Politicas Publicas nos governos

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Políticas Públicas
Constituição Brasileira: história, conquistas e ideais.
A Constituição brasileira promulgada em 05 de outubro de 1988 é considerada uma Constituição a frente de seu tempo, bem como definida por Ulisses Guimarães como uma “Constituição cidadã”.
	O país passa por um longo processo de reformulações que culminaram na resolução da mesma, tendo seu atual formato.
	Com o golpe militar de 1964 apoiado pelas elites nacionais, foi instaurado um regime totalitarista que restringia direitos da população, se agravando ainda mais em 1967 com a aprovação do Ato Institucional 5, o AI5, que retirava direitos civis e políticos da população como direito ao voto, livre manifestação de pensamento e liberdades individuais.
	Nesse modelo, as políticas sociais não eram o centro das políticas estratégicas do governo, fazendo com que as mesmas atingissem apenas determinada camada da população, excluindo determinados grupos, inclusive os mais pobres. Além disso, apresentava um governo extremamente corrupto e clientelista devido às concentrações de poder. 
	Com a instauração do AI5, determinados movimentos passam a ter estratégias mais guerrilheiras, fazendo com que se desvinculassem dos movimentos sociais que foram muito incentivados pela igreja católica e sua teologia da libertação, onde o catolicismo visava se aproximar da população periférica.
	A partir dessa aproximação, a igreja abre as portas para que reuniões em tais comunidades fossem feitas, com união e exposição de determinados problemas dessas mesmas comunidades, surgindo então os movimentos sociais com reinvindicação de direitos da população, se intensificando muito mais entre os anos de 70 e 80 com movimentos grevistas de operários.
 No contexto dessas greves que foram consideradas as maiores da história do país, houve grande pressão no Estado juntamente com os diversos movimentos populares que reivindicavam variados direitos, inclusive mudanças no sistema político nacional. 
	Com enorme ilegitimidade e falta de apoio das elites, o sistema militar se enfraquece e é destituído do governo em 1985, entrando então através de eleições indiretas Tancredo Neves, que morre 2 dias antes de sua posse, assumindo então a presidência o seu vice, José Sarney. 
	Em 01 de fevereiro de 1987, durante o governo Sarney é instituída uma Assembleia Nacional Constituinte que visava criar uma nova Constituição para o país com o objetivo final de assegurar a democracia. Em seu processo de criação, além de contar com o apoio de mais de 500 congressistas em sua formulação, a assembleia fora muito articulada com a população e suas demandas, onde a mesma ajudou no seu processo de construção.
	Finalizada em 22 de setembro de 1988 e promulgada em 05 de outubro de 1988 a Constituição Federal passa a ter importante caráter se tratando de direitos sociais.
	Na carta, são introduzidas novas pautas inexistentes antes nas Constituições antecessoras a de 1988 como o agronegócio, seguro-maternidade ao pai, direitos do consumidor, bem como aperfeiçoamento de direitos escritos na Constituição de 1946 e retirados durante o regime militar como direito ao voto, liberdade de expressão, descentralização do poder entre as esferas governamentais. Além de tudo, essa nova Constituição seria uma “amiga” da construção da seguridade social, como amparo aos cidadãos mais pobres através de políticas assistencialistas tomando por exemplo criação do seguro desemprego, garantias previdenciárias à população mais velha, bem como assistência social, e um grande avanço que foi a universalidade o SUS.
 Porém, por outro lado, havia uma grande utopia em relação à Constituição. Ao mesmo tempo em que ela assegurava variados direitos sociais à população, o Estado era muito marcado por governos e partidos conservadores que resistiam aos valores e objetivos da mesma.
	No governo Collor de Mello, primeiro eleito após a promulgação da Constituição há certa resistência, principalmente se tratando de violações a direitos como a seguridade social através de transferência de verbas desse setor para outras áreas. Já no governo FHC, há grandes reformas políticas, monetárias, cambiais e fiscais, elevando o desemprego, causando arrocho salarial, privatizações e havendo também grande negação ao assistencialismo proposto pela Constituição.
	O governo Lula, muito interessado em suprir as necessidades da população mais pobre, era muito voltado às medidas econômicas que dava condições para o auto sustento da população através de programas como bolsa família, visando erradicar a pobreza extrema, o que funcionou, ainda que em outros âmbitos, seu governo tenha sido falho, destacando como uma dessas falhas o aumento das distâncias das classes sociais.
	Portanto, pode-se concluir que o processo histórico antecessor à Constituição Federal de 1988 tem caráter definitivo em suas prerrogativas, seja eles através de mudanças políticas ou até mesmo no cenário social nacional e nas medidas populares para aquisição e reinvindicação de direitos. Com tal pressão ao Estado, na nova carta, entram assuntos antes não abordados e há uma modernização de medidas já existentes que visam garantir efetividade na proteção dos direitos civis, políticos e sociais da nação, bem como garantia a cidadania, mas ainda é importante ressaltar que mesmo com todos esses avanços, existem retrocessos, uma vez que governos conservadores se opõem aos valores e objetivos dessa Constituição, atingindo diretamente e negativamente a população brasileira, muito marcada pela pobreza, agravando ainda mais suas precárias condições e favorecendo uma elite minoritária que cada vez mais obtém lucros.