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Aula 10

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Aula 10
Ato de leitura
Desde o início desta disciplina, vimos que a leitura é muito importante para enriquecer nosso conhecimento em Língua Portuguesa.
Mas o ato de ler envolve que aspectos?
De acordo com Fulgêncio e Liberato (1998):
LER = Decodificar Informação Visual (IV) +  Informação não Visual (InV)
É, portanto, através da leitura que estabelecemos relações de sentido entre os textos. 
Vamos relembrar, a seguir, os tipos de linguagem que podemos interpretar a partir de uma leitura mais profunda.
Informação visual e informação não - visual
Ao longo de nossas aulas, constatamos que não nos comunicamos apenas por palavras.
Afinal, um texto pode ser:
Essas linguagens são capazes, por exemplo, de se unir em um texto publicitário e de aprofundar a ideia divulgada.
Isso foi feito na seguinte propaganda sobre a proteção à natureza:
Aqui, as linguagens verbal e não verbal coexistem e completam o sentido da ideia
que se pretende transmitir e enfatizar: a preservação do meio ambiente.
Mas o que dizer de sequências textuais em que predomina apenas uma dessas linguagens?
Vejamos...
Os sinais de trânsito são exemplos de textos ou unidades de significação em que prevalece a linguagem não verbal.
Como sabemos, eles precisam ser interpretados apenas com base nas cores que apresentam.
Imagine se as pessoas não soubessem fazer uma leitura correta de seus significados?
Seria difícil manter a segurança no trânsito, não é mesmo?
Veja, a seguir, outros exemplos em que a construção semântica só é possível a partir do conhecimento de certas informações.
Conhecimento enciclopédico
Vamos verificar, agora, como o conhecimento de mundo é importante para a construção de sentido. Para isso, analise a seguinte propaganda:
Este texto propagandístico só será coerente para nós se soubermos:
O significado da palavra “devassa”;
Quem é a artista que participa dela e o que representa para a sociedade.
Você percebeu quanto conhecimento enciclopédico é preciso acionar para compreender, de fato, um texto como esse?
E quanto às sequências textuais que nos remetem a implícitos, ou seja, a questões que não aparecem expressas claramente no conteúdo escrito?
Trataremos desse assunto adiante...
Conotação X Denotação
Analise os exemplos a seguir e veja como podemos variar nossa escrita através do jogo de palavras:
Ao usar a expressão “vira a página”, a propaganda conseguiu criar um interessante efeito de sentido entre os seguintes atos: “Mudar de página” – atitude física, literal (sentido denotativo);“Mudar a vida de alguém” – atitude mais subjetiva (sentido conotativo)
Esta propaganda foi utilizada para apresentar um novo modelo das sandálias Havaianas. O uso da expressão “pezinho na praia”, em sentido figurado ou conotativo, permite ao leitor interpretar o texto dentro do contexto em que foi empregado: a ideia inovadora desse produto é proporcionar mobilidade ao consumidor.
Atenção
A conotação é responsável pela existência das metáforas e da polissemia, que é a característica das palavras que possuem a mesma origem e apresentam mais de um significado.
Exemplos:
Fulano é um gato. (= bonito)
Há um gato na luz. (= furto de energia elétrica)
Vamos ver, agora, como a conotação pode ser explorada em uma canção. Para isso, leia a letra da música de Marisa Monte: Gentileza.
O que você entende dos seguintes trechos:
O mundo é uma escola
A vida é um circo?
Essas frases foram escritas no sentido conotativo, o que sugere inúmeras interpretações.
Usamos a conotação quando queremos que o leitor crie certa imagem em sua mente a respeito de um texto, estabelecendo determinado sentido para ele.
Mas, nessa letra, também há passagens denotativas que nos remetem ao sentido literal do signo linguístico, tais como:
Nós, que passamos apressados
Pelas ruas da cidade,
Merecemos ler as letras e
as palavras de gentileza.
Figuras de linguagem
Vamos conhecer, agora, algumas figuras de linguagem e entender sua importância como recursos de escrita:
Hipérbole
De acordo com Lima (1998, p. 503), como um tipo de metáfora, a hipérbole é a figura de linguagem que apresenta uma expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia, como observamos na seguinte propaganda:
Elipse
De acordo com Cunha e Cintra (2008, p. 619), a elipse é a omissão de um ou mais termos em uma oração, que podem ser identificados com facilidade.
Vejamos um exemplo  para entender melhor.
Neste caso, o pronome “você” foi suprimido:  Experimente (você) ter resultado de salão todos os dias.
Metáfora
Figura de linguagem que se baseia na alteração do sentido de uma palavra ou expressão pelo acréscimo de um segundo significado.
Veja o exemplo abaixo:
Na primeira frase da propaganda, a oração “Dê uma força” representa uma metáfora baseada no uso polissêmico da palavra “força”, que, nesse caso, significa “estímulo”, “incitação”. Esta é uma característica da polissemia: de alguma forma, conseguimos resgatar uma relação entre os significados dos vocábulos.
Metonímia
Figura de linguagem que apresenta uma relação de proximidade entre dois termos.
Veja o seguinte exemplo:
Red Bull Te dá asas.
Neste caso, o que, teoricamente, “dá asas” a alguém é o líquido contido na lata.
Zeugma
Tipo de elipse em que há omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Veja o seguinte exemplo:
Nestlé faz o melhor chocolate e dá receitas.
Neste caso, o nome da marca “Nestlé” foi ocultado:
Nestlé faz o melhor chocolate e (Nestlé) dá receitas.
Pleonasmo
De acordo com Lima (1998, p. 511), o pleonasmo “é o emprego de palavras desnecessárias ao sentido”.
Veja o seguinte exemplo:
Já está implícito que a “opinião” é algo pessoal, não é mesmo?
Portanto, neste caso, não é necessário redigir a frase dessa forma. Basta constar: “Na minha opinião...”.
Nos exemplos a seguir, o pleonasmo é estilístico, pois realça uma ideia:
Vi, claramente visto, o lumo vivo.
(Luís de Camões)
E rir meu riso.
(Vinícius de Moraes)
Exemplos
Veja outros exemplos de pleonasmo:
“Subir para cima”;
“Entrar para dentro”;
“Fato real/verídico/acontecido”;
“Elo de ligação”;
“Hemorragia de sangue”;
“Consenso geral”;
“Evidência concreta”;
“Surpresas inesperadas”;
“Planejamento antecipado”.
Eufemismo
Figura de linguagem que utiliza uma expressão menos agressiva para comunicar uma ideia desagradável. Veja o seguinte exemplo:
Neste caso, em lugar de usar a palavra “morte” ou “morrer”, a propaganda optou pela oração “perdendo um cliente atrás do outro”.
Silepse
Do grego syllepsis, que significa “ação de reunir, de tomar em conjunto”. Trata-se de uma figura de linguagem que exprime uma concordância psicológica, ou seja, aquela que se relaciona à ideia de um termo, e não à forma gramatical que aparece na frase. Há três tipos de silepse:

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