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Responsabiliade Civil do Estado (2)

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Noções Preliminares
Noção jurídica de responsabilidade 
Tipos de Responsabilidade – Civil – Penal - Administrativa
Responsabilidade Civil – Regra Geral – Art. 186 e 187 do Código Civil – Art. 927 do Código Civil: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
*A regra geral se aplica tanto à responsabilidade contratual quanto à extracontratual, sendo que no presente caso não se analisa uma relação bilateral do estado, mas as suas relações com o particular que não possuem qualquer conotação pactual. 
** Dano – A responsabilidade civil pressupõe a existência de um dano ao particular, que acarretará a indenização por parte do estado, nos termos do art. 944 do Código Civil:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Evolução da Responsabilidade Civil do Estado 
A irresponsabilidade do Estado
Teoria da responsabilidade com culpa – Diferenciava os atos de império (coercitivos, que decorrem do poder soberano do Estado) e os de gestão (que mais se aproximavam aos atos de direito privado). Somente havia responsabilidade do Estado no caso dos atos de Gestão, aplicando-se a irresponsabilidade do Estado no caso dos atos de império.
Teoria da Culpa Administrativa – Não se tornava mais necessária a difícil distinção de atos de gestão e império, tampouco a identificar o agente causador do dano. Denomina-se, pois, como falta do serviço, que poderia se configurar em três hipóteses: inexistência, mal funcionamento ou retardamento do serviço. Portanto era necessária a demonstração da ilicitude do ato, o que pressupõe a existência da culpa. 
Teoria da responsabilidade objetiva. Dispensa a verificação do fator culpa para a aplicação da responsabilidade do Estado, bastando a existência do Dano e do nexo causal entre um fato administrativo (qualquer tipo de conduta do Poder Público) e o dano. Teoria do Risco Administrativo – Evolução do Direito Administrativo decorrente da verificação da sensibilidade do administrado em relação ao Poder exercido pela Administração Pública. 
Direto Brasileiro 
Código Civil de 1916 – Art. 15 – Responsabilidade do Estado por culpa – Derrogado pelo art. 194 da Constituição de 1946, repetida nas demais Constituições até 1988. 
Constituição de 1988 – art. 37, § 6º - Responsabilidade Objetiva - § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Código Civil – Art. 43 - Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Análise dos elementos Constitucionais
Pessoas Responsáveis - Pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos – Pessoas jurídicas de direito privado da Administração Indireta, prestadoras de serviços públicos – Permissionários e Concessionários de serviços públicos (abrangendo os beneficiários do serviço e os demais que sofrem as conseqüências do serviço prestado) – Necessidade de relação jurídica entre as pessoas jurídicas de direito privado e o Poder Público. 
Agentes do Estado: O Estado, como é uma pessoa jurídica, não pode causar dano diretamente às pessoas, mas somente mediante a participação dos seus agentes. Nesse caso, o termo agente tem sentido amplo, englobando servidores públicos, agentes políticos, colaboradores etc. O termo nessa qualidade, refere-se ao fato de que a responsabilidade somente pode ser imputada ao Estado caso o agente esteja no exercício de uma atividade estatal. 
Duplicidade de relações jurídicas. A relação entre o estado e o lesado é objetiva, prescindindo de culpa. A responsabilidade do agente, por sua vez, somente surge na hipótese de restar configurada a culpa. 
Aplicação da responsabilidade objetiva. 
Pressupostos - Fato administrativo; dano e nexo de causalidade. A inexistência de culpa permite que decisões lícitas sejam passíveis de indenização pelo Estado. 
Inversão do Ônus da Prova – Na medida em que não há a necessidade de se provar a culpa, compete ao Estado a demonstração da inexistência do dano ou do nexo causal entre o fato administrativo e o dano causado. 
Excludentes de responsabilidade: Participação do lesado (culpa exclusiva da vítima ou culpa concorrente – art. 945 do CC/02). Fatos imprevisíveis – caso fortuito ou força maior – Há um rompimento no nexo de causalidade – Impossibilidade de aplicação da Teoria do Risco Integral.
Atos de Multidões – Omissão do Estado – Ex. Copa das Confederações. 
Condutas omissivas. Necessidade de demonstração da culpa. Não é qualquer omissão estatal que gera o dever de indenizar, mas somente as omissões ilícitas. Ou seja, é necessária a demonstração da culpa para gerar o dever de indenizar. 
Atos Legislativos 
Em regra não gera direito à indenização, tendo em vista que se trata de atos abstratos e a sua existência, por si só, não é passível de gerar danos à coletividade, bem como porque a edição de novo diploma legislativo não atinge direitos adquiridos (art. 5º, XXXVI da CR/88).
Leis Inconstitucionais – Gera o dever de indenizar, mas não basta a mera edição da norma inconstitucional, devendo-se demonstrar o dano dela decorrente. 
Leis de efeitos concretos – Não possuem caráter geral e abstrato – Possibilidade de gerar o dever de indenizar. 
Atos Judiciais
Regra – Impossibilidade de gerar a responsabilização por atos jurisdicionais (diferenciar de atos administrativos praticados pelo poder judiciário). 
Conduta dolosa – Possibilidade de responsabilizar o estado e o próprio Juiz por falta funcional. Conduta dolosa – em regra não gera o dever de indenizar (possibilidade de recurso). 
Reparação do Dano. 
Indenização – art. 944 do Código Civil. 
Prescrição – Regra antes do advento do CC 2002 – Pessoas Jurídicas de direito público - 5 anos – Decreto nº. 20.910/32 – Pessoas jurídicas de direito privado – até o advento do art. 1º C da Lei 9494/97 – 20 anos – Após 5 anos. Após o Código de 2002 – art. 205 – 3 anos. 
Sujeito passivo da lide – Pessoa jurídica de direito público ou privado ou o agente causador do dano. 
Denunciação da lide – art. 70, III do CPC – Não é cabível em razão da diferença da forma de responsabilização do estado em relação ao agente. Direito de Regresso – art. 122 da Lei nº. 8.112/90).
Agentes Públicos
Responsabilidade do Servidor
- art. 121 da Lei 8112/90 dispõe “o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições”.
1. Origem: conduta ilícita do servidor ou na ocorrência de determinadofato previsto em lei, se caracterizando em razão da natureza do campo jurídico em que se consuma: C, A ou P.
2. Regra geral: são INDEPENDENTES uma da outra, mas em certos casos pode haver repercussão de uma na outra: se as responsabilidades se acumulam, há acumulação de sanção.
3. Responsabilidade Civil: ocorre quando é imputado ao servidor a obrigação de REPARAR DANO, causado à AP ou terceiro, em decorrência de CONDUTA DOLOSA OU CULPOSA, OMISSIVA OU COMISSIVA.
3.1. Requisitos:
comprovação de que o dano causado tenha lesado AP ou terceiro;
deve-se comprovar a conduta (culpa civil) culposa ou dolosa do agente;
relação de causalidade entre dano e conduta;
comprovação da ação ou omissão antijurídica.
3.2. Dano causado à AP: servidor pode responder perante a própria AP. Dano causado à terceiro, este pode acionar a AP e esta tem direito de regresso contra o servidor ou pode ser acionado diretamente.
3.3. Dano à AP: pode ser apurado por meio de processo judicial ou administrativamente, processo administrativo com contraditório e ampla defesa. Se lei estatutária estabelecer procedimento auto-executório, a AP pode promover o desconto diretamente dos vencimentos do servidor (parcelando), com sua autorização (divergência), visando o ressarcimento dos prejuízos, respeitado o caráter alimentar.
* Se regido pela CLT, art. 462, §1º, só é possível desconto com concordância do empregado.
4. Responsabilidade Penal: ocorre quando o servidor pratica conduta prevista na lei penal, considerada infração penal.
4.1. Requisitos:
sempre dependerá de apuração pelo judiciário;
necessidade de comprovação dolo ou culpa do agente;
comprovação da relação de causalidade;
dano ou risco de dano pode ser considerado crime;
crimes contra AP – arts. 312 a 326 do CP, praticados por servidor em sentido amplo.
* Quando acarreta prejuízo, o ilícito penal acarreta também a reparação civil.
5. Responsabilidade Administrativa: ocorre quando o servidor pratica ILÍCITO ADMINISTRATIVO, que pode ser decorrente da CONDUTA COMISSIVA OU OMISSIVA e os fatos que o configuram ESTÃO PREVISTOS NO ESTATUTO.
É INOBSERVÂNCIA DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES ESTATUTÁRIAS.
é apurada em processo administrativo, assegurando ampla defesa e contraditório, é possível a apresentação de provas.
Mesmos requisitos do ilícito civil;
Sujeito à sanção administrativa – penas disciplinares, art. 127 da 8112/90;
6. Repercussão Penal:
6.1. Esfera Civil:
a) Decisão penal condenatória: somente causa reflexo SE ficar caracterizado também ILÍCITO CIVIL que COM PREJUÍZO PATRIMONIAL para a Administração;
b) Decisão penal absolutória: somente causa reflexo SE ATO CULPOSO praticado pelo agente público ACARRETAR PREJUÍZO PATRIMONIAL para a Administração;
6.2. Esfera Administrativa:
a) Decisão penal condenatória por crime funcional: SE considerado ILÍCITO ADMINISTRATIVO, acarreta PENALIDADE ADMINISTRATIVA correspondente. 
* O efeito da sentença penal condenatória pode ser a perda do cargo, emprego, função ou mandato, quando a pena privativa de liberdade for igual ou maior que 1 ano. Ex. Corrupção passiva e o art. 117, XII da Lei 8112/90;
b) Decisão penal absolutória por crime funcional:
- SE NEGAR A OCORRÊNCIA DO FATO OU EXCLUIR O AGENTE PÚBLICO DA CONDIÇÃO DO AUTOR DO CRIME: repercute, ou seja, É ABSOLVIDO ADMINISTRATIVAMENTE;
- SE ABSOLVER O AGENTE PÚBLICO POR QUALQUER OUTRO MOTIVO: não há influência da decisão penal na decisão administrativa, logo, pode acontecer punição administrativa e absolvição penal.
c) Decisão penal absolutória por crime não-funcional: não acarreta nada para a esfera administrativa.
d) Decisão penal condenatória por crime não-funcional, SOMENTE REPERCUTE SE A PENA FOR PRIVATIVA DE LIBERDADE:
- menor que 4 anos: afastado do cargo, emprego ou função;
- maior que 4 anos: acarreta perda do cargo, emprego ou função.
OBS. Independente da decisão final na apuração do ilícito administrativo há possibilidade de instauração do processo penal.

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