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Empresarial III p2- recuperação e falencia

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Direito Empresarial III- P2
05.05.2017
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Parte II – Procedimento
Simplificando muito o procedimento da recuperação judicial, teremos 5 etapas fundamentais;
1. Petição inicial
2. Despacho de deferimento (60 dias para apresentação plano)
3. Apresentação do plano (30 dias para manifestação dos credores)
4. Objecoes
5. AGC
A ideia é que entre o despacho e a AGC tenham 150 dias;
Petição inicial – requisitos comuns do CPC e alguns especiais da lei 11.101 – art. 51; geral = endereçamento juiz competente, nome do autor, que é a empresa devedora, com sua qualificação, o nome da ação – na sequência viria a qualificação do réu, mas não há na réu na RJ, então fica em branco. Tecnicamente os credores não são reus, não há litígio entre devedor e credor, o que há é uma negociação dentro do processo; o correto seria chamarmos os credores de partes interessadas e não réus, e não é preciso qualifica-los na petição em si. O corpo qualquer peticao inicial apresentará os fatos, o direito que fundamenta a pretensão e por fim, os pedidos – estrutura básica de qualquer pet. (A única diferença até aqui é que não há réu); outro ponto que vale destacar é o valor da causa, numa acao de recuperação judicial é, necessariamente, o valor da divida sujeita à recuperação. Como é muito raro que uma empresa entre em recuperacao por divida menor que 1 milhão de reais, geralmente o piso é de 3 milhões, quase que sempre o valor da causa alto fará com que o valor as custas bata no teto, entao, normalmente, só de taxa judiciaria para distribuir acao, bate quase 40 mil reais, em funcao do valor da causa que é sempre elevador. É possível pedir justiça gratuita? Sim, é possível, mas tem que mostrar necessidade e juizes não aceitam o argumento de que o simples fato de que a empresa estar pedindo recuperacao seja um motivo para não pagar as custas.
O que tem de especial na peticao de recuperação?
- apontamento das causas da crises, ou seja, tem que dizer porque que a empresa está pedindo esta recuperacao, o que a levou à crise, e, justamente este ponto se conecta perfeitamente à parte dos fatos da petição comum. Na parte dos fatos, aponta-se as causas da crise. O que poderia ser causa da crise? Briga entre os sócios, ineficiência da administração, obsolescência dos produtos, incêndio que destruiu a fabrica, aviaõ que caiu e matou toda diretoria, greves prolongadas, peso dos tributos, alto custo encargos trabalhistas, falta de mão de obra qualificada, falta de infraestrutura do brasil, corrupção – que impede que a empresa participe de licitações, o alto custo da energia elétrica, e disparada de um preço de insumo ou do próprio dólar; descrever com precisão, não pode ser genérico. Na parte do direito, basta apontar o artigo 47, que é o da preservação da empresa e da existência da ação de recuperação + art. 48 – e deu, não tem o que enrolar – sejamos práticos!
Do item 2 ao 9 são documentos que devem estar anexados na petição. Estes não aparecem no corpo da petição, são anexos.
• Demonstrações financeiras dos últimos 3 anos, mais aquelas do exercício atual até o último mês fechado; se uma empresa for entrar em Rj hoje, distribuir sua acao no dia 05 de maio, tem que apresentar as demonstrações contábeis de 2014, 2015, 2016 E 2017 até abril – são quatro jogos de demonstrações financeiras, compostas por balanço patrimonial, demonstrativo de resultados do exercício e demosntrativo de fluxo de caixa.
• Relação dos credores está é a lista 1, que é a etapa inicial de verificação de créditos, nomes, endereços, classificacao e natureza do credito e etc. é como se o legislador dissesse "tu pode sim entrar em recuperacao judicial mas diga para quem deve"
• Relação do empregados todos eles com nome, cargo, função e salário
• Comprovante de regularidade, documento expedido pela JC que consta, entre outras coisas, a data de constituição da empresa (certidão simplificada) e é com ele que comprávamos que a empresa foi constituída há mais de 2 anos ; apresentar o ato constitutivo da empresa (contrato social ou estatuto, declaração de empresário individual) e se houver administradores, ata da assembleia ou reunião de sócio que nomeou os administradores – se já não tiverem sido nomeados no próprio contrato social. O legislador pede aqui que se faca uma apresentação da empresa, quem são os credores, quem são os empregados, se esta em estado de regularidade, as regras básicas de funcionamento, quem são os administradores – inclusive para saber se podem pedir a recuperacao judicial
• Relação dos bens particulares do sócio controlador e dos administradores este ponto é bem polêmico; apresentar lista o apresentando o que tem cada um dos administradores na PF e aquilo que tem o controlador. Reprodução do que consta na declaração do IR; a pergunta: qual é o problema disso? É por que isso é polêmico? Porque o inciso VI do art. 5 é polêmico na pratica? Tem pelo menos três razões para essa polêmica. Primeiramente é uma regra que tem até um efeito desconsiderante, no sentido de desconsideração da personalidade juridica; se é uma sociedade empresaria a devedora é a propria sociedade empresaria com seu patrimonio, como quase sempre é uma limitada ou sa os controladores e administradores não tem nada a ver com a divida da sociedade – seria uma presunção de que são fraudadores só porque a empresa esta em crise? Parece que o legislador está presumindo fraude; em qualquer sistema juridica a fraude não se presume, a fraude se prova, o que se presume é a boa-fé das pessoas, então esse inciso está contrário a presunção geral. Quais sao os outros problemas alem da presunção de fraude/ dessa curiosidade excessiva em cima do patrimonio dos sócios? Parece, que em segundo lugar, isso inclusive quebra o direito ao sigilo bancário e fiscal do sócio e do administrador, todos temos o direito de mantermos em absoluto sigilo; há ainda um terceiro problema, não se confunde o patrimonio dos sócios com o patrimonio da sociedade, existe autonomia patrimonial, não há problema nenhum em a empresa ter dado lucros durante décadas e os sócios terem enriquecidos na pf por meio de distribuição de lucros e dado momento a empresa começar a ir mal e entrar em recuperacao judicial. Não há nenhum problema em os sócios serem ricos e a pessoa esta em recuperação. Se não houve confusão patrimonial, desvio de bens, não há problema nenhum. O que acontece é que às vezes se tem um sócio rico e uma empresa em crise, na hora de negociar, o credor pode dizer que quer pague. Ao expor o patrimônio particular dos sócios e administradores isso atrapalha a negociação porque confunde as coisas. Nao há obrigacao do sócio em repor o lucro que recebera em anos anteriores; são embaraços que o inciso VI impõe; como se resolve isso? No caso da recuperacao judicial das empresas do Eike, momento em que ele tinha patrimônio robusto, de forma hábil os advogados, ao distribuirem a peticao inicial juntaram essa documentação (porque é obrigatória) e na parte dos pedidos, tinha um especifico que esse documento fosse desentranhado dos autos e revertido em segredo de justica ou fosse colocado no cofre do cartório; para que as partes não teram acesso, exceto mediante pedido justificado.
• Extrato das contas bancarias e aplicações todas as contas tem que ter extratinho
• Certidão de protestos de títulos apresentar todos os títulos protestados da empresa, até para dar uma dimensão da crise economica
• Relação das ações judicial lista com todas as relacoes judiciais que existem contra e a favor da empresa, em que ela é autora ou ré com valor da causa estimado.
Normalmente uma peticao inicial de recuperacao é imensa em funcao dos documentos anexos. A peticao em si, normalmente tem 20 paginas, mas os anexos fazem com que ela fique imensa.
Juiz recebe a peticao e tem que fazer o exame do cumprimento dos pressupostos e requisitos; analise formal, se os documentos estão presentes. Não se verifica mérito.
A) Se estiver tudo certo – OK – defere o processamento da RJ;
B) Não apresentação de documentoou falta de atendimento de requisito do art. 51 – prazo para emendar a inicial; pode significar simplesmente a repreasentacao de uma inicial se ela estiver muito ruim, pode ser reapresentar algum dos itens, e ainda pode ser simplesmente juntar um documento. A emenda da peticao pode tomar varias formas diferentes.
C) Impossibilidade de atender pressuposto – indeferimento da inicial; tem problema na peticao inicial mas que não pode ser sanado, ex. Uma cooperativa pediu recuperacao judicial – não tem como emendar. Indeferimento e extinção da ação; ex. Devedor empresário mas em estado de regularidade há menos de 2 anos, extingue a ação.
Mesmo que seja o caso de indeferimento, ou, caso o devedor não tenha atendido a ordem que tem para emendar a inicial não vai ocorrer a convolação. O indeferimento da inicial, por qualquer situação, não transforma a recuperacao em uma falencia porque os casos de convolação são numerus clausus (taxativos). Se está tudo OK e segue a recuperação judicial.
Consequências do deferimento da petição inicial: art. 52.
a)nomeação do administrador judicial;
b) dispensa se certidões negativas – certidões negativas de débitos tributários, são chamadas carinhosamente de CNDs. São uma espécie de atestado, comprovante, certidão que o estado dá para a pessoa comprovando que a pessoa não deve tributos, não tem débitos tributários; atestado emitido pelo governo que a pessoa ou empresa não deve tributos. Isso é muito importante na pratica, porque a realização de uma série de atos esta condicionada a apresentação de CNDs, ex. Licitação – uma empresa so pode apresentar de licitação se não estiver devendo para o estado, até porque o estado não vai pagar para quem lhe deve; ex2. Para comprar e vender imóvel tem que apresentar CND; ex3. As vezes, em algumas relacoes contratuais, esta previsto no contrato que as partes apresentem CNDs regularmente (normalmente de longa duração) – serviria como atestado de saúde financeira. A empresa fica dispensada de apresentar CNDs porque praticamente todas as empresas em recuperação estao devendo. A lei faz so uma ressalva nesse ponto, essa dispensa vale para tudo, exceto para licitações. Jurisprudencialmente alguns precedentes vão além do que diz a lei e liberam inclusive a participação nas licitações.
Pode ser utilizada certidão negativa com efeito de positiva? Sim. O que é? É uma certidão que diz que a empresa deve tributos, mas que essa exigibilidade está suspensa. Que tipo de certidão haverá? Porque para o fisco a empresa deve Ainda e não teve a resolução do mérito. Quando parcela o debito tambem aparece assim.
c) inicia o periodo de proteção, a partir do despacho que se conta o periodo de 180 dias (stay period)
d) o despacho de processamento intima o devedor para que apresente relatórios mensais informando a situação da empresa; todo mês o devedor teria que apresentar. Na pratica o juiz faz vista grossa para essa obrigacao porque já existe o relatório do administrador judicial, mas a lei manda apresentar. Para seguir a lei ao pe da letra todos os meses o juiz deveria receber 2 relatórios
e) o juiz manda intimar o MP, informando que há uma recuperacao judicial na comunidade para que, querendo, intervenha no processo.
f) comunicação das fazendas federal, estadual e municipal. Fazenda é como chamamos o estado enquanto entidade tributante. Essa empresa entrou em recupera, "te liga!!!!!!"- hehehe por que? A recuperacao não afeta o tributario, então não há porque intimar as fazendas, porque elas não estao chamadas para o processo, estao sendo comunicadas. "Vi teu namorado, passeando na padre chagas, era 23h30, dia de st patricks, eu não vi nada, mas vi ele........ t liga (corna)". Não pode participar – se peticionar é tido sem efeito.
g) publicação de edital
A) Sintese do pedido; B) Síntese da decisão; C) Relação de credores; D) Advertência qto aos prazos de habilitação e objeção;
h) indisponibilidade bens e direitos do ativo permanente (art. 66) a empresa não pode vender, nem dar em garantia, qualquer um de seus bens que não sejam bens do seu giro comercial. Ativo permanente não existe mais, é uma expressão obsoleta, hoje existe o ativo não circulante. Ativo circulante são todos os bens destinados ao giro da empresa, à operação normal, os valores em caixa, aplicações e estoque – aquilo que a empresa tem para vender, todos esses itens são bens do ativo circulante (caixa, aplicações e estoque)
Ativo não circulante – móveis e utensilios, veículos e imóveis bens do ativo não circulante so podem ser vendidos mediante autorização judicial. Forma de garantir que o patrimônio da empresa não sera desviado. E se for uma empresa que vende carros usados? Ai os veículos são estoque; e se for uma vendedora de imóveis? Imoveis são estoque.
10.05.2017
i)"em recuperação judicial" (art. 69, caput) a partir do momento que o juiz aceita a recuperacao judicial da empresa, que se processe a acao, o nome da empresa muda. Na verdade ele ganha um adendo, é como se a empresa casasse a agregasse ao seu nome o nome de seu marido, agrega a expressão "em recuperacao judicial". De que forma isso aparece? Em todos os contratos que a empresa assinar, quando a empresa for qualificada no contrato, no nome tem que acrescer a expressão "em recuperacao judicial"; se a empresa for publicar um edital, por exemplo, convocando os credores para assembleia, tem que aparecer o em recuperacao; para que serve este adendo ao nome da empresa? Serve, basicamente, para alertar aqueles que tratam com essa empresa que esta em situação especial, regime jurídico especial, e que de certa forma, quem negocia com essa empresa, tenha noção de que se trata de algo delicado – alerta ao mercado. E se não aparecer o nome no contrato? Responsabilidade – se algum dano for gerado a partir disso é possível responsabilizar a propria empresa e seus administradores – podem responder pela omissão.
j) um dos efeitos do despacho de processamento é que o juiz mande um oficio para a JC para que esta faça duas coisas: para que anote no prontuário da empresa esta situação (cada empresa tem uma pastinha na JC onde estao todos os documentos de seu interesse ao longo da história, - tem que juntar – fica no histórico da empresa) e a outra providencia é que para a JC mantenha uma pagina na internet com todas as empresas em recuperação – para consulta – não acontece na pratica, esta apenas na lei; a JC deveria manter em sua pagina uma lista com todas as empresas que estao em recuperação.
RECORRIBILIDADE? Em técnica processual, só recorremos de decisões que tenham conteúdo decisório, porque se for despacho de mero processamento, não há de se falar em recorribilidade. Qualquer despacho de mero impulso não é recorrível, há de haver carga decisória. Seria possível recorrer do despacho de processamento? Sim. É possível agravar – melhor chamar de decisão de processamento; é possível, por exemplo, recorrer da nomeação do AJ, ou dos honorários do AJ – é um ato judicial com carga decisória; e não é só isso, pois ao aceitar o processamento da acao o juiz submetera os credores ao stay de 180 dias, e sem duvida isso é um ato decisória que interfere inclusive na esfera juridica de 3os. Recurso cabível é o agravo de instrumento (recurso por parte dos credores). Pode o devedor recorrer do despacho de processamento? Pode, por exemplo, se não deferir a gratuidade judiciaria. Mp pode agravar, por exemplo, um cooperativa pede RJ o juiz não se de conta e de o despacho, mp pode agravar. 60 dias depois tem que vir aos autos o plano de recuperação
PLANO DE RECUPERAÇÃO: é o coração do processo no sentido, evidentemente, que se trata da parte central; se a acao de recuperação nada mais é do que uma negociação coletiva, ambiente para propiciar essa negociação, o plano de recuperacao é a materializacao dessa proposta do devedor. Uma proposta de pagamento e uma proposta de reestruturação da própria empresa eventualmente.
Conteúdo do plano - O que deve ter no plano?
Art. 53 I – apontamento dos meios de recuperação – apontamento, apresentaçãodas técnicas de recuperacao, é como a empresa vai pagar, quais meios vai utilizar. O que fará? Qual a proposta? Núcleo do plano; o que normalmente aparece nesse item como proposta?
A) Parcelamento (alongamento da dívida) – a lei não impoe limites, a excecao do pagamento aos trabalhadores, que é de 1 ano; no mais o limite é a paciência do credor (tomara que nunca tenham a Duda hehehe); o parcelamento tem que ser mensal? Não, posse ser trimestral, anual, impera a criatividade.
B) Carência – prazo para começar os pagamentos. Por exemplo, prazo de um ano até que o primeiro pagamento seja feito – dar um respiro para empresa. As carências são muito comuns no plano de recuperação. Uma carência de um ano é absolutamente comum.
C) Deságio – desconto, remissao parcial – os bancos chamam de deságio, o pessoal do bar chama de desconto e nós deveríamos chamar de remissao parcial. Os pedidos de desconto tambem são muito comuns – qual é o limite? 100%. É possível perdir o perdão? Sim.
D) Perdão – referido acima
E) Substituição das taxas de juros – ex. Tenho uma duvida toda atrelada a juros mensais de 3%, ou seja, o credito dos meus credores esta sendo remunerado por esta taxa, que é alta; posso pedir para trocá-la, ou zera-la.
F) Conversão de moeda – devo em dólar e peco para converter em reais- não confundir essa conversão prevista no plano para a da votação do plano. De qualquer forma, se tiver divida em dólar, libra ou em qualquer coisa, na véspera da AGC tenho que fazer a conversão para saber o credito do credor, outra coisa é converter no plano para evitar modificação cambial.
G) Alienação de ativos ou bens – é possível que se proponha no plano a venda de uma marca, ainda a venda de uma patente, é também possível vender maquinas e equipamentos mas tambem imoveis e até estabelecimentos inteiros; quando uma empresa está endividada a única forma de vender o bem é por meio de recuperacao com previsão no plano; muitas empresas entram em recuperacao para fazer isso.
H) Conversão de credito em ações ou quotas – eu sou devedor e olho para vcs e digo (todos são credores) não querem trocar os créditos de vcs por participação na minha empresa? É possível, ainda que não seja usual.
I) Substituição dos amisnitradores – pode oferecer no plano a cabeça dos administradores aos credores; é uma medida interessante porque os administradores atuais normalmente estao muito desgastados com os credores.
Aqui vemos como a lei revolucionou, porque até 2005 só existia o alongamento do pagamento, por isso hoje em dia muitas empresas se utirilziam da recuperacao porque a gama de meios é muito variável. O art. 50 traz formas, mas é meramente exemplificativo; é possível combinar técnicas; é possível prever formas de pagamento diferenciadas para os diferentes tipos de credores; posso pagar os trabalhadores de um jeito, os quirografários de outros, com garantias real de outro – é possível inclusive oferecer condições de pagamento para credores de uma mesma classe, desde que haja um critério lógico e justo por exemplo, dentro da classe quirografária posso ter fornecedor e banco sem garantia, posso fazer uma proposta x para pagar os bancos, e y para fornecedores; os dois são quirografarios mas estou fazendo uma proposta diferenciada. Por que? Porque preciso dos meus fornecedores e eles tem menos saúde financeira para aguentar meu parcelamento; é possivel segmentar e muito comum. Detalhe: o plano de recuperação é uma peca que não é escrita por advogado, normalmente são pessoas da área financeira, economistas, contabilistas.
II – Demonstração da viabilidade economica do plano – o que é isso? É uma conta matemática mostrando que o plano funcionara, em números, ou que tenha possibilidade de funcionar. Como se faz? Leva-se em consideração o endividamento da empresa e fazer uma projeção de tudo que a empresa recebera e tem que pagar; vê de acordo com essa projeção o quanto sobra por mês para pagar as parcelas da divida – fazer caber no fluxo de caixa – a prova de que a proposta funciona.
III – Panorama da situação patrimonial do devedor – laudo de avaliação de todos os bens do devedor, levando em consideração tambem a divida; apontar o ativo e o passivo da empresa. Para que serve? Para que os credores orientem o seu voto. De que forma? Se eu tenho o ativo exato da empresa e o passivo, sei exatamente o que ela tem, como já há uma lista de credores nos autos, consigo projetar qual seria a minha situação na falencia; se eu sei qual é a situação patrimonial exata, saberei tudo que a empresa vendera numa eventual falencia e tudo que tera de pagar, consigo ver se aquilo que vai ser vendido é suficiente para pagar meu credito; se eu fosse um credor consciente, conseguiria fazer uma conta e averiguar qual seria minha situação com a falencia e comparar com o proposto no plano. Se o credor vota de forma se colocar numa situação pior é possivel considerá-lo abusivo, é irracional porque pode estar ligado a um interesse externo.
12.05.2017
LIMITES ESTRUTURAIS DO PLANO: coisas que o plano não pode modificar. É bem simples, o primeiro limite estrutural diz respeito aos créditos trabalhistas: se por um lado existe uma liberdade quase total por parte do devedor para propor um plano de pagamento, quanto a três itens não há liberdade:
1. Pagamento trabalhadores: prazo maximo para pagamento trabalhista é de um ano contado da decisão que homologa o plano de recuperação. Não é possivel que devedor projete um prazo de pagamento mais longo – funcao protetiva aos trabalhadores (mesmo que o trabalhadores aceitem).
2. Credores com garantia real: o devedor só pode dispor da garantia (por exemplo, encaminhar um imóvel para venda) com o consentimento do credor garantido. Cláusula que "mexa"em garantia, preveja a venda de um bem que foi dado como garantia, apenas possivel com anuência expressa.
3. Se o devedor quiser fazer conversão a moeda estrangeira apenas possivel com anuência dos credores. Se estiverem 100 credores, 90 votem a favor da conversão – não funciona. Aqui não vige o principio da maioria, é necessario da anuência do credor afetado.
Se o juiz verificar qualquer problema quanto a uma destas três situações, o juiz pode anular a cláusula do plano, pois o plano seria ilegal e ele é responsável pelo controle da legalidade, e qualquer plano que esteja em desacordo com o artigo 50 ou 54 torna-se ilegal.
Petição à Despacho de processamento à 60 dias apresentação plano à e agora? Como os credores ficam sabendo dessa situação? Tomam ciência da entrega do plano. à 30 dias para manifestação dos credores. Simples: é publicado um edital no Diário de Justiça avisando "senhores credores, o plano foi entregue". Os credores não são intimados, apenas um edital de cientificação. Não há reus, apenas partes interessadas, por isso não são intimados.
Manifestação credores – 30 dias, a partir da publicação do edital acerca do plano, os credores tem direito a se manifestarem. O que é essa manifestacao? É uma primeira oportunidade para que os credores manifestem se são contrários ou não ao plano – via petição. Qual é o nome dessa petição? Objeção – se forem contrários; se forem favoráveis a regra é que não se manifestem.
Objeção: manifestacao do credor contraria ao plano; entendimento jurisprudencial dominante – tem que ser uma manifestacao fundamentada, não pode ser birra de criança – não quero porque não quero; nao aceito porque um deságio de 30 por cento significa um sacrifico demasiado que não tenho como suportar; o prazo de pagamento de 20 anos é inviável; de acordo com o entendimento majoritário, se não houver fundamentação, a objeção pode ser desconsiderada pelo juiz.
E se não houver nenhuma objeção? à plano aprovado tacitamente. Aprovação do plano!!!!!!
Basta uma objeção para que o plano seja levado à AGC (sem fundamentação e fora do prazo são desconsideradas).
Assembleia Geral de Credores: ocorre para votação do plano, pela aprovação ou rejeição. A forma de votação corresponde a segunda regra especial, artigo 45 da lei: os credores na assembleiasão separados por classes, I – trabalhistas, II – garantia real, III – quirografários, IV – ME, EPP; os credores votam internamente à aprovação do plano. As classes I e IV votam por cabeça: cada credor, um voto (precisa haver maioria). As classes II e III votam por cabeça E por crédito. A composição de voto por credito e cabeça serve para evitar votação distorcida, em que há de convencer apenas um único credor. Tem que vencer nas 6 contagens. O que acontece se perde em uma única contagem? Só não venci por credito na classe II, via de regra, tenho uma rejeição. 
Havendo REJEIÇÃO:
• Juiz confirma a rejeição – decreta falência;
• Juiz impõe o Cram down – aprovação forçada
Cram down – a aprovação não signfica a desconsideração total da vontade dos credores – a primeira ilusão que o prof quer afastar é a ideia de que o juiz tem poder ilimitado para obrigar a aceitação do plano; existe um quorum alternativo, este consiste em um quorum rebaixado, tal como o Inter. O que é o quorum rebaixado? É a recontagem dos votos, considerando por outro criterio. O artigo 58 da lei parágrafos 1º e 2º é o dispositivo que estabelece as regras da recontagem. O plano pode ter sido rejeitado em até duas classes (quase sempre tem as 4 classes, por isso poderia ser rejeitado em 2), nestas classes em que houve a rejeição, deve ter havido, no mínimo, a aprovação de 1/3 dos credores. Além disso, tem que pegar todos os votos por crédito e deve ter havido aprovação da maioria – desconsiderando classes. Se o plano atendeu a essas três condições (aprovação em pelo menos duas, aprovação mínima de 1/3 nas rejeitadas e maioria créditos pode).
Uma vez verificado o quorum alternativo, o juiz pode dar o cram down ou está obrigado? O poder do juiz é discricionário ou vinculado ao quorum? Uma corrente: o juiz deve fazer um juízo de valor sobre a funcao social da empresa, se há este cumprimento e se é importante para a comunidade – portanto parte da doutrina diz que como, teria liberdade, subjetividade aqui. Outra parte da doutrina diz que como qualquer empresa cumpre funcao social, basta pagar o salario de um funcionário e impostos, o juiz não teria discricionaridade e teria que dar o cram down – essa segunda corrente é inclinada ao principio da preservacao da empresa – entende que toda e qualquer empresa cumpre funcao social. O prof entende que a 2ª corrente é a mais adequada.
Se o juiz deverá sempre se vincular ao quorum alternativo porque haver a votação exigente?
Quando o juiz não dará, quando tiver um comportamento processual muito ruim, ficar muito evidente que a empresa esta jogando sujo com o processo, o juiz tendera a não ser tao benevolente.
Uma coisa é impor o plano por cram down, quorum alternativo, outra coisa é anular o voto de um credor por abuso e desconsiderar aquele voto e aprovar o plano. O voto do credor está sujeito, evidentemente, à analise do juiz (pode eventualmente anular o voto) – escrutínio judicial – o voto pode ser abusivo. Ex. Camila é uma credora relevante e o voto é necessario para aprovar o plano, ela diz para Duda (devedora) ok eu voto, mas tenho que ganhar por trás. Se eu provar para o juiz que Camila apenas não votou em mim porque não paguei a propina, pode anular o voto. voto viciado – analise do abuso de direito de voto; o voto é um direito acessório do credor, pois esta vinculado ao credito, serve para protegê-lo, como qualquer direito, o voto esta sujeito a regra do artigo 187 CC (abuso de direito – todo direito exercido abusivamente pode ser anulada, considerado viciado).
Obs.: Na pratica do direito brasileiro existe uma certa flexibilização nos critérios do cram down. Prof apresentou critérios rígidos (os três anteriormente citados), mas conta que na prática existe flexibilidade. Não conseguiu 33,33% dos votos, mas sim, 30% ou 29% a pratica judiciaria mostra que os juizes tem flexibilidade na analise do requisito, foi quaaaaaaaaaaaase lá – ou seja, aquela discussão sobre a discricionaridade do juiz é meramente academica pois na pratica os juizes inclusive atropelam os requisitos.
Em relaçao a recursos: Aprovação por cram down cabe recurso? SIM, agravo. Onde mais cabe recurso? No despacho de processamento – agravo; da própria aprovação expressa pode caber agravo no sentido de algum credor entendeu que houve alguma irregularidade (votos contados de forma errada etc).
Quando juiz confirma a rejeição – pode o devedor agravar, dizendo que um voto foi abusivo. Seja na aprovação forçada, aprovação expressa ou ainda na tácita o último ato do juiz é a homologação do plano à CUMPRIMENTO DO PLANO – prazo 2 anos: durante dois anos o processo fica aberto, o devedor estará cumprindo os planos, o AJ e devedor seguirão mandando relatórios mensais, depois de dois anos à sentença de encerramento – apelação – se não cumprir neste período à falencia por não cumprimento do plano. Prof disse que nenhum juiz cumpre, enquanto há qualquer discussão em aberto, mantém a recuperação ativa.
Se o parcelamento for superior a 2 anos? Os pagamentos devem seguir extrajudicialmente, cumprimento do plano pelo tempo que for; e se o devedor deixar de fazê-lo? Descumprimento posterior ao encerramento do processo
1. Credores possuem título executivo judicial; podem entrar com execução
2. Pedir a falencia do devedor
Homologação do plano – inicio do prazo de contagem para nova recuperacao (5 anos);
17.05.2017
CNDs: espécie de atestado que o governo, estado, dá aos contribuintes atestando que eles não devem tributos – art. 57.
Para que o juiz homologue o plano aprovado pelos credores, ou ainda imposto pelo juiz, o artigo 57 exige a apresentação de CNDs por parte da empresa. Para que um plano seja homologado pelo juiz a empresa precisaria estar em dia com suas obrigações tributarias – o que na pratica á manifestamente impossível. Por que? Nenhuma empresa que esta em crise tem sua situação tributaria em dia – prof já demonstrou que a normalmente a divida tributaria é a primeira a não ser paga (gera em curto prazo menores efeitos); se o artigo 57 fosse levado a serio, ao pe da letra, não haveria nenhuma homologação do plano no Brasil. O que o judiciário passou a fazer diante disso? Ignorou o artigo, não existe na pratica. Não tem eficácia pratica. Juiz nenhum exige e se o juiz de 1º grau exigir, o tribunal libera. Quais os fundamentos a essa agressão a lei? A jurisprudência entende que é uma afronta ao art. 47 (preservacao da empresa), trata de um meio coercitivo de cobrança, é como se o fisco colocasse uma faca no pescoço "empresa, vc chegou ate aqui, se vc não pagar tá mortito" – por isso a jurisprudência considera meio coercitivo de mudança. Ainda, a lei 11.101 promete que as empresas em recuperação terão uma chance de parcelar seus tributos em condições especiais; para empresas que entram em RJ haveria, segundo a lei, um programa especial, com condições privilegiadas; este programa de parcelamento nunca foi adequadamente positivado - Existem parcelamentos especiais em condições desfavoráveis, com prazos menores que os existentes em outros programas de parcelamento. O que acontece? Já que se trata de uma afronta ao principio da preservacao da empresa, pois o artigo 57 funciona como coercitivo de cobrança, é uma faca no pescoço da empresa, o artigo, portanto, é simplesmente ignorado pela jurisprudência.
Efeitos da concessão da recuperação judicial
Obs. Não pode confundir deferimento de processamento da recuperação judicial com concessão da recuperacao judicial!!!!!!!
Deferimento do processamento deriva daquele despacho de processamento, e nada mais é do que a aceitação da acao pelo juiz – juiz só aceitou a acao, claro, existem efeitos (nomeação do AJ, inicio periodo de proteção...); a concessão da RJ vem com a homologação do plano.
A concessão da RJ signfica que foi aprovado o plano e o juiz concede os efeitos dessa aprovação (resume-se à novação – novas relacoes obrigacionais); situações bem diferentes, o que estudamos, a partir de agora, são os efeitos da homologação do plano, efeitos decorrentes danovacao, transformação do passivo, a ultima fase – o que acontece com o antigo passivo que estava congelado e de que forma ele será reestruturado.
 
• Creditos atingidos à sofrem os efeitos da concessao tao somente os creditos que existiam na data do pedido da recuperacao, na data do ajuizamento; temos que seccionar o tempo em Antes da RJ e Depois da RJ ARJx DRJ;
• Novacao das obrigações à esses creditos ARJ – morte do passado e a trasnformacao disso em novas obrigações, por isso o prof fala de forma recorrente que haverá uma reestruturação do passivo da empresa; ex. Tinha um endividament de 100 milhões, transformei esse bolo de obrigações em novas obrigações reescalonadas -deságio de 30% e um parcelamento de 120 meses, ou seja, 583.333,3333 por mês – melhora brutal!!!!! Transformar o passado e reescalona-lo!! É essa novacao vale para TODOS os credores – não somente aos que votaram, a decisao é vinculativa (principio da maioria).
• Possibilidade de reversão à Se, no entanto, a empresa vier a falir a novacao vai reverter e voltar ao status quo, as obrigações voltam a ser o que eram. Por que? Paras evitar que o devedor entre em recuperação, sabendo que vaio falir e simplesmente aprove um plano para diminuir seu endividamento e quebre com uma divida menor. Art. 61, paragrafo 2º - única hipotese no direito brasileiro em que uma novacao pode ser revertida, porque no direito civil não comporta reversão – regra básica da novacao – o inadimplemento não gera a reversão. Novacao recuperacional – novacao sob condição resolutiva – por que? Ok, obrigações novas, mas essa transformacao esta condicionada ao adimplemento do plano. Se o plano não for cumprido, resolve-se a novacao e volta tudo ao status quo.
• Formação de titulo executivo judicial à Todos os credores terão esse título se no futuro precisarem executar alguma coisa
• Possibilidade alienação de ativos livres de ônus e sucessão à Se o plano prever alieanacao de um dos ativos da empresa tem aquilo que o ônus não segue o bem.
 
Procedimento especial para ME e EPP – atendimento a um comando constitucional art. 170, IX "as empresas de menor porte receberão tratamento privilegiado e simplificado". Principio da simplificação das regras para as ME e EPP – é um princípio maior que os princípios constantes na lei 11.101;
As empresas pequenininhas são importantes, pois seu conjunto faz diferenca na economia nacional; a nossa economia é feita de milhares de pequenos negócios, que empregam milhares pessoas é milhões em tributos. As pequenas não tem estrutura para aguentar todo o peso da burocracia.
A lei 11.101 entre os arts. 70 e 72 criou um regime especial para atender o art. 170, IX da CF.
Regime que não funciona na pratica, pois é perigoso e pouco eficaz; o legislador teve uma boa intenção, mas acabou criando um procedimento perigoso. Damos pouca atenção porque não é utilizado na pratica. Uma ME ou EPP quando entra em recuperacao prefere o regime geral. As empresas podem optar pelo especial ou ordinário.
As recuperações são boas para as empresas porque são demoradas e ficam por muito tempo protegidas, entao não parece que uma empresa gostaria de entrar em recuperação e em pouquíssimo tempo sair. Só pelo procedimento ser rápido, já o torna pior que o ordinário.
➔ As técnicas recuperatorias são reduzidas e pre fixadas; se na RJ temos inúmeras medidas (parcelamento, deságio, venda de bens, troca de administradores, conversão de credito em participação societária), aqui temos basicamente 2 técnicas
1. Parcelamento em 36x – prazo curto, não é nada para recuperação; tem que começar no maximo em 180 dias após a distribuição da acao – aconteça o que acontecer.
2. Deságio(?)
 
A recuperacao especial é um tylenol porque é um tipo de remédio que pode ser eficaz para um tipo de problema, mas as empresas podem apresentar múltiplos problemas;
- Não tem AGC, Tem AJ – maximo 2%, Tem stay, Aumento de despesa e novos empregados só com autorização judicial; Sem AGC – os credores votam peticionando dizendo se são contra ou a favor do plano; plano apresentado em 60 dias, objeções em 30 dias
à + de 50% de votos desfavoráveis = decretação falencia, - 50% votos desfavoráveis = aprovado
Obs. A votação tem contagem, como no procedimento ordinário.
CONVOLAÇÃO
Casos: 1. Não apresentação do plano 2. Rejeição do plano 3. Descumprimento do plano 4. Deliberação da AGC – ex. Credores percebem que a empresa esta "patifando"com a RJ; os credores podem provocar o juiz para convocar a AGC, e nessa assembleia, por fraude cometida pela recuperanda, decretar a falencia.
Críticas do numero 4: a regra é muito aberta porque não esta atrelada a uma causa especifica; é mais simples convolar em falência do que aprovar o plano
 
19.05.2017
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
- o nome dela é uma mentira porque leva a crer que é um remédio, mecanismo, que se aplica extrajudicialmente, todo ele de forma extrajudicial, ou seja, sem a participação do poder judiciário. Em pelo menos uma fase da recuperação esta modalidade terá que ser submetida ao poder judiciário. Então, na verdade, no direito brasileiro não temos uma recuperacao judicial e outra extrajudicial, na verdade o que temos é uma recuperacao muito judicial e outra pouco judicial. Também é uma acao e como acao, movimenta a jurisdição estatal.
O que é e qual é o seu objetivo? O objetivo é exatamente o mesmo da recuperação judicial, no sentido de que é uma tentativa de negociar as dividas de uma empresa. A diferenca entre as recuperações é que na judicial essa negociação ocorre integralmente em juízo (devedor tem prazo para apresentar plano, manifestacao de credores, assembleia etc), enquanto a extrajudicial a negociação se faz toda fora do poder judiciário, ou seja, não se dá em juizo, e o resultado da negociação, aquilo que se conseguiu negociar, que é materializado em documento, também chamado de plano, é levado ao juiz para que homologue. Ou seja à a recuperacao extrajucial é uma negociação que ocorre fora de juizo e levada ao juiz para mera homologacao.
Ex. No curso do semestre professor vai tomando dinheiro emprestado da gente (aluninhos) e se endividando com a promessa que ao final do semestre ira nos pagar. Final do semestre e ele não tem condições de nos pagar porque acumulou muitas dividas, nos explica a situação e nos faz uma proposta, por exemplo, pedindo um deságio de 50%, pagamento próximo ano e em 12 parcelas. Quase temos um treco de raiva mas no fim nos damos conta que essa é a única maneira do prof safado nos pagar. Afff. Ok, depois concordamos – vamos colocar no papel! Prof pega folha de papel e escreve "plano de recuperacao extrajudicial", qualifica o devedor e os credores “; depois cláusula 1ª – forma de pagamento; abaixo espaço para assinaturas de todos, data e acabou = plano de recuperação extrajudicial – documento pelo qual estamos prevendo a novacao das obrigações, só que vamos exigir do nosso prof safado uma garantia a mais de que esse acordo será cumprido, entao pedimos que redija uma peticao inicial, anexa o plano e para que o titulo executivo extrajudicial se torne judicial.
Teremos que comparar, necessariamente, com os acordos privados, porque ela seria isso se não houvesse a homologacao do juiz. Um acordo privado, celebrado entre devedor e credores tambem é um instrumento eficiente de renegociacao, mas por que fazer essa homologacao? A homologacao traz maior solenidade ao acordo, consequentemente gerando maior conforto entre as partes, porque se sentem mais protegidas pelo fato de que um juiz examinará o documento, além disso, também terão maior segurança juridica, porque o magistrado verificara o cumprimento dos requisitos de validade; Em caso de descumprimento as matérias de defesa do devedor se reduzem, aumenta a exequibilidade do acordo; os participantes da recuperação extrajudicial se submetem as disposições criminais da lei 11.101 ex. Fraude contra credores, favorecimento de credores; logo, dá mais medinho de fazer bobagem. Se eu obtenho anuência de pelo menos 60% dos credores, consigo forcaros outros 40 a participar CRAM DOWN da RE. A lei é mais flexível à votação da recuperacao extrajudicial, pode, por exemplo, dentro de uma classe, separar por grupos; dentro de uma classe quieografarios separar os bancos e os fornecedores e oferecer condições diferentes. As votações são todas por crédito e preciso obter a maioria.
Obs.: coloquei em negrito os que achei mais importantes (os outros são mais lógicos).
Os creditos que se sujeitam a recuperacao extrajudicial são basicamente os mesmos da judicial exceto os trabalhistas.
Depois que o juiz homologa, encerra a recuperacao extrajudicial.
Qual a grande diferenca existente entre a RJ e RE? Se na recuperacao judicial, toda negociação se dá em juízo, ao passo que na RE já vem pronta, acabada, a RJ é muito mais demorada. A demora é uma vantagem – nem sempre o devedor tem a solução para os eu problema e precisa e tempo.
A RE é um benegripe e a RJ é uma bomba de antibióticos (os credores já vem bem amolecidos – passaram pelo stay, estao baleados, quando vê que não tem dinheiro, que pode falir e não receber nada, aceita receber em condições menos favoráveis). A RJ é muito mais utilizada na razão de 100 para 1 porque todo mundo prefere o remédio mais paulada, que gera efeitos mais fortes. O resultado pratico dessa diferenca de efeitos é que no brasil nos últimos 10 anos tivemos 5.000 RJ e cerca de 50 RE.
Casos famosos de RE Brasil – Gradiente (obsolescência); Camisaria Colombo (Sp – passivo 1 bilhão de reais); Lupatec (Caxias – equipamentos para extração de petróleo).
FALENCIA
já fizemos tudo que podíamos fazer para salvarmos as empresas, falhamos. Temos que virar a chave, o que nos guia aqui é a liquidação (não a preservacao).
O que é a falencia? Nada mais é que um sistema de liquidação. A liquidação é a venda do patrimonio de alguem para pagar credores; aqui é uma venda forçada e mais, administrada pelo Estado.
Regime de liquidação por concurso de credores – os credores concorrem pelo patrimonio do falido. Quando falamos isso, qual é a ideia? Os credores vão concorrer e não vai dar para pagar todos, por isso existe uma ordem de pagamento.
Por que é importante a liquidação forçada e admsintirada pelo estado? Para garantir as preferências legais, porque alguns credores precisam ser pagos antes que outros, como é o caso dos trabalhadores. A falencia é importante, em primeiro lugar, para garantir pagamentos prioritários, para expelir do mercado agentes econômicos inviáveis (se o agente econômico inviável continua operando no mercado acaba causando dano ainda maior, pois segue aumentando seu endividamento). Válvula de escape do sistema capitalista para eliminar os agentes inviáveis é a falencia.
O capitalismo sem a falencia é a mesma coisa que o cristianismo sem o inferno. Porque o Cristianismo sem inferno não há porque não pecar – válvula que faz funcionar o sistema. A falencia não é para ser necessariamente um castigo para o devedor, é uma válvula de escape, não deveria ter esse caráter punitivo. A comparação é interessante inclusive com a morte – morte economica da maior parte das empresas.
A falencia, hoje, é um instituto altamente humanizado em relacao a nossa história; a situação do devedor no curso da historia é extremamente complicada, porque sempre foi alvo de tratamento extremamente cruel pelos sistemas jurídicos em geral. Hoje é exclusivamente patrimonial, e não deveria atingir os bens particulares dos sócios e ainda se o fizer, tem protegido o bem de família.
A falencia é uma execução. Aqui temos uma execucao coletiva, varios credores contra um devedor. Tanto é uma execucao que na Itália, o direito falimentar esta nos cursos de processo civil e não comercial.
Falencia deriva da expressão falere – que significa falhar – impossibilidade do devedor pagar a totalidade das suas dividas.
24.05.2017
Regime de Liquidação por Concurso de Credores: função da falência – fazer o melhor pagamento na medida do possível, pois presume-se que não ha patrimônio para pagar a todos. Do ponto de vista processual, é uma execução punitiva de vários credores contra um devedor.
 
Base jurídica da falência: nosso sistema falimentar é baseado em verdade formalou processual e, com isso, ele está todo fundado em presunções. Só existe 1 motivo para decretar a falência de um empresário – a insolvência. PALAVRA CHAVE – INSOLVÊNCIA. A insolvência é o estado em que o passivo da pessoa é maior que o ativo (linguagem contável), as obrigações ou as dívidas são maiores ue os bens e direitos dessa pessoa (linguagem jurídica) – também chamado de crise patrimonial. Quando uma empresa está insolvente, se ela vender tudo que tem, não paga o que deve. Aquilo que ela deve é maior do que aquilo que ela tem e a expressão insolvência significa incapacidade de solver as obrigações. A empresa está totalmente incapacitada em, naquele momento, solver as obrigações. Só será decretada a falência de uma empresa se ela estiver insolvente, isso se dá porque só é necessário realizar o concurso de credores com ordem de pagamento em caso de insolvência. Se a empresa nao está insolvente (+ ativo do que passivo) todos os credores dela podem ficar tranquilos, eles conseguirão mesmo em hipótese de resistência contra o pagamento, eles poderão satisfazer seu crédito – situação de solvência o processo falimentar não tem espaço. Porém, em caso de insolvência, como é necessário garantir que os credores prefenciais recebam antes (ordem de pagamento), se decreta a falência. A falência só tem lugar quando se verifica a insolvência. É impossível verificar no caso concreto, com certeza material, se uma empresa está insolvente ou não – nunca consegue saber através de verdade material (impossível investigar o patrimônio de alguém a este ponto). Isso é impossível porque não se sabe se a empresa não tem dinheiro escondido, não tem como verificar com precisão absoluta o estado patrimonial de uma pessoa. Nosso sistema se satisfaz com verdade processual (verdade formal), ele se satisfaz com indícios de insolvência e presunção de insolvência, diante da impossibilidade de se obter a verdade real.
 3 fatos que podem levar À presunção: se, no processo for verificada a impontualidade ou a execução frustrada, é suficiente para que o juiz aponte a presunção. Falência = quebra = banca rota.
 Impontualidade – não pagamento ou inadimplemento: base jurídica mais utilizada para a decretação da falência. Verificada a impontualidade, o juiz está autorizado a decretar a falência. Inadimplemento (não cumprimento e uma obrigação) qualificado, é um inadimplemento injustificado (não há justificativa para a pessoa não pagar), de dívida certa, líquida e exigível de uma dívida maior do que 40 salários mínimos e, ainda, contida em um título executivo, seja ele judicial ou extrajudicial. Para ser impontualidade, além de inadimplemento, ele tem que ser qualificado por esses fatores todos – se não tiver qualquer um deles, não tem impontualidade.
 Não pagamento: não pagou a obrigação – dívida. Esse não pagamento tem que ser injustificado, ou seja, não pode haver uma justificativa razoável para a pessoa não pagar. Ex: se eu comprei uma maquina para pagar a prazo, e recebi uma maquina que veio estragada pelo fornecedor, eu tenho uma justificativa razoável para não pagar. O defeito no produto é uma justificativa razoável para o não pagamento – se aceita para alguém não pagar uma obrigação. A prescrição da obrigação é uma justificativa do não pagamento. ex2: não paguei porque não devo, o título é falso – fraude. A inexistência da obrigação também é uma justificativa para não pagamento. ex3: não paguei porque eu devia, mas ele também me deve, então se tem uma compensação. Se eu tenho uma dívida com uma pessoa que também me deve, se tem a extinção da obrigação por compensação. A certeza de uma obrigação é quando não há dúvidas sobre a mesma – dívida líquida – de valor pré determinado. Ex: sou advogada e daniela vai ao meu escritório, querendo um divórcio – há a contratação,porém há dúvidas do valor envolvido, não pode gerar decretação de falência porque não se tem certeza da liquidação. A obrigação tem que ser exigível. Ex: reclamo que fulano não me pagou o que foi acordado, porém é só no final do mês, ou seja, ela existe, é líquida porém é inexigível no momento. A dívida tem que ser superior à 40 salários mínimos (da época do pedido de falência) para que haja um pedido de falência. Para que não haja falência, por bagatela ou dívida inexpressiva. A dívida tem que estar contida em título executivo, judicial ou extrajudicial (nota promissória, cheque, debenture, sentença, letra de cambio, contrato assinado por 2 testemunhas – mais comum). tendo os 5 requisitos, pode presumir a insolvência e pedir a falência. A falência é uma instituto jurídico para pessoas de boa fé que estão insolventes. É um absurdo presumir a má fé de alguém por conta da insolvência ou por estar falida, em qualquer conduta, de quem quer que seja, no sentido de presumir uma má fé diante de uma pessoa insolvente ou falida, é irresponsabilidade, porque as pessoas tem o direito de empreender, se dar mal se não prosperar no negocio e ficar insolvente. A pessoa entrega o patrimônio da empresa e está (Deveria) resolvido o problema. A falência é um efeito natural no processo de aprendizado do empreendedor.
 Petição de falência: “o sujeito não pagou porque está insolvente e não tem justificativa para não pagar”. O juiz ouve o devedor, chama-o para o processo (citação) e ocorre a contestação. Em matéria de defesa, o réu terá que derrubar a impontualidade, quebrando um dos 5 elementos dela, e ele só precisa quebrar 1. Às vezes, na contestação já é possível resolver essa questão. Porém, se o autor alegar algo que dependa de prova, o juiz terá que abrir para instrução e fazer uma perícia. Muitas vezes, a ação falimentar pode se extender na instrução.
 execução frustrada: simples e curta. Quando eu tenho um processo de execução e é frustrado. Não paga voluntariamente, não deposita o valor ou nomeia bens da penhora e discute embargos – se garante a execução, mas quer discutí-la. O advogado tem 2 caminhos – execução singular tentando buscar bens ao devedor para penhorar, ou ele pede a falência do cara. Fazer uma certidão narratória (certidãoo do cartório narrando o que aconteceu no processo) e consta que o devedor foi chamado para execução e não pagou - faz um pedido de falência, usa ela como prova de execução frustada e pede a falência do devedor. Não há piso para pedir a falência. Se, por acaso, tiver um credito menor que 40 salarios e quer a falência de alguém, tem que propor a execução primeiro e, diante dela, pedir a falência.
 atos de falência: 
 Art. 94 Lei 11.101/05 Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar. § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. § 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
26.05.2017 
Impontualidade – não pagamento ou inadimplemento: base jurídica mais utilizada para a decretação da falência. Verificada a impontualidade, o juiz está autorizado a decretar a falência. Inadimplemento (não cumprimento e uma obrigação) qualificado, é um inadimplemento injustificado (não há justificativa para a pessoa não pagar), de dívida certa, líquida e exigível de uma dívida maior do que 40 salários mínimos e, ainda, contida em um título executivo, seja ele judicial ou extrajudicial. Para ser impontualidade, além de inadimplemento, ele tem que ser qualificado por esses fatores todos – se não tiver qualquer um deles, não tem impontualidade. 94 I
Art. 94 Lei 11.101/05 Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
Não pagamento: não pagou a obrigação – dívida. Esse não pagamento tem que ser injustificado, ou seja, não pode haver uma justificativa razoável para a pessoa não pagar. Ex: se eu comprei uma maquina para pagar a prazo, e recebi uma maquina que veio estragada pelo fornecedor, eu tenho uma justificativa razoável para não pagar. O defeito no produto é uma justificativa razoável para o não pagamento – se aceita para alguém não pagar uma obrigação. A prescrição da obrigação é uma justificativa do não pagamento. ex2: não paguei porque não devo, o título é falso – fraude. A inexistência da obrigação também é uma justificativa para não pagamento. ex3: não paguei porque eu devia, mas ele também me deve, então se tem uma compensação. Se eu tenho uma dívida com uma pessoa que também me deve, se tem a extinção da obrigação por compensação. A certeza de uma obrigação é quando não há dúvidas sobre a mesma – dívida líquida – de valor pré determinado. Ex: sou advogada e daniela vai ao meu escritório, querendo um divórcio – há a contratação, porém há dúvidas do valor envolvido, não pode gerar decretação de falência porque não se tem certeza da liquidação. A obrigação tem que ser exigível. Ex: reclamo que fulano não me pagou o que foi acordado, porém é só no final do mês, ou seja, ela existe, é líquida porém é inexigível no momento. A dívida tem que ser superior à 40 salários mínimos (da época do pedido de falência) para que haja um pedido de falência. Para que não haja falência, por bagatela ou dívida inexpressiva. A dívida tem que estar contida em título executivo, judicial ou extrajudicial (nota promissória, cheque, debenture, sentença, letra de cambio, contrato assinado por 2 testemunhas – mais comum). tendo os 5 requisitos, pode presumir a insolvência e pedir a falência. A falênciaé uma instituto jurídico para pessoas de boa fé que estão insolventes. É um absurdo presumir a má fé de alguém por conta da insolvência ou por estar falida, em qualquer conduta, de quem quer que seja, no sentido de presumir uma má fé diante de uma pessoa insolvente ou falida, é irresponsabilidade, porque as pessoas tem o direito de empreender, se dar mal se não prosperar no negocio e ficar insolvente. A pessoa entrega o patrimônio da empresa e está (Deveria) resolvido o problema. A falência é um efeito natural no processo de aprendizado do empreendedor.
Petição de falência: “o sujeito não pagou porque está insolvente e não tem justificativa para não pagar”. O juiz ouve o devedor, chama-o para o processo (citação) e ocorre a contestação. Em matéria de defesa, o réu terá que derrubar a impontualidade, quebrando um dos 5 elementos dela, e ele só precisa quebrar 1. Às vezes, na contestação já é possível resolver essa questão. Porém, se o autor alegar algo que dependa de prova, o juiz terá que abrir para instrução e fazer uma perícia. Muitas vezes, a ação falimentar pode se extender na instrução.
Execução frustrada: simples e curta. Quando eu tenho um processo de execução e é frustrado. Não paga voluntariamente, não deposita o valor ou nomeia bens da penhora e discute embargos – se garante a execução, mas quer discutí-la. O advogado tem 2 caminhos – execução singular tentando buscar bens ao devedor para penhorar, ou ele pede a falência do cara. Fazer uma certidão narratória (certidãoo do cartório narrando o que aconteceu no processo) e consta que o devedor foi chamado para execução e não pagou - faz um pedido de falência, usa ela como prova de execução frustada e pede a falência do devedor. Não há piso para pedir a falência. Se, por acaso, tiver um credito menor que 40 salarios e quer a falência de alguém, tem que propor a execução primeiro e, diante dela, pedir a falência. 94 II
 
Art. 94 Lei 11.101/05 Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; não se possam reclamar.
Atos de falência: Prática de certos atos que não condizem com a situação de uma pessoa que está solvente. Série de atos que presumem o estado de insolvência, se fulano está agindo dessa forma, é porque provavelmente está insolvente. É um rol taxativo de 7 atos que a pessoa não pode fazem sob pena de ser taxado como insolvente. 94 III. A lei prevê que um credor pode pedir a falência de um devedor, descrevendo a conduta desse devedor e, evidentemente, que fazendo prova pré constituída ou feita em juízo de que a pessoa age dessa forma, não basta simplesmente dizer que ela está agindo, tem que provar. Certos atos dão o direito de se presumir a falência.
A fuga do devedor: o devedor que some do mapa e nao deixa ninguém com poderes e dinheiro para pagar suas dívidas – para pagar seu passivo – é o mais tradicional ato de falência. A fuga de uma pessoa endividada presume-se que ela está insolvente.
Venda do único estabelecimento: Uma farmácia, restaurante, loja... um estabelecimento empresarial. a pessoa vende este estabelecimento e não foge,mas vende seu complexo de bens que utilizava para explorar a atividade. Ele fica sem recursos para pagar o seu passivo. A venda do único estabelecimento do devedor que precisa pagar o seu passivo, presume-se que ele está insolvente.
A liquidaçãoo precipitada de bens: se uma pessoa tem que vender algum bem para pagar uma dívida, presume-se que essa pessoa irá vender pelo preço mais aproximado do mercado de trabalho ou o preço de mercado – liquidação normal de bens. Agora, se eu tenho um imóvel que vale 500 mil reais e vendi por 200 mil reais, eu nao conseguiria pagar o credor e “torrei” um bem imóvel da empresa por menos da metade do preço. Esse ato de “torrar” o bem é uma liquidação precipitada, esse desespero que se materializa pela liquidação precipitada faz presumir que a pessoa esteja insolvente.
Utilização de meio ruinoso para fazer pagamento: eu devo mil reais em dinheiro para fulana, ela me cobra e eu entrego meu celular que vale mil e quinhentos. Eu entreguei um bem que valia mais para quitar uma dívida. Vai se desfazendo de seus bens para fazer pagamento, presume-se que ele está insolvente. Se o credor não dispõe de provas, ele terá que fazer no processo, e pode ser prova testemunhal.
Art. 94 Lei 11.101/05 Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. § 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
 Outras formas de ocorrer a falencia: as 3 acimas são presunção de insolvencia. Decretada a falencia pelo juiz, acontece a execução coletiva que se dará por liquidação. O cara está insolvente, a empresa é inviável, se avalia, vende, paga. O que ocorre é desapossamento, e não desapropriação. Se sobrar dinheiro, devolve ao falido. Ele é momentaneamento desempossado para o pagamento dos credores. Depois da liquidação, tem a arrecadação, avaliação, alienação (venda), pagamento. Art. 83 ao todo 7 formas.
 Não aprovação do plano art. 73 III – presunção de inviabilidade
 Auto falencia – confissão da insolvencia art. 105
 Não cumprimento do plano art. 73 IV – presunção de inviabilidade
 Não apresentação do plano art. 73 II – presunção de inviabilidade
 
Uma empresa está em RJ com uma tentative de superar a crise, não consegue e decreta a falencia. Na RJ, o juiz transforma em falencia, na execução frustada existe lide – um credor pede a falencia de um devedor e o devedor, normalmente, irá resistir À pretensao do autor da ação. Se existe um pedido de uma ação e existe Resistencia a essa pretensao, se tem uma lide e uma briga processual. Isso começa por uma petição inicial, que estará baseada em impontualidade, execução frustrada ou pratica de atos de falencia, irá haver a citação do devedor para falar sobre isso – sera chamado ao processo “o cara não me pagou, presume que o cara estáinsolvente por tal motivo”, o juiz chama o devedor que vira e réu e ele apresenta defesa. Normalmente, nessa defesa ele diz que nao é caso de insolvencia, “pq eu ja paguei”, “essa divida está prescrita” ele dirá um relevante motive para nao ter pago. O juiz, diante da defesa apresentada, pode fazer a instrução processual, ou seja, a instrução é a produção de provas – pode se dar em audiencia, por corretiva de testemunha, ouvido o proprio réu (pode haver confissao), por meio de laudo pericial, o juiz pode fazer inspeção judicial (ir na sede da empresa e verificar o que está sendo alegado). O juiz irá determiner sentença, se for procedente, irá ter a presunção de insolvencia.
 Há uma fase primeira (fase pré falimentar) – antes da falencia, não foi decretada ainda, ela possui natureza de processo de conhecimento, fase cognitiva; Inicial, citação, contra ponto e produção de prova, se o juiz entender que a empresa está insolvente, se ele entender, ele dá a sentença falimentar – que decreta a falencia. Se ele entender que nao é caso de falencia, ele irá dar a sentença denegatória da falencia, ou seja, ele irá negar e, em principio, o processo irá se encerrar, pois não há execução, ele não está insolvente. decreta a quebra e encerra a fase de conhecimento. E uma fase segunda (fase falimentar). se o juiz entendeu que a empresa está insolvente, tem que instaurar a execução coletiva, é de natureza executive, é uma execução. Processo de execução. Encerra a fase de execução, estando os credores todos pagos ou não.
Sentenças: A sentença falimentar é uma sentença de procedência, porque decreta a falÊncia do réu – pedido do autor – e a sentença denegatória da falência é uma sentença de improcedência do pedido de falência. Na sentença falimentar, passa da primeira fase para a segunda, pois a sentença falimentar é a porta de entrada para a segunda fase. A sentença falimentar é uma decisão interlocutória, por isso se ataca com agravo de instrumento. A outra sentença é terminativa. Se a sentença for falimentar e se pode presumir a insolvência do sujeito – deve mais do que tem – é o momento de organizer a execução coletiva. A segunda fase é uma execução coletiva, se tem vários exequentes (vários credores), se presume que o cara deve mais do que tem, toma posse direta dos bens do falido – se dá com o ato de arrecadação, arrecada os bens materialmente falando, juridicamente é a tomada de posse – a posse indireta se dá com o decreto falimentar. Não ocorre no decreto falimentar, a desapropriação do falido em relação aos seus bens, ele é despossado de seus bens, ele perde a posse, não a propriedade. Na desapropriação, o cara perde a propriedade – o que não ocorre –, e no desapossamento, perde a posse. Ele só perde a posse para fins de apropriação e por algum tempo.
31.05.2017
LEGITIMIDADE PARA REQUERER A FALÊNCIA 
 Legitimidade: Quem pode redigir a petição inicial da ação falimentar.
Falência requerida por credor: é o credor que redige a petição inicial e pede a falência de um devedor seu. É disparado a hipótese mais comum de falência. 90% dos casos de falência são requeridas pelo credor – ele quer receber, pois seu devedor não está lhe pagando, tem que pressupor que o devedor está insolvente. Há uma ordem de preferencia. Se o credor for um não empresário e for pedir falência de um devedor seu, ele tem que fazer a prova da irregularidade, caso ele for empresário, não precisa. Se o credor está domiciliado no exterior – empresa estrangeira – ele só pode pedir a falência de alguém se prestar uma caução, ou seja, o juiz irá receber o pedido de falência e antes de mandar citar o devedor, manda o despacho dizendo que ele deve prestar uma caução, é uma condição para que o processo siga, é um dinheiro que deve ser prestado em juízo – estimativa das custas processuais e em valor indenizatório (equivalente a 10% do valor do crédito), caso seja improcedente a sentença. 
 
Autofalência: 9%-10% dos casos. É o devedor que requer a sua própria falência, ele está passando por uma crise muito forte, está extremamente endividado e não conseguindo suportar o peso das suas obrigações, percebe que não tem mais condições, vai à juízo e solicita a sua auto falência. É um meio regular de exintção da própria empresa, é o caminho natural, se os sócios não tem dinheiro para colocar no negócio e ajudar a empresa para acabar com as dívidas, se pede a auto falência, pois é o jeito de encerrar o negócio. É uma válvula de escape para fechar a empresa, caminho natural. Devedor que não aguenta mais, não tem mais condições de seguir com o peso das dívidas e encerra a empresa, chamando um administrador judicial para resolver este problema. Paga os que são preferenciais, verifica se houve crime..
Falencia requerida pela cônjuge sobrevivente: é possível que morra o devedor empresário, e a esposa se dá conta que a empresa está falida e ela pede a auto falência da empresa que antes era exercida pelo marido. O inventariante também pode
Recuperação Judicial que vira falência – Convolação: 1% dos casos. É uma ação de recuperação que se transforma em ação de falência.
Procedimento da Falência: Independentemente da origem da falência, a execução é sempre a mesma. Agora, é a fase cognitiva. Se é uma falência requerida por um credor, tem lide – processo litigioso -, se é uma falência por convolação, cai direto na execução. Terá uma petição inicial, baseada na impontualidade, execução frustrada ou ato de falência. Escreve para o juiz que o devedor está insolvente, ele manda citar o devedor. O devedor pode entrar com uma recuperação judicial contra o credor – pack man defense ou contra ataque. 2 opções:
Recuperação Judicial: O art. 95 faculta ao devedor que ele peça a sua recuperação judicial no prazo de sua contestação. Não entra com uma recuperação dentro de uma falência, o devedor pede a recuperação judicial em apartado, comunicando via petição um pedido de recuperação judicial e que o processo falimentar deve ficar paralisado. O efeito sob a ação falimentar, suspende todas as ações existentes sobre o devedor, segue todo o processo enquanto há um processo de conhecimento e paralisa na fase de execução.
Contestação: O devedor irá contestar. Consiste na resistência à pretensão. A contestação é uma justificativa do não pagamento ou para dizer que foi pago.
Apresentar uma Elisão: Fazer um depósito elisivo – depósito do valor que está sendo reclamado pelo autor + custas e honorários advocatícios. Se o autor pede a minha falência e eu simplesmente deposito o valor, equivale ao reconhecimento jurídico do pedido. Afasta a presunção de insolvência. O juiz julga o processo, julga procedente o pedido mas tem a decretação da quebra
Elisão + Contestação: As duas juntas e misturadas. Depósito elisivo.
            Estratégias de defesa: elidir. Elidir e justificar. Justificar. Pedir recuperação judicial. O mais seguro é elidir e justificar, ele não paga, mas está garantido. A quarta é a menos segura pois pode ocorrer a convolação.

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