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AULA 10 PARASITO Teníase e Cisticercose

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Teníase e Cisticercose – Aula 10 – 30/09/2015
O que são os Platelmintos? São vermes de corpo achatado.
Doenças causadas por esses vermes achatados são a teníase e a cisticercose, referentes a um mesmo verme, porém com diferentes tipos de infecção.
Teníase é referente a presença do verme adulto no intestino delgado, que pode ser a Taenia solium ou a Taenia saginata. A cisticercose é a presença do cisticerco no hospedeiro intermediário, ou seja, a alteração provocada pela presença da larva, que é o cisticerco, em diferentes localizações, com preferência para órgãos mais oxigenados, como o coração, olhos, musculatura, cérebro, frisando que ela possui um tropismo muito grande para o sistema nervoso central. 
A Tênia é um platelminto que pertence a classe Cestoda, pois ela possui anéis em sua estrutura corporal. No caso da Taenia solium o homem é o hospedeiro definitivo e o suíno é o hospedeiro intermediário, já no caso da Taenia saginata o homem também é o hospedeiro definitivo, mas o bovino é o hospedeiro intermediário.
É popularmente conhecida como solitária, mas isso não caracteriza a presença de somente um verme no intestino delgado.
Morfologia
A Taenia solium possui um escólex globoso, com a presença de 4 ventosas, no ápice da cabeça possui o rostro ou rostelo, com 25 à 50 acúleos, que servem para a fixação do .parasita, seguido pelo colo ou pescoço (zona de crescimento), depois o estróbilo ou corpo, que no caso é em formato de proglótides ou anéis. No caso da Taenia solium ela possui em torno de 800 a 1000 proglótides, vai atingir um tamanho entre 3 e 4 metros. 
São hermafroditas, ou seja, capazes de fazer autofecundação. Depois do colo ou pescoço, as primeiras proglótides são pequenas, quadrangulares e mais curtas, que são as proglótides jovens. Depois vem as proglótides adultas, onde ela já tem os órgãos reprodutores masculino e feminino desenvolvidos e ocorre a autofecundação. As últimas são as proglótides grávidas que vão ter os ovos e as ramificações uterinas.
A Taenia saginata possui um escólex retangular, ela tem 4 ventosas e não possui rostro ou rostelo. É uma tênia maior, possuindo mais de 1000 proglótides e tem uma musculatura mais desenvolvida que a Taenia solium, pode atingir de até 8 ou 10 metros.
Os ovos ao serem analisados na microscopia ótica não podem ser diferenciados, então em um exame parasitológico, o técnico liberará o resultado mostrando a presenda de ovos de Taenia sp. 
A diferenciação pode ser feita pela visualização das proglótides grávidas para a visualização das ramificações uterinas. No caso da Taenia solium, ela possui 12 pares de ramificações do tipo dendríticas, ela é mais quadrangular, sua musculatura é mais fina, ela pode trazer de 50 a 80 mil ovos em cada anel.
A Taenia saginata, além de ser maior, com uma musculatura mais desenvolvida, ela possui mais ramificações, em torno de 26 do tipo dicotômicas, possui uma forma mais retangular. Ela possui mais ovos, cerca de 100 a 160 mil ovos.
A apólise é o desprendimento das proglotes grávidas do estróbilo da tênia. No caso da T. solium, a apólise é passiva, de 3 a 6 proglótides unidas eliminadas junto com as fezes. Já no caso da T. saginata a eliminação ocorre de forma ativa, como ela possui uma musculatura mais reforçada, então não precisa que a pessoa vá defecar para que os anéis sejam eliminados, ela elimina de 6 a 10 aneís, que serão encontrados nas roupas íntimas de pessoas portadoras do verme.
A larva é popularmente conhecida como pipoquinha, canjiquinha, quirerinha. Essa larva é uma vesícula que é visível a olho nu, que possui um líquido semelhante ao nosso plasma responsável por fazer a nutrição do escólex que está invaginado, chamado de protoescólex. Se ele possuir os acúleos é um cisticerco celulosae, e se estiver ausente é um cisticerco bovis.
Os ovos esféricos, constituídos de casca protetora denominada embrióforo (formado por blocos de quitina unidos entre si). No embrióforo está o embrião hexacanto (dupla membrana e três pares de acúleos). O embrióforo confere uma resistência muito grande para o ovo no meio ambiente, conseguindo ficar viável nas condições ambientais até um ano e meio.
Transmissão Teníase
Com a ingestão de carne suína ou bovina infectada com o cisticerco, mal cozida ou mal assada. Esse cisticerco vai até o intestino e vai ocorrer a desenvaginação, com a saída do protoescólex para fora e a fixação na parede do intestino delgado com o auxílio do rostro e das ventosas com posterior crescimento da tênia.
Transmissão Cisticercose
A cisticercose é adquirida com a ingestão do ovo do parasita (lembrar que EU sou o porco, ou seja, vou estar ingerindo o ovo também – HAHAHA what?). Então ocorre a liberação das proglótides grávidas e do próprio ovo nas fezes, a ingestão do ovo vai migrar para o intestino, vai eclodir e vai liberar a larva. Essa larva irá se fixar nos tecidos, migrando para os órgãos mais oxigenados, por meio do sistema venoso, pela veia mesentérica, sistema porta, fígado, veia cava, coração, pulmão, aorta e posteriormente para os órgãos, como olhos, cérebro e músculos. A heteroinfecção é a ingestão de ovos de outra pessoa infectada. A autoinfecção é a ingestão de ovos liberados pelo verme do próprio indivíduo, por meio das mãos, caracterizando a autoinfecção externa. Já a autoinfecção interna ocorre quando a tênia invade o estômago, fazendo com que as proglótides se rompam, liberando os ovos dentro da pessoa. Para que isso ocorra, deveriam acontecer movimentos antiperistálticos.
Sintomatologia
Teníase - No intestino, onde os vermes estarão fixados, há a presença de pequenos pontos hemorrágicos na mucosa, no próprio local irá ocorrer uma reação inflamatória, onde a pessoa irá eliminar nas fezes uma grande quantidade de muco. Ocorre alteração do movimento do intestino, pode ocorrer obstrução intestinal e pessoa apresenta dor abdominal. Fora isso a pessoa terá tontura, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, perda de peso. Só que esses sintomas estão presentes em quase todas as helmintíases, por isso sintomas clínicos não fecham diagnóstico para teníase. A maioria dos medicamentos utilizados são polivalentes, pegando uma gama de parasitas muito grande.
Cisticercose – os sintomas dependem da localização do cisticerco, da quantidade, do tamanho e da própria característica do paciente. Mas geralmente ocorre uma compressão no local, deslocamento da musculatura dos tecidos adjacentes a esse local e um processo inflamatório que irá se instalar. A neurocisticercose é a forma mais agressiva da doença, onde o paciente irá apresentar cefaleia, vômitos, convulsões, delírios, confusão mental, alucinações e hipertensão intracraniana. Cisticercose muscular: assintomática, dor, fadiga e câimbras, calcificação. Cisticercose cardíaca: palpitações, ruídos e dispneia. Cisticercose ocular: Descolamento da retina, chegando a perda da visão total ou parcial.
Diagnóstico
Teníase – o diagnóstico parasitológico é realizado através de técnicas de observação dos ovos nas fezes, como o HPJ, também pode ser feita pelo método de swab anal ou fita gomada, onde serão coletados material da região perianal do paciente, já que a T. saginata libera seus ovos de forma ativa. Pode ser feita a pesquisa através de proglótides utilizando a técnica de tamização (peneira), onde o bolo fecal será analisado quanto a presença dessas proglótides, que serão analisadas em lâminas. 
Cisticercose – é utilizado o diagnóstico imunológico, onde serão coletados os anticorpos do líquido cefalorraquidiano, podendo ser realizado imunofluorescência direta, ELISA, imunoblot. Pode ser utilizado os exames de imagem, como o raio x, porém esse meio só visualiza o cisticerco que já está calcificado. Mas com o advento da tomografia e da ressonância magnética consegue se fazer um diagnóstico muito anterior ao da fase de calcificação.
Tratamento
As drogas mais recomendadas para o tratamento da teníase são a Niclosamida ou o Praziquantel. A Niclosamida atua no sistema nervosoda tênia, fazendo com que a mesma seja eliminada junto com as fezes. Uma hora após a ingestão do último comprimido, o paciente deverá tomar duas colheres de leite de magnésia para evitar que ocorra o rompimento das proglótides. Já o Praziquantel NÃO DEVE SER EMPREGADO EM PACIENTES COM AS DUAS FORMAS DA DOENÇA, e só deve ser administrado se o paciente estiver internado, pois possui muitos efeitos colaterais graves.
O Albendazol também é uma droga que está sendo amplamente utilizada, a dose utilizada é menor do que a do Praziquantel e é menos tóxica, considerado o medicamento de escolha. As sementes de abóbora são consideradas popularmente como eficazes na eliminação das tênias.
Epidemiologia
Principalmente em regiões onde o consumo de carne suína e bovina é maior, sendo que as mesmas são consumidas pouco cozidas e sem um controle adequado de higiene. A faixa etária mais afetada são as da classe economicamente ativa de 20 à 40 anos. Em relação à cisticercose, como as pessoas portadoras de teníase são a fonte de propagação da doença, deve-se descobrir quem são essas pessoas e controlar a fonte de infecção. A região é considerada endêmica quando se tem índice de 1% para teníase humana, 0,1% para cisticercose e 5% para cisticercose animal. No Brasil as regiões endêmicas são os estados de São Paula, Minas Gerais, Paraná e Goias.
Profilaxia
Programas de intervenção dos órgãos de saúde devem ser direcionados a tratar os portadores, construção de redes de esgoto e o tratamento dos mesmos, educação em saúde, incentivo e apoio de modernização da suinocultura, combate a abatedouros clandestinos, rigorosa inspeção.
Medidas definitivas para a profilaxia são impedir o acesso do suíno e do bovino às fezes humanas, melhoramento do sistema dos serviços de água, esgoto ou fossa, tratamento em massa dos casos humanos nas populações alvo, instituir um serviço regular de educação em saúde, envolvendo as professoras primárias e líderes comunitários, orientar a população a não comer carne crua ou malcozida, estimular a melhoria de criação de animais, inspeção rigorosa da carne e fiscalização dos matadouros.
*O cisticerco morre com uma temperatura de -10ºC
*O cisticerco demora 4 horas para ser destruído em uma temperatura de 60ºC 
*O salgamento da carne auxilia na desinfecção
Segundo a OMS, o critério utilizado para se aproveitar ou não uma carcaça no matadouro é a seguinte:
- Se forem encontrados de 1 à 5 cisticercos na carne ela será liberada para consumo humano, desde que seja feito o congelamento dessa carne à temperatura inferior a -5ºC por 350 horas ou -15ºC por 45 horas;
- Se forem encontrados de 6 à 20 cisticercos, a carcaça poderá ser consumida se for tratada para enlatados, cozidas com uma temperatura de autoclave, 120ºC durante 1 hora;
- Se forem encontrados acima de 20 cisticercos não pode ir para consumo humano, a carne deve ser descartada, encaminhada para indústrias de óleo.

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