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Acordão 2017 70072009939 Função Social da Empresa

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
IDA
Nº 70072009939 (Nº CNJ: 0411187-71.2016.8.21.7000)
2016/Cível
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA. CELEBRAÇÃO DE “CONTRATO DE MÚTUO COM GARANTIA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA”. NECESSIDADE DE INGRESSO DE CAPITAL PARA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE PRODUTIVA. CASO CONCRETO.
1. Decisão que tem por finalidade assegurar a possibilidade de superação da situação de crise econômico-financeira da agravada, permitindo a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
2. Hipótese em que a “Contrato de Mútuo com Garantia de Alienação Fiduciária” propiciará o aporte de recursos financeiros necessários à manutenção da atividade produtiva, com minuciosa fiscalização do Administrador Judicial. Além disso, haverá posterior submissão do negócio à AGC. Inteligência do art. 47 da Lei n. 11.101/2005. 
RECURSO DESPROVIDO.
	Agravo de Instrumento
	Quinta Câmara Cível
	Nº 70072009939 (Nº CNJ: 0411187-71.2016.8.21.7000)
	Comarca de Caxias do Sul
	BADESUL DESENVOLVIMENTO S.A. AGENCIA DE FOMENTO/RS 
	AGRAVANTE
	GUERRA S.A. IMPLEMENTOS RODOVIARIOS 
	AGRAVADO
	TOLSTOI INVESTIMENTOS S.A. 
	AGRAVADO
	MAM PARTICIPACOES LTDA 
	AGRAVADO
	GUERRA SA IMPLEMENTOS RODOVIARIOS EM REC JUDICIAL 
	INTERESSADO
	TOLSTOI INVESTIMENTOS SA EM RECUPERACAO JUDICIAL 
	INTERESSADO
	MAM PARTICIPACOES LTDA EM RECUPERACAO JUDICIAL 
	INTERESSADO
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Desembargadores integrantes da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao recurso.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores Des. Jorge Luiz Lopes do Canto (Presidente) e Des. Jorge André Pereira Gailhard.
Porto Alegre, 26 de abril de 2017.
DES.ª ISABEL DIAS ALMEIDA, 
Relatora.
RELATÓRIO
Des.ª Isabel Dias Almeida (RELATORA)
Trata-se de agravo de instrumento interposto por BADESUL DESENVOLVIMENTO S.A. AGÊNCIA DE FOMENTO/RS contra a decisão das fls. 44-51 que, nos autos do pedido de processamento da recuperação judicial formulado por GUERRA S.A. - IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS, MAM PARTICIPAÇÕES LTDA e TOLSTOI INVESTIMENTOS S/A, autorizou a recuperanda a firmar Instrumento público de “Contrato de Mútuo com Garantia de Alienação Fiduciária” com a empresa Grotowski Empreendimentos e Participações S/A, nos seguintes termos:
 Vistos. 
As recuperandas Guerra S/A Implementos Rodoviários e Tolstoi Investimentos S/A apresentaram nos autos quatro propostas que afirmam ser de ‘aporte de capital’, as quais foram descritas na decisão das fls. 7.183/7.185. 
Após a manifestação do administrador judicial, opinando pela avaliação do bem, com o o que concordou a ilustre representante do parquet, à fl. 6.363 foi determinada a avaliação do bem objeto da proposta de alienação, sendo nomeado perito para realização. 
Contrariadas com a determinação de avaliação prévia, as recuperandas interpuseram Agravo de Instrumento contra a decisão (fls. 6.564/6.595), sobrevindo a decisão das fls. 7.037/7.039 indeferindo a antecipação de tutela recursal de alienação do bem sem prévia avaliação. 
Em decorrência, as recuperandas apresentaram as duas novas propostas de ‘capitalização’, não mais mediante compra e venda, mas sim contrato de mútuo com garantia de alienação fiduciária. 
Em seguida, aportou aos autos a 5ª proposta de aporte de capital, nos seguintes termos: 
· 5ª proposta (fls. 7.261/7.266) formalizada pela empresa Grotowski Empreendimentos e Participações S/A: Instrumento Público de Contrato de Mútuo com Garantia de Alienação Fiduciária, no valor de R$35.000.000,00, liberados em duas tranches, restando alienado fiduciariamente em favor da mutuante o imóvel matricula nº 87.846, tudo nos seguintes termos; 
· 1ª tranche: R$19.341.600,00, a serem desembolsados mediante 4 parcelas, sendo a 1ª no valor de R$7.341.600,00, liberada após a devida constituição da garantia, e as demais 3 parcelas no valor de R$4.000.000,00, liberadas semanalmente. O valor deverá ser restituído no prazo de 5 anos contados do desembolso, acrescidos de juros de 1% ao mês; 
· 2ª tranche: R$15.658.400,00, liberados após a homologação do plano de recuperação judicial da Guerra S/A, preferencialmente mediante a emissão de debêntures privadas da empresa recuperanda conversíveis em ações e/ou outro mecanismo que vier a ser aprovado pelos credores. Tal valor será acrescido de juros legais de 1% ao mês ou, conforme aprovado no plano. 
De se ressaltar que os valores da proposta acima referida serão desembolsados pela Grotowski Empreendimentos e Participações, porém tem como origem recursos vindos do FUNDO DE INVESTIMENTO EM PARTICIPAÇÕES BRAZIL CAPITAL GROWTH PARTNERS II, que é acionista e controlador da já referida Empresa. 
O Administrador Judicial manifestou-se às fls. 7.292/7.294, concordando com a proposta apresentada, mediante a correspondente prestação de contas mensal da utilização do aporte. 
Com vista dos autos, o MP apresentou parecer favorável (fl. 7.295), reiterando a necessária prestação de contas. 
Tal proposta é, agora, submetida ao juízo a fim de que seja autorizada a firmatura do instrumento legal de mútuo com garantia de alienação. 
Decido. 
Inicialmente, destaco que o Sr. Administrador Judicial apresentou manifestação às fls. 7.204/7.247 acostando o relatório da recuperação, demonstrando claramente a agravada situação financeira apresentada pela empresa recuperanda. 
As recuperandas, a partir de 18/08/2016, apresentaram propostas de aporte de capital na empresa, no total de cinco, inicialmente buscando a venda do único imóvel da empresa que não encontra-se gravado, que foram sendo modificadas no decorrer do período, até se chegar na 5ª proposta (acostada às fls. 7.261/7.267), consubstanciada em um mútuo com garantia de alienação fiduciária do mesmo bem matriculado sob o nº 87.846. 
Ressalto ser esta última a proposta submetida à presente análise. 
Como referi anteriormente, indubitável se apresenta a situação crítica em que se encontra a empresa recuperanda (atualmente sem expediente em razão de licença concedida aos funcionários). Há mais de 800 empregos diretos da mesma e tantos outros indiretos, os quais requerem a mínima prudência na análise da proposta, uma vez que se trata do único bem livre e desembaraçado que a empresa possui. 
A respectiva avaliação do imóvel já foi determinada anteriormente, inclusive com a nomeação do perito, sendo que resta mantida. 
Em relação ao aporte, como bem referiu o Sr. Administrador, a proposta trazida aos autos pela recuperanda MAM Participações seria melhor do que a submetida à presente apreciação, uma vez que representaria um aporte maior de recursos. Todavia, não se pode olvidar que a mesma não representa qualquer aporte de capital de forma imediata e, ainda, é condicionada à aceitação da empresa que detém o controle acionário da recuperanda (Tolstoi), pois ensejaria a venda de 100% das suas ações, o que, como bem referiu o Administrador, já foi rechaçado pela mesma, ainda que informalmente. Ainda, eventual disputa societária atrasaria ainda mais o aporte. 
No mesmo sentido, é fato que o não ingresso de recursos na empresa, neste momento, ocasionará o colapso em suas finanças, o que por certo ensejaria a convolação em falência, não desejada. 
Outrossim, é de conhecimento que as empresas em recuperação enfrentam inúmeras dificuldades na concessão de crédito, uma vez que a regulação bancária impõe ônus pesadíssimos aos bancos que emprestam às mesmas, pelo que resta às empresas, em havendo proposta, a utilização dos empréstimos conhecidos como DIP, oriundos da legislação norte americana. 
Assim, a proposta submetida à apreciação, na modalidade de financiamento DIP-Loan, traz a previsãode registro da alienação fiduciária em garantia ao mútuo a ser formalizado, com a expressa ressalva que, acaso o Plano de Recuperação não seja homologado, ocorrerá a condição resolutiva, pelo que a Alienação Fiduciária em favor do credor deverá ser convertida em Hipoteca no valor do aporte até então integralizado. 
Ainda que a proposta represente a transferência da titularidade do imóvel para a empresa credora, entendo que a negociação, na forma em que proposta, resguarda os interesses tanto dos funcionários como dos credores, além de preservar a empresa, haja vista que será objeto de apreciação na Assembleia Geral. Ainda, inexiste qualquer vedação legal à celebração do mútuo, na medida em que os artigos 66 e 67 da Lei 11.101/05 servem de estímulo ao fornecimento de crédito à recuperanda. 
Ademais, já restou explanado a este juízo que o valor do aporte proporcionará a retomada das atividades da empresa, com a consequente reestruturação financeira, sendo suficiente para alavancar a recuperação. Não deixo de ressaltar que a utilização dos recursos será minuciosamente fiscalizada pelo Sr. Administrador Judicial, uma vez que inexiste comitê de credores constituído. 
Nesse sentido, diante da situação posta, bem como no intuito da preservação da empresa e, em consequência, os inúmeros empregos diretos e indiretos, parece-me evidente a utilidade do aporte de capital na forma proposta. 
Ante o exposto, com fundamento nos artigos 66, 67 e 84, inciso V, ambos da Lei 11.101/2005, DEFIRO o pedido formulado às fls. 7.261/7.262, a fim de AUTORIZAR a recuperanda Guerra S/A a firmar com a Grotowski Empreendimentos e Participações S/A o ‘Instrumento Público de Contrato de Mútuo com Garantia de Alienação Fiduciária’, nos exatos termos da proposta das fls. 7.264/7.266, devendo ser acostado aos autos cópia autenticada do instrumento, no prazo de 5 dias contados da assinatura. 
Consigno que deverá o Administrador Judicial fiscalizar a utilização dos referidos recursos, mediante a prestação de contas mensal da empresa recuperanda, que desde já vai determinada. 
Expeça-se ofício ao Cartório de Registro de Imóveis de Caxias do Sul/RS, a fim de que seja efetuado o registro do referido instrumento de constituição de alienação, à margem da matrícula nº 87.846, com urgência, haja vista se tratar de empresa em recuperação judicial. 
Intimem-se, inclusive as recuperandas para apresentar o Plano de Recuperação Consolidado, com a inclusão da presente proposta de capitalização ora autorizada, no prazo de 10 dias, a fim de que sejam publicados os respectivos editais. 
Em relação à postulação da MAM Participações, apresentada à fl. 7.250, item ‘b’, ressalto que a autorização postulada decorre da própria Lei 6.404/76, haja vista se tratar de acionista detentor de mais de 5% do capital. 
Intimem-se. 
Após, aguarde-se a realização da avaliação judicial já determinada. 
[grifo no original]
Em suas razões (fls. 04-10), elabora relato dos fatos e sustenta que a recuperação judicial tramita há mais de um ano e meio sem qualquer providência relevante em favor dos credores. Aduz que a celebração do negócio, a priori, apenas aumenta o endividamento. Defende a necessidade de prévia autorização da AGC, nos termos do art. 35, I, “f” e 50, IX, da Lei 11.101/2005. Refere que a ausência de convocação de assembleia geral implica no descumprimento do art. 56, §1º, da Lei n. 11.101/05. Alega falta de transparência a respeito da real situação financeira. Defende que o magistrado deve se limitar ao controle da legalidade dos procedimentos ocorridos na recuperação e não assumir o fardo de analisar a viabilidade econômico-financeira da empresa e do contrato de mútuo em tela. Pugna pela concessão de efeito suspensivo Requer o provimento do recurso.
Foi indeferido o pedido de efeito suspensivo (fls. 140-148).
Apresentadas contrarrazões exclusivamente pelas agravadas Guerra e Tolstoi (fls. 155-167 e 177), no sentido da manutenção da decisão recorrida.
O Ministério Público opinou pelo desprovimento do recurso (fls. 182-185).
Vieram os autos conclusos para julgamento.
É o relatório.
VOTOS
Des.ª Isabel Dias Almeida (RELATORA)
O recurso é próprio, tempestivo e está dispensado do pagamento do preparo (fl. 32). Admito o recurso por aplicação analógica do disposto no parágrafo único do art. 1.015 do CPC, considerada a especialidade do procedimento de recuperação judicial previsto em lei própria.
A controvérsia recursal diz respeito à firmatura do Instrumento público de “Contrato de Mútuo com Garantia de Alienação Fiduciária”.
Pois bem. Na esteira do entendimento firmado na origem, entendo que o negócio em tela é aparentemente favorável aos interesses dos credores, na medida em que fornece recursos para a manutenção da atividade produtiva e, em última análise, cumprimento do plano e pagamento dos credores. 
Também não há falar em ofensa aos arts. 35, I, “f” e 50, IX e 56, todos da Lei 11.101/2005, pois a celebração do contrato será objeto de futura apreciação pela AGC. 
Além disso, foi determinada a realização de perícia judicial para avaliação do bem e a utilização dos recursos obtidos será minuciosamente fiscalizada pelo Sr. Administrador judicial.
Nessa linha, o entendimento do Ministério Público na origem, conforme parecer da ilustre Promotora de Justiça, Dra. Márcia Corso Ruaro, cuja fundamentação peço vênia para transcrever e adoto como razões de decidir (fls. 74):
(...) Da análise da situação atuação, constata-se que a recuperanda Guerra S/A – Implementos Rodoviários vivencia uma situação financeira extremamente difícil, a uma, pela falta inequívoca de capital de giro capaz de saldar a folha de pagamento de seus funcionários, bem como que arcar com o pagamento dos fornecedores; e, por outro lado, pelo que é informado, não sofre com a falta de pedidos, mas sim com a falta no compromisso de entregar seus produtos ao mercado.
Evidente que a capitalização da empresa, nesse momento, diante da situação vivenciada por ela é a medida que mais se ajusta, uma vez que, tendo-se como objetivo primordial a recuperação da empresa com a sua atividade regular, gerando emprego, movimentando a economia e gerando crédito capaz de alavancar as vendas, com responsabilidade alcançará a sua regularidade.
Nesse passo, a última proposta apresentada vem ao encontro dos interesses da recuperanda que visa à recuperação da empresa, devendo ser analisada neste momento ante a urgência da capitalização, cabendo aos credores a deliberação sobre os demais termos do contrato. (...)
No mesmo sentido, o douto parecer do ilustre Procurador de Justiça, neste grau de jurisdição. Acrescente-se a isso a manifestação do Sr,. Administrador Judicial (fls. 68-71):
(...) A necessidade imediata de ingresso de capital de giro na empresa operacional é, inclusive, consenso entre todas as três recuperandas (...) pela primeira vez desde o início da recuperação judicial, atraso no pagamento de salários, afetando quem tem a necessidade mais imediata da remuneração e que faz o trabalho pesado na linha de produção. Além disso, este Administrador Judicial tem vivenciado, nas últimas duas semanas, a absoluta apreensão da Rede de Distribuidores Guerra sobre a continuidade ou não do negócio, representada na pessoa do Presidente da ABRADIGUE – Associação Brasileira dos Distribuidores Guerra.
2. Portanto, não há dúvida que algo precisa ser feito, pois senão a saída provavelmente será a falência, resultando em milhares de desempregos (diretos e indiretos) e prejuízo para a grande maioria dos credores. (...)
A recuperação judicial, como sabido, visa atender à preservação da empresa, eis que útil à sociedade seu funcionamento, considerando a natureza produtiva, geradora de empregos. Indiscutível, ademais, o próprio interesse dos credores na mantença das atividades da empresa em recuperação que, no caso, passa pela celebração do “Contrato de Mútuo com Garantia de Alienação Fiduciária”, o qual propiciará um aporte de R$35.000.000,00 (trinta e cinco milhões de reais). Tal visãoestá consubstanciada no chamado “principio da preservação da empresa”, positivado no artigo 47 da Lei 11.101/2005.
Ante o exposto, nego provimento ao recurso.
Des. Jorge André Pereira Gailhard - De acordo com o(a) Relator(a).
Des. Jorge Luiz Lopes do Canto (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a).
DES. JORGE LUIZ LOPES DO CANTO - Presidente - Agravo de Instrumento nº 70072009939, Comarca de Caxias do Sul: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME."
Julgador(a) de 1º Grau: 
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