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Educação Inclusiva Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Celia Regina Silva Rocha Revisão Textual: Profa. Ms. Vera Lídia de Sá Cicaroni 5 • Aspectos Históricos • Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva • Documentos Internacionais A disciplina Educação Inclusiva vem contribuir para que o graduando do curso de Pedagogia e dos demais cursos possa entrar em contato com essa modalidade de ensino no panorama nacional. Hoje as políticas públicas de educação estão voltadas para a perspectiva de uma educação de qualidade, em defesa da igualdade de oportunidades para todos e de acesso aos bens e serviços públicos. Inicialmente abordaremos as questões referentes à Educação Inclusiva e seu percurso sócio-histórico e às especificidades e abrangência dessa modalidade de ensino. Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial Atenção Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as ativi- dades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. Atenção 6 Unidade: Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial Contextualização Para iniciarmos a conversa sobre a Educação Inclusiva, temos que enfocar o seu percurso histórico, os aspectos sociais e as políticas públicas envolvidas, que vêm sendo objeto de estudo e discussões no Brasil e no mundo. Nesse processo, temos que enfatizar os percalços sofridos pelas pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, aquelas que fazem parte do grupo dos excluídos. Como a família e a sociedade impõem padrões e modelos quase sempre inatingíveis, aqueles que não se enquadram nesses modelos são colocados à margem. Com isso formam-se as barreiras, principalmente atitudinais, difíceis de serem vencidas. Esta Unidade I propõe-se a discutir as políticas públicas referentes a essa modalidade de ensino. padrões e modelos quase sempre inatingíveis, aqueles que não se enquadram nesses modelos são colocados à margem. Com isso formam-se as barreiras, principalmente atitudinais, difíceis de serem vencidas. Esta Unidade I propõe-se a discutir as políticas públicas referentes a essa modalidade de ensino. Sugestão de leitura: BLANCO, Rosa. Aprendendo na diversidade: implicações educativas: http://goo.gl/uPo7hN 7 Aspectos Históricos Ao longo da história da Humanidade, não há registro, até por volta de seis mil a.C. (Rossetto et al, 2006), de como viviam as pessoas portadoras de alguma deficiência. Na Grécia antiga, as crianças e adultos eram preparados para servir ao Exército com o objetivo de defender o Estado. As crianças que nasciam com algum tipo de deficiência eram lançadas, ribanceira abaixo, no abismo localizado na cadeia de montanhas Tahgetos, próximo de Esparta. Isso acontecia porque o Estado entendia que essas crianças não reuniam condições para servi-lo, uma vez que não eram saudáveis, fortes e belas. Em Atenas, a criança que nascesse com deficiência não tinha tratamento diferente dos espartanos. O extermínio era tido como um procedimento comum, com a conivência e determinação dos filósofos da época, e os próprios pais tinham a incumbência de matar o filho quando este nascesse com alguma “anormalidade”. Na Roma antiga, até meados do século V a.C., o tratamento oferecido às crianças que nasciam com deficiência era semelhante ao da Grécia, ou seja, os pais tinham permissão para matar os filhos com alguma deformidade. Após o século II a.C., com a profissionalização do exército romano, as crianças que nasciam com deficiência passaram a contar, por parte do Estado e da sociedade, com certa tolerância. Sendo assim, alguns chegaram a ser imperadores, como Tiberius, Servius Galba, Aules Vitelus. No entanto, os pobres viviam uma situação bem diferente, pois ou eram abandonados à própria sorte ou eram eliminados. Na Idade Media, com a divisão das classes sociais, a sociedade passou a ser composta por sacerdotes, guerreiros e trabalhadores. O controle era exercido pelos dois primeiros, sustentados pelos trabalhadores. Deixou-se de eliminar as pessoas com deficiência, porque o Cristianismo não aceitava essa prática. As pessoas com deficiência passaram a ficar segregadas em hospitais ou asilos. A princípio mantidos pela Igreja, com o desenvolvimento social, esses hospitais foram sendo secularizados. Como o número de hospitais não era suficiente para atender a todos os indivíduos com deficiência, alguns eram aceitos para serem bobos da corte ou mesmo eram aceitos por razões supersticiosas. Outros tantos ficavam perambulando pelas ruas (Rossetto et al., 2006). Com o ritmo acentuado do desenvolvimento ocorrido através dos séculos que se seguiram, o trabalhador foi sendo afastado da manufatura de produtos e do campo e levado a migrar para os grandes centros urbanos. “O capitalismo está assentado sobre os pressupostos da propriedade privada, dos meios de produção, na relação assalariada do trabalho” (Rossetto et al., 2006, p.106). Na busca incessante pela produção e pelo lucro cada vez maior, a pessoa com deficiência é vista como incapaz, incompetente para suprir tal demanda de mão de obra e sofre as consequências das barreiras que lhe são impostas por esse processo perverso. Porém não é apenas no âmbito do mercado de trabalho que se verifica esse sistema pautado no preconceito, na discriminação e na formação de barreiras, principalmente as atitudinais. No âmbito escolar, esse sistema perverso toma dimensões significativas, pois a grande maioria de crianças e adolescentes com deficiência é excluída, negligenciada em seu processo de escolarização. Estatua de Tiberius, Museu do Louvre 8 Unidade: Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial A legislação brasileira já vem, desde a década de 90, sendo influenciada pelos documentos e tratados internacionais, dos quais o Brasil é signatário, voltados para a promoção de políticas educacionais inclusivas, com a perspectiva de uma educação de qualidade para todos. A Declaração de Salamanca (1994) traz o princípio de que as escolas devem acomodar todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras. As escolas devem incluir crianças com deficiência, as superdotadas/com altas habilidades, crianças em situação de rua e que trabalham, crianças de população nômade, as pertencentes a minorias étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em condição de desvantagem ou marginalizados. A Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei nº 9394 de 1996) – garante a proposição de currículos, métodos, recursos educativos e organizações específicos para atender às necessidades do aluno, garantindo-lhe o acesso e a permanência numa escola com qualidade. Plano Decenal de Educação para Todos. A própria Constituição Federal (1988), no artigo 208, inciso III, do Capítulo III, garante a educação como direito de todos, e a Constituição do Estado de São Paulo (1989), no artigo 239 § 2º, assegura o direito ao atendimento especializado aos alunos com necessidades educacionais especiais. Apesar da correlação existente entre a idade dos alunos e o nível e as modalidades de ensino, as leis e regulamentos educacionais garantem o direito de todo cidadão de frequentar a escola regular em qualquer idade. No entanto, também é uma obrigação do Estado garantir os meios para que os jovens e adultos que não tenham frequentado a escola na idade adequada possam acelerar seus estudos e alcançar formação equivalente à educação básica. Trocando Ideias Estimativas oficiais apontam que existem cerca de 45 milhõesde pessoas com deficiência, ou seja, aproximadamente cerca de 24,5% da população. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas em Educação Anísio Teixeira (Inep), cerca de 51,5 milhões de estudantes frequentam a educação básica. Nesse montante, estão incluídos também os alunos das modalidades de ensino técnico e de educação especial - para pessoas com deficiência e altas habilidades/superdotação (INEP, 2012). Apesar disso, o número de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência matriculados nas escolas da rede de ensino, tanto pública quanto privada, não chega a 400 mil alunos. Não é preciso fazer muitos cálculos para concluirmos que a maioria das crianças com deficiência ainda está fora da escola. Mesmo quando se enfatiza que estamos vivendo um momento favorável à “inclusão”, verificamos que a exclusão dessas pessoas ainda é uma realidade ampla e generalizada. Thinkstock.com Thinkstock.com 9 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva A legislação brasileira tem acompanhado o percurso de outros países; possui uma das legislações mais abrangentes, equiparando-se a países mais desenvolvidos, buscando, dessa forma, assegurar a promoção de oportunidades educacionais na escola comum. Nesse sentido, a Educação Especial, como modalidade de ensino que deve ser promovida sistematicamente nos diferentes níveis de ensino, presta-se ao atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais, preferencialmente na rede regular de ensino, com o objetivo de propiciar ao aluno o desenvolvimento de suas potencialidades, autonomia e independência, dentro dos princípios da educação inclusiva e assegurados por um Projeto Político Pedagógico. Em 1961, a Lei nº 4.024/61 - de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN - já afirmava o direito dos excepcionais à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. A LDBEN foi alterada pela Lei nº. 5.692/71, que definiu tratamento especial aos alunos com deficiências físicas, mentais, os superdotados e aqueles que se encontravam em atraso quanto à idade regular de matrícula. Ainda dentro de iniciativas isoladas do Estado, foi criado o Centro Nacional de Educação Especial (1973). Com isso, o MEC passou a responsabilizar-se pela Educação Especial em todo o território Nacional, impulsionando as ações integracionistas voltadas tanto às pessoas com deficiência como às superdotadas. Em 1988, foi promulgada a Constituição Federal, tendo os objetivos fundamentais definidos nos seguintes artigos: Art. 3º, inciso IV - “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Art. 205 a “educação como um direito de todos, garantindo o desenvolvimento da pessoa, assim como o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. Art. 206 – inciso I - estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. Art. 208 - garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. No artigo 55, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90, determina que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Assegura ao adolescente com deficiência o trabalho protegido, garantindo seu treinamento e colocação no mercado de trabalho, e o incentivo à criação de oficinas abrigadas. Ainda nos anos 90, ocorreram dois eventos importantes - Conferência de Jomtien (1990) e a Conferência Mundial de Educação Especial (1994) -, nos quais foram elaborados os documentos: Declaração Mundial sobre Educação para Todos e Declaração de Salamanca, respectivamente, os quais contribuíram para a formulação das políticas públicas da educação inclusiva. 10 Unidade: Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial Explore A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, trouxe inovações e vem estabelecendo normas e princípios norteadores da educação nacional, englobando diferentes modalidades da educação: básica, ambiental, sexual, ambiental, religiosa, profissional e para o trabalho, contribuindo para a formação do cidadão. Além de oferecer dentro do sistema educa- cional espaços com flexibilidade para atender ao alunado, inclusive aqueles considerados com necessidades educacionais especiais. Promove maior autonomia para as escolas da rede pública e a gestão democrática com o objetivo de potencializar a construção de propostas pedagógicas que propiciem uma melhor qualidade do ensino, que permita atendimento eficiente e a permanência de todos os alunos dentro da escola. A LDBEN preocupou-se também com a formação e capa- citação de gestores e professores, além de enfatizar a importância da participação da família no processo educacional de seus filhos. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf Explore O Plano Nacional de Educação – PNE estabelece objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, produzindo uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana. • http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm Decreto Lei nº 3956 de 2001 promulgou a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência – Convenção da Guatemala (1999). • Resolução CNE/CEB nº 2/2001, disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/txt/res2.txt A Resolução CNE/CP nº 1/2002 estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, definindo que as instituições de ensino superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais. A Língua Brasileira de Sinais – Libras foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, e determinou-se que fossem garantidas formas de apoiar sua difusão e seu uso, por meio da inclusão de Libras no currículo dos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia. Através da Portaria nº. 2678/02, o MEC aprovou as diretrizes e normas para o uso, ensino, produção e difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino. A legislação sobre acessibilidade foi impulsionada pelo Decreto nº 5.296/04, que regulamentou as Leis nº. 10.048/00 e 10.098/00, respectivamente, promovendo a acessibilidade urbana para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O Decreto nº 5.626/05, que regulamentou a Lei nº 10.436/02, visando ao acesso à escola dos alunos surdos, dispõe “sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular” (MEC, 2010, p. 14). 11 Em 2005, foram implantados os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todo o território nacional para o atendimento educacional especializado, orientação às famílias e formação continuada dos professores, com o objetivo de oferecer atendimento aos alunos na rede pública de ensino. A Organização das Nações Unidas – ONU aprovou, em 2006, a Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência, assegurando um sistema de educação inclusiva, em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social. O lançamento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2006) apresenta o objetivo de contemplar, no currículo da educação básica, temáticas relativas às pessoas comdeficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem acesso a e permanência na educação superior. Em 2007, foi implantado o Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE, Decreto nº 6.094/07 -, “que estabelece nas diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso nas escolas da rede pública”. O “PDE tem como eixos a formação de professores para a educação especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e permanência das pessoas com deficiência na educação superior e monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada – BPC”. (MEC, 2010, p. 15-16) A Resolução CNE/CEB nº 4, de 02 de outubro de 2009, regulamenta o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, Modalidade Educação Especial. Entende- se como Atendimento Educacional Especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular (BRASIL, 2009). • http://peei.mec.gov.br/arquivos/Resol_4_2009_CNE_CEB.pdf A Resolução CNE/CEB Nº 4, de 13 de julho de 2010, CNE/CEB, define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. • http:/ /por tal.mec.gov.br/ index.php?Itemid=866&id=14906&option=com_ content&view=article Âmbito Estadual RESOLUÇÃO SE Nº 95, de 21 de novembro de 2000 - • http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/diretrizes_p1130-1133_c.pdf 12 Unidade: Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial Âmbito Municipal O Decreto Nº 45.415, de 18 de outubro de 2004, estabelece diretrizes para a Política de Atendimento a Crianças, Adolescentes, Jovens e Adultos com Necessidades Educacionais Especiais no Sistema Municipal de Ensino, São Paulo. • http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/cadlem/integra. asp?alt=19102004D%20454150000 O Decreto Nº 45.652, de 23 de dezembro de 2004, dá nova redação ao parágrafo único do artigo 7º do Decreto nº 45.415, de 18 de outubro de 2004, que estabelece diretrizes para a Política de Atendimento a Crianças, Adolescentes, Jovens e Adultos com Necessidades Educacionais Especiais no Sistema Municipal de Ensino. • http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/cadlem/integra. asp?alt=24122004D%20456520000 Além das Leis, Resoluções e Decretos, enfatizamos que vários documentos internacionais contribuíram para a elaboração, implantação e implementação das Leis, Resoluções e Decretos e Normas Técnicas vigentes em nosso país. Documentos Internacionais • Declaração Universal dos Direitos Humanos – dezembro de 1948 - documento básico das Nações Unidas, enumera os direitos que todos os seres humanos possuem. • Recomendação nº 99/1955 - relativa à reabilitação profissional das pessoas com deficiência, princípios e métodos de orientação vocacional e treinamento profissional, como meio de aumentar oportunidades de emprego para as pessoas com deficiência, emprego protegido. • Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU) – Resolução nº 3.447/1975. • Declaração de Sunderberg (1981) – Conferência Mundial sobre Ações e Estratégias para Educação, Prevenção e Integração. • Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência (ONU) – 1982. • Declaração Mundial Sobre Educação Para Todos – Conferência de Jomtien – 1990. • Resolução nº 45 da ONU, 1990. • Dia Internacional das Pessoas com Deficiência – ONU – dia 03 de dezembro adotado como o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, 1992. • Declaração de Salamanca – sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial, delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, 1994. http://portal.mec.gov.br/ seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf 13 • Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com deficiência – ONU, Resolução nº 48/96. • Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência – ONU, Guatemala, 1999. http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/decreto/2001/D3956.htm • Carta para o Terceiro Milênio – os direitos humanos de cada pessoa, em qualquer sociedade, devem ser reconhecidos e protegidos, 1999. • Declaração de Pequim sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência no Novo Século, Pequim, 2000. • Declaração de Dakar - Educação Para Todos (EPT) para cada cidadão e cada sociedade, cidade de Dakar, 2000. • Declaração de Madri - a não discriminação e a ação afirmativa resultam em inclusão social. Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, 2003. • Declaração Internacional de Montreal sobre a Inclusão, 2001. • Declaração de Verona sobre o envelhecimento das pessoas com deficiência, Itália, 2002. • Declaração de Quito – Equador, normas e padrões existentes em relação aos direitos das pessoas com deficiência, 2003. • Declaração de Tenerife – vida independente, eliminação de discriminação contra pessoas com deficiência. • Carta Mundial do Direito à Cidade - elaborada por um conjunto de movimentos sociais, ONGs, associações de profissionais, fóruns e redes nacionais e internacionais da sociedade civil comprometidos com as lutas sociais por cidades mais justas, democráticas, humanas e sustentáveis. • Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual, Montreal, 2004. • Resolução CEI 138. R11 – Organização Pan-Americana, 2006. • Declaração Decênio das Américas pelos Direitos e Dignidade das Pessoas Portadoras de Deficiência (2006-2016), Santo Domingo, 2006. • Resolução da Convenção Internacional de Deficiência – ONU, 2006 - direitos das pessoas com deficiência, abrangendo a área civil e política, inclusão social, saúde e educação, emprego e proteção social. Nossas políticas públicas de educação especial estão entre as mais avançadas do mundo. No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência foi uma das ações inovadoras, ainda no período imperial, de D. Pedro II. Em 1854, foi criado o Instituto Imperial dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant - IBC. Três anos depois, foi criado o Instituto dos Meninos Surdos-mudos, atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES. Já no século XX, em 1926, foi fundado o Instituto Pestalozzi; em 1945, Helena Antipoff criou a Sociedade Pestalozzi, 14 Unidade: Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial oferecendo o primeiro atendimento educacional especializado aos superdotados. A primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais foi fundada em 1945, para o atendimento às pessoas com deficiência mental. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação/altas habilidades nas escolas regulares da rede de ensino, garantindo-lhes a promoção de respostas adequadas às suas necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2010, p. 19). Assim, a educação inclusiva é, portanto, reflexo da nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de estar, conviver e compartilhar a vida com outras pessoas diferentes de nós, atendendo, de forma acolhedora, a todas as pessoas, com ou sem deficiência: aquelas portadoras de transtornos mentais ou de superdotação/altas habilidades, as que fazem parte das minorias, crianças e adolescentes discriminados por quaisquer outros motivos (MEC, 2010, p.19). Ideias Chave Temos que enfatizar que a inclusão escolar não é responsabilidade do professor única e exclusivamente, mas de toda escola.Portanto a escola, como um todo, tem que se mobilizar para acolher o aluno. É, portanto, um processo abrangente, uma vez que considerar a deficiência de uma criança ou de um jovem como mais uma das muitas características diferentes que os alunos podem ter pressupõe que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica peculiar que possa apresentar. É esse o fundamento básico da escola inclusiva, ou seja, garantir a igualdade de oportunidades, o respeito à diversidade multicultural do nosso país. Nesse sentido, Mantoan (2003) argumenta que a escola que aceita e convive com a diversidade possibilita uma educação para a verdadeira cidadania, com o que toda a comunidade escolar se beneficia. Como obter a educação inclusiva de fato? Stainback e Stainback (1999) salientam que, para que a educação inclusiva seja implementada, é necessário que os gestores estejam comprometidos e envolvidos com a reforma, a reestruturação e renovação das unidades de ensino. Mantoan (2003) defende que é necessária a flexibilidade dos critérios de admissão e de permanência nos ambientes escolares, mantendo um ensino de qualidade. 15 Material Complementar Para refletir sobre a questão da deficiência no âmbito da escola, sugiro assistir ao vídeo “Deficiência no contexto escolar” (MEC, Brasil) http://www.youtube. com/watch?v=DeVTaJwT0vk 16 Unidade: Aspectos Históricos da Inclusão Escolar: Políticas Públicas da Educação Especial Referências INSTITUTO Nacional de Estudos e Pesquisas em Educação Anísio Teixeira (Inep). http://www.brasil.gov.br/sobre/educacao/sistema-educacional/educacao-basica. Acessado em 06 de agosto de 2012. ROSSETTO, E; ADAMI, A.S.; KREMER, J; PAGANI, N. SILVA, M.T.N. Aspectos Históricos da Pessoa com Deficiência. Educare et Educare. Vol1, n.1, 2006, p.103-108. VIEIRA, N.J.W. Políticas públicas educacionais no Rio Grande do Sul: indicadores para discussão e análise na área das altas habilidades. Revista de Educação Especial. Revisada. v. 23, n. 37, p.273-286,2010. 17 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 www.cruzeirodosulvirtual.com.br Rua Galvão Bueno, 868 Tel: (55 11) 3385-3000
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