanto de intestino delgado como do cólon, às vezes só de cólon. Nível líquido é insignificante, diferente da obstrução mecânica. Não se detecta um ponto de obstrução. Pode evoluir para perfuração do ceco (se distensão maior que 12 cm). Tratamento: colonoscopia ou cecostomia p/ descompressão. Pneumoperitôneo Ar livre intraperitoneal. Aparece na perfuração de vísceras ocas que é complicação das seguintes doenças: úlcera péptica, diverticulite, apendicite, doença inflamatória intestinal, infarto mesentérico, neoplasia de cólon e colecistite aguda. Radiografia de tórax em ortostática: pneumoperitôneo se perfuração de víscera oca, como intestino, estômago. Pneumoperitôneo (decúbito lateral) Pneumatose Intestinal Gás na parede intestinal Causas: pneumatose intestinal benigna (idiopática, sem quadro clínico agudo, presença de gás na parede intestinal em grande extensão), ou necrose 3 intestinal (quadro clínico grave) secundária à: colagenose, traumatismo abdominal, obstrução intestinal. Diagnóstico Diferencial do Abdome Agudo Apendicite aguda Víscera perfurada (principalmente por úlcera péptica ou divertículo de cólon, e também carcinoma de cólon e isquemia aguda). Obstrução aguda de intestino delgado Coledocolitíase, colecistite, colangite hepatite aguda. Obstrução ureteral Infecção do trato urinário, pielonefrite. Gastroenterite infecciosa aguda Obstrução pilórica Gravidez tubária rota, cisto de ovário (ruptura ou torção). Pneumonia (bases pulmonares) Ruptura de aneurisma de aorta abdominal Dissecção da aorta abdominal Pancreatite aguda Diverticulite Infarto pulmonar, infarto agudo do miocárdio, pericardite. Outras: anemia falciforme, porfiria intermitente aguda, intoxicação por metal pesado (chumbo), neuropatia diabética. “Sempre” são solicitados: Hemograma: leucocitose com desvio à esquerda Exame de urina: piúria, hematúria. Amilase sérica ROTINA do exame de ABOME AGUDO A radiografia de tórax é essencial para: Revelar ar intraperitoneal livre abaixo do diafragma (pneumoperitôneo) Evidenciar pneumonia Evidenciar diafragma elevado com ou sem derrame pleural e atelectasia. Ultra-sonografia de abdome e Tomografia computadorizada de tórax também pode auxiliar o diagnóstico diferencial. Exames contrastados de abdome são pouco utilizados nessa situação. Pneumoperitôneo: perfuração de víscera oca (80% por úlcera péptica, divertículo, apendicite perfurada). Doença calculosa em via biliar ou trato urinário Estômago dilatado (obstrução) Massas de tecidos moles (cistos ou abscessos) Diagnóstico do Abdome Agudo Imagem de “alça sentinela” Imagem de “amputação do cólon” Árvore biliar delineada por ar Calcificação pancreática (pancreatite crônica) Cálculos em fossa ilíaca direita (apendicite aguda) Apendicite Aguda Inflamação aguda do apêndice vermiforme, que pode evoluir com necrose e perfuração. Idade: maioria entre 5 e 30 anos. Doença comum e curável. Causa mais comum: cálculos (fecalitos). E também: Enterobius vermicularis, sarcoma de Kaposi, linfoma, adenocarcinoma, esquistossomose, tumores carcinóides. Quadro clínico: dor (95%) em região epigástrica ou peri-umbilical vaga e leve no início, tipo cólica (por estiramento do órgão), que depois se localiza em região de quadrante inferior direito (quando atinge serosa e peritônio). Exceções: apendicite retrocecal e pélvica. Anorexia, náuseas, vômitos, febre, constipação intestinal. Pancreatite Aguda Causas: álcool (com pancreatite crônica), doenças do trato biliar, traumatismo, infecções, metabólica, fármacos, vascular, mecânica, úlcera duodenal, familiar. Quadro clínico: dor abdominal epigástrica ou no hipocôndrio esquerdo, pode passar a ser difusa que irradia para o dorso, que melhora com a flexão do tronco. Vômitos (70 a 90%), febre. Exame físico: dor abdominal à palpação epigástrica ou difusa, com ou sem defesa, com ou sem descompressão brusca. Febre, taquicardia, hipotensão. Sinal de Grey Turner (flancos) Sinal de Cullen (peri-umbilical) na pancreatite hemorrágica. Radiografia de abdome: pode ser normal, pode haver imagem de íleo paralítico. Procurar calcificações em região epigástrica em pacientes alcoólatras. Tomografia computadorizada é excelente para estudo do pâncreas, mas nem sempre é necessária. 6 EXAMES CONTRASTADOS 1 – Angiografia (conceito geral) É um exame contrastado que proporciona a visualização dos vasos sangüíneos arteriais. Ou seja, angiografia no seu verdadeiro sentido é a representação dos vasos sangüíneos por intermédio de uma injeção de um meio de contraste em uma artéria, com a observação do pleno enchimento e trajeto do vaso. Outra definição do exame contrastado refere todos os vasos sanguíneos, arteriais, venosos e capilares que irrigam o cérebro. 2 - Angiografia cerebral Representação dos vasos sangüíneos por injeção de um meio de contraste. A angiografia é capaz de representar visualmente alteraçõese malformações artério-venosas (MAV) principalmente cerebrais, onde por intermédio de injeção de um meio de contraste para observação do pleno enchimento das artérias, veias e capilares. Exame contratado dos vasos sanguíneos, arteriais e venosos que irrigam o cérebro. Na realização deste exame existe a necessidade da visualização dos chamados tempos vasculares. Que é respectivamente tempo: Arterial Venoso Capilar Sempre evidenciando esta seqüência. No setor de radiologia convencional este exame tem particularidades em sua realização. A sala deverá ser preparada para acompanhamento de médico anestesista, neurologista e ou radiologista. Na realização da angiografia cerebral será necessária a utilização do escamoteador acessório indispensável para otimização do exame. (Panangiografia) É o exame contrastado dos vasos sanguíneos cerebrais para visualização de patologias e anormalidades das artérias, veias e capilares cerebrais em tempo real. A principal diferença deste exame e relação à ANGIOGRAFIA CEREBRAL convencional é que não pode ser realizado no setor de Radiologia convencional, mas somente nos setores de hemodinâmica e tomografia computadorizada. 8 3 – Angiografia seletiva Exame contrastado específico de determinada artéria ou veia. Exemplo carótidas e ou basilares cerebrais. Na angiografia cerebral convencional as imagens, são visualizadas do estudo dos vasos cerebrais onde é puncionada bilateralmente ou unilateralmente a carótida interna D e ou carótida interna E. Realiza-se no setor de hemodinâmica angiografia cerebral a qual se chama panangiografia, com aquisição digital. O método digital substitui o antigo método fotográfico. Com a tecnologia digital, é possível realizar a subtração óssea. O contraste é uma substância a base de iodado não iônico e hidrossolúvel devido a sua baixa osmolaridade e ao risco reduzido de reação alérgica. A quantidade necessária dependerá do vaso a ser examinado, sendo em torno de 10ml por injeção. Contra indicações Os pacientes que serão submetidos ao exame de angiografia: podem apresentar alergia ao contraste, função renal prejudicada, distúrbios de coagulação sanguínea, o uso de medicamentos anticoagulantes e antidiabéticos pelo paciente também deve ser observado com cuidado e função cardiopulmonar instável. Angiografia convencional São utilizados filmes: 24x30 longitudinais AP 24x30 longitudinais Perfil Também existe a possibilidade da realização de incidências oblíquas por solicitação excepcional do médico assistente. Cuidados pós-procedimentos Após os procedimentos da angiografia o cateter é removido e realização compressão manual no local para hemostasia por 20 minutos. O paciente permanece em repouso no leito por no mínimo 4 horas, mantendo a cabeceira do leito elevada 30°. Durante esse período o paciente fica monitorizado, verificam-se sinais vitais, o pulso no local da punção deve ser conferido regularmente. As extremidades também são avaliadas quanto à temperatura, cor e sensibilidade para garantir que a circulação não seja interrompida. Devem ser dadas instruções aos pacientes em caso de sangramentos espontâneos no local da punção: aplicar pressão e procurar socorro. 4 – Arteriografia É o estudo radiológico do sistema arterial, através da injeção de substâncias contrastantes geralmente iodados não iônicos, as quais permitem a visualização das áreas acometidas de patologias vasculares. Por convenção podemos considerar arteriografia todos os vasos sanguíneos do sistema vascular que são estudados com excessão dos vasos cerebrais que adotam outra nomenclatura. 9 5 – Artrografia Representação contrastada das cavidades articulares. Existindo a possibilidade do uso da técnica de duplo contraste positivo (iodado) e negativo (ar) injetado diretamente no local. Particularidade, devido à compressão intra-articular da cápsula o paciente poderá sentir muita dor ocasionando desconforto e dificultando a realização do exame. Por esse motivo existe a possibilidade desse exame ser realizado com sedação. A artrografia é realizada para demonstrar e avaliar patologias das articulações e estruturas de tecidos moles associados. Estas estruturas são visualizadas após introdução de um meio de contraste na cápsula articular com seriografia fluoroscópica e ou imagens radiológicas de rotina, utilizadas para registrar uma imagem permanente. Indicações Esse exame é indicado quando a suspeita de rupturas de tecidos moles. As articulações são submetidas consideravelmente a estresse diário, principalmente durante as atividades esportivas. Portanto, grande parte das patologias observadas pode ser causada por traumatismo. Há também patologias atraumáticas, um exemplo como o cisto de Baker no joelho, que se comunica com a cápsula articular na área poplítea. Contra-indicações Em geral, a artrografia de qualquer articulação é contra-indicada quando se sabe que o paciente é alérgico a o meio de contraste iodado ou a anestésicos locais. Condrólise É a destruição do tecido cartilaginoso, que sobrevém normalmente durante a formação do osso. Patologia que pode indicar a realização do exame de artrografia. 6 – Broncografia Exame contrastado que representa visualmente os brônquios com introdução de um meio de contraste por intermédio de um cateter (sonda) colocado por via oral ou nasal, chegando a Carina traqueal. Esse exame deverá ser realizado sempre o acompanhamento do médico pneumologista ou radiologista. E com acompanhamento de equipe de Enfermagem treinada em manobras de parada cardiorespiratória (PCR), devido à possibilidade de estimulo cardíaco alterado ocasionado por dispnéia durante a realização do exame. 10 7 – Cistografia Exame contrastado não funcional da bexiga, geralmente feminina. Para investigação de alterações na parede do órgão ocasionadas por traumas ou patologias. Não há preparo específico do paciente, o paciente esvaziar a bexiga antes da sondagem vesical. O cateterismo vesical deve seguir a rotina de condições assépticas, e deverá ser realizada por Enfermeiro (a) qualificado. O profissional Técnico em Radiologia deverá saber qual diluição exata do contraste que utilizou no exame. Deve-se deixar que o contraste flua apenas pela ação da gravidade. Nunca se deve ter pressa e tentar introduzir o contraste sob pressão, pois pode haver ruptura da bexiga com o uso de pressão desnecessária. Após a bexiga cheia serão realizadas radiografias de rotina em AP com inclinação cauda l de 15°, OBD e OBE. Filmes: 24 x 30. 11 No caso da radiografia miccional que pode ser realizada após as outras incidências o exame de cistografia da rotina, passará a ser considerado um exame de estudo funcional da bexiga e uretra. As indicações clínicas mais comuns são Traumatismo ou perda involuntária da urina. ANATOMIA DO FÍGADO 8 – Colangiografia venosa ou endovenosa Representação das vias biliares por meio de injeção intravenosa de meio de contraste evidenciando a função biliar da vesícula por esvaziamento na 2ª porção do duodeno, o trajeto do canal colédoco até a papila de vater e também a árvore biliar projetada no interior hepático. Indicações clínicas Uma vesícula biliar não visualizada durante o exame de colecistograma oral Pacientes colecistectomizados Vômito ou diarréia intensa que impediu a absorção do meio de contraste prévio para realização de colecistograma. Suspeita de cálculos biliares ou colelitos (diminutos restos de cálculos biliares em forma de pó) Contra-indicaçõesA contra-indicação a colangiografia venosa é devido à elevada incidência de reações ao meio de contraste. Preparo do paciente Os laxativos são evitados num período de 24hs antes do exame. A sua utilização fica a critério médico. A refeição na véspera do exame deve ser leve e não conter qualquer gordura e respeitando um período de 12horas de jejum e ou NPO (nada por via oral). Ao chegar o paciente poderá ser submetido a dois tipos de procedimento: Infusão contínua: receber a infusão venosa lentamente observando término em até 10 minutos no mínimo. Ou gotejamento: consiste em diluir 2 ampolas de meglumina (reliev) em 150ml de soro fisiológico, infundidos em no mínimo 60 minutos no máximo 120 minutos. 9 – Colangiopancreátografia retrógrada endoscópica (CPRE) É o exame contrastado em que a injeção do contraste ocorre através de um cateter posicionado diretamente no trajeto dos ductos biliares principalmente o colédoco através da papila de vater, por via endoscópica e com acompanhamento do médico gastroenterologista (endoscopista). A CPRE é uma técnica especializada utilizada para o estudo dos canais da vesícula, pâncreas e o fígado (esses ductos são chamados de canais biliares e canais pancreáticos). O endoscópio (tubo flexível com uma micro-câmera na extremidade e permite ao médico visualizar o trato 12 gastrointestinal em seu interior) é introduzido pela cavidade oral e progride até a 2ª porção do duodeno até uma pequena válvula chamada de Papila de vater. Nesse ponto é colocado um cateter através da papila e injetado contraste para realizar o estudo dos canais. O que acontece durante o procedimento? Você receberá uma descrição detalhada do procedimento, a potencialidade de complicações e as alternativas diagnósticas e terapêuticas por parte do médico examinador. O paciente realiza o exame sedado evitando dor e desconforto. A análise é feita com o paciente deitado em uma mesa radiológica. O endoscópio não provoca dor ou problemas respiratórios. A duração do exame é em torno de 1 a 2 horas, o paciente deve ser monitorizado e acompanhado por um médico anestesista. Possíveis complicações da colangiografia endoscópica retrógrada A CPRE em geral é muito bem tolerada quando realizada por profissionais treinados e com experiência nessa técnica. Complicações que podem ocorrer são menos freqüentes quando se trata de exame diagnóstico. A mais freqüente é a pancreatite, raramente acontece sangramento, infecções e perfurações. Outro risco inclui às reações adversas de sedativos. Os riscos do procedimento também variam. Condições de saúde como distúrbios cardíacos, respiratórios ou renais, podem, da mesma forma, influenciar nas complicações. Preparo para o exame: NPO de 8 a 12 horas antes do exame. Cuidados após o exame: Verificar sintomas adversos. 10 – Colangiografia trans-operatório e ou intra-operatório por dreno É realizado no centro cirúrgico. Antes de começar a cirurgia é colocada uma caixa entre a mesa e o colchão com a borda inferior da caixa na altura da crista ilíaca. A mesa em que é realizada a trans-operatória deve ser uma mesa especial para ser feito este exame. O paciente em decúbito dorsal, onde o médico introduz a sonda uretral. São realizadas duas incidências conforme o médico solicitar. Chassi deve ser colocado dentro da caixa previamente colocada na mesa e quando o médico injetar o contraste o técnico realizará o exame, quando o exame estiver sendo realizado o anestesista deverá realizar uma apnéia parcial no paciente. Estudo do colédoco no trans-operatório para que o médico tenha uma visualização se existe algum cálculo que por ventura tenha passado da vesícula para o ducto e também no pós-operatório para visualizar alguma outra anormalidade no pós-cirúrgico. Também visualizar cálculos residuais e demonstrar pequenas lesões, estreitamentos ou dilatações nos mesmos. 13 É realizado de dois a três dias após a intervenção cirúrgica para se ter o controle. Sempre lavar o dreno injetando água destilada e aspirar de volta para tirar qualquer bolha de ar e alguma secreção. Este exame é realizado com o paciente em decúbito dorsal com os braços ao longo do corpo e pernas estendidas, e também é utilizada a radioscopia. É posicionada sobre o hipocôndrio direito na saída do dreno para uma melhor visualização. Faz-se uma incidência simples em AP para ver o regime e a posição do dreno. Uma Segunda incidência injetando-se de 15 a 20ml de contraste no dreno de KHER. Após realizar três incidências: Para ver o enchimento da árvore biliar; O canal do colédoco terminal; O trânsito para o delgado. Após 15 minutos é realizada uma última incidência para ver o esvaziamento. 11 – Colecistograma ou Colecistografia oral Exame contrastado feito para detecção de cálculos biliares e para avaliar a capacidade da vesícula biliar de distensão e contração. Exame tem com principal objetivo o estudo radiológico da anatomia e da função do sistema biliar. Indicações clínicas O critério médico conforme a história clínica do paciente; Para avaliação das funções biliares; Na presença de cálculos biliares; Neoplasias na região biliar e áreas próximas; Estenose biliar; Colecistite aguda ou crônica; Anomalias congênitas. IMAGEM NEGATIVO IMAGEM POSITIVO Preparo para o exame Orientar o paciente sobre o procedimento que será realizado e fazer uma anamnese relacionada a alguma alergia. Administrar em doses orais se o exame for realizado com contraste em comprimidos, nesse caso não utilizando BOID. Iniciando às 20 horas do dia anterior ao exame. Esta administração deve ser feita de 6 a 12 comprimidos conforme o peso do paciente; NPO após a administração deste contraste até a realização do exame. Procedimento Vestir o paciente com o avental aberto para trás; Serão realizadas múltiplas incidências radiográficas conforme o solicitado. Se não houver a presença de cálculos biliares nos ductos ou na própria vesícula o paciente deverá ingerir um preparado denominado BOID, que consiste em uma mistura de açúcar e ou mel, margarina e ou manteiga e uma gema de ovo; 14 Após 40 minutos é realizada uma nova incidência radiográfica para avaliar a função da vesícula biliar. OBS.: é de grande importância que o técnico fique atento nas primeiras incidências, se existir algum cálculo biliar visível, deve- se interromper o exame. Prevenindo que alguns destes cálculos entrem no ducto colédoco e tenha-se que fazer uma nova intervenção cirúrgica. Termo geral litíase ou cálculo são termos utilizados para designar formações pétreas de composições diversas (cálcio, colesterol, urato, etc.) no organismo humano em especial nas vias urinárias e biliares. Litíase Cálculos encontrados na pelve renal, ureteres e bexiga. Colelitíase Cálculos encontrados dentro da vesícula biliar. Coledocolitíase Cálculos encontrados no trajeto do canal colédoco e ou na ampola da papila de vater. 12 – Dacriocistografia (DCG) A DCG é uma técnica diagnóstica clínica valiosa e que submete o paciente a um mínimo de complicações ou riscos, fornecendo preciosas informações que não podem ser obtidas com outros métodos diagnósticos. Exame realizado geralmente por médico oftalmologista após anestesia tópica com colírio anestésico, passando um cateter através dos canalículos lacrimais e efetuamos a realização das incidências necessárias. Estudo radiográfico contrastado dos ductos lacrimal direito ou esquerdo para investigar dilatações ou estenoses dos ductos lacrimais, ou seja, se os ductos estão pérvios a passagem de contraste. Incidências AP do crânio, estudando sempre as duas órbitas comparativamente no momento da injeçãode contraste. Contraste: Lipídico ou à base de óleo 0,5ml. Particularidade do exame esta no Técnico em Radiologia demarcar a localização especifica delineando com um fio de estranho (melhor devido ser flexível). Os pontos a serem radiografados. 13 – Defecografia É método radiológico de estudo da defecação que fornece imagens das alterações morfofuncionais da pelve e do segmento anorretal. Observando a dinâmica pélvica durante a evacuação obtendo informações detalhadas relacionadas a patologias. Constipação Diarréias intermitentes Dor no assoalho pélvico Algum tipo de disfunção relatado pelo paciente 15 Incidência exame contrastado defecografia 1 14 – EED (Esôfago – Estômago – Duodeno) REED (Radiografia de Esôfago – Estômago – Duodeno) SEED (Seriografia de Esôfago – estômago – Duodeno) O objetivo da EED é estudar radiologicamente a forma e a função do esôfago distal, estômago e duodeno, bem como detectar condições anatômicas e funcionais anormais. Indicações Clínicas Algumas indicações clínicas para o EED incluem: Úlceras pépticas Hérnia de hiato Gastrite aguda ou crônica Tumores invasivos e não invasivos. Divertículos Bezoares Métodos de exame: O exame contrastado da parte proximal do intestino com uma suspensão de sulfato de bário. O exame com um único contraste usa 180 a 300ml de bário de densidade média. O método de duplo contraste possibilita melhor visualização da superfície mucosa. De grande importância para detectar erosões superficiais e pequenas lesões polipóides. Usa-se contraste hidrossolúvel quando há suspeita da perfuração do estômago ou do duodeno. O uso de pequenas doses de glucagon para inibir temporariamente a motilidade pode ser valioso. Anatomia do estômago Exame contrastado de esôfago com estenose 16 15 – Enema opaco e ou Enema baritado (Clister opaco) O objetivo do enema opaco é estudar radiologicamente a forma e a função do intestino grosso, bem como detectar quaisquer condições anormais. Tanto o enema baritado com contraste simples quanto com duplo contraste incluem um estudo de todo o intestino grosso. As indicações clínicas do enema baritado incluem Diverticulose / diverticulite Volvo Intussuscepção Hérnia estrangulada Apendicite Diverticulose É a formação de um ou vários divertículos. É uma saliência parecida com um apêndice, que pode localizar-se em diferentes áreas do trato gastrintestinal, se manifesta com mais freqüência entre as fibras musculares das paredes do intestino grosso. Nos divertículos devido à sua conformação de cavidade oca pode penetrar e ficar retida pequena quantidade do conteúdo fecal podendo alojar-se colônias de bactérias. Diverticulite A diverticulite se instala quando os divertículos ficam inflamados ou infectados, podendo apresentar abscesso ou perfuração. Nesses casos, é maior o risco de os resíduos intestinais escaparem para a cavidade abdominal e provocarem uma complicação chamada peritonite. 17 Volvo É a torção completa de uma alça intestinal ao redor da sua fixação mesentérica, produzindo obstrução intestinal e infarto mesentérico. Os sintomas constituem de dores em cólica no abdome e distenção abdominal importante. O vôlvulo ou volvo é uma emergência médica que necessita de tratamento cirúrgico imediato, pelo risco de morte. O volvo é mais comum no cólon sigmóide obstrução do intestino grosso, a parede do intestino fica cada vez mais congestionada, hemorrágica e, por fim, gangrenosa. Pode ocorrer em conseqüência de um tumor do intestino grosso ou uma aderência surgida na parede intestinal depois de uma inflamação ou de uma cirurgia. O volvo do intestino delgado é raro. Os volvos gástricos, em geral, são associados a uma grande hérnia para-esofágica, nestes casos o paciente pode apresentar- se com forte dor epigástrica e náuseas e possíveis vômitos. Intussuscepção A invaginação intestinal, que consiste na migração distal de um segmento do intestino para o lúmen intestinal adjacente, manifesta-se geralmente por um quadro de obstrução intestinal. É uma patologia relativamente comum na idade pediátrica constituindo a causa mais freqüente de oclusão intestinal em crianças com idades entre os três meses e os seis anos de idade. Na idade adulta, a invaginação intestinal é uma situação bastante rara. Geralmente está associada a lesões orgânicas patológicas da parede intestinal nomeadamente aderências, divertículo de Meckel, hiperplasia linfóide, adenite ou traumatismo abdominal. Quanto à localização, a invaginação ileo-cólica é a mais freqüente, seguida pela ileo-ileal e colo-cólica. Hérnia estrangulada Hérnia é a protrusão de uma alça do intestino através de um orifício que se formou na parede abdominal. As hérnias acontecem por descuido da natureza na formação dessa parede, que tem de suportar pressões muito altas. As hérnias podem ainda ser consideradas congênitas, quando surgem antes do nascimento, e adquiridas, quando surgem mais tarde. Uma hérnia pode ser redutível ou irredutível conforme a massa visceral regressa ou não ao seu estado normal momentaneamente. As hérnias irredutíveis são também conhecidas como encarceradas. As hérnias encarceradas podem se tornar estranguladas, quando existe uma obliteração da circulação sanguínea. Este tipo de hérnia, extremamente perigoso, pode causar a necrose da região visceral envolvida (normalmente intestino) e sérias complicações, inclusive fatais, em poucas horas, caso não seja tratado cirurgicamente. Apendicite Apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno órgão linfático localizado no ceco a primeira porção do intestino grosso. Na maioria dos casos, o problema ocorre por obstrução da luz dessa pequena saliência do ceco pela retenção de materiais diversos com restos fecais. O quadro inflamatório-infeccioso característico da apendicite é mais freqüente entre 20 e 30 anos e pode ser extremamente grave e levar à morte se o paciente não for tratado a tempo. Método técnico Realizar sempre um abdômen simples, e introduzir o contraste até atingir o nível do ângulo hepático (flexura), posteriormente submete-se o paciente a algumas manobras abdominais, afim de que o contraste alcance a região do ceco. Com as alças intestinais cheias de contraste, radiografa-se em projeção AP (abdome panorâmico). Retira-se somente o excesso de contraste e injeta-se ar através do insuflador até causar certo desconforto ao paciente (cólica), obtendo assim o duplo contraste (Prova de Fisher), radiografando o paciente em projeção PA, (todo o intestino grosso). Logo em seguida, coloca-se o paciente em projeção P (perfil), visualizando assim o reto em perfil. Depois são realizadas as projeções: OAD para visualização detalhada da flexura esplênica OAE para visualização detalhada da flexura hepática AP com uma angulação no RC entre 20 e 30 graus cranial (axial de sínfise púbica), para estudo do cólon sigmóide de frente. 18 16 – Esôfago contrastado O exame contrastado de Raios-X é indicado quando há necessidade de se investigar órgãos e estruturas que não sejam visualizados pela técnica radiográfica simples. Esses órgãos e estruturas tornam-se visíveis pela ingestão de contraste. Para a visualização da área a ser examinada é necessária à ingestão (solução de sulfato de bário). À medida que o contraste progride nesse segmento do aparelho digestivo, são obtidas imagens seqüenciais. 17 – Fístulografia Exame contrastado que se realiza com a introdução de uma pequena quantidade de contraste através do orifício cutâneo da fístula são feitas radiografias seriadaspara definir o trajeto, a profundidade e a existência de eventuais lojas ou comunicações associadas. Não precisa preparo Exame realizado apenas com pedido médico. Esse exame utiliza contraste. Trazer resultados anteriores 18 – Flebografia ou venografia Consiste na introdução de contraste em uma veia para avaliar o trajeto dessa veia (flebografia direta), ou da artéria correspondente (flebografia indireta). 19 – Galactografia Representação dos canais ou ductos lactíferos da mama feminina por injeção de um meio de contraste na entrada do canal a examinar. 19 20 – Histerossalpingografia Exame contrastado da cavidade uterina e das tubas uterinas por injeção de um meio de contraste através da endocervix para visualização da perviedade da tuba uterina através de um instrumento especial. 21 – Invertografia Exame feito em criança recém-nascida com a ausência do ânus. O paciente fica de cabeça para baixo e localiza-se com um pedaço de chumbo a região onde deveria estar o ânus. Realizar uma primeira incidência para ver se a localização está correta. 22 – Mielografia Representação das cavidades subaracnóideas (entre a aracnóide e a pia-máter) na altura da medula espinhal, por injeção de um meio de contraste positivo, de vez em quando também negativo, através de punção do canal da medula espinhal na altura da coluna lombar (punção lombar) ou limito do pescoço com a cabeça (punção suboccipital). 20 23 – Planigrafia (técnica radiológica) Método de radiografia de planos de corte por um movimento paralelo recíproco dos tubos de raios X e do filme. Ziedes des plantes Logo descobriram que se tirassem várias radiografias em diferentes incidências e planos, podiam combinar essas imagens para obter uma localização espacial mais específica dentro do cérebro. Foi criada, então uma tecnologia específica, denominada de planigrafia linear, desenvolvida primeiramente em 1931 pelo holandês Plantes (1902-1993). Ela se baseia no movimento linear simultâneo do filme e da fonte de raios X, em direções opostas. Isso mantém o foco sobre a estrutura que se quer obter a imagem, no interior do corpo, que aparece mais nítida, em contraste com as estruturas distantes desta, que aparece desfocada. 21 Pielografia Anterógrada e Retrógrada Visualização da pelve renal e ureter Anterógrada: punção renal (procedimento de punção percutânea renal). Retrógrada: meato ureteral Método invasivo, indicado quando há falha dos exames anteriores. Pode promover infecções graves 24 – Pielografia ou Urografia Retrógrada Ao contrário da urografia excretora, este é um exame não- funcional do sistema urinário. É realizado através de um cistoscópio com entrada para pinças ou cateter de acordo com a necessidade do procedimento, pelo urologista. Geralmente é realizado em centro cirúrgico, onde o urologista, após sedação ou anestesia do paciente, introduz um cistoscópio através da uretra até a bexiga. Também chamada de pielografia retrógrada, durante o qual o meio de contraste é introduzido diretamente por via retrógrada (contra o fluxo). O médico urologista faz a cateterização previa do ureter e coloca uma espécie de cateter, para se injetar o contraste iodado. Após o cateterismo, é feito: 1ª radiografia simples, que serve para que o técnico em radiologia verifique técnica e posicionamento, e também para o urologista cheque o posicionamento do cateter. 2ª radiografia é feita após o urologista injetar de 3 a 5 ml de contraste iodado diretamente na pelve renal, sendo que o mesmo vai determinar a hora exata da exposição. 3ª radiografia e última na série habitual feita quando o urologista retira o cateter e simultaneamente injeta o contraste. Incidência – AP / Filmes – 35 x 43. Ao contrário da urografia excretora, este é um exame não- funcional do sistema urinário. Visualizar a porção coletora do sistema urinário. Avaliar a capacidade funcional dos rins Indicações clínicas Massa abdominal ou pélvica. Cálculos renais ou ureterais. Traumatismo renal. Dor no flanco. Hematúria ou sangue na urina. Hipertensão. Insuficiência renal. Infecções do trato urinário (ITU). 25 – Pneumografia (Técnica radiográfica) Representação contrastada com um meio de contraste negativo (designação generalizada). Radiografia de um órgão após injeção de ar ou de um gás nas suas cavidades. Pneumo-Encefalografia ou Cisternografia Representação das cavidades com líquido no interior e na periferia do cérebro por injeções de um meio de contraste negativo no canal da medula espinhal. 26 – Sialografia Representação das glândulas salivares por injeção de um meio de contraste positivo através de seus canais de saída. Sialografia de glândula parótida Demonstra pequenas áreas de obstrução no ducto parotídeo. Sialografia de glândula parótida: significante dilatação do ducto de Stenon 22 27 – Trânsito intestinal (Intestino Delgado) Neste exame como foi dito antes, raramente é necessário à presença do radiologista. O objetivo deste exame é visualizar o fluxo de contraste pelo intestino delgado, daí o nome de transito intestinal. O preparo do paciente é o mesmo prescrito para EED. O paciente inicia tomando 200ml de bário, sendo a primeira radiografia realizada 10 minutos após a ingestão. A seguir é ministrado mais 200ml de bário, sendo as radiografias posteriores realizadas de 30 em 30 minutos, sempre com o paciente e decúbito ventral, até que se visualize a válvula ileocecal, quando então o exame é dado por encerrado. Este é o protocolo, porém algumas vezes o radiologista pode assumir posições obliquas e até ortostáticas para definir o diagnóstico. Visão radiográfica Corpo do estômago. Passagem pela óstio pilórica. Enchimento do duodeno. Flexura duodeno-jejunal. Toda porção jejunal. Porção do íleo, até a visualização do início do colo ascendente do intestino grosso. Indicações clínicas Enterites; estenose; megacolon; tumores; pólipos; divertículos; etc. Filmes usados: 35 x 43 para panorâmica. 18 x 24 para válvula ileocecal. 28 – Urografia excretora ou venosa Representação dos rins, pelve renal, ureteres e bexiga, por injeção de um meio de contraste positivo que é eliminado pelos rins. 23 29 – Uretrocistografia miccional Este exame é realizado no paciente do sexo masculino para demonstrar todo o comprimento da uretra. A injeção do meio de contraste é feita através de dispositivos específicos denominados Clampe de Brodney Pinça de knutsen Clampe de Brodney, que é fixado ao pênis distal. Posiciona-se o paciente em obliqua posterior direita a +ou- 30° centra-se o RC na síntese púbica. Introduz-se a ponta da seringa na uretra distal e procede-se a injeção. Radiografa-se então após o início da injeção de contraste para pesar o contraste enchendo amplamente a uretra. Faz-se também um posicionamento em obliqua anterior esquerda. Após completa-se o enchimento da bexiga, retira-se o Clampe e com o paciente em ortostática. Realizam-se as radiografias miccionais. Realiza-se um AP após o paciente eliminar todo o contraste da bexiga (pós miccional). Filmes: 24 x 30 30 – Variações (Linfografia) Exame radiológico dos vasos e dos gânglios linfáticos após injeção de um meio de contraste num canal linfático ou diretamente no tecido intersticial. Visualização do sistema linfático localizado. Linfangiografia relacionada ao sistema linfático em geral. Linfodenografia relacionado aos linfonodos de regiões específicas como cervical (pescoço), axilar e pélvica(trapézio de fletcher) pela radiografia, após a injeção de um meio de contraste lipídico. 24 MEIOS DE CONTRASTE 25 Introdução Os meios de contraste iodados são substâncias radiodensas capazes de melhorar a definição das imagens obtidas em exames radiológicos. São essenciais para o estudo vascular. Meios de contraste O que são meios de contraste? São substâncias capazes de melhorar a definição das imagens obtidas em exames radiológicos Qual objetivo de uso? Fornecer os conceitos relacionados aos fármacos utilizados na prática radiológica cujo objetivo é evidenciar tecidos e processos biológicos Qual a diferença entre osmolaridade e osmolalidade e qual o seu significado? Ambos refletem a concentração de partículas osmoticamente ativas na solução, sendo que: Osmolaridade refere-se diretamente a diluição por litro de solução. Osmolalidade refere-se diretamente a diluição por quilo de solução em água. Meio de contraste ideal NÃO EXISTE, mas teria as seguintes propriedades: Hidrossolúvel Inerte Estabilidade química e térmica Baixa viscosidade Hipo ou isosmolar em relação ao plasma Excreção seletiva renal Seguro e barato Organograma dos tipos de contraste Composição A estrutura básica dos meios de contraste iodados hidrossolúveis deriva do ácido benzóico, onde estão fixados três átomos de iodo com a associação de dois radicais orgânicos. Os radicais orgânicos conferem um caráter hidrofílico á molécula. A molécula pode ser composta por um anel benzênico denominado monômero triiodado. 26 Características gerais das manifestações adversas ao uso dos contrastes Quanto maior a osmolalidade, maior a vasodilatação periférica. Redução aguda da PA Aumento da freqüência cardíaca e maior consumo de O² Quanto maior a viscosidade, maior dificuldade terá a solução para se misturar ao plasma e aos fluídos corpóreos. Decisões antes de injetar o contraste Avaliar risco, situação custo benefício. Avaliar alternativas Ter certeza precisa da indicação do contraste Estabelecer procedimentos de informação ao paciente Determinar previamente a política de complicações Reações adversas aos meios de contraste Classificação e incidência Reações adversas aos meios de contraste são inevitáveis Podem variar em severidade Podem ocorrer após única administração ou múltiplas A verdadeira incidência é desconhecida Pode ser subdividido quanto: Mecanismos etiológicos que as desencadeiam. Gravidade dos seus efeitos. Tempo de início dos sintomas após administração do agente. Quanto ao mecanismo etiológico Reações anafilactóides ou idiossincráticas Reações não-idiossincráticas Reações combinadas Idiossincrasia Significado de Idiossincrasia Maneira de ver, sentir, reagir peculiar a cada pessoa. (É uma disposição do temperamento, da sensibilidade que faz com que um indivíduo sinta, de modo especial e muito seu, a influência de diversos agentes). Anafilaxia Significado de Anafilaxia Aumento da sensibilidade do organismo diante de determinada substância, provocado pela aplicação prévia (injeção ou ingestão) de uma dose, embora mínima, dessa substância. Reações anafilactóides ou idiossincráticas Anafilaxia � Reação alérgica aguda, caracterizada pela presença de urticária, angioedema, hipotensão com taquicardia, broncoespasmo e edema de glote. Todo quadro clínico acontece em conseqüência da liberação maciça de mediadores químicos de mastócitos e basófilos, em resposta à exposição a um antígeno específico. O que é alergia? O sistema imunológico pode falhar e não cumprir com sua obrigação ou até voltando-se contra o indivíduo. Isto pode acontecer de duas maneiras, funcionando de forma insuficiente (imunodeficiência) ou exagerada em relação a substâncias que normalmente são bem toleradas pela maioria, acontecendo com isto o que se conhece pelo nome de ALERGIA. Reações não-idiossincráticas 1 – Efeitos tóxicos diretos Osmotoxicidade Quimiotoxicidade Órgão-específico 2 – Reações vasomotoras (vagais) 1 – Efeitos tóxicos diretos Podem estar relacionados à dose ou à concentração do meio de contraste. Têm um órgão-alvo específico. Varia com a velocidade de infusão e via de administração. Osmotoxicidade Fenômenos não-específicos relacionados à concentração elevada desses agentes. Manifestações clínicas da osmotoxicidade Dor e desconforto no local da injeção. Alterações na barreira hematoencefálica. Hipotensão com bradicardia. Seu mecanismo de ação está relacionado à expansão aguda do volume plasmático, vasodilatação generalizada, rigidez das hemácias, liberação de histamina e lesão do endotélio vascular aumentando a possibilidade de flebite e evolução para trombose. Quimiotoxicidade Causada por uma reação secundária a propriedades intrínsecas (internas) das moléculas Interações não-específicas entre as moléculas do contraste e as macromoléculas biológicas Interações hidrofílicas (que necessitam de água nas interações com as moléculas). Diminuição do risco de reação com os agentes por serem hidrossolúveis. Interações hidrófobas (que não necessitam de água nas interações com as moléculas). Aumento da probabilidade de reações adversas devido às concentrações não se diluírem. 27 Órgão-específico São reações diretas em determinados órgãos observando-se manifestações clínicas da toxicidade. Manifestações clínicas da toxicidade direta órgão-específico Pele Sintomas e sinais no local da aplicação Dor Inchaço Calor Eritema Pápulas Trato gastrintestinal Náuseas Vômitos Diarréia Sistema nervoso central Cefaléia Confusão Vertigem Tontura Convulsão Rins Redução do débito urinário Hipertensão Sistema respiratório Dispnéia Broncoespasmo Pacientes com história de asma podem evoluir com broncoespasmo sintomático para situação clinica grave, chegando à manifestação de hipóxia por apnéia. Sistema cardiovascular Alteração cardíaca pode ser acompanhada por: Dispnéia HAS Alterações no ECG Arritmia Assistolia Pode evoluir para: Taquicardia ventricular (Traçado de ECG revertido com desfibrilação) Fibrilação ventricular (Situação clínica mais grave. Traçado de ECG revertido com desfibrilação) Parada cardio-respiratória – PCR 2 – Reações vasomotoras (vagais) São reações que ocorrem durante a administração dos meios de contraste, ou pela distensão visceral ou dor, pelo trauma da punção cutânea. E também associada à compressão arterial para hemostasia após um determinado procedimento. Manifestações clínicas Depressão cardíaca com bradicardia e vasodilatação Sudorese Palidez cutânea Confusão mental Diminuição do nível de consciência Náuseas e vômitos Liberação esfincteriana Podem evoluir a PCR Causa desconhecida Mais intensas em pacientes com medo e ansiedade Reações combinadas Associação entre os efeitos da toxicidade direta com as reações anafilactóides e vasomotoras, evoluindo de forma complexa, freqüentemente levando o indivíduo a manisfetações graves evoluindo para possível choque anafilático fatal. Quanto ao grau de severidade Reações adversas leves Geralmente não requer tratamento medicamentoso, apenas observação. Reações adversas moderadas Freqüentemente requer tratamento medicamentoso e observação, sem hospitalização. Reações adversas graves Necessita atendimento imediato, maior morbiletalidade, requer hospitalização. Reações adversas fatais Colapso cardio-respiratório, edema pulmonar, coma, broncoespasmo intratável e obstrução de via aérea. Quantoao tempo decorrido após a administração Agudas ou imediatas Ocorrem no período em que o paciente está em observação no serviço de radiologia 5 a 20 minutos após administração do agente Tardias Ocorrem após o paciente deixar o serviço de radiologia sintomas e sinais variados 1 hora ou mais a partir da administração do contraste 28 Quanto ao tempo decorrido após a administração Acredita-se que o mecanismo fisiopatológico das reações imediatas aos agentes de contraste seja do tipo pseudo-alérgico, enquanto existem evidências de que os eventos tardios são verdadeiramente alérgicos. Aspectos gerais de observação das reações adversas e riscos Sinais e sintomas importantes URTICÁRIA pode aparecer sob a forma de pequenas regiões ou extensas placas avermelhadas, referida pelo paciente como "coceira" (prurido). EDEMA NAS PÁLPEBRAS é referido pelo paciente como “olho inchado" ou “não consegue abrir o olho“. EDEMA FACIAL pode ser observado através de uma vermelhidão e edema parcial ou de toda a face. È referido pelo paciente como "sensação de lábio inchado" e/ou "sensação de orelha grande”. TOSSE E PIGARO podem ser em função de edema da glote. ROUQUIDÃO pode ser observada conversando com o paciente, sendo percebida através da mudança do timbre da voz. Pode ser em função de edema da glote. DISPNÉIA referida pelo paciente como "falta de ar", ocorre em função de edema da glote ou de broncoespasmo. Antes de decidir pela utilização dos meios de contraste em um paciente, alguns aspectos devem ser considerados. Consultar e esclarecer o paciente, evitando dúvidas que possam gerar ansiedade. Avaliar sua história e condição clínica, bem como pesar as conseqüências do uso de contraste, considerando outras alternativas diagnósticas. Checar todos os fatores de risco, inclusive medicações em uso, agentes nefrotóxicos, Beta-bloqueadores, anti-hiperglicemiantes orais. Agentes de contraste não-iônicos São menos tóxicos do que os iônicos Menor osmolalidade Ausência de carga elétrica Maior hidrofilicidade Metabolicamente estáveis Têm baixa capacidade de ligação com proteínas São excretados rápida e completamente Contrastes não-iônicos são mais seguros do que os iônicos, porém seu custo continua restringindo sua utilização mais ampla. Agentes não-iônicos em pacientes de alto risco causam menor alteração do volume intravascular, de distúrbios cardíacos e de lesão renal. A freqüência de reações adversas é maior em indivíduos com história de alergia e asma e com antecedente de reação prévia aos meios de contraste Fatores de risco Hipersensibilidade ao agente de contraste Alergia Hipertireoidismo Desidratação Insuficiência cardiovascular severa Insuficiência pulmonar Insuficiência renal Nefropatia em pacientes diabéticos Doença auto-imune Idade avançada Ansiedade Apesar do risco = administrar o agente de contraste iodado = considerar: Utilizar agentes não-iônicos Usar substâncias com menor concentração possível Hidratar o paciente Estabilizar as condições psicológicas do paciente Uso de pre-medicação Otimizar a utilização dos equipamentos e da equipe médica Em caso de reações adversas (RA), estar preparado para iniciar medidas terapêuticas imediatamente. Medidas profiláticas Muita controvérsia clínica de manuseio Prevenir ou, pelo menos, minimizar as reações adversas aos meios de contraste. Profilaxia de competência do Técnico em radiologia Hidratação NPO Grau de hidratação adequado pode reduzir efeitos do contraste, especialmente os relacionados à nefrotoxicidade. Pequenas refeições até duas horas antes de utilizar agentes não- iônicos por via endovenosa não parecem trazer prejuízos ao paciente e exame. Pacientes que não se alimentam ou ingerem líquidos por um período de tempo prolongado ansiosos e menos cooperativos no momento do exame tem maior suscetibilidade às RA. A informação de NPO deve ser e estar completamente esclarecida para paciente e ou responsável, quando ocorrer o jejum completo. 29 Conclusões Todo paciente deve ser considerado potencialmente de risco. Mesmo que não apresente fator de risco. Mesmo que já tenha utilizado previamente sem efeitos colaterais. Todo paciente deve ser informado dos riscos potencias decorrentes da utilização do meio de contraste iodados e assinar um termo de esclarecimento. A documentação precisa conter anamnese, antecedentes pessoais, motivo do exame, indicação do contraste, agente escolhido, evolução imediata após administração do contraste e, eventualmente, evolução tardia. Meios de contraste iodados são agentes seguros. Agentes não-iônicos são mais seguros e mais bem tolerados pelos pacientes. Organograma localizador Exames do modulo II Colangiografia Venosa Colangiopancretografia retrgrada endoscpica (CPRE) Colangiografia trans-operatrio e ou intra- operatrio por dreno Colecistograma oral ou colecistografia Dacriocistografia (DCG) Esfago contrastado EED (Esfago – Estmago – Duodeno) REED (Radiografia de Esfago-Estmago-Duodeno) SEED (Seriografia de Esfago-estmago-Duodeno) Enema opaco e ou enema baritado (Clister Opaco) Defecografia Fstulografia Flebografia ou venografia Pâncreas O pncreas produz atravs de uma secreo excrina o suco pancre tico que entra no duodeno atravs dos ductos pancre ticos, esta secreo endcrina produz glucagon e insulina que entram no sangue. O pncreas achatado no sentido antero- posterior, ele apresenta uma face anterior e outra posterior, com uma borda superior e inferior e sua localizao posterior ao estmago. O pncreas tem as seguintes funes: Dissolver carboidrato (amilase pancre tica); Dissolver protenas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elast se); Dissolver triglicerdios nos adultos (lpase pancre tica); Dissolver cidos nuclicos (ribonuclease e desoxirribonuclease). Ducto Pancreático O ducto pancre tico principal comea na cauda do pncreas e corre para sua cabea, onde se curva inferiormente e est intimamente relacionada com o ducto coldoco. O ducto pancre tico se une ao ducto coldoco (fgado e vescula biliar) e entra no duodeno como um ducto comum chamado ampola hepatopancre tica. Icterícia Conceito Pigmentao amarelada da pele e mucosas por deposio de bilirrubina. Esclertica e mucosa jugal so os locais onde a ictercia detectada mais facilmente. Deve ser distinguida de outras causas de pigmentao amarela, como carotenemia (colorao amarelada da pele, mas no da esclertica), uso de quinacrina e exposio excessiva a fenis. Colangite aguda Infeco bacteriana do sistema biliar – Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Bacteriodies fragilis, enterococos. Causa: obstruo biliar + concentrao bacteriana na bile de estase Tríade de Charcot: ictercia, febre e dor abdominal. Pêntade de Reynold: ictercia, febre, dor abdominal, obnubilao mental e hipotenso – colangite txica. Tratamento: ATB + desobstruo da via biliar Colangite bacteriana Tríade de Charcot: clica biliar, ictercia, febre e calafrios (70 % dos casos) Pressupe: obstruo biliar Organismos predominantes na bile: E. coli, Klebsiella, Pseudomonas, Enterococcus e Proteus Complicaes: spsis Exames complementares US abdominal Radiografia abdominal simples TC abdominal RMN abdominal CPRE Cintilografia Colangio-ressonância Ecoendoscopia Colangiografia Representação das vias biliares (árvore biliar) por meio da aplicação de um contraste injetado por uma via venosa, direto na via biliar ou através de um dreno previamente instalado cirurgicamente. Existem também as colangiografias cirúrgicas (trans-operatórias) que por injeção direta deum meio de contraste no canal colédoco. E a colangiografia pós-operatória, onde a injeção do meio de contraste se realiza por um dreno colocado no canal durante a cirurgia. Dica importante os exames de: Colangiografia venosa Colangiografia trans e intra-operatória CPRE Tem exclusiva visualização da: Árvore biliar Colecistograma ou colecistografia oral Tem visualização da: Vesícula biliar Definições Colelitíase ou Colecistolitíase ou Litíase Vesicular: cálculo na vesícula biliar Coledocolitíase ou Litíase da Via Biliar Principal: cálculo no colédoco ou no ducto hepático comum Litíase intra-hepática: cálculo na árvore biliar intra-hepática Colecistite: processo inflamatório agudo ou crônico da vesícula biliar Colangite: Infecção dos ductos biliares Colecistite Aguda Obstrução do canal cístico persistência vesícula distendida, com paredes inflamadas e edemaciadas. Isquemia, necrose da parede vesicular, infecção/sepse em casos graves. Colangiografia venosa ou endovenosa O objetivo do exame de colangiografia venosa é estudar radiologicamente as vias biliares através de infusão endovenosa de contraste. Sempre realizado com meio contraste iodado. Indicações clínicas: Uma vesícula biliar não visualizada durante um colecistograma oral Pacientes colecistectomizados Vômitos ou diarréia intensa no caso que impediu a absorção do meio de contraste prévio para um exame de colecistograma. Contra-indicações: A contra-indicação a colangiografia venosa é devido à elevada incidência de reações ao meio de contraste. Deve ser bem avaliada pelo técnico de radiologia conforme a prescrição e realização do exame. Colangiopancreátografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) É um exame contrastado onde se injeta um contraste diretamente no trajeto do colédoco e ductos biliares através de um endoscópio introduzido por via oral para visualizar cálculos residuais e demonstrar pequenas lesões, estreitamentos ou dilatações nos mesmos. Colangiografia trans e ou intra-operatório por dreno É realizado no centro cirúrgico. Antes de começar a cirurgia é colocada uma caixa entre a mesa e o colchão com a borda inferior da caixa na altura da crista ilíaca. A mesa em que é realizada a trans-operatória deve ser uma mesa especial para ser feito este exame. O paciente em decúbito dorsal em procedimento cirúrgico será colocado no coledoco uma sonda uretral ou dreno de kher (dreno em T). Para drenagem e observação de prováveis formações de colelitos. Incluindo controle de colangiografia no setor de radiologia convencional. Chassi deve ser colocado dentro da caixa previamente colocada na mesa e quando o médico injetar o contraste o técnico realizará o exame, quando o exame estiver sendo realizado o anestesista deverá realizar uma apnéia parcial no paciente. Colecistografia Oral ou Colecistograma Exame contrastado feito para detecção de cálculos biliares e para avaliar a capacidade da vesícula biliar de distensão e contração. Exame tem como principal objetivo o estudo radiológico da anatomia e da função do sistema biliar. Indicações clínicas A critério médico conforme a história clínica do paciente; Para avaliação das funções biliares; Na presença de cálculos biliares; Neoplasias na região biliar e áreas próximas; Estenose biliar; Colecistite aguda ou crônica; Anomalias congênitas. E perviedade Contra-indicações: As contra-indicações ao colecistograma oral são poucas, mas incluem: (1) doença hepato-renal avançada, principalmente aquelas com comprometimento renal; (2) doença gastro-intestinal ativa, tal como vômito ou diarréia, que impediria a absorção de meio de contraste oral durante o exame. (3) hipersensibilidade a composto contendo iodo. No exame de colecistografia utiliza-se uma técnica conhecida como: Prova de Boid ou Boyden Que consiste em administrar por via oral uma mistura de substâncias gordurosas, açucaradas e contraste para estimulação, provocando um esvaziamento da vesícula biliar. Observar o risco em pacientes portadores de cálculos biliares multiformes, o que não é aconselhável. Exemplo: Mistura de mel com manteiga e contraste Mistura de uma gemada com manteiga e contraste Dacriocistografia (DCG) É um exame radiológico contrastado das vias lacrimais e está indicado nos pacientes que apresentam lacrimejamento excessivo e persistente. É realizado por médico oftalmologista com conhecimento clínico e cirúrgico nas patologias das vias lacrimais. A DCG é uma técnica diagnóstica clínica valiosa e que submete as pacientes a um mínimo de complicações ou riscos, nos fornecendo preciosas informações que não podem ser obtidas com outros métodos diagnósticos. Após anestesia tópica com colírio anestésico, cateterizamos os canalículos lacrimais e efetuamos a realização das películas radiológicas. É útil para localizar a obstrução parcial ou total do sistema de drenagem lacrimal e identificar os fatores etiológicos comprometidos. É de grande utilidade para os pacientes com bloqueio funcional e permeabilidade do sistema excretor. Com a dacriocistografia poderemos identificar: Cálculos lacrimais, os tumores, os divertículos, as fístulas e as seqüelas traumáticas e programar corretamente o tratamento. Estudo radiográfico contrastado dos ductos lacrimais direito ou esquerdo tem principal abordagem para investigar dilatações, estenoses ou algum tipo de oclusão patogênica. Esôfago contrastado O exame contrastado indicado quando há necessidade de investigação do trajeto da cavidade e suas estruturas não visualizadas no exame radiolgico convencional do esfago. As estruturas tornam-se visveis pela ingesto de um meio de contraste. Geralmente baritado. Que deve ser administrado com cautela. O profissional respons vel que realizar o exame dever conhecer a histria clnica do paciente. Chamada? ANAMNESE Para a visualizao da rea a ser examinada necess ria a ingesto (soluo de sulfato de b rio e ou contraste iodado) medida que o contraste progride nesse segmento do aparelho digestivo, so obtidas as imagens que sero estudadas. Importantssimo Jamais devemos utilizar bário quando existir suspeita de perfuração por trauma ou alteração fisiológica EED (Esfago- Estmago-Duodeno) REED (Radiografia de Esfago – Estmago – Duodeno) SEED (Seriografia de Esfago – estmago – Duodeno) O objetivo do exame EED estudar radiologicamente a forma e a funo do esfago distal, estmago e duodeno, bem como detectar condies anatmicas e funcionais normais ou com algum tipo de alterao patolgica. Indicaes Clnicas Algumas indicaes clnicas para realizao do EED incluem: - Bezoares - Divertculos - Gastrite aguda ou crnica - Herniaes de hiato ou de parede esof gica - Tumores invasivos e no invasivos - lceras ppticas Bezoar um tipo especial de “tumorao”, formada no lmen do aparelho digestivo a partir da ingesta continuada e prolongada, intencional de materiais no comestveis, de medicamentos de uso continuo ou de alimentos que compe o dia a dia da dieta do paciente. So corpos estranhos que formam massas no lmen g strico ou intestinal Pacientes com distrbios psiqui tricos ou retardo mental, Pacientes que apresentem alteraes motoras do estmago, decorrentes de vagotomias. Pacientes com gastrectomias ou em decorrncia de patologias que cursem com neuropatia visceral (ex.: diabetes). A classificao dos bezoares feita de acordo com o contedo da massa. Que tipo de material pode acumular, formando o bezoar? Cabelo humano, resultante de ingesto freqente (tricofagia), com maior incidncia em crianas e mulheres jovens com problemas psiqui tricos, sendo denominado tricobezoar. Os fitobezoares contendo fibras ou
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