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RESUMO 2º MÓDULO DA DISCIPLINA GEOGRAFIA DO BRASIL Antonio Alcir da Silva Arruda 5ª semana texto1 : Capítulo V “O Estado territorial no contexto periférico” do livro: MORAES, A. C. R. Território e História no Brasil (pp.75-87). 26.09.2017 Anotações - Estado territorial e a construção da nação brasileira (Video, Boris Fausto) - o estado moderno ( Estado nacional ou Estado nação ou Estado territorial) - Império brasileiro ->1 - 1º reinado – Pedro I / 2 - 2º reinado regencial até 1840 / 3 - 2ºreinado até 1889. Brasil pagou a Portugal pela independência em 1822 – Emprestou dinheiro da Inglaterra para o pagamento da indenização a Portugal. Porque o Brasil se manteve Unido? Brasil > Monarquia entre repúblicas Na regência foi governado por pessoas da elite, enquanto se aguardava D Pedro II atingir a maioridade. A Regência atendia as grandes províncias como SP, Rj e MG. Partido conservador – Burocracia imperial que apoiavam os cafeicultores. Partido Liberal – outras províncias. Sec XVIII – O anel que atou o Brasil -> Integração financeira através dos bancos; Integração espacial -> transportes ferroviários (nordeste /PE->BA) centro sul SP-> RJ -> escoamento do café do vale do Paraiba. Região oeste paulista* avanço extraordinário do café representando 60% da exportação. A produção do café era baseada no trabalho escravo. Os ingleses predavam navios negreiros. O Brasil não tinha interesse em acabar com a escravidão, mas em 1850 – fim do tráfego de novos escravos 1865 – guerra do Paraguai – tríplice aliança Brasil Argentina e Uruguai -> Paraguai arrasado e milhares de mortos -> soldado negro – escravo negro fortaleceram o exercito brasileiro. A abolição da escravatura deixou muitos problemas: 1) Não foi feita a inserção do negro na sociedade brasileira, relegado a atividades marginais e sub empregos2) Não houve qualificação do negro em função de não ter sido integrado como cidadão. Fatores que influenciaram na crise do império: -> fim da escravidão causando decepção do grupo de eleite. ->Novo tipo de regime vindo do exercito assim; exercito + elite da politica acafeeira = fim do império. (aula) -> 1808 – Corte portuguesa para o Brasil com a transferência do império para o Brasil no Rio de Janeiro. Familia real fugiu de napoleão Bonaparte -> Abertura dosw portos às nações amigas-> criação do banco do Brasil 1785 -0 Alvará que proibia atividade manaufatureira é revogado. Bibilioteca nacional é criada. O Estado se antecipa a Nação -> Não havia um sentimento nacional quando da independência, mas não se fragmentou por causa de um poder centralizado unificando interesses de oligarquias e donos de terra. Se colocou um conflito entre a dispersão geográfica (proprietários donos de terra rural) e a centralização política (poder público – Urbano RJ). Fundos territoriais – Elites desejavam a conquista dos sertões (interior) apropriação das terras e riquezas. Em 1837 o IHGB (Instituto geográfico brasileiro) agência do império (conservador) construiu o o país centralizado e autoritário. O povo era complicado: Para construir o Estado a eleite precisava “ branquear” o povo, daí o incentivo a imigraçãoestrtangeira, pois o negro não era entendido como cidadão. Estado moderno -> estado territorial -> fronteiras Estado nacional ( nação) -> identidade cultural Estado Nação está ligado a construção simbólica – imaterial da nação e a construção material do espaço. Para que se forme o Estado nacional é central que se defina a o espaço(terriotorio) e se construa a identidade nacional ( construção simbólica da nação e do nacionalismo. Território é a jurisdição onde o estado exerce seu poder, ou seja, o Estado exerce domínio sobre uma porção definida da superfície terrestre. Representação do espaço da pátria-> naturalização do país-> ideologia geogrpafica – Estudo da natureza, demografia, economia com desenvolvimernto cartográfico = nação. A geografia é um recurso do Estado. F.Ratzel: “ Sem território, não há Estado” outros indicam que haja língua comum o solo (sagrado) win10 Underline win10 Highlight win10 Highlight win10 Underline win10 Highlight win10 Underline win10 Underline win10 Highlight Estado Moderno – Plena autonomia e soberania ( autoridade do estado não depende de outra) -> distinção entre público e privado -> propriedade privada separada de propriedade do Estado -> preferencialmente republicano = liberdade e igualdade -> pacto externo de legitimidade. 5ª semana texto2 - CHAUÍ, M., Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. pg 14 - 29. No conceito de nação como semióforo, a filósofa Marilena Chauí desconstrói a definição de nação para nos trazer uma interpretação particular sobre o mito “Brasil” que já está enraizado como pátria nação. Explica o termo “nação” para pessoas que vivem num mesmo piso como algo de sentimento, subjetivo, onde o termo começa a ser empregado em meados do ano de 1830. O conceito de nação como conhecemos, surge na modernidade para maquiar a luta de classes e colocar todos num mesmo território, a serviço de uma só pátria, abafando portanto muitas contradições existentes, deixando a distinção entre as classes e nação confusas. Fica pressuposto que o estado - nação Brasil é um semióforo historicamente produzido. – Anotações – Mito -> Solução imaginária de tensões que não se resolvem na rwalidade ligado a sagração da natureza e de Deus. A nação sendo quase o resultado dessa fusão. O conceito da nação. Nacionalismo - > A nação como princípio de unidade política. Nação e nacionalismo são mitos como natural (natureza) e eterno(Deus). País – Junção do território, Estado e nação é o que se chama de Estado moderno Ideologias geográficas-> lutas de classes “ O Sul é meu país” por exemplo Desafio -> Pensar o Brasil como uma sociedade dando uma nova qualidade nacional - espacialismo autoritário (belo monte) Os símbolos nacionais já são ensinados na escola como sagração da natureza - pela dádiva que a natureza representa. A função do mito é encobrir as contradições internas. 6ª semana – Texto 1 – LEAL V. N., Coronelismo, enxada e voto:, pg 43-51 + notas (10.10.2017) Victor Nunes Leal aborda a dominação política municipal como poder mandatário no poder nacional. Para construir a definição complexa de coronelismo e voto de cabresto, o autor explica como o resultado das formas desenvolvidas do regime representativo sobre uma estrutura social falha e inadequadas com grande influenciam dos chefes locais, sempre com abuso de poder e nepotismo. Afirma-se sobre os coronéis é que são pessoas que substituem as instituições sociais, compõem e resolvem rixas e desavenças, tem poder arbitral e policial, deixando as classes baixas a mercê de sua vontade. Conclui-se que o Estado é totalmente dependente deste tipo de poder, mesmo estes coronéis não aparecendo diretamente como liderança, mas comandam totalmente o cenário de poder no país. Anotações – Relação fazenda cidade (município), nação: Bases locais de poder econônimco, político e social sob o federalismo imperial e republicano. 1 – Tensão entre centralização política (colonial e imperial) x descentralização política (republica federalista. 2 – Proibição: lei de terras e imigração: 1822-1930 Lei de terras – 1850 – lei áurea 1888 (abolição) 3 – Comércio de café, inicio da industrialiazação e de uma urbanização mais intensa. 4 – Coronelismo; Articulação fazenda município cidade (local) ao Estado (regional) e a união (nacional) Filme Abril despedaçado – 2001 -> contexto rural = coronelismo Filme O som ao redor 2013 -> contexto urbano = coronelismo Fim da colônia: Nova forma de arrumação do espaço a) econômico-demográfico (café com trabalhoescravo e trabalho livre (imigração) no sudeste e b)Institucional ( estado nacional monárquico) - O café atravessa a império todo e começo da republica (trabalho escravo e livre) - Ciclo do ouro 1700 -1780 mão de obra do ouro -> café - Imperio no Brasil: símbolo de união territorial / estratégia de evitar a fragmentação política e territorial. - Forte centralização do poder para evitar a descentralização e movimentos separartistas -Tráfico de escravos – Formação do Estado nacional 1850 – Lei Eusebio de Queiroz – Proibição do tráfego negreiro 1864 – 1870 – guerra do Paraguai -> guerreiros negros -> reconhecimento do Estado 1871 – Lei do ventre livre (gradualismno na abolição da escravatura) 1885 – Lei do sexagenário = 3 anos de indenização - República: representatividade, eleições, caracter temp0rario dos cargos representativos e a distribuição do poder estatal contraposição ao governo de um só(monarquia ou absolutismo) – Não confundir com democracia Texto2: “Federalismo” do livro: CASTRO, I. E. de. Geografia e política. (pp.164-169). (10.10.2017) win10 Underline win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight win10 Underline win10 Underline win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight Anotações: federalismo – Descentralização territorial do poder- Lema do partido republicano 1889 -> centralização vai gerar desmembramento; centralização vai gerar a uma unidade. República velha – 1889 – 1930 -> 1º pe´riodo 1889 – 1894: Governos militares do mal Deodoro e Mal Floriano Peixoto, fase marcada por um autoritarismo militarizado 1894 – 1930 – Governos civis – oligárquico – política do café com leite( oligarquias mineirs e paulistanas a frente) Pacto federativo – pacto de base territorial= harmonização entre interesesses particulares e da sociedade em geral Formato político institucional que busca preservar as diversidades, conciliando objetivos opostos. Modo de se conciliar as tensões entre o poder politico centralizado na união eautonomia relativa das unidades federadas (descentralização do poder) 1889-1930 – apenas nesse período, a convivência com o centralismo foi mais brando. Mandonismo local, regimes autoritários. Mito da conquista territorial-> pacto federativo : “pacto” Unidade nacional fundada na extensão territorial; a organização federativa (mais descentralizadora) era contraditória ao imaginário. Federalismo brasileiro: União, Estado, Municipio: União = congresso bicameral, (câmara dos deputados federais e senado) com o presidente e ministérios; Estado = Assembleia estadual (deputados) e governador; Municipal = câmara de vereadores e prefeito Texto 3: “A grande propriedade” do livro: CARVALHO, J. M. de. Cidadania no Brasil. (pp.59-62). Leitura e discussão em sala de aula (NÃO REQUER LEITURA PRÉVIA, mas requer impressão para aula ou leitura em celular/notebook)do texto: “A República que não era velha” do livro: SCHWARCZ, L. A. e STARLING, H. M. Brasil: uma biografia.(pp.349-350). Rui Moreira: Cidade articula fazenda e coroa ( já no período colonial) através de câmara e do município como recorte territorial administrativo: O município é como célula básica do poder e a fazenda é a fonte do poder. A cidade é o centro político do Estado nacional. ( o municipio opera na mesma escala da fazenda) Lei de terras -> lei 601/1850 implanta no Brasil a propriedade privada das terras tornando-a uma mercadoria dotada de valor e preço. CF88 – O direito originário das terras sem dono é indígena dos negros e outros grupos nessa ordem. 1822-1850 – Foi uma confusão de terras – sem regulação de propriedade de terras Ciclo do Café-> Muito imigrantes chegam ao Brasil e não se adaptam ao sistema “ feudal” (colonato). e vão para a cidade que está se industrializando. Imigração: -> crise do sistema escravista para alocação de mão de obra. Regime de colonato nas fazendas de café -> sistema de trabalho livre, mas não assalariado (década de 1900 – 1920. Urbanização -> Uma das primeiras industrias têxteis era de sacaria de café no ciclo do café. Coronelismo: Sistema de compromisso pessoal que liga coronéis governadores e presidente da republica (mandonismo) de 1889 até hoje. – falsea o sistema representativo, - interesses privados como se fossem interesses públicos. Particularidades regionais de do coronelismo = muitas semelhanças. O coronelismo é a forma de manifestação do poder privado. -> grandes proprietários de terra; chefes políticos locais; industriais, fazendeiros e abastados, originário da guarda nacional de 1831. A estrutura agrária é a base do compromisso pessoal chamado de coronelismo. Capangagem - (lutas de famílias (quando não se desdobram no controle de partidos políticos rivais) 7ª Semana (17/10/2017): Aula: A questão agrária no Brasil: a propriedade territorial monopolizada como base do fundamento “terra-território-Estado” (e como marca importante das nossas condições socioambientais). TEXTO 1: Capítulo 5 “Mecanismos perversos da exclusão: a questão agrária” do livro: MARTINS, J. S. -Exclusão social e a nova desigualdade. (pp.60-70). José de Souza Martins apresenta a questão agrária como uma questão política. A lei de terras de 1850 cria a dificuldade de acesso a terras do numeroso contingente de rural recém-libertado da escravidão. A lei foi criada especificamente e claramente para favorecer o grande latifundiário que absorve mão de obra pagando baixos soldos. O sistema foi direcionado para isto, não deixando opção para os “despossuídos” senão trabalhar para os donos de terra, caracterizando mais uma vez exploração. Entre as velhas elites e as novas ficou o trabalhador rural, cada vez mais miserável. A nova elite industrial força com as novas tecnologias a industrialização no campo, expulsando o trabalhador para os centros urbanos, onde a indústria é incapaz de absorver a mão de obra, mas é capaz de se utilizar muito bem deste excedente, proliferando a pobreza também na cidade. Anotações: Concentração da terra é o problema ( a questão agrária mostra - ) por que? Para a concentração da terra é necessário fazer investimentos...por parte do concentrador.. win10 Highlight descentrralização win10 win10 win10 Accepted set by win10 win10 Insert Text win10 Squiggly win10 Squiggly win10 Squiggly win10 Squiggly win10 Highlight win10 Highlight O problema remonta ao tempo colonial – sesmarias que so podia possui quem era branco e até uma certa época católico A reforma agrária conforme o autor é a solução para a questão agrária. Joaquim Nabuco diz que a propriedade não tem só direitos mas possui deveres também. Porcentagem de escravos no Brasil 1800 – 33% (1 milhão) população total do Brasil 3 milhões 1823 – 28,97% 1850 – 31,17% 1872 – 14,94% A questão agrária é política, econômica social e longa. Lei de terra de 1850 – criou a impossibilidade do acesso a terra pelo escravo, pois para possuir terra era necessário capital, e o escravo só possuía sua força de trabalho como capital. Logo a lei de terra pode ser entendida como um artificio, uma solução para que o grande proprietário pudesse legitimar sua terra de forma concentrada. Texto 2: “A questão da terra na Primeira República” do livro: ANDRADE, M. C. de. A questão do território no Brasil. (pp.53-65). T 1889 – 1930 – Dominio das grandes propriedades com exploração de recursos. Naturais. Marcha do café – As plantações de café foram responsáveis pela destruição de florestas e populações indígenas senão com a eliminação da vida mas em relação ao seu modo de vida e consequente meio produtivo; os cafezais e fundiaram fazendas e cidades. O latifúndio cafeeiro foi o de maior importância, tornando o Brasil o maior produtor e comercializadorde café.no mundo, tornando esse produto nosso principal produto de exportação. Nesse período houve uma conciliação ou aliança nos interesses das oligarquias rurais e das elites urbanas. Texto 3: “Os aspectos definidores da formação social e territorial brasileira” (GONÇALVES, C. W. P.) Anotações: Persiste na formação do território. Fala em tropicalidade ( favorecimento climático do território para determinadas culturas competitivas no mercado internacional) como característica marcante do território. Que ajudou na formação do território brasileiro, mas ela não foi determinante, o que foi determinante na verdade foi o poder asscociado com o capita manifestado por: - apropriação concentrada - violência contra povos originários - Desigualdade da distribuição da população (concentrada no litoral) - destruição ambiental Controle latifundiário -> expansão da terra através de desmatamento das florestas naturais além do genocídio indígena ou mesmo a desarticulação do modo de vida e produção. Lema: sem terra não existe cidadania, quanto a moradia pode-se entender como uma outra questão relacionada a vida urbana. O autor menciona que existe um lugar destinado aos negros no Brasil: Favelas, prisões e por extensão os cemitérios. Descontinuidade espacial: -> arquipélagos regionais como a borrcha na amazonia, o açúcar no nordeste o café no centro sul configurando assim uma industrialização desconcentrada. A estrutura política dessa configuração é manifestada através do coronelismo e ou clientelismo win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight win10 Highlight win10 Underline win10 Underline win10 Underline win10 Highlight No período de Getulio a industrialização começou e então houve uma aliança de poder, uma composição de poder entre as oligarquias rurais e as eleites da cidade. Decadas de 50 e 60 – voltado para a agricultura, insumos agrícolas, agroindústrias e um aprofundamento da concentração fundiária. Quanto aos camponeses esse período foi marcado tamb´pem por um êxodo rural e uma organização para a luta por direitos de trabalhadores do campo e tamb´pem a luta pela reforma agraria. Conclusão do 2º Módulo A Geografia social do Brasil está entendida através da desigualdade entre os dominados e o dominador. A disciplina vai caminhando com a história no período do Império até a república do século XX, mostrando conceitos de nação, Estado, território, conflitos por espaço e tentativa de sobrevivência. Entretanto se percebe que as causas e efeitos dos conflitos sociais são sempre os mesmos no decorrer da formação social brasileira. Uma classe dominadora subjuga a classe trabalhadora no campo e na cidade (através do controle pela vila operária e salários). O capitalismo oligárquico presente desde a colônia, ora na agricultura, ora na indústria não oferece opções para a grande massa de miseráveis. A Lei Terras de 1850 veio para confirmar isto e é onde se inicia esta fase de estudos. Por último, foi abordado o período da acumulação primitiva, donde a classe burguesa, que são as mesmas pessoas que sempre tiveram domínio do território político e econômico, forma o sistema de indústrias nacional. Período que se faz um investimento inicial no sudeste, sobretudo São Paulo, causando desiquilíbrio no espaço industrial. - Formação remete à ideia de processo, de algo inacabado, em andamento. Formação territorial é um conceito importante para a compreensão da história territorial do país. O período colonial no Brasil (1500 a 1822) é caracterizado pela colonização portuguesa, no contexto da expansão do capitalismo mercantil europeu (o Brasil já surge no contexto capitalista). A colonização entendida como relação sociedade- espaço, como expansão espacial de uma sociedade sobre outra, envolvendo conflitos com povos nativos/indígenas, envolvendo dominação desses povos (de variadas formas: extermínio, escravização, espoliação territorial, a disponibilização espacial (jesuíta, bandeirante) de que trata Rui Moreira). A formação territorial brasileira vai estar ligada, assim, a essas características da colonização portuguesa, sendo o Brasil um Estado de formação colonial. O Brasil como colônia de exploração (Caio Prado Jr., diferenciando das colônias de povoamento (EUA)). A colonização como empreendimento (negócio econômico) semiprivado (Coroa portuguesa e particulares). Para ser lucrativo esse negócio contava com uma organização da produção no sistema das plantations, grandes fazendas monocultoras voltadas à exportação de produtos tropicais com alto valor no mercado europeu. A forma de organização do trabalho era pelo trabalho escravo (indígena e sobretudo negro/africano), sendo mesmo o tráfico negreiro um importante comércio. O modo de apropriação oficial/jurídico da terra era baseado no regime de sesmarias, que propiciaram, de certa forma, um sistema baseado na grande propriedade, a própria expansão territorial da colonização portuguesa sobre “terras espanholas” foi baseada na concessão de sesmarias. A organização do território colonial (capitanias hereditárias e províncias posteriormente) foi marcada por ciclos de exploração econômica (cana-de-açúcar nas áreas litorâneas do Nordeste e no Sudeste (a partir do século XVI), pecuária nos interiores (a partir do século XVII), mineração do ouro (Goiás, Mato Grosso, no século XVIII), borracha (Amazônia) e café (Vale do Paraíba fluminense e paulista), base da industrialização no Sudeste a partir dos anos 1930. Antes do ciclo da mineração (que articula o mercado interno inter-regional) alguns autores apontam para a existência de ilhas regionais (pouco integradas entre si, mais ligadas ao comércio exterior). Lembrando que os ciclos se interpenetram, se complementam, não sendo necessariamente sucessivos, embora alguns o sejam do ponto de vista da sua magnitude e importância econômicaterritorial. A importância de se considerar a formação territorial para a compreensão do Brasil atual reside no entendimento dos fundamentos históricos das desigualdades socioespaciais contemporâneas entre as regiões do país, do modo como a sociedade brasileira foi se organizando baseado no privilegiamento do sujeito branco-europeucolonizador em detrimento dos negros e indígenas (algo que persiste até hoje nas dificuldades de demarcação dos territórios das comunidades tradicionais), na organização política da sociedade a partir da influência dos oligarquias rurais, estrutura fundiária concentrada, entre outros. win10 Highlight win10 Underline win10 Underline win10 Underline win10 Highlight
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