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Sumário 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1 2. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................... 2 2.1 Contabilidade do mundo antigo ............................................................................................... 2 2.2 Contabilidade do mundo medieval .......................................................................................... 3 2.3 Contabilidade do mundo moderno .......................................................................................... 4 2.4 Contabilidade do mundo científico .......................................................................................... 6 2.5 Contabilidade na atualidade ..................................................................................................... 7 2.5.1 Legislação brasileira ........................................................................................................... 8 2.5.2 Aderência brasileira às normas internacionais contábeis ............................................ 9 2.5.3 Requisitos para o exercício da profissão de contabilista ........................................... 10 2.5.4. As exigências éticas e profissionais ............................................................................. 10 2.5.5 Desafios para o contador moderno................................................................................ 12 3. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 14 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 15 APÊNDICE A - BALANÇO PÓS LEI 11.638/07 ........................................................................... 17 1 1 1. INTRODUÇÃO Como toda ciência a contabilidade surgiu através da necessidade. Com a prática em agricultura e pastoreio, o homem, aos poucos criou o senso de propriedade, e o controle de seus bens se tornou necessário. A ambição humana de produzir mais riqueza, e ao mesmo tempo protegê-la, demandou sistemas eficazes para controle de seus bens, criando o conceito de patrimônio, objeto de estudo da contabilidade atual. O desenvolvimento da contabilidade, acompanhou a ascensão econômica e social, durante todo o desenvolvimento político-econômico mundial. Sendo ciência social, é diretamente ligada ao meio em que atua, agindo como ferramenta de controle e gerenciamento de entidades. É perceptível a influência da legislação no meio contábil, pois o Estado é um dos principais usuários da contabilidade, emitindo os princípios e padrões a serem seguidos no exercício da profissão. Com a globalização, a procura pela unificação das normas contábeis, tornou o mercado mais competitivo, trazendo desafios à contabilidade brasileira para se renovar e se adaptar às novas tecnologias e métodos utilizados em outros países. A demanda pela uniformidade das normas entre os países, possibilita a comparabilidade das demonstrações contábeis, e o desenvolvimento no processo de comunicação de entidades em países diferentes. Através do trabalho será possível analisar que ao longo de sua história, é notável a gradativa valorização da contabilidade como ciência, e a ávida busca por melhora nas práticas e sistemas contábeis, a fim de aprimorar as informações para os usuários e a tomada de decisões. 2 2. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Através deste trabalho será possível identificar a evolução da contabilidade e sua importância para humanidade, mostrando também a atual situação legislativa e profissional contábil. 2.1 Contabilidade do mundo antigo A contabilidade do mundo antigo surgiu da necessidade do homem de ter o controle do que possuía. Após o abandono das práticas nômades e da caça, o homem pré-histórico começou a ter noção de patrimônio, objeto da contabilidade atual, através da organização de agricultura e pastoreio. Os primeiros registros se deram de forma rudimentar, apenas utilizando da memória do homem, porém eram necessárias formas mais eficientes de controle. De acordo com Schmidt (2000), entre 8000 e 3000 a.C. foram encontrados em sítios arqueológico na região do Oriente Próximo, materiais que seriam utilizados por civilizações pré-históricas como forma de sistema contábil. Este sistema era constituído de artefatos de barro, como caixas, contendo pequenas fichas de barro, para identificar os devedores ou outras pessoas. Ainda segundo Schmidt (2000, p. 16) “ As fichas contábeis foram antecessoras e propulsoras da escrita e da contagem no sentido abstrato (...)”. A contagem se deu em fases, dentre elas, a fase concreta, que se caracteriza pela utilização de fichas de barro com símbolos, que identificavam um conjunto de coisas específicas. A contagem abstrata foi marcada pelo desenvolvimento do símbolo numérico que possibilitou a manipulação de dados. Trabalhos arqueológicos na região de Uruk, antiga cidade da Mesopotâmia, mostram que foram elaborados dois sinais: os numerais (para representar números abstratos) e os pictográficos (utilizados para designar conjunto de mercadorias). A partir de 3250 a.C., houve o surgimento de envelopes de barro e selos para proteger as fichas de barro (que indicavam produtos agrícolas) e amarras como forma de preservar fichas perfuradas (que representavam produtos manufaturados). O uso de fichas e envelopes explicita a função que este sistema possuía: representar a realidade social e física das transações, refletindo a entrada ou saída física de ativos. Para representar, por exemplo, a transferência de um carneiro de um pastor para outro, era necessário transferir a ficha de um envelope para outro, 3 caracterizando este sistema como método das partidas dobradas, pois há um registro de dupla entrada. De 3100 a 3000 a.C., com o surgimento da escrita cuneiforme arcaica, usando de símbolos idênticos inutilizou-se as fichas impressas. Os sumérios para uma melhor compreensão, começaram a utilizar uma forma mais simples de demonstrar as transações através de tabelas de barro, as fichas de barro entraram em desuso e serviam apenas como molde para a impressão nas tabelas. É importante ressaltar que a influência e o progresso das civilizações árabes foram importantes para o surgimento das futuras escolas de contabilidade, pois de acordo com Hendriksen (1999) no oriente já existia uma economia sofisticada, antes da Europa emergir e ainda que nessa região é que nasceu a contabilidade. O marco do fim da contabilidade do mundo antigo é a publicação do livro Liber Abaci, de Leonardo Fibonaci, o Pisano, que traz o início dos números arábicos ao ocidente. 2.2 Contabilidade do mundo medieval Conforme visto no item 2.1, no período antigo o homem já utilizava o método das partidas dobradas através das fichas de barro, porém de acordo com Schmidt (2000) o uso desse sistema de registro contábil só foi implementado após a revolução comercial no século XII. Responsável mais tarde por resultar na escola italiana de contabilidade. A substituição dos números romanos (I, II, X), pelos números arábicos (1, 2, 3) no séc. XII, proporcionaram melhor compreensão dos valores, e a possibilidade de calcular os saldos em valores numéricos e não apenas simbólicos. Com o surgimento dos pensamentos renascentistas no fim da Idade Média, (que além de renovar os conceitos de artes plásticas e letras, procurou aperfeiçoar a organizaçãopolítica e econômica) e o crescimento do capitalismo, que permitia o acúmulo de bens e riquezas, criando novas condições sociais, gerou um crescimento no pensamento contábil, pois era necessário um desenvolvimento econômico. De acordo com Hendriksen (1999), a sociedade foi de extrema importância para o desenvolvimento da contabilidade, pois proporcionou a 4 separação entre firma como entidade, e as pessoas como proprietários. A criação da moeda em 859 a.C., fez com que o sistema se tornasse completo, possibilitando atribuir valores a grupos específicos de mercadorias. O aperfeiçoamento do método das partidas dobradas, débito e crédito, também foi importante para o desenvolvimento de escrituração contábil, conforme Schmidt (2000), o desenvolvimento econômico das cidades de Veneza, Gênova e Florença, impulsionou o desenvolvimento contábil na medida que o nível comercial se tornou mais complexo, demandando por sistemas mais sofisticados. O primeiro registro do uso do método em sistemas contábeis, foi em 1340 na cidade Gênova, desenvolvido por um funcionário público responsável pela tesouraria da cidade. O período medieval terminou, com a publicação do livro de Luca Pacioli, em 1494, “Tractatus de Computis Et Scripturis”, que explicava e demonstrava como deveriam ser feitos os registros contábeis, a partir do método de partidas dobradas. 2.3 Contabilidade do mundo moderno O período entre 1494 e 1840, foi o período de consolidação do sistema contábil de partidas dobradas, devido a obra de Luca Pacioli, “Tractatus de Computis Et Scriptus”. Para iniciantes de conhecimento contábil, é apresentado Luca Pacioli como criador das partidas dobradas, porém o método teve origem na Arábia, e apenas coincidiu a época de sua obra com surgimento da impressão na Itália, sendo assim o primeiro grande divulgador desse sistema de registro contábil. O crescimento econômico promovido pelas grandes navegações, o mercantilismo, o surgimento da burguesia que estavam em ascensão durante o período, também influenciaram a consolidação da contabilidade como um ramo de conhecimento humano, importante socialmente. De acordo com Schmidt (2000): A partir do advento dos primeiros livros contábeis impressos e da consequente disseminação das técnicas de registros em partidas dobradas, (os registros) se tornaram um instrumento de controle administrativo para todo tipo de empresa Schmidt (2000 pg. 29). Após a disseminação da técnica por toda a Europa, através da publicação de livros contábeis, houve a primeira corrente de pensamento contábil: o 5 pensamento contista na Escola Italiana, influenciado por vários contistas franceses, principalmente Benedetto Cotrugli e Frei Luca Pacioli. Aos contistas foi atribuído o papel de fortalecer a Contabilidade como atividade social de suma importância. Tinham o objetivo de controlar o patrimônio a partir da apuração saldos em contas, segundo a teoria contista as contas representam pessoas, (comerciantes, proprietários) e seus saldos indicam débitos e créditos de seus titulares. Os contistas seguiam a regra de “ quem recebe deve e quem entrega tem a haver”, regra criticada por não representar a origem de todas as transações. A criação da conta de capital, surgiu a partir dos contistas. O número crescente de sociedades por ações, gerou a necessidade de separação entre o patrimônio da empresa e dos proprietários. O historiador Raymond de Roover, considerava o período de 1494 a 1800, como um período de estagnação do desenvolvimento contábil, devido a decadência das cidades italianas comercialmente e politicamente. Hendriksen (1999, p. 45) explica a queda do comércio italiano: “Com o descobrimento do Novo Mundo e a abertura de novas rotas de comércio, os centros comerciais deslocaram-se para Espanha e Portugal, e posteriormente para Antuérpia e aos Países baixos. ” Hendriksen (1999 pg. 45) contrapõe Roover afirmando que “Essa caracterização é um pouco injusta, porque esse período se iniciou como uma era de descobrimento e encerrou-se como uma era de revolução.” Schmidt (2000) completa acreditando que este foi um período não de estagnação, mas sim de consolidação. Em 1673, o Código Comercial francês exigia que as empresas apresentassem um balanço pelo menos a cada dois anos. Viabilizando o papel do investidor, principal usuário da prática contábil atual. Schmidt (2000) explica a contabilidade moderna: (...)pode ser vista, portanto, como o resultado de uma mudança social e econômica vivida por cidades do norte da Itália. O sistema de partidas dobradas foi uma resposta dada pela Contabilidade aos novos e complexos problemas enfrentados pelos novos homens de negócios surgidos a partir do século XII. (SCHMIDT,2000, p.27). O período moderno, teve como característica a ascensão do comércio mundial, e as novas relações de empresa que se estabeleciam e necessitavam de registro próprio, com a Escola Italiana, desenvolvendo novos conceitos e técnicas de registro contábil, a Contabilidade pode dar um grande salto, e mostrar sua 6 importância social. 2.4 Contabilidade do mundo científico O início do período científico se deu após a publicação da obra “La Contabiitá Apllicatta Alle Administrazioni Private e pubbiche” de Fracesco Villa, que permitiu a compreensão da Contabilidade gerencial. A obra de Villa, resultou na criação de diversas novas Escolas com diferentes olhares sobre as informações contábeis. A Revolução Industrial foi grande propulsora da criação das novas escolas. De acordo com Hendriksen (1999): Os efeitos sobre a contabilidade foram tantos diretos quanto indiretos. (...), o advento do sistema fabril e da produção em massa resultou na transformação de ativos fixos em custo significativo do processo de produção e distribuição, tornando o conceito de depreciação mais importante. À medida que aumentava a necessidade de informação gerencial sobre os custos de produção e os custos a serem atribuídos à avaliação de estoques, o mesmo acontecia com a necessidade de sistemas de contabilidade de custo. (HENDRIKSEN, 1999, p.47). A escola Lombarda ou Administrativa, a partir da influência de Villa, possuía uma visão maior sobre a Contabilidade, interligando fatores contábeis, administrativos, tecnológicos e econômicos. O maior mérito da escola foi a vinculação entre administração e Contabilidade. Villa é considerado o precursor da Contabilidade como fonte de informação gerencial. Fundada na metade do séc. XIX, a escola Personalista, teve um impulso extraordinário com as obras de Cerboni, que constituiu a teoria personalista das contas. Apesar de no passado já existir a teoria de que as contas representavam pessoas, apenas representavam uma forma de explicar o mecanismo de partidas dobradas, não considerado de cunho científico. Para os personalistas as contas deveriam ser abertas em nome de pessoas jurídicas ou físicas, e representavam seus débitos e créditos. Houve grande preocupação da parte de Cerboni pelo aspecto jurídico das relações entre proprietário e entidade. A escola Controlista, afirmou a distinção entre administração geral e administração econômica. Administração geral sendo o controle dos fenômenos, e de negócios de diversas naturezas, e administração econômica, a administração do patrimônio das empresas para obter lucro. Os controlistas enfatizavam ao processo 7 de continuidade das empresas, Fabio Besta, um de seus principais mentores, que define que o patrimônio deve ser “ retratado por uma soma de valores positivos (os bens de propriedade da entidade e os créditos que constituem o ativo) e negativos (dívidas que constituem o passivo), em uma concepção eminentemente econômica” (SCHMIDT, 2000, p. 75). Para Besta, a contabilidade é a ciência que estuda a organização de empresasa partir princípios e preceitos, de forma a realizar racionalmente as funções de conhecimento. Com a ascensão econômica e cultural americana no fim do séc. XX, e a Europa enfrentando diversos fatores desfavoráveis, foi inevitável a entrada da influência americana nos registros contábeis. O surgimento de empresas maiores e o novo cenário econômico após duas grandes guerras, e o início da guerra fria, configuraram uma maior necessidade de controle, propiciando a evolução da contabilidade. A escola Americana é usada atualmente, por diferente das escolas Europeias, utilizar uma visão mais prática da Contabilidade. 2.5 Contabilidade na atualidade A contabilidade tem se mostrado cada vez mais importante. Com a constante evolução de tecnologias e desenvolvimentos econômicos progressivos, se tornou necessária a constante procura por novos métodos, e transformação de aprendizado em práticas, para que o mercado possa receber informações completas e hábeis para tomada de decisões. A atividade contábil passa por variações de acordo com o desenvolvimento social e econômico do período em que se encontra. Como explica Iudícibus (2009): (...) O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades e nações. (IUDÍCIBUS, 2009, p.16) Com o surgimento das novas tecnologias, a Contabilidade se tornou mais prática, e fácil para compreensão, facilitando a tomada de decisões. Porém, a entrada da tecnologia no ramo contábil, e a constante mudança nas práticas de acordo com o desenvolvimento, exige que o profissional contábil seja a cada dia 8 mais capacitado e habilitado a se adaptar às novas situações. De acordo com CFC (2008): A atuação dos profissionais contábeis tem se mostrado cada vez mais imprescindível à sociedade, pois é fato notório que a contabilidade é capaz de assegurar a veracidade e de atestar a confiabilidade de informações que dizem respeito ao interesse coletivo. A credibilidade para atuar como guardiã dos bens públicos, porém, não chegou à classe contábil por imposição e, muito menos, por obra do acaso. O agir ético e fundamentado nos preceitos legais vigentes é um dos principais responsáveis pela posição a que foi alçada a nossa profissão. Podemos entender que a contabilidade atual é o resultado de todas as influências das escolas contábeis e décadas de conhecimento, adaptada às necessidades atuais do mercado, e dos usuários da Contabilidade. 2.5.1 Legislação brasileira A legislação brasileira de Contabilidade é regulamentada pelo CFC. A edição da Lei 6.404, sociedades por ações, em 1976, impulsionou a Contabilidade. Em contrapartida limitou as práticas em relação às normas internacionais já existentes, pois vários órgãos financeiros e contábeis introduziam padrões e princípios, que muitas vezes divergiam entre si. Houve então a necessidade de um órgão específico, para centralizar a normatização no Brasil, a solução partiu da resolução da lei 1.055/05, com a criação do CPC, responsável por fazer a adaptação das normas internacionais emitidas pelo IASB às normas brasileiras. Em 2007, com a aprovação da lei 11.638 que alterou a lei 6.404/76, houveram alterações na estrutura do balanço patrimonial, a fim de propiciar a harmonização da contabilidade brasileira, às normas internacionais. Dentre as mudanças: passou a existir o “Ativo não circulante”, e no “Imobilizado” adicionado o subgrupo“ Intangível”, a extinção da reavaliação de ativos, e no grupo do “Patrimônio Líquido” foram inseridas as “Ações em tesouraria” e “Prejuízos acumulados” (cf. apêndice A). E tornou-se necessária a interpretação das demonstrações contábeis, a partir da essência sobre a forma, conceito que considera a essência econômica prevalece sobre a forma jurídica. 9 A medida provisória 449/2008, foi incluída integralmente na lei 11.941/09, fazendo modificações na lei da Sociedades por Ações: o ativo diferido, e o resultado de exercícios futuros, foram excluídos das demonstrações. Houve também a desvinculação do fisco e a contabilidade. Habilitando a prática da contabilidade sem influências diretas ou indiretas de natureza fiscal. Promovendo a interação entre as práticas contábeis e a Receita Federal, sem que haja interferência mútua. 2.5.2 Aderência brasileira às normas internacionais contábeis A contabilidade como ciência social, acompanha o ambiente em que atua, sendo assim, há o surgimento de práticas distintas de acordo com a cultura e o desenvolvimento econômico-social de cada local. As diferenças nas práticas contábeis geram problemas para a compreensão e comparabilidade nas informações econômico-financeiras entre as entidades, demandando a convergência das normas no mundo, facilitando o processo de comunicação. Com a criação do CPC, em 2006, pela resolução CFC 1.055/05, em razão convergência internacional das normas contábeis, da centralização de emissão das normas, a representação e processos democráticos das informações, envolvendo os principais usuários da contabilidade, o governo, investidores, administradores. O CPC traduz e adapta as normas emitidas pelo IASB, as IFRS, para a inclusão perante a legislação brasileira, é constituída por órgãos não governamentais, são eles: ● ABRASCA; ● APIMEC NACIONAL; ● CFC; ● BOVESPA; ● FIPECAFI e; ● IBRACON E tem como objetivo, o estudo, e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre as práticas contábeis, e a divulgação de informações pertinentes à profissão, para a emissão de normas pelas entidades reguladoras brasileiras, viabilizando a centralização dos processos de produção, levando em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. 10 Até o ano 2010, o CPC praticamente concluiu o processo de convergência através das edições dos Pronunciamentos, a partir do ano 2011, o CPC se tornou mais ativo, colaborando na elaboração e edição das normas internacionais. 2.5.3 Requisitos para o exercício da profissão de contabilista Para exercer a profissão deve-se obter o registro junto ao CRC. Para a solicitação de registro é necessária a aprovação no Exame de Suficiência, que tem o objetivo de comprovar o conhecimento médio em ciências contábeis. A prova possui 50 questões de matérias diversas, para a aprovação é necessário 50% de acertos. Os alunos que estão no último ano de formação podem se inscrever para a prova. Os tipos de registro são: - Registro Definitivo Originário: concedido pelo CRC, com jurisdição domicílio profissional do contabilista; - Registro Definitivo Transferido: concedido pelo CRC, com jurisdição no novo domicílio profissional em que o contador passe a exercer a profissão; - Registro Provisório: concedido pelo CRC, ao contando que ainda não tem posse do diploma ou certificado registrado no órgão competente; - Registro Provisório Transferido: concedo pelo CRC, com jurisdição no novo domicílio profissional em que o contador com registro provisório passe a exercer a profissão; - CNAI - Cadastro Nacional de Auditores Independentes: destinado a profissionais na categoria de contador, que pretendem atuar na área de auditoria independente no âmbito de mercado de capitais, em instituições financeiras reguladas pelo BCB ou em instituições reguladas pela Superintendência de Seguros Privados. Até junho/2015, os profissionais técnicos em contabilidade podiam obter o certificado junto ao CRC, após a data, apenas bacharéis em contabilidade podem solicitar o registro, no entanto, profissionais técnicos registrados até a data poderão continuar exercendo a profissão. 2.5.4. As exigências éticas e profissionais O papel do contador se torna cada vez mais abrangente por se tratar11 de um profissional que se adequada às novas necessidades econômica-sociais. O contador antes preocupado apenas com suas demonstrações, hoje se vê incentivado pelo mercado a ter a habilidade de diálogo com outras áreas. A convergência das normas internacionais, traz ao profissional contábil a necessidade do conhecimento, ou domínio de línguas estrangeiras, especialmente o inglês e o espanhol. Raciocínio lógico, organização e facilidade de interpretação, são umas das principais características do profissional de Ciências Contábeis. Por ser um profissional com contato a informações privilegiadas das entidades, é essencial que o contador seja ético em suas atividades, e acima de tudo que preze a honestidade em suas demonstrações, cabendo ao contador um contínuo cargo de respeito e confiança dentro das organizações. É esclarecido na NBC PG 100 (Norma Brasileira de Contabilidade), os aspectos éticos e profissionais a serem seguidos pelos profissionais contábeis, são eles: - Competência: elaborar demonstrativos completos, desenvolvimento contínuo de conhecimento e realizar suas atividades de acordo com os princípios e normas vigentes; - Sigilo: não utilizar de informações confidenciais para obter vantagens ilicitamente, de interesse pessoal ou de terceiros, monitorar suas atividades a fim de manter o sigilo, não evidenciar informações confidenciais obtidas, exceto quando autorizado ou quando for legalmente obrigado a tal; - Integridade: reconhecer e comunicar suas limitações profissionais, comunicar as informações favoráveis e desfavoráveis assim como opiniões profissionais, recusar favores e presentes que possam influenciar as decisões; - Objetividade: evidenciar aos usuários informações relevantes que, interferem na compreensão de demonstrativos, notas explicativas e recomendações apresentadas; - Comportamento Profissional: cumprir leis e regulamentos pertinentes à profissão de modo a evitar qualquer prática que desacredite a profissão. O profissional contábil deve exercer suas atribuições com o uso da ética de acordo com o Código de Ética Profissional Contábil editado pelo CFC. O CEPC estabelece regras de conduta, a partir dos seguintes tópicos: 12 - Deveres e Proibições - Honorários Profissionais - Deveres em Relação aos Colegas - Infrações Disciplinares A ética profissional preza o relacionamento com seus clientes e com os outros profissionais, com dignidade humana, auto realização e sociabilidade. Um profissional, deve ter muitas qualidades e atributos indispensáveis para desenvolver o seu trabalho de forma a atender aos objetivos de seus clientes e da própria profissão. O não cumprimento das normas éticas e profissionais previstas pelo NBC, pode resultar na suspensão do registro junto ao CRC, o cancelamento só ocorre em caso de falecimento ou cassação do exercício profissional. 2.5.5 Desafios para o contador moderno A partir do séc. XX, os avanços tecnológicos, têm transformado o mundo em que vivemos, e as relações interpessoais de forma significante, o desenvolvimento da tecnologia também modificou muitos dos processos contábeis, exigindo dos profissionais a procura em se adaptar às novas condições de trabalho, através da qualificação em informática. A convergência das normas e a competitividade do mercado, exige que o profissional contábil seja multidisciplinar, o empenho pelo estudo, e a valorização do aperfeiçoamento como profissional, proporciona ao contador um leque de possibilidades, podendo atuar nas diversas áreas gerenciais e financeiras. Segundo SÁ (2007, p. 154), “O contador que possui conhecimentos melhores em administração, economia, direito, sociologia, matemática e lógica está muito mais credenciado ao sucesso que aquele que se limita apenas ao conhecimento contábil” As mudanças econômicas e sociais que ocorrem a todo momento, também influenciam na prática contábil, de acordo com as novas normas e princípios Vigentes para a profissão. O maior desafio do contador moderno é se manter atualizado em meio às mudanças legislativas, sociais, tributárias e fiscais. A padronização das normas e o avanço tecnológico, requer do profissional contábil, a constante busca por conhecimentos, que aprimorem suas atividades e o torne um profissional completo, capaz de se adaptar às novas situações. Ainda com nossa situação social, é importante que o profissional 13 contábil saiba ser correto, e íntegro em suas atividades, prezando a qualidade das informações por ele produzidas. Observando os princípios éticos necessários para uma boa atuação no mercado, tendo em vista o aumento da demanda por profissionais qualificados na profissão perante as atuais mudanças o cenário profissional. 14 3. CONCLUSÃO Portanto, os avanços obtidos pelos antepassados foram indispensáveis para a formação do sistema contábil atual. O desenvolvimento da tecnologia e das relações econômicas e sociais, resultaram numa ciência multidisciplinar, onde é possível obter as informações necessárias para a tomada de decisões, e a atuação em diversas áreas financeiras-econômicas. É uma ciência em contínuo desenvolvimento, diretamente ligada aos costumes e desenvolvimento de onde atua, desafiando o contador a sempre se atualizar com as possíveis mudanças, tributárias, legislativas e sociais. É importante ressaltar que a contabilidade, antes vista apenas como um “mal necessário” e associada à burocracia e uma infinidade de papéis, é considerada hoje a “linguagem universal dos negócios”, por atender as necessidades econômicas e gerenciais de todas em entidades. O processo de convergência no Brasil, tem mostrado bons resultados, partindo de que o CPC, hoje é participante ativo das edições de novas normas contábeis emitidas pelo IASB. Em contrapartida, são poucas as pesquisas que envolvem ciências contábeis no país, dificultando o desenvolvimento de novas práticas, a pouca oferta de cursos de pós-graduação na área, gera um déficit de profissionais habilitados e competentes para atuar no novo cenário internacional da contabilidade. O trabalho enfatiza que a constante busca por conhecimento, e a dedicação por especialização é imprescindível aos profissionais contábeis, para que seja possível a adaptação e o aperfeiçoamento de suas atividades, sempre observando os valores éticos imputados à profissão, tornando-se um profissional completo e hábil para todas as situações. 15 REFERÊNCIAS ALENCAR, J. de et al. Mensagem ao futuro profissional contabilista. CFC 8 ed. Brasília: 2015. CFC. Legislação da profissão contábil: Conselho Federal de Contabilidade. – 3. Ed., ver. E ampli. – Brasília, 2008 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. CPC. Disponıv́el em: <http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/processos_de_converg encia/comite_de_pronunciamentos_contabeis>. Acesso em: 23 fev. 2017. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Registros. Disponível em: <http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/registro/faq>. Acesso em: 25 fev. 2017. CONTÁBEIS: O PORTAL DA PROFISSÃO CONTÁBIL. A nova visão da lei 11.638/2007. 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NBC pg - norma brasileira de contabilidade - pg conselho federal de contabilidade - cfc nº 100 de 24.01.2014. Disponıv́el em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/nbc-pg-100.htm>. Acesso em: 26 fev. 2017. PORTAL DE CONTABILIDADE. História da contabilidade. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm>. Acesso em: 08 fev. 2017. RIBEIRO, A. C. et al. Abordagens éticas para o profissional contábil: Conselho Federal de Contabilidade. 1 ed. Brasília: CFC, 2003. SÁ, Antônio Lopes. Ética Profissional. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2007. SCHMIDIT, Paulo. História do pensamento contábil. Porto alegre: Bookman, 2000. SUFICIÊNCIA CONTÁBIL. Exame de suficiência contábil. Disponível em: <https://suficienciacontabil.com.br/o-exame>. Acesso em: 25 fev. 2017. 17 APÊNDICE A - BALANÇO PÓS LEI 11.638/07 18
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